LA NIÑA E EL NIÑO. A Influência nas ocorrências tornádicas em Santa Catarina

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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA - DASS Jaqueline Estivallet Lidiane da Silva Piter Rafael Scheuer Priscilla Lüdtke Espíndola Roseli de Oliveira LA NIÑA E EL NIÑO A Influência nas ocorrências tornádicas em Santa Catarina Orientadora: Prof.ª Doutora Márcia Fuentes Florianópolis SC, 2009

2 1 AGRADECIMENTOS Agradecemos as professoras Eliane Bareta e Márcia Fuentes pela valorosa atenção, pelo suporte didático e orientação. Ao Instituto Tecnológico SIMEPAR, em especial a Cézar G. Duquia, pelas imagens de radar cedidas para uso neste trabalho. À EPAGRI/CIRAM, Maria Laura, pela permissão a acesso e pesquisa em banco de dados, além de uso de informações meteorológicas para complemento de casos aqui estudados. Ao meteorologista João Luiz W. Rolim, pelo gentil envio de informações referentes aos tornados ocorridos em Lebon Régis. À colega Geisa Rocha que facilitou o acesso a importantes referências que nortearam a base desse trabalho. À Marilei Foss, pelo envio de seus trabalhos relacionados a tornados. E a todas as pessoas amigas e familiares que de alguma forma nos ajudaram a elaborar e finalizar esse trabalho.

3 2 RESUMO Explicações sobre os fenômenos meteorológicos El Niño Oscilação Sul (ENOS), El Niño (EN) e La Niña (LN) e uma possível relação com a ocorrência de eventos tornádicos em Santa Catarina (SC) ainda não fazem parte do cenário da pesquisa científica. Esses fenômenos meteorológicos têm grande influência no clima de todo o Globo, inclusive no Estado de Santa Catarina, alterando o regime das precipitações e ocasionando tempo severo. Pelo estudo do fenômeno ENOS, este trabalho consiste em analisar, levantar dados, e comparar, através de uma média climatológica de 33 anos os eventos tornáticos ocorridos em Santa Catarina relacionando setenta e sete (77) casos de tornados ocorridos no Estado de Santa Catarina aos fenômenos El Niño, La Niña e Neutralidade que ocorrem no Oceano Pacífico Equatorial. Como a proposta inicial foi conhecer a casuística de tornados em SC, desprezou-se uma análise sinótica complexa e estudo de caso, o que demandaria tempo e estudo mais profundo, foi feita apenas uma Revisão da Literatura e pesquisas em materiais jornalísticos. Dessa forma apenas se complementaram as ocorrências com imagens de satélite, imagens de radar, dados do Boletim do CPTEC, informações da Defesa Civil, informações de meteorologistas e EPAGRI/CIRAM, imagens de danos locais, para dar visibilidade e suporte simples a aspectos sinóticos encontrados nos dias informados, bem como evidenciar situações conhecidas na literatura científica, como presentes na dinâmica da atmosfera capazes de gerar tornados. Através da análise do material acima citado foi possível visualizar que tornados ocorrem durante todo o ano em Santa Catarina, porém, a maior freqüência de ocorrência se deu no período de La Niña. Já a análise de meses com mais concentração dos eventos tornádicos verificou-se que janeiro, fevereiro e março são os meses que mais registram as ocorrências tornádicas, correspondente ao verão, que concentrou 61,03 % das ocorrências tornádicas, já no outono 9%, no inverno 12,98% e na primavera 16,88%, sendo que anos de influência de El Niño não foram encontradas ocorrências de tornados no outono. Palavras-chaves: El Niño. ENOS. La Nina. Neutralidade. Tornado. Tromba d água.

4 3 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Padrão de circulação no oceano Pacífico Equatorial em anos de Neutralidade...18 FIGURA 2: Evolução do Índice de oscilação Sul desde janeiro de 1951 até janeiro de FIGURA 3: Anomalias de temperatura no Oceano Pacífico...22 FIGURA 4: O Oceano Pacífico Equatorial em condições de EL Niña...23 FIGURA 5: O Oceano Pacífico Equatorial em condições de La Niña...25 FIGURA 6: Mostra a prefeitura de Blumenau cercada de água...41 FIGURA 7: Jato Subtropical sobre Santa Catarina em anos de El Niño...43 FIGURA 8: Visão frontal de uma supercélula com tornado...46 FIGURA 9: Idealização da escala Fujita...48 FIGURA 10: Comparação entre a Escala Fujita antiga com a EF-Scale em uso nos EUA...49 FIGURA 11: Mapa da região do Tornado Alley...50 FIGURA 12: Mapa sobre ocorrência de tornados na Bacia do Prata...51 FIGURA 13: Zonas de maior probabilidade de ocorrências de tornados no mundo...52 FIGURA 14: Mapa mundial de ambientes propícios para gerar tornados ( )...53 FIGURA 15: Encontro de massas de ar sobre a região sul do Brasil...54 FIGURA 16: Canoinhas, SC FIGURA 17: Manchete de jornal com imagem de estragos...65 FIGURA 18: Matéria de jornal informando a ocorrência de tornado em Painel...69 FIGURA 19: Núcleos convectivos associados a frente fria no RS e SC...70

5 4 FIGURA 20: Estragos em Campo Erê...71 FIGURA 21: Linha de instabilidade avançando sobre o litoral norte gaúcho antes do tornado em Passo de Torres...75 FIGURA 22: Frente fria avançando pela região sul do Brasil...76 FIGURA 23: Capa do jornal com imagem da Igreja cortada ao meio, Criciúma 27/01/ FIGURA 24: Notícia da Igreja destruída pelo tornado voltou a funcionar 3 anos após a destruição total...78 FIGURA 25: Linha de tempestade com formação supercelular no momento da formação de tromba d água...80 FIGURA 26: Célula da tempestade em Laguna, nuvem com topo de 16 km...81 FIGURA 27: Danos por vendaval em Capivari de Baixo, 06/02/ FIGURA 28: Supercélula, Laguna, 06/02/ FIGURA 29: Spray giratório de tromba d água em Laguna, 06/02/ FIGURA 30: Imagem realçada do satélite GOES 10, 22/07/ FIGURA 31: Danos decorrentes de tornado em imóveis da zona rural de Campos Novos...85 FIGURA 32: Notícias do vendaval em Chapecó na capa do Jornal Diário Catarinense, SC...86 FIGURA 33: Danos decorrentes do vendaval que atingiu o município...87 FIGURA 34: Capa do Jornal informando a possibilidade de um tornado ter atingido a região...88 FIGURA 35: Célula de tempestade que gerou danos em Içara...89 FIGURA 36: Destruição na rodoviária nova de Correia Pinto, que ainda nem fora inaugurada...91 FIGURA 37: Célula convectiva junto a Correia Pinto, 20/06/ FIGURA 38: Célula de tempestade sobre Zortéa 12/08/ FIGURA 39: Estragos em Zórtea em telhados na mesma rua...94

