5 PASSOS PARA A MARCAÇÃO CE EM CAIXILHARIAS
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- Beatriz Farias Morais
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1 5 PASSOS PARA A MARCAÇÃO CE EM CAIXILHARIAS
2 Este documento é uma pequena ferramenta que o guiará nos passos necessários para a obtenção da marca CE em caixilharias, de acordo com a norma portuguesa NP EN :2008, e que lhe será exigido por lei a partir do próximo dia 1 de Fevereiro de A FREZITE através do seu corpo técnico terá todo o gosto em assisti-lo numa solução personalizada para o êxito na obtenção da marca CE.
3 A partir da entrada em vigor do Mercado Comum Europeu, a Comissão Europeia dedicou especial atenção no derrube das barreiras técnicas existentes entre os estados membros. Por isso, no âmbito do espaço comunitário, toda a atenção foi concentrada nos processos de harmonização dos documentos técnicos, com o objectivo de alcançar uma série de normas, que sirvam como elementos de referência para definir as características técnicas dos produtos. Tudo isto com a finalidade de ressaltar a capacidade dos produtos e satisfazer os requisitos essenciais exigidos pelos consumidores finais (privados ou empresas de construção pública e privada). 2 É a Directiva Comunitária 89/106 que regula a nível europeu todos os materiais para a construção. Esta Directiva identifica os requisitos essenciais que os produtos para a construção têm que garantir, de acordo com o uso a que se destinam. A norma do produto que regula a marca CE nas janelas e portas pedonais exteriores é a NP EN :2008 e que, a partir de 1 de Fevereiro de 2010, considera violação da lei a comercialização de quaisquer caixilharias sem a marca CE dentro do território da União Europeia. A marca CE é uma declaração do fabricante relativamente à conformidade com a norma dos produtos fornecidos, tendo como consequência a satisfação dos requisitos essenciais da Directiva Europeia 89/106/CE relativa a produtos de construção: Resistência mecânica e estabilidade Segurança contra incêndios Higiene, saúde e ambiente Segurança na utilização Protecção contra o ruído Poupança energética e retenção de calor A aptidão do produto é comprovada pela aposição da marca CE, que garante assim perante o consumidor final, que o fabricante cumpriu todas as fases necessárias e descritas na Directiva.
4 3 passo 1 passo 2 passo 3 passo 4 passo 5 selecção de protótipos Ensaios do Tipo Inicial (ITT) Controlo de Produçãoem Fábrica Registos Suportes informativos e marcação do produto
5 Passo 1 Selecção de protótipos O primeiro passo que o fabricante deve efectuar a fim de satisfazer os requisitos previstos para a marcação CE das caixilharias de exteriores, é a escolha dos modelos ou protótipos a submeter a ensaios. 4 Esta é a fase mais importante de todo este processo, já que, define qualitativamente o caminho a seguir pelo fabricante na escolha dos modelos a serem comercializados no mercado, e que podem assim, ter ou não sucesso. Os técnicos FREZITE, podem nesta fase aconselhar nessas opções, com a definição do projecto de janela que mais se adeqúe aos objectivos do fabricante.
6 Passo 2 Ensaios em laboratório Uma vez seleccionados os protótipos representativos das várias tipologias de produtos a serem comercializados, o fabricante deverá submetê-los a ensaios (Ensaios de Tipo Inicial) num laboratório certificado. Este laboratório, desde que certificado, pode situar-se em Portugal ou no espaço europeu onde a norma vigora. 5 Na norma NP EN :2008, estão descritos os ensaios de carácter obrigatório, cujos requisitos seguidamente se descrevem: Permeabilidade ao ar Estanqueidade à água Resistência às cargas do vento; Transmissão térmica; Isolamento acústico; Segurança de uso.
7 Passo 3 Controlo interno de produção A norma também estabelece que o fabricante deve documentar e manter um sistema de Controlo da Produção em Fábrica FPC (Factory Production Control) para assegurar que os produtos colocados no mercado têm as características de desempenho declaradas. 6 O sistema FPC consiste em procedimentos, inspecções regulares e ensaios e / ou avaliações, no uso de resultados para controlar os materiais e outros componentes, equipamento e processo de produção do produto. Para tal deve: Nomear um responsável de controlo de produção; Efectuar controlo de materiais em fase de entrada em armazém; Efectuar controlos durante o processo de fabrico; Efectuar controlos sobre o produto acabado; Registar as Não-Conformidades e respectivas Acções Correctivas; Efectuar registo e arquivo com vista à rastreabilidade do produto.
