FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO FACULDADE DE ECONOMIA

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1 FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO FACULDADE DE ECONOMIA INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO NO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO ENTRE 1990 E 2010 DANIELA RIBEIRO NANNI Monografia de Conclusão do Curso apresentada à Faculdade de Economia para obtenção do título de graduação em Ciências Econômicas, sob a orientação do Prof. André Accorsi. São Paulo 2011

2 NANNI, Daniela Ribeiro. INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO NO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO ENTRE 1990 E 2010, São Paulo, FAAP, 2011, 48 p. (Monografia Apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Econômicas da Faculdade de Economia da Fundação Armando Alvares Penteado) Palavras-Chave: Investimento Direto Estrangeiro Política Econômica, Brasil Consolidação Bancária, Sistema Financeiro, Bancos, Brasil Bancos Estrangeiros, IDE no Exterior.

3 Dedico esta monografia aos meus pais Rodolfo e Margareth

4 AGRADECIMENTOS Os meus agradecimentos ao professor André Accorsi pela orientação prestada e pelo apoio na realização desta monografia. Agradeço o apoio e suporte que recebi da minha família. Agradeço aos meus pais Rodolfo e Margareth e minha irmã Gabriela pelo amor, dedicação e incentivo, que possibilitaram a conclusão do curso e a realização deste trabalho. Aos meus familiares Bá, tio Moacyr, e ao meu cunhado Éder, pela força e colaboração durante os anos de estudo nesta faculdade. Aos Professores pelo apoio e incentivo diante das dificuldades ocorridas durante o curso. Também expresso minha gratidão pela amizade e carinho dos colegas de classe.

5 RESUMO Esse projeto analisa o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) no processo da consolidação bancária no Brasil a partir de 1990, época das grandes fusões e aquisições entre bancos brasileiros e internacionais, e como tal fato proporcionou o fortalecimento dos bancos para iniciarem o processo de internacionalização. O presente trabalho aborda o conceito de IDE, as políticas econômicas brasileiras do período, apresenta os fluxos mundiais e nacionais de IDE e especificamente no setor bancário, além da consolidação do setor e as perspectivas de inserção internacional dos bancos brasileiros através do IDE. Nota-se, portanto, que a partir da consolidação bancária no Brasil, quando houve entrada de IDE a partir de 1990, os bancos se tornaram mais fortes e capazes para enfrentar a concorrência internacional e iniciar desse modo o processo de internacionalização.

6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO DEFINIÇOES E FLUXOS DE INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO (IDE) NO BRASIL Conceitos Fundamentais Evolução Recente da Economia do Brasil Período anterior a Período de 1990 a Período de 2003 a Histórico de IDE no Brasil IDE NO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO Consolidação do Setor Bancário Brasileiro PERSPECTIVA DE INSERÇÃO DOS BANCOS BRASILEIROS NO MERCADO EXTERNO Participação dos Bancos Estrangeiros no Brasil Participação de Bancos Brasileiros no Exterior...36 CONCLUSÃO...42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...44

7 LISTA DE TABELAS, GRÁFICOS E QUADROS TABELAS Tabela 1 - Privatizações de 1995 a USD milhões...14 Tabela 2 - Entrada de IDE por Atividade Econômica de 1980 a 1995 no Brasil em USD mil...16 Tabela 3 - Entrada de IDE por Atividade Econômica de 1996 a 2000 no Brasil em USD milhões...17 Tabela 4 - Número de Instituições Financeiras no Brasil em Tabela 5 - Relação População e Agências Bancárias no Brasil de 1980 a Tabela 6 - Principais Fusões e Aquisições feitas pelos 6 maiores Bancos Privados...26 Tabela 7 - Aquisições bancárias com incentivo do PROER ( ) e principais aquisições no varejo por instituições estrangeiras ( )...30 Tabela 8 - Principais Informações Financeiras do EuroBank em 31/12/ GRÁFICOS Gráfico 1 Investimento Direto Estrangeiro no Brasil USD bilhões...15 Gráfico 2 - Estrutura antes das Incorporações de Ações...34 Gráfico 3 - Estrutura após as Incorporações de Ações...34 QUADROS Quadro 1 Normas relativas ao Sistema Financeiro Nacional...20 Quadro 2 Características das Ações das Instituições antes das Incorporações...35 Quadro 3 Características das Ações das Instituições após as Incorporações...36

8 1 INTRODUÇÃO Esse projeto analisa o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) no processo da consolidação bancária no Brasil a partir de 1990, época das grandes fusões e aquisições entre bancos brasileiros e internacionais, e como tal fato proporcionou o fortalecimento dos bancos para iniciarem o processo de internacionalização. O interesse pelo tema surgiu ao longo do curso de Ciências Econômicas devido à grande importância que o setor bancário ocupa na economia brasileira, a história de sua evolução e consolidação no país, além de toda a influência que o setor bancário exerce para o desenvolvimento de outros setores na economia. Os movimentos dos fluxos de IDE são bastante complexos e estão ligados não apenas a uma série de fatores do ambiente competitivo em que as firmas atuam, mas também às características econômicas dos países receptores e doadores. A hipótese básica do estudo é que a entrada de IDE no setor bancário brasileiro, a partir de 1990, fortaleceu os bancos do país dando a eles condições de inserção no mercado internacional. O trabalho está estruturado em 3 capítulos. O capítulo 1 explica os conceitos fundamentais do IDE, detalhando os termos que serão utilizados ao longo do trabalho, a fim de facilitar o entendimento do tema, bem como evitar confusões referentes aos conceitos. Apresenta também a recente evolução da economia do Brasil, desde 1960 até A contextualização da economia brasileira permite analisar sua relação com os movimentos de IDE. Essa apresentação foi dividida em três períodos, baseados no processo de privatizações do país. O primeiro período refere-se ao período anterior a 1990, necessário para explicar o contexto da economia do Brasil antes das desestatizações de empresas importantes do país. O segundo período analisado é de 1990 a 2002, anos em que os processos de privatizações tiveram maior importância e aconteceram em maior volume na economia do Brasil. O terceiro período, de 2003 a 2010, refere-se ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não incentivou a política de privatizações. Além disso, o capítulo ainda apresenta os fluxos de IDE que entraram no Brasil no período analisado, tomando por base as medidas macroeconômicas que foram adotadas.

