Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)

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1 Gado de Leite Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) Em Bovinos Leiteiros Erick Fonseca de Castilho

2 C A P Í T U L O 3 3. IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite 3.1 Introdução Independente do sistema, vacas leiteiras têm problemas sérios em relação à eficiência reprodutiva e esta se constitui em um dos fatores que mais influenciam o sucesso econômico do empreendimento. Para se obter um bom desempenho produtivo e reprodutivo, há a necessidade da redução do intervalo de partos (IP) por meio de métodos efetivos no manejo reprodutivo e o uso adequado da inseminação artificial (IA) ou monta natural (MN), consequentemente menor período de serviço (PS). Devido a problemas cada vez mais frequentes de detecção do estro e diminuição nas taxas de concepção (TC) em vacas leiteiras, o IP tem sido cada vez mais prolongado. Tem-se notado ao longo dos anos que vacas, especialmente as de elevada produção leiteira, têm apresentado um aumento gradativo em problemas reprodutivos, aparentemente devido a causas multifatoriais (LUCY, 2001). Na tentativa de contornar estes problemas, estratégias de manejo reprodutivo devem ser implementadas, muitas vezes utilizando-se medidas mais intensivas, tais como inseminação artificial em tempo fixo (IATF).

3 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros A IA consagrou-se mundialmente e provou ser viável técnica e economicamente para acelerar o ganho genético e o retorno econômico da pecuária. Dentre suas vantagens, destacam-se a padronização do rebanho, o controle de doenças sexualmente transmissíveis, a organização do trabalho na fazenda, a diminuição do custo de reposição de touros etc. Outra vantagem é o uso de sêmen de touros mesmo após a sua morte. Mas o principal benefício desta técnica é o melhoramento genético por meio do uso de touros provados para obtenção de crias com maior potencial de produção e reprodução. Para melhorar a eficiência reprodutiva, é importante ressaltar que o manejo da propriedade é fator imprescindível, considerando que as características reprodutivas são essencialmente influenciadas pelo meio ambiente e pela nutrição. Com a evolução e o estabelecimento da técnica de IA, os problemas, como detecção do estro, baixo número de animais inseminados e principalmente a necessidade de mão-de-obra em tempo integral, conduziram à busca por alternativas de contorná-los, sem comprometer os índices reprodutivos (BARUSELLI et al., 2004). Assim, surgiram as técnicas de sincronização de estros e da ovulação que permitem a realização da IATF e possibilitam inseminar um grande número de animais no momento mais apropriado aos técnicos e produtores, sem a necessidade de observar o estro (AYRES et al., 2006; TORRES-JÚNIOR et al., 2007). Outro fator muito importante da IATF é o seu uso na indução de estros de fêmeas em anestro e com irregularidades no ciclo estral. A IATF se baseia na mimetização dos eventos reprodutivos fisiológicos de uma fêmea cíclica, por meio da manipulação hormonal exógena. Porém, nem sempre se consegue atingir a perfeição dos ciclos estrais fisiológicos. Portanto, somente os técnicos capacitados detêm o conhecimento da biologia reprodutiva nas diferentes raças de bovinos, podendo preconizar com consciência 102 IEPEC

4 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite e segurança os programas que maximizem a eficiência com o mínimo de risco aos índices reprodutivos e econômicos. Entretanto, devido ao manejo concentrado e gastos adicionais com medicamentos e instalações, apesar de em geral apresentarem uma melhora na eficiência reprodutiva, deve-se avaliar o custo-benefício do emprego destas ferramentas antes de começar a utilizá-las em larga escala. Com a IATF, a reprodução das fêmeas fica sob controle do produtor. Com esta técnica, as vacas tratadas são inseminadas com datas e horários marcados, e sem a necessidade de observar cios. Dessa forma, o criador pode inseminar mais vacas em menor escala de tempo, programar a inseminação e o nascimento das bezerras, aumentar o número de bezerras para cria e recria e obter um melhor aproveitamento da mão-de-obra. A vantagem econômica da IATF é uma questão importante e vai depender do uso correto da técnica. A IATF é sem dúvida, uma ferramenta extremamente importante no processo de melhoramento genético do rebanho. No entanto, uma das grandes limitações à sua expansão tem sido o custo, mão-de-obra especializada, falhas na observação do estro, taxa de prenhez razoável por sessão (variando de 30 a 60 %) (MALUF, 2002). As perdas de cio aumentam o número de dias improdutivos dos animais, o intervalo de partos, e diminuem o número de bezerras nascidas por ano. Ao observarem esses efeitos, muitos produtores interromperam seus programas de inseminação artificial. Dessa forma, programas de inseminação em tempo fixo, sem a necessidade de detecção de cio, colaboram para o aumento da eficiência e do emprego dessa técnica (BARUSELLI, 2004). Os objetivos deste Capítulo são: O portal do agroconhecimento 103

5 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros Descrever os requisitos básicos para se implantar um programa de IATF em propriedades leiteiras; Discutir a importância da mão-de-obra especializada nos resultados da IATF; Descrever os métodos de seleção/avaliação dos animais a serem introduzidos no programa de IATF; Discutir os principais protocolos de IATF em rebanhos leiteiros. 3.2 Vantagens da IATF em rebanhos leiteiros Dentre as vantagens, destacam-se: Elimina a necessidade de observação de estros, evitando erros de detecção; Evita inseminações de vacas fora do momento certo, diminuindo o desperdício de sêmen, material e mão de obra; Induz a ciclicidade em vacas em anestro no pós-parto, permitindo a inseminação destas fêmeas; Diminui o intervalo de partos, aumentando o número de bezerras nascidas; Aumenta a produção de leite; 104 IEPEC

