Umbanda e suas Faces. Umbanda no mundo. Reportagem. Entrevista. Umbanda Temple. Pai Ortiz na Atupo. Felipe Campos

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1 Associação Templo de Umbanda Pai Oxalá Associação Templo de Umbanda Pai Oxalá Umbanda e suas Faces Umbanda Omolocô Umbanda branca Umbanda iniciática Umbanda no mundo Umbanda Temple Pai Ortiz na Atupo Entrevista Felipe Campos

2 Dezembro 2013 Índice Palavra do Dirigente Palavra do Dirigente 02 Histórias da ATUPO 02 Umbanda no Mundo «Umbanda Temple» 03 «Pai Ortiz Belo de Souza na Atupo» 03 «Umbanda e suas faces» Mensagem de Natal 05 Entrevista «Felipe Campos» Sem folha não há Orixá «Losna» 08 Ficha Técnica Equipa técnica: Diretor do Jornal Cláudio Ferreira Revisão Mary Nogueira Diretor de Conteúdos Cláudio Ferreira Fotografia Fernando Silva Miguel Faria Paulo Fernandes Diretor Comercial Frederico Castro Chefe de Redação Mary Nogueira Redação Cláudio Ferreira Bernardo Cruz Fernanda Moreira Frederico Castro Frederico Marques Leonel Lusquinhos Mary Nogueira Vitorino Camelo Paulo Fernandes Carlos Pinto Susana Ferreira Edição Gráfica Bernardo Cruz Paulo Fernandes Miguel Faria Contacto fundamento@atupo.com A redação do Jornal Fundamento segue as normas do novo acordo ortográfico, salvaguardando as opções ortográficas dos autores convidados. Saudações Irmãos de Fé, É muito importante, para além de desenvolvermos nossa mediunidade, aprendermos a trabalhar nossa individualidade, lembrando o que nos levou a buscar a religião, tentando entender todos os que procuram a Umbanda a im de encontrar soluções, amparo e caminho para seus problemas. Quando nosso coração e intenção para com o próximo for apenas de ajudar e nosso pagamento for apenas um sorriso e a certeza de ter ajudado a encontrar um caminho, aí, meus irmãos, o médium estará preparado para começar a desenvolver sua mediunidade! Quero deixar a todos algumas dicas para quem está em desenvolvimento de sua mediunidade na Umbanda e, quiçá, recordar alguma coisa a irmãos que já trabalham em correntes umbandistas: -Tomem seus banhos de ervas; -Tenham calma e ponham a ansiedade de lado; -Encham o coração de amor; -Firmem as vossas entidades e lembrem o propósito delas quando vêm a Terra; -Esqueçam quem está ao vosso redor e transformem esse tempo em único, e sintam como se estivessem a sós com as energias divinas da natureza de Deus; -Que o sentimento que carregam no coração se manifeste, não o neutralizem! -Que os Orixás e as entidades reconheçam aqueles que serão verdadeiramente dignos e lapidem o diamante que existe dentro de vocês a im dele brilhar, para que seja visto ao longe! Abraços de Luz a todos e na esperança de que cada vez mais nossa Umbanda possua mais Luz para que possa servir ao nosso Pai Oxalá com dignidade! Pai Cláudio Histórias da Atupo.U.P.O. Certo dia, após um trabalho realizado no templo, fomos fazer um despacho nas águas de nossa mãe Oxum. Era um im de tarde, num domingo do mês de agosto. Com muito cuidado, foram colocados no carro todos os elementos e partimos em direção à praia luvial mais próxima. Chegados ao local, apercebemo-nos de que ainda muitas famílias se dirigiam aos seus automóveis para iniciarem a viagem de regresso a casa. Paramos o carro e começamos a decidir qual o caminho de terra que nos permitiria chegar a uma margem do rio um pouco mais recolhida para podermos fazer o nosso trabalho com a licença de nossa querida Mãe das águas doces. Saímos do carro e começamos a andar rumo ao rio, pedindo licença a Ogum e a Exu para percorrer o caminho escolhido. Eis que, de repente, reparamos, despreocupadamente, em dois cães pretos que passeavam, sem trela, junto à margem do rio. Estes eram grandes, fortes, musculados, de dentes limpos e pêlo negro brilhante. Após caminharmos durante alguns segundos, na direção contrária, sentimos, sem olhar para trás, que os cães estavam a vir em nossa direção. Sem medo, e mostrando fé no trabalho que nos fora incumbido, seguimos caminho, tendo sido ultrapassados por quatro cães. Estes tomavam, decididamente, a direção de uma senhora que se encontrava a poucos metros mais à frente. Reparamos então que a igura feminina não parecia nada preocupada com os cães que nos começavam a rodear. Uma vez cercados por eles, parámos e erguemos ao alto o embrulho que cada um levava nas mãos. Eram agora sete cães, todos iguais, fazendo um círculo em nossa volta, cada vez mais apertado, obrigando-nos a parar um frente ao outro, de braços levantados. De repente, dois dos cães colocaram suas patas dianteiras em nossas costas, causando-nos uma sensação de estranheza e um certo desconforto. Foi então que a mulher se aproximou e, ao mesmo tempo que falava com os cães, com toda a naturalidade nos perguntou se levávamos comida nos sacos, ao que respondemos negativamente. Em resposta a uma palavra de ordem dela, os cães começaram a afastar-se. Prosseguimos