Desobstrução das Vias Aéreas
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- Fátima Clementino Terra
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1 Módulo 6 Introdução Desobstrução das Vias Aéreas Mapa do Módulo Adultos/Crianças: Obstrução Parcial Adultos/Crianças: Obstrução Total Adultos/Crianças: Situações Especiais Lactentes: Obstrução Parcial Lactentes: Obstrução Total Adultos/Crianças/Lactentes: Evoluíram para Inconsciência
2 Introdução Desobstrução das Vias Aéreas Neste módulo iremos abordar os casos de obstrução das vias aéreas por corpo estranho (OVACE) e o que fazer nessas situações em adultos, crianças e lactentes, conscientes e inconscientes. Uma OVACE pode ser parcial ou total. Na OVACE parcial, ainda existe troca de ar entre os pulmões e o meio externo, ou seja, apesar do desconforto o do reflexo de tosse, os alvéolos continuam sendo oxigenados. Na OVACE total, não existe troca de ar ou oxigenação dos alvéolos, ou seja, funcionalmente o paciente se encontra em parada respiratória e existe a necessidade de uma intervenção ativa do socorrista imediata. Quando a OVACE total não é revertida através das manobras específicas que veremos mais adiante, a falta de oxigenação cerebral leva o paciente inicialmente à inconsciência e posteriormente a uma parada cardiorrespiratória. Enquanto a OVACE parcial constitui uma urgência, a OVACE total é uma emergência médica que necessita de intervenção imediata. Para esse módulo, adultos e crianças serão considerados como um único grupo devido ao fato do tratamento ser igual em ambos. As manobras para desobstrução das vias aéreas em lactentes diferem das manobras indicadas em adultos e crianças.
3 Mapa do Módulo 1. Introdução 9. Conclusão 2. Mapa do Módulo 8. Adultos/Crianças/Lactentes: Evoluíram para Inconsciência 7. Lactentes: Obstrução Total Módulo 6: Desobstrução das Vias Aéreas 3. Adultos/Crianças: Obstrução Parcial 4. Adultos/Crianças: Obstrução Total 6. Lactentes: Obstrução Parcial 5. Adultos/Crianças: Situações Especiais
4 Adultos/Crianças: Obstrução Parcial Uma OVACE parcial ocorre quando um corpo estranho se aloja na via aérea permitindo que continue ocorrendo oxigenação pulmonar apesar do desconforto. O principal sinal será a tosse do paciente que constitui um mecanismo de defesa que busca expulsar o corpo estranho. Neste caso a conduta correta por parte do socorrista é de estimular a tosse até que o corpo estranho seja expelido ou que o paciente evolua para inconsciência.
5 Adultos/Crianças: Obstrução Total A obstrução total das vias aéreas pode ocorrer inicialmente no engasgo ou como evolução de uma obstrução parcial. Neste caso o paciente se encontra em parada respiratória devido à obstrução total e fará muito provavelmente o Sinal Universal da Asfixia levando ambas as mãos ao pescoço como representado na ilustração. A conduta a ser realizada pelo socorrista neste caso é a manobra de Heimlich. Essa manobra objetiva provocar uma tosse artificial através do deslocamento manual e rápido das vísceras abominais em direção ao diafragma e consequentemente às bases pulmonares. Desta forma, os pulmões serão comprimidos abruptamente de baixo para cima provando assim a tosse artificial e assim na tentativa de expelir o corpo estranho. Sinal Universal da Asfixia
6 Manobra de Heimlich Vamos ao passo a passo para realização da manobra de Heimlich. Passo 1: Se identificar, confirmar o engasgo e oferecer ajuda. Passo 2: Se posicionar atrás da vítima e afastar os pés na largura dos ombros. Passo 3: Posicionar a mão dominar fechada acima da cicatriz umbilical. Passo 4: Posicionar a outra mão cobrindo a primeira. Passo 5: Aplicar golpes fortes em J de fora para dentro e de baixo para cima em direção do diafragma. Passo 6: Repetir o passo 5 até o paciente expelir o corpo estranho ou até evoluir para inconsciência. Passo 1 Passo 2 Passo 3 Passo 4 Passo 5 Passo 6
7 Adultos/Crianças: Situações Especiais Existem basicamente 3 situações especiais quando falando de pacientes conscientes vítimas OVACE total: 1. Crianças: devemos nos adaptar ao tamanho da criança podendo ser necessário se ajoelhar para realizar da manobra de Heimlich. 2. Grávidas / Obesos: Nestes grupos, compressões abdominais podem não ser possíveis devido ao risco de provocar um aborto na grávida e à própria circunferência abdominal aumentada em obesos. Por esse motivo, nestes casos existe a indicação de realizar a manobra de Heimlich na região torácica. 3. Paciente CONSCIENTE em decúbito dorsal: O paciente em OVACE total pode estar em decúbito dorsal. Neste caso, as compressões abdominais deverão ser realizadas com o paciente nesta posição. É muito importante lembrar que compressões abominais só podem ser realizadas em pacientes CONSCIENTES e jamais em pacientes inconscientes. O paciente consciente possui o reflexo de contração abdominal que protege as estruturas intraabdominais da compressão e permite o reflexo de cuspir eventuais conteúdos de refluxo gástrico evitando assim bronco aspirações.