6 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite Possibilita a programação das inseminações em um curto período; Concentra o retorno do estro das fêmeas falhadas na primeira inseminação, facilitando o diagnóstico de estro no repasse destas; Concentra a mão-de-obra e diminui o número de horas extras com inseminadores e problemas trabalhistas; Diminui o descarte e o custo de reposição de matrizes no rebanho. Diminui o investimento com touros; Melhora o manejo das pastagens, evitando a degradação dos piquetes próximos ao curral (utilizados intensamente em programas de inseminação artificial convencional). 3.3 Requisitos básicos para a implantação do programa de IATF em rebanhos leiteiros Para se obter sucesso nos programas de IATF, alguns requisitos são necessários para a sua implantação. Dentre eles, destacam-se: controle sanitário eficiente; bom manejo nutricional; meio ambiente favorável para o bem-estar animal; mão-de-obra especializada; e avaliação geral e ginecológica periódica das fêmeas. O portal do agroconhecimento 105

7 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros Influência sanitária O manejo sanitário para o gado leiteiro deve ser eficiente a fim de evitar que os animais venham a contrair doenças que possam prejudicar a sua produção leiteira e a eficiência reprodutiva do rebanho, causando prejuízos ao produtor. O organismo do animal está em contato direto com diferentes agentes que provocam diversas doenças, abaixo listadas: Doenças parasitárias (parasitas internos e externos) vermes intestinais, bicheiras, bernes, carrapatos, mosca-do-chifre etc. Doenças infecto-contagiosas: raiva, febre-aftosa, brucelose, tuberculose, IBR, BVD, campilobacteriose, leptospirose, tricomonose etc; Outros: mastite, intoxicação por ingestão de plantas tóxicas, problemas de cascos etc. O leite é considerado o alimento mais perfeito da natureza, com uma rica composição de proteínas, vitaminas, gordura, carboidratos e sais minerais; é produzido durante a lactação das vacas, a partir de elementos que passam do sangue para as células especializadas do úbere. Durante o processo de lactação, medicamentos ou drogas administradas podem passar para o leite, comprometendo assim a sua qualidade e causando prejuízos à indústria de leite (inibição de culturas lácteas utilizadas na fabricação de iogurte e outros fermentados) e problemas a saúde humana (reações alérgicas ou tóxicas). Quando o animal está sadio, bem alimentado e em conforto, espera-se que eles expressem o máximo de sua capacidade reprodutiva. Neste tópico, não serão abordados detalhes das enfermidades que acometem os bovinos de leite, e sim, sugerir um programa sanitário eficiente. 106 IEPEC

8 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite Influência nutricional Vários estudos realizados em rebanhos leiteiros demostraram claramente que um aumento acentuado na produção de leite durante o início da lactação aumenta a incidência de vários problemas reprodutivos (GROHN et al, 1994; MACMILLAN et al., 1996; POSO et al., 1996). Além disso, a capacidade genética para alta produção de leite, juntamente com as mudanças no estado nutricional e o aumento dos plantéis têm sido associados a uma gradual diminuição da fertilidade. A incapacidade de atingir os altos requisitos energéticos tanto para mantença quanto para produção em vacas leiteiras de alto desempenho leva a um balanço energético negativo, principalmente durante as primeiras semanas após o parto. O balanço energético durante as três primeiras semanas de lactação está altamente correlacionado ao intervalo de partos e a primeira ovulação (BUTLER et al., 2000). Está bem documentado que vacas muito gordas ao parto frequentemente apresentam redução de apetite e, assim, desenvolvem balanço energético negativo maior do que suas companheiras de rebanho. Essas vacas apresentam mobilização mais intensa da gordura corporal e maior acúmulo de triglicerídeos no fígado (RUKKWAMSUK et al., 1998), levando à lipidose hepática, que está associada, segundo muitos autores, ao comprometimento da fertilidade no período pós-parto. Além disso, relatou-se que um grave balanço energético negativo pode prolongar o intervalo de partos e a primeira ovulação. A baixa disponibilidade energética durante as primeiras semanas de lactação afeta a secreção de LH, mas também reduz a resposta do ovário à estimulação do LH (JOLLY et al., 1995; BUTLER, 2000). E como já foi dito anteriormente, animais magros geralmente não apresentam atividade ovariana devido à deficiência energética. Este fato ocorre pela falta de reserva de gordura para a produção de esteroides. O portal do agroconhecimento 107

9 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros O déficit no consumo de energia é a causa predominante do atraso à atividade reprodutiva nos rebanhos brasileiros e esses efeitos são mais acentuados quando ocorrem na fase final de gestação. Vacas magras ao parto apresentam intervalos mais longos até o primeiro estro e/ou primeira ovulação pós-parto, em decorrência da maior sensibilidade hipotalâmica ao estradiol, culminando com secreção insuficiente de gonadotrofinas para manter o crescimento folicular. Um método fácil, prático e eficiente na avaliação do estado nutricional (massa muscular e camada de gordura subcutânea) de vacas leiteiras é o Escore de Condição Corporal (ECC), que é avaliado numa escala de 1 a 5, quando a vaca está magra ou gorda (Figura 32). O ECC é avaliado pela visualização de extremidades ósseas, como ísquios, íleos, sacro, vértebras lombares, costelas e inserção de cauda. Figura 32: Escore de condição corporal em vacas de leiteiras. FONTE: EMBRAPA (2010). 108 IEPEC

10 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite Influência ambiental Segundo Hurnik (1992), bem-estar animal é o estado de harmonia entre o animal e seu ambiente, caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e de alta qualidade de vida do animal. De acordo com o Conselho de Bem-Estar dos Animais de Produção (do inglês Farm Animal Welfare Council FAWC, 1979), os animais devem estar livres de: Fome, sede e desnutrição; Desconforto; Dor, injúria e doenças; Restrições que os impeçam de expressar o comportamento natural da espécie; Medo e estresse. Estar confortável significa que o animal atingiu certo nível de bem-estar. Por isso, o manejo que os animais estão submetidos, independentemente do tipo de sistema adotado, tem que garantir amenidades que proporcionem conforto. Por exemplo: controle da temperatura (quando necessário), abrigo, espaço físico, ar e água limpos, dieta nutritiva, ausência de dor, de pânico, de ansiedade e de abuso. Dentre os fatores ambientais que afetam o conforto e o bem-estar dos animais, destacam-se: Ambiente social: dominância, liderança, tamanho do lote, espaço individual e interação com os humanos; O portal do agroconhecimento 109

