Regulamento da CMVM n.º 95/12 Regulamento da CMVM sobre o Registo, Liquidação e Compensação de Futuros e Opções
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1 Não dispensa a consulta do diploma publicado em Diário da República Regulamento da CMVM n.º 95/12 Regulamento da CMVM sobre o Registo, Liquidação e Compensação de Futuros e Opções Ao abrigo do disposto na alínea a) do nº 1 do artigo 14º do Código do Mercado de Valores Mobiliários e para os efeitos do disposto no nº 1 do artigo 423º do mesmo diploma legal, o conselho directivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ouvido o Banco de Portugal e a associação de bolsa interessada, aprovou o seguinte regulamento: Capítulo I Âmbito Artigo 1º (Âmbito) 1. O presente regulamento contém as normas gerais aplicáveis ao registo, compensação e liquidação das operações sobre futuros e opções a que se referem os artigos 421º e 422º do Código do Mercado de Valores Mobiliários, para além do disposto nesse diploma e demais regulamentos da CMVM e da entidade gestora do mercado. 2. Os termos do registo de operações não realizadas no mercado de futuros e opções, a que se refere o nº 7 do artigo 411º do Código do Mercado de Valores Mobiliários, serão definidos pela entidade gestora do mercado, não se lhes aplicando o presente regulamento. Capítulo II Registo das Operações Secção I Disposições Gerais Artigo 2º (Representação das posições) As posições resultantes da realização de operações de futuros e opções são exclusivamente representadas mediante registos no sistema de contas para o efeito organizado pela entidade gestora do mercado.
2 Artigo 3º (Registo das operações pela entidade gestora) 1. As operações efectuadas no mercado são registadas pela entidade gestora do mercado. 2. O registo consiste na inscrição da operação no sistema de contas da entidade gestora do mercado. 3. O registo terá lugar no momento do fecho de duas ofertas de sentido contrário, quando introduzidas no sistema informático de negociação ou, no que respeita às aplicações, no momento e nos termos definidos pela entidade gestora. 4. A entidade gestora será contraparte vendedora e compradora, respectivamente, do comprador e vendedor, a partir do registo de cada operação. 5. Enquanto as operações não forem objecto de registo não são eficazes face à entidade gestora do mercado, nem são consideradas operações de bolsa. Artigo 4º (Duração dos registos) As operações mantêm-se registadas até à sua liquidação ou ao encerramento das posições abertas, conforme os casos. Artigo 5º (Certidões) Sem prejuízo dos deveres de segredo a que está obrigada, a entidade gestora pode emitir certidões com base nos registos a que se referem os artigos anteriores. Artigo 6º (Procedimentos de segurança em relação aos registos) A entidade gestora do mercado deve adoptar os procedimentos de segurança necessários de modo a preservar, em termos adequados, a certeza e fiabilidade dos registos constantes no sistema de contas. Secção II Das Contas de Registo Artigo 7º (Sistemas de contas) 1. A entidade gestora deve possuir um sistema central de contas onde são inscritas todas operações realizadas no mercado. 2. Os membros do mercado devem possuir um sistema de contas onde são registadas todas as operações realizadas no mercado por seu intermédio. Artigo 8º (Abertura e modalidades de contas) 1. As contas a abrir no sistema central podem ser de natureza permanente ou transitória, de acordo com as classes que venham a ser definidas pela entidade gestora.
3 2. A abertura de contas, em nome próprio ou de clientes deve ser solicitada pelos membros do mercado junto da respectiva entidade gestora. 3. Um cliente pode solicitar a abertura de mais do que uma conta junto do mesmo, ou de distintos membros. 4. Os clientes que operem através de vários membros, podem solicitar, designadamente para efeitos de compensação de posições, a abertura de uma conta global, para onde serão transferidas as operações que forem registadas nas contas transitórias a ela associadas. 5. A entidade gestora do mercado pode determinar que as operações efectuadas no exercício da actividade de criador de mercado sejam registadas em contas separadas. Artigo 9º (Contas permanentes) As contas permanentes de clientes e as contas próprias dos membros reflectem, a todo o momento: a) Os contratos registados; b) Os prémios de opções, pendentes de liquidação; c) Os ajustes diários de ganhos e perdas; d) Liquidações de operações; e) Garantias constituídas; f) Taxas devidas à entidade gestora. Artigo 10º (Contas transitórias) As contas transitórias destinam-se à inscrição temporária das operações, devendo as mesmas ser definitivamente registadas numa conta permanente. Artigo 11º (Das contas nos membros) 1. O sistema de contas de cada membro deve reflectir a todo o momento os registos contidos no sistema central de contas das operações que tenham sido intermediadas por esse membro. 2. O sistema a que se refere o número anterior deve permitir o registo em separado das operações realizadas por conta própria e das realizadas por conta de cada cliente.
