Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Providências adicionais: Recurso contra decisão denegatória de acesso à informação. Não há restrições de acesso. Encaminhar à CGCID Denúncia/Reclamação. Ementa: Recursos Humanos. Denúncia. Remuneração Informação incompleta. Informação incorreta Informação já disponibilizada. Autoridade incompetente. Informação pessoal. Inovação no pedido recursal - Acata-se a decisão do recorrido - Não conhecimento. Perda de objeto. Desprovido Recomendações. Impossibilidade de se identificar a autoridade responsável. Indicar a autoridade responsável por responder os recursos. Indicar a possibilidade de recursos. Tratamento de denúncia pela CGCid. Órgão ou entidade recorrido (a): Cobra Tecnologia S.A. / Banco do Brasil S/A. Recorrente: L.M.F.A. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 24/03/201 Cidadã solicita o seguinte: 21

2 Esclarecimentos sobre a contratação de três analistas terceirizados (xxxx, xxxx e xxxx), através de umas das empresas terceirizadas da Cobra Tecnologia, os quais estão lotados e residentes no laboratório de TAA localizado no Centro Tecnológico Banco do Brasil Sede IV, localizado na 716 Asa norte-df, desempenhando atividades-fim previstos no plano de Cargos e Salários do órgão, que são reservados para funcionários concursados; Qual a data de contratação dos três analistas? ; Por meio de qual empresa terceirizada contratada pela Cobra Tecnologia os três analistas foram contratados? ; 4 Qual o cargo registrado na Carteira de Trabalho dos três Analistas? ; Qual o Salário registrado na Carteira de Trabalho dos três Analistas? ; Qual a previsão e que providência será tomada, para a regularização da situação ilegal, referente aos três analistas? ; Resposta Inicial 10/04/201 4 Informações sobre a permanência de dois técnicos de operações nesse mesmo laboratório, qual centro de custo e em quais condições eles foram mantidos (se promovidos para analistas). Tal informação se deve ao fato de o serviço de teste ser restrito a analistas, e caso os dois ainda estejam como técnicos estão de forma irregular, visto que existem aprovados aguardando ser convocados pelo edital 2010/004. O órgão requisitado franqueia as seguintes informações: A contratação de funcionários da Cobra Tecnologia S.A. é somente via concurso público, mas a lei lhe permite a contratação de empresas prestadoras de serviços para diversos fins; Os três profissionais citados prestam serviço desde 13/01/2014 e que desconhece a relação trabalhista entre esses colaboradores e sua empresa contratante antes dessa data, portanto não é possível afirmar a "data de contratação"; Os três analistas são contratados da empresa BS Services Ltda; Os colaboradores citados são funcionários de empresa privada, sendo que registros em carteira de trabalho e salários são informações que a Cobra Tecnologia S.A. não tem responsabilidade ou ingerência; 22

3 Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior 11/04/ /04/201 4 Desconhece qualquer situação ilegal em seu contrato com a BS Services Ltda. Inconformada com a resposta, cidadã manifesta o seguinte: Reclama que seu primeiro questionamento não foi respondido e solicita justificativas sobre o fato de a BB Tecnologia e Serviços desobedecer a determinação do TCU, visto que a legislação não mais permite a contratação de terceirizados atuando em atividades-fim, conforme o Acordão n 440/2014; Reitera que seja informado o cargo e o salário dos três analistas citados, inclusive sobre a contratação de mais dois analistas, cujos nomes são: xxxx e xxxx, os quais fazem parte da mesma equipe, uma vez que a BB Tecnologia possui gerência e gestão sobre as empresas terceirizadas; Solicita saber qual providência será tomada, a fim de regularizar a atual situação das últimas cinco contratações citadas nesse pedido, uma vez que a BB Tecnologia teve ciência sobre as determinações do TCU, inclusive no último monitoramento sobre cessar a contratação de terceirizados, realizado em Fevereiro de 2014; Solicita informações sobre a permanência de dois técnicos de operações nesse mesmo laboratório, em qual centro de custo e em quais condições eles foram mantidos (se promovidos para analistas). Tal informação se deve ao fato de o serviço de teste ser restrito a analistas, e, caso os dois ainda estejam como técnicos estão de forma irregular, visto que existem aprovados aguardando serem convocados. Órgão indefere o recurso da cidadã visto que: O acompanhamento da decisão do TCU com relação à substituição de colaboradores terceirizados por funcionários concursados vem sido feito regularmente pela CGU e a Cobra Tecnologia S.A. tem demonstrado estar cumprindo as recomendações daquele órgão; Não franqueará informações pessoais de colaboradores contratados por empresa privada; Por fim, para novas perguntas é necessário abrir novo pedido de informação, de forma que haja tempo hábil para levantar as respostas. Recurso à 16/04/201 Cidadã reitera argumentos anteriores e informa que: 23