11 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros Ambiente físico: instalações (dimensões de cochos de alimentação, dos bebedouros e das baias, o tipo de piso etc.); Condições climáticas: frio, calor, umidade, vento etc. Figura 33: Animais apresentando estresse calórico. FONTE: Arquivo pessoal. Figura 34: Animais em conforto térmico. FONTE: Arquivo pessoal. 110 IEPEC

12 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite Influência da mão-de-obra De acordo com Russi et al. (2009), a falta de pessoas capacitadas é um dos fatores limitantes para a expansão da IA no Brasil. Além disso, os autores destacaram que um manejo inadequado (nutricional, sanitário etc.) também pode acarretar resultados indesejados. Dobson e Smith (2000) mostraram que um manejo aversivo, que gera estresse, pode alterar a resposta aos tratamentos recebidos durante os protocolos de IATF e até mesmo resultar em perdas embrionárias. Sabe-se que o inseminador apresenta um papel fundamental na eficiência da IA/ IATF. A inadequada manipulação do sêmen, má identificação do estro e falhas na execução da técnica são geralmente apontados como fatores que comprometem os resultados de prenhez. Dentre os fatores que interferem no desempenho dos inseminadores, Russi et al. (2009) destacaram os seguintes: estado emocional e personalidade do inseminador. Foi relatado que o estado emocional do inseminador influenciou a taxa de retorno ao estro após as inseminações. Os indivíduos com menos preocupações e mais tranquilos obtêm os melhores resultados. Além disso, também é preciso considerar a confiança que o inseminador tem no sêmen que está utilizando, o comprometimento que o mesmo possui com a fazenda, o conhecimento e a confiança na técnica de IA/IATF e a possibilidade de participar de treinamentos e reciclagens. Um estudo desenvolvido por Fernandes Jr. (2001) mostrou que as variáveis habilidade, curso de IA e reciclagens geram diferenças significativas entre os inseminadores, medidas pela taxa de prenhez. Tal estudo reforça a necessidade de revisar todo o processo de IA periodicamente, a fim de aumentar a habilidade e a autoconfiança do inseminador. Outra consideração importante feita por esse mesmo autor é em relação ao comprometimento afetivo com o trabalho. Inseminadores com maior comprometimento afetivo obtiveram melhores taxas de gestação (85%) que aqueles que apresentaram comprometimento apenas por O portal do agroconhecimento 111

13 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros razões econômicas (68%). Outro fator que pode afetar os resultados e que deve ser sempre levado em consideração é o cansaço do inseminador. Dados revisados por Russi et al. (2009) mostraram que algumas manifestações indicativas de cansaço ocorrem antes mesmo de o inseminador solicitar sua substituição, podendo resultar em queda no rendimento do profissional. Reforçando a importância de realizar o treinamento do maior número possível de pessoas dentro das propriedades que realizam IA/IATF. Adicionalmente, foi observado que conhecer e acreditar na técnica com a qual se trabalha também pode ter influência positiva nos resultados. Os inseminadores que conheciam/acreditavam na técnica de IATF obtiveram melhores resultados do que os que não acreditavam (40% vs 36% de prenhez), podendo comprometer os resultados dos programas de IA (RUSSI, 2008). Frente a isso, torna-se cada vez mais importante o treinamento/reciclagem dos inseminadores e a disseminação da técnica de IA/IATF (RUSSI et al., 2009). Pois além de aumentar a habilidade dos funcionários, ambos são de extrema importância para aumentar a confiança e a autoestima dos mesmos. Atitudes que valorizam a equipe envolvida podem resultar em melhoras significativas dentro da propriedade, principalmente, quando se trata de IA/IATF Influência da seleção animal (saúde geral e reprodutiva) As avaliações ginecológicas periódicas (planejadas) representam uma etapa importante no manejo reprodutivo de rebanhos leiteiros. Apesar de não serem realizadas na grande maioria das propriedades, estas avaliações proporcionam informações valiosas da situação atual reprodutiva do animal. 112 IEPEC

14 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite O uso da ultrassonografia transretal para avaliar a prenhez no início da gestação está entre as aplicações mais práticas do ultrassom para reprodução de bovinos leiteiros. A identificação precoce das vacas vazias após a inseminação natural ou artificial melhora a eficiência reprodutiva e a taxa de prenhez ao reduzir o intervalo entre as IAs e ao aumentar a taxa de inseminações. Algumas falhas reprodutivas ocorrem com maior frequência em rebanhos leiteiros. Dentre elas, destacam-se: maior incidência de retenção de placenta pósparto, maior incidência de cistos foliculares, variação na duração do estro, estros silenciosos, maior incidência de dupla ovulação e de partos gemelares, menor taxa de concepção à Inseminação artificial e maior sensibilidade aos fatores climáticos. Nos animais diagnosticados como aptas à reprodução, ou seja, estão ciclando normalmente, os gastos com hormônios serão significantemente menores e a fertilidade das fêmeas serão muito maiores ( 85 % no estro normal vs 60 % na IATF), consequentemente, resultando em taxas de prenhez significativamente maiores. Outro fator interessante nos animais cíclicos é que se pode sincronizar o estro de animais que estejam na mesma fase do ciclo estral, ou seja, na fase luteal (diestro). Nesta fase, o corpo lúteo estará no seu auge de secreção de progesterona, logo, estará muito sensível à administração exógena de prostaglandina sintética. Em relação à IATF, este método de sincronização resultará em um estro tão fértil quanto um estro normal e muito mais barato ao produtor. Ainda em animais cíclicos, quando não se tem a disponibilidade de contratação de um veterinário, pode realizar um protocolo de sincronização de estro, com prostaglandina, com resultados satisfatórios. Lembrando que este protocolo não é IATF. Discutiremos mais adiante este tópico. Por outro lado, em animais que apresentam falhas reprodutivas e diagnosticadas, pelo exame ginecológico, como inaptas temporárias à reprodução, devem ser O portal do agroconhecimento 113