então o caminho inicialmente traçado, em silêncio, acompanhados pelos cães e pela mulher, até que paramos e os deixamos passar, com receio de sermos impedidos de fazer a entrega antes do sol se pôr. Voltamos para trás, depois de termos decidido alterar a trajetória, tendo escolhido outra parte junto ao rio para fazer o trabalho. De regresso a casa e após termos trocado algumas impressões, imagens foram surgindo e nos fazendo tomar consciência sobre a estranha situação vivida: o caminho escolhido era uma encruza em terra com três caminhos; a misteriosa mulher trajando uma roupa desportiva em vermelho e preto que fumava calmamente um cigarro; sete cães pretos, sem qualquer trela junto a uma praia pública num im de tarde de verão, rumando em nossa direção Coincidência, dirão! Para nós, mais um dos mistérios in indáveis da nossa amada religião! Carlos Pinto e Susana Ferreira

3 014 Umbanda em Inglês Após a sua chegada, O Caboclo Mirim anunciou que aquela seria a última Sessão de Kardec e que as próximas Sessões passariam a ser de Umbanda. Em uma de suas mensagens ele disse que a partir daquele momento a Tenda Espírita Mirim seria reconhecida mundialmente e advertia que a mesma seria uma Organização única no gênero em todo o Brasil, cujo método seria adotado por outras Tendas, até mesmo em outros Estados da Federação, o que, mais tarde, teríamos a oportunidade de comprovar." - Fonte: Site da TEM Umbanda no Mundo Em 1908 nasceu a Umbanda, com o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que através do seu médium, Zélio Fernandino de Moraes, anunciava: Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim." E os caminhos para Este e tantos outros Caboclos e Entidades continuaram abertos e se expandindo, tendo cruzado oceanos, se espalhando pelo mundo inteiro. Hoje, 105 anos depois, encontramos templos de Umbanda em países tão distintos como Portugal, Espanha, França, Itália, Estados Unidos, Japão. Também no Reino Unido, na capital da Inglaterra, uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, esta religião universal se manifestou. The Umbanda Temple, cujo fundador é o sacerdote Pai Thales Fonseca, surgiu quando este recebeu a ordem de seus guias de prestar a caridade ao povo britânico, prover um porto seguro a todos os médiuns que necessitassem de trabalhar e difundir o nome da nossa sagrada lei de Umbanda. Em Dezembro de 2006, depois de ter pedido a bênção de sua comandante direta no Brasil para levar adiante estes desígnios, começou, juntamente com a ajuda de mais duas pessoas, a atender num pequeno local e, em 16 de Maio de 2007, o The Umbanda Temple foi o icialmente fundado. São um simples grupo de médiuns em expansão, trabalhando de forma simples num espaço alugado, dentro da Umbanda de Caboclo Mirim com in luencias secundárias da Umbanda Esotérica e do Culto de Raiz do Orixá, procurando manter-se iéis ao que aprenderam no Brasil, mas levando em conta as possibilidades e necessidades locais. O objetivo maior é prestar a caridade e ajudar a médiuns e assistentes, sendo todos os seus serviços gratuitos. De acordo com Pai Thales Fonseca, a Umbanda ainda é muito desconhecida pelo público inglês em geral, sendo brasileiros e outras pessoas de diversas nacionalidades, mas que falam português, os maiores frequentadores do Tempo. Apesar do culto se realizar em português, têm intérpretes que auxiliam com outras línguas quando necessário. Sentem, contudo, que, para o futuro, a longo prazo, haverá a necessidade de se fazer o culto (as sessões) no idioma local, estando as entidades receptivas a esta possibilidade. Segundo os mentores do The Umbanda Temple, o fundamento deve ser mantido, mas a língua deve ser somente um veículo de comunicação pelo qual se leva ao outro a palavra de Deus, e não um dogma. Quanto aos desa ios, e citando Pai Thales são os mesmos para todos os Umbandistas no Reino Unido: divulgar nossa amada Umbanda, conseguir ervas e demais materiais utilizados em nossos ritos, e conseguir um local permanente de trabalho tendo em vista o preço exorbitante de aluguel dos imóveis em Londres...Manter um trabalho gratuito, como fazemos há quase sete anos, é o maior desa io. No início, trabalhávamos ao relento, na mata, no frio e na noite escura de Londres, simplesmente para manter acesa a chama de nosso ideal... Hoje, temos um local improvisado que é alugado, mas temos nosso pai Oxalá a nos guiar e estamos certos de que trilhar o caminho já é uma vitória para a Umbanda! Como projectos futuros, para o ano de 2014, pretendem abrir a sua primeira ilial e expandir, com humildade e simplicidade, a caridade da Umbanda dentro da Escola da Vida de Caboclo Mirim, em Londres. O Fundamento agradece a Pai Thales Fonseca a disponibilidade que demonstrou com os nossos leitores e aproveita para lhe desejar e a todos os nossos irmãos que trabalham na seara de Oxalá, no Reino Unido e no