6 5 FIGURA 40: Notícia sobre possível ocorrência de tornado em Cerro negro...95 FIGURA 41: Eucalipto tombado na Estação do Epagri, em 11/01/ FIGURA 42: Carta de superfície em 18z, de 11/01/ FIGURA 43: Imagem realçada do satélite GOES 10, com o núcleo convectivo que gerou o tornado em Urussanga, 11/01/ FIGURA 44: Danos em imóveis em Sombrio FIGURA 45: Noticia sobre os danos de tornado em Sombrio FIGURA 46: Núcleo convectivo isolado sobre Sombrio, 31/01/ FIGURA 47: Quadra coberta desabada, imagem de Marcelo Becker FIGURA 48: Núcleo convectivo sobre Capivari de Baixo, 01/03/ FIGURA 49: Danos do temporal ocorrido em Criciúma FIGURA 50: Núcleo convectivo sobre Faxinal dos Guedes FIGURA 51: Núcleo convectivo sobre Faxinal dos Guedes FIGURA 52: Formação de tornado, 27/09/2009,14h FIGURA 53: Carta sinótica das 12h45, localizando uma baixa pressão sobre a região Sul FIGURA 54: Núcleos convectivos sobre Fraiburgo FIGURA 55: Cuba retorcida pelo vento, com árvore tombada e galhos partidos ao fundo FIGURA 56: Ginásio totalmente abalado estruturalmente, com ferragens retorcidas visão interna FIGURA 57: Ginásio totalmente abalado estruturalmente, com ferragens retorcidas, visão lateral FIGURA 58: Torre de transmissão tombada com ferragens retorcidas, visão lateral FIGURA 59: Danos internos decorrentes de sucção de telhado FIGURA 60: Célula de tempestade, Araranguá, 28/09/

7 6 FIGURA 61: Núcleo convectivo sobre Campos Novos 14/10/ FIGURA 62: Assinatura do tornado de Campos Novos 14/10/ FIGURA 63: Ocorrências totais de tornados FIGURA 64: Sazonalidade FIGURA 65: Percentual de ocorrências tornádicas FIGURA 66: Trombas d água FIGURA 67: Trombas d água e Tornados FIGURA 68: Meses de maior ocorrência...128

8 7 LISTA DE TABELAS TABELA.1: Anos neutros com duração em meses...19 TABELA 2: Episódios de El Niño, início, final e sua duração em meses...24 TABELA 3: Episódios de La Niña inicio, final e duração em meses...26 TABELA 4: Perdas na safra 1982/83 (Região Sul)...40 TABELA 5: EF-Scale, com conversão de velocidade de vento em Km/h...49 TABELA 6: El Niño/Tornados TABELA 7: La Niña/Tornados TABELA 8: Neutralidade/Tornados TABELA 9: Influência/Estação/Tornados...124

9 8 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS. ASAS - Anticiclone Semifixo do Atlântico Sul CCM - Complexo Convectivo de Mesoescala CDC - Comissão de Defesa Civil do Município CI - Cavado Invertido CIRAM - Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrometeorologia de Santa Catarina CPC - Climate Prediction Center CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos DEDC - Delegacia Estadual da defesa Civil EF-1 - Tornado força 1 na Escala Fujita Aprimorada EF-Scale - Escala Fujita Aprimorada EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina ENOS - El Niño Oscilação Sul EN - El Niño ETA - Modelo Meteorológico EUA - Estados Unidos da América FUJITA - Fujita-Pearson Tornado Intensity Scale GMT- Greenwich Mean Time GPT - Grupo de Previsão de Tempo IOS - Índice de Oscilação Sul JBN - Jatos em Baixos Níveis JPN - Jato Polar Norte JST - Jato Subtropical km/h - Quilômetro por hora LN - La Niña N/C - Não consta a informação NCAR - National Center for Atmospheric Research NCEP- National Centers for Environmental Prediction

10 9 NOAA - Agência Nacional da Atmosfera e Oceano Ma - Mach mp - Massa Polar mta - Massa Tropical Atlântica mtc - Massa Tropical Continental OC - Oscilação Sul PR - Paraná RBS - Rede Brasil Sul RS - Rio Grande do Sul SC - Santa Catarina SP - São Paulo Sr. - Senhor TCU - Cúmulus Congestus TO - Tornado TR - Tromba d água TSM - Temperatura da Superfície do Mar TV - Televisão VC - Vórtices Ciclônicos VCAN - Vórtice Ciclônico em Altos Níveis Z - Zulu ZCAS - Zona de Convergência do Atlântico Sul ZCIT - Zona de Convergência Intertropical

11 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivos Específicos JUSTIFICATIVA CARACTERIZAÇÃO DA NORMALIDADE - OCEANO PACÍFICO EQUATORIAL DEFINIÇÃO Anos Neutros CARACTERIZAÇÃO DOS FENÔMENOS ENOS, EL NIÑO E LA NIÑA ENOS - El Niño Oscilação Sul Definição El NIÑO Definição Anos de El Niño LA NIÑA Definição Anos de La Niña CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA EM SANTA CATARINA CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA Sistemas estáveis Sistemas Instáveis EFEITOS DE EL NIÑO E LA NIÑA NO SUL DO BRASIL Efeitos de El Niño Um dos El Niños mais intensos do século: 1982/ Efeitos de la Niña...41

12 Um dos La Niñas mais intensos do século: 1988/ ENOS, EL NIÑO e LA NIÑA INFLUENCIANDO O CLIMA CATARINENSE TORNADOS TORNADOS EM SANTA CATARINA DEFINIÇÃO ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO DOS TORNADOS CORREDOR DOS TORNADOS NA AMÉRICA DO SUL A FORMAÇÃO DE TORNADOS NO SUL DO BRASIL ESTADO DA ARTE HISTÓRICO DOS TORNADOS EM SANTA CATARINA Cidades com ocorrências tornádicas em SC Cidade com ocorrência em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em Cidades com ocorrências em

