Lauro Vinicius Ramalho de Araújo Carlos Roberto Medeiros Filho João Paulo Morais de Medeiros
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- Luiz Guilherme Castilhos Palma
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1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Curso de Graduação em Ciências Contábeis Campus de Caicó Lauro Vinicius Ramalho de Araújo Carlos Roberto Medeiros Filho João Paulo Morais de Medeiros Natal/RN 2011
2 Cooperativismo resposta às discrepâncias sociais oriundas do Capitalismo; Sociedade Cooperativa demanda um trabalho de contabilidade diverso do tradicionalmente aplicado às sociedades empresárias que leve em contas seus fins, o qual não é o lucro; Para ter êxito na prestação de serviço contábil a cooperativas, é necessário que o contador tenha conhecimento acerca desse tipo societário e saiba aplicar os mecanismos contábeis em consonância com a filosofia de funcionamento da cooperativa, sendo de suma importância que, desde a graduação, estudantes busquem tais conhecimentos e habilidades, já que o cooperativismo está em ascensão. 2
3 2.1. OBJETIVO GERAL Discorrer acerca do modelo cooperativista em seus diversos aspectos, ressaltando a aplicação da contabilidade nesse sistema OBJETIVOS ESPECÍFICOS Conceituar as sociedades cooperativas, trazendo suas classificações, seus objetivos e suas finalidades; Realizar um breve histórico do cooperativismo no âmbito nacional e internacional; Elencar as bases legais do sistema cooperativista no Brasil; Discorrer sobre os aspectos contábeis nas sociedades cooperativas, ressaltando as peculiaridades e o papel da contabilidade nesse sistema. 3
4 Este estudo trata-se de uma revisão de literatura baseada em artigos científicos, livros, institutos legais e em informações colhidas um site da internet denominado Brasil cooperativo da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Tomando-se como base os critérios de classificação de pesquisa ensinados por Gil (2010). Pesquisa pertencente à área das ciências sociais e aplicadas; Pesquisa Exploratória; Pesquisa Bibliográfica/revisão de literatura. 4
5 Surgiu na Inglaterra Revolução Industrial (séc. XVIII) L A economia solidária foi inventada por operários, nos primórdios do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao desemprego resultante da difusão desregulamentada das máquinas-ferramenta e do motor a vapor no início do século XIX. As cooperativas eram tentativas por parte de trabalhadores de recuperar trabalho e autonomia econômica, aproveitando as novas forças produtivas. Sua estruturação obedecia aos valores básicos do movimento operário de igualdade e democracia sintetizado na ideologia do socialismo. (SINGER, 2005a, p. 83 apud MORAIS et. al.2011, p.70). 5
6 L No Brasil: Segundo Rios (1989), o cooperativismo surge como uma promoção das elites (econômicas e políticas) fortalecer a economia agroexportadora. Já a OCB diz que, o movimento iniciou-se na área urbana, com a criação da primeira cooperativa de consumo de que se tem registro no Brasil, em Ouro Preto (MG), no ano de 1889, denominada Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto. 6
7 O Conselho Federal de Contabilidade CFC, através da Norma Brasileira de Contabilidade - NBCT , 2001, define: Entidades Cooperativas são aquelas que exercem as atividades na forma da lei especifica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem em comum melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados. 7
8 Objetivo Principal: a prestação de serviço; Constituição assembléia dos fundadores ou por instrumento público; Não está sujeita à falência; Princípios: Adesão voluntária e livre; Gestão democrática; Participação econômica dos membros; Autonomia e independência; Educação, formação e informação; Intercooperação; Interesse pela comunidade. 8
9 Estrutura de uma cooperativa, segundo a OCB: Assembleia Geral; Conselho de Administração; Conselho Fiscal; Comitê Educativo, Núcleo Cooperativo ou Conselhos Consultivos Estatuto social; Capital social; Demonstração de resultado do Exercício. 9
10 Tipos de sociedades cooperativas: Singular ou de 1º grau; Central e Federação ou de 2º grau; Confederação ou de 3º grau. 10
11 CF/88 art. 5º, inciso XVIII: a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento Lei n 5.764/71 define a Política Nacional de Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas; Novo Código Civil de 2002 trata das sociedades cooperativas em seu livro II, do art ao art. 1096; A Medida Provisória nº 1.715/1998 cria o Sescoop para viabilizar a Autogestão do Cooperativismo Brasileiro e Decreto 3.017/1999 aprova o Regimento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) 11
12 As cooperativas também precisam de uma contabilidade forte e influente, mas com algumas diferenças em relação à contabilização aplicada em empresas comerciais capitalistas, no que diz respeito à nomenclatura, e, também, por se tratar de uma entidade que é prestadora de serviços sem fins lucrativos; Deve-se não apenas demonstrar o resultado financeiro, é preciso evidenciar nas suas demonstrações o resultado das atividades realizadas por seus membros; 12
13 Levar a informação uteis a seus usuários de forma eficaz para a tomada de decisões; CFC resoluções para nortear a atuação contábil no âmbito das cooperativas resolução 920/2001 aprova aspectos contábeis específicos para entidades cooperativas; 13
