PROCAMB - IFC CAMPUS CAMBORIÚ Projeto de Conscientização Ambiental para alunos do Instituto Federal Catarinense- Campus Camboriú

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1 PROCAMB - IFC CAMPUS CAMBORIÚ Projeto de Conscientização Ambiental para alunos do Instituto Federal Catarinense- Campus Camboriú Autores : Ariadne Pacheco de BORBA, Letícia LENZI Identificação autores: BORBA, Ariadne Pacheco: Aluna do terceiro ano do curso Técnico em Controle Ambiental do IFC Câmpus Camboriú LENZI, Letícia: Professora Orientadora do IFC Câmpus Camboriú Introdução As sociedades modernas exigem cada vez mais o comprometimento dos indivíduos para a manutenção das condições ambientais adequadas à sobrevivência da vida no planeta. Diante disso, é necessário promover uma educação que responda com precisão a essa realidade global e complexa que enfrentamos diariamente, e que dê resposta adequada aos seus problemas, entre eles o da crise ambiental. Sendo assim, a introdução da Educação Ambiental nos currículos do ensino é fundamental para a renovação educativa escolar, para que possamos responder às necessidades cognitivas, efetivas e éticas e contribuir assim com o desenvolvimento integral das potencialidades dos sujeitos. (DÍAZ, 2002; MEDINA e SANTOS, 2003). Aprendizagem de valores e atitudes é pouco explorada do pondo de vista pedagógico. Há estudos que apontam a importância da informação como fator de transformação de valores e atitudes. Conhecer os problemas ambientais e saber as suas consequências desastrosas para a vida humana é importante para promover uma atitude de cuidado e atenção a essas questões, valorizar ações preservacionistas e aquelas que proponham a sustentabilidade como princípio para a construção de normas que regulamentem as intervenções econômicas. (MEDINA e SANTOS, 2003, p.13 apud MEC, 1996). A Educação Ambiental permitirá, pelos seus pressupostos básicos, uma nova interação criadora que redefina o tipo de pessoa humana que queremos formar e os cenários futuros que desejamos edificar para a humanidade e para o planeta. Através da Educação Ambiental pretende-se construir novas formas de pensar incluindo a compreensão da complexidade e das emergências e inter-relações entre os diversos subsistemas que compõem

2 a realidade (MEDINA e SANTOS, 2003). Desta forma, este projeto foi pensado para proporcionar aos discentes do Instituto Federal Catarinense Campus Camboriú um momento de reflexão e sensibilização para um dos maiores desafios com que a sociedade moderna se defronta: o equilíbrio entre a geração excessiva e a disposição final correta dos resíduos sólidos (Consumo Sustentável, 2005). Neste contexto, esta pesquisa compreende a aplicação de uma metodologia para a conscientização dos discentes do IFC, em relação à problemática dos resíduos sólidos e do descarte inadequado dos mesmos. A proposta inclui, inicialmente, a realização de uma palestra expositiva e dialogada que deve explanar os danos e os prejuízos ambientais do descarte inadequado do lixo e a importância da reciclagem. Em um segundo momento, a realização de uma visita ao Aterro Sanitário, onde os alunos podem vivenciar as questões que são levantadas na palestra. Para verificar e discutir os resultados, realizamos a qualificação dos resíduos sólidos nas lixeiras de recicláveis das salas de aula das turmas incluídas no projeto. Através da comparação e da análise dos dados, obtemos um panorama geral da eficácia da metodologia aplica aos discentes, isto é, os alcances e limites da realização de uma proposta isolada de Educação Ambiental. Material e Métodos O projeto foi sucintamente se desenvolvendo em quatro principais etapas: Realização de duas palestras expositivas e dialogadas de Educação Ambiental direcionada à problemática dos Resíduos Sólidos, com duração de trinta à quarenta minutos; Visita ao Aterro Sanitário da Canhanduba (Itajaí-SC) com as duas turmas participantes da palestra; Quantificação e qualificação semanal dos resíduos sólidos, realizada antes e após a palestra e a visita ao aterro sanitário, nas lixeiras de recicláveis das três turmas inclusas no projeto; Análise e discussão da eficácia da metodologia utilizada através da tabulação dos dados obtidos em três turmas do bloco F1, dentre as quais duas são inclusas na metodologia e uma não;