15 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros realizados programas hormonais direcionados para cada animal. Por exemplo, os animais que não estão manifestando estro em virtude de uma persistência de corpo lúteo, uma simples administração de prostaglandina promoverá a ocorrência do estro. Outro caso interessante, é de um animal que não manifesta estro devido estar em anestro (inatividade ovariana). Nesta situação, a prostaglandina não resolverá o problema, pois não tem corpo lúteo, muito menos folículos em crescimento em ambos os ovários. Portanto, se for diagnosticado que o anestro é por deficiência hormonal e não por outro fator (por exemplo, deficiência nutricional), pode-se corrigir com um protocolo de IATF utilizando progestágenos. Geralmente, no primeiro protocolo a taxa de fertilidade é baixa, aumentando a partir do segundo protocolo. Nestes animais não recomendamos o uso do sêmen sexado. Outro fator que interfere nos resultados, tanto dos programas de inseminação, quanto na monta natural, é o anestro pós-parto. Dependendo do sistema de produção, o intervalo de partos ideal é meses. Para que isto seja possível, o período de serviço (intervalo entre o parto e a concepção) deve ser de 45 a 90 dias, e às vezes até 120 dias (dependendo do sistema de produção). Se considerarmos que, os primeiros dias pós-parto a fêmea ainda recupera o útero e o eixo hipotálamo-hipófisario-gonadal do parto anterior, sobra de dias para que o animal cicle, seja inseminado ou coberto e emprenhe. O anestro pós-parto prolongado significa um maior período de serviço, obrigando, o produtor a recorrer ao apoio veterinário, com o intuito de diminuir a grande parcela de animais não-gestantes, aumentando o número de dias improdutivos e o custo de produção das bezerras. Também destacamos a importância da IATF em animais cíclicos, onde pode-se formar lotes de animais a serem inseminados em um mesmo dia ou um número determinado por mês afim de se obter um número planejado de partos por mês, mantendo, assim, uma constante produção de leite ao longo do ano. 114 IEPEC

16 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite Enfim, são inúmeras as vantagens para o produtor quando se tem a disponibilidade de um veterinário em realizar um programa diferenciado do controle reprodutivo do rebanho. Se pensarmos em custos, imaginem uma fazenda com 100 animais em lactação, onde cinco animais (5 %) estão apresentando falhas reprodutivas. Considerando que a média de atraso reprodutivo destes cinco animais seja de 30 dias e a média de produção de leite seja de 15 kg/dia. Então, temos: 5 animais X 15 kg de leite/dia = 75 kg x R$ 0,70 = R$ 52,50/dia perdido R$ 52,50/dia perdido X 30 dias = R$ 1.575/mês perdido Considerando que 1 (um) dia de serviço de um veterinário seja no valor de uma diária (1 salário mínimo atual = R$ 622,00) e R$ 160,00 referente a 200 km de deslocamento (R$ 0,80/km rodado ida e volta), o produtor gastará somente R$ 782,00 pelo serviço. Desta forma, com o prejuízo exposto, o produtor poderia ter em sua propriedade um acompanhamento veterinário mensal ou até mesmo quinzenal do rebanho, que não seria oneroso ao mesmo. Algumas vantagens ao produtor: maior número de vacas prenhes por ano, maior número de bezerras nascidas ao ano, menor gastos com hormônios, menor perda de leite, maior produção de leite por ano, menor intervalo de partos, maior controle efetivo da reprodução, produção e sanidade do rebanho. O portal do agroconhecimento 115

17 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros Nutrição Bem-estar e conforto animal Mão de obra especializada Exame ginecológico periódico (matrizes e novilhas) Sanidade Sucesso da IATF Acasalamento direcionado Hormônios de qualidade e bem armazenados Figura 35: Principais fatores que interferem no sucesso da IATF. 3.4 Base dos protocolos de IATF Bem-estar e Nos rebanhos leiteiros em que há conforto partos animal Nutrição durante o ano Mão inteiro, de obra as vacas devem especializada ser manejadas individualmente e de forma mais intensiva do que as de corte. Com a meta de um bezerro por vaca por ano, o intervalo parto e concepção se limita a cerca de 85 dias, durante os quais deve ocorrer a involução do útero, a atividade Exame ginecológico ovariana deve ser retomada e o estro detectado. Em geral, por volta de Acasalamento 25% periódico das vacas (matrizes leiteiras não são observados em estro antes do dia direcionado 40 pós-parto. e novilhas) O controle farmacológico do estro é utilizado em vacas leiteiras para as seguintes indicações: Sanidade Sucesso da IATF Hormônios de qualidade e bem Para induzir o estro e a ovulação em vacas com anestro armazenados pós-parto 116 IEPEC

18 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite no intuito de diminuir o intervalo de parto e a primeira inseminação; Para sincronizar vacas doadoras e receptoras para transferência de embrião; Para sincronizar o estro de grupos de animais visando melhora da detecção; Para controlar o intervalo entre partos de um rebanho. Os protocolos de sincronização para IATF objetivam induzir a emergência de uma nova onda de crescimento folicular, controlar a duração do crescimento folicular até o estágio pré-ovulatório, sincronizar a inserção e a retirada da fonte de progesterona exógena (implante auricular ou dispositivo intravaginal) e endógena (PGF 2α ) e induzir a ovulação sincronizada em todos os animais simultaneamente. Atualmente, a base dos protocolos é o implante intravaginal impregnado com progesterona em associação com os estrógenos, pois consegue-se maior sincronia das ondas foliculares e ovulações. Em alguns casos, os sistemas de manipulação do estro podem ser usados como tratamento para certos transtornos reprodutivos, tais como cio silencioso ou doença cística ovariana. Entretanto, os métodos farmacológicos de manipulação do ciclo estral nunca devem ser considerados como substituto do manejo nutricional adequado. Em vacas com ovários ativos, o ciclo estral pode ser manipulado de três formas: Pelo uso de prostaglandinas, para induzir a regressão precoce do O portal do agroconhecimento 117