4 Não fez novo questionamento, apenas informou que o recorrido não respondeu à questão que foi feita desde o princípio da demanda; Autoridade Máxima 4 Solicita informações sobre a permanência de dois técnicos de operações nesse mesmo laboratório, em qual centro de custo e em quais condições eles foram mantidos (se promovidos para analistas). Tal informação se deve ao fato de o serviço de teste ser restrito a analistas, e caso os dois ainda estejam como técnicos estão de forma irregular, visto que existem aprovados aguardando ser convocados edital 2010/004. Recorrido informa que: Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 17/04/201 4 A Controladoria-Geral da União tem acompanhado regularmente as ações da Cobra Tecnologia referente à terceirização. Está se esforçando para atender todas as recomendações dentro dos prazos estipulados; As providências estão sendo tomadas de maneira global, não individualmente, conforme recomendações dos órgãos de controle; Recurso à CGU 25/04/201 4 A pergunta não traz informações suficientes de modo a indicar os supostos técnicos de operação citados. Cidadã interpõe recurso à CGU com os seguintes questionamentos: Questionamento Nº1 Esclarecimento sobre a contratação de 5 (cinco) terceirizados contratados através de umas das empresas terceirizadas da Cobra Tecnologia BS Tecnologia, e o motivo da desobediência a determinação do TCU, visto de que não será considerada de boa-fé por este Tribunal a terceirização de serviços que envolvam a contratação de profissionais existentes no Plano de Cargos e Salários do órgão/entidade por contrariar o art. 37, II, da Constituição Federal Questionamento Nº2 Qual o cargo registrado na Carteira de Trabalho e salários dos 5(cinco) Contratados? 24

5 Questionamento Nº3 Qual a previsão (informar data) e providencia que será tomada, para a regularização da situação ilegal, referente a contratação dos 5 (cinco) terceirizados contratados. Referente aos técnicos citados que permaneceram no laboratório informo que o nome dos técnicos são: - xxxx; - xxxx. Informo ainda que o xxxx não está fisicamente no laboratório, mas se encontra na mesma SRC do xxxx (8611). Informações adicionais Instrução de Recurso. 18/07/ /08/ Repito o questionamento para não haver duvidas. Em quais condições eles foram mantidos lá? Foram promovidos? xxxx já era Técnico Especialista, foi promovido a analista Aspecialista? Porque eles foram mantidos sendo que os técnicos foram substituídos para a empresa COBRA ficar de acordo com o contrato, que era somente Analistas e por isso transferiu 5 técnicos, menos os 2 citados acima. Para melhor instrução processual, esta CGU solicitou informações adicionais ao órgão requerido, a qual foi respondida em 25/07/2014. Uma vez que o recurso à CGU veicula suposta denúncia/reclamação referente a eventual irregularidade/omissão, foi realizada consulta junto à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão e à Cidadã, integrante da estrutura da Ouvidoria- Geral da União (CGCID/OGU/CGU-PR). Em resposta, a referida Coordenação-Geral informou que não havia registro de denúncia/reclamação com objeto idêntico, deliberando-se pela necessidade de análise detalhada pela CGCID, após o julgamento do recurso à CGU, a fim de avaliar eventual existência de elementos para apuração de suposta irregularidade. 25

6 É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado à CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbi: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que não consta em nenhuma das respostas apresentadas a possibilidade de recurso a instâncias superiores e os seus devidos prazos legais. Também não constam quais autoridades proferiram as decisões do órgão recorrido, em desconformidade com a legislação de acesso à informação: Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão, que 26

