Junto se envia, à atenção das delegações, a versão parcialmente desclassificada do documento em epígrafe /10 EXT 2 ml DG H 2B

Transcrição

1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 3 de junho de 2015 (OR. en) 10206/10 EXT 2 FREMP 21 JAI 474 COHOM 135 COSCE 11 DESCLASSIFICAÇÃO PARCIAL do documento: 10206/10 RESTREINT UE data: 26 de maio de 2010 novo estatuto: Público Assunto: Projecto de decisão do Conselho que autoriza a Comissão a negociar o Acordo de Adesão da União Europeia à Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais (CEDH) Junto se envia, à atenção das delegações, a versão parcialmente desclassificada do documento em epígrafe /10 EXT 2 ml DG H 2B PT

2 CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA Bruxelas, 26 de Maio de 2010 (OR. en) ANEXO 10206/10 EXT 2 ( ) RESTREINT UE FREMP 21 JAI 474 COHOM 135 COSCE 11 NOTA de: para: n.º doc. ant.: Assunto: Presidência Delegações 9689/10 FREMP 15 JAI 419 COHOM 119 COSCE 7 RESTREINT UE Projecto de decisão do Conselho que autoriza a Comissão a negociar o Acordo de Adesão da União Europeia à Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais (CEDH) Junto se envia, à atenção das delegações, o texto do projecto de decisão do Conselho na versão resultante dos debates do Grupo dos Direitos Fundamentais, dos Direitos dos Cidadãos e da Livre Circulação de Pessoas, de 25 de Maio de As alterações em relação ao documento 9689/10 FREMP 15 JAI 419 COHOM 119 COSCE 7 RESTREINT UE encontram-se sublinhadas. As questões pendentes constam do documento 10207/10 FREMP 22 JAI 475 COHOM 136 COSCE /10 EXT 2 1

3 ANEXO I Projecto DECISÃO DO CONSELHO que autoriza a [ ] negociação do Acordo de Adesão da União Europeia à Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o artigo 6.º do TUE e o Protocolo n.º 8 a ele relativo, Tendo em conta a recomendação da Comissão, Considerando que a União Europeia deve aderir à Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais (CEDH), DECIDE: Artigo 1.º É autorizada a abertura de negociações, em nome da União Europeia, a fim de acordar com as Partes Contratantes na Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais a adesão da União Europeia a esta Convenção /10 EXT 2 2

4 Artigo 2.º A Comissão é nomeada negociador da União. Artigo 3.º A Comissão conduzirá as negociações em consulta com o Grupo dos Direitos Fundamentais, dos Direitos dos Cidadãos e da Livre Circulação de Pessoas, na qualidade de comité especial nomeado pelo Conselho nos termos do artigo 218.º, n.º 4, do TFUE. A Comissão apresentará periodicamente um relatório ao comité especial sobre o progresso das negociações e enviará sem demora ao comité especial todos os documentos de negociação. Artigo 4.º As negociações devem ser efectuadas em conformidade com as directrizes de negociação constantes do Anexo. Artigo 5.º Tendo em conta a situação especial resultante do facto de todos os Estados-Membros serem também Partes Contratantes na CEDH, os Estados-Membros presentes nas negociações, respeitando-se mutuamente, nos termos do artigo 4.º, n.º 3 do TUE, apoiarão o negociador da União na defesa da posição da União, em conformidade com as directrizes de negociação em vigor nessa altura. Artigo 6.º A presente decisão entra em vigor no dia da sua adopção /10 EXT 2 3

