Itaú Unibanco. Itaú Unibanco: Lucro do 2T16 melhor que o esperado, acima do 1T16. Análise de Investimentos Relatório de Análise. 04 de agosto de 2016
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- Luana Ferrão Paiva
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1 : Lucro do 2T16 melhor que o esperado, acima do 1T16 O banco registrou no 2T16 um lucro líquido recorrente de R$ 5,6 bilhões (ROAE de 20,6%), com redução de 9,1% em relação ao 2T15 (ROAE de 24,8%), mas 8,0% acima do 1T16 (ROAE de 19,6%), acumulando no semestre um lucro recorrente de R$ 10,7 bilhões (ROAE de 20,1%), 10,2% abaixo dos R$ 12,0 bilhões de igual semestre do ano anterior (ROAE de 24,7%). O resultado do trimestre, acima do esperado, refletiu a queda de 4,7% da margem financeira, em base trimestral, impactada pelo forte decréscimo da margem financeira com o mercado. As despesas de PDD do 2T16 decresceram 19,0% em relação ao 1T16, em percentual acima da redução da margem. Some-se o incremento de 6,6% das receitas de serviços, a queda do resultado de seguros em linha com a redução da margem com clientes, a alta de 14,2% na recuperação dos créditos baixados, e o comportamento benigno das despesas operacionais, com evolução abaixo da inflação. Revisitamos nossos números para o Itaú com base nos resultados do 2º trimestre e nas informações obtidas na teleconferência. O cenário permanece desafiador, mas com algum sinal de melhora. O Itaú alterou algumas premissas de crescimento para este ano, baseado na incorporação do chileno CorpBanca a partir deste trimestre e na valorização do real com impacto direto na carteira de crédito em moeda estrangeira do banco (cerca de 25% do total). A alíquota efetiva de IR/CS deve ficar entre 27% e 28% neste ano. Acreditamos que o banco possa continuar entregando resultados adequados à nova realidade macroeconômica e setorial, com proporcional incremento de inadimplência, redução de lucro e retorno (que mesmo assim permanece acima dos seus concorrentes diretos). Nesse cenário, mantemos nossa recomendação de COMPRA e o preço justo de R$ 37,00/ação. Código Recomendação Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI* vmartins@plannercorretora.com.br ITUB4 Cotação atual (R$) R$ /ação 35,24 Preço justo R$ /ação 37,00 Potencial % 5,0 Var. 52 sem. (Min/Max) R$ /ação Dados da Ação Total de ações milhões 5.929,7 Ações Ordinárias % 50,9 Free Float % 52,7 Vol. Méd. diário (1 mês) R$ milhões 377,6 Valor de Mercado R$ milhões Desempenho da Ação Dia Ano 52 Sem. ITUB4 4,2% 38,1% 24,2% Ibovespa 1,6% 31,7% 13,8% Cotação de 3/8/2016 Principais Múltiplos E 2017E P/L (x) 6,4 8,9 8,3 ROE (%) 23,4 19,3 18,3 Lucro Líq. recorr. (R$ mm) Payout (%) 38,3 40,0 40,0 Retorno Dividendo (%) 6,0 4,5 4,8 Cotação/VPA (x) 1,4 1,6 1,4 Fonte: Economatica. Projeções: Planner Corretora Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. COMPRA 22,12-35,24 - DRE gerencial 2T15 1T16 2T16 var 3m var 12m 1S15 1S16 var R$ milhões (%) (%) (%) Margem Financeira ,7-3, ,1 Clientes (juros) ,9-3, ,5 Mercado (não juros) ,5-2, ,1 Despesas com PDD ,0 9, ,3 Resultado Bruto de Interm. Financeira ,9-10, ,0 Result. Seguros/Prev./Capitalização ,1-5, ,3 Receita de Prestação de Serviços ,6 10, ,1 Desp. não decorrentes de juros ,6 8, ,3 Recuperação de créditos baixados ,2-16, ,8 Outros (*) ,4-21, ,7 Lucro Líquido ajustado ,0-9, ,2 Ativo Total ,1 4, ,7 Cart. Crédito Ampliada +Tits Privados ,5-5, ,4 Patrimônio Líquido ,7 9, ,8 NPL >90d Consol. (%) 3,0 3,5 3,6 0,1 pp 0,6 pp 3,0 3,6 0,6 pp NPL >90d Brasil (%) 3,6 4,4 4,5 0,1 pp 0,9 pp 3,6 4,5 0,9 pp NPL >90d Am.Latina (%) 1,1 1,1 1,1 0,0 pp 0,0 pp 1,1 1,1 0,0 pp ROAE % 24,8 19,6 20,6 1,0 pp -4,2 pp 24,7 20,1-4,6 pp Margem Fin. clientes (juros) % 10,8 11,1 10,9-0,2 pp 0,1 pp 10,8 11,0 0,2 pp Índice de Eficiência (%) 43,2 44,0 46,7 2,7 pp 3,5 pp 43,5 45,3 1,8 pp Basiléia (%) 17,2 17,7 18,1 0,4 pp 0,9 pp 17,2 18,1 0,9 pp (*) Outros: Desp Tribut e c/sinistros + Part. Coligadas + Out Oper + Res Não Oper + Créd Recuperados + IR/CS e participação Minoritária; Fonte: /Planner Corretora. Figura 1: Desempenho da ação em 12M ITUB4 IBOV Fonte: Economatica. Página 1
2 Destaques do trimestre e da teleconferência de resultados A margem financeira registrou decréscimo em ambas as bases de comparação. A margem financeira gerencial do Itaú somou R$ 16,59 bilhões no trimestre, com queda de 4,7% na comparação com o trimestre anterior, impactado principalmente pela redução de 12,5% da margem financeira com o mercado e pela queda de 3,9% na margem financeira com clientes, reflexo do ajuste ao valor recuperável (impairment) de títulos privados no valor de R$ 539 milhões. A despesa de PDD no trimestre caiu 19% na comparação trimestral, e explica grande parte da evolução do lucro. A inadimplência aumentou em base trimestral reflexo do incremento dos atrasos acima de 90 dias nas operações no Brasil e estabilidade na América Latina. Como reportado, o índice de inadimplência consolidado (Brasil e América Latina), registrou aumento de 0,1 p.p, passando de 3,5% no 1T16 (sendo 4,4% em PF e 1,1% em PJ), para 3,6% no 2T16 (4,5% em PF e 1,1% em PJ). No Brasil, o índice de inadimplência foi de 4,5% no trimestre, com crescimento de 0,1 ponto percentual em comparação com o trimestre passado, sendo de 5,9% na Pessoa Física, 6,0% nas Micro, Pequenas e Médias Empresas, e 1,6% nas Grandes Empresas. Na América Latina, o indicador manteve-se em 1,1%, estável no trimestre. O banco reiterou que a tendência é incremento do NPL 90 dias no Brasil até o final do ano reflexo do impairment de títulos privados, de um emissor em particular, realizado nas operações entre 15 e 90 dias e que deve sensibilizar as operações acima de 90 dias no próximo trimestre. A Carteira de Crédito Total caiu sensibilizando a revisão de expectativa de crescimento para Ao final do segundo trimestre de 2016, a carteira de crédito total (incluindo operações de avais, fianças e títulos privados) somou R$ 608,6 bilhões, com redução de 4,5% em relação ao trimestre anterior e com queda de 5,4% em relação ao mesmo trimestre de Segundo o banco, desconsiderando-se o efeito da variação cambial, nossa carteira de crédito teria recuado 1,6% no trimestre e 5,2% no período de 12 meses. Destaque para a redução do saldo das operações com empresas (-11,9% em 12 meses) e do portfólio da América Latina (-8,1% em base trimestral) dado o comportamento do câmbio no trimestre. A carteira de veículos para as famílias no trimestre seguiu em franca redução, de 7,8% no trimestre e 29,8% em 12 meses. Consignado e imobiliário seguem em crescimento no segmento de Pessoa Física. Diversificação