Curso Análise de dados e uso da informação no SUS. Introdução à análise de dados
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- Isaque Valverde Capistrano
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1 Curso Análise de dados e uso da informação no SUS Introdução à análise de dados
2 Análise: definições Aurélio -Decomposição de um todo em suas partes constituintes -exame de cada parte de um todo tendo em vista conhecer sua natureza, suas proporções, suas funções, suas relações, etc -estudo pormenorizado, exame, crítica.
3 Japiassu & Marcondes Divisão ou decomposição de um todo ou de um objeto em suas partes, seja materialmente (análise química de um corpo), seja mentalmente (análise de conceitos) Opõe-se à síntese, ato de composição que consiste em unir em um todo diversos elementos dados separadamente. Procedimento pelo qual fornecemos a explicação sensata de um conjunto complexo
4 Dois alunos olham para uma tabela... _Professor, eu vi a tabela, mas não sei analisar. Eu olho pra ela, mas não vejo nada _Nossa! Demais, heim!? Exatamente o que nós estávamos achando! O que difere estas duas falas?
5 Contexto prévio Conhecimento do tema O que estou procurando? _Já tenho todas as respostas, mas qual era a pergunta mesmo?
6 Método Levantamento de dados/informações Comparação Levantamento de dados exige etapa prévia. O que quero saber? O que procuro? O que levantar? O que tabular? Após levantamento de dados Construção de informações Comparação: percepção de diferenças ou regularidades
7 Conhecimento das bases de dados Conceitos: conteúdo e significado Formatos: conversões e domínio da tecnologia Tipo/articulação: unitária ou relacional Estrutura: variáveis, tipos e tamanhos Tabelas de conversão
8 Instrumentos auxiliares Indicador: Destaca o aspecto, ampliando a capacidade de percepção Parâmetros: Padrão de comparação Estatística: Validação de diferenças/regularidades Conhecimento acumulado/cultura: treino do olhar
9 PROCESSO DE TRABALHO Matéria Prima Trabalhador Projeto Modelo de Organização do Processo de Trabalho Ferramenta Manipular Produto Projeto Produção de Sentido (utilidade)
10 PROCESSO DE TRABALHO DE PRODUÇÃO DA INFORMAÇÃO Profissional de Saúde Objetivo Modelo de Organização do Processo de Trabalho Dados Conhecimentos e Métodos Organizar, tabular, analisar Indicador Informação Sujeito/Equipe Projeto Produção de Sentido (saúde)
11 Sujeito/Equipe Projeto Produção de Sentido É o trabalhador de saúde (sujeito) que dá sentido à informação. De acordo com uma determinada visão de mundo (pressupostos, intenções, objetivos, projeto) Informação é uma representação da realidade para um sujeito Um mesmo dado pode gerar informações diferentes
12 Sujeito/Equipe Projeto Produção de Sentido Indicador É o que indica Indicador ideal informa sobre o aspecto mais relevante e coerente com o objetivo
13 Os indicadores refletem o sistema de valores das pessoas que o constroem, o que implica em que formulem certas hipóteses e perguntas e não outras.
14 Indicador como mediação O que indica? Dado Informação Indicador
15 Tema geral Aspecto do tema Aspecto específico Indicador Medida - valor Medida - unidade Saúde da criança / mulher / idoso Vigilância sanitária Adequação do Pré-natal Qualidade do parto e condução Qualidade da assistência ao RN Vínculo com a unidade Sobrevivência no pós-parto imediato Manejo do RN com septicemia Coefic Mort Infantil Neonatal Precoce Presença neonatologista na sala do parto 9 Óbitos < 7 dias/1000 nv
16 Aspectos a considerar na escolha de indicadores Validade: É válido? reflete o que se quer? Sensibilidade e especificidade Característica do indicador / teste Confiabilidade/reprodutividade: é confiável? Característica do instrumento Representatividade/cobertura: representa todos que queremos que represente? Fatores administrativos: oportunidade, simplicidade, facilidade de obtenção e custo compatível
17 Comparação Escolha do indicador adequado Número absoluto? Proporção? Taxa? Quociente? Diferença? Qual variável? Preciso comparar comparáveis
18 Parâmetro a média o mais baixo o adequado o aceitável o valor de referência: necessário ou estimado a tendência
19 Validação das diferenças/comparações Intervalo de confiança: acaso Associação: variáveis qualitativas Correlação: variáveis quantitativas Concentração E no dia a dia? Olhar qui-quadrado
20 Apresentação de resultados Tabelas r Tabulaçã ção o simples r Tabulaçã ção o com respostas múltiplasm r Tabulaçã ção o de perguntas encadeadas r Tabulaçã ção o de perguntas abertas r Tabulaçã ção o de perguntas cruzadas
21 Tabulação simples Apenas uma alternativa. Normalmente, a soma das categorias é igual ao número de indivíduos, no entanto, podem ocorrer os casos ignorados. Ex.: Amostra: 277 questionários Pergunta: Qual a sua idade? 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos acima de 60 anos Total Ignorado freqüência % 12,3 27,5 22,5 13,0 17,4 7,2 100 A análise dos resultados demonstra que a maioria dos entrevistados está na faixa etária de 20 a 29 anos (27,5%), seguida dos que têm 30 a 39 anos (22,5%).