8 Passo 4 Registos A documentação do plano de controlo da produção deve estar organizada da seguinte forma: 7 Descrição das funções e responsabilidades; Descrição da estrutura do sistema documental; Identificação e verificação das características dos materiais e componentes; Identificação e rastreio dos produtos; Procedimentos e instruções documentadas relativas ao plano do controlo de produção; Registo dos controlos; Tratamentos das não-conformidades do produto; Execução de acções correctivas;
9 Passo 5 Suportes informativos e marcação do produto Juntamente com o produto, o fabricante é obrigado a fornecer uma série de documentos que fazem referência à conformidade com as normas de produto e sua utilização. 8 Devem ser fornecidas todas as informações referentes às composições, utilizações, assentamentos, riscos eventuais, manutenção preventiva, tabelas técnicas de montagem e tudo o que concerne à segurança na utilização do produto e utilização correcta do mesmo. Em resumo: Instruções de instalação do produto (se não for ele o responsável pelo assentamento em obra); Instruções de uso e manutenção dos produtos Declaração de conformidade dos produtos fornecidos Cópia do certificado de conformidade emitido por um laboratório certificado Marca CE Exemplares de certificados de conformidade emitidos por laboratórios diversos
10 Exemplos de Marca CE: Completo simplificado 9 Fabricante X Morada Descrição de Produto 09 EN
11 Algumas Informações úteis Estudos da União Europeia revelaram a possibilidade de se pode economizar cerca de 20% do actual consumo de energia, ou seja, aproximadamente 60 mil milhões de euros por ano. 10 Os edifícios representam 40% do consumo de energia na EUROPA. É possível reduzir em mais de 30% este consumo. A União Europeia emitiu a directiva 2002/91/CE sobre o Desempenho Energético dos Edifícios, que obriga os Estados membros a adoptar legislação para estabelecer os requisitos mínimos de comportamento térmico dos edifícios e a sua certificação. O governo português emitiu os Decretos-Lei 78, 79 e em particular o 80 de 2006 (O Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), que regulamentam e introduzem novas regras quanto à qualidade do ar interior e Desempenho Energético dos Edifícios. É obrigatória a certificação de todos os edifícios quanto ao comportamento energético e da qualidade do ar interior: A partir de 1 de Julho de 2007, para todos os edifícios a licenciar ou autorizar, com mais de m2. A partir de 1 de Julho de 2008, para todos os edifícios a licenciar ou autorizar, com menos de m2. A partir de 1 de Janeiro de 2009, para todos os edifícios objecto de transacção comercial. É a ADENE ( a entidade gestora da certificação energética e ar interior dos edifícios.
12 A certificação classificará os edifícios da seguinte forma: 11 Existe um Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética que tem como objectivo alcançar 10% de eficiência energética até Este plano pretende incentivar a substituição de vidros e caixilharia ineficientes do ponto de vista energético, por vidros duplos e caixilharia com isolamento térmico. Até 2015 se prevê a reabilitação de superfícies envidraçadas em cerca de fogos com a instalação de 1,6 milhões de m2 de vidros mais eficientes. Será assegurado, em sede de IRS, uma bonificação de 10% dos benefícios associados ao crédito à habitação, para os edifícios da classe A e A+, bem como o acesso a crédito bonificado para implementação das medidas de eficiência energética e reabilitação previstas no certificado energético.
13 Dimensões de janelas para ensaio Conforme já referimos anteriormente, estes são os ensaios de carácter obrigatório para a obtenção de um certificado emitido por um Laboratório certificado e que possibilita assim a obtenção da marcação CE: 12 Permeabilidade ao ar, de acordo com a norma EN 1026:2000; Estanqueidade à água, de acordo com a norma EN 1027:2000; Resistência ao vento, de acordo com a norma EN 12221:2000; Isolamento acústico (ensaio), de acordo com a norma EN ISO 140-3:1995, ou por cálculo segundo o Anexo B da NP EN :2008; Transmissão térmica (por simulação / ensaio ou cálculo), de acordo com a norma EN ISO :2006. Neste caso é necessário dispor das características e secções dos vãos a ensaiar em suporte informático (ex: desenho em Autocad). Resistência mecânica dos dispositivos de segurança, de acordo com EN 14609:2004; As dimensões de janelas e portas a serem submetidas a ensaio (Medidas exteriores do aro) de acordo com a medida mais desfavorável entre as dimensões que normalmente se aplicam (considerando, que de uma forma genérica, todas as que lhe são inferiores estão cobertas pelo ensaio) e de acordo com os valores indicados nos Quadros E1 e E2 da norma NP EN :2008. Aconselhe-se junto do técnico FREZITE da sua área e ou do laboratório por si escolhido para a execução dos ensaios.