das receitas contribuiu para a rentabilidade e resiliência nos resultados. A diversificação de receitas também contribuiu para a redução dos riscos, dado que o crédito tem hoje menor peso no resultado do banco. O ROAE das operações de crédito no 2T16, por exemplo, foi de 12,9%, enquanto em seguros e serviços somou 36,1%, o que contribui com a construção e resiliência dos resultados. Mesmo assim, o banco se mantém vigilante e focado nos segmentos de menor risco. Os critérios para concessão de crédito também estão adequados, como parte da estratégia de crescimento mais cauteloso e com risco e inadimplência controlados. Ativos Totais, Patrimônio Líquido e Basileia. Os ativos totais do banco somavam R$ bilhões no final de junho, com crescimento de 4,7% em relação ao segundo trimestre de O patrimônio Líquido do Itaú somava R$ 110,6 bilhões, +9,8% na mesma base de comparação. O índice de Basiléia era de Basiléia de 18,1%. Ao final de junho a Basiléia do banco era de 17,2%, sendo de 14,8% nível I, patamar bastante adequado e dentro das regras estabelecidas. Página 2
3 Aumento de Capital com bonificação de ações. O conselho de administração do Itaú Unibanco aprovou um aumento de capital de R$ 12 bilhões, via capitalização da reserva de lucros e com bonificação de ações. Pela proposta, os acionistas receberão uma nova ação para cada dez possuídas. A proposta prevê um custo atribuído de R$ 20,05 para as ações bonificadas, o que pode gerar um ganho fiscal para os acionistas, sendo que os dividendos mensais, na forma de JCP, serão mantidos em R$ 0,015/ação. Desde 2013 o banco realiza bonificações de ações de 10% a cada ano. O Itaú reviu algumas premissas de crescimento para este ano, baseado na incorporação do chileno CorpBanca a partir deste trimestre e na valorização do real com impacto direto na carteira de crédito em moeda estrangeira do banco (cerca de 25% do total). Em linhas gerais, nos parece factível o novo direcionamento. Com base no resultado do semestre o Itaú alterou algumas linhas do seu guidance para 2016, dividindo entre o Brasil e o consolidado (representado pelas operações no Brasil e na América Latina). Destaque para a redução do intervalo previsto para as operações de crédito total (incluso avais, fianças e títulos privados), para um intervalo entre queda de 10,5% e queda de 5,5%, reflexo do câmbio, da menor demanda por crédito e pela incorporação das operações do chileno CorpBanca. Nas operações no Brasil a revisão se justifica pela valorização do real e fraca demanda por crédito aliado ao maior conservadorismo do banco. A queda de 5,4% no 1S16 está dentro do novo guidance previsto. Guidance de crescimento Consolidado Brasil Brasil S16 anterior revisado anterior revisado realizado Carteira de Crédito Total -0,5% a 4,5% -10,5% a -5,5% -1,0% a 3,0% -11,0% a -6,0% -5,4% Margem Fin. Gerencial (com clientes) 2,0% a 5,0% -2,5% a 0,5% 1,0% a 4,0% -1,0% a 2,0% 0,5% Despesas PDD líquidas de rec. de crédito R$ 22 e R$ 25 bi R$ 23 e R$ 26 bi R$ 21 e R$ 24 bi R$ 21 e R$ 24 bi R$ 12,3 bi Receita de Serviços e Resultado de Seguros 6,0% a 9,0% 4,0% a 7,0% 4,5% a 7,5% 4,5% a 7,5% 6,4% Despesas não decorrente de juros 5,0% a 7,5% 2,0% a 5,0% 4,0% a 6,5% 2,50% a 5,5% 5,1% Carteira de Crédito Total inclui avais, fianças e títulos privados; Despesas