22 Tabulação com respostas múltiplas Mais de uma alternativa deve ser considerada para cada pergunta ou registro Ex.: Amostra: 319 questionários Pergunta: Indique três problemas de saúde que teve no último mês freqüência % Primeiro IVAS 47 14,7 Segundo Cefaléia 29 9,1 Terceiro Diarréia 25 7,8 Nesse caso, são geradas três tabelas, que devem ser condensadas em uma só.
23 Tabulação de perguntas encadeadas Nesse caso, a segunda pergunta é respondida em função da primeira. Ex.: Amostra: 277 questionários Pergunta 1: Tem filhos? Pergunta 2: Se sim, quantos? freqüência % freqüência % Sim ,1 Até 2 filhos 97 52,2 Não 91 32,9 De 3 a 4 filhos 61 32,8 Total De 5 a 6 filhos 20 10,8 A análise dos resultados deve ser feita em função das duas perguntas. De 7 a 8 filhos A partir de 9 filhos Total ,7 1,6 100,0 Dos respondentes que são pais (67,1%), a maioria tem até dois filhos (52,2%).
24 Tabulação de perguntas abertas Padronizam-se as respostas por categoria e procede-se à tabulação como tabulação de pergunta simples. Ex.: Amostra: 277 questionários Pergunta: O que o Sr. (a) acha que falta em Cajueiro Seco, quando o assunto é lazer? Respostas: praça praças praça praças boas dança cantor na praça festas pagode quadra de futebol quadra quadra quadra de basquete
25 biblioteca cinema, teatro clube festas igreja limpeza nada não sei parque praça quadra segurança tudo Total Tabulação de perguntas abertas freqüência % 0,4 3,6 2,5 1,8 1,8 1,1 2,9 22,4 4,0 36,5 5,8 6,1 11,2 100,0 A análise dos resultados demonstra que a maioria dos respondentes acha que faltam praças (36,5%) quando o assunto é lazer em Cajueiro Seco. 22,4% dos entrevistados não souberam responder à questão, ao passo que 11,2% dos respondentes acreditam que falta tudo quando a questão é o lazer na comunidade.
26 Tabulação de perguntas cruzadas É a tabulação e análise de duas perguntas simultaneamente. Ex.: Perguntas que serão cruzadas: Gênero e Estado Civil Solteiro Casado Separado Viúvo Outros Total Masculino Feminino Total É possível dizer que, em relação ao gênero x estado civil, a maioria das mulheres são solteiras (66) e os homens são casados (66). No entanto, verifica-se que a maior parte dos respondentes que são separados e viúvos são mulheres.
27 Apresentação de resultados Gráficos: -linhas -barras -pizza -barra de 100% -dispersão
28 Razão dos riscos ou das quantidades Medida da relação Razão dos números absolutos Exemplo: Razão de mortalidade padronizada Comparo o número de óbitos observado com o número esperado sob certas condições Observado/esperado (* 100) IAM em metalúrgicos e IAM em metalúrgicos se eles estivessem submetidos aos riscos da população geral
29 Razão dos coeficientes Risco relativo ou razão dos coeficientes Expostos e não expostos Uma região em relação à outra. Região periférica da cidade tem CMI de X. Na área nobre o CMI é Y Razão dos riscos ou dos coeficientes é X/Y Me diz o quanto é maior o risco em X
30 Diferença (subtração) dos riscos ou das quantidades Diferença de números absolutos Exemplo 1: excesso de casos/mortes Observados esperados / esperados dá o excesso de mortes Razão de mortalidade excessiva Observado esperado / esperado * 100
31 Exemplo 2: Como calcular queda? Tendência entre 2 pontos Tive 30 mortes este ano e 35 no ano passado Diferença é = -5 Posso dar a proporção da queda = -5/35*100 = -14,3 %
32 Diferença dos coeficientes: risco atribuível ou fração etiológica Exemplo: Risco de morte por câncer de pulmão entre fumantes é 90/ hab Risco de morte por câncer de pulmão entre não fumantes é 30/ hab Risco relativo é X/Y= 90/30 = 3 Risco atribuível é X-Y= = 60 mortes / hab podem ser atribuídas ao fumo
33 Posso calcular risco atribuível proporcional = 60/90*100 = 66,6 % do total de mortes entre fumantes pode ser atribuído ao fumo Risco atribuível populacional: Incidência na população Incidência em não expostos Risco atribuível populacional proporcional: Diferença / Incidência na população * 100
34 Cálculo do intervalo de confiança para um coeficiente populacional IC95% = coeficiente +/- (1,96 EP) EP = Erro Padrão = Coeficiente / Raiz Quadrada do nº de óbitos Mortalidade Infantil de Santo André em ,2 / nv (142 óbitos) IC95% = 14,2 +/- (1,96*(14,2/RQ(142))) IC95% = 14,2 +/- (1,96*1,19) IC95% = 14,2 +/- 2,33 = 11,9-16,5 / 1000 nv
35 Cuidados nas análises Artefatos -Qualidade dos dados: numerador e denominador -Conhecimento da base, das suas definições, da cobertura, evasão e invasão, etc Regra geral: Não condene sem julgamento próprio! Cuidado com os mitos!
36 Real -Pequenos números: flutuações aleatórias Estabilização: média de mais períodos Tendência: média móvel
37 Análise - exemplo Geral: Nº, % e taxas Sexo e Faixa etária Escolaridade e Ocupação Tipo de unidade ou prestador etc, etc Tendência Mesmas variáveis Espaço Mesmas variáveis
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