Estudo do Mercado de Reabilitação Urbana
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- Samuel Barbosa Stachinski
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1 Estudo do Mercado de Reabilitação Urbana Isabel Breda Vázquez Paulo Conceição 15.junho.2018
2 Equipa Coordenação Isabel Breda Vázquez Paulo Conceição Investigadores Catarina Thomaz Filipe Cruz Consultoria Luís Miguel Branco Teixeira Colaboração Diana Silva
3 Estudo do Mercado de Reabilitação Urbana em Portugal Uma abordagem ao mercado da reabilitação urbana e à preservação do património edificado segundo uma perspetiva contextual e diversificada, que procura: Entender a diversidade de situações problemáticas que afetam o mercado de habitação e a reabilitação do edificado em Portugal, bem como a sua diferenciação espacial; Entender as características, apoios e incentivos dirigidos para a reabilitação urbana: a perceção dos municípios Refletir sobre a importância de estratégias locais diversificadas e sobre a necessidade de articular diferentes formas de intervenção
4 Entender os problemas e os diferentes contextos para a reabilitação urbana em Portugal Tópicos: 1. Principais características e problemáticas do mercado de habitação e do edificado em Portugal 2. A integração das várias dimensões em análise: os padrões de diferenciação local e suas características 3. Os índices de carência concelhia e a diversidade de problemas qualitativos do edificado e do alojamento 4
5 1. Principais características e problemáticas do mercado de habitação e do edificado em Portugal Análise segundo 4 categorias principais: As dinâmicas da população e do edificado e a configuração espacial do quadro de excedente habitacional; As carências qualitativas: a intensidade, a especificidade e a diferenciação espacial dos problemas; A estrutura do mercado de habitação, o arrendamento e a sua diferenciação espacial; As dinâmicas do mercado imobiliário, o investimento na reabilitação e a sua diferenciação espacial. Do ponto de vista metodológico: 86 indicadores estatísticos publicados pelo INE, representados e analisados à escala das freguesias, municípios e NUTS III, maioritariamente para os anos de 2001 e 2011
6 As dinâmicas da população e do edificado e a configuração espacial do quadro de excedente habitacional A existência, em Portugal, de um quadro de excedente habitacional Em 2011: 1,45 alojamentos/família; 700 mil alojamentos vagos; Nº alojamentos vagos disponíveis no mercado muito superior à diferença entre o nº de famílias e alojamentos fam. ocupados como residência habitual 6
7 As dinâmicas da população e do edificado e a configuração espacial do quadro de excedente habitacional Aumento do nº de famílias (+ 365 mil famílias em 10 anos) A ter em atenção: Excedente habitacional muito diferenciado: não tem igual intensidade em todo o território situa-se em contextos demográficos contrastantes 7
8 As carências qualitativas: a intensidade, a especificidade e a diferenciação espacial dos problemas: degradação dos edifícios, sobrelotação de alojamentos familiares, carência de infraestruturas básicas nos alojamentos, carência energética dos alojamentos e carência de acessibilidade Carência financeira Carências energéticas associadas à inexistência de qualquer tipo de aquecimento nos alojamentos Carências de acessibilidade A elevada percentagem de edifícios sem entrada acessível a pessoas com mobilidade condicionada evidencia a necessidade de integrar as carências de acessibilidade nos problemas qualitativos do alojamento Carência financeira A problemática da acessibilidade financeira à habitação e a existência de diferentes contextos territoriais dessa problemática
9 A estrutura do mercado de habitação, o arrendamento e a sua diferenciação espacial A estrutura do mercado de habitação e o arrendamento Caraterísticas muito diferenciadas do arrendamento: existem contextos, como os territórios metropolitanos de Lisboa e do Porto e o Alentejo, caraterizados por contratos antigos, rendas mais baixas e arrendatários mais idosos e contextos mais marcados por dinâmicas mais recentes e com maior peso relativo de arrendatários jovens. A importância de estratégias diversificadas, adaptadas às caraterísticas de cada contexto