5 ANEXO II Directrizes de negociação Princípios gerais 1. A União deve negociar um Acordo de Adesão a concluir com as Partes Contratantes na Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais. O acordo deve incluir disposições que garantam segurança jurídica quanto à forma como a CEDH funcionará no caso específico da União Europeia enquanto entidade jurídica distinta investida de poderes autónomos paralelamente a todos os seus Estados-Membros. As negociações devem ser conduzidas em conformidade com o artigo 6.º do TUE e o Protocolo n.º 8 relativo a esse mesmo artigo. No âmbito do quadro fixado pelo direito primário, a adesão deve nortear-se pelos cinco princípios básicos seguintes, que devem reflectir-se, se necessário, no Tratado de Adesão: a) A adesão não deve afectar as competências da União nem os poderes das suas instituições, órgãos ou organismos; deve ser dada especial atenção à repartição de competências entre a UE e os seus Estados-Membros e à competência do Tribunal de Justiça da UE, bem como à preservação do direito da União e do seu sistema jurídico único (princípio da neutralidade relativamente às competências da União); b) As características materiais e processuais do sistema da CEDH devem ser preservadas também relativamente à União na maior medida possível compatível com os princípios referidos nas alíneas a) e c) a e) (princípio da preservação do sistema da CEDH). Quando a União considerar que são necessárias regras especiais, deve assegurar-se que estas não alterem a natureza essencial do sistema da Convenção /10 EXT 2 4

6 c) A adesão não deve afectar as obrigações que incumbem aos Estados-Membros por força da CEDH e dos seus Protocolos, nem as reservas ou derrogações emitidas por eles em relação à CEDH ou aos seus Protocolos (princípio da neutralidade relativamente às obrigações dos Estados- -Membros); d) Os órgãos do Conselho da Europa que aplicam a CEDH, a saber, o Tribunal de Estrasburgo e o Comité de Ministros, não devem ser chamados a interpretar mesmo implicitamente ou a título incidental o direito da União e, em especial, as suas regras relativas às atribuições das instituições e órgãos da União e relativas ao teor e âmbito das obrigações que decorrem para os Estados- -Membros do direito da União (princípio da interpretação autónoma do direito da União); e) A União deve ser autorizada a participar no Tribunal de Estrasburgo, bem como nos outros órgãos do Conselho da Europa na medida em que as suas actividades estejam associadas à finalidade do Tribunal de Estrasburgo em pé de igualdade com as outras Partes Contratantes na CEDH (princípio da igualdade de condições); Antes de as negociações terem sido concluídas, a União deve decidir se será necessário acompanhar a adesão de quaisquer reservas ou declarações da União. 2. As negociações devem garantir que a União só seja responsabilizada por violações da CEDH devido à não adopção de um acto ou medida na medida em que o seu sistema de competências permita a adopção do acto ou medida em questão. 3. As negociações devem garantir que o Acordo de Adesão cria obrigações ao abrigo da CEDH e, consoante o caso, ao abrigo dos [...]Protocolos a que a União pode aderir, apenas relativamente a actos e medidas adoptados por instituições, órgãos ou organismos da União 1. 1 NÃO DESCLASSIFICADO 10206/10 EXT 2 5

7 4. As negociações devem garantir a clarificação de que certos termos utilizados na Convenção que não possam literalmente ser aplicados em relação à União enquanto Parte Contratante na CEDH, devem ser entendidos como referindo-se, consoante o caso, mutatis mutandis, também à União como Parte Contratante. Âmbito da adesão 5. As negociações devem garantir que a União pode aderir a qualquer um dos Protocolos da CEDH, actuais ou futuros, e que as disposições materiais do Acordo de Adesão serão igualmente aplicáveis em relação aos Protocolos a que a União aderirá no futuro. Nas negociações, a União deve informar as Partes Contratantes na Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais de que aderirá, numa primeira fase 1, em conformidade com o artigo 218.º do TFUE, apenas aos Protocolos que tenham sido ratificados por todos os Estados-Membros. 2 Participação da União nos órgãos da Convenção 6. Enquanto Parte Contratante distinta, a União Europeia deve ter direito a um juiz, que deve ser escolhido a partir de uma lista de três candidatos propostos pela União Europeia. O juiz deve ter o mesmo estatuto e funções que os das outras Partes Contratantes na CEDH. 7. Um número adequado de membros do Parlamento Europeu deve ser autorizado a participar em sessões da Assembleia Parlamentar, quando esta exercer funções relacionadas com a aplicação da CEDH, em especial a eleição de todos os juízes ao abrigo do artigo 22.º da CEDH. Deve ser levantada a questão da introdução de adaptações nas regras internas dos órgãos do Conselho da Europa, se necessário, a fim de garantir uma participação adequada da União nos procedimentos de selecção dos juízes. 8. A União deve ser autorizada a participar com direito a voto nas reuniões do Comité de Ministros do Conselho da Europa, quando este exercer o seu papel em relação à CEDH. 1 2 A fim de ir ao encontro das preocupações manifestadas por certos Estados-Membros, COM propôs substituir a expressão "numa primeira fase" por "pelo menos". Certas delegações apoiaram a adesão da UE a todos os Protocolos em vigor /10 EXT 2 6

