A IMPORTÂNCIA DOS COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NO DESENVOLVIMENTO DO SANEAMENTO E DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA
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1 A IMPORTÂNCIA DOS COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NO DESENVOLVIMENTO DO SANEAMENTO E DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA TEMA VII: Organização e Gestão dos Serviços de Saneamento AUTORES Políticas Públicas Marcos Eli da Costa (1) - Engenheiro Civil e Gestor em Saneamento Ambiental pela Faculdade de Engenharia Civil de Araraquara. Engenheiro de Segurança do Trabalho pelo Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto. Fiscal Ambiental do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. Simone Cristina de Oliveira - Engenheira Agrônoma (UFV), Mestre em Sociologia (UNESP), Doutoranda em Engenharia Ambiental EESC-CRHEA-USP, Gerente de Gestão Ambiental do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. Wellington Cyro de Almeida Leite - Engenheiro Civil pela Faculdade de Engenharia Civil de Araraquara. Mestre e Doutor em Hidráulica e Saneamento pela EESC-USP. Superintendente do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara. Sônia Cristina Fonseca Cassoli Licenciada em Ciências Sociais pela FCL (Unesp de Araraquara) e Comunicação Social pela FAAC (Unesp de Bauru). Especialista em Competências Gerenciais Públicas pela FCL (Unesp de Araraquara). (1) DAAE Departamento Autônomo de Água e Esgotos Rua Domingos Barbieri 100 Vila Harmonia Araraquara /SP CEP Fone (16) gamb@daaeararaquara.com.br Os autores deste trabalho autorizam a sua publicação pela ASSEMAE. Palavras-chave: Saneamento, educação ambiental, parcerias, ações corretivas e degradação ambiental.
2 A IMPORTÂNCIA DOS COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NO DESENVOLVIMENTO DO SANEAMENTO E DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA OBJETIVO Este trabalho tem por objetivo mostrar a existência de possibilidades de se alterar os problemas relacionados ao saneamento dos municípios, bem como a implantação da educação ambiental, através de parcerias que possibilitem a implementação de ações corretivas do meio ambiente, buscando a mitigação da degradação ambiental. DESENVOLVIMENTO O alto índice de desenvolvimento humano (IDH) no município, e a necessidade de implantação de novos bairros cada vez mais afastados da área central, trouxeram ao longo da história grandes preocupações para Araraquara, principalmente para a autarquia, que tem a sua política de qualidade pautada no abastecimento de água com qualidade, regularidade e tratamento de todo esgoto coletado, devolvendo ao meio ambiente, efluentes e resíduos sólidos em conformidade com a legislação ambiental aplicável, contribuindo assim com a saúde e bem estar da população de Araraquara e a preservação do meio ambiente. Baseado nesta Política de Qualidade, o município de Araraquara, através do Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) trata 100% de todo esgoto coletado desde o ano 1999, e isto é motivo não só de orgulho para a administração e seus funcionários, mas também para toda a população, o que permite a autarquia ser tomada como referência de saneamento por diversos segmentos, podendo ser citado a publicação da própria ASSEMAE das Experiências de Êxito em Serviços Públicos Municipais de Saneamento. Diante deste fato, e preocupados com a grande demanda de emissários de esgotos para o atendimento a estes bairros, não só com as novas construções, bem como para as substituições das já existentes por outras de diâmetros maiores, buscaramse novas soluções para estes problemas, principalmente no que tange a questão financeira. Uma das soluções encontradas foi a participação do Daae junto aos Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo, onde o município, através da Lei Estadual 9.034/94, que criou a Política Estadual de Recursos Hídricos e dividiu o
3 Estado de São Paulo em 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos, está incluso em duas Unidades de Gerenciamento, a do Mogi Guaçu UGRHI 9 e a do Tietê -Jacaré UGRHI 13. Ambas, responsáveis por um significativo percentual do volume de água utilizado no abastecimento público. Anteriormente a 2004, todo recurso a fundo perdido obtido junto ao FEHIDRO para o saneamento em Araraquara era efetuado através da Prefeitura Municipal. Somente a partir de 2004, o Daae, por ser um serviço autônomo, teve sua inclusão ao Comitê do Tietê - Jacaré, porque toda a área urbana do município está dentro dos limites desta bacia. Desta forma, Araraquara passou a ter direito em participar do comitê com duas instituições públicas: a Prefeitura e o Daae. Em abril de 2005, a autarquia, valendo-se da Lei de 30 de dezembro de 1.991, e partindo das considerações que o município de Araraquara possui cerca de 25% de seu território em área pertencente à UGRHI 09 - Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu, conseguiu sua inclusão neste CBH, passando a ter direito de pleitear recursos em dois CBHs, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Tietê - Jacaré e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu. PROJETOS APROVADOS PELO FEHIDRO O Daae, por quatro vezes consecutivas (2003 a 2006) recebeu verbas do FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) por meio de projetos aprovados pelo Departamento de Engenharia da autarquia junto ao CBH - TJ (Comitê de Bacia Hidrográfica Tietê - Jacaré). As obras foram financiadas pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (aproximadamente 75%) e com a contrapartida do Daae (equivalente a 25%), sendo que os projetos contemplados nos anos de 2004 a 2006 foram para o interceptor do Bairro Jardim Roberto Selmi Dei, que possui metros, começando na captação das Cruzes e indo até o Bairro Adalberto Roxo, onde três partes deste interceptor foram concluídas, atendendo assim aproximadamente pessoas, sendo estes moradores do Jd. Roberto Selmi Dei, setores I, II, III, IV e V, Jd. São Rafael I e II, Jd. Flamboyam, Jd. Veneza, Jd. Indaiá, Jd. Adalberto Roxo I e II, Chácara Flora, Jd. Uirapuru I e II, Jd. Imperador I e II, Jd. Imperatriz, Jd. Gardênias, Jd. Aclimação, Vila Biagioni, Jd. Brasília, Jd. Morada do Sol, Jd. Maria Luiza III, Jd. São Pedro, Jd. Santo Antonio, Jd. Bosque, Chácara Velosa, Vila Freitas, Vila Flórida, Jd. Zavanela, Vila D'Onofre, Jd. Paulistano, Jd. das Estações, Vila Odete e mais loteamentos futuros.
4 Até agora, foram investidos R$ 700 mil neste interceptor. O trecho 4 deste interceptor faz parte do projeto pleiteado junto ao CBH TJ em 2007, e caso seja contemplado, a autarquia terá todo interceptor de esgoto desta região concluído através de investimentos do FEHIDRO. No ano de 2003 a autarquia até então em nome da Prefeitura Municipal, obteve financiamento para execução do interceptor do Jardim Marivan, beneficiando aos bairros Jd. das Roseiras, Jd. Celiamar, Jd. Marivan, Adalgisa, Primor, Vila Sedenho, Vale das Rosas I e II, Vila Harmonia, Jd. Margarida, Magnólias e Tinen, atendendo a uma população de aproximadamente 7 mil pessoas. No ano de 2006, o Daae obteve seu primeiro recurso junto ao CBH Mogi no valor de R$ 64 mil, para construção de um viveiro de espécies nativas e reflorestamento de uma área de preservação permanente (APP), que serão destinados à recuperação florestal da área e para a Educação Ambiental da população de Araraquara e Região. RESULTADOS O remanejamento destes interceptores e as novas construções fazem parte da política de melhoria da coleta de esgotos em áreas indicativas de crescimento populacional, sendo esta uma área onde se encontra o principal manancial de abastecimento público de água da cidade, o Ribeirão das Cruzes, que atende cerca de 30% de todo o município; aumentando a capacidade de coleta de esgoto, evitando possíveis rompimentos e despejo acidental de esgotos em área de manancial. Isto permite que a Autarquia continue efetuando um grande serviço ao meio ambiente, coletando aproximadamente 100% de todo esgoto produzido, com interceptores dimensionados de acordo com o crescimento populacional, e principalmente com um sistema de tratamento deste esgoto, de forma eficaz e eficiente dentro do contexto permissível pela lei vigente e órgãos ambientais. Cabe ressaltar que o Daae possui três estações de tratamento de esgotos, a ETE Araraquara, ETE Bueno de Andrada e a ETE do Assentamento Bela Vista, sendo que a última entrou em funcionamento em 2007, e tratará todo o esgoto gerado pelos moradores da Agrovila, caracterizando assim a preocupação da administração com a questão esgoto no contexto ambiental. Da mesma forma, a parceria junto aos CBHs, permitirá uma visão sistêmica das
5 questões relacionadas à Educação Ambiental, possibilitando assim, que haja uma aproximação entre professores e alunos, população e poder público, permitindo que a sociedade possa interagir na contextualização do processo, buscando uma única meta: a recuperação do meio ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SÃO PAULO. Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras. Lei 9.034/94 Plano Estadual de Recursos Hídricos. São Paulo SP, COSTA, S. S. et al. Experiências de êxito em serviços públicos municipais de saneamento, Brasília: ASSEMAE, 2006, 168p. : il.
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