SEGURANÇA EM ELETRICIDADE
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- Júlio Natal Rodrigues
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1 1 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE Eng. Vlamir Botelho Ferreira 1 INTRODUÇÃO Segundo a legislação brasileira, acidente de trabalho é todo aquele decorrente do exercício do profissional e que provoca, direta ou indiretamente, lesão, perturbação funcional ou doença. No aspecto geral, define-se acidente como sendo um evento não programado que traz como consequencia perdas à pessoa e/ou propriedade. Sendo a eletricidade a forma mais versátil de energia, embora com riscos específicos e reconhecidamente sérios, os trabalhos que a envolvem serão seguros, portanto evitarão acidentes, se forem obedecidas normas de segurança adequadas. 2 CHOQUES ELÉTRICOS 2.1 Choques Estáticos Um objeto isolado ao ser atritado com outro, é energizado. Uma pessoa ao tocar nesse objeto, pode descarregá-lo (quase que) instantaneamente através de seu corpo. Geralmente esses acidentes são de lesão grave.
2 2 2.2 Choques Atmosféricos São choques semelhantes aos estáticos, porém as descargas em forma de raios são de altíssima intensidade e tem efeitos também instantâneos, porém terríveis, havendo casos em que a vitima explode. 2.3 Choques Dinâmicos São choques que duram enquanto perdurar o contato com o objeto energizado. Dependendo das características desse contato e do tempo de sua duração, o acidente pode ser fatal ou provocar lesões irreversíveis. Por esta razão, vamos concentrar nossos estudos em choques elétricos de origem dinâmica.
3 3 Uma parte energizada, ao ser tocada pela mão de uma pessoa, provocará uma corrente elétrica (Ih) através do seu corpo com as seguintes ocorrências: Valor de Ih (ma) Ocorrências <1 Só é perceptível pela lingua (algumas pessoas sentem pelo dedo). 1 Inicio da sensibilidade pela mão. 1 a 10 Sensação de enrigecimento da mão e do antebraço, porém o objeto energizado pode ser solto. 10 a 20 Sensação de crispação da mão e do antebraço. Se o objeto for seguro por homens, conseguirão larga-lo. Mulheres e crianças não conseguirão solta-lo. 20 a 30 Aumento da pressão arterial. As pessoas que apenas tocam o objeto energizado (e não o segurarem) conseguem repeli-lo. 30 a 80 Ritmo cardíaco irregular. Os pulmões e o coração param de funcionar, porém podem ser reanimados. >80 Fibrilação ventricular em função de sua duração. A reanimação de uma pessoa acidentada deve ser feita imediatamente, por vários métodos de respiração artificial, o mais rapidamente possível, pois o sucesso da reanimação é inversamente proporcional ao tempo como mostra a tabela abaixo: Tempo após o choque (minutos) Possibilidade de sucesso (%) ,5 A relação entre corrente e tensão de contato não é linear para pessoas. O contato pode ser direto, se for feito as partes normalmente energizadas (vivas), e pode ser indireto, se for feito as massas energizadas por falhas de isolamento. Segundo a curva "S", definida pela norma IEC, uma pessoa pode ser submetida por tempo infinito as seguintes tensões máximas (limite convencional): a) 12V, quando imersa na água; b) 25V, se a pele estiver molhada; c) 50V,quando a pele estiver úmida; d) 75V, se a pele da pessoa estiver seca, sem suor.
4 4 3 A NORMA NR-10 A Norma Regulamentadora NR-10, foi reeditada pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) no dia 04 de Dezembro de 2004 e editada no Diário Oficial da União no dia 08 de Dezembro de 2004, dia em que passou a vigorar como LEI, devido ao grande número de acidentes ocorridos no Brasil, envolvendo pessoas em trabalhos com eletricidade. O Objetivo da NR-10 é de resguardar a integridade física de pessoas ou indivíduos que atuam nas proximidades ou diretamente nas Instalações Elétricas Energizadas ou com possibilidades de serem energizadas acidentalmente. 3.1 Principais Impactos da NR-10 a) Estende a regulamentação às atividade realizadas nas proximidades de instalações elétricas; b) Estabelece diretrizes básicas para implementação das medidas de controle e sistemas preventivos ao risco elétrico; c) Cria o Prontuário de Instalações Elétricas de forma a organizar todos os documentos da instalação e respectivos registros. d) Estabelece o relatório técnico das inspeções de conformidade das instalações elétricas; e) Obriga a introdução de conceitos de segurança no projeto das instalações elétricas; f) Define o entendimento de desenergização; g) Diferencia níveis de proteção para trabalhos em baixa e alta tensão em instalações elétricas energizadas; h) Cria zonas de risco e controlada nas proximidades de pontos ou conjuntos energizados; i) Estabelece a proibição de trabalho individual para atividades com Alta Tensão ou no Sistema Elétrico de Potência (SEP: Conjunto das instalações e equipamentos destinados a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, até a medição, inclusive); j) Torna obrigatório a elaboração de procedimentos operacionais, contendo, passo a passo, as instruções de segurança; k) Cria a obrigatoriedade de certificação de equipamentos, dispositivos e materiais destinados à aplicação em áreas classificadas (locais com potencialidade de ocorrência de atmosfera explosiva); l) Define o entendimento quanto a Profissional Qualificado e Habilitado, Profissional Capacitado e Autorizado, a saber:
5 5 Profissional Qualificado: aquele que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica, reconhecido pelo sistema oficial de ensino. Profissional Habilitado: aquele previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe (CREA). Profissional Capacitado: aquele que recebeu todos os treinamentos por um Profissional Habilitado e esteja sob sua responsabilidade. Profissional Autorizado: aquele que foi Capacitado por um Profissional Habilitado e tiver a anuência formal da empresa. A autorização só é válida para a empresa que o autorizou. m) Estabelece responsabilidades dos empregadores contratantes e contatados e aos trabalhadores; n) Torna obrigatório o curso de treinamento para profissionais autorizados a intervir em instalações elétricas. Curso básico de 40 horas e complementar de 40 horas; o) Estabelece ações para situações de emergência; p) Complementa-se com as Normas Técnicas Oficiais. Somente pessoas habilitadas, qualificadas, capacitadas e autorizadas poderão trabalhar com eletricidade, pois possuem conhecimento e treinamento adequado para intervir nas diversas instalações, sem sofrer danos físicos ou causar danos materiais. 3.2 Documentação de Instalações Elétricas Os estabelecimentos com potência instalada igual ou superior a 75kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo no mínimo: a) Os diagramas unifilares atualizados das instalações elétricas, com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção; b) O relatório de auditoria de conformidade à NR-10, com recomendações e cronogramas de adequação, visando ao controle de riscos elétricos; c) O conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implantadas e relacionadas à NR-10, com a descrição das medidas de controle;
6 6 d) A documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; e) A especificação dos Equipamentos de Proteção Coletiva e Equipamentos de Proteção Individual e o ferramental aplicáveis, conforme determina a NR-10; f) A documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos profissionais e dos treinamentos realizados; e g) As certificações de materiais e equipamentos utilizados em área classificada. Os documentos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser elaborados por profissionais Legalmente Habilitados e com competente registro no conselho de classe (CREA Conselho Regional de Engenharia). 4 EPIs OBRIGATÓRIOS PARA ELETRICISTAS
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