13 12 5 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS ANEXOS ANEXO A Episódios de tornados e trombas d água em Santa Catarina de 1976 a ANEXO B Distribuição espacial dos tornados em SC de 1976 a ANEXO C Tornados pesquisados e classificados ANEXO D Tornados e trombas d água ocorridos em Santa Catarina ANEXO E Localização de trombas d água em Santa Catarina ANEXO F Resumo de dados sobre Trombas d água em Santa Catarina ANEXO G Tornado destrói 1 km de floresta ANEXO H Até agora me arrepio ANEXO I Sul do Estado revive o drama do Catarina ANEXO J Três ficam feridos em temporal na terça-feira ANEXO K Vendaval e granizo atingem Correia Pinto ANEXO L Hospital de cidade atingida por tornado em SC ainda tem 20 leitos interditados ANEXO M Tragédia em Capivari: Previsão é de mais temporais ANEXO N Tornado destrói na Serra Catarinense ANEXO O Tempo Severo castiga mais uma vez o Rio grande do Sul e Santa Catarina ANEXO P Decreto no 185 Correia Pinto ANEXO Q Episódios de El Niño, La Niña e Neutralidade, CPC,

14 13 1 INTRODUÇÃO Explicações sobre os fenômenos meteorológicos El Niño Oscilação Sul (ENOS), El Niño (EN) e La Niña (LN) e uma possível relação com a ocorrência de eventos tornádicos em Santa Catarina (SC) ainda não fazem parte do cenário da pesquisa científica. Na América do Sul, grande parte da variabilidade interanual do tempo e clima, principalmente das precipitações e eventos severos, é modulada pelos efeitos do fenômeno El Niño Oscilação Sul no Oceano Pacífico Equatorial (GRIMM, 2009). O fenômeno ENOS foi caracterizado por Gilbert Walker, devido à variação da pressão atmosférica nos extremos leste e oeste do Oceano Pacífico. No entanto, a dinâmica sazonal que ocorre na região Sul do Brasil, principalmente no Estado de Santa Catarina pode ser modificada quando há interferências do ENOS. Isto se dá tanto em sua fase quente ou negativa (EL Niño), quanto fria ou positiva (La Niña), influenciando no ritmo climático da região, podendo causar chuvas e estiagens, respectivamente (BERLATO e FONTANA, 2003). O fenômeno El Niño pode ser caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Este aquecimento produz mudanças na posição da convecção das águas do Pacífico, causando alterações nas condições climáticas em várias regiões ao redor do planeta. No Brasil, extremos deste fenômeno estão associados a ocorrências de secas no Nordeste e enchentes no Sul e Sudeste. Nos anos de 1982/83 o sistema climático global exibiu a maior variabilidade observada no século. Os desastres climáticos ocorridos neste período são exemplos das conseqüências de um El Niño de magnitude histórica, responsável pela maior enchente do século na região Sul do Brasil. Já o fenômeno La Niña corresponde ao resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. E durante os eventos de La Niña, as anomalias climáticas são geralmente inversas às observadas durante o El Niño (OLIVEIRA, 2003). Em condições de La Niña o globo Terrestre sofre várias modificações, através do resfriamento acima do normal no Pacífico que acaba alterando a circulação dos ventos,

15 14 acelerando a atuação de frentes frias, contabilizando recordes de baixas temperaturas, além de causar seu principal efeito, as secas severas. Segundo Schaefer & Marzban (2000), possíveis relações entre El Nino/La Nina e a ocorrência de tornados nos Estados Unidos foi estudada recentemente. As conclusões foram bastante variadas e indicaram que entre os meses de fevereiro e julho, em anos de El Niño ocorria uma diminuição acentuada no número de tornados no Tornado Alley, Arkansas, Louisiana, e Iowa. Porém, em Ohio e Tennessee, as ocorrências aumentavam consideravelmente durante anos de La Niña. O autor informou que foram contabilizados tornados anualmente, tempestades de granizo e tempestades de vento, no Missouri. Notou que na região teve mais tornados em anos de La Niña que em anos de El Niño. No entanto, tempestades de granizo e vento eram mais freqüentes em épocas de El Niño. Os referidos autores pesquisaram a relação da temperatura da superfície do mar no Pacífico tropical e os tornados nos Estados Unidos da América (EUA) e de acordo com achados informaram que o El Niño parece não ter nenhuma correlação positiva com a atividade tornádica nos EUA (SCHAEFER e MARZBAN, 2000). No Brasil, os tornados têm adquirido maior visibilidade em anos recentes. Os equipamentos eletrônicos de mídia digital têm documentado fartamente os eventos tornádicos. Os meios de comunicação divulgam danos e tragédias pessoais, e os governos contabilizam prejuízos quando uma tempestade tornádica devasta uma cidade. A intensidade que os tornados alcançam tornam esses fenômenos um dos principais responsáveis pela ocorrência do desastre natural em diferentes partes do globo (MARCELINO et al., 2004). Em contraponto ao desastre gerado por um tornado que é catastrófico quando se faz presente, pouco se encontram pesquisas sobre o assunto, e percebe-se, então, a escassez de estudos de tornados no Brasil. Alguns centros de meteorologia brasileiros (Climatologia Urbana de São Leopoldo, METSUL, SIMEPAR, CPTEC, EPAGRI/CIRAM, CLIMATERRA, CLIMATEMPO, CEPAGRI) sempre informaram sobre a ocorrência de tornados e pesquisadores fizeram importantes trabalhos para que a visualização do fenômeno fosse possível a nível climatológico (DYER, 1986; NECHET, 2002; MARCELINO, 2000, MARCELINO 2003)

