AS MUDANÇAS NO SETOR DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO COM A IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA ERP: UM ESTUDO EM UMA EMPRESA DE TELECOMUNIÇÕES
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1 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI JOÃO JOSÉ LEONEZI AS MUDANÇAS NO SETOR DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO COM A IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA ERP: UM ESTUDO EM UMA EMPRESA DE TELECOMUNIÇÕES SÃO PAULO 2009
2 ii JOÃO JOSÉ LEONEZI AS MUDANÇAS NO SETOR DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO COM A IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA ERP: UM ESTUDO EM UMA EMPRESA DE TELECOMUNIÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Dr. Professor Sidney Lazaro Martins SÃO PAULO 2009
3 iii JOÃO JOSÉ LEONEZI AS MUDANÇAS NO SETOR DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO COM A IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA ERP: UM ESTUDO EM UMA EMPRESA DE TELECOMUNIÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho apresentando em: 28 de novembro de Dr. Prof. Sidney Lazaro Martins Msc. Prof. Carlos Roberto Carneiro Comentários:
4 iv AGRADECIMENTOS Aos mestres da Universidade Anhembi Morumbi que desprenderam muita atenção para transmitir o conhecimento para eu e meus colegas de classe permitindo um aprendizado que será a bagagem para nova etapa da minha vida após a conclusão deste curso de graduação.
5 v RESUMO Neste trabalho de conclusão de curso é apresentado um estudo de caso das mudanças ocorridas no setor de planejamento e controle da produção com a implantação do sistema ERP OMEGA para o sistema ERP SAP numa empresa multinacional do ramo de telecomunicações e os resultados obtidos. O estudo de caso mostrará as possibilidades de parametrização do sistema que passam a facilitar o as atividades de planejar e controlar a produção. O estudo de caso foi escolhido por ter sido um fato recente na empresa permitindo compara o ano anterior a implantação com o ano atual surpreendendo à aqueles que pretendem implantar ou trocar o sistema ERP de uma empresa Palavras Chave: Sistemas ERP Gerenciamento de Estoque Gerenciamento de Informações
6 vi ABSTRACT This final paper shows a case of all changes that happened in the production planning department after to change the ERP system called OMEGA for the new one called SAP in the telecommunication multinational company and the achived results. This case will show the system parameterizations possibilities that facility the activities of the planning e production control. This study was chosen because the recently change of the system that s happened allowing to compare year 2008 when the OMEGA system was in operation with the current year when was implanted the SAP system, surprising the people with the intention to change the ERP system of the your company. Key Worlds: ERP Systems Stock Management Information Management
7 vii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Analogia dos Estoques...9 Figura 2: Gráfico modelo por ponto de pedido...11 Figura 3: Gráfico Modelo por Revisões Periódicas...12 Figura 4: A curva ABC...19 Figura 5: Integração das áreas da empresa com o cadastro do material...20 Figura 6: Lista técnica material...23 Figura 7: Planejamento da Produção...23 Figura 8: Planilha de média para programação...26 Figura 9: Tela de abertura do forecast...26 Figura 10: Tela onde são inseridas as necessidades...27 Figura 11: Seleção por planejador...28 Figura 12: Sinalizadores de materiais críticos...28 Figura 13: Visualização de necessidades individuais...29 Figura 14: Geração individual de requisição de compra...30 Figura 15: Conversão coletiva de requisição de compra...31 Figura 16: Planejamento de necessidades semanais...32 Figura 17: Janela de parametrização MRP Figura 18: Chave de cálculo do tamanho do lote no MRP...34 Figura 19: Janela de parametrização MRP Figura 20: Janela de parametrização MRP Figura 21: Modo de compensação...37 Figura 22: Janela de parametrização MRP Figura 23: JOB consumo incorreto...39 Figura 24: Indicador de acurácia do estoque...40 Figura 25: Indicador de prazo de entrega a clientes...41 Figura 26: Divisão do PCP linha de produto x colaborador...42 Figura 27: Avaliação de Impacto no PCP...45 Figura 28: Avaliação dos Processos da Empresa...45 Figura 29: Indicador nível de estoque ano Figura 30: Indicador nível de estoque Figura 31: Faturamento ano Figura 32: Faturamento ano