mundo inteiro, os maiores sucessos. ( Fernanda Moreira/Mary Nogueira Umbanda na Umbanda - Um chamado religioso Seguindo uma tendência cada vez mais acentuada de divulgação da cultura umbandista, O Fundamento dá notícia de mais um evento realizado na sede da ATUPO, no passado dia 09 de Junho O convidado de honra foi o Pai Ortiz Belo de Souza, que se nos apresenta como escritor e Mestre Regente Absoluto do Mistério Portais da Libertação, que recebeu da espiritualidade a missão de semear o bem e a de disseminar o conhecimento do Mistério. Desta feita e a convite de Pai Cláudio de Oxalá, perante uma audiência que já nos habituou a estar presente em todos os eventos que organizamos, Pai Ortiz Belo falou sobre o seu Livro Umbanda na Umbanda, Um chamado religioso. De acordo com o autor, o livro tem o nome Umbanda na Umbanda por abordar características explicativas das várias situações e vertentes que existem na Umbanda, uma vez que, sendo uma religião plural possui uma grande diversidade. No livro são explicados algumas situações ou linhas de pensamento que acontecem nos vários tipos de rito. O sub-título Um chamado religioso justi ica-se por existirem indicações sobre a necessidade de sair meramente do campo ritual para entrar também no campo religioso contemplativo porque a Umbanda não é só ritualística e magística, mas também contém uma parte contemplação e de interacção com as vibrações. Foi mais uma tarde bem passada, em que para além da partilha de conhecimentos, a ATUPO promoveu um contacto mais directo entre todos os seus ilhos e os frequentadores da sua casa. O Fundamento espera que esta breve notícia não só estimule a participação dos seus leitores noutros eventos promovidos pela ATUPO, mas que também desperte a curiosidade dos seus leitores para a leitura e re lexão sobre as temáticas abordadas na obra de Pai Ortiz Belo. Ao autor e restantes participantes na apresentação desta obra o nosso muito obrigado. Fernanda Moreira

4 Jornal Umbandista Português Umbanda e suas faces Parte I - Origens Dezembro Setembro Outubro 2010 e Umbanda branca, Umbanda Sagrada, Umbanda Omolocô, Umbanda Iniciática e outras tantas denominações... Mas a inal, que tantas umbandas são estas, no que diferem, e porquê a razão de existirem? Para compreender um pouco melhor o processo que fez com que aos nossos dias chegassem todas essas manifestações com um mesmo sobrenome, é necessário voltar um pouco atrás no tempo, até ao evento da diáspora negra para o Novo Continente. Voltemos a nossa história para o Brasil, já que outras histórias aconteceram em outros países das Américas, assunto a abordar oportunamente. Quando o negro africano irmou os pés em solo Brasileiro, trouxe na bagagem a sua cultura religiosa - ou culturas, na verdadeira acepção da palavra. Nos porões negreiros, eram agrupados membros de várias etnia; quando aportados, eram misturados em grupos heterogéneos e somente depois separados para que, na di iculdade de entendimento entre si, os motins não fossem tão frequentes. Desse facto resulta outro, bastante óbvio. A sua religião nunca mais seria igual à praticada originalmente, mesmo porque as ervas utilizadas e os apetrechos religiosos tiveram que ser adaptados ou reinventados a uma nova realidade. Com o passar do tempo, a natural in luência indígena, tanto na parte cultural, como social e religiosa, foi sendo cada vez maior. As fugas dos escravos foram em especial qualidade um fator que levou à aproximação entre o autóctone índio brasileiro e o escravo negro fugido das senzalas, fomentando-se desta nova miscigenação uma nova identidade social e religiosa, já que alguns cultos se assemelhavam no uso das ervas, das rezas e do transe mediúnico para comunicação com o mundo dos espíritos. As importantes reuniões nos quilombos, lugares efémeros pois a sua perseguição e destruição eram uma constante, foram também um fator decisivo para o entendimento entre as várias etnias provenientes do continente Africano, por vezes muito diferenciadas entre si e com con litos latentes, ainda mais acesos pela precária condição humana em que viviam. A conhecida contradição existente de que os negros eram feitos escravos pelos próprios negros nos quilombos a escravidão interna dos quilombos em tudo semelhante a algumas relações sociais Africanas, provou a sua inalidade de aculturação e socialização, fazendo com que deste modo se integrassem, por exemplo, várias práticas religiosas numa só. Muitos brancos, embora de uma forma menos aparente, passaram a utilizar esses conhecimentos espirituais para curas ou resultados nos seus negócios, tendência que aumentou consideravelmente após a abolição da escravatura, aparecendo a Macumba, nome que passou a ser dado à generalidade das incursões religiosas negras por adaptação do nome macumba dado a um instrumento de percussão de origem africana. Como este fenómeno se deu ao mesmo tempo