16 15 outros fizeram estudos de caso (LIMA, 1982; SILVA DIAS e GRAMMELSBACHER, 1991; MENEZES, 1994; MASSAMBANI, 1998; ANTONIO, 1995; NASCIMENTO, 2004; NASCIMENTO, 2005; NASCIMENTO, 2006) gerando dados relacionados à formação e dinâmica atmosférica no momento em que o fenômeno deixou suas marcas em solo. O estudo sobre tornados em Santa Catarina é recente, pesquisas científicas começaram a ser desenvolvidas na década atual (MARCELINO, 2000; MARCELINO, 2003; MARCELINO, 2004; MARCELINO, 2005; NASCIMENTO e MARCELINO, 2005; FOSS e PAMPUCH, 2008; CARDOSO et al., 2008; CRUZ et al., 2008; SILVA, 2009), mesmo assim o Estado, segundo Brooks e Dotzek (2007), situa-se em uma das áreas de maior probabilidade de ocorrência de tornados no mundo. Em um resumo sobre o verão atípico de 2007/2008, Cruz et al (2008) afirmam que Santa Catarina é propícia à ocorrência de fenômenos como tornados, por sua localização geográfica e orográfica, devido ao encontro das massas de ar tropical e extratropical o que constitui uma região frontogenética. Os autores contabilizam dois tornados e uma tromba d água em Santa Catarina durante esse verão, com queda de granizo e ventos fortes, por ocasião de passagem de frentes frias. Os autores informaram que o verão de 2007/2008 foi influenciado pelo fenômeno La Nina, e os temporais que ocorreram no estado precipitaram granizo e foram acompanhados de ventos fortes durante a passagem de frentes frias. A riqueza da fenomenologia climática catarinense e o entendimento das combinações atmosféricas que regem o dia a dia do estado emerso em desastres é o foco deste trabalho. 1.1 OBJETIVOS Os objetivos desse trabalho consistiram em analisar, levantar dados, e comparar, através de uma média climatológica de 33 anos os eventos tornádicos ocorridos em Santa Catarina com o fenômeno ENOS.

17 Objetivo Geral Verificar a influência do fenômeno El Niño e La Niña nas freqüências de ocorrência de eventos tornádicos em Santa Catarina Objetivos Específicos Os objetivos específicos que nortearam a pesquisa são: a) conhecer o fenômeno ENOS; b) verificar a influência do ENOS nas freqüências de ocorrência de tornados no EUA; c) conhecer o clima de Santa Catarina; d) analisar características de tornados em Santa Catarina; e) fazer levantamento histórico de tornados em Santa Catarina; f) comparar as freqüências de eventos tornádicos com eventos ENOS, num período de 33 anos. 1.2 JUSTIFICATIVA Estabelecer uma climatologia dos tornados em Santa Catarina é algo que norteou pesquisas recentes. Renovar e ampliar esses dados é algo muito importante para gerar novos referenciais e aprofundar o entendimento de fenômenos tornádicos no cenário do Estado catarinense, que é um estado que demarca sua história com eventos severos ligados ao clima e aos desastres naturais. Na tentativa de reconhecer vínculos consistentes que possibilitem estabelecer relações entre os fenômenos El Niño, La Niña e neutralidade e o entendimento na influência ou não na freqüência de ocorrências tornádicas no estado catarinense, colaboram na produção de dados e resultados para o entendimento do que ocorre na atmosfera e em superfície e do que pode tornar-se um parâmetro atmosférico potencial ou não. Este estudo climatológico ampara estudos futuros focados nos tornados, bem como no entendimento dos fenômenos que influenciam na atmosfera do estado catarinense.

18 17 2 CARACTERIZAÇÃO DA NORMALIDADE - OCEANO PACÍFICO EQUATORIAL À compreensão de como funciona a circulação atmosférica e marítima em anos com ocorrência de El Niño e La Niña, necessita, primeiramente, entender como é o padrão de circulação no Oceano Pacífico Equatorial nos anos sem anormalidades, ou seja, sem a atuação desses fenômenos. 2.1 DEFINIÇÃO Os ventos alísios, que sopram de leste para oeste, sobre a superfície do oceano Pacífico Equatorial, fazem as águas mais quentes se acumularem na parte ocidental do oceano, junto à Indonésia. Como a temperatura das águas nessa região está maior, há mais evaporação e conseqüentemente maior formação de nuvens e chuva. A atuação dos ventos alísios favorece a ressurgência na parte oriental do Pacífico Equatorial, próximo à costa oeste da América do Sul. Esse mecanismo é responsável pela afloração das águas mais profundas do oceano, que segundo (OLIVEIRA, 2003) são mais frias e ricas em nutrientes e microorganismos que servem de alimento para os peixes, tornando a região uma das mais piscosas do mundo. A diferença de temperatura na superfície do oceano Pacífico Equatorial, forma uma região que separa as águas quentes a oeste, das águas frias a leste, denominada Termoclina. Que é mais rasa junto à costa oeste da América do Sul e mais profunda no Pacífico Equatorial Ocidental, como pode ser observado na Figura 1.

19 18 Fonte: OLIVEIRA, FIGURA 1: Padrão de circulação no oceano Pacífico Equatorial em anos sem a presença de El Niño e La Niña A circulação atmosférica no Oceano Pacífico Equatorial forma a Célula de Walker, onde o ar é deslocado de leste para oeste pelos ventos alísios em baixos níveis e na direção contrária pelos ventos contra alísios em altos níveis, juntamente com o ar ascende no Oceano Pacífico Equatorial Central e Ocidental. Responsável pelas chuvas na Indonésia, e descende no Oriental, que impede a formação de nuvens e chuvas na costa da América do Sul (OLIVEIRA, 2003) Anos Neutros Na Tabela 1, constam os anos em que a interação oceano-atmosfera encontrava em condição normal, de neutralidade, isto é, não tinha nenhuma atuação dos fenômenos El Niño e La Niña.

20 19 TABELA 1: Anos neutros com duração em meses. Início do evento ANOS DE NEUTRALIDADE Fim do evento Duração (meses) 06/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Fonte: Adaptação de Climate Prediction Center (CPC), Estados Unidos da América (E.U.A) 2.2 CARACTERIZAÇÃO DOS FENÔMENOS ENOS, EL NIÑO E LA NIÑA O fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS) mostra a interação oceano-atmosfera, já El Niño e La Niña são fenômenos associados ao aquecimento ou resfriamento da temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial, resultando efeitos diversos no clima do planeta ENOS - El Niño Oscilação Sul El Niño Oscilação Sul caracteriza-se por ser um fenômeno atmosférico de grande escala que ocorre no Oceano Pacífico e relaciona-se a dois mecanismos que revelam a ligação existente entre o oceano e a atmosfera Definição