14 Documentação a anexar ao protótipo Para além de toda a informação técnica referida, deve juntar ao processo que será enviado para o laboratório juntamente com o protótipo que vai ser submetido a ensaio, desenhos de corte dos perfis, vedantes utilizados, ferragens, selantes (colas, silicones, espumas, vernizes, etc.), acessórios e eventuais certificações prévias. 13 As medidas e tipologias de janelas estão descritas na norma, e devem ser adequadas às dimensões das bancadas de ensaios. Para tal, deve solicitar ao laboratório certificado que escolheu para a realização dos ensaios, as medidas aconselhadas para os seus protótipos. Podendo variar de laboratório em laboratório, para a execução dos ensaios de ar, água e vento, e uma vez que é esta a peça que será fixa na bancada de ensaios do laboratório, é necessário assentar o vão de janela num pré-aro em todo o perímetro do protótipo, com as seguintes características: Este pré-aro pode ser executado em madeira.
15 O pré-aro deve assim reproduzir o assentamento do vão em obra, devendo para tal ter na parte superior entre 6 a 10 cm de espessura; Todas as restantes partes devem ter a mesma espessura (6 7 cm). Todas as restantes larguras devem ter 10 cm. A junta entre aro e pré aro pode ser fixa com parafusos e deve estar bem selada com silicone ou produto semelhante; 14
16 Cascading (cascata) Algumas considerações sobre esta opção. Como é possível constatar através de consulta da norma NP EN :2008, esta não descreve a obtenção da marca CE por cedência de detentores de sistemas ou produtos tecnológicos, num sistema vulgarmente denominado por cascata. 15 Refere a norma que, quando o fabricante se baseia nos resultados de ensaio de um fornecedor ou terceiros, não deverá este ficar isento de responsabilidade no que respeita ao desempenho do produto. Portanto, todas as características descritas na Secção 4 da norma, pela qual o fabricante declara um valor, devem ser sujeitas a um ensaio inicial de tipo (ITT). Este sistema de cascata que se encontra em discussão ao nível europeu, merece-nos as seguintes considerações: Poderá ser um facto aparente de que, o fabricante de caixilharia pode poupar o custo inerente a um ensaio do tipo inicial. A cascata é frequentemente oferecida como um produto do tipo chave na mão, com o intuito da venda de um produto ou tecnologia. A cascata refere-se tão-somente á cedência dos dados de Ensaio e não ao inteiro processo de marcação CE, que estará a cargo e sob responsabilidade do fabricante. A cascata é oferecida prescindindo assim da sua valência legal, uma vez que esta disposição da norma é um projecto e, portanto, não é oficial. A cascata pressupõe, erradamente, que se possa produzir caixilharia com o mesmo padrão de qualidade utilizando equipamentos e métodos de produção diferentes, e que isso se traduza em resultados conformes e de níveis qualitativos idênticos. A adesão a um sistema de cascata não possibilitará nunca verificar, compreender, quais as acções de melhoria no processo produtivo e do produto em si. As pequenas e médias empresas procuraram sempre oferecer um produto de qualidade. Não é sustentável num sistema de cascata poder oferecer ao mercado dados exactos sobre as prestações de produto.
17 FAQ S - Perguntas frequentes 16 Que fazer se depois de ter feito os testes à minha janela, altero os componentes (vidro, vedantes, ferragens)? No caso em que o vidro seja substituído, as únicas prestações a serem avaliadas são as da condutibilidade térmica e as da prestação acústica. Todas as outras prestações não são afectadas por este tipo de modificação. Quanto aos vedantes, considera-se uma variação substancial o numero, o material de composição e a posição em que está colocada, levando a que possa ter de ser repetido o ciclo de ensaios (com a excepção para os testes de Resistência ao Impacto e Resistência dos dispositivos de Manobra). Uma vez que a norma nada refere relativamente ao desenho / secção do vedante, torna-se evidente que um acessório com esta importância deva submeter a uma reavaliação todo o protótipo. Relativamente à ferragem, foi já prevista pela norma a chamada intermutabilidade que regula esta alteração, considerando assim que a ferragem mantenha as mesmas características da que foi montada no protótipo submetido a ensaio.