não decorrentes de juros inclui receitas de seguros líquidas (-) despesas com sinistros; Consolidado inclui Brasil e América Latina; Fonte: /Planner Corretora. A margem financeira também foi reduzida de modo a compatibilizar o impairment realizado neste trimestre e um possível incremento de margem com o mercado no 2º semestre do ano, além do fraco desempenho previsto para a carteira de crédito, no contexto de um cenário macroeconômico com sinalização de lenta recuperação, mas ainda desafiador. As despesas de PDD crescem em base consolidada pela incorporação do CorpBanca mantendo-se em igual intervalo para as operações no Brasil. Tomando o ponto médio do intervalo entre R$ 21 e R$ 24 bilhões (R$ 22,5 bilhões), as despesas com PDD cairiam de R$ 12,3 bilhões no 1S16 para R$ 10,2 bilhões no 2S16. As receitas de serviços/resultado de seguros continuam sustentando parte importante do resultado do banco e foram mantidas, com crescimento no Brasil, entre 4,5% e 7,5% neste ano, após evolução de 6,4% no 1º semestre de 2016, tendo ainda algum espaço para reprecificação na linha de serviços e seguros. Destaque para as despesas não decorrentes de juros, revisadas para baixo, um componente importante para o incremento do lucro, num cenário de fraca demanda por crédito. No semestre o crescimento nessa linha foi de 5,1%, bem abaixo da inflação no período. Mantida esta tendência, o Índice de Eficiência (IE) deve registrar melhora. Em base trimestral o IE registrou Página 3
4 leve piora, de 44,0 no 1T16 para 46,7% no 2T16. No semestre a piora foi de 1,8 p.p para 45,3%. Ainda, dentro da estratégia de crescimento, a mensagem é a de que o Itaú será cada vez mais um banco digital. Manutenção de preço justo e da recomendação de COMPRA. Com base no cenário para 2016, com uma menor dinâmica de crescimento das operações de crédito, notadamente no segmento de pessoa jurídica, relativa piora da inadimplência, novas premissas macroeconômicas e das principais linhas de resultado, de custo de capital próprio, e com base nas informações da teleconferência, estamos mantendo nossa recomendação de COMPRA com preço justo de R$ 37,00/ação. Resumo DRE (R$ milhões) Perpetuidade RIF RBIF antes PDD Lucro Operacional Lucro Líquido NPV Perpetuidade ROAE 20,3% 19,0% 19,4% 20,0% 20,7% 20,5% Ke 14,0% 14,0% 14,0% 14,0% 14,0% 14,0% Nº ações 5929,7 5929,7 5929,7 5929,7 5929,7 5929,7 VPA 20,35 22,89 25,81 29,21 33,18 37,39 RI 1,30 1,16 1,41 1,78 2,24 22,37 anos 0,4 1,4 2,4 3,4 4,4 5,4 PV RI 1,23 0,97 1,03 1,14 1,26 11,03 VPA Atual (BV) 20,35 PV RI 16,65 Preço Justo R$ 37,00 Preço atual R$ 35,24 Upside % 5,0% Preço Justo - Sensibilidade perpetuidade (g) Ke 1% 2% 3% 4% 5% 10,95% 49,82 52,11 54,97 58,65 63,57 11,95% 44,04 45,63 47,58 50,02 53,15 12,95% 39,28 40,39 41,73 43,37 45,42 13,95% 35,29 36,07 37,00 38,11 39,46 14,95% 31,92 32,46 33,09 33,84 34,73 15,95% 29,03 29,40 29,82 30,31 30,90 16,95% 26,53 26,77 27,04 27,35 27,72 Fonte: /Planner Corretora. Página 4
5 Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Ingrid Lima Pereira da Conceição ijesus@planner.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião(ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483 A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Página 5
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