Versão Online ISBN Cadernos PDE VOLUME I I. O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica

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1 Versão Online ISBN Cadernos PDE VOLUME I I O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2009

2 OS REFLEXOS DA CENSURA CULTURAL OCORRIDA DURANTE A DITADURA MILITAR NO BRASIL Nelson Schuster

3 FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAGUÁ - FAFIPAR PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - SEED/PARANÁ OS REFLEXOS DA CENSURA CULTURAL OCORRIDA DURANTE A DITADURA MILITAR NO BRASIL NELSON SCHUSTER PARANAGUÁ 2010

4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 1 CONTEXTO POLÍTICO DA DITADURA MILITAR NO BRASIL PRESIDENTES NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR NO BRASIL ECONOMIA BRASILEIRA DURANTE A DITADURA MILITAR ATOS INSTITUCIONAIS, DECRETOS E EMENDAS CONSTITUCIONAIS 15 5 DITADURA NA CIDADE DA LAPA PARANÁ ENFRAQUECIMENTO DO REGIME A CENSURA NO MEIO ARTÍSTICO E CULTURAL A CENSURA NA MÚSICA BRASILEIRA SUGESTÕES DE FILMES SUGESTÕES DE LEITURA SUGESTÕES DE SÍTIOS PARA PESQUISA REFERÊNCIAS DE VÍDEOS SOBRE A DITADURA SUGESTÃO DE ENTREVISTA FOTOS DE RECORTES DE JORNAIS LAPA, PARANÁ FOTOS DE EVENTOS LAPA, PARANÁ LISTA DE FOTOS LISTA DE MÚSICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 62

5 APRESENTAÇÃO A censura à produção cultural no Brasil teve seus momentos de ápice nos anos de 1968 a 1978, quando vigorou Ato Institucional número 5, instituído pelo então governo Militar de Arthur da Costa e Silva em dezembro de Nesse período, mais de quinhentas peças teatrais, seiscentos filmes, centenas de músicas e inúmeros livros foram proibidos pela censura no Brasil. Para driblar tal situação, muitos artistas utilizaram estratégias, inclusive, pseudônimos para conseguirem lançar seus trabalhos. Principalmente as músicas de protesto foram proibidas, para que não fomentassem ideias oposicionistas. Muitos artistas foram silenciados, outros exilados e só puderam retornar ao Brasil com a Anistia Política ocorrida a partir de No entanto, esse foi um período de vasta produção musical e que deixou seus reflexos em décadas seguintes. Acreditamos que tal conteúdo pode ser mais bem apreendido se exemplificado na prática com a análise da história das músicas e de seus autores, para que os jovens de hoje conheçam tal contexto histórico e tenham referências sobre as influências deste período nos dias de hoje. A prática da pesquisa, em nosso entender, é a maneira pela qual o aluno desenvolve sua perspicácia e curiosidade pelos temas propostos em sala de aula. Nelson Schuster

6 1 CONTEXTO POLÍTICO DA DITADURA MILITAR NO BRASIL Devido ao eminente avanço do comunismo após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando EUA e URSS pretendiam ampliar suas áreas de influência a todos os continentes, houve o incentivo para implantação de ditaduras militares consideradas de direita na América Latina, com o aval de sucessivos governos dos Estados Unidos da América, consideravam-na como sua área de influência. Uma das estratégias utilizadas pelas duas potências era o apoio a grupos políticos, para que estes, uma vez no poder, pudessem submeter-se aos seus interesses. Com a Guerra Fria, período este que teve início após a Segunda Guerra Mundial e com apoio militar e financeiro dos EUA, e em nome da doutrina de segurança nacional aconteceu perseguições violentas, violação dos direitos humanos, das liberdades democráticas, onde as ditaduras pregavam a segurança nacional. Cidadãos ou movimentos que se opunham aos governos militares nas mais diferentes formas de luta foram presos, torturados, banidos de seu país, quando não assassinados ou obrigados a se exilar. A influência dos EUA sobre o Brasil cresceu muito durante os anos da Guerra Fria, sendo sentida em setores como militar, ideológico, cultural, social e político. Através da USAID, (U.S. Agency for International Development), criada pelos EUA com a finalidade de apoiar os governos das Américas na melhora das condições de vida da população e no controle de insurreições revolucionárias e desenvolvimentistas, o Brasil, segundo SADER (2006, p. 587), foi o país mais favorecido em assistência militar, de 1961 a 1976, sendo que a maior parte dos recursos foi repassada nos anos de 1964 e Além de ajuda financeira, desde 1949, os EUA tinham no Panamá uma escola com o objetivo de formar militares latino-americanos para atuarem na repressão à subversão e às técnicas militares comunistas. Desta escola saíram muitos militares latino-americanos. Em agosto de 1949, no Brasil, foi decretada pelos militares a fundação, com o mesmo objetivo, da Escola Superior de Guerra (ESG), a qual implantou a Doutrina de Segurança Nacional, cuja finalidade era examinar problemas que dissessem respeito à Segurança Nacional, dentre eles, divulgar guerra ao comunismo e combater seu avanço no país, formando civis e militares para atuarem em diversos setores como militares, políticos,

7 sociais, econômicos, entre outros. Segundo VIEIRA, (1991, p.18) a ideologia da segurança nacional, propagada pelos seus alunos e pelos seus antigos alunos, representou elemento importante no golpe de Estado de Sendo que o SNI (Serviço Nacional de Informação), que coletava e analisava informações sobre questões de subversão interna durante o regime militar, foi criado em junho de 1964 e era composto por maioria de ex-alunos da ESG. Nos momentos que sucederam a Segunda Guerra Mundial, SADER (org.), (2006, p.220), escrevem que, praticamente toda a intelectualidade brasileira de ponta era militante ou simpatizante do PCB (Partido Comunista Brasileiro) que foi criado no Brasil em 1922, sendo considerado ilegal e tendo sobrevivido na clandestinidade de 1948 a Com a ruptura ocorrida em 1962, com a consequente criação do PC do B, a liderança socialista brasileira ficou dividida e, portanto enfraquecida. Também, os autores registram que durante a repressão ditatorial a partir de 64, (p. 220) toda a direção central do PCB foi assassinada na transição entre os ditadores Emílio Garrastazu Médici e Ernesto Geisel. Apesar do golpe no Brasil ocorrer em 1964, já tivera suas primeiras manifestações dez anos antes, ainda na presidência de Getúlio Vargas, onde surgiu um movimento político-militar que dava mostras de descontentamento com seu governo. Segundo ARNS, (1986) houve tentativa de derrubada do presidente, porém com seu suicídio, em 1954 e revelação de uma cartatestamento, o golpe foi abafado. Após este incidente, aconteceu outra tentativa de golpe, impedida pela ação do Marechal Lott, garantindo a eleição e posse de Juscelino Kubitscheck, em Em 1961, assume a presidência, após acordo entre lideranças a favor e contra sua posse, o vice-presidente João Goulart, para a sucessão de Jânio Quadros que havia renunciado, com a imposição do sistema parlamentarista de governo, que retirava poderes do presidente (ARNS, 1986). Em 1963, João Goulart anunciou, num comício na Central do Brasil, reformas de base que incluíam mudanças no sistema administrativo, financeiro, educacional, agrário e fiscal, medidas estas que desagradaram esferas conservadoras do país. ARNS, (1986), escreve que a partir daí, aumentaram as conspirações internas e externas, recebendo inclusive financiamentos da

8 CIA, para a sua deposição da presidência, que culminou com o Golpe, no dia 31 de março de 1964, dando início a 21 anos de ditadura militar. Em abril do mesmo ano, João Goulart parte para o exílio no Uruguai. Pensamos que o período da ditadura militar ( ) 1, não foi o momento de início de um processo de criação cultural voltado para a conscientização popular. A busca de conscientização do povo a favor de certas questões nacionais teve início na década de Carlos Guilherme Mota (MOTA, 1977, p.154) afirma que a década de 1950 foi um momento de reflexão sobre o campo cultural e intelectual, momento em que se construía uma nacionalidade, em que havia uma busca de superação do subdesenvolvimento. Nesse sentido, houve a estruturação de um profundo sistema ideológico no qual as idéias de consciência nacional, aspirações nacionais, vieram a constituir a base das linhas de pensamento que retrataram a realidade do país. Nos meios intelectuais e artísticos o povo passou a ser considerado o agente transformador da sociedade na busca de uma cultura popular e nessa situação, o povo era convidado a pensar, a se conscientizar sobre o momento político vivido. Assim se posicionaram os artistas e intelectuais no período da ditadura militar, momento crucial para se despertar o clamor das massas em prol daquilo que estava sendo prejudicial à democracia brasileira. Por isso as obras artísticas desse período foram carregadas de nacionalismo, de exortação e, em seguida, de censura por parte do poder instalado que não aceitava imposição aos seus posicionamentos. Foi um período em que houve o estabelecimento de uma legislação autoritária, com supressão dos direitos civis, uso da máquina estatal em favor da propaganda institucional e política, manipulação da opinião pública através de institutos de propaganda governamental e empresas privadas que se beneficiaram do golpe. A repressão policial com exílios políticos era prática comum, a censura, as torturas, assassinatos de líderes opositores, 1 Durante a ditadura militar, o Brasil foi governado por dois marechais e três generais: marechal Humberto de Alencar Castelo Branco ( ), marechal Artur da Costa e Silva ( ), general Emílio Garrastazu Médici ( ), general Ernesto Geisel ( ) e o do general João Figueiredo ( ).

