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2 Todos os direitos reservados ACADEMIA DO LIVRO uma marca da Oficina do Livro Sociedade Editorial, Lda. uma empresa do Grupo LeYa Rua Cidade de Córdova, Alfragide Telefone: Fax: academiadolivro@oficinadolivro.leya.com Site: Título: Family Coaching 36 Desafios para Pais Extraordinários Autoria: Sandra Belo e Ângela Coelho Revisão: Helena Ramos Paginação: Informaster, Lda. Capa: Margarida Rolo/Academia do Livro Imagem de capa: Shutterstock / RTimages Fotografia das autoras: Bernardo Coelho ISBN:

3 À Madalena, ao José Maria, ao Gil, à Matilde e à Clarisse, pelos muitos desafios diários que nos apresentam

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5 Queremos agradecer em especial... À Susana, porque sempre acreditou e nos manteve no caminho; À Margarida, pela casa que nos permitiu avançar; À Sandra e à Ana, pelas revisões e sábias sugestões. Ao André e ao Francisco, por se desafiarem a si próprios; À Lorraine Thomas e a todos os outros autores que nos inspiraram; Ao grupo Leya, pela oportunidade que nos proporcionou e por apoiar este projecto inovador; A todos os pais com quem trabalhámos Ângela e Sandra Aos meus pais, com Amor, por terem permitido que o sonho se tornasse realidade; À Ângela, companheira de viagem nesta maravilhosa aventura; A todos os amigos que me apoiaram e ajudaram a tornar possível este projecto Sandra Ao Carlos, com Amor, pela confiança sem limites e pela disponibilidade permanente; Aos meus pais, por todo o apoio e pela fé que depositam em mim; À Sandra a companhia perfeita para este caminho de descoberta! Ângela

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7 Índice Agradecimentos... 9 Prefácio Introdução Autoconfiança: a chave para começar Desafio 1 Autoconfiança instantânea para pais! Desafio 2 Pais confiantes fazem a mudança acontecer! Desafio 3 Acabe com a falta de autoconfiança, HOJE! Desafio 4 Faça um upgrade no seu papel de pai ou mãe Desafio 5 Criar bases saudáveis: os alicerces da confiança! Desafio 6 As competências do Melhor Gestor do Mundo Sonhos precisam-se: transforme-se no pai ou na mãe que deseja.. 49 Desafio 7 Escolha que pai ou mãe quer ser hoje! Desafio 8 «Pelo sonho é que vamos» Desafio 9 Assuma o controlo: aja em vez de lamentar! Desafio 10 Objectivos: o mapa do sonho Desafio 11 Passe à acção: pequenos passos, grandes soluções! Desafio 12 Família: construa a sua equipa! Caça ao tesouro: torne visível o que há dentro de si! Desafio 13 Descubra os seus valores e transforme-os na bússola da família Desafio 14 Limites amigos ou inimigos? Desafio 15 Limites: você consegue parar! Desafio 16 Sabe fazer omeletas sem ovos? Desafio 17 Redescobrir talentos esquecidos Desafio 18 De que são feitos os (seus) sonhos?... 91

8 4. Stop às birras dos pais Desafio 19 Seja transparente: conheça as suas birras Desafio 20 O detective das birras: encontre as suas pistas Desafio 21 Desactive os botões da birra: surpreenda os seus filhos! Desafio 22 Ganhe o controlo das suas emoções: invista em Balões de Oxigénio Desafio 23 Tire o poder às suas birras uma de cada vez Desafio 24 Transforme o plano B em plano A. E execute-o! Gestão do tempo: estratégias para uma família feliz! Desafio horas: um dia na minha vida Desafio 26 «Pede um desejo. - Cria mais tempo no meu dia!» Desafio 27 O segredo está na escolha: salada de fruta ou bolo de chocolate? Desafio 28 Faça o seu plano de viagem Desafio 29 Os pais são importantes: encontre tempo para si Desafio 30 Quero mais tempo. Já tenho mais tempo. Posso ter ainda mais tempo Vida familiar e vida profissional: seja duplamente feliz! Desafio 31 Quando os dois mundos chocam Desafio 32 Família e trabalho: dois mundos que se tocam Desafio 33 Acabe com a culpa: a liberdade está em si Desafio 34 Plano de gestão da sua família Desafio 35 O maravilhoso mundo dos pais que trabalham Conclusão Desafio 36 As conquistas dos pais reais

