Direito Tributário 8. Capacidade tributária. 9. Domicílio tributário.
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1 Direito Tributário 8. Capacidade tributária. 9. Domicílio tributário. Sergio Karkache Capacidade Passiva x Convenções Particulares: Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. (CTN, art. 123). Exemplo: Sheila é proprietária de imóvel e contribuinte do IPTU. Resolve alugar o imóvel a Michael e combina que ele passará a ser responsável pelo IPTU. Se Ivo não pagar o IPTU: Sheila deve quitá-lo perante o Município, podendo cobrar de Michael regressivamente. Sheila não pode obrigar o Município a cobrar de Michael o IPTU, e não dela. A capacidade tributária passiva independe: 1. Da capacidade civil das pessoas naturais. Exemplo: menores, loucos, pessoas em coma, senis não podem gerir seus bens sozinhos, mas continuam respondendo por tributos e obrigações acessórias. Caberá a seus representantes auxiliá-los no cumprimento destas obrigações, mas é o patrimônio deles que responde. 2. De achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; Exemplo: presos, profissionais suspensos, falidos continuam respondendo pelos tributos. 3. De estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. (CTN, art. 126) Exemplo: a economia informal responde pelos mesmos tributos que as empresas formalizadas. 1
2 Solidariedade passiva: São solidariamente obrigadas: As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. As pessoas expressamente designadas por lei. (CTN, art. 124) Benefício de Ordem: A solidariedade passiva tributária não comporta benefício de ordem. (CTN, art. 124, único). Ou seja: A Receita pode exigir o tributo de qualquer dos solidários, sem respeitar ordem. (TCE.PI.FCC ) Sujeito ativo e sujeito passivo da obrigação tributária: I. O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência legislativa para instituir o tributo. II. A capacidade tributária passiva das pessoas naturais depende da sua capacidade civil, bem como de não estarem sujeitas a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais. III. O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da capacidade ativa para exigir o seu cumprimento. IV. Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares não podem ser opostas ao Fisco para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Resposta: IV Efeitos da solidariedade: Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade (CTN, art. 125): O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais. A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo. Hipótese 1 (Isenção Objetiva): A Lei isenta o IPTU dos imóveis com até 100m2. O imóvel pertence a Pedro, João e Ana; Todos ficam isentos do IPTU neste caso. 2
3 Hipótese 2 (Isenção Subjetiva): A Lei isenta proprietários de imóveis que forem deficientes físicos; O imóvel pertence a Pedro, João e Ana; Somente Pedro é deficiente. Apenas ele tem direito a isenção. A solução é: 1/3 do IPTU fica isento (Pedro); 2/3 permanece devido (João e Ana). A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. (PFN 2004 ESAF) 19. Tendo em conta as disposições do Código Tributário Nacional, em relação aos temas capacidade tributária passiva e solidariedade, é correto afirmar que a) a capacidade tributária passiva das pessoas naturais depende da capacidade civil. b) a capacidade tributária passiva depende da pessoa jurídica estar regularmente constituída. c) podem valer-se do benefício de ordem os devedores solidários, que são assim considerados por deterem interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. d) a isenção subjetiva concedida a um não exonera os demais coobrigados. e) a isenção objetiva não exonera todos os coobrigados. Domicílio Tributário. Definição 1. Por eleição (escolha) do sujeito passivo. Se rejeitado pela Receita, será fixado no local da situação dos bens ou local dos fatos. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: Quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 3
4 Quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; Quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. (CTN, art. 127). Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer destas hipóteses, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. (CTN, art. 127, 1º). 6. (TRF.SRF.ESAF ) Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que a) este pode ser livremente eleito pelo sujeito passivo da obrigação tributária, não tendo a autoridade administrativa o poder de recusálo. b) relativamente às pessoas jurídicas de direito público, será considerado como seu domicílio tributário aquele situado no Município de maior relevância econômica da entidade tributante. c) quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, aquela que a autoridade administrativa assim eleger. d) é definido pelo lugar dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que tenham dado origem à obrigação tributária, na impossibilidade de aplicação dos critérios de identificação indicados pelo Código Tributário Nacional. e) no caso de pessoa jurídica de direito privado que possua mais de um estabelecimento, seu domicílio será aquele cuja escrituração contábil demonstre maior faturamento. 4
5 (ADV.COPEL.2010.PUCPR.15) De acordo com o CTN, no que se refere à falta de eleição do domicílio tributário, pelo contribuinte ou responsável, é INCORRETO: A) Quanto às pessoas naturais, o domicílio é a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade. B) Quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o domicílio é o lugar de sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. C) Pode-se, em algumas situações, considerar-se como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que derem origem à obrigação. D) A autoridade administrativa pode recusar o domicílio tributário eleito, por razões de conveniência e de eficiência, ainda que o domicílio indicado não impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo. E) Quanto às pessoas jurídicas de direito público, o domicílio tributário é qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. (AARF ESAF.46) No que se refere à falta de eleição do domicílio tributário, pelo contribuinte ou responsável, dispõe o Código Tributário Nacional, exceto: a) quanto às pessoas naturais, o domicílio é a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade. RESPOSTA: D b) quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o domicílio é o lugar de sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. c) a autoridade administrativa pode recusar o domicílio tributário eleito, por razões de conveniência e de eficiência, ainda que o domicílio indicado não impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo. d) pode-se, em algumas situações, considerar-se como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que derem origem à obrigação. e) quanto às pessoas jurídicas de direito público, o domicílio tributário é qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. RESPOSTA: C 5
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