8 Lactentes: Obstrução Parcial Lactentes com OVACE parcial podem ser reconhecidos devido a presença de choro ou tosse. Neste caso, enquanto houver tosse o socorrista deve observar o lactente na espera de uma expulsão do corpo estranho pela própria tosse. Caso a tosse persista porém de forma enfraquecida ou surjam sinais de hipóxia, ou a tosse cesse sem que o corpo estranho seja expelido, nestes casos devemos considerar as manobras ativas para desobstrução das vias aéreas em lactentes. O sinal universal da asfixia estará ausente em lactentes mesmo que estejam em obstrução total das vias aéreas. Por esse motivo o socorrista deve estar atento às situações que indiquem uma intervenção ativa na desobstrução das vias aéreas. Essas situações podem ser mais sutis nos lactentes em relação aos adultos e crianças.
9 Lactentes: Obstrução Total Na obstrução total das vias aéreas em lactentes conscientes, o socorrista deve realizar a manobra das 5 tapotagens / 5 compressões. Esse manobra consiste em alguns passos: 1. Posicionar o lactente em decúbito ventral em dos antebraços do socorrista com o corpo ligeiramente inclinado para baixo. 2. Realizar 5 golpes fortes com a região hipotênar da mão dominante do socorrista na região inter-escapular do lactente. 3. Posicionar o lactente o decúbito dorsal no antebraço do socorrista (Realizar a mudança de posição com estabilização cervical). 4. Realizar 5 compressões torácicas com dois dedos na região inter-mamilar. 5. Alternar os 5 golpes ou tapotagens em região inter-escapular e as 5 compressões torácicas até o paciente expelir o corpo estranho ou até evoluir para inconsciência. Passo 1 Passo 2 Passo 3 Passo 4 Passo 5
10 Inconsciência na Obstrução das Vias Aéreas Quando adultos, crianças e lactentes evoluem para inconsciência após uma OVACE, entramos com o protocolo para atendimento de vítimas de OVACE inconscientes. Neste caso, o passo a passo para adultos, crianças e lactentes será o mesmo: Passo 1: Posicionar o paciente com cuidado em decúbito dorsal Passo 2: Pedir ajuda (192 + DEA) Passo 3: 30 compressões torácicas Passo 4: Abrir vias aéreas e verificar se o corpo estrando pode ser retirado manualmente com os dedos em pinça (jamais efetuar varredura às cegas). Passo 5 (a): Corpo estranho permanece. Realizar duas ventilações Passo 6 (a): Recomeçar o passo 3 Passo 5 (b): Corpo estranho retirado Realizar duas ventilações e avaliar pulso e respiração do paciente. Passo 6 (b): Tratar paciente conforme protocolos de RCP a depender de pulso e respiração.
11 Conclusão Esse foi o módulo 6 e último módulo do treinamento Suporte Básico de Vida programa Multiplicadores do Bem Nível I. Neste módulo tratamos de obstrução das vias aéreas por corpo estranho em adultos, crianças e lactentes, conscientes e inconscientes. Devemos estar atentos e treinados para esse tipo de ocorrência que é muito frequente em nosso meio e em todas as faixas etárias. Um paciente vítima de engasgo, pode evoluir para uma PCR e óbito caso não seja atendido precocemente e adequadamente. É nosso dever compartilhar esses conhecimentos com todos os profissionais de saúde, profissionais de APH e principalmente para a população em geral. Informações como essas podem permitir que uma mãe ou um pai, desobstrua as vias aéreas de um lactente engasgado com o próprio leite por exemplo.
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