3 Resultados e discussão Após a realização das etapas de quantificação dos resíduos sólidos, antes e depois da intervenção de Educação Ambiental nas turmas selecionadas, registramos os seguintes resultados: Gráfico 1. Levantamentos realizados durante os meses de março /abril /maio. Primeira etapa de quantificação e qualificação dos resíduos, antes da realização da metodologia de Educação Ambiental. 60% 58% 58% CA15 - MT TH15 - MT IA15 TM: Tuma inclusa na metodologia. Gráfico 2. Levantamentos realizados durante os meses de maio /junho /julho /agosto. Segunda etapa de quantificação e qualificação dos resíduos, depois da realização da metodologia de Educação Ambiental. 62% 63% 60% CA15 - TM TH15 - TM IA15 TM: Tuma inclusa na metodologia. Na comparação dos gráficos acima, mesmo com um leve aumento da quantidade de resíduos reciclados após a prática de educação ambiental, podemos observar que o projeto não foi capaz de produzir uma mudança realmente significativa em relação à atitude dos discentes, já que a turma que não foi submetida à metodologia (IA15) apresentou resposta bastante semelhante. Além disso, percebe-se que todas as turmas apresentam resultados

4 baixos de reciclagem, tendo em vista que todas as salas de aula possuem lixeiras específicas e identificadas para os resíduos recicláveis e rejeitos. Com a aplicação desta pesquisa, nota-se que a dificuldade de aumentar o percentual de resíduos recicláveis nas salas de aula não é apenas uma questão de informação, mas de consciência e sensibilização à problemática do lixo. Então, através dos resultados obtidos podemos afirmar que intervenções isoladas de Educação Ambiental como visa à proposta deste projeto, não apresentam resultados tão diretos ou significativos na mudança de atitude dos indivíduos. Entretendo, a constatação do limite que o projeto apresentou não diminui a importância de intervenções deste tipo, mas aponta para a necessidade de promovermos diversas formas de informar e sensibilizar os discentes em relação a estas questões, buscando sempre novas práticas pedagógicas para que a educação ambiental se torne cada vez mais eficaz no meio escolar. Segundo a lei n 9.795/1999, a Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, mas deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Sendo assim, é importante salientar que a Educação Ambiental deve ser tratada de forma multidisciplinar e contínua para se concretizar de maneira mais eficaz nas instituições de ensino. Se pretendermos formar nas escolas indivíduos com capacidade de intervenção na realidade global e complexa, teremos que adequar à educação, em seu conjunto, aos princípios do paradigma da complexidade e, por consequência, ás características de uma aproximação sistêmica. Reverter o quadro atualmente delineado significa apostar em um conjunto diversificado de mudanças (DÍAZ, 2002; RUSCHEINSKY,2002). Conclusão Concluímos que, embora tenha ocorrido um leve aumento da correta segregação dos resíduos, o projeto não foi capaz de produzir uma mudança realmente significativa. Com isto, esta pesquisa ressalta a necessidade da Educação Ambiental ser reforçada nas instituições de ensino, sendo tratada de forma transversal em todas as disciplinas, além de haver maior incentivo no desenvolvimento de mais projetos que tratem do cuidado e conservação da natureza.

5 Referências Associação brasileira de empresas de limpeza pública e resíduos especiais. Consumo sustentável: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/ IDEC, p. Disponível em:< Acesso em: 23 jun BRASIL. Lei nº de 27 de abril de Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. DÍAZ, A. P. Educação Ambiental como projeto. 2 ed.porto Alegre: Artmed, p. MEC/BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (mimeo). Agosto, In: MEDINA, N. M e SANTOS, C. S. Educação Ambiental: uma metodologia participativa de formação.3 ed. Rio de Janeiro: Vozes Ltda, p. MEDINA, N. M e SANTOS, C. S. Educação Ambiental: uma metodologia participativa de formação.3 ed. Rio de Janeiro: Vozes Ltda, p. RUSCHEINSKY, A. Educação ambiental: Abordagens Múltiplas. Porto Alegre: Artmed, p.