9 institucionalizadas pelo AI-5, foram praticados largamente como mostram hoje os arquivos documentais da época. No período militar, manifestações artísticas iniciam a tentativa de aproximar o povo de uma situação que muitos não conseguiam enxergar, ou seja, uma situação em que os intelectuais eram aqueles que entendiam as manobras dos militares e tentavam decodificar essas informações ao povo através de suas atividades artísticas. O mundo das idéias em que somente os intelectuais e artistas estavam inseridos necessitava ser aberto aos populares para que o poder instalado soubesse que havia resistência a eles. Assim, enquanto os militares se utilizavam o discurso nacionalista para manter coesão social que garantisse a manutenção de seu poder conquistado com o golpe de 64, os artistas e intelectuais lançavam mão desse mesmo discurso expressando em suas manifestações culturais e artísticas a necessária linguagem que pudesse despertar no povo um nacionalismo capaz de fazer frente ao poder instituído à força com o golpe. Dessa maneira, a produção cultural e artística teve seu papel fundamental na resistência ao regime militar apoiando e dando força à esquerda política que tentava se organizar na clandestinidade para derrubar a ditadura, o que somente foi conseguido duas décadas depois, mas que deixou marcada a sua importância na história do país. O governo Médici pensava que o Brasil não conseguiria conquistar o desenvolvimento com uma política aberta, e este pensamento veio abaixo quando suas intervenções, bem como de todos os demais governos militares, tiveram fim em1985. A defesa do liberalismo como orientação política por parte dos militares, colocou toda a esquerda e seus simpatizantes, como alvo de perseguições e de penalidades. A censura teve que ser utilizada em suas mais extremas possibilidades para a manutenção do regime, tentando evitar que as massas fossem conscientizadas pela música, teatro, pintura, cinema, etc. Resultou dessa tensão uma gama de obras que conseguiram passar pela censura e ficaram marcadas na história cultural do país como símbolo de uma geração em que para criar era necessário também criar estratégias para driblar a censura. Para compreender a produção cultural que esteve sob o olhar da censura do período militar, desenvolveremos nossa pesquisa dentro dos

10 preceitos da Nova História Cultural que tem sido defendida por um sem número de historiadores brasileiros 2 porque esta perspectiva teórica possui amplas possibilidades de abordagem dos fenômenos culturais. A tentativa de compreender as formas pelas quais a sociedade expressou-se a si mesmo e ao mundo pode ter sucesso se tentarmos decodificar a realidade do já vivido por meio das suas representações. Aqui estamos nos referindo ao conceito de representação, sugerido por Roger Chartier, um dos partidários da Nova História Cultural. Este historiador sugere as categorias de representação e apropriação para o estudo da história cultural. Segundo Chartier (1990, p. 26). Julgamos necessário, também, nos aportarmos às reflexões de Michel Foucault cujos trabalhos trouxeram para o campo da História o estabelecimento de uma metodologia capaz direcionar o olhar do historiador para o controle social levando à percepção e à crítica do controle do Estado sobre as pessoas, suas atitudes, seus corpos e suas manifestações. Sua obra Microfísica do poder evidencia-nos a necessidade de entender as práticas discursivas, pois são objetos fundamentais de estudo para a compreensão dos próprios objetos da fala. 2 No pensar de Sandra Jatahy Pesavento (2002, p. 7/8): a Nova História Cultural corresponde hoje, a cerca de 80% da produção historiográfica nacional, expressa não só nas publicações especializadas, sob forma de livros e artigos, como nas apresentações de trabalhos, em congressos e simpósios ou ainda nas dissertações e teses, defendidas e em andamento, nas universidades brasileiras.

11 2 PRESIDENTES NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR NO BRASIL Como escreve VIEIRA (1991), nas sucessões presidenciais no Brasil, nos anos entre 1964 e 1984, o povo tem assistido de longe, somente observando. Antes deste período, muitas vezes o povo participou, mesmo que de forma controlada ou enganosa, porém durante a ditadura, os Presidentes da República foram escolhidos pelos colégios eleitorais. Segundo documentos do Arquivo Nacional (2009), o primeiro presidente após o golpe militar em 1964 foi Humberto de Alencar Castelo Branco que ficou no poder de 15/04/1964 a 15/03/1967, sendo um dos principais articuladores do golpe de 1964, que depôs o presidente João Goulart. Foi levado à presidência através de eleição indireta em 15 de abril de Seu governo foi marcado pela criação de formas legais para legitimar o processo de fortalecimento e endurecimento do regime. Muitas foram as manifestações em oposição ao seu governo o que resultou em intervenções em sindicatos, extinção de entidades de representação estudantis, invasão de universidades, detenções e prisões realizadas de forma indiscriminada, levando muitas pessoas a procurar o exílio. Uma das primeiras medidas do governo foi a mudança de orientação da política externa brasileira com o rompimento de relações diplomáticas com Cuba e a busca de apoio econômico, político e militar nos Estados Unidos. Logo no início de seu governo, em junho de 1964, foi criado o Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão encarregado das atividades de coleta e análise de informações e contra-informações no interesse da segurança nacional. Seu mandato foi prorrogado em julho, seguindo orientação da emenda constitucional nº 9. Três novos atos institucionais foram promulgados durante seu mandato sendo um deles o AI-2, que instituiu eleições indiretas para a presidência e vice-presidência da República, a extinção dos partidos políticos e o julgamento de civis por tribunais militares; o ato complementar número 4, que estabeleceu novas regras para a reorganização partidária e impôs a formação de somente duas agremiações: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), de apoio ao governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição, que deveriam seguir regras rígidas de um estatuto escrito especialmente para este fim.; o AI-3, que determinava eleições indiretas para o

12 governo dos estados e a indicação dos prefeitos das capitais pelos governadores; e o AI-4, que convocava o Congresso Nacional para votar a nova Constituição que foi promulgada em 24 de janeiro de 1967, provocando criticas nos meios políticos e sendo praticamente revogada, em dezembro de 1968, com a edição e incorporação em seu texto do Ato Institucional nº 5. Em março, duas importantes leis entraram em vigor e definiram os limites do novo regime: a Lei de Imprensa, que restringia a liberdade de expressão, e a Lei de Segurança Nacional, definindo os crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social. Após Castelo Branco o Presidente da República foi Arthur da Costa e Silva, também um dos principais articuladores do golpe de 1964, eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional apesar da abstenção dos partidários do MDB na votação. Em 15 de março de 1967 foi empossado na presidência e em agosto de 1969 afastou-se devido a problemas de saúde, sendo substituído por uma junta militar composta pelos ministros militares Augusto Hamann Rademaker Grünewald, Aurélio de Lira Tavares e Márcio de Sousa e Melo. A situação política no Brasil foi agravada com o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, no Rio de Janeiro, em 4 de setembro de 1969, por militantes das organizações clandestinas Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8). Após as negociações, as condições impostas pelos sequestradores foram aceitas pelo governo e libertados 15 presos políticos posteriormente conduzidos para o México. Durante seu governo houve crescimento do movimento de oposição ao regime militar. A sociedade brasileira, principalmente os setores populares sofriam com o arrocho salarial, com a falta de liberdade e pela repressão policial, garantidas por novas leis. O Partido Comunista Brasileiro, condenou a opção pela luta armada como forma de combate ao governo, dando origem a várias discordâncias na esquerda brasileira. Políticos de diferentes tendências formaram a Frente Ampla, com caráter oposicionista, sob a liderança de Carlos Lacerda e com o apoio de Juscelino Kubitschek e João Goulart a qual propunha a luta pela redemocratização, anistia, eleições diretas para presidente e uma nova constituinte. O ano de 1968 foi marcado pela intensificação dos protestos e a imediata reação do governo.

13 As manifestações estudantis, que denunciavam a falta de verbas para educação e se opunham ao projeto de privatização do ensino público, ganhavam força, principalmente após o episódio da morte de um estudante pela Polícia Militar no Rio de Janeiro. Em resposta, houve uma greve estudantil nacional, comícios e manifestações urbanas com a participação de amplos setores da sociedade, culminando com a Passeata dos Cem Mil, ocorrida no Rio de Janeiro, em junho de A classe operária ocupou as fábricas, principalmente em Osasco (SP) e Contagem (MG), num ato político expressivo contra as políticas salariais impostas e a crescente perda do poder de compra pelos trabalhadores o que repercutiu nas atitudes do governo para evitar mais manifestações. Segundo REZENDE (1990), após a greve geral a repressão aumentou, tendo a presença de tropas, violência e uso de mecanismos de controle por parte do governo para que estes se calassem. O ambiente político tornou-se ainda mais tenso e o governo proibiu as manifestações da Frente Ampla, tornando ilegais suas reuniões, manifestações e publicações. Em outubro do mesmo ano, a União Nacional dos Estudantes (UNE) realizou um congresso clandestino em Ibiúna (SP), que resultou na prisão dos líderes estudantis. Ocorreram as primeiras ações da guerrilha urbana em São Paulo, com a explosão de uma bomba no consulado americano, o assalto a um trem pagador em Jundiaí e o roubo de armas do hospital militar do Cambuci. Em setembro de 1968, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, discursou na Câmara dos Deputados, responsabilizando os militares pelas violências praticadas contra os estudantes. Seu pronunciamento foi considerado ofensivo às forças armadas resultando num pedido de cassação de seu mandato, que foi negado pela Câmara dos Deputados em 13 de dezembro de A derrota do governo no episódio Moreira Alves, e a intensificação das manifestações contra o regime militar levaram à promulgação, ainda em 13 de dezembro, do Ato Institucional nº 5, que ampliou os poderes do Presidente da República, legitimando prisões sem acusação formal e sem mandado judicial, abusos de poder e torturas praticadas em presos. A junta editou também a emenda constitucional nº 1, que incorporava o AI-5 e os atos que o sucederam à Constituição Federal de 1967, organizando

14 assim as medidas repressivas e punitivas do Estado, o que levou ao acirramento dos embates entre o governo e os movimentos de esquerda. Em 22 de outubro, o Congresso Nacional foi reaberto para eleger o novo presidente Garrastazu Médici. Médici apoiou o golpe de 1964 e com o afastamento de Costa e Silva, teve seu nome indicado pelas Forças Armadas à sucessão presidencial, sendo empossado através de eleição indireta, em 30 de outubro de 1969, governando até 15/03/1974. Com sua posse, entrava também em vigor a emenda constitucional nº 1, denominada "Constituição da República Federativa do Brasil" na qual foram incorporadas as medidas de exceção previstas no Ato Institucional nº 5, que segundo ele, descreve VIEIRA (1991, p.32) não prejudicava os que se situam dentro dos quadros do regime. O período foi marcado pelas constantes repressões políticas, pela censura aos meios de comunicação e pelas denúncias de tortura aos presos políticos. A esquerda organizou-se optando pela luta armada. Durante o governo Médici foram combatidos dois focos de guerrilha rural: Ribeira, em São Paulo, e Araguaia, no Pará. Verificou-se também a intensificação da guerrilha urbana, com assaltos a bancos, sequestro de aviões e de diplomatas estrangeiros e fuga em massa de presos políticos. Em resposta à radicalização das organizações armadas de esquerda, o governo transferiu o comando das operações repressivas para o Comando de Operações de Defesa Interna (CODI), que coordenava as atividades dos Departamentos de Operações e Informações (DOIs). O aparato repressivo do governo contava, ainda, com os centros de informação das forças armadas: o CIEX, do Exército, o CENIMAR, da Marinha e o CISA, da Aeronáutica. Nesse período, houve a desestruturação das organizações de esquerda, com a prisão, exílio ou morte de seus principais líderes. Foram editados os Atos Institucionais nº 13 e 14, determinando que presos políticos trocados por reféns sequestrados fossem banidos do país e acrescentando penalidades antes inexistentes. Foram aplicadas penas de morte, prisão perpétua e banimento, quando se supunham subversões, sendo amplamente repreendidas as reuniões, associações e o trabalho da imprensa. Médici também assinou o Decreto-Lei , denominado por ele de Decreto- Lei Secreto que lhe dava poderes de legislar sem necessidade de divulgação oficial. Foi também instituído o Decreto-Lei 1.077, que instituía a censura prévia