21 20 O fenômeno El Niño Oscilação Sul mostra de forma marcante o forte acoplamento oceano-atmosfera que se manifesta no Oceano Pacífico Equatorial. O El Niño (EN) representa o componente oceânico, como será explicado mais a frente, enquanto a Oscilação Sul (OS) correlaciona a inversibilidade entre a pressão atmosférica nos extremos leste e oeste do Oceano (BERLATO e FONTANA, 2003). Esta correlação foi comprovada pelo matemático britânico Gilbert Walker na década de 1920 e é conhecida como gangorra barométrica. Analisaram-se duas estações meteorológicas, uma no Oceano Pacífico e outra no Índico e verificou-se que, quando a pressão aumentava no Oceano Pacífico, diminuía no Oceano Índico e vice-versa. Além da variação de pressão percebidas nos oceanos, também se leva em conta a grande extensão da região onde ocorrem às anomalias da Temperatura da Superfície do Mar no Pacífico e somado a grande capacidade de um fluído, como a água, em transportar energia faz com que os fenômenos provoquem mudanças no padrão normal de circulação atmosférica. Por isso, a ocorrência do ENOS é vista como o principal agente das anomalias climáticas que ocorrem em várias partes do globo. O fenômeno ENOS pode ser quantificado pelo Índice de Oscilação Sul (IOS). Este índice representa a diferença entre a pressão atmosférica reduzida ao nível médio do mar entre o Oceano Pacifico Central (Taiti) e o Oceano Pacífico do Oeste (Darwin/Austrália). Esse índice se relaciona com as mudanças na circulação atmosférica nos níveis baixos da atmosfera, conseqüência do aquecimento/resfriamento das águas superficiais na região (OLIVEIRA, 2003). Quando os valores são negativos ocorre o El Niño, já os valores positivos são indicadores da La Niña e valores próximos de zero indicam anos normais, como se pode observar nas oscilações apresentadas na Figura 2.

22 21 Fonte: OLIVEIRA, 2003, p.20. FIGURA 2: Evolução do Índice de oscilação Sul desde janeiro de 1951 até janeiro de 1998 A observação das condições do Oceano Pacífico Equatorial é considerada essencial para a predição de curto período de variações climáticas, pois, além do monitoramento no Oceano através do IOS, a Agência Nacional da Atmosfera e Oceano (NOAA), dos Estados Unidos, opera uma rede de bóias que medem temperatura, correntes e ventos na faixa equatorial. Assim, estes equipamentos transmitem diariamente dados que são colocados à disposição, em tempo real, de pessoas e instituições envolvidas com pesquisa e previsão de tempo em todo o globo terrestre. 2.3 El NIÑO A palavra El Niño em espanhol significa o menino, e se refere à presença de águas quentes que todos os anos apareciam na costa norte do Peru na época de Natal. Os pescadores do Peru e Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Menino Jesus Definição El Nino é o fenômeno natural e ao mesmo tempo um componente oceânico que está associado ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial, entre a costa peruana e australiana, que afeta o clima de muitos países da América do Sul,

23 22 inclusive o Brasil. Este fenômeno resulta em excessiva precipitação em algumas regiões bem como seca em outras e representa uma alteração do sistema oceanoatmosfera com conseqüências climáticas em todo o planeta. Constata-se não somente a presença das águas quentes da Corrente El Niño, mas também mudanças na atmosfera próxima à superfície do oceano, com o enfraquecimento dos ventos alísios, que sopram de leste para oeste na região equatorial, podendo até inverter de sentido, passando a soprar de oeste. Segundo Oliveira (2003) devido a esse enfraquecimento há uma diminuição no acúmulo de água quente no Oceano Pacífico Oeste - anomalia da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) - que fica mais acentuada no Oceano Pacífico Equatorial e costa oeste da América do Sul. E também afeta a ressurgência das águas frias do Oceano Pacífico Leste, pois existe a diminuição da diferença de temperatura e de pressão entre leste e oeste, reduzindo ainda mais os ventos alísios. Com o aquecimento do oceano e o enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas determinadas mudanças nos padrões de transporte de umidade, e, portanto variações na distribuição das chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas. A Figura 3 representa as diferentes temperaturas do Oceano Pacífico e, nas cores avermelhadas, as temperaturas mais elevadas. Fonte: NOAA, dez FIGURA 3: Anomalias de temperatura no Oceano Pacífico. A termoclina (fronteira entre a água quente superficial e a água quente do fundo), em tempos de El Niño, adquire menor inclinação, tornando-se mais profunda no Pacífico leste, costa da América do Sul e mais rasa no Pacífico oeste (Indonésia). No entanto, quando ocorre o evento de El Niño muito forte, a Termoclina se transforma em uma

24 23 superfície plana em todo o Oceano Pacífico Tropical. Com isso, passa a existir uma diminuição nas ressurgências, fazendo com que animais marinhos busquem alimentos nas áreas mais profundas do oceano; este fato faz com que haja muitos prejuízos na atividade pesqueira, aliando-se numa diminuição na população de pássaros (OLIVEIRA, 2003). A Figura 4 mostra a Termoclina na região do Equador e as condições gerais de formação do fenômeno El Niño. Acima tem a célula de Walker (nebulosidade) e as convecções marítimas e atmosféricas indicadas por setas. Fonte: OLIVEIRA, FIGURA 4: O Oceano Pacífico Equatorial em condições de EL Niño Com o aquecimento das águas no Oceano Pacífico Central, há um deslocamento da Célula de Walker (alta pressão atmosférica) para leste. Esse deslocamento força o ramo de ar descendente a posicionar-se sobre o continente sul-americano, provocando condições favoráveis de estiagem sobre a Amazônia e, em alguns destes eventos mais intensos, sobre o Nordeste do Brasil. A Temperatura da Superfície do Mar (TSM) se estende em grande extensão do Oceano Pacífico Central e próximo à costa oeste da América do Sul. Em anos de El Niño mais intenso, a diferença pode chegar a mais que 5ºC em relação aos valores normais. No Oceano Pacífico Equatorial Oeste, as águas

25 24 quentes ficam mais concentradas sobre a Linha Internacional de Data (180ºW) e ficam menos quentes próximos à Indonésia e norte da Austrália. Outra conseqüência de um El Niño é a alteração do clima em todo o Pacífico equatorial: as massas de ar quentes e úmidas acompanham a água mais quente, provocando chuvas excepcionais na costa oeste da América do Sul e secas na Indonésia e Austrália. Pensa-se que este fenômeno é acompanhado pelo deslocamento de massas de ar a nível global, provocando alterações do clima em todo o mundo. E hoje a ligação entre os efeitos climáticos em diferentes partes do globo com o "El Niño" está razoavelmente estabelecida Anos de El Niño Na Tabela 2, mostram-se dados temporais do efeito El Niño com sua respectiva intensidade. As células em azul da duração de El Niño indicam eventos acoplados desse fenômeno, os dados utilizados para análise provêm de pesquisas do Dr. John Janowiak do Climate Prediction Center (CPC) - Estados Unidos da América. TABELA 2: Episódios de El Niño, início, final e sua duração em meses. Início do evento ANOS DE EL NIÑO Fim do evento Duração (meses) Intensidade Do El Niño 08/ / Fraco 09/ / Fraco 04/ / Forte 08/ / Moderado 04/ / Moderado 05/ / Moderado 05/ / Forte 05/ / Moderado 06/ / Fraco 08/ / Fraco 09/ / Fraco Fonte: Adaptação de OLIVEIRA, LA NIÑA

