Previsões da Primavera para : um ano difícil em 2009, mas a economia da UE deverá estabilizar quando as medidas de apoio produzirem efeitos
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1 IP/09/693 Bruxelas, 4 de Maio de 2009 Previsões da Primavera para : um ano difícil em 2009, mas a economia da UE deverá estabilizar quando as medidas de apoio produzirem efeitos As previsões da Primavera da Comissão Europeia apontam para uma queda do PIB da ordem dos 4% este ano e uma estabilização em Os principais factores que explicam a recessão são o agravamento da crise financeira mundial, uma forte contracção do comércio internacional e as correcções em curso no mercado da habitação em algumas economias. Contudo, o impacto dos estímulos orçamentais e monetários deverá dar algum ímpeto ao crescimento no decurso de Os mercados de trabalho serão severamente atingidos, prevendo-se que a taxa de desemprego na UE chegue aos 11% em O défice público também deverá aumentar substancialmente, atingindo 7,25% do PIB em 2010, o que reflecte simultaneamente o abrandamento da actividade económica e as medidas discricionárias tomadas para apoiar a economia, em linha com o Plano de Relançamento da Economia Europeia, proposto pela Comissão. «A economia europeia atravessa a recessão mais profunda e mais vasta desde o pós-guerra. Mas as medidas ambiciosas que os governos e os bancos centrais tomaram para fazer face a estas circunstâncias excepcionais deverão conter o desmoronamento da actividade económica este ano e possibilitar a retoma no próximo. Para que isso seja possível, temos de avançar rapidamente com a limpeza dos activos em situação de imparidade nas contas dos bancos e recapitalizar os bancos, se necessário», afirmou Joaquín Almunia, Comissário Europeu dos Assuntos Económicos e Monetários. Crescimento global de novo positivo O agravamento da crise financeira levou a uma contracção da actividade económica à escala global e a uma queda abrupta do comércio mundial e da produção industrial durante o inverno. A recessão económica arrastou na sua cilada um número crescente de países, incluindo países em desenvolvimento e países emergentes. Contudo, à medida que os estímulos orçamentais e monetários surtem efeitos e a crise financeira começa gradualmente a esvanecer, o crescimento do PIB desenha-se positivo de novo para o segundo semestre de Em 2010, a taxa de crescimento global deverá atingir 2%.
2 Forte recessão na UE, mas com fim à vista A recessão que começou no segundo trimestre de 2008 agravou-se no final do ano, com o PIB, tanto da UE como da área do euro, a descer de cerca de 1,5% em variação homóloga no último trimestre. Inquéritos vários e dados objectivos apontam para uma ulterior deterioração no primeiro trimestre do presente ano. Todos os Estados-Membros sentem os efeitos do abrandamento económico, ainda que as perspectivas de cada um variem consoante a sua exposição relativa à crise financeira, a situação do mercado da habitação e o grau de abertura da economia. Com a estabilização dos mercados financeiros, aumenta a confiança dos investidores e tanto as medidas de apoio orçamental como a flexibilização das condições monetárias estimulam a economia real. Por seu lado, o PIB deverá estabilizar no final deste ano e as taxas de crescimento prevêem-se modestamente positivas em A recessão está a afectar não só todos os Estados-Membros, mas também quase todas as componentes da procura. O investimento privado é particularmente atingido, reflectindo expectativas de procura pouco animadoras, um acentuado recuo na utilização das capacidades existentes e a persistência de condições de financiamento rigorosas. Também as exportações registaram forte contracção em resultado da acentuada queda do volume do comércio mundial. Enquanto o consumo privado ainda resiste relativamente bem, ajudado pelos baixos preços dos combustíveis e por níveis reduzidos de inflação, o rendimento real disponível poderá vir a sofrer com a progressiva deterioração do mercado de trabalho. Só o investimento e o consumo público contribuirão positivamente para o crescimento este ano, em parte graças às medidas de estímulo orçamental tomadas no âmbito do Plano de Relançamento da Economia Europeia. Fortes repercussões no mercado de trabalho e nas finanças públicas Os mercados de trabalho europeus começaram a apresentar sinais de arrefecimento no ano passado, com o seu habitual desfasamento em relação ao abrandamento da