15 a espetáculos e publicações, em janeiro de Ernesto Geisel foi o quarto presidente militar que através de eleição indireta passou a exercer o cargo de presidente da República em 15 de março de 1974, sendo que seu mandato foi até 13 de março de O governo Geisel foi marcado pelo processo denominado pelo próprio presidente como de distensão lenta, gradual e segura, tendo como objetivo a redemocratização do país. Seu governo tinha como base o desenvolvimento e segurança, caracterizado pela convivência entre uma política de tendência liberalizante e a continuação da atuação dos órgãos de segurança implantados após o golpe de 1964, com repressões às organizações clandestinas e ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), bem como a utilização do AI 5. Em 1974, o governo permitiu a realização de propaganda eleitoral, proibida desde a edição do AI-5, e os candidatos do MDB à Câmara dos Deputados e ao Senado obtiveram uma expressiva vitória nos principais estados do país, aumentando consideravelmente a bancada oposicionista. Neste mesmo ano o prazo de suspensão dos direitos políticos dos primeiros cassados pelo AI-1, como os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros expirou e em 1975 teve fim a censura imposta ao jornal O Estado de São Paulo e a outros órgãos da imprensa. A morte por enforcamento do jornalista preso Wladimir Herzog, diretor da TV Cultura, em 1975, nas dependências do DOI-CODI de São Paulo e no ano seguinte, a morte do operário Manuel Fiel Filho, também por enforcamento e no mesmo local, resultou em manifestações políticas contra o governo e apontou a existência de divergências entre setores militares no que dizia respeito à abertura do regime. As relações entre a Igreja e o governo ficaram estremecidas em 1976, com o sequestro do bispo Dom Adriano Hipólito e o assassinato do padre João Bosco Burnier, ambos envolvidos na formação de comunidades eclesiais de base e em movimentos populares. Em 1977, o Congresso Nacional foi fechado por 14 dias em virtude da não aprovação da proposta de reforma do Poder Judiciário encaminhada pelo governo. Para assegurar a maioria governista no Legislativo, instituiu-se o chamado "pacote de abril", que incluía uma série de medidas, dentre as quais a manutenção de eleições indiretas para governadores; a eleição indireta de um terço dos membros do Senado, que resultaria na criação da figura do "senador biônico"; a ampliação das restrições

16 impostas pela Lei Falcão que deliberava sobre a propaganda política em rádio e televisão e a extensão do mandato do sucessor de Geisel para seis anos. Registrou-se, em maio de 1978, a primeira greve de operários metalúrgicos desde 1964, em São Bernardo do Campo, salientando-se, na ocasião, a liderança de Luís Inácio da Silva (Lula), presidente do sindicato da categoria. Em 31 de dezembro de 1978, o presidente Geisel revogou o AI-5, dando um passo decisivo no processo de redemocratização do país. Através de eleição indireta, João Baptista de Oliveira Figueiredo passou a exercer o cargo de presidente da República em 15 de março de 1979 ficando no cargo até 15 de março de Quando assumiu a presidência, reafirmou o projeto de abertura política iniciado por Geisel. Em agosto de 1979 foi aprovada a Lei de Anistia que, apesar de restringir a liberdade de presos políticos que tentavam reorganizar partidos considerados ilegais, de militares punidos por motivos políticos e de participantes de lutas armadas, beneficiou cidadãos destituídos de seus empregos, presos políticos, parlamentares cassados desde 1964, permitindo a volta de exilados ao país. Os responsáveis pelos excessos cometidos em nome do governo e da segurança nacional foram também anistiados. Em maio de 1979, o senador pela Arena Teotônio Vilela, que fazia parte da comissão que analisava as questões sobre a anistia, após visitas a presos políticos em todo o país declarou que nessas visitas jamais encontrou terroristas, somente jovens idealistas lutando por seus ideais. (Arquivo Nacional, 2009). Em novembro foi extinto o bipartidarismo e com o fim da Arena e do MDB formaram-se o Partido Democrático Social (PDS), o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o Partido Popular (PP); o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido dos Trabalhadores (PT), fundado pelo líder sindical Luiz Inácio da Silva. Ainda em novembro foi aprovado o projeto do governo que previa eleições diretas de governadores e extinguia a figura do senador eleito indiretamente. Em 1980, verificaram-se reações ao processo de abertura do regime, quando grupos de direita foram responsabilizados por atentados a bomba em bancas de jornal que vendiam periódicos de esquerda. Em agosto deste mesmo ano, cartas-bombas foram enviadas à Câmara Municipal do Rio de

17 Janeiro e ao presidente da OAB, resultando na mutilação de um funcionário da Câmara e na morte da secretária da OAB. Outras bombas também foram enviadas à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e a quatro sedes de jornais. Em 1981 duas bombas explodiram nas proximidades do Riocentro, no Rio de Janeiro durante a realização de um show comemorativo do Dia do Trabalho. As únicas vítimas do atentado foram dois militares do CODI do I Exército. O episódio teve ampla repercussão pública e o resultado do inquérito, inocentando os dois militares, foi colocado sob suspeita o que causou uma grave crise no governo. Paralelamente ao quadro de crise econômica que se instalou, observouse, desde 1978, a eclosão de movimentos grevistas de diversas categorias profissionais, destacando-se, em 1980, a paralisação dos metalúrgicos do ABC paulista, mantida por 41 dias, e que resultou em demissões, choques com as tropas da polícia e do Exército, intervenção em sindicatos, e na prisão e enquadramento de líderes sindicais na Lei de Segurança Nacional (LSN). Em novembro de 1982 realizaram-se eleições diretas para o Congresso e os governos estaduais. A oposição obteve maioria na Câmara dos Deputados e o PDS, no Senado e nos governos estaduais. Em 1981 a polícia Federal divulga a lista contendo nomes como de Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Suplicy e do cantor e compositor Chico Buarque, acusando-os de comunistas. Em 1982 o filme de Roberto Farias Pra Frente Brasil, foi censurado por apresentar cenas de torturas ocorridas nos anos 70. Em 1983 aconteceram diversas manifestações a favor das eleições diretas, em eventos que reuniram mais de um milhão de pessoas. Apesar das manifestações, a emenda das Diretas Já, como foi chamada, de Dante de Oliveira foi vetada pela Câmara em abril de Em janeiro de 1985, Tancredo Neves, candidato civil da Frente Liberal (formada por dissidentes do PMDB e PDS), foi eleito indiretamente, pelo colégio eleitoral, Presidente da República. Porém, com a sua morte devido a problemas de saúde, assume seu vice, José Sarney.

18 3 ECONOMIA BRASILEIRA DURANTE A DITADURA MILITAR Documentos do Arquivo Nacional, (2009) mencionam que no governo de Humberto de Alencar Castelo Branco foi implantado o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) com o objetivo de conter a inflação, retomar o crescimento econômico e normalizar o crédito, foram criados o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central e o Banco Nacional de Habitação (BNH). Em setembro de 1966, o governo instituiu o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). O período de governo de Arthur da Costa e Silva foi de crescimento com expansão industrial, facilidade de crédito e de uma política econômica que visava a aceleração do desenvolvimento e a contenção da inflação. No campo administrativo, foi criado em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e transformado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) em Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Na área econômica, no governo de Emílio Garrastazu Médici, (contemplado por uma conjuntura internacional favorável), observou-se o chamado "milagre brasileiro", que consistiu na grande expansão da economia brasileira, expressa no vertiginoso crescimento do PIB, na estabilização dos índices inflacionários, na expansão da indústria, do emprego e do mercado interno. Em outubro de 1970, o Brasil obteve do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o maior empréstimo até então concedido a um país da América - Latina. Nesse mesmo ano foi criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), lançado oficialmente o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e o Programa de Metas e Bases para Ação do Governo. Foi institucionalizado o Projeto Rondon, decretado o Estatuto do Índio e lançado o Plano de Integração Nacional, que previa a construção das rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém e Manaus-Porto Velho. Em 1972 foi inaugurada a refinaria de petróleo de Paulínia, em São Paulo, e em 1973 o Brasil assinou acordos com a Bolívia, para a construção de um gasoduto entre Santa Cruz de La Sierra e Paulínia, e com o Paraguai, para a construção da usina hidrelétrica de Itaipu. Em 1974 foi inaugurada a maior usina hidrelétrica da América do Sul, na Ilha Solteira e a ponte Presidente Costa e Silva, ligando o Rio de Janeiro a Niterói. Porém, enquanto

19 alguns festejavam o milagre brasileiro, outros trabalhavam cada vez mais e ganhavam cada vez menos e a dívida externa brasileira crescia vertiginosamente. Desde o início do governo de Ernesto Geisel aconteceram mudanças na política externa do país, onde foi privilegiada a ampliação de relações diplomáticas e comerciais com países da África, Ásia e Europa, com a República Popular da China, inclusive sendo estabelecidas embaixadas em Angola, Moçambique e Guiné Equatorial. Foi lançado, em 1975, o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool e assinado o acordo nuclear Brasil-Alemanha. Em 1978, no final do governo Geisel, os principais problemas da economia continuavam sendo o crescimento da taxa de inflação e da dívida externa, agravados pela crise internacional do petróleo. Durante o governo de João Baptista Figueiredo houve o esgotamento do modelo econômico adotado pelos governos militares, agravado pela nova crise do petróleo em 1979 e a elevação dos juros no mercado internacional. Em 1979, o governo congelou as importações de petróleo e criou o Conselho Nacional de Energia. Esta medida, associada ao crescimento negativo do PIB e aos altos índices inflacionários gerou a estagnação das atividades econômicas e produtivas observando-se crescente inflação dos preços. Segundo ACERVO DA DITADURA, (2009), a economia brasileira durante o regime militar teve expressivo crescimento, porém pode-se notar o benefício de alguns em detrimento de outros, o que agravou o problema da má distribuição de renda.