em várias partes do país, e porque as tradições locais diferiam substancialmente e as etnias negras eram muito heterogéneas, naturalmente os fenómenos e manifestações religiosas que se originaram tiveram também diferenças consideráveis. Imensas correntes, cultos e religiões nasceram ou se adaptaram da sua forma original, como o Terecô, o Toré, o Xambá, ou o Tambor-de-mina, originário do Maranhão, onde espíritos encantados caboclos convivem com voduns Africanos, numa improvável simbiose entre culturas e religiosidades distintas. De uma forma natural e ao mesmo tempo complexa encontramos na encantaria amazónica fundamentos indígenas, africanos, cristãos e aspectos da feitiçaria europeia. O generalizado culto aos encantados ao qual mais tarde se viria agregar a nossa Umbanda-, é assim multicultural e multifacetado, com in luências recíprocas entre as suas várias manifestações, enriquecendo o quadro da diversidade religiosa brasileira (ou, mais especi icamente, afro-euro-brasileira). De uma forma muito pragmática, tendo em conta o breve resumo apontado, sendo uma teoria sustentada por diversos estudiosos nas vertentes Histórica, Social, Antropológica, Filosó ica e Religiosa, não existe a chamada religião pura, ou religião original. Toda e qualquer religião é fruto de renovação, reorganização, e revitalização de elementos religiosos ancestrais. E é por isso que a Umbanda é uma religião genuinamente brasileira assim como o Candomblé. Continua

5 Jornal Umbandista Português A Umbanda, deste ponto de vista, foi, em 1908, uma forma religiosa identi icada por uma entidade espiritual chamada de Caboclo das Sete Encruzilhadas, de uma certa forma fazendo a socialização de um culto já existente no Astral tendo de qualquer forma em conta que, para muitos, a Umbanda foi criada naquele tempo e espaço terreno. Em verdadeiro rigor, teria que ser essa primeira codi icação a verdadeira codi icação da Umbanda, já que foi por intermédio dessa entidade espiritual incorporada no seu médium Zélio de Moraes que as primeiras premissas, indicações, regras e doutrina foram ditadas. No dia 16 de Novembro de 1908, às oito da noite, o Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se em Zélio de Moraes, na sua casa, e iniciou o culto dizendo: Vim para fundar a Umbanda no Brasil; aqui inicia-se um novo culto, em que os espíritos de pretos velhos africanos e os índios nativos de nossa terra poderão trabalhar em bene ício Mensagem de Natal dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno será a característica principal deste culto Desta Casa nasceram outras sete, cada uma com as suas especi icidades e adaptações, em harmonia com o que foi sendo dito, a que alguns chamam as sete correntes. Muitas outras apareceram depois disso, em vários locais do Brasil. O fenómeno do aparecimento em simultâneo de várias Casas de Umbanda ao mesmo tempo em locais diferentes é objecto de várias explicações e advém de variadas circunstâncias. Algumas das razões são retiradas da própria conjuntura política e social do Brasil naquela época. Escusando-nos de comentar situações onde o nome da Umbanda foi (como hoje continua a ser, em variados casos) utilizado para proveito próprio, cobrando dinheiro e bens em troca de um suposto trabalho espiritual, o que é claro é que a Umbanda, coincidindo com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, começou a ser olhada como símbolo nacional, ajudada pela frequência das tendas de Umbanda de alguma elite burguesa do Rio de Janeiro. Apesar do apoio ao governo, os praticantes e adeptos sofreram perseguições até mais tarde, mas houve uma diferença substancial a partir do início do Cadastro Policial para as Tendas de Umbanda, registo que existia na altura apenas para as chamadas Festas Africanas. Um facto interessantíssimo surge a partir desta altura, que é a adaptação de outros cultos e religiões Aos Nossos Leitores, Numa antiga parábola Yiddish conta-se que Deus icou tão cansado de ouvir as queixas constantes da humanidade (Deus, porque não há justiça? Porque é que aquele tem tudo e eu não? O que fez ele/a para merecer a vida que tem? Eu que sou tão virtuoso/a deveria ter a recompensa! E muitas outras ) que decidiu proclamar uma lei universal. Ordenou então que se desenhasse na terra um circulo gigantesco e que todos os homens, mulheres e crianças, independentemente de estatuto, idade, género, cor e educação ou do quadrante geográ ico em que vivessem, colocassem todos os seus problemas dentro de um saco e o colocassem dentro deste circulo. De seguida, deveriam retirar um outro saco do qual se achassem merecedores. Esta proclamação foi recebida com imensa alegria e alivio. Porque não? Era a resposta a todas as preces da humanidade. Pelo que todos se apressaram em colocar em sacos os seus problemas, levá-los para dentro do círculo, retirando em seguida um novo saco. na agregação à tão recente