26 25 O termo La Niña ("a menina", em espanhol) surgiu, pois o fenômeno se caracteriza por ser oposto ao El Niño. Pode ser chamado também de episódio frio, tanto que algumas pessoas chamam La Niña de anti-el Niño. Portanto, La Niña é conhecida como a menina das águas frias Definição O fenômeno La Niña corresponde ao resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, formando uma piscina de águas frias nesse oceano. À semelhança do El Niño, porém apresentando uma maior variabilidade do que este, tratando de um fenômeno natural que produz fortes mudanças na dinâmica geral da atmosfera, altera o comportamento climático (OLIVEIRA, 2003). Em anos de La Niña os ventos alísios mostram-se mais intensos que o habitual (média climatológica) e as águas mais frias, que caracterizam o fenômeno, estendem-se numa faixa cerca de 10 graus de latitude ao longo do Equador desde a costa peruana até aproximadamente 180 graus de longitude no Oceano Pacífico Central. Observa ainda, uma intensificação da pressão atmosférica no Oceano Pacífico Central e Oriental em relação à pressão no Oceano Pacífico Ocidental. Fonte: OLIVEIRA, FIGURA 5: O Oceano Pacífico Equatorial em condições de La Niña A intensificação dos ventos alísios influencia diretamente dois fatores em condições de La Niña. A termoclina que por um lado aumenta, fazendo com que exista um aumento

27 26 na ressurgência, ou seja, virão mais nutrientes das profundezas para a superfície do Oceano, melhorando a atividade pesqueira na costa oeste da América do Sul. Por outro lado, as águas mais quentes ficarão represadas mais a Oeste que o normal o que significa mais evaporação e, conseqüentemente, movimentos ascendentes que por sua vez geram nuvens e que também formam a célula de Walker que tende a ficar mais alongada em anos de La Niña (OLIVEIRA, 2003). Já os valores das anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) em anos de La Niña têm desvios menores que em anos de El Niño uma vez que são observadas as anomalias de até 4 e 5ºC acima da média em El Niño, e em La Niña as maiores anomalias observadas não chegam a 4ºC abaixo da média. Em geral, um episódio de La Niña começa a se desenvolver em certo ano, atingindo sua intensidade máxima no final daquele ano, vindo a dissipar-se em meados do ano seguinte. O episódio pode, no entanto, durar até dois anos. Os eventos de La Niña favorecem a chegada de frentes frias até a região Nordeste do Brasil, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas (OLIVEIRA, 2003, p.56). De acordo com as avaliações de tempo e clima, de eventos de La Niña ocorridos no passado, verificou-se que o La Niña apresentou maior variabilidade, enquanto os episódios de El Niño apresentam um padrão mais consistente Anos de La Nina Na Tabela 3, são citados os anos em que o Episódio La Niña esteve em atuação no Oceano-Atmosfera e a célula destacada em azul indicam evento acoplado. Além de constar à intensidade do fenômeno de cada ano. TABELA 3: Episódios de La Niña inicio, final e duração em meses. Início do evento ANOS DE LA NIÑA Fim do evento Duração (meses) Intensidade Do La Niña 01/ / Moderado 10/ / Moderado 05/ / Forte 09/ / Fraco 07/ / Moderado 10/ / Fraco 09/ / Moderado 12/ / Fraco Fonte: Adaptação de OLIVEIRA, 2003.

28 27 3 CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA EM SANTA CATARINA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA Os sistemas atmosféricos que atuam no sul do Brasil apresentam características que os diferenciam conforme a dinâmica de atuação, de uma forma geral, os sistemas podem ser estáveis ou instáveis, porém isso não indica que agem de forma independente, uma vez que diferentes sistemas atmosféricos podem interagir. Neste capítulo descreve-se o clima de SC conforme Monteiro (2007) Sistemas Estáveis Classificadas como sistemas estáveis, as altas pressões atmosféricas ou anticiclones fazem parte da climatologia catarinense e estão associadas às poucas formações de nuvens e precipitações. Sua principal característica é a uniformidade de temperatura, pressão atmosférica e umidade, próximo à superfície. Além dos anticiclones, são considerados sistemas estáveis: a Massa Polar, responsável pelas baixas temperaturas; a Massa Tropical Continental e a Massa Tropical Atlântica, ambas são massas de ar quente, sendo esta mais úmida do que aquela. A Massa Tropical Continental (mtc) é caracterizada por conter ar quente e seco, pois funciona como uma barreira em altos níveis da atmosfera que não deixa a umidade proveniente de outra área avançar. Suas atuações na região sul do Brasil são restritas ao verão, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro, e pouco notáveis em comparação a outras regiões como o centro-oeste. Diferentemente das outras massas de ar citadas acima, a mtc não possui anticiclone à superfície, ao contrário muitas vezes ao ocorrer convergência surge uma baixa pressão, especialmente quando ocorre frontogênese, ou seja, formação de uma frente, sobre o Uruguai. Essa baixa pressão é denominada de baixa do Chaco, baixa continental ou baixa do interior. Além disso, o forte calor com valores acima de 30ºC, mesmo nas regiões topograficamente mais altas