20 4 ATOS INSTITUCIONAIS, DECRETOS E EMENDAS CONSTITUCIONAIS Com a instalação da Ditadura Militar no Brasil muitas foram as mudanças ocorridas no país, sendo que de abril de 1964 a outubro de 1969 foram editados 17 atos institucionais dando mais poderes ao Executivo, entretanto as que causaram mais impacto foram as que sucederam a imposição do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 13 de dezembro de Este ato permitiu ao Presidente Arthur da Costa e Silva legislar por decreto, intervir em Estados e Municípios, nomear ou demitir funcionários públicos. Os acusados de crimes políticos perderam o direito ao habeas corpus, após sua detenção. Houve também, a imposição de censura, com um período de forte repressão à cultura do país, atingindo a música, o teatro, o cinema e o jornalismo, sendo implacável com a imprensa, com a presença de sensores nas redações dos jornais e revistas. Muitos artistas, políticos, jornalistas, professores, estudantes, escritores foram presos, torturados, tratados como terroristas, perseguidos como criminosos, sendo que alguns foram mortos. Segundo relata DIAS, (1998), relembrando os 30 anos do AI-5:...Se floresceu uma cultura da crise - a imprensa alternativa, uma literatura de fundo político, uma filmografia e dramaturgia que tentavam buscar na história as raízes profundas da violência contra as liberdades, uma música popular fechada em metáforas e escondida em pseudônimos -, ela não compensa as privações: essa cultura criou uma linguagem para o momento especial, um corte no fluxo da história. Cessados os motivos, deixou de ter razão a linguagem e foi necessário que tudo começasse, outra vez, dos primeiros passos. Como preâmbulo do AI-5, foi utilizado o texto inicial do Ato Institucional nº 1, de 9 de abril de 1964, BRASIL, (2009), como segue: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e CONSIDERANDO que a Revolução brasileira de 31 de março de 1964 teve, conforme decorre dos Atos com os quais se institucionalizou, fundamentos e propósitos que visavam a dar ao País um regime que, atendendo às exigências de um sistema jurídico e político, assegurasse autêntica ordem democrática, baseada na liberdade, no respeito à dignidade da pessoa humana, no combate à subversão e às ideologias contrárias às tradições de nosso povo, na luta contra a corrupção, buscando, deste modo, os meios indispensáveis à obra de reconstrução econômica, financeira, política e moral do Brasil, de maneira a poder enfrentar, de modo direito e imediato, os graves e urgentes problemas de que depende a restauração da ordem interna e do prestígio internacional da nossa pátria. Ainda nas considerações iniciais do AI-5, pode-se ler:

21 Podem-se encontrar ainda trechos como: que atos nitidamente subversivos, oriundos dos mais distintos setores políticos e culturais, comprovam que os instrumentos jurídicos, que a Revolução vitoriosa outorgou à Nação para sua defesa,..., ou todos esses fatos perturbadores, da ordem são contrários aos ideais e à consolidação do Movimento de março de BRASIL, (2009). O Ato Institucional Nº-5, estabeleceu entre outras determinações: a manutenção da Constituição de 24 de janeiro de 1967 e das Constituições estaduais; o poder de decretar recesso do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, por Ato Complementar do Presidente e a intervenção nos Estados e Municípios; a suspensão dos direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos, bem como cassação de mandatos eletivos federais, estaduais e municipais; suspensão da garantia de vitaliciedade e estabilidade, podendo o Presidente demitir, remover, aposentar ou por em disponibilidade empregados do governo, empresas públicas ou de economia mista; transferir para reserva ou reformar militares do exército ou polícia militar; poder de confiscar bens, dentre outros. que relatam: CONSIDERANDO que o Governo da República, responsável pela execução daqueles objetivos e pela ordem e segurança internas, não só não pode permitir que pessoas ou grupos anti-revolucionários contra ela trabalhem, tramem ou ajam, sob pena de estar faltando a compromissos que assumiu com o povo brasileiro, bem como porque o Poder Revolucionário, ao editar o Ato Institucional nº 2, afirmou, categoricamente, que não se disse que a Resolução foi, mas que é e continuará e, portanto, o processo revolucionário em desenvolvimento não pode ser detido; No que diz respeito à censura e ao direito de liberdade os artigos 5 e 10 Art 5º - A suspensão dos direitos políticos, com base neste Ato, importa, simultaneamente, em: I - cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função; II - suspensão do direito de votar e de ser votado nas eleições sindicais; III - proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política; IV - aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de segurança: a) liberdade vigiada; b) proibição de frequentar determinados lugares; c) domicílio determinado, 1º - o ato que decretar a suspensão dos direitos políticos poderá fixar restrições ou proibições relativamente ao exercício de quaisquer outros direitos públicos ou privados. 2º - As medidas de segurança de que trata o item IV deste artigo serão aplicadas pelo Ministro de Estado da Justiça, defesa a apreciação de seu ato pelo Poder Judiciário... Art 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular. Conforme estudo apresentado por GEDM, (2009), vários decretos foram

22 baixados durante a ditadura militar com o intuito de regulamentar a censura e dentre eles destacam-se: * Decreto n de 1965, regulamentou a fiscalização dos serviços concedidos de radiodifusão e de sons e imagens; * Lei Ordinária n. 5089/66, proibiu a impressão e circulação de publicações destinadas à crianças e adolescentes, principalmente as que explorassem temas de crimes, terror ou violência. * Decreto-Lei n. 43/66: criou o Instituto Nacional do Cinema, tornando a União única responsável para deliberar sobre a censura de filmes, bem como sua compra, pagamentos, exibição de filmes nacionais, etc, sendo em 1971 substituída pela lei Ordinária n e em 1972 reescrita e apresentada como Lei Ordinária n * Lei Ordinária n.5250/67, regulou a liberdade de pensamento e de informação, sendo alterado posteriormente pelo Decreto-Lei n.207/67. * Lei Ordinária n.5267/67, proibiu a exibição de trailers de filmes impróprios para crianças, nas exibições para menores. * Lei Ordinária n.5536/68, criou o Conselho Superior de Censura e dispunha sobre a censura de obras teatrais e cinematográficas. * Decreto-Lei n.1077/70, dispôs sobre a execução do Artigo 150, parte final, da Constituição de 1967, que diz: É livre a manifestação de pensamento, de convicção política ou filosófica e a prestação de informação sem sujeição à censura, salvo quanto a espetáculos de diversões públicas, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos abusos que cometer. É assegurado o direito de resposta. A publicação de livros, jornais e periódicos independe de licença da autoridade. Não será, porém, tolerada a propaganda de guerra, de subversão da ordem ou de preconceitos de raça ou de classe.

23 5 DITADURA NA CIDADE DA LAPA PARANÁ A população lapiana que viveu nos anos compreendidos entre 1964 e 1985 tinha pouco acesso a cidades maiores, sendo poucas as vezes que se deslocavam, apesar da cidade se encontrar a cerca de 80 Km da capital do Estado. A ligação por rodovia asfaltada para a capital só foi concluída em 1965, o que demonstra o pouco trânsito de pessoas entre as duas cidades. Sendo assim, notícias da capital ou do país chegavam somente em algumas ocasiões. Em pesquisa na Biblioteca Pública da cidade foi encontrado apenas um exemplar do jornal Estado do Paraná de Curitiba, datado de 04/01/1967, mantido no acervo e onde se podem encontrar as seguintes manchetes e artigos: Mourão diz que lei ameaça democracia ; Nova Lei de Imprensa violenta a Liberdade ; Reforma Militar vai criar o V Exército ; Contra a Lei da Mordaça ; O papel da Guarda Vermelha ; Esperança Nacional ; Ato de Repúdio - sobre a Lei de Imprensa; Nova Carta assegura Direitos e Garantias ; entre outras. (fotos 13, p ). Pelas manchetes e títulos dos artigos citados se pode notar que antes da decretação do AI-5, a liberdade de imprensa no Paraná, estava praticamente preservada. Foram encontrados alguns exemplares do Jornal da Lapa, surgido em 13 de junho de 1955, em circulação na cidade neste período sob a responsabilidade do diretor Sr. Alceu M. Bley. Não foram encontrados na biblioteca exemplares de jornais a partir de 1969 até o fim da ditadura, sendo informado pela bibliotecária que devem ter se perdido por extravio ou má conservação. Fazendo-se uma leitura detalhada dos jornais acervados com data entre 1963 e 1969, percebe-se que havia muitas notícias sobre o governo, ressaltando suas realizações, agradecendo participações do Exército, visto haver um Quartel de Artilharia de Campanha na cidade, 1º/ 5º R.O. 105, hoje denominado 15º GACAP, bem como comunicação de eventos realizados pelo mesmo. Algumas manchetes encontradas no Jornal da Lapa : Praça Presidente Castelo Branco A inauguração da referida praça... ao lado e atrás da Matriz de Santo Antonio...para a qual se aguarda a visita de familiares do homenageado. 12/05/1968. ( foto 1, p.46).

24 Revolução foi festa do povo Louve-se e aplauda-se com sinceridade e justiça, a sadia intenção do atual Comando do 1º/ 5º R.O. 105, em fazer do aniversário da Revolução, uma autêntica festa popular, da qual, pela vez primeira, houve integração entre civis e militares, tão necessária aos rumos históricos do país. 06/04/1968. (foto 2, p.46). Dia da Pátria teve colorido especial Ás 8:45 horas do dia 7, um jeep oficial, com o Comandante do 1º/5º R.O. 105, Cel. Luiz Alencar Araripe e o Prefeito...conduziu-os em revista às tropas militares postadas na Rua Barão do Rio Branco para logo em seguida, do Palanque armado na Praça General Carneiro comandarem o Desfile Escolar Militar... 14/09/1968. (Foto 3, p. 46) Além destas, mais notícias enaltecendo as Forças Armadas e a revolução como a Passagem do Facho Simbólico, durante as comemorações da Semana da Pátria, exaltando os heróis da Lapa, 04/09/1968. (Foto 4, p. 47); Transmissão do comando do Exército, Unidade da Lapa e as solenidades e eventos sociais realizados, setembro de 1966.( Foto 5, p.47); Inauguração do parque infantil Paraíso da Petizada, em 31 de março de 1968, como parte das comemorações do Dia da Revolução, 12/05/1968. (Foto 1, p.46); Presença do Filho do Ex-Presidente Castelo Branco na inauguração da Praça que recebeu seu nome, 15/6/1968, nº168; Comparecimento de militares e civis à Missa do 30º dia de falecimento do excomandante da Força Expedicionária Brasileira, no Santuário de São Benedito, em 19/10/1968; notícia do Projeto de Lei sobre a formação do Colégio Eleitoral para escolha do Presidente da República, enfatizando que qualquer cidadão no pleno gozo dos direitos políticos poderia fazer parte do mesmo, em 14/09/1968. (Foto 6, p. 48). No exemplar nº 198, do dia 15/06/1968, noticiou-se a negativa da Rádio Legendária em transmitir uma cerimônia cívica, solicitada pela Prefeitura Municipal, preferindo irradiar caipiradas. Notícias que traziam embutidas subliminarmente avisos foram encontradas como a divulgada no nº 145, de 05/01/1965, onde assim lê-se: a Legião da Boa Vontade vem pintando os muros e calçadas do Rio com as já célebres letras L.B.V. o que pode ser interpretado como Leonel Brizola Voltará. (Foto 10, p. 50). Há comentários como a seguir:... a maioria dos agrupamentos humanos que se organizaram aqui na Terra, é a dos que pensam e a dos que prendem e...notícias que

