SOCORRO, TEM UM BEBÊ EM NOSSA CAMA! Categoria: Comportamento / Família

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4 Williams, Glenn SOCORRO, TEM UM BEBÊ EM NOSSA CAMA! Categoria: Comportamento / Família Copyright 2004 por Glenn e Natalie Williams. Publicado originalmente por Focus on the Family, Colorado Springs, EUA. Editora responsável: Silvia Justino Editor assistente: Omar de Souza Revisão: Theófilo Vieira Supervisão de produção: Lilian Melo Colaboração: Miriam de Assis Capa: Douglas Lucas Imagem: Soupstock / Suzanne Tucker Os textos das referências bíblicas foram extraídos da Nova Versão Internacional (NVI), da Sociedade Bíblica Internacional. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Socorro, tem um bebê em nossa cama! / Glenn, Natalie Williams; traduzido por Susana Klassen São Paulo : Mundo Cristão, Título original: Your Relationship Can Survive a Newborn ISBN Casais - Psicologia 2. Casamento 3. Estresse (Psicologia) 4. Família 5. Pais - Psicologia 6. Pais e bebê I. Williams, Natalie. II. Título CDD Índices para catálogo sistemático: 1. Bebê e pais: Relações intrafamiliares: Sociologia Pais e bebê: Relacões intrafamiliares: Sociologia Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19/02/1998. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia autorização, por escrito, da editora. Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão Rua Antônio Carlos Tacconi, 79, São Paulo, SP, Brasil CEP Telefone: (11) Home page: Editora associada a: Associação de Editores Cristãos Câmara Brasileira do Livro Evangelical Christian Publishers Association A 1 a edição foi publicada em julho de Impresso no Brasil

5 Dedicatória A nossos pais Colin e Betty Bunnett Max Williams A nossos filhos Benjamin Ryan Chloe Em memória de Irene Williams

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7 Sumário Agradecimentos 9 1. O bebê e a bomba Será que foi uma boa idéia? Grandes expectativas Estouramos o orçamento! A palavra certa na hora certa Que saudade das boas noites de sono Recarregue a bateria de seu cônjuge Conselhos conflitantes Mudança de padrão Onde foi parar a diversão? A vida nunca mais será a mesma O que é um cappuccino? Hoje à noite não Aproveite o dia 89

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9 Agradecimentos ESTE LIVRO NASCEU do desejo de incentivar os pais de recém-nascidos e ajudá-los a perceber que não estão sozinhos nessa jornada. Quando criamos coragem para encarar com honestidade os desafios que enfrentamos no relacionamento a partir da chegada de nosso filho, recebemos ajuda e incentivo de vários amigos para escrever este livro. Somos gratos pelas muitas histórias e idéias práticas e criativas que tantos casais compartilharam conosco para que pudéssemos passá-las para você. Há muitas pessoas a quem gostaríamos de agradecer, e são muitas as razões amigos que nos incentivaram a perseverar quando pensávamos em desistir e aqueles que nos confirmavam que este é um livro essencial para todos os pais de recém-nascidos. Desejamos agradecer especialmente à nossa editora Marianne Hering, que nos ajudou a lembrar de histórias esquecidas havia muito tempo e a descrever nossas experiências de maneira interessante. Sem a sensibilidade e a paciência de Marianne teria sido difícil concluir este livro. Também desejamos expressar nossa gratidão a outros membros da equipe editorial Bruce Peppin e Sandy Bové e ao departamento internacional do ministério Focus on the Family pelo grande apoio. Por fim, agradecemos a Win Morgan, colega, escritor e amigo de longa data, que nos inspirou a colocar no papel nossas idéias e nossos sentimentos para encorajar outras pessoas.