Umbanda, pela maior facilidade de legalização. Existem relatos de casas de outros cultos que, pelo simples facto de tomarem para si o nome Tenda ou Terreiro de Umbanda, lhes foi possível o registo e consequentemente uma legalização que permitia uma perseguição um pouco mais leve, se assim lhe podemos chamar. Nessa época, era corrente a justi icação de que a Macumba dava proteção a supostos comunistas inimigos do Estado, com os quais haveria de ter algumas reservas... A integração na Umbanda de entidades de outros cultos como o Catimbó-Jurema de Recife, a Encantaria de Mina de São Paulo ou o Jarê da Chapada Diamantina, demonstra como as correntes astrais agiram em perfeita harmonia apesar dos atropelos passados em terra. Assim, surgem, como trabalhadores na seara umbandista, entidades como Zé Pelintra, o Boiadeiro Zé do Laço ou o Caboclo Pena Branca... Na próxima edição aprofundaremos a abordagem a algumas das várias Umbandas mais conhecidas e às suas diferenças enquanto manifestações diferentes de uma mesma origem. Vitorino Camelo e Paulo Fernandes Continua na próxima edição Dizem os cronistas celestiais, que sempre são chamados a registar todas as proclamações universais e veri icar os seus efeitos na criação divina, que logo depois de terminada toda a excitação inicial, depois de feita a troca dos sacos, quando A HUMANIDADE chegou a casa e abriu os sacos que tinha escolhido, acabou por icar cabisbaixa, silenciosa, pensativa e envergonhada. Silenciosamente, todos se apressaram a recolocar as vidas escolhidas dentro do mesmo saco em que vinham, recolocaram-nos dentro do círculo e recuperaram o seu próprio saco, regressando satisfeitos à mesma vida que tinham anteriormente, desta vez, tendo-lhe apreço. Que nesta Quadra Festiva, tempo de re lexão, sintamos dentro de nós o Amor Universal, saibamos dar graças por todas as Dádivas em nossas Vidas! Que Deus, na Sua In inita Sabedoria e Compaixão, traga a todos Vocês, queridos Leitores, todas as bênçãos e vos renove em Fé, Energia e Amor por toda a Criação Divina, para que 2014 seja um ano cheio de sucesso! A Equipa do Fundamento

6 Dezembro 2013 Entrevista Felipe Campos O Jornal Fundamento esteve à conversa com Felipe Campos, sacerdote, médium, fundador e dirigente do Templo Escola de Umbanda Cacique Pena Azul. Fundamento: Como é que a Umbanda entrou em sua vida? Felipe Campos: A forma como a Umbanda entrou na minha vida é um tanto quanto curiosa e engraçada. Eu venho de uma família de raiz umbandista por parte de pai, pois tinha duas tias-avós que eram Mães de Santo e mais uma tia-avó que é benzedeira, então naturalmente a família cresceu frequentando a Umbanda, na casa de minhas tias-avós. ( ) Minhas tias-avós e minha única tia-avó ligada à espiritualidade, que era a benzedeira, acabou se mudando para o interior; isso fez com que icasse um pouco desamparada espiritualmente, o que com o tempo foi afastando a convivência da família com a espiritualidade e a Umbanda em si, até que uma prima do meu pai foi morar na casa do fundo da minha. Ela era uma médium formada na Umbanda, mas que havia entrado no Espiritismo Kardecista, por uma série de factores. Toda a sua experiência foi muito importante em minha vida, pois eu era muito criança quando minha mediunidade se a lorou, primeiramente pela clarividência e clariaudiência, que hoje é um tema muito comum para mim, mas que para uma criança de 5 ou 6 anos pode ser muito atormentador, se não for corretamente direcionado, e ela me ajudou a entender e a tranquilizar-me. Não demorou muito para eu iniciar estudos na Federação Espirita do Estado de São Paulo, o chamado curso dos médiuns,( ) mas não era a minha cara e eu fui ( ) começar minha caminhada mesmo na Umbanda através da família de uma amiga( ). Certa vez, na casa dela, através de uma manifestação de clarividência, eu vi um espírito, um ser obscuro, sem forma de inida tentando me atacar. Foi nessa altura que ela me levou a conversar pela primeira vez e ainda jovem com a Madrinha Carmen. Daí pra frente, tudo se iniciou. F: Como foi fundado o Templo Escola de Umbanda Cacique Pena Azul? FC: O Templo Escola de Umbanda Cacique Pena Azul é o resultado de toda minha vivencia dentro da Umbanda, desde minha iniciação na Tenda de Umbanda Caboclo Sete Flechas, com minha Madrinha Carmen, passando pelo Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda, trabalhando e aprendendo muito com o Pai Rubens Saraceni, até a passagem pelo Colégio de Umbanda Baiano Jeremias, onde participei da fundação e lá permaneci por 1 ano e meio até que meu mentor o Sr. Pena Azul me orientou a formar e fundar um novo Templo, onde eu poderia sintetizar todos os ensinamentos e diversidades que meu caminho na Umbanda me mostrou, e tocar a Umbanda da forma que ele me orienta a algum tempo e que inalmente eu teria total liberdade de praticar, não apenas pensando na Umbanda, mas na