25 vem da Polônia... o governo vem tratando os que insistem em exercitar a liberdade de pensar...durante um programa de TV (lá a TV é controlada pelo Estado)..., 31/03/1968. (Foto 11, p. 50). Foram encontradas notas revelando resistência apesar de noticiadas com certa cautela, como a encontrada no jornal do dia 07/05/1968 sobre a desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar, deixando clara a alta da inflação no período da ditadura, referenciada no editorial da revista Visão. (Foto 7, p. 48). Outra notícia neste sentido foi encontrada na edição de 10/07/1968 que apresenta sugestão de emenda da Constituição, projeto do deputado Paulo Macarini, para eliminação do artigo 173, para possibilitar apreciação dos atos cometidos pelo Comando Supremo da Revolução, pelas Assembléias Legislativas e Câmara de Vereadores com base nos Atos Institucionais e Complementares. (Foto 8, p. 49). Também esta edição noticia documento que contém relatório das reclamações enviadas por cartas pelo povo brasileiro ao Presidente Costa e Silva pedindo providências para conter a alta do custo de vida e divulgação dos atos do governo; pedidos de lavradores para diminuição das taxas que lhes são conferidas e solicitação de financiamento para a casa própria, apesar de citar que o referido relatório foi apresentado ao presidente antes da crise estudantil. (Foto 9, p. 49). A Deputada Lígia Doutel de Andrade também foi notícia no Jornal da Lapa ao declarar que o Atestado de Ideologia era antidemocrático e inexeqüível, sendo passível de extinção, em agosto de (Foto 12, p. 51). Na edição nº 183, de 28/01/1968, cita-se a possibilidade de eleições indiretas para os governos estaduais afirmando-se que o povo está no risco de não poder escolher, também, seus governadores, além de haver perdido o direito de eleger o Presidente da República. Na publicação nº 189, de 31 de março de 1968, o Jornal da Lapa publicou a notícia da criação pelo governo federal, de um grupo de trabalho para regulamentar a utilização das ondas de rádio pelas emissoras brasileiras, com a pretensão de evitar que a imagem cultural do povo não sofra distorções ao ser captada. A pergunta após a notícia é: Que dirá o povo da imagem da nossa emissora? Em várias comemorações a Lapa teve presença de autoridades militares e governamentais. Em comemoração ao 8º aniversário da Revolução, houve

26 na Lapa, a inauguração da Escola Municipal 31 de Março, hoje denominada Escola Municipal Sibylla Wille de Lacerda, no dia 29 de março de Estiveram presentes o Coronel Maximiliano Negrão Torres, que durante discurso exaltou as conquistas proporcionadas pela Revolução de 64, Zacarias Seleme (Deputado Federal) e Leopoldo Jacomel (Deputado Estadual), a primeira Diretora da escola, a professora Maria Dirce Tavares de Mello e outras autoridades civis e militares. LAPA, PR ( ),(fotos, Cap. 13, p ) Outros eventos foram motivo de festa na cidade e ainda estão na lembrança da população como a inauguração da Escola Municipal Pedro Passos Leoni, em 18/11/1977, na qual estiveram presentes o Governador Jaime Canet Júnior e o Ministro da Educação e Cultura Ney Amintas de Barros Braga e autoridades militares e locais e onde, após as solenidades, houve distribuição de refrigerantes e cachorro-quente aos alunos das escolas e à comunidade presente. (Fotos, Cap. 13, p ). Também foi um grande evento a inauguração do Centro Esportivo, em 12/10/1979 (Ano Internacional da Criança), com a presença do Ex-Ministro da Educação e Cultura e na ocasião, Governador Ney Braga, com representação das escolas do município, autoridades militares e civis e comunidade em geral. Na ocasião as alunas do Magistério fizeram uma evolução na cancha central, escrevendo o nome do governador e da cidade (Lapa - Ney), sendo vista de um ponto mais elevado pelos presentes. À tarde foram realizadas atividades esportivas e também houve farta distribuição para todos de refrigerante, cachorro-quente e picolés. Muitas foram as comemorações cívico-militares para as quais foram requisitadas as participações de todas as escolas da cidade, alunos e professores, devidamente uniformizados, para recepcionar autoridades e participar de eventos, principalmente realizados no Panteon dos Heróis, monumento aos heróis do Cerco da Lapa, acontecido em 1894, durante todo o período de vigência da Ditadura Militar no Brasil.

27 6 ENFRAQUECIMENTO DO REGIME O desgaste do regime ditatorial militar brasileiro começou a se apresentar em 1973 quando começaram a aparecer os primeiros sinais da crise interna, principalmente após a crise mundial do petróleo. Assim Geisel assume seu mandato com o objetivo de revigorar o prestígio do regime, mesclando os atos do governo ora com medidas brandas, ora com repressões, tentando manter o sistema vigente vigorando. Como nos diz ARNS, (1986, p.64) retomar medidas repressivas, que marcassem, claramente, o limite, restrito, da abertura controlada. Neste período foi observada claramente uma abertura política, porém sem tolerância às forças consideradas de esquerda. Em abril de 1977, Geisel baixa um pacote de medidas para neutralizar o crescimento da oposição e levar adiante os objetivos do regime. Com o agravamento da crise econômica no país, aumentam também as lutas populares e começam a surgir os Comitês Brasileiros pela Anistia, lançando campanhas para difundir e apoiar a Anistia dos presos políticos. Em janeiro de 1979, foi revogado o AI-5, apesar de que muitas de suas determinações estivessem embutidas na Constituição. Segundo ARNS, (1986, p.68), ao final do governo Geisel a estatística do regime militar apresentava 10 mil exilados políticos, 4682 cassados, 245 estudantes expulsos das universidades, além de milhares de cidadãos que passaram por prisões e tortura e aproximadamente 300 pessoas entre mortos e desaparecidos. Através de eleição indireta, para a sucessão de Geisel, assume João Baptista de Oliveira Figueiredo em 1979, ficando no cargo até 1985, tendo reafirmado em seu governo o compromisso de abertura política. Porém, em seu governo iniciou-se a decadência do modelo econômico até então vigente, reforçado pela crise mundial do petróleo, em 1979, pelo não crescimento do PIB, e pela alta da inflação e estagnação das atividades econômicas. Houve elevação do endividamento externo, que em 1984 chegou a 100 bilhões de dólares, aumentando o grau de dependência do país com o capital estrangeiro. O sucateamento das indústrias e a falta de soluções para melhorar o problema da distribuição de terras foi um incentivo para o êxodo rural, forçando a migração para as cidades, aumentando o déficit habitacional, contribuindo para o aumento de favelas e de constantes crises por falta de água e saneamento

28 básico. Como consequência houve o aumento do número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza. Muitos movimentos grevistas se formaram, aumentando as tensões entre a população e o governo. Em 1983 formou-se uma frente única que reuniu partidos e entidades de oposição numa campanha que tomou o país, reivindicando eleições diretas para a presidência da República, era a campanha das "Diretas já". O deputado peemedebista Dante de Oliveira redige a emenda constitucional das diretas. No Rio e são Paulo ocorrem manifestações públicas em favor das eleições diretas, eventos que reuniram mais de um milhão de pessoas. Apesar das manifestações, a emenda Dante de Oliveira foi vetada pela Câmara em abril de Em janeiro de 1985, Tancredo Neves, candidato da Frente Liberal (formada por dissidentes do PMDB e PDS), foi eleito indiretamente, pelo colégio eleitoral, Presidente da República, não chegando, porém, a assumir o cargo devido a problemas de saúde que o levaram à morte. Assumiu em seu lugar José Sarney de Araújo Costa, seu vice-presidente.

29 7 A CENSURA NO MEIO ARTÍSTICO E CULTURAL No final dos anos 60 os brasileiros viviam num ambiente nada propício para expressarem seus pensamentos e eram intimidados e intimados a tomar partido e apresentarem claramente sua posição política, por imposição da ditadura militar, que nesta época alcançou o ápice da repressão, cerceando o livre exercício da cidadania e abominando qualquer manifestação que não atendesse aos seus interesses. Quando o governo editou o AI-5, em dezembro de 1968, artistas, intelectuais, professores, jornalistas e ativistas políticos foram perseguidos, presos e torturados e muitas pessoas foram obrigadas a deixar o país, pois, para alguns, restava apenas duas saídas: a fuga ou a morte. Jornais, peças de teatro, programas de TV, músicas, sofriam censura antes mesmo de serem lançadas. Muitos ativistas políticos sofreram com a ditadura militar, sendo alguns citados por SADER (2006), como Carlos Marighella, dirigente do Partido Comunista Brasileiro, deputado constituinte e líder da ALN (Aliança Libertadora Nacional); Carlos Lamarca, Capitão do Exército Brasileiro que desertou em 1969 formando o grupo guerrilheiro urbano chamado de Vanguarda Popular Revolucionária, sendo um dos líderes da esquerda mais cassados pela repressão; Miguel Arraes de Alencar, advogado e político de esquerda, teve seu mandato de governador de Estado cassado pelo regime por dar apoio às Ligas Camponesas e à Reforma Agrária, além de ser aliado do Partido Comunista Brasileiro. Ficou preso por onze meses e seguiu em exílio na Argélia até Leonel de Moura Brizola, líder político ligado às reformas de base antes de 1964, sendo obrigado a exilar-se no Uruguai após o golpe militar, voltou ao Brasil em 1979, continuando influente na política brasileira até sua morte em Também sofreu com o regime o sacerdote e ativista político dom Hélder Câmara, conhecido como Bispo Vermelho, como cita SADER, (2006), que apoiou inicialmente o golpe militar, porém logo passou a criticar a maneira de governar e os métodos de tortura utilizados pelo regime. Continuando, SADER (2006) relata que o governo de Garrastazu Médici foi responsável por sua derrota para o Prêmio Nobel da Paz em 1971 e Não somente pessoas sofreram repressão, mas também se pode observar a linha repressiva do Estado nas instituições, como a CAPES, (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Agência

30 Federal Brasileira de Política Científica Tecnológica), que tinha como objetivo inicial em sua criação em 1951, impulsionar a pesquisa científica no Brasil, integrando-a ao ensino. A direção da CAPES foi afastada após o golpe militar e a instituição só não foi extinta por se decidir transformá-la em Coordenação e diminuir sua autonomia administrativa. Também o Teatro de Arena de São Paulo sofreu com a repressão, bem como artistas e autores. Este Teatro entre os anos de 1953 e 1971 foi palco de apresentações teatrais inovadoras, musicais, apresentando novos autores e temas ligados à realidade brasileira e à América Latina, dando ênfase ao social e ao político, questionando modelos europeus de encenação, porém foi fechado em Só foi reaberto em 1977, subordinado ao Serviço Nacional de Teatro (SNT). Muitos intelectuais foram, de uma forma ou outra, atingidos pela imposição da censura e perseguidos durante a ditadura como Augusto Boal (Teatrólogo); Nelson Pereira dos Santos (Cineasta); Milton Santos (Geógrafo); Glauber Rocha (Diretor de cinema); Paulo Freire (Educador, Pedagogo); Ferreira Gullar (Poeta, Ensaísta e Jornalista); Wladimir Herzog ( Jornalista); Florestan Fernandes (Sociólogo); Fernando Henrique Cardoso (Sociólogo); Sérgio Buarque de Holanda (Pensador Social); Dom Hélder Câmara (Sacerdote e Ativista Político ); Luiz Inácio da Silva Lula ( Metalúrgico e Sindicalista). Fernando Gabeira (Jornalista); José Dirceu (Político e Advogado); Dilma Roussef (Economista e Política); Darci Ribeiro (Pensador, Antropólogo); Carlos Alberto Libâneo Christo Frei Beto (Escritor, Religioso Dominicano); Frei Tito (Religioso Dominicano). Também muitos cantores e compositores foram perseguidos e dentre eles Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque de Holanda, Gonzaguinha, Geraldo Vandré, Raul Seixas, Vinícius de Morais, Adoniran Barbosa, Valdick Soriano, Odair José, Paulo César Pinheiro e Paulo Coelho.