18 Tenho uma produção de janelas que varia entre as espessuras de 56mm e 63mm. Devo ensaiar ambos os modelos? De um modo geral, o fabricante de janelas que produz janelas com espessuras variáveis, deve verificar bem estas opções, uma vez que este tipo de alterações fazem variar as prestações do produto. Se esta alteração prevê o aumento de uma área interior do perfil em 1 cm e as outras áreas permanecerem inalteradas, bem como o número de vedantes, a pingadeira, é possível determinar que a única variação seja a da condutividade térmica e da resistência ao vento. Esta prestação pode ser avaliada com mais precisão através da análise dos desenhos e das secções produzidas pelo fabricante. A introdução de um segundo vedante, por exemplo o de isolamento acústico, é uma variação substancial na permeabilidade do ar, embora seja considerado melhoramento do protótipo mais desfavorável. 17 Fabrico caixilharias com diversos tipos de madeira qual o tipo de madeira que devo ensaiar para que toda a minha produção fique abrangida pela marcação CE? A tipologia de madeira não é considerada uma variação substancial na maior parte dos ensaios necessários para a marcação CE em caixilharias. É alterada a transmissão térmica do caixilho que no entanto é possível prever através de uma tabela de cálculo específica para o efeito. Portanto, considerando que a escolha do tipo de madeira é da responsabilidade do fabricante de caixilharia, subdividem-se estas tipologias em madeiras macias e madeiras duras. O ensaio de resistência ao vento é em parte influenciada pela tipologia de madeira empregue na fabricação do caixilho, uma vez que, uma madeira macia tem maiores deformações quando sujeita a esforços. Se submeto a ensaio uma caixilharia com respigas coladas, e altero-a posteriormente para uma junção mecânica ou corte à meia-esquadria para racionalizar a minha produção, devo fazer de novo todos os ensaios? Sim, uma vez que estas alterações são variantes construtivas consideradas como alterações substanciais. O que significa morfologia dos perfis (respigas, raios e curvaturas, outras alterações estéticas)? Refere-se somente à forma dos perfis de pingadeira, perfil de batente do vidro, perfil de bite ou tafife, localização dos vedantes de estanqueidade (no aro ou no caixilho), bem como outras, que não são consideradas variações substanciais às prestações da janela ou porta.
19 Que documentação deverei apresentar ao laboratório durante a fase de ensaios? A documentação ser-lhe-á exigida pelo laboratório no momento próprio. Deverá conter todas as fichas técnicas dos materiais empregues na fabricação da janela a submeter a ensaio (ferragens, vedantes, vidros, perfis de alumínio para sacadas ou pingadeiras, vernizes e tratamentos de superfície, etc.). 18 O que quer dizer porta pedonal para exterior sujeita à marcação CE? Entende-se por porta exterior uma porta pedonal que separa o ambiente interior do exterior de uma construção, sendo que, a utilização principal é a passagem de pessoas em segurança entre os ambientes. Se considerarmos uma janela de sacada com uma soleira inferior em alumínio, portanto com características diferentes de uma janela (travessa inferior de aro em madeira), deve então esta estar sujeita à elaboração de um ensaio. Assim, se uma porta de sacada tiver uma soleira idêntica à de uma janela, considera-se uma janela de maior dimensão.
20 Este documento não dispensa a consulta da norma NP EN :2008, Janelas e portas Norma de produto, características de desempenho parte 1: Janelas e portas pedonais exteriores sem características de resistência ao fogo e/ou de estanqueidade ao fumo. Esta norma pode ser adquirida no Instituto Português da Qualidade, ou através do seu site 19 Contacte um técnico qualificado FREZITE e coloque as suas questões. FREZITE Ferramentas de Corte, S.A. Rua do Vau, 173 Apartado Trofa PORTUGAL Telef.: Fax: info@frezite.pt
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