MANDADO DE SEGURANÇA NU.: IMPETRANTE: CECILIA SARMENTO GADELHA PIRES IMPETRADA: DESEMBARGADORA ANA MARIA FERREIRA MADRUGA

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1 1 de 5 17/12/ :42 MANDADO DE SEGURANÇA NU.: IMPETRANTE: CECILIA SARMENTO GADELHA PIRES IMPETRADA: DESEMBARGADORA ANA MARIA FERREIRA MADRUGA LITISCONSORTE: IATE CLUBE DA PARAÍBA D E S P A C H O Vistos etc Em revisão à decisão que deferiu a liminar à impetrante, observo, examinando cuidadosamente os autos principais (Proc. n.º ), que na sentença de sequencial 017, o Juiz ratificou os termos da decisão liminar e julgou procedente a ação anulatória para decretar a nulidade da arrematação do imóvel em questão, havida nos autos da Reclamação Trabalhista nº Interposto Recurso Ordinário, este Regional, em Acórdão de sequencial 146, acolheu preliminar e anulou o processo a partir da fl , inclusive, por vício de citação da litisconsorte passiva Cecília Sarmento Gadelha. Devolvidos os autos à Vara de Origem, foi corrigida a falha apontada e proferida nova decisão (seq. 210), mais uma vez confirmando os termos da decisão liminar e julgando procedente a Anulatória, para decretar a nulidade da arrematação do imóvel em questão. No julgamento dos Recursos Ordinários interpostos, este Regional confirmou a sentença de origem (seq. 302). Inconformados, os réus Isaac Luiz Nobre e Cecília Sarmento Gadelha interpuseram Recurso de Revista, cujo seguimento foi denegado (seq. 347 e 355), ensejando a interposição de Agravo de Instrumento, ainda pendente de julgamento no TST (seq. 379 e 426). Como cediço, via de regra, na esfera trabalhista, os recursos interpostos não são dotados de efeito suspensivo (art. 899 da CLT). Assim sendo, se o recurso de revista cujo seguimento foi negado possui efeito meramente devolutivo (art. 896, 1º, da CLT), o agravo de instrumento posteriormente interposto, por corolário, deve ser recebido nos mesmos efeitos. No caso dos autos, como não se tem notícia de que dito agravo de instrumento interposto pelos impetrantes tenha sido recebido, também, no efeito suspensivo, tenho para mim, que a pretensão de suspender o mandado de imissão na posse do imóvel arrematado somente poderia ser formalizada perante o Tribunal ad quem, no caso, o C. TST, não se prestando o mandado de segurança impetrado para tal propósito.

2 2 de 5 17/12/ :42 Pois bem. O art. 5º, II, da Lei /2009, veda a concessão da segurança quando se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo. Por outro lado, a jurisprudência tem reiteradamente proclamado não ser possível o manejo do writ contra decisão impugnável por outro meio, que mesmo não se configurando tecnicamente como recurso, também produza efeito suspensivo. Revisitando os autos, constato que, para a impugnação pretendida pela impetrante, há meio processual próprio, qual seja, embargos à arrematação, e, subsequentemente, agravo de petição, sendo, inclusive, cabível o ajuizamento de ação cautelar com objetivo de suspender a imissão na posse do bem arrematado, o que caracteriza o não cabimento do mandado de segurança. No caso particular, os elementos de prova pré-constituída demonstram que, sem obter sucesso no processo de execução, cuidou, ainda, a impetrante, de ajuizar ação declaratória de nulidade do procedimento expropriatório ocorrido naquele processo De tudo quanto foi exposto, exsurge, como óbice ao presente mandado de segurança, a Orientação Jurisprudencial n 92 da Subseção II da Seção Especializada em Dissídios Individuais, máxime, repise-se, quando, para situações como a dos autos, o ordenamento jurídico prevê o manejo de recurso próprio, o que caracteriza o não cabimento do mandado de segurança, de forma que a via eleita encontra repúdio na disciplina do art. 5º, II, da Lei /2009 e, ainda, na exegese da Súmula nº 267 do Supremo Tribunal Federal. Como se não bastasse, cumpre realçar que após assinada a carta de arrematação do imóvel não é possível pela via do mandamus tentar desfazer o ato expropriatório. Nesse sentido, é válida a citação dos seguintes precedentes: RECURSO ORDINÁRIO EM AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. DECRETO DE NULIDADE DA ARREMATAÇÃO. ATO JUDICIAL ATACÁVEL MEDIANTE REMÉDIO JURÍDICO PRÓPRIO. O.J. 92 DA SBDI-2 DO TST. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESCABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA. A jurisprudência desta Corte está orientada no sentido de que "não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido". Esta é a diretriz da Orientação Jurisprudencial nº 92 da SBDI-2. No caso concreto, o ordenamento jurídico prevê o manejo de agravo de petição, remédio jurídico adequado para atacar o decreto de nulidade da arrematação, com cassação dos efeitos da respectiva carta e do mandado de imissão de posse expedidos, em razão de irregularidade no edital de praça do imóvel, do qual não constou a existência de gravames anteriores. Ressalte-se, ainda, que a verificação do acerto da decisão atacada demandaria a análise da origem e natureza dos gravames incidentes sobre o imóvel, não delineadas nos autos, o que escapa aos limites domandado de segurança, enquanto ação de cognição sumária incompatível com a dilação probatória que se faria necessária. Recurso ordinário em agravo regimental conhecido e desprovido. (Processo TST-ROAG , Rel. Min.