9 2 O capítulo 2 tem como objetivo apresentar como se deu a consolidação do setor bancário no Brasil diante da abertura econômica de 1990, e da entrada de IDE no país nesse período. Esse capítulo é importante, pois baseado nessas informações é possível entender o fortalecimento dos grandes bancos, o processo de integração que ocorreu com a concorrência que chegava no Brasil e as políticas econômicas que foram estabelecidas na época. O capítulo 3 tem como propósito estimar a perspectiva futura dos bancos brasileiros se inserirem no mercado internacional, uma vez que passaram por consolidação na década de 1990, receberam grande participação de capital direto estrangeiro nesse período, vivenciando um processo de internacionalização. Atualmente mostram-se fortes e competitivos em meio a fusões e aquisições que ocorreram no setor. Desse modo, observa-se que estão surgindo oportunidades de aumentarem suas participações no mercado internacional. Assim, o capítulo 3 é subdividido em duas sessões, a primeira mostra a participação de bancos estrangeiros no Brasil, e a segunda relata o movimento de saída dos bancos brasileiros para o exterior em busca de mercado para crescimento. Por fim, apresentam-se as conclusões finais, relacionando as informações de cada capítulo, para entender toda a importância do IDE no setor bancário brasileiro, que possibilitou a consolidação dos bancos, melhoras na forma de atuação, e diante de tal cenário, a possibilidade de investirem por meio de IDE em outros países.

10 3 1. DEFINIÇÕES E FLUXOS DE INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO (IDE) NO BRASIL 1.1 Conceitos Fundamentais O conceito de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) foi alterado ao longo do tempo, especialmente quando se acelerou o processo de globalização da economia. Para entender o que significa investimento direto estrangeiro é preciso compreender o conceito de globalização. Como apresenta o Fundo Monetário Internacional (FMI), a globalização é um processo que, com a liberalização do comércio e com os avanços da tecnologia, provocou aumento do fluxo de idéias, pessoas, bens, serviços e capital, o que levou a integração das economias e sociedades 1. Para Sanchez (1999, p.15-17) a globalização se iniciou na década de 1970 e pode ser entendida como a crescente integração do comércio e das finanças internacionais, facilitados por sistemas de telecomunicação sofisticados, o que favoreceu transferências de capital. O processo de globalização influenciou na aceleração e aumento dos fluxos de IDE entre os países. Como aponta Duce (2003, p.2), a definição para investimento direto estrangeiro do FMI e da OCDE reflete o interesse de um investidor estrangeiro em uma empresa de outro país. Esse interesse é de longo prazo e inclui a participação na administração da empresa na qual se aplicou o capital, permitindo assim transações de capital entre a matriz e as suas filiais. O investimento direto estrangeiro (IDE), numa perspectiva ampla, refere-se à transferência de capacidade produtiva e controle de ativos, na medida em que "novas plantas" são construídas (greenfield investment 2 ), resultando em novas filiais e/ou são incorporadas por meio de fusões 3 e aquisições (SARACINI & PAULA, 2006, p.4). 1 Cf. Glossary of Selected Financial Terms: Globalization. In: FMI. Disponível em: Acesso em 23/10/ Greenfields é o termo em inglês que significa empreendimentos que estão sendo concebidos e executados onde não existe atualmente uma organização empreendedora, ativo ou operação. É a instalação de novas plantas. Cf. Greenfield Project. Disponível em: /ploneglossarydefinition Acesso em 27/10/ Fusão é uma estratégia na qual duas firmas concordam em integrar suas operações, porque têm recursos e capacidades que, juntas, podem criar uma vantagem competitiva mais forte. Disponível em: Acesso em 27/10/2010.

11 4 De acordo com Krugman & Obstfeld (2005, p ), investimento direto estrangeiro é o fluxo de capitais internacionais, direcionados a uma empresa de determinado país, para que possa ampliar sua capacidade ou criar uma filial nesse país, envolvendo além da transferência de capital, participação no controle da empresa adquirida. Passa a ser uma multinacional quando detém a cota mínima de ações da outra empresa necessária para ter controle ou direito a voto nas decisões da empresa. A multinacional é um veículo para empréstimos internacionais, que ocorre na relação entre matriz e sua filial estrangeira. Entretanto, apesar de ocorrer esse fluxo de capital entre elas, o principal objetivo de uma multinacional é a ampliação do controle. Na explicação de Gonçalves et al (1998, p ), os fluxos de investimentos diretos estrangeiros ocorrem porque as empresas em diferentes países buscam ganhar uma taxa de retorno maior do que conseguem obter em seu próprio país. Isso acontece porque os países diferem na dotação de fatores de produção e cada empresa tem necessidade de fatores específicos para sua produção, que podem ser encontrados em outros países. O IDE difere de investimento estrangeiro especulativo, pois este entra no país atraído pelas altas taxas de juros e retorno rápido. Esse tipo de investimento externo está presente nas Bolsas de todo o mundo, com a aquisição de ações das companhias de capital aberto. O FMI define IDE como a aquisição de pelo menos 10% de ações ordinárias 4 de uma empresa pública ou privada por um investidor estrangeiro, envolvendo interesse no controle da empresa e re-investimentos quando necessário 5. O FMI, como dizem Saracini & Paula (2006, p.6), recomenda para os investimentos de portfólio 6 que sejam aquisições inferiores a 10% de ações ordinárias de uma empresa no exterior. Saracini & Paula (2006, p.6-7) resgatam a definição de IDE adotada pelo FMI, a partir da primeira edição do Comparativo de Definições para o Investimento Direto Estrangeiro da OCDE, em 1983, como um tipo de investimento que tem um interesse de longo prazo em uma empresa em outro país, com o objetivo de participar efetivamente na gestão da empresa. 4 Ações ordinárias são ações com direito a voto em uma empresa. 5 Cf. Glossary of Selected Financial Terms: Foreign Direct Investment (FDI). In: FMI. Disponível em: Acesso em 27/10/ Portfólio é uma carteira de títulos e valores mobiliários. Cf. Dicionário de Finanças: portfólio. BOVESPA. Disponível em: Acesso em 27/10/2010.

