NOVAS REGRAS PARA OS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL SAIBA QUAIS AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
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- Caio Bergler da Rocha
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1 NOVAS REGRAS PARA OS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL SAIBA QUAIS AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES 1. REGISTO DO ALOJAMENTO LOCAL O Registo dos novos Estabelecimentos de Alojamento Local fica sujeito aos seguintes requisitos formais Comunicação Prévia com prazo O registo de novas unidades de estabelecimentos de Alojamento Local é efetuado mediante comunicação prévia, com prazo, dirigida ao Presidente da Câmara Municipal territorialmente competente. A comunicação prévia com prazo é obrigatória e condição necessária para a exploração de estabelecimentos de alojamento local Balcão Único Eletrónico A comunicação prévia é realizada, exclusivamente, através do Balcão Único Eletrónico; 1.3. Número de Registo O Balcão Único Eletrónico emite um documento contendo o número de registo do estabelecimento de Alojamento Local, o qual constitui o único título válido de abertura ao público e publicitação do estabelecimento; 1
2 1.4. Prazo de emissão O documento é emitido no prazo de 10 dias ou, no caso de hostels, no prazo de 20 dias, podendo durante este prazo a Câmara Municipal respectiva opor-se ao registo com os seguintes fundamentos: Incorreta instrução do registo; Violação de restrições definidas, caso se trate de uma área de contenção previamente identificada pela câmara; Falta de autorização de utilização do imóvel. A oposição prevista no números anteriores obsta à atribuição do número de registo Autorização do Condomínio (só para Hostels) O registo de novos Estabelecimentos de Hospedagem (Hostels), instalados em Prédios em regime de Propriedade Horizontal onde coexista habitação, passará a depender de autorização do Condomínio. A Acta da Assembleia de Condóminos na qual conste a autorização deve acompanhar a comunicação para efeitos de registo. 2. NOVOS REQUISITOS DE FUNCIONAMENTO A nova Lei veio introduzir novos requisitos a observar pelos Estabelecimentos de Alojamento Local, a saber: 2.1. Seguro Multirrisco de Responsabilidade Civil Passa a ser obrigatório um Seguro Multirrisco de Responsabilidade Civil que cubra riscos de incêndio e danos patrimoniais e não patrimoniais causados a Hóspedes e a terceiros decorrentes da atividade. A falta de Seguro válido é fundamento de cancelamento do registo Livro de Informações Os estabelecimentos de Alojamento Local devem disponibilizar aos hóspedes um Livro com informações em português, inglês e mais duas línguas, sobre o funcionamento do estabelecimento e respectivas regras de utilização internas, designadamente, as regras sobre a recolha e seleção de resíduos urbanos, funcionamento dos eletrodomésticos, ruído e cuidados a ter para evitar perturbações que causem incómodo e afetem a tranquilidade e o descanso da vizinhança. Caso exista, o Regulamento do Condomínio também deve fazer parte do Livro de Informações, bem como o contacto telefónico do responsável pela exploração do estabelecimento. 2
3 2.3. Forma de cálculo da capacidade máxima Clarifica-se a forma de cálculo da capacidade máxima nas modalidades de moradia, apartamento, quarto e estabelecimento de hospedagem: é determinada pela multiplicação do número de quartos por dois, acrescida da possibilidade de acolhimento de mais dois utentes na sala. Nestas mesmas modalidades e havendo condições de habitabilidade, cada unidade poderá ainda comportar, no máximo, duas camas suplementares para crianças até aos 12 anos Placa Identificativa Nas modalidades de apartamentos e quartos deve ser afixada, junto à entrada do estabelecimento, uma placa identificativa. No caso dos Hostels a placa deve ser afixada no exterior do edifício, junto à entrada principal. 3. NOVAS REGRAS QUANTO AO CONDOMÍNIO Com a nova legislação, o Condomínio passa a ter alguns poderes relativamente ao Alojamento Local, a saber: 3.1. Autorizar o exercício da actividade de Alojamento Local Cabe ao Condomínio autorizar o exercício da actividade dos novos Estabelecimentos de Hospedagem (Hostels), instalados em Prédios em regime de Propriedade Horizontal onde coexista habitação; 3.2. Fixar uma Contribuição Adicional O Condomínio pode fixar o pagamento de uma contribuição adicional correspondente às despesas decorrentes da utilização acrescida das partes comuns, com um limite máximo de 30% do valor da quota anual respetiva; 3.3. Opor-se ao exercício da actividade de Alojamento Local Poder conferido à Assembleia de Condóminos de, através de deliberação fundamentada de mais de metade da permilagem do Prédio, opor-se ao exercício da atividade de Alojamento Local, dando conhecimento ao Presidente da Câmara Municipal a quem cabe a decisão final, sempre que exista uma prática reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio e que causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos. 3