10 2. A integração das várias dimensões em análise: os padrões de diferenciação local e suas características Análise multivariada realizada a partir de 35 indicadores Análise de clusters realizada a partir dos fatores extraídos da análise fatorial Análise realizada para 10 agrupamentos de NUT III Existência de situações muito diversificadas espaços fortemente contrastantes e visibilidade de padrões bem definidos de diferenciação local, coexistem com situações mais complexas caracterizadas pela extrema pulverização ou dispersão de casos críticos Diferentes tipos de problemáticas afetam de forma desigual os vários territórios 10
11 3. Os índices de carência concelhia e a diversidade de problemas qualitativos do edificado e do alojamento Avaliação, para o ano de 2011, da maior ou menor representatividade ao nível concelhio e das freguesias, de problemas qualitativos específicos: degradação dos edifícios, sobrelotação de alojamentos familiares, carência de infraestruturas básicas nos alojamentos, carência energética dos alojamentos e carência de acessibilidade dos edifícios construídos estruturalmente para possuir 3 ou mais alojamentos. Metodologia baseada na utilização de índices, rankings e perfis de carência Aplicação a dois conjuntos de municípios e às suas freguesias: 308 municípios e respetivas 4260 freguesias que compõem o país 71 municípios urbanos, pertencentes quer às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto quer às cidades médias do território nacional
12 Os Índices de Carência e a diversidade de problemas qualitativos do edificado e do alojamento A desigual representatividade relativa de diferentes tipos de carência qualitativa
13 Os Índices de Carência concelhia Índice Compósito de Carências Global = çã + çã + ê + ê é + ê
14 Ranking: Menor Valor --> Maiores Carências Municípios Urbanos*: Perfis de Carências Ranking do Índice Compósito de Carências Global Perfis de Carência concelhia: Os vários problemas de carência qualitativa da habitação combinam-se de forma diferente nos diversos municípios do continente 10 0 Penafiel Paredes Porto Olhão Moita Lamego Faro Loures Amadora Trofa Odivelas Gondomar Funchal Vila Nova de Gaia Matosinhos Portimão Barreiro Lisboa Espinho Palmela Abrantes Vila do Conde Setúbal Peso da Régua Barcelos Guarda Maia Almada Tomar Arouca Vale de Cambra Portalegre Mirandela Caldas da Rainha Póvoa de Varzim Oliveira de Azeméis Santarém Sintra Beja Alcochete Chaves Santa Maria da Feira Figueira da Foz Municípios Urbanos* *municípios em áreas metropolitanas e cidades médias Vila Franca de Xira Torres Vedras Coimbra Seixal Covilhã Santo Tirso Viseu Guimarães Valongo São João da Madeira Torres Novas Montijo Fafe Évora Sesimbra Castelo Branco Viana do Castelo Bragança Entroncamento Vila Real Vila Nova de Famalicão Braga Cascais Mafra Marinha Grande Oeiras Aveiro Leiria Índice de Degradação (Ranking) Índice de Sobrelotação (Ranking) Índice de Carência de Infraestruturas (Ranking) Índice de Carência Energética (Ranking) Índice de Carência de Acessibilidade (Ranking) Índice Compósito de Carências Global (Ranking)
15 Entender as características, apoios e incentivos dirigidos para a reabilitação urbana: a perceção dos municípios Tópicos: Organização da gestão da reabilitação urbana Carência qualitativa do edificado e principais obstáculos/condicionantes nos municípios em relação à reabilitação urbana Apoios e incentivos locais, e no âmbito de impostos e fiscalidade Metodologia: - Inquérito aos municípios, enviado pela AICCOPN no segundo semestre de Resposta de 103 municípios (até ao dia 18 de maio de 2018), 32 dos quais municípios urbanos. 15
16 Organização da gestão da reabilitação urbana Diferentes estruturas organizativas; Generalização da delimitação de ARU; Identificação de documentos caracterizadores das estratégias municipais de reabilitação urbana (relacionados com o regime jurídico da reabilitação urbana e programas específicos do Portugal 2020); Menos comum a existência de documentos de estratégia municipal de habitação.