economia. Olhando prospectivamente, na UE e nos países da área do euro, o emprego deverá registar uma contracção da ordem de 2,5% este ano e de mais 1,5% em 2010, o que corresponderá a uma perda de cerca de 8,5 milhões de postos de trabalho em dois anos, contra uma criação líquida de emprego de 9,5 milhões de postos de trabalho em A recessão também atinge as finanças públicas, com o défice orçamental a mais do que duplicar este ano na UE (de 2,3% do PIB em 2008 para 6%) e a continuar a aumentar em 2010 (para 7,25%). A acentuada deterioração da situação orçamental fica a dever-se em parte ao próprio abrandamento económico, já que os estabilizadores automáticos são relativamente importantes na Europa, mas também reflecte as significativas medidas de estímulo orçamental para apoiar a actividade económica. 2
3 Inflação temporariamente muito baixa A inflação recuou fortemente nos últimos meses, devendo esta tendência manter-se durante o segundo e o terceiro trimestres deste ano, em razão de ulteriores efeitos de base, perspectivas económicas ténues e uma queda prevista nos preços dos produtos de base. Em termos globais, a inflação medida pelo IHPC deverá situar-se ligeiramente abaixo de 1% na UE (e 0,5% na área do euro) em 2009, e atingir o seu patamar mais baixo no terceiro trimestre, tanto na UE como na área do euro. Prevê-se que a inflação medida pelo IHPC suba gradualmente até 1,25 % no próximo ano, já que os efeitos de base dos aumentos passados dos preços da energia e dos produtos alimentares deixarão de ser incluídos na taxa anual no próximo Outono. Subsistem consideráveis incertezas Com a economia global a enfrentar a sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, a evolução da economia e da inflação estão rodeadas de consideráveis incertezas. O risco de um cenário mais pessimista do que previsto radica sobretudo nas repercussões da crise financeira e na intensidade das retroacções entre os diferentes sectores da economia. Por outro lado, os estímulos orçamentais e monetários podem ser mais eficazes do que se previa para restaurar a estabilidade e a confiança nos mercados financeiros e apoiar a actividade económica. Em relação às perspectivas de inflação, os riscos parecem equilibrados este ano, em razão da possível evolução dos preços dos produtos de base e das tendências que parecem marcar os comportamentos em matéria fixação de preços e de salários. Um relatório mais pormenorizado sobre esta matéria pode ser consultado em: 3
4 (a) PIB a preços constantes (variação anual em percentagem) BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU US US JP JP (b) Formação bruta de capital fixo em equipamento (variação anual em percentagem) BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU Nota : - Como habitualmente, as previsões estão condicionadas nomeadamente ao pressuposto técnico de "políticas ". 4
5 (c) Emprego total (variação anual em percentagem) BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU (d) Número de desempregados (em percentagem da população activa civil) BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU Nota : - Como habitualmente, as previsões estão condicionadas nomeadamente ao pressuposto técnico de "políticas ". 5
6 (e) Inflação (1) (variação anual em percentagem) BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU US US JP JP (1) Preços no consumidor (índice harmonizado) a partir de 1996 para a UE, deflacionador do consumo privado nos restantes casos. (f) Saldo da balança de transacções correntes com o resto do mundo (em percentagem do PIB) BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU Nota : - Como habitualmente, as previsões estão condicionadas nomeadamente ao pressuposto técnico de "políticas ". 6
7 (g) Capacidade (+) ou necessidade (-) líquida de financiamento do sector público administrativo (em % do PIB) (1) BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU (1) A capacidade (necessidade) líquida inclui em as receitas extraordinárias relativas à venda de licenças UMTS. (h) Dívida bruta do sector público administrativo (em percentagem do PIB) Estimativas Previsões políticas BE BE DE DE IE IE EL EL ES ES FR FR IT IT CY CY LU LU MT MT NL NL AT AT PT PT SI SI SK SK FI FI area area BG BG CZ CZ DK DK EE EE LV LV LT LT HU HU PL PL RO RO SE SE UK UK EU EU Nota : - Como habitualmente, as previsões estão condicionadas nomeadamente ao pressuposto técnico de "políticas ". 7
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