29 28 como a Serra Gaúcha e o Planalto Sul Catarinense, é característico dessa massa, sendo que quanto mais tempo ela atuar sobre uma região, mas altas se tornam as temperaturas. A Massa Tropical Atlântica (mta) apresenta seu centro de ação, o Anticiclone Semifixo do Atlântico Sul (ASAS), próximo ao Trópico de Capricórnio, sobre o oceano Atlântico. Devido à subsidência de ar, a área ao redor do centro de ação é muito estável, porém na costa da região sul do Brasil a subsidência é menor e a camada de inversão térmica se encontra mais alta, mesmo assim, ajuda manter a estabilidade. A atuação desse sistema atmosférico é praticamente perceptível em todo o ano na região sul, sendo que no verão devido ao aquecimento do continente o ASAS é mais fraco, podendo gerar no final da tarde convecção na costa, causando as típicas chuvas de verão e no inverno, devido ao continente estar mais frio, o centro de ação se torna mais estável, ocasionando céu limpo e muitas vezes impedindo a entrada de frentes frias no sul do Brasil. A Massa Polar (mp) é determinada pelo anticiclone polar, de característica migratória e que se organiza sobre o Atlântico, nas latitudes da Patogônia. A trajetória desse anticiclone influencia fortemente as condições de tempo no sul do Brasil, quando ela é continental determina ar seco, inibindo a formação de nuvens e causando uma grande amplitude térmica, e quando ela está sobre o oceano Atlântico a leste do Uruguai e do Rio Grande do Sul, há mais formação de nuvens, favorecendo a ocorrência de chuvas isoladas em toda a costa da região sul do Brasil, devido à circulação marítima. A dinâmica atmosférica associada aos diversos sistemas que ocorrem na região sul do Brasil pode ser alterada quando há interferência dos bloqueios atmosféricos, que são caracterizados pela alta de bloqueio, um sistema de alta pressão que se desenvolve em torno da latitude de 45 S, onde os ventos são de oeste. Essa alta, após se estabelecer, impede a passagem de sistemas transitórios, como as frentes frias, anticiclones e ciclones para menores latitudes. Os bloqueios atmosféricos são mais freqüentes em anos com a atuação de La Niña e menos freqüentes em anos com a ocorrência de El Niño (MARQUES E RAO, 1996 apud MONTEIRO, 2007). Sobretudo nos anos de La Niña, os bloqueios atmosféricos ocorrem principalmente no mês de maio, e nos anos de El Niño nos meses de junho e julho (FUENTES, 1996). A atuação de bloqueios

30 29 atmosféricos em Santa Catarina impede o avanço de sistemas produtores de chuva, como as frentes frias, tornando o tempo estável com poucas nuvens, temperaturas elevadas e baixa umidade relativa do ar. A persistência dessa situação provoca estiagens muito freqüentes no mês de maio, quando ocorrem os veranicos, devido à ocorrência de massas de ar quentes e secas Sistemas Instáveis Os sistemas atmosféricos instáveis são responsáveis pelas chuvas e pela pequena amplitude térmica devido à grande quantidade de vapor d água, uma vez que estão associados, de forma geral, às massas de ar quentes e úmidas, onde ocorre a ascensão do ar quente, e aos contrastes térmicos entre duas massas de ar de diferentes densidades. Na região sul do Brasil, ocorre a passagem de sistemas instáveis, como as frentes frias, pelo menos uma vez por semana, interferindo nas condições de tempo durante todo ano. A frente fria é um sistema de baixa pressão alongado, geralmente associado a duas baixas pressões fechadas onde o ar converge, uma sobre o continente na região do Chaco argentino (baixa do Chaco) e outra sobre o oceano Atlântico que, por vezes desenvolve um ciclone extratropical. Ela resulta do encontro de duas massas de ar de densidades diferentes, sendo que, quanto maior essa diferença, mais ativa a frente fria se torna, resultando em instabilidade, formação de nuvens cumulonimbus, granizo, pancadas de chuva e ventos fortes. Ou seja, uma frente fria se forma, quando o ar polar, mais denso, avança em direção ao ar mais quente e menos denso, fazendo-o ascender e, consequentemente, resfriar e condensar, formando as nuvens e originado as chuvas. Na região sul do Brasil, a atuação das frentes frias varia conforme as estações do ano, sendo que no verão elas são mais ativas sobre o oceano Atlântico, porém mesmo assim, ocasionam chuva, pois ao se deslocarem, na costa brasileira, em direção ao equador, organizam nebulosidades convectivas no interior do continente (UVO, 1998 apud MONTEIRO, 2007). Além disso, a passagem de frentes frias nessa época do ano

31 30 é responsável por alterações na direção dos ventos e na temperatura, que apresenta um pequeno declínio (RODRIGUES, 2003). No outono as frentes frias apresentam um trajeto mais continental e devido às incursões de massas de ar mais frias após a passagem frontal, há uma dinâmica de aumento e diminuição da temperatura, porém que não se repete durante toda a estação, pois, é comum a atuação de bloqueios atmosféricos que impedem a passagem de frentes frias para menores latitudes, modificando as condições de tempo na região sul. Entretanto no inverno, as frentes frias são os sistemas atmosféricos mais importantes na distribuição de precipitação no sul do Brasil, pois o continente está mais frio e as massas de ar provenientes das grandes latitudes tornam-se mais intensas e continentais, gerando chuvas fortes e bem distribuídas. Na primavera as frentes frias apresentam um deslocamento menos continental e são mais freqüentes do que nas outras estações do ano. Após a passagem de frentes frias pela região sul, nos meses de setembro e outubro, ocorrem episódios de frios intensos que diminuem as temperaturas e que pode formar geadas nas áreas de maior altitude e até mesmo neve no mês de setembro no Planalto Sul de Santa Catarina. No entanto ao final da primavera o tempo torna-se mais estável no sul do Brasil, o que pode resultar em estiagens, devido à atuação da Massa Tropical Continental em conjunto com a grande quantidade de horas de brilho solar. A convecção está associada ao ar que em contato com a superfície aquece e se eleva na atmosfera sob a forma de correntes ascendentes espiraladas, esse ar, à medida que sobe, resfria-se e se torna saturado formando as nuvens cumulus. Nesse processo, há o predomínio de correntes ascendentes em relação às descendentes, fazendo com que as nuvens tendam a crescer verticalmente até atingirem o estado de cumulonimbus. No entanto, quando há o predomínio de correntes descendentes ocorre precipitação e rajadas de vento á superfície, além da dissipação das nuvens. Essas correntes ascendentes e descendentes são as maiores responsáveis pelas chuvas de verão que ocorrem na região sul. A convecção é fundamental para a geração dos tornados, os quais têm maior ocorrência em Santa Catarina no verão (OLIVEIRA, 2000), e que se originam das nuvens cumulonimbus, quando o ar se encontra muito instável.