7 deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da sua apresentação. Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata o caput, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade máxima do órgão ou entidade, que deverá se manifestar em cinco dias contados do recebimento do recurso. 4. É importante frisar que a ausência destas informações pode dificultar o exercício de direitos fundamentais pela cidadã, uma vez que a não orientação quanto às possibilidades recursais disponíveis tanto na LAI quanto em seu Decreto regulamentador pode impedi-la de tomar conhecimento de uma garantia constitucional básica, a capacidade de impetrar recursos contra decisões do Poder Público. Desta forma, a empresa cerceia o acesso da solicitante à cidadania. Deve-se lembrar, ainda, que a não observância de normas legais por agentes públicos podem levar à responsabilização administrativa dos mesmos. Assim, recomenda-se fortemente que a BB Tecnologia e Serviços passe a obedecer aos preceitos da Lei n /11 e de seu Decreto regulamentador n 7.724/12 quanto aos aspectos relativos às possibilidades de se impetrar recursos, seus prazos e às quais autoridades devem ser dirigidas. 5. A Cobra Tecnologia S/A é pessoa jurídica de direito privado, organizada sob a forma de sociedade anônima de capital fechado e, a partir de 2013, passou a utilizar o nome fantasia BB Tecnologia e Serviços (BBTS), embora o nome anterior continue sendo a sua razão social, enquanto não findar o processo de transição da empresa. Possui como seu principal controlador o Banco do Brasil S/A, detentor de 99,97 % de seu capital social, integrando, assim, o seu conglomerado. Por conseguinte, aplicam-se a ela os dispositivos da Lei n /11: Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o, no inciso II do 3º do art. 37 e no 2º do art. 216 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; 27

8 II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 6. No caso em análise, verifica-se que o pedido de acesso formulado pela requerente possui características inerentes a uma denúncia, segundo a qual funcionários terceirizados estariam desempenhando atividades-fim da BB Tecnologia e Serviços. Esta situação, segundo a solicitante, estaria em desacordo com determinações exaradas pelo Tribunal de Contas da União. 7. Nesse contexto, deve-se explicar que a Ouvidoria-Geral da União (OGU), órgão integrante da CGU, tem competência para receber, examinar e encaminhar reclamações, denúncias, sugestões e elogios referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. Contudo, essa competência não é exercida no âmbito da Coordenação-Geral de Recursos à Lei de Acesso (CGRAI), mas no da Coordenação-Geral de Atendimento do Cidadão e da Cidadã (CGCID). Dessa forma, o sistema E-Sic, pelo meio do qual são registrados os pedidos de acesso à informação, não é o mecanismo adequado para o recebimento de denúncias. Por isso, nesse parecer, serão analisados apenas os aspectos inerentes à natureza pública das informações solicitadas pela demandante, sem se ater ao mérito das denúncias formuladas pela cidadã. 8. No entanto, conforme registrado no Relatório deste Parecer, recomenda-se que o assunto seja encaminhado à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), a fim de que se possa emitir opinião técnica sobre a matéria. No desempenho dessa atividade, a CGCID poderá realizar contato com a recorrente, a fim de colher subsídios para a compreensão do assunto. Pelo sic@cgu.gov.br, é possível obter informações sobre o andamento dessa análise. 9. No que tange às questões relativas ao pedido de acesso à informação, verificou-se que o Questionamento n 1 se refere à contratação pela BBTS de cinco funcionários terceirizados à empresa privada BS Services LTDA. Quanto a esse tema, a BBTS prestou os seguintes esclarecimentos à Controladoria-Geral da União: Os colaboradores citados não ocupam posição no Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Cobra Tecnologia S.A., tendo firmado contrato de trabalho diretamente com a BS Service Ltda. A prestadora de serviços BS Service Ltda. efetua pagamentos, controla a frequência 28