19 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros corpo lúteo; Pelo uso sequencial de prostaglandinas e análogos do GnRH para obter desenvolvimento folicular sincronizado após uma luteólise induzida. Pelo uso de progestágenos que agem como um corpo lúteo artificial Prostaglandinas Entre os dias 6 e 16 do ciclo estral (o período de liberação da prostaglandina natural F 2α ), uma administração de prostaglandina sintética induzirá a regressão do corpo lúteo, finalizando a fase luteínica. Inicia-se uma nova fase folicular, e o animal apresentará estro e ovulará. A fertilidade do estro induzido é semelhante à do estro natural. Para a sincronização de um grupo de animais cíclicos, provavelmente todos em estágios diferentes e desconhecidos do ciclo, uma única injeção de prostaglandina não é suficiente. Deve-se fazer uma segunda aplicação de 11 a 13 dias depois, já que nesse momento todos os animais deverão apresentar um corpo lúteo funcional. Apesar da rapidez na indução da luteólise, o intervalo até o início do estro após o tratamento com PGF 2α é variável e depende do estágio de desenvolvimento folicular do animal no momento do tratamento (Figura 36 e 37). Animais com um folículo dominante funcional apresentam estro dentro de 2 a 3 dias porque o folículo dominante ovula depois da indução da luteólise. Contudo, os animais na fase de pré-dominância da onda exigirão de 2 a 4 dias para formar um folículo 118 IEPEC

20 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite dominante e, por isso, apresentam um intervalo mais longo e mais variável até a apresentação do estro. A inseminação após detecção do estro proporcionará as melhores taxas de concepção e é recomendada principalmente para vacas leiteiras adultas. As novilhas apresentam uma resposta mais sincronizada, podendo-se usar a inseminação em tempo fixo após 72 e 96 horas. Figura 36: Intervalo entre administrações de PGF 2α e a ovulação em bovinos. FONTE: INTERVET (2006). O portal do agroconhecimento 119

21 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros % dos animais Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia após a administração de PGF Figura 37: Distribuição da ocorrência do estro em vacas tratadas com PGF 2α. FONTE: 40 INTERVET (2006) 30 Como as prostaglandinas agem no corpo lúteo, elas só podem ser eficazes em 25 vacas que estiverem ciclando. Podem-se usar as prostaglandinas de diversas maneiras 20para manipulação do estro, de acordo com as intenções do tratador, o % dos animais 35 tipo do animal 15 e as condições da fazenda. Uma visão geral adaptada de Cavalieri et al. (2006) 10 delineia os sistemas usados com maior frequência (Figura 38). 5 0 Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia 1 Dia após a administração de PGF 120 IEPEC

22 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite Figuro 38: Programas de sincronização do estro com PGF 2α. FONTE: CAVALIERI et al. (2006). O portal do agroconhecimento 121

23 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros Os protocolos de doses múltiplas são geralmente empregados para sincronizar o estro em rebanhos. Os sistemas de dose única foram desenvolvidos com o objetivo de reduzir o custo do tratamento, mas oferecem uma flexibilidade muito menor do que os protocolos de doses múltiplas. Estes sistemas baseiam-se na administração estratégica de PGF 2α em vacas nas quais a luteólise provavelmente ocorrerá após o tratamento, e assim exigem detecção de estros por um período mais prolongado e/ou detecção de um corpo lúteo para assegurar uma alta taxa de resposta ao tratamento. Para as fêmeas cíclicas, desenvolveu-se o programa Targeted Breeding para melhorar a eficiência reprodutiva em grandes rebanhos leiteiros (Figura 38). Nesse sistema, as vacas são sistematicamente tratadas nos mesmos dias da semana, para facilitar o tratamento e a IA nos mesmos dias da semana. Os animais recebem uma injeção de prostaglandina em intervalos de 14 dias e são inseminados após detecção do estro. As vacas não detectadas em estro após um terceiro tratamento com prostaglandinas são inseminadas a tempo fixo 72 a 80 horas após a última administração de PGF 2α Prostaglandinas e análogos de GnRH O protocolo Ovsynch (Figura 39 e 40) é indicado basicamente para vacas leiteiras e envolve suas injeções de um análogo de GnRH intercaladas por uma única administração de PGF 2α. Sabendo-se que as vacas podem se apresentar em qualquer estágio do ciclo estral, a combinação de GnRH com prostaglandina promove grande homogeneidade entre os estágios foliculares do ovário das vacas no momento da indução da luteólise. Assim, o momento de ocorrência do estro após a indução da luteólise pela prostaglandina torna-se bastante previsível, com alto sincronismo dos picos de LH, e verifica-se a sincronização tanto do desenvolvimento folicular quanto da regressão do corpo lúteo. 122 IEPEC

24 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite A primeira administração de GnRH é realizada em um estágio aleatório do ciclo estral e provoca a ovulação ou a luteinização do folículo dominante, em cerca de 85 % das vacas (PURSLEY et al., 1995). A administração de prostaglandina provoca a regressão de qualquer corpo lúteo acessório ou folículo luteinizado pelo GnRH ou, ainda, de qualquer corpo lúteo presente originário de uma ovulação espontânea anterior. Nas vacas em que houve ação sobre o folículo dominante, estará presente um novo folículo no ovário no momento do segundo tratamento com GnRH. As vacas que recebem a primeira administração de GnRH na fase de pré-dominância do folículo não sofrem alteração da onda folicular, devendo-se esperar que tenham um folículo dominante presente quando do segundo tratamento com GnRH. A resposta ovulatória nas vacas leiteiras torna-se bastante sincronizada, ocorrendo aproximadamente de 26 a 32 horas após a segunda injeção de GnRH. Assim, uma inseminação programada para 17 a 24 horas após o GnRH deve resultar em uma alta probabilidade de concepção bem-sucedida (Peters et al., 1999). Figura 39: Protocolo Ovsynch; FD, folículo dominante. FONTE: INTERVET (2006). O portal do agroconhecimento 123