4 Secção III Alteração dos Registos Artigo 12º (Princípios) 1. Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, os registos de posições abertas não podem ser alterados, por transferência, modificação ou qualquer outro procedimento. 2. As alterações aos registos são efectuadas e aprovadas pela entidade gestora do mercado, a pedido dos membros em cujas contas estejam registados os contratos em causa. 3. A entidade gestora do mercado pode exigir ao membro do mercado que solicite qualquer alteração ao abrigo do nº 1, a apresentação de documentos que fundamentem o seu pedido e, bem assim, fixar outros requisitos adicionais, nomeadamente: a) as condições ou limites de preço a observar, por referência com os preços ou ofertas praticados no respectivo mercado; b) a forma ou meios a utilizar; c) o horário da apresentação e da sua execução; d) as eventuais comissões a aplicar; e) a documentação a apresentar pelos solicitantes. 4. Para os efeitos do disposto no presente artigo, os registos só se consideram alterados a partir do momento em que essa alteração tenha sido efectuada no sistema de contas. Artigo 13º (Transferências) 1. Para além das transferências exigidas pela natureza das contas onde as operações são inicialmente registadas e das que forem determinadas pela própria entidade gestora, as posições registadas nas contas só podem ser transferidas nas seguintes situações: a) entre contas próprias de um mesmo membro; b) entre contas de um mesmo cliente abertas num mesmo membro; c) entre contas de um mesmo cliente abertas em diferentes membros; d) entre contas de diversos clientes abertas num mesmo membro ou em membros distintos. 2. A entidade gestora do mercado definirá, através de regulamento, os casos e as condições em que se processam as transferências referidas na alínea d) do número anterior.
5 Artigo 14º (Modificações) Os elementos registados nas contas só podem ser modificados: a) por erros materiais evidentes; b) nos casos de sucessão, doação ou subrogação legal. Capítulo III Compensação e Liquidação Secção I Disposições Gerais Artigo 15º (Princípio geral) 1. A entidade gestora do mercado assegura, diariamente, a compensação e liquidação das operações de futuros e opções efectuadas no mercado, disponibilizando aos membros compensadores a informação necessária para o efeito. 2. Os serviços referidos no número anterior são assegurados através de um sistema de compensação e liquidação, gerido pela entidade gestora do mercado. Artigo 16º (Preço de referência) Para efeitos das liquidações a que se refere o artigo anterior e bem assim para efeitos de cálculo das garantias devidas, a entidade gestora calcula e divulga preços de referência de cada um dos contratos negociados no mercado. Artigo 17º (Ajustes diários de ganhos e perdas) 1. A entidade gestora do mercado assegura o cálculo e liquidação dos ganhos e perdas que diariamente se verifiquem nas posições abertas em contratos de futuros. 2. As condições gerais dos contratos de opções poderão consagrar a adopção dos procedimentos referidos no número anterior, relativamente a esses contratos. Artigo 18º (Liquidação das operações na data de vencimento ou de exercício) 1. A liquidação de uma operação na data de vencimento ou de exercício corresponde ao cumprimento das obrigações que para as partes decorrem das posições que se encontrem em aberto. 2. As operações podem ser objecto de uma liquidação física e financeira ou de liquidação meramente financeira, de acordo com o que se encontrar previsto nas condições gerais do contrato em causa.
6 Artigo 19º (Liquidação física) 1. A liquidação física das operações é efectuada pela entrega do activo subjacente do contrato, por parte do membro vendedor ao membro comprador, nos termos que se encontrem definidos pela entidade gestora do mercado. 2. A liquidação física é organizada pela entidade gestora do mercado por forma a assegurar que na data de vencimento do contrato se encontram integralmente cumpridas as obrigações que resultam, para as partes, da realização do contrato. Artigo 20º (Liquidação financeira) Todas as liquidações financeiras são efectuadas mediante a compensação multilateral dos saldos credores e devedores de cada membro compensador. Artigo 21º (Situações excepcionais) Sempre que tal se revele necessário para a salvaguarda dos interesses do mercado, a entidade gestora pode determinar a adopção de procedimentos alternativos ao nível da liquidação das operações, nomeadamente, arbitrando preços de referência, substituindo a liquidação por entrega por uma liquidação meramente financeira ou alterando os prazos de liquidação das operações. Artigo 22º (Procedimentos de liquidação) Compete à entidade gestora do mercado a definição dos procedimentos e prazos a adoptar pelos membros do mercado na liquidação física e financeira das operações. Secção II Da Liquidação Física Artigo 23º (Central de Valores Mobiliários) A movimentação de valores mobiliários integrados no sistema de registo e controlo de valores mobiliários escriturais ou de depósito e controlo de valores mobiliários titulados fungíveis, em consequência da liquidação física de operações de futuros e opções, é efectuada através da Central de Valores Mobiliários, nos termos definidos no presente regulamento e de acordo com os procedimentos estabelecidos no regulamento geral daquela entidade. Artigo 24º (Contas da entidade gestora) 1. Para os efeitos de liquidação física das operações de futuros e opções, a entidade gestora do mercado pode abrir contas de valores mobiliários, observado o disposto nº 1 do artigo 45º do regulamento da CMVM nº 95/9. 2. As contas a que se refere o número anterior são abertas na própria entidade gestora do mercado e na Central de Valores Mobiliários.
7 Artigo 25º (Modos de intervenção da entidade gestora) 1. Para os efeitos da presente secção, a entidade gestora do mercado não pode registar valores mobiliários em seu nome. 2. As contas a que se referem os artigos anteriores têm como função exclusiva a liquidação física de operações de futuros e opções, quando impliquem a movimentação de valores mobiliários integrados na Central de Valores Mobiliários, mantendo os intermediários financeiros todas as obrigações para eles resultantes do registo dos valores mobiliários em causa. 9 de Novembro de O Presidente do Conselho Directivo, Álvaro Cordeiro Dâmaso.
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