9 e faz toda a administração relacionada ao vínculo empregatício em questão. Cabe à Cobra tecnologia S.A. conduzir a gestão dos serviços realizados no ambiente de trabalho. A Cobra Tecnologia S.A. só tem profissionais contratados diretamente dentre aqueles em posição de Direção e Assessoramento de Superiores (DAS). Logo, nenhum dos nomes envolvidos neste processo, incluindo os colaboradores xxxx, xxxx e xxxx, desempenham este papel ou recebem como tal. Os colaboradores terceiros em questão exercem função análoga à de analista, cujo sumário das atribuições é o seguinte: Desenvolvimento de estudos e trabalhos de natureza técnico-operacional, incluindo pesquisas, diagnósticos, ensaios, análises e afins e participação em processos produtivos internos ou de campo. 10. A BB Tecnologia e Serviços esclareceu ainda que o contrato com a BS Service LTDA tem prazo definido para o seu encerramento e está sendo acompanhado, tanto pela CGU quanto pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST/MPOG), de forma a garantir a continuidade do movimento de substituição de mão de obra terceirizada por própria. Ademais, informa que este movimento de substituição é motivo de Termo de Ajustamento de Conduta (TCA) e que tem cumprido as suas metas. Assim, constata-se que a empresa respondeu ao questionamento da solicitante, tendo enviado as informações por meio de correio eletrônico a ela, no dia 29 de Julho de 2014, caracterizando-se, dessa maneira, a sua perda de objeto, com base na Lei Geral do processo Administrativo, Lei n 9.784/99: Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. 11. Quanto ao Questionamento n 2, observa-se que a relação entre a BB Tecnologia e Serviços e a BS Service LTDA é regida por contrato administrativo de prestação de serviços, no qual a empresa privada é a responsável pela contratação e pagamento dos colaboradores da BBTS, enquanto esta é responsável pela condução da gestão dos serviços realizados. Percebe-se, portanto, que não há vínculo empregatício entre a entidade pública e os funcionários contratados pela 29

10 prestadora de serviços, a qual é a responsável pelo lançamento das informações relativas às carteiras de trabalho dos seus empregados. Portanto, a titularidade da informação pertence a uma empresa privada que não se enquadra nas disposições do artigo 2 da Lei n /11: Art. 2 o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas 12. Percebe-se, portanto, que a informação sobre os salários dos referidos funcionários terceirizados e sobre os registros nas suas carteiras de trabalho não pode ser fornecida pela BBTS, uma vez que estes não possuem vínculo empregatício com a empresa pública, mas com a empresa terceirizada. Dessa forma, opina-se pelo conhecimento e pelo desprovimento do questionamento, na medida em que, embora a informação solicitada seja clara e existente, ela é uma informação de caráter pessoal que se refere a terceiros e, por isso, estão salvaguardadas pela legislação. Os agentes públicos que, em razão de suas competências, têm acesso a essas informações estão obrigados, inclusive, a protegê-las, podendo ser responsabilizados caso não o façam. Observem-se os dispositivos da Lei n /11 e do Decreto n 7.724/12 sobre as disposições de informações pessoais: Lei n /11 Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. 1 o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. 2 o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal 210

11 2 o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis n os 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. Decreto n 7.724/12 Art. 55. As informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades: I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente autorizados e a pessoa a que se referirem, independentemente de classificação de sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a contar da data de sua produção; e II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros autorizados por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que se referirem. Art. 65. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar: IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso indevido a informação classificada em grau de sigilo ou a informação pessoal 2 o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis n o 1.079, de 10 de abril de 1950, e n o 8.429, de 2 de junho de Art. 66. A pessoa natural ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o Poder Público e praticar conduta prevista no art. 65, estará sujeita às seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - rescisão do vínculo com o Poder Público; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a dois anos; e V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a autoridade que aplicou a penalidade. 13. A solicitante, no entanto, poderia ter acesso, caso requeresse, ao contrato de prestação de serviços entre a BB Tecnologia e Sistemas e a BS Service LTDA, para se informar sobre os valores referentes a este contrato e exercer o controle social da empresa, conforme a seguir: 211