31 8 CENSURA NA MÚSICA BRASILEIRA A censura cultural durante o regime militar afetou diretamente as produções musicais do país. Músicas que continham idéias implícitas ou explícitas sobre a ditadura, denotassem insubordinação, oposição ou subversão foram censuradas sumariamente. Vale ressaltar que a censura não só procurava vestígios de retaliação ao regime, mas também as que pudessem atentar contra a moral e os bons costumes, bem como as que contivessem obscenidades ou pornografia e também as letras consideradas de mau gosto. Muitas músicas foram censuradas também por falta de formação dos censores que não entendiam o que elas queriam dizer. Muitos artistas sofreram com a censura em suas músicas dentre eles Adoniran Barbosa, Raul Seixas, Vinícius de Morais, Valdick Soriano e Odair José, como também o compositor Paulo Coelho. Durante o regime, após a implantação do AI-5, o primeiro passo para se conseguir a aprovação ou não de uma música era o encaminhamento da mesma à Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), inicialmente com sede em Brasília e mais tarde com uma sucursal no Rio de Janeiro. Um dos momentos onde se observou a atuação dos censores do regime militar foi no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968, a música de Geraldo Vandré, Para Não Dizer Que Não Falei Das Flores, também conhecida como Caminhando, que em um de seus versos diz: quem sabe faz a hora, não espera acontecer..., causou grande polêmica e ficou em segundo lugar apesar de ser preferida pelo público, ficando a canção de Tom Jobim em parceria com Chico Buarque, Sabiá, em primeiro lugar, ainda que vaiada pela plateia por parecer alienada, isto num primeiro momento porque depois de um tempo tornou-se um hino de saudade. VILLAS, (2005), relata que Geraldo Vandré, compositor de obras como Arueira, Porta-estandarte, Canção Nordestina, Rancho da Rosa Encarnada, em 1966, juntamente com A Banda de Chico Buarque, ganhou o primeiro lugar no Festival de MPB da TV Record, com Disparada, interpretada por Jair Rodrigues. O compositor foi preso em julho de 1973, no aeroporto do Galeão, ao desembarcar vindo da Europa. Estava sendo procurado pelos órgãos de repressão do regime militar devido a sua composição Caminhando e por supostamente ter feito declarações ofensivas ao governo do Brasil enquanto esteve fora. Depois de ter feito declaração pública de que a

32 veiculação de suas músicas por grupos políticos fora contra sua vontade, não gravou mais e nunca mais se apresentou em público. Caetano Veloso apresentou sua música Alegria, Alegria no III Festival de MPB, da TV Record, ficando em 4º lugar. Em 1968 escreveu e gravou a música É Proibido Proibir, sendo esta vaiada e desclassificada. Gilberto Gil e Caetano Veloso foram detidos na véspera do Natal de 1968 e mantidos presos até fevereiro de 1969, por motivos não esclarecidos. Segundo GÓES, (1982), Gil ficou detido num espaço de 5 metros quadrados e apesar disto, compôs músicas como Vitrines, Cérebro Eletrônico, Futurível, retratando uma nova opção de vida, mais interiorizada. Segundo SADER, (2006, p.1248) Caetano Veloso foi preso acusado de desrespeito ao hino e à bandeira nacional. Sua música Deus e o Diabo, foi censurada por ferir os sentimentos religiosos e desrespeitar as tradições, apontando em seu último verso O carnaval é invenção do diabo que deus abençoou. Após serem libertados, Gil e Caetano foram obrigados a voltar para Salvador e permaneceram em regime de liberdade vigiada sendo necessário que regularmente se apresentassem às autoridades locais. Nesta situação, viajaram para Londres, decidindo-se pelo exílio espontâneo, decisão tomada por outros logo após. Antes de ir para o exílio, Gilberto Gil gravou Aquele Abraço, um grande sucesso e pela qual ganhou o prêmio Golfinho de Ouro do Museu da Imagem e do Som, no entanto, recusou-o e explicou suas razões se ele (O Museu) pensa que com Aquele Abraço eu estava querendo pedir perdão pelo que fizera antes, se enganou... não significa que eu tenha me regenerado. GÓES, (1982, p.6). Mesmo estando fora, não deixou de apresentar-se em shows e de compor. Na década de 80, gravou a versão de No Woman, No Cry, consagrada por Bob Marley e intitulada Não Chore mais, onde aproveitou o início da abertura política para se referir aos anos de repressão, como cita GÓES, (1982, p.37) amigos presos, amigos sumindo/ pra nunca mais. Mas isso... melhor deixar pra trás. Gilberto Gil também recebeu intervenção da censura por sua música Tradição, por esta conter palavras como barbalho e porrada, classificadas como impróprias e Sonho Molhado, por conter palavras e versos impróprios e vulgares. E em parceria com Torquato Neto Geléia Geral, de 1968, que foi vetada por conter mensagem política contrária

33 a Ditadura, descrevendo o país de forma equivocada. Em parceria com Rita Lee, a música De Leve, recebeu o veto por tratar do homossexualismo de maneira deseducativa e maliciosa. Também Carlos Lyra com a música Herói do Medo foi pressionado a modificar a letra. Não concordando preferiu o exílio. A música foi censurada por conter versos como odeio a mãe por ter parido e o passatempo estéril dos covardes. No exílio Caetano Veloso compôs London, London e Como Dois e Dois. Em 1972 volta ao Brasil, porém em 73 tem sua música Cálice, escrita em parceria com Chico Buarque, barrada pelos censores. O título desta música pode ser entendido como uma ordem: cale-se, fazendo menção à fase mais austera da ditadura. Em 1969, artistas como Morais Moreira, Pepeu Gomes e Baby do Brasil, vivendo numa comunidade alternativa onde a confiança mútua era o objetivo principal, criavam suas músicas neste ambiente e viviam segundo seus preceitos de livre expressão contra o poder, costumes já estabelecidos, a polícia e governo, vindo a formar o grupo chamado de Novos Baianos. Em 1971, Roberto e Erasmo Carlos lançam a música Debaixo dos caracois dos seus cabelos, em homenagem e demonstrando solidariedade a Caetano, que se encontrava no exílio. Gonzaguinha, também foi exemplo de artista perseguido durante a ditadura. Em fevereiro de 1973, apresentando-se no Programa de Flávio Cavalcanti, com a música Comportamento Geral, foi acusado de terrorista e antipatriota pelos jurados e recebeu advertência da censura. A polêmica que envolveu esta apresentação serviu de âncora para seu sucesso. A música foi proibida em todo o país, sendo Gonzaguinha chamado à sede do DOPS, tornando-se após este fato, vítima de constantes perseguições. A letra da sua música O Equilibrista foi vetada por apresentar conteúdo que reforçava e exaltava o protesto ao regime em versos como: Eu nem ligo, nem esquento a cabeça...vou com força nas coisas que eu devo fazer...eles querem que eu me aborreça e estremeça... E me prenda nas cercas do seu circo mortal. Ao apresentar seu segundo disco, teve 54 músicas censuradas e somente 18 gravadas. Assim como faziam artistas como Gilberto Gil e Caetano Veloso, Gonzaguinha passou a mandar mensagens políticas subliminarmente em suas músicas, que muitas vezes pareciam tratar de temas corriqueiros e de

34 problemas sentimentais, como O Preto que Satisfaz e Grito de Alerta. Em 1979 lançou Não Dá Mais Pra Segurar, antevendo o momento de abertura que se instalava no país. O compositor, letrista e escritor, intelectual dos mais conceituados do país, Chico Buarque de Holanda também foi alvo dos censores, por escrever músicas de cunho político. SADER, (2006) escreve que em 1968 foi interrogado sobre suas atividades e sobre sua peça teatral Roda Viva, que teve cenários destruídos e atores espancados durante um ensaio por pessoas ligadas a um grupo de perseguição a comunistas. Não foi preso, porém foi aconselhado a não sair da cidade sem ordem. A música Roda Viva, trilha da peça do mesmo nome foi um marco da situação política vivida naquele momento. Sua música Apesar de você, de 1970, não foi censurada no início, porém proibida mais tarde, após sucesso, acusada de se referir ao Presidente Médici, apesar do autor afirmar que fez referência à situação e não a uma pessoa em particular. Por sua produção musical de fundo político e de contestação ao regime, suas composições sofreram muitos cortes, chegando ao ponto de serem sistematicamente vetadas. Também compôs com o pseudônimo de Julinho de Adelaide, para despistar os censores que só ao lerem seu nome nas composições já as censuravam na íntegra. Com este pseudônimo, Chico também foi censurado, apesar de conseguir gravar muitas músicas. Uma delas foi Cadê o Meu, que segundo a censora era uma crítica ao movimento progressista nacional. Juntamente com Leonel Paiva, compôs em 1974, a música Acorda Amor. Em 1973 gravou em parceria com Gilberto Gil a música Cálice que nas entrelinhas demonstra o sofrimento do povo brasileiro durante a ditadura como se pode notar nestes versos:... Como beber dessa bebida amarga/ tragar a dor, engolir a labuta/ mesmo calada a boca, resta o peito... ou também... quero lançar um grito desumano/ que é uma maneira de ser escutado/ esse silêncio todo me atordoa/ atordoado eu permaneço atento... A música Partido Alto escrita por Chico Buarque, em 1972 para o filme Quando o Carnaval Chegar, de Cacá Diegues, teve alguns trechos censurados e seus termos originais vetados como:... Jesus Cristo inda me paga, um dia inda me explica/ Como é que pôs no mundo esta pobre coisica (que na versão original seria pouca titica)/ Na barriga da miséria, eu nasci