12 5 1.2 Evolução Recente da Economia do Brasil O presente trabalho divide a evolução recente da economia do Brasil em três períodos, baseados no processo de privatizações do país, pois a entrada dos fluxos de IDE no Brasil está diretamente ligada a esse fato. O primeiro período é anterior a 1990, e procura explicar o contexto da economia brasileira antes das desestatizações de importantes empresas do país. Toma-se por base o ano de 1990 como o início do processo de privatizações, pois, segundo informações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de 2002, ocorreu nesse ano uma série de reformas econômicas do governo, dentre elas o Programa Nacional de Desestatização (PND) instituído pela Lei nº 8.031, de O PND incentivou a vendas de empresas estatais produtivas dos setores estratégicos do país, como por exemplo, as siderúrgicas, petroquímicas e de fertilizantes. Até empresas foram privatizadas, gerando um resultado de USD 11,9 bilhões ao caixa do governo (BNDES, 2002, p.6). Ainda de acordo com os dados fornecidos pelo BNDES (2002), de 1995 a 2002, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil teve uma fase diferente do processo de privatizações, na qual a ênfase foi dada ao setor de serviços. Os serviços privatizados que tiveram destaque foram: financeiro, transporte, elétrico, concessão de rodovias, saneamento, portos e telecomunicações (BNDES, 2002, p.15). Desse modo, é delimitado o segundo período analisado, de 1990 a 2002, uma vez que foi durante esses anos que o processo de privatizações teve sua maior importância e intensidade na economia do Brasil. O terceiro período vai de 2003 a 2010, e refere-se ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que diferentemente dos governos anteriores não incentivou a política de privatizações Período anterior a 1990 Entender como era a economia brasileira no período anterior a 1990, isto é, antes do início das privatizações no Brasil, é importante para identificar os fatores que influenciaram o processo de privatização e a entrada de IDE no Brasil.

13 6 A fim de delimitar o panorama do estudo, a atenção será dada sobre um breve período anterior a 1990, iniciado na década de Baer (2004, p.244) ressalta que o governo adotou a política de ISI (Import Substitution Industrialization) na década de 1950 e o estendeu até o início de O objetivo dessa política era desenvolver a capacidade produtiva doméstica para reduzir a quantidade de produtos manufaturados importados. As tarifas de importação desses produtos, nesse período, eram superiores a 250%. A política de ISI provocou uma estagnação da economia no Brasil no início da década de 1960, pois tornou evidente a necessidade de importar certas matérias-primas, bens intermediários e de capital que não eram produzidos internamente, já que o país não tinha uma estrutura industrial adequada para abastecer o mercado interno, o que contribuiu para elevar os preços dos produtos nacionais. Além disso, para auxiliar a política de ISI, foi adotada a restrição das importações, e como havia pouca diversidade de exportações, agravou-se a situação do déficit no Balanço de Pagamentos, isto é, decréscimo das exportações e redução das importações, levando à estagnação do país (BAER, 2004, p ). Após a renúncia do presidente Jânio Quadros, cujo governo enfrentou o problema da alta inflação, além de restrição de crédito e congelamento dos salários, a economia não se estabilizou. No governo do presidente João Goulart a inflação atingiu mais de 100% a.a., além disso, ele condenava a entrada de capital estrangeiro, o que contribuiu ainda mais para os déficits orçamentários e para o declínio do crescimento econômico do Brasil (BAER, 2004, p.91-93). Baer (2004, p ) mostra ainda que de 1964 a 1974, as políticas econômicas procuravam solucionar os desequilíbrios: o objetivo era controlar o problema do Balanço de Pagamentos. As medidas implantadas buscaram diversificar e aumentar o volume das exportações, tanto de produtos primários quanto manufaturados. Para tanto o governo ofereceu incentivos fiscais, créditos subsidiados e redução de impostos de exportação. A partir de 1964, durante o governo militar, a estratégia política buscava a estabilização econômica por meio do controle da inflação e eliminação das distorções de preços, além de reformas no mercado financeiro para aumentar o acúmulo de poupança e

14 7 atração de capital estrangeiro para financiar projetos de infra-estrutura e indústrias do governo (BAER, 2004, p.93). Dentre as medidas para a estabilização estavam a contenção de gastos públicos, aumentos dos tributos e das tarifas de serviços públicos, restrição de crédito e arrocho salarial. O crescimento econômico foi sustentado pelo fortalecimento dos mercados de capitais, com a criação de lei específica em 1965, que aumentou o uso do mercado de ações e dos bancos de investimentos, com os fundos especiais que foram criados para financiar vendas de pequenas e médias empresas e aquisições de bens de capital, complementando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). O crescimento e diversificação das exportações e a política cambial com desvalorizações da moeda para conter a inflação, também fizeram parte das medidas adotadas a fim de conquistar estabilidade econômica e crescimento (BAER, 2004, p ). Durante a década de 1960 o Brasil conseguiu diversificar suas exportações e a forte participação do Estado na economia favoreceu as empresas estatais que passaram a dominar os setores de aço, petroquímica, mineração e serviços públicos, como bancos (BAER, 2004, p ). Do período de 1974 até a década de 1980 o Brasil passou por uma recessão econômica por causa do choque do petróleo em 1973 e da crise da dívida externa. A crise do petróleo quadruplicou o preço do produto e o Brasil era um grande importador de petróleo. A fim de manter o crescimento do país, o presidente Ernesto Geisel decidiu não reduzir as importações, mesmo com a alta do preço, o que conseqüentemente aumentou de forma exagerada a dívida externa. Para pagar a dívida o Brasil recorreu a empréstimos internacionais a baixas taxas de juros, facilitados pela alta liquidez do mercado financeiro internacional devido ao excesso de petrodólares 7 (BAER, 2004, p ). Os empréstimos externos favorecem o crescimento econômico do Brasil enquanto os juros estavam baixos, mas as mudanças na política monetária norte-americana promoveram o aumento dos juros agravando a situação da dívida externa brasileira (BAER, 2004, p ). 7 Petrodólar é todo dinheiro (dólares americanos) ganho através da venda de petróleo. O termo foi elaborado pelo professor de economia Ibrahim Oweiss, da Universidade de Georgetown.Disponível em: Acesso em 26/10/2010.