25 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros Figura 40: Foliculogênese em vacas tratadas com o Ovsynch. Fonte: INTERVET (2006). O Ovsynch facilita a programação precisa da primeira IA pós-parto, ao mesmo tempo em que melhora o desempenho reprodutivo. Além disso, reduz bastante a necessidade de mão-de-obra pela eliminação da necessidade de detecção do estro. Coleman et al. (1991) e Twagiramungu et al. (1992) observaram que a taxa 124 IEPEC

26 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite de fertilidade de vacas sincronizadas com GnRH e PGF 2α variou entre 35 e 65 % e foi semelhante à dos animais controle, inseminados no primeiro estro observado Eficácia do protocolo Ovsynch A eficiência da sincronização do estro e da ovulação dos protocolos baseados em GnRH-PGF 2α depende do estágio de desenvolvimento folicular no momento da primeira injeção de GnRH. A fertilidade obtida com o protocolo Ovsynch é mais alta quando as vacas ovulam após a primeira injeção de GnRH. Vasconcelos et al. (1999) avaliaram a influência do dia do ciclo estral em que se inicia o Ovsynch e as taxas de prenhez resultantes em vacas leiteiras lactantes (Tabela 6). Tabela 6: Eficácia do protocolo Ovsynch iniciada em dias diferentes do ciclo estral. Dia do ciclo estral Ovulação na 1ª injeção de GnRH Ovulação na 2ª injeção de GnRH % 94 % % 89 % % 85 % % 81 % Geral 64 % 87 % Fonte: VASCONCELOS et al. (1999). Deste estudo pode-se concluir que é possível obter maiores taxas de concepção quando se inicia o protocolo Ovsynch entre os dias 5 e 12 do ciclo estral. Entretanto, monitorar o ciclo estral da vaca para selecionar o momento mais promissor para iniciar o protocolo Ovsynch não é viável e, de certa forma, vem contra toda a ideia de praticidade deste sistema, de não depender do estágio do ciclo da vaca. O portal do agroconhecimento 125

27 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros Vários estudos conduzidos durante os últimos anos compararam as taxas de prenhez obtidas com o uso do protocolo Ovsynch e outros programas de manipulação do estro, tais como o uso de prostaglandinas, progestágenos, várias modificações do protocolo Ovsynch e monta natural. Rabiee et al. (2005) comparou os resultados obtidos em inúmeros experimentos com o uso do protocolo Ovsynch, monta natural, injeção única, dupla ou tripla de prostaglandina, Select Synch, Heat Synch e Ovsynch modificado. Esses autores concluíram que as taxas de prenhez para os programas Ovsynch não diferiam significativamente das taxas obtidas com a monta natural. Além disso, a probabilidade de concepção e prenhez não diferiu significativamente entre o grupo Ovsynch e as vacas tratadas com prostaglandinas. A comparação da probabilidade de prenhez em vacas tratadas com Ovsynch, Heat Synch e Select Synch não diferiu significativamente Modificações do protocolo Ovsynch Tanto a resposta ovulatória quanto a função luteínica após a indução da ovulação com GnRH são dependentes do tamanho dos folículos ovarianos no momento da aplicação. A pré-sincronização e outras modificações do protocolo Ovsynch clássico aumentam a probabilidade de que a ovulação seja induzida pela primeira injeção de GnRH e de que ocorram a luteólise e uma melhor sincronização da ovulação após a administração de prostaglandina e da segunda dose de GnRH. Uma das modificações mais simples do sistema Ovsynch clássico é o denominado protocolo Co-Synch (Figura 41). Neste protocolo, tanto a segunda injeção de GnRH como a IA são realizadas ao mesmo tempo, ou seja, 48 horas após o tratamento com prostaglandina (SMALL et al., 2000). Desenvolveu-se um protocolo pré-sincronização antes da implantação do protocolo Ovsynch por meio de duas injeções de PGF 2α, com 14 dias de intervalo, 126 IEPEC

28 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite efetuando-se a primeira administração de GnRH 12 dias depois. O protocolo Pre-Sync-Ovsynch proporcionou aumento das taxas de prenhez em 18 % (de 25 % para 43 %) nas vacas lactantes que estavam ciclando (MOREIRA et al., 2001). A pré-sincronização pós-parto com GnRH também pode ser realizada 7 dias antes do protocolo Ovsynch clássico. Este protocolo tem a vantagem de ser potencialmente eficaz, tanto nas vacas cíclicas quanto nas que se encontram em anestro (THOMPSON et al., 1999; STEVENSON et al., 2000). Figura 41: Modificações do protocolo Ovsynch. FONTE: CAVALIERI (2006). O portal do agroconhecimento 127

29 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros A combinação de prostaglandina e GnRH para pré-sincronização antes do protocolo Ovsynch clássico ou Co-Synch também foi experimentada, com sucesso variável, resultando em uma pequena melhora nas taxas de prenhez em relação à IA final do Ovsynch (DEJARNETTE et al., 2003). O protocolo Heat Synch, mais amplamente usado nos EUA, envolve a substituição da segunda injeção de GnRH por ésteres de estradiol (GEARY et al., 2000; STEVENSON et al., 2004). Os adeptos deste sistema afirmam que o estradiol melhora a sincronização da ovulação do folículo dominante e provoca aumento da expressão comportamental de estro nas vacas tratadas. Com o aumento da preocupação com o uso de estrógenos em animais para produção de alimentos, e praticamente com a impossibilidade de seu uso na Europa, a aplicação desse sistema fica limitada geograficamente. A administração de hcg ou implantes contendo um potente agonista do GnRH, a deslorelina, também vêm sendo utilizados para substituir a segunda dose de GnRH no protocolo Ovsynch para indução da ovulação. O uso de hcg proporcionou resultados comparáveis e taxas de prenhez semelhantes às de IA com GnRH (De RENSISET al., 2002), mas a implantação de um protocolo com deslorelina resultou em intervalos entre ovulações mais longos (BARTOLOME et al., 2004) devido à dessensibilização do hipotálamo (PADULA et al., 2002 e 2005) e taxas mais baixas de prenhez quando uma dose mais alta de deslorelina foi empregada (SANTOS et al., 2004) O protocolo Ovsynch e a dosagem de GnRH Os primeiros estudos básicos sobre o uso de GnRH no protocolo Ovsynch, e para indução da ovulação, haviam sido realizados com o uso de 8 mcg de um potente análogo de GnRH, a buserelina. Em muitos estudos posteriores foi utilizada a 128 IEPEC