9 PREFÁCIO Quando se pergunta a pais, seja em inquéritos, seja em entrevistas para meios de comunicação, o que sentem acerca da sua parentalidade, a resposta é (felizmente) invariável: «é fantástico», «é a melhor experiência da minha vida», «é tudo o que sempre quis ser». Estas respostas são sinceras e não apenas fruto do «politicamente correcto». Os pais gostam, na esmagadora maioria dos casos, de ser pais. Mais, ficam inebriados por o ser mas, exactamente por entenderem que se trata de um processo fundamental e determinante na sua vida, a seguir ao êxtase vêm as dúvidas, as inquietações, a perplexidade. E o medo. Não simples receio, mas medo. Medo de não conseguir cumprir a função, alcançar os objectivos, não controlar todos os factores que determinarão o sucesso ou insucesso da missão. Medo de errar e de, com esses erros, determinar negativamente o percurso de vida dos filhos. É nessa altura que a alegria quase se desvanece e os sentimentos se tornam ambivalentes. Donald Winnicott, um pediatra e psicanalista britânico, definiu o conceito de good-enough mother (também aplicável aos progenitores masculinos) a mãe «suficientemente boa». Ou seja, a necessidade de as crianças terem mães (e pais) de boa qualidade mas não perfeitos. Pais perfeitos não existem, como não existem crianças ou pessoas perfeitas. Deveria ser um enjoo, diga-se de passagem, e sofreríamos de tédio, o pior dos factores de risco. Contudo, a sociedade parece exigir dos pais actuais a perfeição. Não apenas como pais, mas como cônjuges, familiares, profissio- 13

10 Ângela Coelho / Sandra Belo nais, cidadãos ou seres sociais. A perfeição e não menos do que isso. E, a par desta exigência, essa mesma sociedade (no fundo, o conjunto mais ou menos organizado de nós próprios), ainda é muito insuficiente em termos de apoio, compreensão, empatia e cidadania. Assim sendo, vem de imediato aos pais um desejo: ter o «manual de instruções» que alguém se esqueceu de apensar ao «produto» que lhes depositaram nas mãos. Os gritos de «socorro!» fazem-se ouvir, e procuram-se soluções, imploram-se instruções, mendigam-se receitas. Chovem então as «dicas»: «olha, eu se fosse a ti», «o melhor é vocês», «eu com o meu fazia assim» e estas prestáveis e amáveis intrusões, além de geralmente não servirem para nada, ainda baralham, fragilizam e irritam. A sociedade em que vivemos, por outro lado, baseia a avaliação das pessoas e dos desempenhos pelo lado negativo: num ditado de cem palavras, o aluno sabe a sua avaliação pelas 4 ou 5 palavras que errou, e não pelas 95 ou 96 que acertou. Reflexo de muita coisa, designadamente da matriz judaico-cristã da sociedade, e da presença constante da culpa, esta atitude é um obstáculo ao processo de aperfeiçoamento, o único que nos permite, com eficiência, satisfação e gozo, procurarmos ser melhores e, quase paradoxalmente, sentirmo-nos ainda mais imperfeitos, com espaço para nos aperfeiçoarmos mais. Mas, perante as dúvidas, os receios, a culpa, a pressão do que «os outros» dizem, qual a solução? Cada um encontrará a sua, mas passará, seguramente, por a inventar dentro de nós próprios, puxando por ela com base na informação, no conhecimento e na sabedoria que temos. Afinal, não desenhámos já nós próprios um enorme percurso de vida? Repleto de sucessos e de erros, de êxitos e de falhas? Se nos debruçarmos um pouco a analisarmos os nossos comportamentos, se nos interrogarmos, questionarmos, se tivermos a capacidade de mudar sem que isso seja visto necessariamente como uma ameaça mas sim como uma oportunidade para nos aperfeiçoarmos, então daremos o necessário salto do 14

11 Coaching parental 36 Desafios para Pais Extraordinários problema para a solução. É que, enquanto estivermos a ruminar e a dar voltas no primeiro, não vislumbraremos nem implementaremos a segunda. Acresce que a vida das pessoas (e portanto dos pais), é um puzzle feito de várias peças, uma das quais grande, sem dúvida, são os filhos. Contudo, o processo de autonomia que deve ser marca de qualquer percurso de vida, de filhos e de pais, exige um relacionamento não claustrofóbico e espaços de liberdade, intimidade e privacidade na vida de cada um. Espaços físicos, afectivos, sociais, de fantasia, sonho e projectos. A vida dos filhos não pode asfixiar a vida dos pais e vice-versa. Necessário é, também, conhecer melhor as crianças. Não apenas os nossos filhos, mas essas entidades, essas pessoas, esses «bichos» que são as crianças. E estou em crer que muitos pais desconhecem este aspecto fenómeno agravado pela redução do número de filhos e da natalidade, bem como o que as crianças representam para nós: seres indefesos, pessoas que estão sob a nossa responsabilidade, pedaços de nós que construímos e que nos perpetuarão (ou, pelo menos, é a ilusão em que vivemos), mas também imagens de nós próprios e dos nossos primeiros anos de vida, dos quais não nos recordamos mas que, dizem os especialistas, são os «mais essenciais» da nossa vida. Há, pois, que entender o essencial e não perder tempo com o acessório, designadamente sinais exteriores de riqueza, showoff, faz-de-conta, valores para impressionar os outros mesmo que para nós não signifiquem quase nada, minudências, irrelevâncias, actividades que consomem tempo e energia e que não são necessárias nem dão especial prazer. O tempo é escasso e precioso chegou o momento de o usarmos bem, e ensinarmos os nossos filhos a usarem-no bem. Precisamos de tempo em conjunto, mas também de tempo para nós, e para cada unidade do ecossistema familiar. Finalmente, recordemos que os pais também fazem birras, resultado directo da frustração pela qual todos passamos, quando 15