15 8 Para Baer (2004, p ) em meio ao crescimento da economia existiram problemas na década de 1980, como o crescente aumento da inflação e as desvalorizações da moeda, que foram prejudiciais as exportações. O déficit externo brasileiro ficava cada vez mais difícil de financiar. Em meio a recessão, o Brasil ainda teve que enfrentar a moratória da dívida mexicana em Esse fato prejudicou o Brasil, pois o mercado internacional se fechou para financiamento de dívidas de países da América Latina. No final da década de 1980 foram mantidas as políticas de diversificação das exportações e voltadas para a ISI. Desse modo o Brasil conseguiu obter superávits no Balanço de Pagamentos, destinados à amortização da dívida externa (BAER, 2004, p.246). Da década de 1980 até os anos 1990 havia carência de investimentos nas áreas de infra-estrutura, como energia, telecomunicações e transporte, o que pode ter incentivado o processo de privatizações (BAER, 2004, p.243) Período de 1990 a 2002 De acordo com Baer (2004, p.243) a partir da década de 1990, as medidas buscavam reduzir barreiras e restrições ao capital estrangeiro, isto é, o início da abertura da economia brasileira para os fluxos de mercado e capitais internacionais. Essas medidas melhoraram o ambiente para investimentos do Brasil. O presidente Sarney deixou a presidência em 1990 com o fracasso do Plano Cruzado. Ao assumir o governo, Fernando Collor de Mello apresentou medidas bem definidas de como controlar a inflação e de liberalização da economia (BAER, 2004, p ). Collor pretendia abrir a economia e atrair capital estrangeiro direto adotando medidas de redução de subsídios à exportação, redução de reservas de mercado e de tarifas além da mudança no sistema cambial, permitindo-se a flutuação do câmbio (BAER, 2004, p. 247). O presidente Collor sofreu um impeachment 8 no final de 1992, assim, em outubro de 1992, assume como presidente interino Itamar Franco, que acabou sendo presidente de fato (BAER, 2004, p.209). 8 Impeachment é um termo do inglês para o processo de cassação de mandato do chefe do Poder Executivo nas esferas federal, estadual ou provincial, municipal ou condado. A acusação, normalmente feita pelo Congresso, pode ser por crime comum, crime de responsabilidade, abuso do poder, desrespeito as normas constitucionais,

16 9 Em 1993 o presidente Itamar Franco indica Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, que imediatamente apontou a necessidade de cortes nos gastos públicos, maior eficiência no recolhimento de impostos, facilidade no relacionamento entre governos estaduais, impediu que os bancos produzissem moedas e trabalhou no combate à sonegação fiscal (BAER, 2004, p ). Ao assumir a presidência em 1994, Fernando Henrique Cardoso negociou a dívida externa. Entretanto, foi preciso controlar a inflação e, para isso, foi implantado o Plano Real em 1994, tendo como lastro reservas acumuladas nos anos anteriores. A partir de tais mudanças, a balança comercial apresentou superávits, assim como a situação fiscal do país melhorou (BAER, 2004, p ). A valorização cambial que vinha ocorrendo até 1999 e o aumento das taxas de juros reduziram os índices de crescimento econômico, tornando o país cada vez mais dependente de investimentos estrangeiros. Assim, em 1999, o governo adotou a flexibilização cambial, sistema no qual a taxa de câmbio varia de acordo com o mercado, e que poderia trazer maior competitividade para o comércio externo do país (BAER, 2004, p ). Em 2001, os fluxos de IDE foram reduzidos devido ao abalo no cenário internacional com o atentado aos Estados Unidos, em 11 de setembro. O Brasil sentiu grande impacto, pois foi nesse ano que ocorreu a crise energética e a instabilidade provocada pelo processo eleitoral de 2002, ano de transição do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) para Luiz Inácio Lula da Silva (LULA) (GREGORY & OLIVEIRA, 2005, p.10-12). As políticas sociais e econômicas do governo FHC foram mantidas no governo de Lula, e houve até mesmo o aprofundamento das políticas econômicas, especialmente no caso dos marcos regulatórios 9, e das agências de regulação, que têm como função fiscalizar o cumprimento das leis e dos contratos das parcerias público-privadas (NANNI, 2008, p.28-29). violação de direitos pétrios, isto é, irresponsabilidade ou incompetência para o exercício da função pública. Cf. O Impeachment no Brasil. Disponível em: Acesso em 27/10/ Marcos regulatórios são um conjunto de normas que buscam disciplinar a prestação de serviços públicos em suas parceiras com entidades privadas. In: DELGADO, E. Marco Regulatório. Revista da AGERGS, ago. 2004, n. 7, Porto Alegre, RS. Disponível em: Acesso em 27/10/2010.