8 viii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tabela de Construção da Curva ABC...17 Tabela 2: Tabela de cálculo do valor monetário consumido no período...17 Tabela 3: Tabela de ordenação dos itens por ordem decrescente do valor durante período...18 Tabela 4: Tabela de cálculo do percentual de cada um dos itens em relação do percentual...18
9 ix LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PCP ERP SAP BI BOM JOB MRP OrdPro DivEst ReqCmp ResOrd Estoq. NecSub Planejamento e Controle da Produção Enterprise Resource Planning - Planejamento dos Recursos Corporativos Em alemão: Systeme, Anwendungen und Produkte in der Datenverarbeitung. Em inglês: Systems, Applications and Products in Data Processing. Em português: Sistemas, Aplicações e Produtos no processamento de dados. Businness Inteligency Bill of material Lista técnica de material Geração de relatório enviado automaticamente aos usuários de sistemas ERP Material Resources Planning Sigla do SAP para ordem de produção Sigla do SAP para material que tem pedido de compra colocado em um fornecedor Sigla do SAP para material que está reservado através de uma requisição de compra para uma ordem de produção Sigla do SAP para material que está reservado para uma ordem de produção Sigla do SAP para material que está no estoque Sigla do SAP para material subcontratado
10 x SUMÁRIO p. 1. INTRODUÇÃO OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivo Específico MÉTODO DE TRABALHO JUSTIFICATIVA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Sistemas de Produção Produção Produtividade Planejamento da Produção MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) Plano de Produção Gestão de Demanda Gestão de Estoques Função dos Estoques Tipos de Estoques Modelo básico de gestão de estoques Análise dos Estoques Inventário Físico Acurácia dos Controles Giro de Estoques Análise ABC...16
11 xi 5.5 Sistema SAP para ERP Cadastro de Materiais Centro de Trabalho Centro de Trabalho Lista Técnica Planejamento da Produção ESTUDO DE CASO A Empresa A Realidade da empresa passada e presente Previsão de Demanda Geração de Necessidades Através do MRP Geração de Ordens de Produção Geração de requisições de materiais Envio de Necessidades aos Fornecedores Parametrizações do MRP no SAP Estoque de Materiais Inconsistência de Consumos Acurácia do Estoque Confirmação Data de Entrega Pesquisa comparativa Sistema de busca de peças no almoxarifado Relação estoque versus faturamento ANÁLISE DOS RESULTADOS CONCLUSÃO...50
12 xii 9. RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...53 ANEXO...54
13 1. INTRODUÇÃO Este trabalho visa mostrar as mudanças no Planejamento e Controle da Produção - PCP de em uma empresa com a mudança do sistema ERP OMEGA para o sistema ERP SAP, onde trouxe melhorias no planejamento da produção, controle do uso dos materiais, controle do estoque e controle das necessidades dos clientes. As gestões empresariais são utilizadas em diversas empresas com softwares dos sistemas denominados ERP Enterprise Resource Planning (Planejamento de Recursos Empresariais). A partir dos anos 90 o uso do ERP cresceu muito nos países desenvolvidos, mas no mercado brasileiro, esse sistema desenvolveu-se a partir de 1996 devido à crescente demanda pelo desenvolvimento de uma gestão profissional. Muitos softwares oferecem diversas vantagens, vendendo como solução a sua implantação para resolver todos os problemas do cliente, não mencionando as diversas difíceis etapas de implantação, treinamento de funcionários, adequação e conflitos, quando não incompatibilidades, com os sistemas existentes, os quais devem ser observados para evitarem desperdícios de tempo, dinheiro e o risco de insucesso.