espiritualidade como um todo, e atuando muito fortemente com aspectos sociais e o desenvolvimento do ser como um todo, não apenas ao desenvolvimento mediunico. E penso que o universo vem conspirando a meu favor neste aspecto, pois, de forma inesperada este Templo vem congregando e agregando muitas pessoas que possuem o mesmo pensamento que eu e todos vem se dedicando muito a concluir esta grande obra que o Sr. Pena Azul me colocou no caminho, sem duvidas esta casa além de promover o estudo e a pratica espiritualista e religiosa, está sem duvidas promovendo encontros de almas. F: Enquanto dirigente espiritual, que preocupações sente em relação aos seus ilhos de santo? FC: Eu me preocupo muito se meus ilhos vão realmente entender o fundamento que a Umbanda nos passa, e não digo de doutrina de teologia nem nada mais técnico, mas o real sentido que as linhas nos passam, a simplicidade, a humildade, o amor a natureza, a inocência infantil, o amor ao próximo e agir dessa forma em sua vida, e não ter todas as qualidades apenas quando veste o branco. Me preocupa muito não formar apenas bons médiuns, mas pessoas boas, seres humanos conscientes e não apenas espiritualistas! Não podemos cometer dentro da Umbanda o erro de pensar que praticamos a caridade apenas no dia de atendimento. Eu tenho uma visão muito clara que sempre me foi passada através de meus mentores de que quem pratica a caridade são os guias, estamos incorporados e eles estão trabalhando! Ceder meu corpo para que um guia espiritual trabalhe, no meu ver, não é caridade e sim minha obrigação! Caridade vai muito além disso, vai muito além da Umbanda e da mediunidade e me preocupo muito que meus ilhos percebam isso, e entendam que os dons espirituais que possuímos, não é nada que nos torne especiais de alguma forma, e sim uma ferramenta a mais que ganhamos para fazer o bem ao próximo, e isso é 24 horas por dia, não apenas entre a abertura e fechamento dos trabalhos espirituais. F: Considera que há hoje uma maior preocupação por parte dos dirigentes umbandistas em transmitir aos seus ilhos os conhecimentos sobre a religião, em sensibilizá-los para estudarem a religião que praticam? FC: Com toda a certeza, hoje, os dirigentes incentivam muito mais o estudo de seus ilhos. Porém, não vejo isso como um fato evolucionista natural, ( )pois viemos de uma fase onde o conhecimento se abriu de uma tal maneira onde não foi mais possível esconder esse conhecimento de quem realmente quer aprender. Não podemos fazer tudo parecer bonito, é preciso dizer a verdade, e todos sabemos que o conhecimento sempre foi a melhor e maior forma de manifestar poder! Muitos antigos sacerdotes usavam esse recurso para manifestar seu poder sobre outras pessoas, ( ) Fomos então dividindo algumas classes sacerdotais, sacerdotes que faziam todo o ritual e não passavam a seus ilhos pois nem mesmo eles sabiam o fundamento do que faziam, ou sabiam exatamente o que estavam fazendo, mas viam nisso uma forma de manter seus ilhos sempre por perto ( ), e os sacerdotes conscientes que, na medida do possível, sempre ensinavam o que sabiam a seus ilhos. Porém, chegou um ponto onde o conhecimento está ai para quem quiser adquirir, muitos sacerdotes trazendo novidades e novas visões de conhecimentos antigos, dando base e fundamentação. Então, é muito bom ver que, por bem ou por mal, todos estão percebendo a necessidade de se abrir a mente para o novo e para o conhecimento, a expansão, pois, se somos trabalhadores e estudiosos da Umbanda, sabemos que um de nossos Orixás trabalha com o fator e a irradiação do conhecimento, da expansão. Então, quem somos nós para lutar contra um fator divino? ( ) Continua

7 012 Fundamento: De que forma sente que tem contribuído para esse reconhecimento, para incutir nas pessoas a importância de conhecerem mais sobre os fundamentos da religião? FC: Bom, eu vejo que sou mais um dessa nova geração, dessa leva de sacerdotes que traz conhecimentos e abre as portas da casa para o estudo. Contribuo com meu trabalho, passando o que sei. A inal, foram as próprias palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas de que Com os mais evoluídos aprenderemos, aos menos ensinaremos e a ninguém negaremos o amor... Logo, é nossa obrigação ensinar a quem precisa, aprender com quem tem o que nos passar. E digo que a minha contribuição pessoal é quase nada para a Umbanda, mas se juntar a minha pequena contribuição com a de tantos outros sacerdotes irmãos nessa luta pelo conhecimento, aí sim, seremos representativos e vamos dar uma nova visão da nossa religião, mostrar o que ela realmente é, no que nós acreditamos, nossos fundamentos, nossas bases e vamos futuramente conseguir apresentar para o mundo e para nós mesmos o que realmente somos e, como gosto de ressaltar, acima de tudo sermos seres humanos melhores, conhecendo nossa religião, conhecendo nossos Orixás, sabendo