17 Período de 2003 a 2010 O período que se estende de 2003 a 2010 refere-se ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (Partido dos Trabalhadores). Com a sua reeleição no ano de 2006, pôde dar continuidade à sua política econômica até Em 2002, foi o ano de eleição presidencial e nessa transição de governos, ocorreu uma forte desvalorização cambial, prejudicando as metas de inflação, pois o aumento dos preços dos produtos de importação foi refletido no mercado interno, o que reduziu os investimentos no país (IPEA, 2005, p.4). De acordo com informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em publicações de 2005 e 2006 sobre a economia do Brasil, o governo optou por manter a política macroeconômica do governo anterior, que tinha como base três itens fundamentais: austeridade fiscal, câmbio flutuante e metas para a inflação. Para complementar essas medidas ainda optou por controlar os gastos públicos e buscar o superávit primário, acordados com o FMI (IPEA, 2005, p.3). No segundo semestre de 2003 até o final de 2004 a economia cresceu atingindo 4,9% a.a. - o crescimento médio dos cinco anos anteriores era de 1,8% a.a. Esse crescimento deveuse especialmente à utilização da capacidade ociosa, expansão do crédito e aumento da demanda externa (IPEA, 2006, p.5). Em 2004 houve uma forte desvalorização do real frente ao dólar, indicando que o Brasil ainda apresentava certo grau de risco para investidores estrangeiros. Na busca pela estabilidade, as políticas monetárias e fiscais conseguiram controlar a inflação anual, reduzir a dívida externa, diminuir financiamentos públicos e produzir superávits na Balança Comercial, assim como saldos no Balanço de Pagamentos. Ao mesmo tempo houve uma queda generalizada da inflação no mundo (IPEA, 2006, p.3). Dentre as políticas para o ano de 2005 estavam: melhorias no marco regulatório, redução de impostos no setor da indústria, redução de custo de mão-de-obra, solução para o déficit da Previdência Social e o superávit primário Cf. IPEA. Brasil: o estado de uma nação, 2005 e Disponível em: Acesso em 26/10/2010.

18 11 O Boletim da Conjuntura de dezembro de publicado pelo IPEA aponta que a média de crescimento do Brasil de 2002 a 2005 foi de 2,6% a.a. A baixa taxa de crescimento da economia do país deve-se a alta das taxas de juros dos últimos anos. Mesmo diante do quadro de estabilidade econômica, não houve aumento de investimentos e de produtividade econômica, o que indicava a necessidade de reformas estruturais no período, como controle de gastos públicos, reforma previdenciária e tributária, mudanças no mercado de trabalho e no marco regulatório (IPEA, 2006, p. 9). O governo apresentou melhorias na questão social com a redução da pobreza e da desigualdade e teve suas atenções voltadas para a ampliação de investimento e do acúmulo de poupança interna (IPEA, 2006, p.10). Em 2007, o Boletim da Conjuntura de setembro de publicado pelo IPEA destacou a volatilidade do mercado internacional frente à crise do mercado imobiliário norteamericano. Houve diminuição da dívida externa brasileira e acumulação de reservas, o que diminuiu o risco do país ao enfrentar uma crise externa. Assim o Brasil pode continuar num ritmo de crescimento acelerado (IPEA, 2007, p.7). O bom desempenho da economia do Brasil no início de 2007 aumentou a confiança para investimentos e aumento do consumo. (IPEA, 2007, p.9 e 31). Em 2008, com o auge da crise econômica mundial, o Brasil conseguiu manter seus índices de crescimento e estabilidade, pois estava menos vulnerável a uma crise externa do que esteve no passado. Nesse ano apresentou solidez nas contas externas, equilíbrio fiscal e redução da dívida pública, além do controle da inflação. Assim sustentou o crescimento da demanda doméstica, limitando os impactos da crise no país. (Ministério da Fazenda, 2008, p. 17) No ano de 2009 o PIB não cresceu devido à crise de 2008, cujos impactos foram refletidos nesse ano. Entretanto havia uma visão positiva na reação da economia brasileira à crise: 11 Cf. IPEA. Boletim da Conjuntura Dezembro de Disponível em: Acesso em 26/10/ Cf. IPEA. Boletim da Conjuntura Setembro Disponível em: Acesso em 26/10/2010.

19 12 O dinamismo do consumo doméstico foi decisivo para tal. A robustez da situação macroeconômica e a combinação eficaz de estímulos monetários, creditícios e fiscais contribuíram para a redução dos impactos sobre a demanda e, assim, na atividade econômica (CNI, Economia Brasileira, dez. 2009). De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB em 2010 correspondeu a um crescimento acumulado de 7,5% a.a., confirmando a expectativa de crescimento da economia. Em comparação ao ano de 2009, o PIB cresceu 8,8%, mesmo apresentando os reflexos da crise financeira internacional, sendo que esta foi a segunda maior taxa verificada na série histórica do país (IPEA, 2010, p.5). O setor de Serviços avançou 5,6% em 2010 comparado com o ano anterior, destacando os setores de comércio; transporte, armazenagem e correio; intermediação financeira e seguros (IPEA, 2010, p.5). 1.3 Histórico de IDE no Brasil Gregory & Oliveira (2005, p.10) escrevem sobre o histórico da entrada de IDE no Brasil e destacam que o Brasil recebeu grande fluxo de IDE depois da 2ª Guerra Mundial até os anos de 1980, período em que sofreu com o aumento da dívida externa, o que inviabilizou a entrada de capital estrangeiro no país. De 1980 até o início de 1990 o volume de IDE para o Brasil estagnou em índices muito baixos. Gregory & Oliveira (2005, p.10) destacam a importância da implementação de medidas liberalizantes na economia na década de 1990, o que promoveu a abertura comercial do Brasil e a desregulamentação do mercado interno. Nesse período havia carência de investimentos em infra-estrutura, nas áreas de energia, telecomunicações e transportes. Esse foi um dos fatores que incentivou o programa de privatizações. Além disso, o governo renegociou a dívida externa, e em 1994 lançou o Plano Real para combater o crescimento inflacionário. Gregory & Oliveira (2005, p.10) afirmam que todas essas medidas tomadas pelos governos desde 1990 contribuíram para que os investimentos diretos estrangeiros voltassem a ingressar no Brasil, que caminhava para ser um bom receptor novamente.