30 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite gonadorelina, mas com uma dose de apenas 100 mcg. Essa dose de GnRH é empregada rotineiramente nos EUA e se mostrou de considerável interesse em muitos outros países, pois oferece a possibilidade de reduzir os custos do tratamento. Contudo, a redução da dose de gonadorelina representaria uma redução substancial da potência biológica, uma vez que se estima que a buserelina seja entre 40 e 200 vezes mais potente do que a gonadorelina (CHENAULT et al., 1990). Desde então, muitos autores têm questionado a eficácia de uma dose reduzida de gonadorelina para a indução da ovulação, principalmente nos sistemas complexos de sincronização do tipo Ovsynch, nos quais a indução da ovulação em alta porcentagem das vacas determina tanto a precisão quanto a eficácia da sincronização. Demonstrou-se que doses mais baixas de gonadorelina (25 mcg e 100 mcg) são eficazes apenas parcialmente (100 mcg) ou insuficientes (25 mcg) para ovular um folículo dominante em fase luteínica (Mihm et al., 1998). A sincronização da ovulação foi de apenas 68 % nas vacas que estavam ciclando, conforme relatado por Cartmill et al. (2001), quando se utilizou uma dose de gonadorelina de 100 mcg no protocolo Ovsynch. Ao mesmo tempo, Fricke et al. (1998) e Vasconcelos et al. (1999) obtiveram resultados similares, em termos de taxas de indução de ovulação, quando utilizaram doses padrão baixas de gonadorelina. No entanto, alguns estudos recentes têm indicado que muitas das ovulações induzidas com dose mais baixa de gonadorelina podem não resultar na formação de um corpo lúteo normal. Isso, por sua vez, teria um efeito claramente deletério sobre a manutenção da prenhez e sobre as taxas de prenhez das vacas tratadas. Cordoba e Fricke (2002) e Shephard (2002) relataram um aumento da incidência de ciclos curtos em vacas tratadas com o protocolo Ovsynch quando doses de 50 mcg ou 100 mcg de gonadorelina foram utilizadas, encurtamento da fase luteínica e falha na concep- O portal do agroconhecimento 129

31 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros ção. Esses ciclos curtos ocorreram tanto nas vacas que estavam ciclando como nas que se encontravam em anestro. É provável que a formação anormal do corpo lúteo esteja associada ao fato de que a dose reduzida de GnRH apresente eficácia limitada sobre a atresia do folículo, ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo Progestágenos (P4) Existem atualmente no mercado produtos eficientes que liberam progesterona (dispositivos intravaginais, implantes auriculares e suplemento oral) para sincronização do estro e da ovulação. Esses produtos são utilizados por um período de 7 a 12 dias, dependendo do protocolo estabelecido. A finalidade desses tratamentos é manter altos os níveis de progesterona circulantes e suprimir a liberação endógena do pico de LH, simulando a fase luteínica do ciclo estral. A regressão luteínica é alcançada pela aplicação de estradiol no início do tratamento ou pela administração de prostaglandinas no momento da remoção do implante. Uma característica de todos os sistemas atuais baseados em implantes de progesterona é a administração de estradiol exógeno no início do tratamento para encurtar a fase luteínica e provocar a atresia do folículo dominante, induzindo a emergência de uma nova onda folicular. Essa segunda função dos ésteres de estradiol, usados em conjunto com os implantes de progesterona, é de especial importância, uma vez que todos os sistemas liberadores de progestágeno/progesterona geram níveis sub-luteínicos de progesterona na circulação de vacas tratadas. Esses níveis são suficientes para criar um feedback negativo e evitar um pico pré-ovulatório de LH e ovulação. Entretanto, são incapazes de bloquear totalmente a liberação de LH, mantendose uma pequena secreção pulsátil, permitindo a persistência de um folículo dominante caso ele esteja presente no ovário no início do tratamento. Sabe-se que 130 IEPEC

32 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite quando a duração da dominância do folículo ovulatório ultrapassa 4 dias (folículo dominante persistente), há um declínio progressivo na fertilidade em virtude da redução da competência do oócito, e a um aumento da perda embrionária (DISKIN et al., 2002). O estradiol exógeno, administrado conjuntamente com o progestágeno, suprime a formação ou provoca atresia do folículo dominante, quando administrado antes ou durante a emergência da onda, presumivelmente devido à supressão do FSH e, talvez, do LH. Quando a seleção do folículo já tiver ocorrido, esse tratamento resulta também na atresia do folículo dominante. O tratamento das vacas classificadas como em anestro anovulatório com baixas doses de progestágenos durante 6 a 8 dias raramente induz a formação de folículos dominantes persistentes, como se esperaria que ocorresse em vacas cíclicas sem a presença de um corpo lúteo funcional (McDOUGAL et al., 2004). Quando se utiliza um éster de estradiol de vida curta, como o benzoato de estradiol, no início de um tratamento de sincronização com progestágeno, mesmo que a duração do tratamento seja estendida para 12 dias, não é possível provocar regressão completa do corpo lúteo em todos os animais no término do tratamento com progestágeno. Consequentemente, é altamente recomendável que a PGF 2α seja administrada na retirada do dispositivo, ou antes dela, para assegurar a regressão do corpo lúteo nos animais que não responderem ao estradiol. O implante auricular subcutâneo, utilizado para sincronização do crescimento folicular e da ovulação por um período de aproximadamente nove dias. Os implantes auriculares de progestágenos contêm norgestomet (progesterona sintética), que apresenta potência cerca de 200 vezes superior à da progesterona natural. Assim, o implante silástico possui 3 mg de norgestomet. O implante de silicone provoca a liberação do progestágeno de forma homogênea e linear (KESLER et al., 1995). As desvantagens deste dispositivo são o número de usos (no máximo 2 usos) O portal do agroconhecimento 131