14 2 2. OBJETIVOS Analisando a realidade passada e presente de uma empresa do ramo de telecomunicações apresenta-se os seguintes objetivos. 2.1 Objetivo Geral Mostrar as diferenças nos processos da empresa após a implantação do aplicativo SAP verificando quais foram as vantagens, desvantagens e melhorias no departamento de planejamento e controle da produção - PCP e se essas mudanças tornaram mais efetivo o planejamento das suas necessidades, controle de estoque e cumprimento dos prazos. 2.2 Objetivo Específico - Elencar os principais problemas anteriores a implantação do aplicativo SAP; - Mostrar as facilidades no uso do aplicativo SAP aplicado as atividades do PCP; - Mostrar a aplicação das teorias de administração da produção que estão embutidas nos softwares de ERP e MRP; - Propor novos processos de contagem cíclica de matéria-prima e componentes devido à necessidade de alto controle de estoques; - Propor um sistema de busca de componentes no estoque para que o almoxarifado possa separa rapidamente os materiais necessários para uma ordem de produção. - Mostrar as diferenças ocorridas nos processos da empresa
15 3 3. MÉTODO DE TRABALHO A realidade na administração da produção da empresa com a variedade de produtos divididos por linhas de produtos ou BD (business division), que dificulta o controle da produção e administração dos estoques, é uma tarefa difícil, mas o objetivo desse método é verificar a percepção dos colaboradores da empresa e o resultado obtido. Com esse objetivo foram seguidos os seguintes procedimentos adotados para a realização do presente trabalho foram: levantamento bibliográfico. revisão da literatura de forma a se compreender os principais conceitos e premissas básicas adotadas na análise dos conceitos de administração da produção. o estudo de caso da empresa consulta às diversas publicações, sites na internet, etc. Cabe observar também que a pesquisa realizada na empresa aconteceu 8 meses após a implantação de um novo sistema ERP.
16 4 4 JUSTIFICATIVA Este Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia de Produção justifica-se pela necessidade de planejamento e controle da produção eficiente e eficaz. A necessidade de se planejar, programar, controlar a produção e os estoques conciliando produtividade com satisfação do cliente solicita métodos adequados na melhoria dos processos proporcionando aperfeiçoamento dos recursos humanos indispensáveis para qualquer empresa que depende de uma clientela e de funcionários bem preparados e comprometidos. As alternativas e modelos gerenciais de planejamento da demanda e do estoque serão verificadas para orientar a melhor solução. De extrema importância é o levantamento de teorias que servirão como base para comparações e identificação de modelos que podem ser seguidos. Após o levantamento do material teórico será descrito o perfil da empresa, as suas divisões por linha de produtos e os processos do PCP. Com isso será possível obter uma visão dos problemas que foram vividos pela empresa e sua atual realidade. O perfil de uma empresa e os seus processos produtivos será objeto de estudo de caso onde se pretende indicar melhorias.
17 5 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este trabalho foi desenvolvido seguindo o seguinte referencial teórico sobre a administração da produção e controle de estoque: 5.1 Sistemas de Produção Os sistemas de produção têm uma função importante na administração da produção para ajudar nas tomadas de decisão respondendo perguntas básicas como: - o que produzir e comprar? - quanto produzir e comprar? - quando produzir e comprar? - com que recursos produzir? Produção Pode-se definir produção como um processo que produz uma linha de produtos onde estão envolvidos processamento de matérias-primas para transformação em produto acabado. Para TUBINO (2000) a função da produção consiste em todas as atividades que diretamente estão relacionadas com a produção de bens ou serviços não se limitando apenas as operações de fabricação e montagem de bens, mas também as atividades de armazenagem, movimentação e etc. Para CONTADOR (1998) produção é o processo de obtenção de qualquer elemento considerado como objetivo da empresa, chamado produto, é a aplicação de recursos produtivos com alguma forma de administração. A produção está então dentro de um processo administrativo da empresa para o atendimento de suas metas.
18 Produtividade Toda empresa dentro de suas diversas metas a serem atingidas a melhoria da produtividade é uma busca constante. Para CONTADOR (2000) produtividade é a capacidade de produzir ou o estado que se dá a produção. A produtividade então dentro dos sistemas de produção serve para medir as operações da empresa a fim de avaliar os seus resultados. 5.2 Planejamento da Produção O planejamento da produção visa verificar as demandas futuras da empresa conciliando com as necessidades presentes MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) O MRP através de softwares hoje em dia tem uma função primordial no planejamento da produção devido a velocidade no retorno da informação das necessidades para produzir. Segundo CORRÊA, GIANESI & CAON (2001) o conceito de cálculo de necessidade de materiais é simples e conhecido há muito tempo. Baseia-se na idéia de que, se são conhecidos todos os componentes de um determinado produto e os tempos de obtenção de cada um deles, podemos com base na visão de futuro das necessidades de disponibilidade do produto em questão, calcular os momentos e as quantidades que deverão ser obtidas. A previsão de demanda de um produto com componentes conhecidos (árvore de produto) e tempos de produção pré-estabelecidos o MRP facilita a geração de necessidades.