20 13 O balanço de pagamentos do Brasil começou a apresentar superávits, o que favoreceu o Plano Real de 1994 no combate à inflação. Esse fato pode ser confirmado com a elevação no volume de IDE que entrou no país após o sucesso do Plano Real, passando de USD 1,4 bilhões em 1995 para USD 10,8 bilhões em 1996 (GREGORY & OLIVEIRA 2005, p.10). Como mostram Sarti & Laplane (1999, p.11), o fluxo de investimento direto estrangeiro a partir de 1994 cresceu mais, proporcionalmente, do que as demais categorias de investimento estrangeiro como portfólio, fundos de privatização, de renda fixa e imobiliária, inclusive, superando o montante de investimento em portfólio em Para esse desempenho, tiveram grande participação os processos de privatização, cujos fluxos de IDE mais recentes são destinados ao setor de serviços. Gregory & Oliveira (2005, p.11) dizem que: Em 1995, foi realizado o primeiro Censo do Capital Estrangeiro, pelo Banco Central do Brasil, que visava um diagnóstico da presença do investimento estrangeiro direto no País, a partir de questionário respondido pelas próprias empresas ao registrarem suas operações. Foi apurado que o estoque de IED na economia brasileira havia atingido o montante de USD 43 (quarenta e três) bilhões e que do total de empresas pesquisadas 21,77% detinham participação majoritariamente estrangeira. A tabela 1 refere-se ao segundo momento das privatizações, de 1995 a 2002, e destaca o setor de infra-estrutura e serviços, com receitas de USD 73,8 bilhões frente a USD 15,1 bilhões do setor industrial. No período que se estende de 1995 a 2002, segunda etapa das privatizações no Brasil, com destaque para o setor de infra-estrutura e serviços, nota-se então a maior participação de investidores estrangeiros e menor peso de empresas nacionais no total de USD 93,4 bilhões de receita líquida.

21 14 Tabela 1. Privatizações de 1995 a USD milhões Setores Receitas de Venda Dívida Transferida Total Indústria Petroquímica Petróleo Mineração Infra-estrutura e Serviços Financeiro Elétrico Transporte Portuário Gás/ Saneamento Telecomunicação Informática Participação Minoritária Decreto Estaduais Total Fonte: BNDES, julho/2002 Os fluxos de IDE no Brasil foram aumentando desde a década de 1980 e como diz Gregory & Oliveira (2005, p. 11), foram em média USD 500 milhões ao ano na década de 1980, entre 1990 e 1994 a média anual aumentou de USD 1,4 bilhão para USD 29 bilhões em O estudo de Gregory & Oliveira (2005, p.12), que se estende até o ano de 2005, aponta o auge de IDE para o Brasil em 2000, contabilizando USD 32,8 bilhões, devido especialmente aos processos de fusões e aquisições, em virtude do processo de privatizações iniciado em 1990.

22 15 Os dados do gráfico 1 foram publicados pelo Banco Central do Brasil e correspondem às informações que foram publicadas na UNCTAD no Handbook of Statistics Gráfico 1. Investimento Direto Estrangeiro no Brasil USD bilhões ,4 10, ,8 22,4 16,6 10,1 18, ,8 34, Fonte: Banco Central do Brasil - Relatório Anual 2005, 2006, 2007 e Em 2001, o cenário internacional foi abalado com o atentado aos Estados Unidos, em 11 de Setembro, e os fluxos de IDE foram reduzidos. O Brasil sentiu grande impacto, pois nesse ano ocorreu a crise energética e a instabilidade provocada pelo processo eleitoral de 2002, ano de transição do governo de Fernando Henrique Cardoso para Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2003, o volume de investimentos estrangeiros no Brasil foi de US$ 10,1 bilhões, acompanhando a queda desde A recuperação iniciou-se em 2004 superando USD 18,1 bilhões, e seguiu com aumento ao longo dos anos de 2006 a 2008, quando atingiu USD 45 bilhões. (GREGORY & OLIVEIRA 2005, p.13-14). 13 Cf. UNCTAD. Handbook of Statistics : International Finance. UNCTAD, Disponível em: Acesso em 26/10/2010.

23 16 Tabela 2. Entrada de IDE por Atividade Econômica de 1980 a 1995 no Brasil em USD mil Atividade Econômica Agricultura Pesca Pecuária Ind. Extrativa Mineral Ind. de Transformação Serviços de Utilidade Pública Outros Serviços Bancos Outras Atividades Total Fonte: Banco Central do Brasil. Investimentos e reinvestimentos estrangeiros no Brasil. Disponível em: Acesso em 06/10/2010. A tabela 2 mostra a entrada de IDE no Brasil a partir de 1990 até 1995, dividida por setores da economia, analisada pelo Banco Central do Brasil. Nota-se assim o crescimento no fluxo de IDE, que passou de USD 37 bilhões em 1990 para USD 58 bilhões em Os setores de maior destaque de acordo com os dados são: pecuária e serviços.

24 17 Tabela 3. Entrada de IDE por Atividade Econômica de 1996 a 2000 no Brasil em USD milhões Atividade Econômica Agricultura, Pecuária e Extrativa Mineral Indústria de Transformação ,58 456,03 142,42 422,52 649, , , , , ,18 Serviços 5.814, , , , ,75 Total 7.665, , , , ,37 Fonte: Banco Central do Brasil. Censo 1995 e ingressos 1996 a Disponível em: Acesso em 27/11/2010. A tabela 3, de acordo com informações do Banco Central do Brasil, segue com os dados da distribuição da entrada de IDE no Brasil por atividade econômica de 1996 a Pode-se dizer que o país tem recebido cada vez mais IDE em sua economia graças aos diversos fatores de incentivo, especialmente o bom desempenho e a estabilidade da economia. O destaque no período avaliado é no setor de serviços. Tais volumes de IDE e a evolução do cenário econômico e político no Brasil a partir de 1990 até 2010 propiciaram uma consolidação do setor bancário no país, como apresenta o capítulo 2.