3 3 de 5 17/12/ :42 Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT de 28/5/2010) RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA - NULIDADE DA ARREMATAÇÃO - EXISTÊNCIA DE VIA PROCESSUAL PRÓPRIA AÇÃO ANULATÓRIA - NÃO CABIMENTO DA AÇÃO MANDAMENTAL.Mandado de Segurança contra ato judicial que, em execução de sentença, indeferiu pedido formulado pela executada para que fosse anulado o leilão do bem imóvel penhorado nos autos da reclamação trabalhista. Para a impugnação desse ato, que a impetrante entende nulo há meio processual próprio, qual seja, a ação anulatória, sendo cabível ação cautelar com objetivo de suspender a imissão na posse do imóvel, o que caracteriza o não cabimento do mandado de segurança, na conformidade da Orientação Jurisprudencial nº 92 da Subseção 2 da Seção Especializada em Dissídios Individuais do TST, segundo a qual -Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.-.processo extinto sem resolução do mérito. (TST-RO , SESBDI-2, Rel. Min. Vieira de Mello Filho, DEJT 08/04/2011) MANDADO DE SEGURANÇA. NÃO CABIMENTO. EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO. Nos termos do caput do artigo 10 da Lei nº /2009, a inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais (...). In casu, observando a natureza da decisão hostilizada (fls. 66/67) - decisão terminativa de feito executório com relação à legitimidade do litisconsorte GERALDO CESAR CAVALCANTI para recebimento de verba honorária decorrente do processo de origem - vê-se que o objeto da insurreição dos impetrantes se confunde com o que deveria ter sido apresentado mediante agravo de petição. Com relação à matéria, a Súmula nº 267 do STF, em pleno vigor, consubstancia o seguinte: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO PASSÍVEL DE RECURSO OU CORREIÇÃO. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. Na mesma linha, o entendimento sedimentado na Orientação Jurisprudencial nº 92 da SBDI-II, do Colendo TST: MANDADO DE SEGURANÇA. EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido. Desse modo, considerando o que estabelecem os artigos 6º, 5º, c/c 10, caput, da Lei nº /2009, denega-se a ação mandamental. (Proc.TRT.MS , Pleno, Rel. Des. Maria Clara Saboya A. Bernardino, pub 14/07/2010) RECURSO ORDINÁRIO MANDADO DE SEGURANÇA NULIDADE DA ARREMATAÇÃO CABIMENTO DE AÇÃO ANULATÓRIA INCIDÊNCIA DA OJ Nº 92 DA SBDI-2 I- A existência ou não de fraude à execução e a suposta nulidade dos atos de penhora, praça e arrematação do imóvel são matérias insusceptíveis de

4 de 5 17/12/ :42 apreciação em mandado de segurança, por demandarem dilação probatória. II- Ressalte-se que a arrematação do imóvel é ato exaurido, não sendo passível, portanto, de impugnação no mandamus, considerada a sua proverbial inaptidão para a restauração do status quo ante. III- Nesse sentido, vem a calhar a lição de J. M. Othon Sidou de que o mandado de segurança objetiva sempre o ato inquinado de ilegal ou abusivo com o intuito de reencontrar o direito do qual se desviou. IV- Se o ataque ao ato só se obtém pela reposição das coisas no estado em que se encontravam antes de violar o direito e se resulta impossível o retorno material à situação prístina, alerta o autor, não deve mais haver lugar para o remédio da garantia (in Habeas Corpus, Mandado de Segurança e Ação Popular, p. 244). V- Nesse passo, existe meio processual eficaz para a anulação da arrematação sob a alegação de cerceamento de defesa e desrespeito ao devido processo legal, consubstanciado na ação anulatória, sendo cabível ação cautelar com objetivo de suspender a imissão na posse do imóvel, o que dilucida o não-cabimento do mandado de segurança, na conformidade da Orientação Jurisprudencial nº 92 da SBDI-2, segundo a qual Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.. VI- De resto, a expedição de mandado de imissão de posse do imóvel pelo arrematante constitui ato meramente administrativo decorrente da arrematação do bem penhorado, não consistindo, portanto, em ato de autoridade, suscetível de ser impugnado mediante mandado de segurança. VII- Extinção do processo sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI, do CPC. (TST ROMS 1848/ Rel. Min. Antônio José de Barros Levenhagen DJe p. 306) (destaquei) Acrescente-se, por fim, que a apreciação do pedido formulado pela impetrante envolve análise de questões alusivas à regularidade do procedimento de arrematação, cujos desdobramentos exigem dilação probatória, motivo pelo qual refoge ao estrito âmbito de cognição do mandamus. Assim sendo, torno sem efeito a decisão anterior, e INDEFIRO A PETIÇÃO INICIAL, com amparo no art. 8º do mesmo diploma legal, extinguindo o processo, sem resolução de mérito, nos termos do art. 267, I, do CPC. Prejudicado a análise do pedido da impetrante. Intimem-se. ANTONIO CAVALCANTE DA COSTA NETO Juiz Relator Convocado

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