8 Questões financeiras 9. Qualquer contribuição financeira da União para despesas relacionadas com a CEDH (que cubram as despesas de funcionamento do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e os custos relacionados com as actividades do Comité de Ministros em que a União participa) deve assumir a forma de um montante fixo, calculado segundo uma fórmula previamente estabelecida 1 que deve ser proporcionada ao grau de participação da EU nos órgãos da CEDH. Questões relacionadas com os processos junto do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem 10. a) As negociações devem assegurar que os processos intentados por Estados não membros da União e os recursos interpostos a título individual envolvam adequadamente os Estados-Membros e/ou a União, conforme adequado. b) A União deverá ter o direito de se juntar ao processo na qualidade de "co-requerida", mediante notificação ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem da existência de uma ligação intrínseca entre a alegada violação da CEDH e uma disposição do direito da União, apresentando a sua justificação em relação à existência dessa conexão. c) Da mesma forma, os Estados-Membros deverão ter o direito de se juntarem ao processo na qualidade de co-requeridos, usando igualmente de todos os direitos na sua qualidade de partes no processo, mediante notificação ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem da existência de uma ligação intrínseca entre a alegada violação da CEDH e o TUE, o TFUE ou qualquer outra disposição que tenha um idêntico valor jurídico, apresentando as suas justificações quanto à existência dessa conexão. d) Esse mecanismo deverá assegurar que a repartição de competências entre os Estados- -Membros e a União não é afectada e que a União e os seus Estados-Membros deverão poder, no âmbito das respectivas competências, defender a compatibilidade do acto litigioso com a CEDH. 1 NÃO DESCLASSIFICADO 10206/10 EXT 2 7

9 11. As negociações deverão assegurar que o princípio do controlo interno prévio por parte do TJE é também respeitado nos casos em que num processo instaurado perante o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem seja suscitada a questão da compatibilidade com a CEDH de um acto adoptado por uma instituição, órgão ou organismo da União, não tendo o TJE tido a oportunidade de se pronunciar sobre a compatibilidade desse acto com os direitos fundamentais definidos a nível da União. Deverá considerar-se que qualquer meio processual desse tipo, que permite que o TJE avalie a compatibilidade do acto em causa com os direitos fundamentais, se destina a salvaguardar a natureza subsidiária do processo instaurado perante o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, e não deverá ter como consequência causar sérios atrasos no processo. 12. As negociações devem garantir que o artigo 35.º, n.º 2, alínea b), da CEDH não prejudica a possibilidade de um particular interpor recurso junto do Tribunal de Estrasburgo depois de ter interposto recurso a nível do sistema jurisdicional da União e que o artigo 55.º da CEDH não prejudica a intervenção do TJE na resolução de litígios entre Estados-Membros ou entre Estados- -Membros e instituições ou órgãos da União e, em especial, o artigo 344.º do TFUE. Cláusulas finais 13. O Acordo deve prever a aceitação pela União Europeia de forma a que só entrará em vigor depois de o Conselho, após obter autorização do Parlamento Europeu, ter tomado por unanimidade uma decisão sobre a celebração do acordo e após ter obtido a aprovação dos Estados-Membros, em conformidade com as respectivas normas constitucionais, tal como previsto no artigo 218.º, n.º 8, do TFUE /10 EXT 2 8