19 Plano de Produção O plano de produção tem importante função no planejamento pois auxilia o gerentes que tomam as decisões do que produzir, principalmente o envolvimento da área de vendas e produção. Através de reuniões entre as áreas de vendas e planejamento, as áreas envolvidas discutem como sincronizar a demanda do mercado com a capacidade instalada de produção. Para CORRÊA, GIANESI & CAON (2001) o plano de produção coordena a demanda do mercado com os recursos internos da empresa de forma a programar taxas adequadas de produção de produtos finais. Para CONTADOR (1998) é o documento que especifica a quantidade de cada um dos produtos que deverá ser produzida no próximo período de programação. Ou seja, especifica o que e quanto produzir. Já para TUBINO (2000) o plano de produção formaliza as decisões tomadas quanto à necessidades de produtos acabados para cada período analisado. O plano de produção é uma ferramenta fundamental que envolve as áreas de uma empresa na tomada de decisão sobre o que produzir Gestão de Demanda As empresas não são tão flexíveis para alterar os seus volumes de produção de produção imediatamente para atender as variações de demandas. Para CORRÊA, GIANESI & CAON (2001) A função da gestão dea demanda inclui esforços em cinco áreas principais: previsão da demanda, comunicação com o mercado, influencia sobre a demanda, promessa de prazos de entrega, além de priorização e alocação.
20 8 Já para TUBINO (2000) gestão de demanda é a base para o planejamento estratégico da produção, pois permitem que os administradores destes sistemas antevejam o futuro e planejem adequadamente suas ações. A gestão de demanda então deve ter habilidade de prever as demandas através de um canal de comunicação com o mercado podendo influenciar a demanda, provendo prazos priorizando as necessidades e alocando as produções de forma que os objetivos sejam atingidos. 5.3 Gestão de Estoques Os estoques dentro da administração da produção é um dos principais conceitos porque é um elemento gerencial. Os estoques em certos momentos da economia são essenciais para as produções e atendimento das necessidades dos clientes, mas em outros momentos da economia conduz à falência, e por isso deve ser tratado com extrema vigilância para que não se atinja altos valores de estoques e também formação de estoques ruins com peças obsoletas ou produtos com validade vencida Função dos Estoques empresa. Os estoques visam suprir as necessidades de produção e dos clientes de uma Para CONTADOR (1998) a necessidade de estoque está relacionada tanto com características internas do sistema de produção como do seu entorno. Para CORRÊA, GIANESI & CAON (2001) tem a função de acumular recursos materiais entre fases especificas de processos de transformação. Esses acúmulos de materiais têm uma propriedade fundamental que é uma arma no sentido que pode se usada para o bem e para o mal.
21 9 Para TUBINO (2000) para administrar estoques, há necessidade de diferenciálos quanto as suas importâncias relativas, definir lotes de reposição, estabelecer modelos que permitam operacionalizar seus controles e estabelecer estoques de segurança. A função do estoque é de alta importância, pois uma má administração do estoque pode trazer sérios problemas de diferenças no balanço com prejuízos devido ao seu gerenciamento incorreto Tipos de Estoques Os estoques regulam o fluxo de negócios da empresa pois dependendo do setor que a empresa atua. MARTINS & CAMPOS (2006) faz uma analogia com as caixas d água de residências que é adequada. A figura 1 mostra esquematicamente esta analogia. Figura 1: Analogia dos Estoques Fonte: Martins, 2006 ParaMARTINS & CAMPOS (2006) quando a velocidade de entrada dos itens é maior que a de saída, ou quando o número de unidades recebidas é maior que o número de unidades expedidas, o nível de estoque aumenta. Se, ao contrário, mais itens saem, são demandados ou consumidos do que os que entram, o estoque
22 10 diminui. E se a quantidade que é recebida é igual à que é despachada, o estoque mantém-se constante. Se considerarmos V(t) como sendo a velocidade de entrada (unidades recebidas/unidade de tempo), v(t) como a velocidade de saída (unidades expedidas/unidade de tempo) e E como sendo o estoque, teremos as seguintes relações lógicas: V(t) x t > v(t) x t E aumenta V(t) x t < v(t) x t E diminui V(t) x t = v(t) x t E mantém-se inalterado Conseguir a igualdade V(t) x t = v(t) x t é o objetivo e desafio da filosofia Just-intime aplicada à gestão dos estoques, em que os estoques podem ser nulos. A gestão do fluxo de chegada, V(t) x t, é função de compras. Já a gestão do fluxo de saída, v(t) x t, é função de vendas e distribuição. A harmonização dos dois fluxos dentro da fábrica é função do planejamento e controle da produção (PCP). Para efeitos contábeis os estoques são classificados em cinco grandes categorias: 1ª Estoques de matéria-prima 2ª Estoque de produtos em processo 3ª Estoque de produtos acabados 4ª Estoque em trânsito 5ª Estoque em consignação Em muitas empresas a administração do estoque também faz parte do PCP deixando a cargo do departamento de compras somente a negociação do valor de compra das matérias-primas ou componentes.