14 NBCT 10.8 estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registro das variações patrimoniais e de estrutura das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem incluídas em notas explicativas para as Entidades Cooperativas, exceto às que operam Plano Privado de Assistência à Saúde ; De acordo com Mem: Antes as sociedades cooperativas trabalhavam com um modelo contábil como se fossem emprestadas das demais sociedades. Agora, além de assumir um modelo contábil próprio, as sociedades cooperativas devem segregar as operações do ato cooperativo do não cooperativo, quando ocorrer. 14
15 Assim como para as sociedades empresárias, a escrituração contábil é obrigatória para as cooperativas; A escrituração deve ser bem uniforme dos atos e fatos administrativos de uma cooperativa, e seus princípios devem ser aplicados da mesma forma das empresas comerciais, seguindo as formalidades da escrituração contábil e avaliação patrimonial, mas não deixando de lado as respectivas terminologias das operações cooperativistas (LIMA, 2005); 15
16 Sempre que um indivíduo entra ou sai de uma cooperativa, altera-se o valor do capital social; Os atos são divididos em atos cooperativos e atos não cooperativos; No registro dos atos cooperativos, as entradas são denominadas ingressos, e as saídas, dispêndios, quanto aos atos nãocooperativos registra-se como receita, custos e despesas (LIMA, 2005). Os lucros líquidos de uma cooperativa são chamados de sobras, seus prejuízos são chamados de perdas, despesas dispêndios e as receitas são ganhos; 16
17 Operações contábeis realizadas pelas cooperativas por meio de atos não-cooperativos devem ser contabilizados separadamente dos atos cooperativos; Os atos não-cooperativos por não integrarem a legislação cooperativista, não podem ser distribuídos e são destinados a RATES; No encerramento de cada exercício social apuração das sobras ou perdas decorrentes em tal exercício, através das respectivas contas de apuração no patrimônio liquido O saldo deve ser encaminhado para a conta Sobras ou Perdas á Disposição da Assembleia Geral 17
18 Caso o resultado obtido no confronto de débitos e créditos seja positivo, serão distribuídos nas suas reservas obrigatórias e estatutárias, ou seja, 10% das sobras irão para a Reserva de Assistência Técnica Educacional Social e 5% irão para a Reserva Legal. Conforme a resolução 1013/05 do CFC, o resultado negativo do exercício (ato não-cooperativo) deve ser levado à Reserva Legal e, se insuficiente sua cobertura, pode ser deduzido das sobras após as destinações para reservas legais obrigatórias (sobras líquidas), porém, se forem insuficientes essas compensações, o saldo remanescente será rateado entre associados. 18
19 Diante do exposto, percebe-se o quão é importante o papel da contabilidade para o sistema cooperativista, bem como se explicita que, para atuar como contador nesse tipo societário, não se faz suficiente a aquisição de conhecimentos contábeis aplicáveis às sociedades mercantis, devendo o profissional está apto a aplicar a ciência contábil às peculiaridades das cooperativas. Assim, para atuar nesse setor, é necessário que o contador esteja munido também de conhecimentos acerca das normas de contabilidade voltadas para o cooperativismo, do regimento legal de tais sociedades, de seus objetivos e finalidades e dos próprios aspectos histórico conceituais das cooperativas que lhe dão características bastante peculiares. Ressalta-se a importância da aquisição desse conhecimento desde a graduação. 19
20 O presente estudo não teve por escopo esgotar a temática, mas apenas trabalhá-la de forma introdutória, trazendo um pouco de discussão acerca desse assunto que suscita inúmeras questões e é tão relevante para a contabilidade dos dias atuais, tendo em vista que o cooperativismo é um modelo em ascensão. Espera-se que as pesquisas consigam aprimorar ainda mais os modelos contábeis aplicáveis às cooperativas, contribuindo para que essas atinjam seus objetivos e finalidades de forma cada vez melhor. 20
21 BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil de Disponível em: < Acesso em: 01 jun BRASIL. Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 01 jun BRASIL. Lei n o , de 10 de janeiro de Institui o Código Civil. Disponível em: < Acesso em: 01 jun CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução nº de Aprova a NBC T IT Entidades Cooperativas. Portal da Contabilidade. Disponível em: < Acesso em: 01 jun
22 COOPERATIVISMO. Brasilcooperativo.coop.br. Disponível em: < Acesso em: 01 jun DIAS, Lidiane Nazaré da Silva; SILVA, Marinaldo. A importância da contabilidade nas organizações populares: o caso do sistema de informação contábil utilizado na cooperativa de serviços gerais do município de Belém. Perito Contador. Disponível em: < s.pdf>. Acesso em: 22 maio GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade: das sociedades por ações. São Paulo: Atlas, IUDICIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 9. ed. São Paulo. Editora Atlas,
23 LIMA, Andréia de Oliveira. A contabilidade nas sociedades cooperativas e nas sociedades empresárias. Revista Eletrônica de Contabilidade Curso de Ciências Contábeis da UFSM. Ed especial, julho de MEM, Devair Antonio. Normas brasileiras de contabilidade para sociedades cooperativas: um expressivo avanço aos anseios cooperativistas.sistema Ocepar. Disponível em: < Acesso em: 22 maio MORAIS, Edson Elias de et. al. Propriedades coletivas, cooperativismo e economia solidária no Brasil. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 105, p , jan./mar RIOS, Gilvando Sá Leitão. O que é cooperativismo. 2. ed. São Paulo: Editora brasiliense, ZANLUCA, Júlio César. Manual das Cooperativas, edição eletrônica. 23
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