CANAL DE ACESSO DO PORTO DE PARANAGUÁ : ASPECTOS SOB A ÉGIDE DA AUTORIDADE MARÍTIMA BRASILEIRA (AMB)
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- Terezinha Azenha Mendes
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1 CANAL DE ACESSO DO PORTO DE PARANAGUÁ : ASPECTOS SOB A ÉGIDE DA AUTORIDADE MARÍTIMA BRASILEIRA (AMB)
2 SUMÁRIO A QUESTÃO DA SEGURANÇA DA NAVEGAÇÃO SITUAÇÃO ATUAL DO CANAL DE ACESSO AOPORTO DE PARANAGUÁ A QUESTÃO DA DRAGAGEM CONCLUSÃO
3 Constituição Federal 1988 (Art. 142) Lei 8.617/93 Lei Complementar 97/99 Legislação Pertinente Dispõe sobre mar territorial, a zona contígua, a ZEE e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências. Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares: II - prover a segurança da navegação aquaviária; IV - implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas interiores... Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do Comandante da Marinha o trato dos assuntos dispostos neste artigo, ficando designado como "Autoridade Marítima", para esse fim. Lei 9.966/00 Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em AJB.
4 Legislação Pertinente Lei 9.537/97- Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário Dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário nas AJB: Art Estabelece as diversas atribuições da Autoridade Marítima, dentre Art. as quais Cabe a elaboração à Autoridade de Normas Marítima para promover tráfego a e implementação permanência e das a execução embarcações desta nas Lei, águas com de o propósito jurisdição de nacional, assegurar bem a salvaguarda como sua entrada vidae humana saída de e portos, a segurança atracadouros, da navegação, fundeadouros no e mar marinas, aberto bem e hidrovias como a interiores, execução de e dragagens a prevenção no que da concerne poluição ao ambiental ordenamento por do parte espaço de embarcações, aquaviário e à plataformas segurança e da suas navegação, instalações sem de prejuízo apoio. das obrigações frente aos demais órgãos competentes. NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA
5 Legislação Pertinente Legislação Brasileira Convenções Internacionais Ratificadas pelo Brasil (CNUDM, SOLAS, MARPOL, STCW, etc) NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA Segurança da Navegação e Salvaguarda da Vida Humana Segurança do Tráfego Aquaviário Segurança de Embarcações Praticagem Sinalização Náutica Cartografia Náutica Meteorologia Marinha Prevenção da Poluição Poluição causada por navios, Plataformas e suas Instalações de Apoio, inclusive no que se refere à Fiscalização de eventuais cargas nocivas ou perigosas embarcadas ou lançadas ao mar.
6 SITUAÇÃO DO CANAL DE ACESSO Entre 2003 e 2006, passaram a ser informadas graves alterações na geometria do canal externo da Galheta, com redução de profundidade, da largura em alguns pontos e encurvando- se na direção nordeste, contrariando o seu traçado retilíneo original. A partir de 2004, o trecho delimitado entre as bóias 1 e 2 e bóias 3A e 4A deixou de ser representado nas cartas náuticas da Marinha do Brasil como dragado e balizado, ficando somente como balizado. A necessidade de dragagem ocorre desde a sua fundação do porto, em 1935, sendo uma preocupação constante para a Comunidade Marítima e para a AUTORIDADE MARÍTIMA, neste caso pelo fato de afetar de forma direta a suas atribuições legais relacionadas com a Segurança da Navegação e seus desdobramentos no que se refere à Salvaguarda da Vida Humana e Preservação do Meio Ambiente Marinho. Desde 2005, estão paralizadas as atividades de dragagem do canal de acesso a Paranaguá.
7 Canal Original: Canal Atual: Direção do Assoreamento ( redução de profundidade: 1,0 m por ano)
8 ASSOREAMENTO Croquis do Canal Externo da Galheta Situação em 24/abril/2007
9 SITUAÇÃO DO CANAL DE ACESSO Constatadas, tecnicamente, as informações de degradação do canal externo da Galheta, a Capitania dos Portos do Paraná, na qualidade de Agente da Autoridade Marítima Brasileira expediu a Portaria n o 19 de 06JUN2006, com restrições para a manobra de navios com calado entre 11,0 e 12,5 m, ressaltando a proibição de realizar manobras noturnas com esses navios, visando a evitar riscos à segurança da navegação e prevenir riscos de poluição decorrentes de um encalhe no canal, bem como manobra com mar acima do nível 3 da Escala Beaufort (vento de 10 nós) ou ocorrência de ondas de fundo. A retirada das restrições prescritas nessa Portaria está condicionada à retificação/dragagem do canal externo da Galheta à profundidade estabelecida na Carta Náutica 1821, publicada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação. (12,5m, apesar de em 1996 o canal ter sido dragado a 13m).