23 Modelo básico de gestão de estoques Os estoques podem ser de vários tipos como matéria-prima, produtos semiacabados e produtos acabados. Para esses estoques é necessário determinar um modelo de gestão Modelo por ponto de pedido Para TUBINO (2000) O modelo por ponto de pedido consiste em estabelecer uma quantidade de itens em estoque, chamada de ponto de pedido ou de reposição, que quando atingida, dá a partida no processo de reposição do item em uma quantidade preestabelecida., conforme figura 2. Figura 2: Gráfico modelo por ponto de pedido Fonte: Tubino, 2000 A fórmula abaixo define a quantidade do ponto de pedido: PP= d x t + Qs Onde: PP = ponto de pedido; d = demanda por unidade de tempo; t = tempo de ressuprimento; Qs = estoque de segurança; Qmáx = estoque máximo
24 Modelo por revisões periódicas Segundo TUBINO (2000) Enquanto o modelo de controle por ponto de pedido trabalha no eixo das quantidades, propondo a reposição dos estoques quando seu nível ultrapassa determinada quantidade, o modelo por revisões periódicas trabalha no eixo dos tempos, estabelecendo datas nas quais serão analisadas a demanda e as demais condições dos estoques, para decidir pela reposição dos mesmos., conforme figura 3. Figura 3: Gráfico Modelo por Revisões Periódicas Fonte: Tubino, 2000 A fórmula abaixo define o tempo entre cada revisão: t tr = N Q t = D ano Onde: tr = tempo ótimo entre revisões; tano = número de dias no ano ano
25 Modelo por estoque de segurança Em alguns casos é necessário formar-se estoque de segurança para atender o cliente a tempo. Segundo CORRÊA, GIANESI & CAON (2001), é necessário se determinar o nível de estoque de segurança necessário para atender a determinado nível de serviço oferecido ao cliente. A relação entre nível de serviço e ao cliente e nível de estoque de segurança é dado por: E seg = FS σ LT PP Onde: Eseg = estoque de segurança; FS = fator de segurança, que é uma função do nível de serviço que se pretende; σ = desvio-padrão estimado para a demanda futura; LT = lead time de ressuprimento; PP = periodicidade à qual se refere o desvio-padrão Modelo por lote econômico Segundo CORRÊA, GIANESI & CAON (2001), às vezes, em gestão de estoques, o ressuprimento, depois de disparado e depois de transcorrido o lead time, não se dá de forma instantânea, mas gradual, pois se trata por exemplo de uma ordem de produção e não de compra recebida de um fornecedor interno e não de um fornecedor externo. O cálculo do lote econômico de produção para o caso de reposição gradual fica então: LE = 2 DA Cf DA Ce 1 PA
26 14 Onde: LE = lote econômico para a situação em que a reposição se dá de forma gradual; DA = taxa anual segundo a qual a demanda ocorre; PA = taxa anualizada segundo a qual a produção ocorre; Cf = custo fixo de preparação; Ce = Custo unitário anual de armazenagem. 5.4 Análise dos Estoques Os estoques representam boa parte dos ativos de uma empresa podendo gerar lucros ou prejuízos nos negócios de uma empresa. Para MARTINS & CAMPOS (2006) em épocas de alta inflação, manter estoques elevados poderia ser a forma mais adequada de obter grandes lucros, pois a reposição dava-se sempre a preços bem maiores. Numa economia mais estável e de baixa inflação, isso não é verdadeiro, e uma boa gestão dos estoques poderá ser a responsável pelo lucro Inventário Físico O inventário é uma ferramenta importante no controle do estoque pois estoque 100% correto pode ser considerado uma utopia Para MARTINS & CAMPOS (2006) o inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso haja diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques, devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias. MARTINS & CAMPOS (2006) dividem o inventário físico entre dois modos: periódico ou rotativo. O inventário físico é periódico quando em determinados períodos normalmente no encerramento dos exercícios fiscais, ou duas vezes por ano fazse a contagem física de todos os itens do estoque. Nessas ocasiões coloca-se um número bem maior de pessoas com funções específicas de contar os itens. È uma
