Geografia 1ª série E.M. - Estrutura geológica da Terra, tipos de rocha e recursos minerais

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1 Geografia 1ª série E.M. - Estrutura geológica da Terra, tipos de rocha e recursos minerais 1. Formação geológica da Terra Observando a densidade e a gravidade do globo terrestre, os cientistas chegaram à conclusão de que a crosta e o interior do planeta possuem constituições diferentes. Estudos sobre sismos e meteoritos indicaram que a Terra é constituída por várias camadas fornecedoras de dados capazes de esclarecer os elementos que a compõem. Existem enormes dificuldades para a elucidação dos segredos do interior do planeta Terra. Tais dificuldades se devem ao fato de que o homem somente tem acesso a materiais que estão, no máximo, a 30 km de profundidade, como os expelidos pelos vulcões. Dessa forma, o conhecimento científico se baseia no modo como as ondas sísmicas, provocadas pelos terremotos, se propagam. Núcleo É a parte central da Terra, formada por um núcleo sólido, de cerca de km de raio, a partir do centro do planeta. Encontra-se rodeado por uma camada líquida, que possui espessura de km. Pesquisas em meteoritos fazem crer que o núcleo seja constituído por níquel e ferro, daí ser chamado também de nife. Manto Situado entre o núcleo e a litosfera, o manto é constituído por um material pastoso chamado magma. Apresenta temperaturas elevadíssimas e uma espessura de cerca de km. Limita-se com a crosta terrestre pela descontinuidade de Mohorovicic. Os terremotos e o vulcanismo têm como origem a pressão exercida na crosta pelo magma. Litosfera A crosta terrestre é a parte externa consolidada da Terra. Nas áreas continentais, ela apresenta uma espessura de 30 a 50 km, sendo formada por duas camadas: a superior, denominada sial (devido ao predomínio de rochas graníticas, ricas em silício e alumínio), e a

2 inferior, chamada sima (que possui constituição basáltica, na qual sobressaem o silício e o magnésio). Sob os oceanos, a camada superior só existe nas bordas deles, e a camada inferior (sima) possui uma espessura de apenas 6 km. Estrutura geológica Estrutura geológica ou província geológica corresponde ao embasamento rochoso, ou seja, o conjunto de rochas que sustenta as formas de relevo e que se formou em uma determinada era geológica. Existem três tipos de estrutura: crátons, bacias sedimentares e dobramentos modernos. Crátons São estruturas mais antigas, datadas do Pré-Cambriano, formadas por rochas magmáticas e metamórficas. Quando estão expostos, são chamados de escudos cristalinos ou maciços e quando cobertos por sedimentos, de plataformas. Bacias sedimentares Formam-se com a deposição de detritos ou sedimentos nas depressões do relevo. As mais antigas consolidaram-se no Paleozoico e no Mesozoico, como resultado do desgaste dos maciços pré-cambrianos e da sedimentação nas áreas rebaixadas. As mais recentes formaramse durante a Era Cenozoica. Normalmente, as bacias sedimentares originam planícies fluviais e litorâneas. Porém, às vezes, são soerguidas por movimentos tectônicos, constituindo baixos planaltos e platôs. As bacias podem possuir rochas sedimentares inorgânicas, como o calcário, ou orgânicas, como o carvão mineral. As orgânicas formaram-se com a sedimentação de microrganismos terrestres ou marinhos, que se transformaram lentamente durante milhões de anos, dando origem aos combustíveis fósseis. Dobramentos modernos São resultantes do choque entre as placas tectônicas que ocorreram no início do Terciário. Nessas áreas formaram-se as grandes cordilheiras montanhosas que existem hoje: Himalaia, Andes, Rochosas, Alpes, etc. Pelo fato de serem áreas de choque e acomodação entre placas, há intensa atividade em seu interior. Nos dobramentos concentram-se os vulcões do planeta, além de ocorrer a maioria dos terremotos e os mais intensos.