32 31 A intensidade do processo convectivo não depende exclusivamente das altas temperaturas em superfície, pois para gerar chuva em toda a Região sul do Brasil, o ar precisa receber umidade de outras regiões. Por isso, a posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), os jatos em baixos níveis (JBN) e a Cordilheira dos Andes são muito importantes para o transporte de umidade, tanto do Atlântico Norte quanto da Amazônia para o sul do Brasil. A ZCIT é uma área alongada de baixa pressão entre duas altas subtropicais dos hemisférios e resulta da convergência dos ventos alísios de nordeste da Alta dos Açores e de sudeste do Anticiclone Semi-fixo do Atlântico Sul (ASAS), além disso, caracteriza-se por ser migratória, seguindo o verão em cada hemisfério e por gerar tempo instável, com a formação de nuvens cumulonimbus. Ao se deslocar para o hemisfério sul, a ZCIT provoca um aumento na umidade e nas chuvas nas regiões norte, nordeste, centro-oeste e sudeste do Brasil, no entanto o transporte de umidade e calor para a região sul é efetuado através dos Jatos em Baixos Níveis, que por causa da Cordilheira dos Andes sofrem uma deflexão (OLIVEIRA, 1986 apud MONTEIRO, 2007). Nas áreas influenciadas pelos JBN o tempo se torna instável e com nuvens que apresentam aglomerados isolados de cumulunimbus. Existem outros fatores que reforçam o processo convectivo, tais como a passagem de frentes frias sobre pelo oceano, formação de baixas pressões à superfície e a circulação marítima. Baixa pressão, sistema de baixa e ciclone são denominações para um sistema atmosférico em que ocorre convergência de ventos e giro no sentido horário no hemisfério sul, devido à força de Coriólis. Em geral, é formado pela contraposição de massas de ar com características opostas, ou seja, massas de ar frio polares e quentes tropicais, ao longo de uma frente fria. Pode também ser originado a partir de vórtices ciclônicos (VC), os quais se propagam desde o Oceano Pacífico, da intensificação do jato subtropical, ou de cavados à superfície. A baixa pressão a superfície é responsável pela organização de precipitação na Região Sul do Brasil (SILVA DIAS E MARENGO, 2002 apud MONTEIRO, 2007) e pela atração de umidade proveniente da

33 32 Amazônia e do Atlântico Norte. Em Santa Catarina esse sistema é muito freqüente e associado ao processo convectivo no verão, torna-se mais instável gerando nuvens e temporais com granizo isolado e vento forte no lado leste da baixa pressão, e no lado oeste, em muitos casos, o tempo é estável e seco. A Baixa do Chaco é um sistema atmosférico que se forma em uma estreita zona baixa, quente e árida, a leste da Cordilheira dos Andes e ao sul do Trópico de Capricórnio, que corresponde ao Chaco argentino-paraguaio (NIMER 1979 apud MONTEIRO, 2007) e se instala quando há um avanço de sistemas frontais em direção ao Sul do Brasil, servindo de ligação entre a frente fria sobre o Oceano Atlântico e a instabilidade vinda das baixas latitudes favorecidas pelos jatos. Está associada à presença de aglomerados de cumulunimbus que provocam temporais com relâmpagos, trovões, chuva forte, granizo e vendaval. Na Região Sul do Brasil, com a atuação da baixa do Chaco, o tempo fica instável com grande volume de chuva, principalmente no noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná, além de gerar pancadas de chuvas associadas à trovoadas na área costeira, pois o processo convectivo ganha mais umidade. Porém quando não existe ingresso de umidade suficiente ou os ventos fortes em 850hPa forem desviados para outra área, pela atuação da Massa Tropical Continental sobre o interior do continente, a baixa do Chaco não se torna ativa e o processo convectivo é mais expressivo somente na costa da região sul, pois as frentes frias se deslocam sobre o oceano Atlântico. Com a persistência dessa estabilidade podem ocorrer estiagens no interior, sendo assim, a baixa do Chaco é imprescindível para a boa distribuição de precipitação na região sul. O Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) é um aglomerado de nuvens convectivas com forma circular que se origina sobre o Paraguai e norte da Argentina durante a madrugada, deslocando-se posteriormente para leste e atingindo a Região Sul do Brasil, sendo que ao meio dia o sistema perde totalmente sua atividade (SILVA DIAS e MARENGO, 2002 apud MONTEIRO, 2007).

34 33 Os CCM s têm duração maior do que um sistema convectivo isolado e são mais freqüente nos meses de setembro e outubro (FIGUEIREDO e SCOBAR, 1996), os quais são caracterizados por serem os mais chuvosos em alguns municípios de Santa Catarina. Por influência desses sistemas, todas as regiões catarinenses apresentam, nesses meses, menos horas de insolação (MONTEIRO, 2001 apud MONTEIRO, 2007). Os CCM s surgem pela aproximação de uma frente fria e se juntam a ela formando um único sistema, uma frente fria de forte intensidade, ou desenvolvem-se isoladamente, mas para que esse sistema se forme e adquira suas características de instabilidade é preciso que ocorra forte advecção de ar quente e úmido proporcionada por jatos em baixos níveis vindos da Amazônia (VELASCO; FRITSCH, 1987 apud MONTEIRO, 2007). O tempo associado aos CCM s é instável com presença de nuvens cumulunimbus e nimbustratus, pancadas fortes de chuva, intensas rajadas de vento, granizo isolados e até tornados (SILVA DIAS, 1996 apud MONTEIRO, 2007). O Ciclone Extratropical é um sistema atmosférico originado pela forte oposição e compressão entre duas massas de ar de origem diferentes. Ele pode ser formado por um cavado invertido à superfície, principalmente no outono-inverno, quando intensos anticiclones polares avançam pela Argentina em direção ao Atlântico, fazendo a pressão decair no Paraguai e no norte da Argentina. À medida que esse anticiclone se afasta para o oceano, o cavado se aprofunda e desenvolve uma baixa pressão, originando o ciclone extratropical no Rio Grande do Sul e/ou Uruguai. Porém, a sua formação entre o litoral centro-norte da Argentina e do Rio Grande do Sul, também pode estar associada à presença de uma frente estacionária. Quando ocorre a formação de um ciclone extratropical, é observado forte calor e ventos de noroeste no norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. No entanto, no Uruguai e sudeste do Rio Grande do Sul o tempo é instável com presença de muitas nuvens, chuva fraca e temperatura em declínio por influência do anticiclone em alto mar e pela formação de outro sobre o norte da Argentina. Essa dinâmica atmosférica envolve uma nova frente fria no Rio Grande do Sul, que avança para norte trazendo pancadas rápidas de chuva, ou até mesmo temporais para o norte do Rio

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