17 Carências qualitativas e obstáculos à reabilitação urbana Maior importância das carências associadas à degradação do edificado, às condições de acessibilidade aos alojamentos e às condições de aquecimento; Perceção de obstáculos associados à procura por parte de investidores, à rentabilidade do investimento e ao acesso ao financiamento; Necessidades de intervenção em vários domínios: infraestruturas, espaço público, equipamentos.
18 Apoios e incentivos locais Vários tipos de apoio: incentivos genéricos, incentivos dirigidos para áreas específicas, incentivos dirigidos para grupos específicos. Generalização de incentivos associados à fiscalidade; menos generalizados outros tipos de apoios ou incentivos locais.
19 Principais conclusões A importância de estratégias dirigidas para o parque edificado existente A necessidade de priorizar as condições de intervenção a partir do enfoque estratégico no conforto habitacional O papel crescente das carências qualitativas nas dinâmicas de reabilitação do edificado Atenção: Relevância dos problemas adicionais de conforto habitacional associados às condições térmicas dos edifícios e/ou a requisitos básicos de acessibilidade Importância de indicadores adequados e de conhecimento rigoroso, e valorização de sistemas de financiamento variados
20 Principais conclusões A diversidade de contextos para a intervenção A variedade de contextos para a reabilitação urbana em Portugal evidencia-se como questão central: O quadro de excedente habitacional não tem igual intensidade em todo o território e, sobretudo, situa-se em contextos demográficos contrastantes Padrões espaciais de diferenciação local vs pulverização de casos críticos vs diferentes níveis de problemas e de vulnerabilidades Os vários problemas de carência qualitativa da habitação combinam-se de forma diferente nos diversos municípios do continente
21 Principais conclusões A importância de estratégias locais diferenciadas É necessário construir estratégias que tenham em conta a diversidade existente: Diversidade do ponto de vista demográfico Diversidade dos problemas e da sua combinação Diversidade na intensidade e na escala dos problemas Diversidade nas dinâmicas locais de reabilitação É necessário reconhecer a importância e coexistência de diferentes tipos de soluções e modelos de atuação diferenciados de acordo com as características, a intensidade e a extensão, o gradualismo temporal, e a diferenciação espacial das problemáticas.
22 Principais conclusões A relevância das estratégias e incentivos municipais A organização das políticas para a reabilitação urbana e a influência dos instrumentos nacionais nas diversas experiências municipais. O reconhecimento dessa influência não significa, no entanto, a desvalorização das oportunidades de inovação local e dos processos de aprendizagem que delas podem decorrer.
23 Principais conclusões A necessidade de observar as mudanças A diversidade de contextos para intervenção mostra a necessidade de um conjunto alargado de indicadores para a sua caraterização. É importante o acompanhamento da evolução dos problemas e dos mercados e das suas principais condicionantes. Observar as mudanças e os seus territórios torna-se fundamental
24 Recomendações Principais Valorizar uma abordagem territorializada, e definir diferentes tipos de áreas críticas É importante valorizar os processos de conhecimento (de diagnóstico e de mapeamento) de diferentes tipos de áreas críticas para a reabilitação urbana. É importante valorizar o papel de áreas heterogéneas de reabilitação urbana nas políticas públicas (nomeadamente nas definidas a nível nacional), contrariando uma lógica de relativa homogeneidade nacional dos problemas-tipo e dos correspondentes desafios e instrumentos.
25 Recomendações Principais Promover novas capacidades de cooperação, e valorizar a função de diferentes escalas de decisão e ação É importante assegurar sinergias e relações de coerência entre diferentes tipos de políticas e estratégias e entre diferentes parceiros e instituições (combinando a reabilitação urbana com políticas de planeamento e uso do solo, com políticas sectoriais, ) É importante valorizar o papel de estratégias e de capacidades de ação definidas a diferentes escalas espaciais (nacional, local, ), e assegurar a sua articulação adequada a importância da escala intermunicipal
26 Recomendações Principais Valorizar a integração das estratégias de reabilitação urbana em perspetivas mais amplas de desenvolvimento local A importância da relação da reabilitação urbana com desafios mais abrangentes de promoção do bem-estar social e de desenvolvimento local A atenção a programas estratégicos integrados (envolvendo objetivos de reabilitação física, de valorização social e ambiental e/ou de promoção económica)
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