3 Tipos de rocha As rochas são formadas por um mineral ou por um agregado de minerais. Os minerais são compostos químicos resultantes da interação de processos geológicos. As rochas podem ser classificadas a partir de sua origem, em magmáticas ou ígneas e sedimentares ou metamórficas. Rochas magmáticas ou ígneas Quando a superfície original do planeta começou a se resfriar, há mais de três bilhões de anos, o material incandescente que formava essa superfície iniciou um processo de resfriamento/ solidificação que determinou a formação da crosta terrestre (litosfera), dando origem às primeiras rochas. Estas são chamadas de magmáticas ou, também, cristalinas, porque se trata do magma já cristalizado. É possível subdividi-las em magmáticas intrusivas, que são as que se solidificaram no interior da Terra, como o granito, e extrusivas ou vulcânicas, que se solidificaram na superfície terrestre, de maneira rápida, a partir de uma erupção vulcânica, como é o caso do basalto, muito comum no Paraná e em São Paulo. Rochas metamórficas Foram formadas a partir da transformação de outras rochas, devido à alteração de temperatura e à pressão. Entre os exemplos dessas rochas estão o mármore, originado da transformação do calcário, e o gnaisse, a partir da modificação do granito.

4 Rochas sedimentares São formadas a partir de sedimentos (areia, argila, etc.) liberados de outras rochas. Essas partículas de rocha são transportadas por diferentes agentes, como o vento e os rios, e depositadas em áreas deprimidas, originando grandes depósitos nos quais se formam novas rochas. Entre os exemplos de rochas sedimentares está o arenito. Aproveitamento econômico do subsolo As diferentes estruturas do subsolo da Terra viabilizam importantes explorações econômicas. De maneira geral, os escudos cristalinos podem possuir jazidas de minerais metálicos, como o ouro, a prata e o ferro. A estrutura magmática dessas áreas, a diferença de densidade entre os minerais e os sucessivos movimentos vulcânicos ao longo da história geológica do planeta determinaram a formação dessas jazidas. Já as bacias sedimentares podem possuir depósitos de combustíveis fósseis, o que pode ser explicado pela sobreposição de material orgânico, vegetal e animal, bem como por enormes camadas de sedimentos e sua posterior transformação em carvão mineral, petróleo e gás natural ao longo de dezenas e centenas de milhões de anos. O carvão mineral foi formado no Paleozoico, ou seja, entre 500 e 250 milhões de anos atrás, a partir do soterramento de antigas florestas. Considerando certas condições, como a baixa oxigenação, tem-se a formação de uma massa negra denominada jazida de carvão mineral. O petróleo e o gás natural foram formados, principalmente, no Mesozoico, a partir do soterramento de animais em antigos mares e lagos rasos. São hidrocarbonetos, ou seja, formados por hidrogênio e carbono, que, apesar da origem marítima, podem estar depositados em subsolos continentais devido a uma série de fatores, tais como o tectonismo, o deslocamento desses combustíveis entre depósitos e o movimento de subida e descida do nível do mar. Formas de relevo O relevo corresponde ao conjunto de diferentes formas presentes na superfície terrestre, sendo um resultado da ação dos agentes internos e externos, expressando a sua história pelos seus desníveis, altitudes e fisionomias. Pode ser classificado em quatro diferentes formas: montanhas, planaltos, planícies e depressões. O estudo do relevo permite maior entendimento das paisagens, assim como a sua influência sobre as atividades humanas. Montanhas São formações geográficas associadas aos limites das placas tectônicas, representando a parte da superfície de maior altitude e declividade. Quando elas se apresentam em um conjunto extenso, recebem o nome de cadeias montanhosas ou cordilheiras.

5 Planaltos Superfícies irregulares com uma relativa altitude nas quais o processo erosivo atua com mais intensidade em relação ao processo de sedimentação. Apesar de serem entendidas como áreas planas, suas superfícies são mais acidentadas do que as das planícies, formando serras, colinas ou chapadas. Planícies Superfícies mais planas, menos acidentadas e de altitudes menores, em que o acúmulo de sedimentos, provenientes do desgaste de outras formas de relevo, foi mais intenso que o de erosão. Geralmente, são classificadas como litorâneas ou fluviais. Depressões Regiões mais rebaixadas que o nível do mar (absolutas) ou que o relevo vizinho (relativa). Elas se formam pelo intenso desgaste ao longo de milhares de anos devido à sua composição rochosa menos resistente do que a de outras áreas ou por meio de movimentos epirogenéticos da Terra, quando uma parte da superfície desce em razão das forças endógenas do planeta.