usar de seus fatores divinos para nos auxiliar em nosso dia a dia, para nossa maior evolução. E dessa forma pauto meu trabalho, passando o que sei sobre nossas divindades, nossos guias, sobre a espiritualidade em geral ( ) Fundamento:O que acha que seriam as palavras de Zélio Fernandino de Morais sobre a Umbanda de hoje? O que sente que é preciso mudar para que a Umbanda, um dia, se torne, realmente, uma única banda, em que os princípios enunciados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas sejam prática de cada Casa de Umbanda e não apenas frases bonitas, citadas em tantos livros, artigos, redes sociais? FC: Essa pergunta é muito oportuna, pois, não é raro eu me pegar pensando justamente sobre o que o Pai Zélio diria de nossa Umbanda hoje. Com muito pesar e tristeza, eu preciso dizer a verdade que muitos negligenciam. Não faz parte do meu estilo encobrir a ferida e sim mostrá-la, para que nós possamos fazer algo para corrigir e, no meu ver, Pai Zélio de Moraes não teria boas palavras para descrever a Umbanda de hoje. Isso se vê até mesmo se pegarmos nas últimas falas dele e do Caboclo das Sete Encruzilhadas, quando já dizia que sempre avisou quanto aos problemas do ego que a mediunidade poderia trazer( )e isso há trinta anos atrás. A Umbanda, salvo suas exceções, virou uma espécie de mercado, um negócio e principalmente um lugar de pessoas intolerantes e hipócritas e é muito fácil perceber isso. Hoje, no Brasil, possuímos milhares de ditas Federações de Umbanda, mas o que elas estão realmente fazendo pela nossa religião? ( )As federações icam organizando festas e patenteando nomes de guias, enquanto o CENSO feito no Brasil mostrou um numero que é irreal sobre quantos umbandistas existem no Brasil. Eles estão preocupados se o nome do terreiro será Tenda, Centro, Colégio, Ilê; se preocupam se a mensalidade está em dia, enquanto vemos supostos Pais de Santo ensinando em vídeos abertos na internet como se faz uma amarração para o amor, trabalho para derrubar seu inimigo e pessoas, que fazem um trabalho sério, encontram diversos empecilhos para trabalhar, impostos muitas vezes por federações. Pai Zélio não estaria contente, porque dentro da Umbanda hoje, você não pode expor a sua idéia livremente como numa democracia, porque debaixo dos panos irão te atacar, e isso pelas suas costas, e estou falando de trabalhos de energia negativa mesmo, não adianta esconder a ferida! Lanço a pergunta a qualquer irmão dirigente como eu e a qualquer ilho de santo, quem nunca recebeu um trabalho de um irmão de religião? Nós tratamos na Umbanda hoje o tema demanda com naturalidade, as pessoas falam que é normal, mas que valores invertidos são estes? ( ) Estamos falando de uma religião! O signi icado dessa palavra é nos ligarmos com Deus, e eu pergunto, dessa forma? Se pegarmos tudo que o Pai Zélio disse sobre a Umbanda, o que o Caboclo das 7 Encruzilhadas disse, se prestarmos atenção no Hino da Umbanda: A Umbanda é paz e amor, é um mundo cheio de luz, peço a meus irmãos que re litam nesse trecho da letra! É isso que nós vemos na Umbanda hoje? Se a Umbanda é realmente tudo que Pai Zélio disse, que o Caboclo das 7 Encruzilhadas disse, que o Hino canta, então que nome tem a religião praticada hoje? Porque é que essa Umbanda, que é cantada e ensinada por Pai Zélio, não é a mesma em vigor hoje? Não vejo esses fundamentos nela e quem faz a Umbanda são os umbandistas! ( ) o umbandista se perdeu em dado momento do caminho e hoje digo que temos um longo caminho até retomarmos o princípio de nossa jornada. ( )Sei que muitos não gostam de ver o que aqui estou dizendo, mas sei que muitos já perceberam isso; estamos muito distantes da Umbanda de Pai Zélio. Claro que não generalizo, pois o ótimo trabalho de algumas pessoas nos dá ainda esperança, uma vez que ainda vemos os reais fundamentos da Umbanda vivos principalmente nas menores casas, mas a maioria está muito distante. Por isso, com tristeza, eu digo que Pai Zélio provavelmente não estaria surpreso, mas triste. Fundamento: Sabemos que visitará a ATUPO, a convite do Pai Cláudio, num futuro breve. O que espera encontrar do lado de lá do oceano? FC: Sim, em muito breve estarei por ai em uma visita à ATUPO, visitando a todos e ao Pai Cláudio que, além de um irmão de caminhada, já se tornou um grande amigo, e com o contato que tenho com todos dessa casa maravilhosa, já posso a irmar que minhas expectativas são as melhores possiveis, todos são muito atenciosos e curiosos, o que me fascina! Adoro pessoas curiosas que buscam sempre conhecimento a mais por isso estou fascinado com todos daí. Eu já tenho uma ligação de família com Portugal e jamais esperava que a religião também fosse me ligar com esse lindo país! Então, já possuo um grande carinho por todos, estou muito ansioso para estar com todos, trocar conhecimentos, experiências, ver a Umbanda, uma religião brasileira que deu frutos tão belos do outro lado do oceano! ( ) Mary Nogueira Rua D. Gonçalo Pereira, 75 - Cividade Braga - Tel