12 Ângela Coelho / Sandra Belo a nossa omnipotência narcísica, «domesticada» ao ano e meio de idade, se sente beliscada, carente de «planos B», incapaz de se refugiar na criatividade, na fantasia ou de descobrir as facetas boas e agradáveis da realidade. E as birras nunca são boas conselheiras para uma atitude assertiva e eficiente. Estou certo de que o Leitor faz parte de um excelente plantel, integrado num excelente balneário, mas por vezes há a necessidade de arranjar um bom treinador um coach, que não joga por nós nem se mete nas relações interpessoais, mas puxa por nós porque acredita que somos capazes de ir até aos limites ou até para lá deles. Um treinador da família que, perante os desafios e os objectivos comuns, agarra em nós e nos faz transcender. Este Livro, em boa hora escrito pela Ângela Coelho e pela Sandra Belo, dá uma excelente ajuda, e estou certo de que concordarão comigo, quando iniciarem a sua leitura. Mário Cordeiro Professor de Pediatria Agosto de

13 Introdução Queremos começar por felicitá-lo. Acabou de comprar um livro que o vai transformar, a si e à sua vida familiar. Vamos partilhar consigo uma metodologia que todos os dias experimentamos em casa. Que permitiu transformar as nossas vidas familiares e nos fez crescer como pessoas e como mães. Gostaríamos de falar das razões que nos levaram a escrever este livro e do que poderá esperar dele. Iremos também dar-lhe algumas pistas para tirar partido dos desafios que o compõem. Há cerca de dois anos descobrimos, em Inglaterra, o coaching parental. Rapidamente demos conta de todo o potencial desta abordagem inovadora. Por isso decidimos iniciar o trabalho com os pais portugueses recorrendo a ela. Fazemo-lo de várias formas através de workshops temáticos, de coaching parental presencial e também por . E é com grande satisfação que temos observado, durante este tempo, o impacto que pode ter na vida das famílias que nos procuram. Os desafios que este livro refere, as histórias que lhe dão cor e os exemplos que o clarificam baseiam-se no trabalho que temos desenvolvido desde que começámos a trabalhar com pais. Estes cruzaram-se connosco em diferentes contextos num workshop, em processos de coaching parental individual ou mesmo em conferências temáticas. Agradecemos as partilhas e a riqueza que trouxeram ao livro. Dizemos muitas vezes que queremos mudar o mundo: uma mãe ou um pai de cada vez, uma família em cada intervenção. 17

14 Ângela Coelho / Sandra Belo Este livro contribui para realizar esse sonho. Destina-se aos pais que desejam mudar, que querem desempenhar melhor este papel. É um livro sobre paternidade e maternidade, com uma abordagem centrada nos pais e não nos filhos. Se precisa de um livro que lhe dê pistas sobre como mudar o comportamento dos seus filhos, que lhe diga do que as crianças precisam, que o aconselhe sobre as melhores estratégias para educar, pouse este e escolha outro. As livrarias estão cheias de obras que lhe darão o que procura. Este dar-lhe-á pistas e desafios para reflexão sobre si sobre o que sente, o que quer, sobre como vê e idealiza o seu papel na família. Propõe-lhe exercícios práticos para o ajudar a descobrir-se e a ir mais além. Sabemos que, se os pais se sentirem tranquilos, seguros, fortes e confiantes, serão mais felizes. E acreditamos que este é o melhor caminho para ter uma família feliz. Defendemos que do que as crianças verdadeiramente precisam é de pais que não precisem delas: de pais que sejam pessoas completas, que saibam procurar em si os recursos, a alegria e as motivações. De pais que saibam o que querem e desenvolvam a sua criatividade na procura de estratégias para chegar lá. O coaching parental é uma abordagem que valoriza o que os pais têm de bom: todas as conquistas, aprendizagens, competências, dons e recursos. Permite que cada pai e mãe descubra o que faz sentido para si, o que considera o melhor para a sua família. Destina-se a pais e mães com filhos de todas as idades independentemente delas, poderá beneficiar desta abordagem. Cada pai é o maior especialista na sua família, por isso uma estratégia que funciona com um poderá não funcionar com outro. Mesmo que a situação ou o desafio tenham contornos semelhantes. Esta abordagem ajuda os pais a descobrirem onde querem chegar, para que tenham mais facilidade em ver os vários caminhos possíveis. Ajuda-os a descentrarem-se do problema e a procurarem soluções. Responsabiliza-os põe nas suas mãos o poder da 18