4 4. ÁREAS DE CONTENÇÃO DEFINIDAS PELAS CÂMARAS As Câmaras Municipais podem aprovar, por Regulamento e com deliberação fundamentada, Áreas de Contenção para instalação de novos Alojamentos Locais, podendo impor limites relativos ao número de novos Alojamentos Locais. Para tanto: 4.1. As Câmaras comunicarão ao Turismo de Portugal, caso deliberem definir Áreas de Contenção; 4.2. Esses limites devem ser reavaliados, no mínimo, de dois em dois anos; 4.3. Com base nos dados desagregados sobre o número de estabelecimentos de Alojamento Local e fogos de habitação, disponibilizados pelo Turismo de Portugal e pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana; 4.4. Nas zonas que sejam definidas pelas Câmaras Municipais como áreas de contenção, a instalação de novas unidades de Alojamento Local necessita de autorização expressa da Câmara Municipal; 4.5. Nas áreas de contenção, o mesmo proprietário apenas pode explorar um máximo de sete estabelecimentos de Alojamento Local, salvaguardando-se todos os registos existentes; 4.6. Nas áreas de contenção, o número de registo de Alojamento Local de moradias ou apartamentos é pessoal e intransmissível. 5. COMPETÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO A fiscalização do cumprimento da presente Lei pelos Estabelecimentos de Alojamento Local passa a ser partilhada entre a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e as Câmaras Municipais territorialmente competentes, a quem compete também instruir os respectivos processos e aplicar as respectivas coimas e sanções acessórias. 6. CANCELAMENTO DO REGISTO O Presidente da Câmara Municipal territorialmente competente passa a poder determinar o cancelamento do registo do respetivo estabelecimento quando: 6.1. Se verificar instalação de novo Alojamento Local em violação das áreas de contenção definidas; 4
5 6.2. Houver violação dos requisitos estabelecidos nos artigos n.º11 a n.º17 (nomeadamente capacidade, requisitos gerais, seguro multirrisco, e requisitos de segurança); 6.3. No caso de cancelamento por decisão do Presidente da Câmara Municipal em virtude da prática reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio, causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos, este cancelamento tem um prazo máximo de um ano e recai sobre o imóvel, independentemente da entidade exploradora ou proprietária; O cancelamento do registo deve ser imediatamente comunicado pela câmara municipal territorialmente competente ao Turismo de Portugal, I. P., e à ASAE, competindo ao primeiro proceder à comunicação às plataformas eletrónicas que disponibilizem, divulguem ou comercializem alojamento de que o registo do estabelecimento foi cancelado. 7. COMUNICAÇÃO DO CANCELAMENTO E DA INTERDIÇÃO A cessação da atividade de exploração de Estabelecimentos de Alojamento Local fica sujeita aos seguintes requisitos: 7.1. Passa a ser comunicada através do Balcão Único Eletrónico num prazo máximo de dez dias após a sua ocorrência; 7.2. O titular da exploração também tem de comunicar às plataformas eletrónicas de reservas, no mesmo prazo máximo de 10 dias, o cancelamento do registo e a interdição temporária. 8. ENTRADA EM VIGOR E NORMAS TRANSITÓRIAS 8.1. A Lei Nº 62/2018, de 22 de Agosto, entrou em vigor no dia 21 de outubro de Mantêm-se válidos os registos de Estabelecimentos de Alojamento Local no Registo Nacional de Alojamento Local realizados até à data da entrada em vigor desta nova Lei; 8.3. As alterações introduzidas relativas às condições de acesso à atividade e requisitos de instalação apenas são aplicáveis aos Estabelecimentos de Alojamento Local que se instalem após essa data; 8.4. Os Estabelecimentos de Alojamento Local existentes á data da entrada em vigor da Lei Nº 62/2018, de 22 de Agosto, dispõem do prazo de dois anos, a contar de 21 de outubro de 2018, para se adaptarem aos novos requisitos de funcionamento, 5
6 concretamente os que respeitam à obrigatoriedade de seguro, à afixação de placas identificativas e aos valores de contribuição para o condomínio. 6
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