35 batuqueiro (que seria brasileiro)... Também de Chico Buarque de Holanda Tanto Mar foi apontada e censurada por fazer menção à Revolução Socialista de Portugal. A canção Bolsa de Amores, feita em 1971 recebeu veto segundo o censor por supostamente fazer relação com a bolsa de valores, utilizando palavras próprias deste serviço e imprópria para o trato com mulheres. Em parceria com Augusto Boal, Chico Buarque compôs Mulheres de Atenas, que foi vetada por parecer fazer paralelo entre as mulheres submissas da Grécia e a situação da mulher brasileira da época da ditadura. Já a música Minha História foi censurada não por fazer crítica social e à ditadura, mas por motivo religioso ao referir-se de maneira indevida a Cristo. Um caso extraordinário apresentado no SÍTIO, (2010), é o da Música Hino do Duran, de 1979, que apesar de conter versos notadamente críticos da situação vigente como... Se pensas que burlas as normas penais. Insuflas, agitas e gritas demais. A lei logo vai te abraçar, infrator..., não foi censurada não havendo explicação para isto, a não ser a suposição de que tenha sido analisada por pessoa inexperiente ou despreparada. Inusitado também foi o caso da música Passaredo, que contém o verso Bico calado, toma cuidado que o homem vem aí, que apesar da vistoria do censor e de uma ressalva, foi mesmo assim liberada. Devido a intensas pressões por parte da ditadura Chico Buarque resolveu ir para a Europa em 1969 e lá permaneceu por mais um ano, tentando ficar longe da repressão. Sua volta ao Brasil foi marcada por dificuldades em apresentar suas produções, já que era acompanhado de perto pela censura.. Apesar de em suas músicas conseguir expressar seu descontentamento com o regime através de metáforas, alegorias e ironias e ser entendido por pessoas mais atentas à política vigente, preferiu afastar-se das apresentações artísticas por dez anos, até O compositor Paulo César Pinheiro teve também suas músicas censuradas durante o regime militar. Em entrevista a Nascimento, (2007), declarou que a censura muitas vezes agia sem ter critérios definidos como no caso de músicas de carnaval que eram consideradas pelos censores como bregas e por isso liberadas sem maiores complicações. No caso de uma música feita em 1974 em parceria com Maurício Tapajós, chamada Pesadelo e oferecida para ser interpretada pelo grupo MPB 4, comenta que aconteceu algo imprevisto. Apesar de conter versos comprometedores como Você corta

36 um verso, eu escrevo outro/ Você me prende vivo, eu escapo morto..., ou de repente, olha eu de novo/ perturbando a paz, exigindo troco... foi liberada juntamente com um lote de músicas de Aguinaldo Timóteo, com a conivência de um amigo particular de Pinheiro, mesmo com a descrença do grupo MPB 4 que a interpretaria, tornando-se mais tarde e um hino contra a ditadura. Em seu livro PINHEIRO, (2010), conta que mesmo estando liberada foi vetada pelas rádios, por medo de represálias que sua veiculação pudesse suscitar, apesar de sempre exibir o documento carimbado pela censura. Com Paulo César Pinheiro também ocorreram outros fatos com relação à censura como no caso da música feita em parceria com Maurício Tapajós, inicialmente intitulada Conte Comigo que foi censurada e mais tarde apresentada com o nome de Agora é Portela 74, passando sem dificuldades mesmo não tendo recebido nenhuma modificação em sua letra que conta com versos como o nosso enredo tem uma força tal / que já pos medo no cordão rival..., aparentemente indefesos, porém o sentido metafórico dá o recado pretendido contra a ditadura. Também descreve que na volta de uma turnê de shows pelo nordeste do Brasil com outros companheiros músicos, resolveram, após um mês de viagem, escrever uma música sobre a ansiedade do retorno as suas casas. Assim nasceu Tô Voltando, gravada por Simone em 1979 e grande sucesso. Porém pouco tempo depois, mais precisamente durante a chegada de exilados brasileiros no Brasil, após a Lei da Anistia, o autor presenciou a exibição ao vivo na TV Globo, a chegada dos mesmos no aeroporto e para sua surpresa a música que serviu de tema para a reportagem foi Tô Voltando. Sobre este episódio ele conta: a cena foi uma pancada no meu coração. A emoção tomou conta de mim e as lágrimas correram no meu rosto. Minha voz embargou. Os pelos eriçaram. Estufavam as veias e os nervos retesavam. PINHEIRO, (2010, p. 192). A partir daí a música virou um hino dos exilados, mesmo sem ter inicialmente esta intenção. Outro episódio da atuação da censura ocorreu, segundo SADER (2006), com Vinícius de Morais, diplomata de carreira e poeta, que foi exonerado do Itamaraty em 1969 por ser malvisto nos meios diplomáticos literários por sua vida boêmia. Documentos disponíveis no sítio da CONTEE, (2010), revelam músicas e autores censurados não somente por motivos políticos ou de represália ao

37 regime militar. Odair José é um exemplo, pois suas músicas O Motel e A Primeira Noite foram vetadas por tratarem de assuntos inconvenientes ou inadequados já que expunham a intimidade de um casal ou feriam a moral, sendo contraindicadas para jovens. Também as músicas Na minha Opinião e Em Qualquer Lugar foram vetadas segundo os censores por apresentarem desprezo pela tradição familiar, pregando o amor livre e a promiscuidade. Belchior em parceria com Toquinho tiveram a sua composição Os Doze Pares de França vetada por aludir à França como um país melhor do que o Brasil para se viver naquele momento e, Pequeno Mapa do Tempo, na qual se encontram versos como eu tenho medo e medo está por fora, seguido de eu tenho medo que chegue a hora, em que eu precise entrar no avião, criticando indiretamente a ditadura e mencionando o exílio. Também, sua música Caso Comum de Trânsito, foi proibida por apresentar claramente em seus versos, rejeição ao regime militar. Exemplos de versos desta composição são: tempos estranhos...tempos estranhos... e faz tempo que ninguém canta uma canção. Luiz Ayrão teve sua música Quem eu devo é que deve morrer vetada por apresentar caráter negativo e segundo o censor, motivador de homicídios e também a música Amigo Chico, inicialmente vetada por parecer ao censor uma resposta política à música de Chico Buarque Meu Caro Amigo que não recebeu veto. A roqueira Rita Lee foi censurada por sua música Papai me empresta o carro, por esta atentar contra a moral e os bons costumes postulados pela sociedade e Gente Fina, onde foi acusada de estimular a juventude ao comportamento crítico, o que incitaria à revolta contra os bons costumes. Em parceria com Mu, teve a música Muleque Sacana vetada principalmente por conter a palavra sacana que seria considerada de baixo calão. As arbitrariedades dos censores quanto ao que deveria ou não ser barrado permitiu que a música Nada será como Antes, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos fosse liberada, apesar de conter versos especialmente críticos ao exílio de brasileiros como: que notícias me dão dos amigos? Que notícias me dão de você?, sem maiores explicações. O cantor e compositor Raul Seixas também sofreu com a censura e muitas de suas músicas sofreram veto, porém ele nunca deixou de protestar

38 através de suas letras, como se pode perceber em Para o Estadão, escrita em 1983, que contém versos como: Antes de por no papel o que você pensou/ Veja se na sua frase/ tem uma palavra que não pode/ substitua por uma que pode... e também...esqueça, risque tudo, compositor/ Seu dever é decorar/ as que pode musicar... Sua música em parceria com Paulo Coelho Óculos Escuros, foi vetada e somente liberada após várias modificações, inclusive do título que passou a ser Como Vovó já Dizia. Segundo SOARES, (2009), em 1974, Raul Seixas foi obrigado a se exilar nos Estados Unidos, juntamente com o compositor e escritor Paulo Coelho. Eles foram presos ao distribuírem panfletos contendo manifestos sobre a criação de uma sociedade alternativa. A TV GLOBO, (2009), apresentou documentário sobre a música Gospel, composição de Raul Seixas e Paulo Coelho que foi censurada durante a ditadura. Ela fazia parte da trilha sonora da novela Rebu. Apesar de censurada a música fez parte da novela, porém a letra foi totalmente modificada. Marco Mazzola, produtor musical que fez as gravações originais da música com Raul, ainda em fita cassete, resolveu tirá-la do esquecimento e juntamente com Frejat e companheiros editou-a conservando seu formato original e o espírito musical da década de 70. Também recebeu censura a música Check-up, devido ao nome de medicamentos que o próprio Raul Seixas tomava por prescrição médica, como Triptanol, Diampax, Valiun 10 e outras pílulas mais como o mesmo expõe em entrevista com Marcelo Nova, disponível em YOUTUBE, (2010). Um dos compositores mais censurados durante a ditadura foi Taiguara, compositor brasileiro, nascido no Uruguai, que teve cerca de 100 músicas vetadas. Devido a problemas com a ditadura ele foi obrigado a se exilar por dois anos na Inglaterra. Para tentar driblar a censura optou pelo lançamento de algumas músicas de seu álbum Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara em nome de sua esposa e outras somente com seu sobrenome Chalar da Silva, porém este subterfúgio não deu certo e após lançado o álbum, este foi recolhido e nunca reeditado. Em depoimento apresentado por TERRA, (2010), relata que teve 68 vetos sem ser considerado um caso grave, e completa dizendo que 73 ( em referência ao ano de 1973) custou mais caro para aqueles que perderam a vida.... Finaliza o depoimento com a interpretação de sua música Que as

39 Crianças Cantem Livres, que em sua letra traz...e que as crianças cantem livres sobre os muros... Em 2002, o álbum Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara foi lançado no Japão com exclusividade e hoje só pode ser adquirido em sítios estrangeiros. Para o resgate desta obra há um ambiente na web com a intenção de reunir forças de brasileiros dispostos ao seu repatriamento, disponível no site IMYRA, (2010). Além dos cantores e compositores citados também sofreram com a censura artistas como Paula Toller e Leoni com a música Como Eu Quero, que contém versos como tira esta bermuda que eu quero você sério... ; Dom e Ravel por sua música gravada em 1973 "Animais Irracionais", falando de injustiça social e que apresentava os versos... O grande açoitando o pequeno,/ Terceiros mandando apartar/ Mas na maioria das vezes o grande não quer parar... e também...não querem ouvir nem falar de fome, problemas e dor dos outros/ nem ao menos admitir ou supor.... Infelizmente não foram somente estes artistas as vítimas da censura e da repressão em nosso país. Muitos lutaram para o reestabelecimento da democracia. Alguns perderam a vida na luta, muitos sem saber o porquê. Lutaram com as armas que tinham e com as que podiam. Compositores e poetas usaram a palavra para contestar o regime e conscientizar o povo, palavras diretas ou indiretas, mas que de algum modo contribuíram para alertar contra as práticas militares durante o regime em nome da segurança nacional, da preservação da lei, dos bons costumes e da moral. 9 SUGESTÕES DE FILMES Lula O Filho do Brasil