27 15 força-tarefa designada exclusivamente para esse fim, já que tal contagem deve ser feita no menor espaço de tempo possível (geralmente de 1 a 3 dias). O inventário físico é rotativo quando permanentemente se contam os itens em estoque. Nesse caso faz-se um programa de trabalho de tal forma que todos os itens sejam contados pelo menos uma vez dentro do período fiscal (normalmente de um ano). Essa política exigira um certo número de pessoas exclusivamente dedicadas à contagem, em período integral o ano todo. Um critério usual é contar a cada três meses 100% dos itens da classe A, 50% dos itens da classe B e 5% dos itens da classe C Acurácia dos Controles Para MARTINS & CAMPOS (2006), uma vez terminado o inventário, pode-se calcular a acurácia dos controles, que mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor, ou seja: Acurácia = Número _ de _ itens _ corretos Número _ total _ de _ itens Ou Valor _ de _ itens _ corretos Acurácia = Valor _ total _ de _ itens Giro de Estoques Para MARTINS & CAMPOS (2006), o giro de estoques mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou. Valor _ consumido _ no _ período Giro _ de _ estoques = Valor _ do _ estoque _ médio _ n _ período
28 Análise ABC Para MARTINS & CAMPOS (2006), a análise ABC é uma das formas mais usuais de se examinar estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Os itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou quantidade, dá-se a denominação itens classe A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C. Não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total dos itens pertencentes à classe A, B ou C. Os itens A são os mais significativos podendo representar algo entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B variam de 10% a 45%, e os itens restantes representam o restante. A experiência demonstra que poucos itens, de 10% a 20% do total, são da classe A, enquanto uma grande quantidade, em torno de 50% são da classe C e 30% a 40% são da classe B. O exemplo 8.8. abaixo retirado do livro de MARTINS & CAMPOS (2006) mostra como construir uma curva ABC através das Tabelas 1, 2, 3 e 4. Exemplo 8.8: Construir a curva ABC do estoque sabendo-se que, durante um determinado ano-base, a empresa Condor apresentou a seguinte movimentação de seu estoque de 15 itens, conforme tabela 1.
29 17 Tabela 1: Tabela de Construção da Curva ABC Fonte: Martins, 2006 A tabela 2 mostra o cálculo do valor monetário consumido no período: Tabela 2: Tabela de cálculo do valor monetário consumido no período Fonte: Martins, 2006
30 18 A tabela 3 mostra a ordenação dos itens decrescente por valor consumido durante o período: Tabela 3: Tabela de ordenação dos itens por ordem decrescente do valor durante período Fonte: Martins, 2006 A tabela 4 mostra os cálculos percentuais de cada um dos itens em relação ao total: Tabela 4: Tabela de cálculo do percentual de cada um dos itens em relação do percentual Fonte: Martins, 2006
31 19 Uma análise da tabela mostra que os três primeiros itens 2035, e 1020 representam 60% dos gastos totais com materiais de estoques no período; são, portanto, itens tipicamente da classe A. Os quatro seguintes 2050, 6070, 2015 e 3055 representam mais 25% dos gastos com materiais; são tipicamente itens de classe B. Os oito itens restantes representam 15%; são então itens classe C. Assim, como ilustrado na figura 4 pela curva ABC, 20% dos itens (classe A) representam 60% dos gastos, 26,67 dos itens (classe B) correspondem a 25% dos gastos, e 53,33% dos itens (classe C) resultam em apenas 15% dos gastos. Figura 4: A curva ABC Fonte: Martins, Sistema SAP para ERP As informações do tópico 5.5 e subtópicos são informações interpretadas e traduzidas do MANUAL SAP (2001). O aplicativo SAP para ERP é um software integrado de planejamento de recursos corporativos destinado a atender aos principais requisitos de software das mais exigentes empresas de médio e grande porte, de todos os setores e mercados