25 18 2. IDE NO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO Este capítulo tem como objetivo apresentar o processo de consolidação do setor bancário no Brasil diante da abertura econômica de 1990, e da entrada de IDE no país nesse período. Com base nessas informações é possível entender o fortalecimento dos grandes bancos, o processo de integração que ocorreu diante da concorrência que chegava no Brasil e as políticas econômicas que foram estabelecidas na época. 2.1 Consolidação do Setor Bancário Brasileiro De acordo com Molina (2004, p.76) o sistema bancário brasileiro passou por grandes transformações desde o final da década de 1980, com destaque para a década de 1990, período de abertura econômica do país e no qual foi instalado o Plano Real, proporcionando a estabilidade na economia brasileira. Neste contexto, os bancos brasileiros se tornaram mais modernos e competitivos, tornando interessante o estudo do processo de competição e concentração no setor bancário no Brasil. A partir de 1990 houve acentuado crescimento de fusões e aquisições no setor bancário, no que se refere a número, tamanho e valor de negócios. Tal fato foi incentivado pela desregulamentação dos serviços financeiros, pela abertura do setor bancário, pelos avanços tecnológicos (em telecomunicação e informática), bem como pelas mudanças estratégicas das instituições financeiras que tinham como maior preocupação oferecer retorno aos acionistas. Tudo isso favoreceu o processo de consolidação do setor bancário brasileiro (PAULA & MARQUES, 2006, p. 2). Para Molina (2004, p.77), o mercado financeiro brasileiro estava aberto até 1966, o que significa que era permitida a entrada de capitais externos e que investidores estrangeiros fossem os únicos donos de um banco no país, como no caso de bancos como o Citibank, Boston, Chase e Lloyds. Na segunda metade da década de 1960 o governo criou o PAEG - Plano de Ação Econômica do Governo, um programa de reforma no sistema financeiro, que tinha bases jurídico-legais. Surgem então, o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional (MOLINA, 2004, p.77 apud MOURA, 1998).

26 19 A Lei n.º 4595 de 31/12/1964 reformou o sistema bancário brasileiro. Foi contemplada nesta lei a criação do Banco Central do Brasil que começou a funcionar somente em Na verdade as prerrogativas que após a lei passaram ao domínio do BCB eram desempenhadas por diversas entidades públicas. Até 1945 cabia ao Banco do Brasil a operação enquanto banco comercial e também como banco central do brasil. Em 1945 criou-se a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) que era então dirigida por um Conselho presidido pelo Ministro da Fazenda. Cabia a SUMOC a formulação da política monetária (BARBACHAN & FONSECA, 2004, p.5). Tabela 4. Número de Instituições Financeiras no Brasil em 1995 Tipos Sedes Agências no País Bancos Comerciais Bancos Múltiplos Bancos de Desenvolvimento 6 9 Bancos de Investimento Caixas Econômicas Soc. Cooperativas Soc. De Cred. Finan. E Invest Soc. Corretoras de Tit. E Val. Mob Soc. Corretoras de Câmbio Soc. Distribuidoras Soc. De Investimento 4 0 Soc. De Arrendamento Mercantil Soc. De Credito Imobiliário Fundos de Investimento e de Aplic Associações de Poup. Empr. 2 1 Administradoras de Consórcio TOTAL Fonte: DECAD/DIVIN. Posição de Disponível em: Acesso em 10/11/2010. De acordo com Barbachan & Fonseca (2004, p.3), a Reforma Bancária de 1964 (lei n.º 4595 de 31/12/1964) proporcionou um aumento de instituições bancárias, assim como de grupos financeiros no território nacional. Essas instituições financeiras se reorganizaram a partir de 1988, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN), através da resolução n.º 1524

27 20 de 21/09/1988, criou os bancos múltiplos 14, permitindo que as instituições financeiras isoladas do período se reorganizassem em uma única empresa. Assim, observou-se um aumento no número de instituições financeiras no mercado nacional de 124 em 1988 para 242 em Na tabela 4 pode-se observar o número de instituições financeiras no Brasil em O número de Bancos Múltiplos é muito superior ao de Bancos Comerciais. Diante dessas reformas e mudanças, as autoridades monetárias limitaram a entrada de capital estrangeiro no sistema bancário, o que foi formalizado em lei anos depois, com a Constituição de 1988 (MOLINA, 2004, p.77, apud RODRIGUES, 1999). Quadro 1. Normas Relativas ao Sistema Financeiro Nacional Normativo Decisão CMN ( ) Voto CMN nº 462/1971 Voto CMN nº 285/1975 Voto CMN nº 130/1976 Determinação Veda participação estrangeira em bancos comerciais. Participação limitada: bancos de investimento 50% do capital total e 33% do capital votante. Mesmo limite dos bancos de investimento para financeiras e DTV. Veda participação em corretoras. Mesmo limite dos bancos de investimento para sociedades de arrendamento mercantil. Suspende vedação a corretoras, mesmo limite das demais instituições não-bancárias. Fonte: BANCO CENTRAL DO BRASIL. Normas relativas ao Sistema Financeiro Nacional. Disponivel em: Acesso em 15/02/ Banco múltiplo: Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima." (Resolução CMN 2.099, de 1994). Disponível em: Acesso em 04/09/2010.