40 A História inicia em 1945, sertão de Pernambuco. Dona Lindú, após seu marido ter partido para tentar vida melhor em São Paulo, dá a luz ao seu sexto filho, ao qual chamou Luiz Inácio da Silva. Lula, o filho do Brasil é a história de uma família como tantas outras famílias do Brasil. Conta a vida de mãe e filhos, principalmente do caçula Lula. Direção: Daniel Tendler, Fábio Barreto Elenco: Rui Ricardo Dias, Gloria Pires, Cléo Pires, Marat Descartes, Milhem Cortaz. Produção: Paula Barreto, Rômulo Marinho Ano: 2009 Batismo de Sangue Este filme foi lançado em 2007 e é baseado no livro de Frei Betto que foi lançado originalmente no ano de 1983 e que possui o mesmo nome. Conta a história de três freis que movidos por ideais cristãos tornam-se forte resistência à ditadura militar brasileira, apoiando a Ação Libertadora Nacional, comandada por Carlos Marighela. Após serem descobertos e seu líder morto, foram torturados sob o comando de Fleury. Os freis são julgados e sentenciados a quatro anos de prisão em regime fechado, exceto frei Tito exilado na França. Este último suicida-se por não suportar a pressão psicológica imposta pelas torturas sofridas. Direção: Helvécio Ratton Ano: 2007 Pra frente, Brasil Em 1970, durante a Copa do Mundo de Futebol, no México, prisioneiros políticos são torturados durante a ditadura militar aqui no Brasil. Estes acontecimentos são contados a partir da visão de uma família, quando um de seus membros é confundido com um ativista político e desaparece. Direção: Roberto Farias Gênero: Drama Tempo de Duração:104 minutos Ano: 1982 Zuzu Angel

41 Este filme conta a história de uma estilista brasileira reconhecida mundialmente e de seu filho que fazia parte do movimento estudantil na luta contra a ditadura militar vigente no país. Este foi preso, torturado e assassinado por agentes militares e foi dado como desaparecido. Zuzu começa então uma jornada onde denuncia as torturas praticadas e a morte de seu filho. Direção: Sergio Rezende Gênero: Drama Tempo de Duração:103 minutos Ano : 2006 Lamarca Crônica que descreve os últimos anos na vida do capitão do exército Carlos Lamarca que desertou das forças armadas durante a ditadura e passou a fazer oposição ao regime, tornando-se um dos mais destacados líderes da luta armada. Direção: Sérgio Rezende Gênero: Drama Classificação etária:14 anos Tempo de Duração:129 minutos Ano de Lançamento:1994 Hercules 56 Hércules 56 é um documentário sobre a luta armada contra o regime militar que conta o episódio do sequestro do embaixador Charles Burke Elbrick, ocorrido em Em troca do diplomata foi exigida a divulgação de uma manifesto revolucionário e a libertação de quinze presos políticos, banidos do território nacional e com a nacionalidade cassada,e que foram conduzidos ao México no avião da FAB Hércules 56. Direção: Sílvio Da-Ri Gênero: Documentário Classificação : Livre Tempo de Duração: 94 minutos Ano : 2006 PATRIAMADA A trama é conduzida por três personagens principais: Carolina, uma repórter

42 simpatizante do PT; Goiás, um cineasta independente que está realizando um filme sobre o movimento pelas Diretas Já, e Rocha, um industrial aparentemente liberal e progressivo. Os três vivem um triângulo amoroso com uma mistura de ficção e realidade. No filme pode-se ver muitas imagens reais do comício realizado no Rio de Janeiro em 1984, que mobilizou mais de um milhão de pessoas. Direção: Tizuka Yamasaki O ano em que meus pais saíram de férias Em 1970 a vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar e seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma comunidade diferente, chamada de Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus, italianos, entre outras culturas. Direção: Cao Hamburger Gênero: Drama Classificação etária :10 anos Tempo de Duração:106 minutos O que é isto companheiro? Com a promulgação em dezembro de 1968 do Ato Institucional nº 5 a liberdade de imprensa e os direitos civis sofreram muitas retaliações. Neste período vários estudantes se engajam na luta armada e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para sequestrar um embaixador dos Estados Unidos para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados por agentes ligados à ditadura. Direção: Bruno Barreto Gênero: Drama Tempo de Duração:105 minutos Ano de Lançamento: SUGESTÕES DE LEITURA

43 CHRISTO, Carlos Alberto Libâneo. Batismo de Sangue. 14ª Edição, Editora Rocco, RJ FICO, Carlos. Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar. Rio de Janeiro: Record, GALEANO, E. As Veias Abertas da América Latina. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, GALEANO E. Espelhos. Porto Alegre, RS: L&PM, LUCAS, Fabio. (org.). Contos da Repressão. Editora Record, RJ, 1987 MONTENEGRO, Antonio Torres. História, Metodologia, Memória. Editora Contexto p.1. PINHEIRO, Paulo César. Histórias das Minhas Canções. Editora Leya, São Paulo, SP PRIORE, M. Venâncio, R. P. Tentações Militares e outras tentações. In: O livro de Ouro da História do Brasil. p Rio de Janeiro, RJ: Ediouro, REVISTA História Viva nº 39. RUY, C. Os Alternativos que enfrentaram a Ditadura. p Duetto Editorial, 2007 REVISTA Caros Amigos. Abram os Arquivos da Ditadura. Entrevista com Cecília Coimbra. Novembro de 2004, nº 92, Ano VIII, p REVISTA Caros Amigos. Ney Matogrosso abre armários que nunca abriu em público. Entrevista. Junho de 2008, nº135, Ano XII, p REVISTA Caros Amigos. Os Equívocos de Elio Gaspari, por Waldir José Rampinelli. Março de 2004, nº 84, Ano VII, p REVISTA Caros Amigos. Entrevista com José Dirceu. Janeiro de 2006, nº 106, Ano IX, p.44.

44 REVISTA Caros Amigos. Por que não se aprende sobre o Regime Militar? Entrevista com a Prof. Maria Aparecida de Aquino. Dezembro de 2007, nº 129, Ano XI, p

45 11 SUGESTÕES DE SÍTIOS PARA PESQUISA http//

46 12 REFERÊNCIAS DE VÍDEOS SOBRE A DITADURA Através do olhar do jornalista e escritor Roniwalter Jatobá, que trabalhou numa das revistas que eram contra o regime militar e Brenno Silveira, contam como foi o regime Militar com os presidentes da época, milagre econômico, censura, movimentos revolucionários e muito mais Documentário de Simon Hartog, da emissora britânica Channel Four, de 1993 A História secreta da Rede Globo Parte 1 acesso em julho Brasil: Ditadura - O AI-5 e seus efeitos culturais -Projeto piloto do documentário didático criado por Fabiano Skinner para ser exibido nas escolas do Brasil. O filme mostra algumas das produções musicais referentes aos fatos ocorridos no Brasil de 1968 a 1993 acesso julho de Discurso sobre o AI-5, proferido por Marcio Moreira Alves em 12/12/1968 acesso em julho Golpe Militar de Imagens de arquivos do período da ditadura militar no Brasil acesso em julho BBC - Muito alem do Cidadão KANE (1993) - parte1 e 2 - Vídeo da BBC Censurado no Brasil, sobre a realidade brasileira e as articulacoes politicas da Rede Globo no Brasil desde o tempo da ditadura militar, traduzido para o português, 30 e 24 postado em 26/01/2006, acesso em julho 2010

47 7- Neste vídeo se encontra a versão original da música Gospel de Raul Seixas e Paulo Coelho que fazia parte da trilha sonora da Novela Rebu, censurada pela ditadura. Editada por Marco Mazzola, com Frejat e companheiros. Acesso em julho de Apresentação do grupo musical MPB 4, música Pesadelo, de Paulo César Pinheiro1974. acesso em julho de 2010.

48 13 SUGESTÃO DE ENTREVISTA 1- Nome (opcional) Data de nascimento...local Idade atual : Idade em 1964: Escolarização: ( ) Ensino Fundamental I - completo ( ) incompleto ( ) ( ) Ensino Fundamental II - completo ( ) incompleto ( ) ( ) Ensino Médio - completo ( ) incompleto ( ) ( ) Terceiro Grau - completo ( ) incompleto ( ) curso:... ( ) Especialização/ Mestrado - ( ) sim ( ) não 6- Profissão na época:...profissão atualmente: Durante a fase da ditadura militar você teve acesso ou acompanhou as notícias através de jornais? Lia os Jornais da Lapa? Lembra as vezes em que votou? Votou alguma vez antes de 1964? Lembra em quem? Sabe o porquê de não haverem eleições diretas para Presidente da República a partir de 1964 até o fim da ditadura? Lembra qual o primeiro presidente eleito por voto popular após o fim da ditadura militar? O que era o Colégio Eleitoral? Qual sua função e por quem era formado?

49 O que se lembra de ter ouvido na Rádio Legendária sobre o regime militar? E na televisão? O que se falava sobre o regime? Lembra-se do documento que aparecia na tela da TV no início da programação? Achava correto? Sabia que os programas passavam previamente por censura? Teve notícia ou presenciou alguma prisão por acusação de subversão, atentado ao regime? Soube de alguma pessoa que foi perseguida pelo regime? Que pessoas você lembra que eram consideradas perigosas para o regime? Por quê? Teve conhecimento das notícias do país sobre manifestações contra o regime, de pessoas presas e o motivo dessas prisões? Teve conhecimento

50 através de jornais, revistas, televisão ou rádio? Que notícias tinha sobre o crescimento do país, sobre os investimentos do governo? Foi um bom período para você e sua família? Foi ou se lembra de alguma inauguração ou evento dos quais participaram autoridades do governo ou do Exército? Se tem lembranças, relate :

51 14 FOTOS DE RECORTES DE JORNAIS DA LAPA - PARANÁ Foto 1 Jornal da Lapa - 12/05/1968, nº 194. Ano XIV Acervo da Biblioteca Pública da Lapa Foto 2 - Jornal da Lapa - 06/04/1968, nº 190. Ano XIV - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa Foto 3- Jornal da Lapa - 14/09/1968, nº 208. Ano XIV - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa

52 Foto 4- Jornal da Lapa 04/09/1968, nº 207. Ano XIV - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa Foto 5 - Jornal da Lapa - 18/09/1966, nº 166. Ano XII - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa

53 Foto 6 - Jornal da Lapa- 14/09/1968, nº 208. Ano XIV- Acervo da Biblioteca Pública da Lapa Foto 7 - Jornal da Lapa - 07/05/1968, nº 193. Ano XIV - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa

54 Foto 8 - Jornal da Lapa - 10/07/1968, nº 201. Ano XIV - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa Foto 9 - Jornal da Lapa 18/05/1968, nº 195. Ano XIV - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa

55 Foto 10 Jornal da Lapa 05/01/1965 nº 145 Ano XI - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa Foto 11- Jornal da Lapa 05/01/1965 nº 145 Ano XI - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa

56 Foto 12 - Jornal da Lapa 03/08/1968, nº 203, Ano XIV - Acervo da Biblioteca Pública da Lapa Fotos 13 Jornal O Estado do Paraná 04/01/1967, nº Acervo da Biblioteca Pública da Lapa

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58 15 FOTOS DE EVENTOS, LAPA PARANÁ Fotos da Inauguração da Escola Municipal Pedro Passos Leoni, em 18/11/1977. Acervo da escola, cedidas para fins didáticos pela atual diretora da Escola Srª Isabel Pereira de Medeiros.

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60 Fotos da inauguração da Escola Municipal 31 de Março, hoje denominada Escola Municipal Sibylla Wille de Lacerda, em 29 de março de Fotos do acervo da escola cedidas para fins didáticos pela Diretora Srª Sandra Mara Lourenço Corrêa.

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