12 Art. 7 o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; 14. Sobre o Questionamento n 3, verifica-se que este foi respondido pela BBTS ainda na resposta ao pedido inicial da solicitante, quando a empresa afirma que: Desconhece qualquer situação ilegal em seu contrato com a BS Services Ltda, razão pela qual não deve ser conhecido. Ademais, em outras respostas nas instâncias recursais a entidade requerida ainda esclarece que as determinações do TCU em relação ao contrato com a BS Service LTDA vêm sendo cumpridas pela empresa. 15. Em relação ao último questionamento, verificou-se que a referência a estes técnicos é bastante genérica, de maneira a impossibilitar as suas identificações, conforme demonstra trecho do pedido: Informações sobre a permanência de dois técnicos de operações nesse mesmo laboratório, qual centro de custo e em quais condições eles foram mantidos (se promovidos para analistas). Tal informação se deve ao fato de o serviço de teste ser restrito a analistas, e caso os dois ainda estejam como técnicos estão de forma irregular, visto que existem aprovados aguardando ser convocados pelo edital 2010/ Considera-se genérico o pedido cujo objeto não seja identificável, impossibilitando, dessa forma, a formulação de resposta. A solicitação da requerente não identifica o nome dos técnicos de operações que trabalhariam como analistas no laboratório; assim, não é possível saber sobre a quem se refere o pedido. Dessa forma, este questionamento enquadra-se no inciso III do seu artigo 12 do Decreto n 7.724/12: Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: I - genéricos; 17. Da mesma maneira, verificou-se que houve inovação no pedido em sede recursal, justamente no que diz respeito à situação de trabalho destes dois técnicos de operações. A solicitante, ao se reportar à Controladoria-Geral da União, claramente formulou novos 212

13 questionamentos sobre as condições de trabalho dos técnicos que supostamente prestam serviços à BBTS, inovando dessa feita o seu pedido inicial. 18. A solicitante ao inovar o pedido em instância recursal acaba por suprimir instâncias anteriores, as quais são fundamentais para o andamento regular do procedimento administrativo previsto na norma, e por diminuir artificialmente o tempo de resposta do órgão. O prazo para a resposta ao pedido inicial pode chegar a, no máximo, 30 dias; enquanto que, nos recursos, chega a 5 dias apenas. Dessa forma, a supressão de instâncias recursais e o prazo exíguo impossibilitam a entidade pública solicitada de se posicionar devidamente sobre o novo pedido. Dessa forma, esses novos questionamentos não devem ser conhecidos por esta CGU. Conclusão 19. De todo o exposto, opina-se: Pela perda de objeto do questionamento n 1, visto que a informação foi concedida à requerente após solicitação de informações desta CGU à BB Tecnologia e Serviços; Pelo conhecimento e posterior desprovimento do questionamento n 2, uma vez que a titularidade da informação pertence a uma empresa privada que não se enquadra nas disposições do artigo 2 da Lei n /11; Pelo não conhecimento do questionamento n 3, uma vez que este foi respondido pelo órgão na resposta ao pedido inicial, não havendo, portanto, negativa de acesso à informação. Pelo não conhecimento do último questionamento, uma vez que o pedido é genérico, enquadrando-se na hipótese do inciso I, do artigo 13, do Decreto n 7.724/12, e há inovação do pedido em instância recursal. 20. Ademais, observa-se que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial recomenda-se: a) Informar em suas respostas ao cidadão a autoridade que tomou a decisão, a possibilidade de recurso e o prazo para propô-lo; 213

14 b) Informar em suas respostas ao cidadão a autoridade competente para apreciar o recurso; c) Que a autoridade que decida o recurso em primeira instância seja diferente daquela que respondeu ao pedido inicial; d) Que a autoridade que responda o recurso em segunda instância seja a autoridade máxima do órgão ou entidade, conforme estabelece a Lei de Acesso à Informação; 21. Por fim, recomenda-se que este procedimento de acesso à informação seja enviado à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), órgão integrante da estrutura da Ouvidoria-Geral da União, a fim de que possa emitir opinião técnica sobre a matéria. JORGE ANDRÉ FERREIRA FONTELLES DE LIMA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento parcial do recurso interposto e posterior perda de objeto e desprovimento das partes conhecidas do mesmo recurso, conforme estipulado no Parecer acima, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº / , direcionado ao BB Tecnologia e Serviços - BBTS. Diante da notícia, nos autos, de suposta irregularidade/omissão, determino o envio deste Parecer à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), a fim de que possa emitir opinião técnica sobre a matéria. 214

15 JOSÉ EDUARDO ROMÃO. Ouvidor-Geral da União. 215

16 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 3432 de 27/08/2014 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória de acesso à informação Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 27/08/2014 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 25202c7b_8d19029a84b529f

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