28 21 O quadro 1 apresenta algumas normas de regulamentação da entrada de capital estrangeiro no país. Com as portas fechadas para a entrada de capital estrangeiro no final dos anos 60, o sistema financeiro brasileiro se tornou mais concentrado, ao mesmo tempo em que a tecnologia se tornou presente no setor, trazendo a novidade da automação de processos de controle interno dos bancos. Em um segundo momento, na metade da década de 1980, a inovação tecnológica chega no interior das agências possibilitando o lançamento eletrônico dos registros das transações diretamente pelo funcionário do setor de atendimento (MOLINA, 2004, p.78, apud JINKINGS,1995). A introdução do processo de automação nesse período permitiu a instalação dos primeiros caixas eletrônicos. Na década de 1990 o setor de processamento de dados, assim como alguns funcionários da área, foram substituídos por computadores (MOLINA, 2004, p.78). Tabela 5. Relação População e Agências Bancárias no Brasil de 1980 a 1995 Período População (em mil hab.) No. de Agências População/Agências Fonte: IBGE e BC. Posição em Jun/95 (Estimativa da população de acordo com a taxa de crescimento dos últimos dois anos.) Disponível em: Acesso em 25/10/2010.

29 22 A tabela 5 apresenta a relação entre a população e número de agências bancárias de 1980 a 1995, ficando claro que o número de agências não aumentou com o crescimento da população, pois o avanço tecnológico permitiu que diversos serviços fossem realizados sem a necessidade da presença em agências, seja por meio de caixas eletrônicos, ou através da internet. Ao mesmo tempo em que a tecnologia era introduzida no setor bancário, modernizando sua estrutura interna, tal tecnologia, como um sistema informatizado, se tornava cada vez mais necessária para acompanhar o ritmo da desvalorização da moeda devido à inflação, que era a principal preocupação desde os anos Sistemas que fossem capazes de acompanhar a variação do preço da moeda permitiram que os bancos obtivessem lucros muito altos, os quais financiaram novos investimentos em tecnologia (MOLINA, 2004, p.78-79). Para Barbachan & Fonseca (2004, p.3) a inflação foi um dos fatores mais importantes para a acumulação de enormes ganhos no setor bancário. A crescente inflação possibilitava a geração de lucros por meio das operações no overnight, isto é, compra de títulos públicos com garantia de recompra e com prazo de um dia e por meio do float bancário, isto é, assimetria de indexação, a qual não corrigia os valores que estavam parados em conta corrente e os recolhimentos de tributos, mas aplicava esses recursos em títulos públicos. Devido ao grande ganho com a inflação, o crédito bancário era uma segunda opção para os bancos aumentarem seus ativos. Entretanto, esse cenário da economia brasileira, com altos índices de inflação, foi modificado com a introdução do Plano Real em A perda de receitas originárias da inflação não representou, no entanto, uma queda significativa na lucratividade dos bancos. Tal fato pode ser explicado pela substituição das receitas inflacionárias por receitas de serviços bancários, o que já denotou um acentuado esforço dos bancos em adaptar suas atividades ao novo cenário que se delineou (MOLINA, 2004, p.79). Em 1994, com o Plano Real, o país vivenciou uma queda brutal da inflação, que prejudicou a forma de acumulação de lucros das instituições financeiras. A ineficiência de muitas delas levou o Banco Central a intervir para diminuir a vulnerabilidade do sistema e

30 23 para tanto criou o PROER 15 em Os exemplos mais famosos de intervenção ocorreram nos bancos: Econômico, Bamerindus e Nacional e do importante processo de privatização dos bancos estaduais implementado pelo governo federal (BARBACHAN & FONSECA, 2004, p.3). A partir da redução da inflação, o número de bancos também diminuiu, passando de 242 em 1995 para 165 em Portanto, pode-se dizer que o setor bancário passou inicialmente por um processo de consolidação nos anos de 1960 e 1970 para depois ficar mais concentrado nos anos 1980 e 1990 (BARBACHAN & FONSECA, 2004, p.4). Após o Plano Real, houve estabilização da inflação e assim uma queda das receitas dos bancos. Ao mesmo tempo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) implantou a Resolução n.º 2099 de 17 de agosto de 1994, a qual introduziu os parâmetros do Acordo da Basiléia (1988), o que serviu para reduzir o risco sistêmico ao dar maior solidez ao sistema financeiro (BARBACHAN & FONSECA, 2004, p.6). Como resposta à crise bancária ocorrida em 1995 no México e a crise asiática de 1997, que trouxeram insegurança quanto à solidez do sistema financeiro, o governo promoveu outras mudanças para reestruturar o setor bancário baseado nas recomendações do Primeiro Acordo de Capital do Comitê da Basiléia. A criação do PROES 16 incentivou fusões e aquisições e permitiu a entrada de instituições estrangeiras, que adquiriram os bancos que apresentavam problemas (PAULA & MARQUES 2006, p. 2). A estabilização macroeconômica, a entrada de bancos estrangeiros no Brasil e a inovação tecnológica no setor, possibilitaram que os bancos substituíssem os ganhos oriundos das altas taxas de inflação por receitas advindas de serviços prestados, colocando o cliente como foco na garantia de rentabilidade (MOLINA, 2004, p.80). 15 PROER: Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer) foi incluso pela Medida Provisória nº e a Resolução nº 2.208, ambas de 3/11/95, que veio para ordenar a fusão e incorporação de bancos a partir de regras ditadas pelo Banco Central. Com o Proer, os investimentos e a poupança da sociedade ficam assegurados. Há uma adesão incondicional ao mecanismo de proteção aos depositantes, introduzido pelas resoluções 2.197, de 31/8/95, e 2.211, de 16/11/95, do CMN, evitando que futuros problemas localizados possam afetar todo o sistema, com reflexos na sociedade brasileira. In: Acesso em 10/09/ PROES: Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro público Estadual, foi instituído pela MP nº , de 30/06 de 98. Este programa previa a privatização, extinção ou transformação em agência de fomento ou instituição não financeira dos bancos públicos estaduais. In: MOLINA, W. S. L. A Reestruturação do Sistema Bancário Brasileiro nos anos 90: menos concorrência e mais competitividade? INTELLECTUS - Revista Acadêmica Digital das Faculdades Unopec - ISSN , Ano 02 [nº 03] ago./dez

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