32 20 verticais, em qualquer país do mundo. O software SAP ERP é constituído de quatro soluções individuais que sustentam as principais áreas funcionais das organizações. Todas as funcionalidades do SAP giram em torno do cadastro mestre de materiais conforme figura 5. Figura 5: Integração das áreas da empresa com o cadastro do material Fonte: Manual SAP, Cadastro de Materiais O Cadastro de Materiais é o conjunto de dados mestres para a gestão do material nas diferentes áreas de negócio da empresa. As informações cadastrais dos materiais se organizam por Visões, ou seja, subdividem-se por áreas funcionais de modo a permitir que as consultas e manutenções sejam estruturadas e atribuídas às áreas responsáveis. No Cadastro de Materiais existem dados gerais, que são válidos para todos os centros e dados específicos de cada centro e dados detalhados para cada depósito de um centro. A correta manutenção dos dados cadastrais dos materiais é de fundamental importância para que o fluxo logístico e financeiro de cada material aconteça de forma adequada no SAP. abaixo: Os materiais são agrupados pelo uso funcional de acordo com a relação Matéria Prima (Raw Material) Embalagem (Packaging) ROH VERP
33 21 Produto Acabado (Finish Goods) Produto Semi-Acabado (Semi Finish Goods) Itens não comprados (água, vapor) Itens não estocáveis (Phantom) Material não avaliado (pallet, rejeito, sucata) Itens de almoxarifado FERT HALB PIPE NLAG UNBW ERSA Para que o MRP funcione corretamente alguns parâmetros devem ser cadastrados como tipo de MRP, ponto de reabastecimento, planejador MRP, tamanho lote MRP, tamanho mínimo do lote, tamanho máximo do lote, estoque máximo, valor arredondamento, tipo de suprimento e suprimento especial entre outros Centro de Trabalho Os centros de trabalho são dados mestres muito importantes do planejamento e controle de produção. São utilizados para formular roteiros e determinar qual parâmetros serão custeados nas confirmações de produção como exemplo máquinas, grupos de máquinas, linhas de produção, posto de trabalho de montagem e grupos de pessoas. São utilizados também para a programação da produção que utiliza os tempos e as fórmulas onde são registrados no centro de trabalho para que se possa calcular a duração de uma operação. Calculo de custo onde através de fórmulas são registrados no centro de trabalho para que se possa custear uma operação, como também associar um centro de trabalho a um centro de custo. Planejamento de capacidade onde se registra a capacidade disponível e as fórmulas para o cálculo da necessidade de capacidade.
34 Centro de Trabalho O roteiro contém os dados de capacidade de produção da linha, centro de trabalho, itens que estão associados a esse roteiro e estabelece a seqüência de recursos necessários para execução de um processo e equipamentos devemos utilizar e os tempos de utilização Lista Técnica As listas técnicas de material ou BOM (Bill of materials) é uma lista de componentes (Semi-elaborados, matérias-primas e embalagens) requeridos para planejar, programar e produzir um item pai. As BOM s contém as seguintes informações: Código do componente Descrição do componente Quantidade de componentes Indicador do tipo de estoque do componente Status da BOM Base de cálculo da BOM Data de cadastro da BOM Responsável pela criação da BOM A lista técnica ou BOM é composta por um Material pai e Materiais componentes ou itens, os quais podem ser, por sua vez, materiais pais de outros itens, conforme ilustra a figura 6.
35 23 Figura 6: Lista técnica material Fonte: Manual SAP, Planejamento da Produção O planejamento ou seqüenciamento das ordens de produção pode ser agendado no quadro de planejamento onde são identificados os centro de trabalho e é atribuída uma quantidade máxima de capacidade para a linha de produção. A figura 7 mostra a forma de visualização da ocupação desse centro de trabalho após a execução da programação. Figura 7: Planejamento da Produção Fonte: Software SAP
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