15 Coaching parental 36 Desafios para Pais Extraordinários escolha, reconhecendo as vantagens e desvantagens que existem nas várias alternativas. E o poder de escolha proporciona-lhes uma liberdade consciente! Para que a mudança aconteça é necessário fazer pequenas alterações, uma de cada vez. É também importante saber apreciar as conquistas que se vão fazendo. Os exercícios deste livro vão ajudá-lo no caminho que se propõe fazer. Para potenciar o impacto dos desafios que lhe vamos propor, fazemos-lhe as seguintes sugestões: Escreva. O que tem nas mãos é um livro prático, para utilizar, para rabiscar, para registar. Se for daquelas pessoas que não gostam de escrever em livros, use um lápis e depois poderá apagar. Escrever torna tudo mais claro e real. Compromete e ajuda a fazer acontecer. Permite lembrar mais tarde. Escreva mesmo! Faça os desafios, um de cada vez, ao seu ritmo. Dê tempo a si mesmo. Pode escolher se quer fazê-los pela ordem por que surgem no livro ou por qualquer outra ordem. Eles são independentes. No entanto, achamos que beneficiará de começar pelos desafios dos 3 primeiros capítulos. Por vezes, num exercício, remetemos para outro. Trata-se de uma forma de rentabilizar o trabalho e as descobertas que vai fazendo. A mudança acontece de forma gradual. Requer treino e persistência. No entanto, quando acontece transforma o seu dia. E o dia seguinte. E todos os que se seguem. Se uma estratégia que planeou com cuidado e decidiu aplicar não está a resultar, ou se, por qualquer razão, não foi capaz de a pôr em prática, lembre-se que pode sempre recomeçar. Esta é a extraordinária experiência de ser mãe ou pai: cada dia que se inicia está cheio de novidades e de desafios a superar. Por vezes é preciso voltar a descobrir estratégias, voltar a reflectir, voltar a mudar... 19

16 Ângela Coelho / Sandra Belo Se a faixa etária dos seus filhos não se enquadra nas histórias e exemplos que ilustram este livro, centre-se nos exercícios e adapte-os à sua realidade familiar. Deixe para trás o que ficou para trás: decida como quer que as coisas aconteçam daqui para a frente! As mudanças são quase sempre um pouco assustadoras: trazem-nos dúvidas, inquietações e muitas vezes medo. São também excelentes oportunidades para crescer, fazer descobertas e encontrar novos caminhos. E, como diz Mihaly Csikszentmihalyi, «todos os dias as pessoas felizes fazem pelo menos uma coisa difícil». Aproveite este momento de reflexão. Saboreie. Desfrute-o. Viva-o. E... parabéns pelo grande investimento que decidiu fazer em si, nos seus filhos e na sua família! Uma vez que este livro é para pais reais, partilhamos consigo o que sentiram e descobriram alguns dos que o leram e utilizaram: Este livro não contém receitas para educar, nem ideias para os ensinar a serem bonzinhos. Acho que tem sobretudo formas de mudar a minha própria visão do problema ou do contexto em que estou. Enfim, de modificar a minha visão do mundo. Fórmulas que nos podem ajudar, a partir de nós próprios, a ser melhores, a ser um pai ou uma mãe maravilhosos. Francisco, pai de três crianças, arquitecto É um livro que ajuda a manter o rumo... e sobretudo diz-nos que os filhos são muito especiais. Ensina-nos a pensar que mães queremos ser, em vez de boas ou más, como tantos outros livros que pretendem quase ser livros de instruções, demasiado directivos. Este ajuda-nos no nosso caminho, único e individual. Ana, mãe de duas crianças, psicóloga 20

17 Coaching parental 36 Desafios para Pais Extraordinários Acho que é um livro de muito fácil leitura, terra-a-terra e com exercícios práticos, exequíveis e que dão que pensar. Realmente, às vezes as coisas simples são aquelas em que menos pensamos, mas que têm muito valor. Parabéns pelo vosso livro. André, pai de duas crianças, gestor operacional

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