33 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros por tratamento, necessidade de se fazer uma incisão para inserção do implante, dificuldade em retirar o implante e o risco de infecção no local da inserção, podendo causa a perda da orelha do animal. Na Tabela 7 estão indicados os principais protocolos de sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo com o uso de Crestar (MSD). Tabela 7: Protocolos de IATF com o uso do Crestar (MSD) em diferentes categorias de animais do rebanho leiteiro. Categoria animal Dia 0 Dia 6 Dia 9 IATF Novilhas Implante do Crestar e administração de 2 mg de benzoato de estradiol mg de benzoato de estradiol horas após a remoção do implante Vacas de leite de baixa produção Implante e injeção de Crestar Remoção do implante e injeção de UI de ecg 56 horas após a remoção do implante Vacas de leite de alta produção Implante e injeção de Crestar Administração de prostaglandina Remoção do implante e injeção de UI de ecg 56 horas após a remoção do implante Os dispositivos intravaginais contêm progesterona natural e atingem níveis sanguíneos em torno de 4 a 5 ng/ml durante sua permanência. Estes níveis são suficientes para suprimir o pico de LH. No entanto, as quantidades de progesterona liberadas são adequadas para promover o crescimento de ondas foliculares durante o tratamento. As vantagens deste dispositivo em relação ao auricular é o número de usos por tratamento (até 4 usos, dependendo do laboratório), 132 IEPEC

34 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite siliconado, liberação lenta, facilidade em retirar o implante, mais rentável por unidade de dispositivo pelo número de usos e não causa infecções vaginais quando bem protocolados. Os protocolos envolvendo os dispositivos intravaginais serão discutir mais adiante Repetição da sincronização do estro nas vacas que não concebem a sincronização Várias estratégias vêm sendo utilizadas para a repetição da sincronização no retorno ao estro em vacas previamente sincronizadas, no intuito de aumentar o número de vacas inseminadas de uma forma oportuna. Estas estratégias incluem o uso de dispositivos liberadores de progesterona ou a inclusão de vacas previamente inseminadas em protocolos do tipo Ovsynch. Pode-se iniciar o protocolo Ovsynch no dia 21 ou 28 após uma inseminação anterior, aplicando-se prostaglandina apenas nas vacas vazias, diagnosticadas por ultrassonografia, obtendo-se taxas de prenhez semelhantes às da inseminação anterior relatadas por Chebel et al. (2003). Bartolome et al. (2005) relataram resultados semelhantes após a repetição da sincronização com Ovsynch e Heat Synch de vacas previamente inseminadas e detectadas aos 27 dias como não-gestantes. As fêmeas que repetiram estro poderão ser incorporadas, também, ao protocolo simples da prostaglandina, como citados anteriormente. As maiores vantagens são o baixo custo e a maior probabilidade de se obter altas taxas de prenhez com um estro muito fértil (> 85 %) Estrógenos (E2) Os ésteres de estradiol, tais como benzoato, cipionato e valerato, são comumente usados para indução da ovulação nos protocolos de fêmeas bovinas. No entanto, O portal do agroconhecimento 133

35 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Bovinos Leiteiros características peculiares da atividade desses fármacos devem ser esclarecidas para que se obtenha resultados de prenhez satisfatórios nos protocolos IATF. O Benzoato de Estradiol (BE) é sabidamente uma preparação farmacológica de tempo de meia-vida mais curto que o Cipionato (CE) e o Valerato de Estradiol (VE). Vemos na Figura 42 que a ação farmacológica do BE, CE e VE são de 3, 7-9 e dias, respectivamente. Isso significa que o benzoato de estradiol tem um tempo de atuação mais pontual, fazendo com que sua atuação seja mais sincrônica que o cipionato e o valerato. Essa maior sincronia do benzoato está descrita em diversos experimentos onde se acompanhou, por ultrassonografia, a dinâmica de ovulações do grupo sincronizado. Nesses experimentos houve uma menor variação de tempo entre a primeira e a última ovulação das vacas tratadas com BE. Com o benzoato, as fêmeas ovularam num intervalo bem menor do que 24 horas, enquanto que com o cipionato, as fêmeas ovularam num intervalo igual ou maior do que 24 horas. (REIS et al., 2004; MARTINS et al., 2005) 17ß estradiol Benzoato de Estradiol Valerato de Estradiol Cipionato de Estradiol Dias após Figura 42: Comparação farmacológica dos 3 tipos de estradiol (Benzoato, Valerato e Cipionato). Fonte: TECNOPEC. 17ß estradiol Benzoato de Estradiol Valerato de Estradiol 134 IEPEC Cipionato de Estradiol

36 Capítulo 3 IATF como ferramenta no melhoramento genético de bovinos de leite A Figura 43 resume de forma ilustrativa como a viabilidade espermática e a dispersão das ovulações nos protocolos IATF pode afetar a taxa de prenhez. Quando o sêmen é de alta viabilidade (amarelo), portanto permanece fértil por longo tempo após a IA, cobrindo todas as ovulações no período, a taxa de prenhez será satisfatória IATF 70 h independente do indutor de ovulação. Já o sêmen de menor viabilidade (azul), com tempo de durabilidade menor, o resultado será mais satisfatório SEMEN VIABILITY somente em protocolos onde o intervalo de ovulações entre as fêmeas for menor SEMEN VIABILITY e mais sincrônico, como observado na curva com o BE. Dessa forma, como há uma grande variabilidade na fertilidade de sêmen disponível para uso na IA e considerando as diferenças na dispersão das ovulações das fêmeas em função do agente indutor de ovulação no programas de IATF, podemos concluir que corremos menores riscos de baixas taxas de prenhez quando o sêmen é de BEbaixa qualidade ao usarmos protocolos com indutores mais eficientes, como o CEbenzoato de estradiol. IATF 70 h SEMEN VIABILITY SEMEN VIABILITY BE CE Figura 43: Intervalo de Ovulações versus Viabilidade Espermática. Fonte: TECNOPEC. O portal do agroconhecimento 135

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