8 Dezembro 2013 Losna Sem folha não há Orixá Fontes: lores.com.br/ervas/a10l osna.htm sna.html#.uo5c0cqvkqo mariense.blogspot.pt/2013/10/losna-- artemisea-absinthium.html icacao-das-plantas-medicinais/ 6/losna/ Leonel Lusquinhos Caros irmãos, nesta edição dedicaremos este espaço a uma planta conhecida por Losna e cienti icamente denominada de Artemísia absinthium. A losna é também chamada de absinto, alenjo, sintro, erva-dos-vermes, erva-do-fel, erva-de-santa-margarida e losna-maior. Esta planta é utilizada na preparação do vermute (bebida alcoólica à base de vinho) e do absinto. Contudo, é de salientar que esta planta possui uma substância tóxica, a tuinona que pode provocar, em doses elevadas, tremores, tonturas, convulsões e até delírios. Na Antiga Grécia, esta planta era dedicada à deusa Artémis, deusa da fecundidade e da caça de onde surge e daí o seu nome cientí ico. O absinto é muito antigo tendo sido citado num papiro egípcio que data de 1600 a.c., pelas suas propriedades medicinais. O licor de absinto era uma bebida alcoólica muito apreciada por poetas e artistas como Van Gogh, Rimbaud, Baudelaire e Toulouse-Lautrec, e outros. É de crer que o destilado de ervas cor verde-esmeralda, também chamado de "fada verde", era o responsável pelo comportamento bizarro de Van Gogh. É importante salientar que estudos recentes realizados por investigadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, permitiram identi icar propriedades capazes de causar convulsões, alucinações, surtos psicóticos, dependendo da dosagem nos destilados preparados com losna ou absinto. Estes estudos demonstraram também que o uso crónico pode provocar danos neurológicos permanentes. O chá desta planta possui um sabor amargo. Esta característica foi até citada num provérbio de Salomão: "a in idelidade, ainda que possa ser excitante e doce no seu início, costuma ter um im amargo como a losna". CARACTERÍSTICAS: Originária da Europa, a losna pertence à família das Compostas. É uma planta herbácea e perene que alcança cerca de 1 a 1,20m de altura. Possui folhas recortadas, de coloração verde-acinzentada e lores amarelas, pequenas e reunidas em pequenos cachos. CULTIVO: A losna propaga-se através de sementes ou por estaca. O solo ideal para a cultivar deve ser argilo arenoso, profundo e fértil. Para a plantar em vasos ou loreiras, é essencial garantir mais ou menos uma profundidade de 30 cm. Esta planta é bastante resistente a doenças e raramente é atacada por insetos. No entanto é essencial estar atento à proliferação de ervas daninhas que possam prejudicar o seu desenvolvimento. Se o objetivo da colheita for as folhas, devem retirar-se assim que surjam os primeiros sinais de lores, para poder evitar a perda dos princípios ativos. Se o objetivo é colher as lores, a colheita deve ser realizada no momento em que estas se formam, uma vez que a Losna apenas permanece lorida cerca de sete dias. Após esse período as lores icam muito sensíveis, caindo com facilidade. PARTES UTILIZADAS: folha e lores MEIOS DE UTILIZAÇÃO: Uso Interno: chá Uso Externo: banhos. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: A losna é utilizada para aumentar as secreções biliares, favorecendo o funcionamento do ígado e, ingerida meia hora antes da refeição, pode atuar como estimulante do apetite e auxiliar da digestão. Dispepsia, insu iciência hepática e menstruações irregulares e dolorosas. PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS: Vermifuga (para expulsar os parasitas intestinais), digestiva, emenagoga (atua no controle menstrual da mulher, facilitando sua atividade normal) e tónico gástrico. CONTRA INDICAÇÕES: Não deve ser utilizada durante a gravidez nem por crianças Oração a Oxum Salve Oxum, minha Mãe! Senhora dos Rios, Lagos e Cachoeiras! Derrama sobre mim as tuas águas claras Para que lavem todos os meus males E tornem minha alma pura e cristalina! Para que eu possa encher os Seres de Amor e Esperança, Como o rio que fecunda os campos por onde passa! Para que eu lute por aquilo em que acredito, sem nunca parar, Como as águas que correm e desbravam até chegar ao mar! Salvé, Minha Mãe Oxum! Orixá do Amor e Beleza! Que o Canto doce, belo de tuas águas Embale e serene meu coração! Bendita sejas Senhora do Ouro! Irradia em mim a tua Luz dourada, Clareando os caminhos por onde passo, Para que eu possa enxergar e agradecer As riquezas que abraço em minha vida! Oh Mãe Oxum! Protetora das crianças, Defensora dos a litos Mãe de todas as criaturas! Abriga o Mundo em teu Manto Divino, Como se ele fosse só um menino, Para que acabe a fome, o frio e a solidão! Transformando-o num grande jardim Onde só nasçam lírios de Paz e Amor no coração! Aiiieeeuuuu Oxum! Deseja apoiar o? contacte-nos fundamento@atupo.com