10 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS PERTINENTES EFEITOS A QUE UM NAVIO É SUBMETIDO E QUE SÃO CRÍTICOS AO NAVEGAR EM UM CANAL 1- CURVA DE GIRO Efeito provocado ao se guinar (mudar a direção), por meio do leme. O navio tende a manter a sua trajetória retilínea anterior, assumindo uma trajetória em espiral. Mais ainda, tende a andar de lado para o bordo oposto ao da guinada, aumentando virtualmente o tamanho de sua boca, o que é crítico quando o canal é estreito. E quanto menor a velocidade do navio, mais lentamente ocorrerá a mudança de rumo. 2- EFEITOS DE VENTO E CORRENTE O primeiro atuando sobre a parte do casco acima da linha d água e o outro abaixo d água, alteram a trajetória do navio, exigindo a compensação no rumo. Quanto menor a velocidade do navio e maiores as suas dimensões, mais drásticos são os efeitos de vento e corrente.
11 EFEITOS A QUE UM NAVIO É SUBMETIDO E QUE SÃO CRÍTICOS AO NAVEGAR EM UM CANAL 1 a Conclusão Parcial - A presença de curvas, implica, na prática, na redução da largura do canal, devido ao efeito da curva de giro; No canal externo da Galheta, há trechos em que a largura real do canal já se encontra na faixa de 150m, o que agrava o que está mencionado no parágrafo anterior. -A manobra com velocidade reduzida traz como consequência dificuldades no governo do navio, devido aos efeitos de vento e de corrente, além de lentidão na resposta às alterações de rumo necessárias relizar as curvas e, também, para compensar os efeitos de vento e de corrente.
12 EFEITOS A QUE UM NAVIO É SUBMETIDO E QUE SÃO CRÍTICOS AO NAVEGAR EM UM CANAL 3- EFEITO SQUAT Efeito provocado pelo deslocamento do casco do navio ao cortar a massa líquida, tendendo a aumentar o seu calado, causando uma inclinação pela popa (trim). Quanto mais raso for o canal, maior é o efeito squat, exigindo a redução da velocidade 4- EFEITO DE MARGEM Efeito decorrente da geração de uma região de baixa pressão entre o casco do navio e a margem do canal, e que tende a alterar a direção no sentido oposto ao da curva que está sendo executada, tornando crítica a manutenção de governo. Pior o efeito quanto mais estreito e mais raso for o canal e maior a velocidade do navio.
13 EFEITOS A QUE UM NAVIO É SUBMETIDO E QUE SÃO CRÍTICOS AO NAVEGAR EM UM CANAL 2 a Conclusão Parcial -A baixa profundidade de um canal agrava os efeitos de squat, obrigando a redução da velocidade do navio; e -A existência de curvas no canal agrava os efeitos de margem e de squat, o que também obriga à redução da velocidade do navio. - A ocorrência de ondas de fundo (alta amplitude e longo período), tende a empurrar o navio para baixo no cavado da onda, reduzindo virtualmente o calado da navegação, com perigo de choque com o fundo e alquebramento do navio.
14 CONCLUSÃO O assoreamento do canal da Galheta vem progredindo na direção NE, formando curvas, reduzindo a sua largura em alguns pontos e deformando o seu traçado retilíneo original. Em decorrência das curvas formadas, favorecendo os efeitos negativos de squat, de margem e de águas rasas, obriga os navegantes a reduzirem, perigosamente, a velocidade dos navios. A redução da velocidade do navio, por outro lado, afeta, drasticamente, a capacidade de governo para realizar as mudanças de rumo (exigidas pela curvaturas ora existentes no canal), devido aos efeitos de giro, de corrente e de vento, gerando riscos de encalhe ou colisão, o que teria conseqüências desastrosas.
15 CONCLUSÃO Tal situação se constitui em iminente risco à Segurança O agravamento da das Navegação, condições de à navegabilidade Salvaguarda da do canal Vida Humana externo da no Galheta Mar e ao implicará Meio Ambiente na necessidade Marinho, da Autoridade Marítima aplicar progressivas restrições de exigindo, portanto, a intervenção da Autoridade acesso de navios ao Porto de Paranaguá, na medida em Marítima que crescerem Brasileira os riscos por à força Segurança de competência da Navegação, legal, à nos Salvaguarda termos da Vida Lei Complementar Humana no Mar 97/99 ao Meio e da Ambiente Lei de Segurança Marinho. do Tráfego Aquaviário (Lei 9.537/97).
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