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11 1 O bebê e a bomba NATALIE E EU PENSAMOS que já havíamos ouvido todas as histórias de horror possíveis sobre o parto e as noites insones ao nascimento. Nossos amigos pareciam sentir certo prazer mórbido em descrever a realidade da vida como pais. Um amigo que não suportava ver sangue desmaiou assim que a esposa entrou em trabalho de parto e só recobrou a consciência quando o bebê estava para nascer. (Ninguém sabe com certeza se os dezoito anos que se passaram desde então foram suficientes para compensar.) Outro conhecido chamava as noites insones que se seguiram ao nascimento de sua filha de a história sem fim. Mas, apesar de passarmos horas escutando esses relatos (por vezes acrescidos de licenças poéticas) sobre o nascimento e os primeiros meses do bebê, ninguém nos avisou como as primeiras semanas seriam difíceis para nosso relacionamento. Foi só quando comentamos com familiares e amigos quanto estávamos frustrados que eles revelaram como esse período também tinha sido um dos mais difíceis para eles. Todos os pais têm uma história singular para contar sobre o tempo que antecede o nascimento de um filho. Depois de entrevistar dezenas de casais, descobrimos que, por mais empolgados e tensos que se sentissem sobre a chegada do filho, aqueles primeiros minutos, semanas e meses depois da chegada do bebê foram fortemente influenciados pela personalidade, formação e experiência de cada um dos pais durante a gravidez. Esses mesmos fatores críticos influenciaram nossa experiência de maneira inesperada. Mas a

12 12 SOCORRO, TEM UM BEBÊ EM NOSSA CAMA! mudança em nosso relacionamento foi o que mais nos causou surpresa. Depois de passar meses nos preocupando com os preparativos para a chegada do primeiro filho, não houve como evitar a tensão que surgiu em nosso casamento assim Depois de passar meses nos preocupando com os preparativos para a chegada do primeiro filho, não houve como evitar a tensão que surgiu em nosso casamento assim que o bebê nasceu. que o bebê nasceu. De repente, nos demos conta de que o foco da atenção havia passado de nossas necessidades para as de nosso recém-nascido. É claro que nossas necessidades não desapareceram; pelo contrário, tornaram-se ainda maiores com as novas pressões, mas acabaram abafadas pelo choro insistente do bebê. Por mais emocionante que seja a experiência de ter um filho, começamos a entender que ela também trazia um sentimento de perda. Passamos sete anos nos preocupando apenas com as necessidades, os desejos e os objetivos um do outro, uma situação que não trouxe grandes dificuldades de adaptação. Mas aqueles dias haviam chegado ao fim. Fomos confrontados com a realidade de que precisávamos encaixar outra pessoa com outras necessidades em nossa vida. Teríamos de reavaliar nossas prioridades e, possivelmente, deixar de lado algumas de nossas necessidades. Algumas pessoas têm um medo exagerado dessa mudança no relacionamento. O noivo de uma amiga nossa não queria se casar enquanto ela não abrisse mão do desejo de ter filhos. Temia que um bebê destruísse o relacionamento dos dois, como havia acontecido com os pais dele. Um relatório publicado em dezembro de 2003 pela entidade Relationships Australia mostrou que um número cada vez maior de casais priorizava a amizade e a intimidade, em vez de filhos. E não há dúvida de que os filhos causam um impacto considerável sobre o relacionamento de um casal. Contudo, esse impacto não

13 O BEBÊ E A BOMBA 13 precisa ser negativo. Encarar juntos os desafios de cuidar de um bebê pode, com freqüência, resultar num relacionamento mais forte, maduro e de melhor qualidade. Nossas reações, expectativas e a facilidade de nos adaptarmos às mudanças influenciarão o caráter positivo ou negativo desse impacto. É fácil encontrar livros que explicam o que se deve esperar do desenvolvimento do bebê, das primeiras seis semanas ao fim do primeiro ano. No entanto, Natalie e eu não encontramos quase nada que pudesse ajudar nosso relacionamento a sobreviver a esse tempo de estresse intenso, quando nos vimos com a bomba no colo. Assim, escrevemos este livro para oferecer algumas dicas construtivas e positivas a fim de incentivar você durante esse período que, de acordo com alguns pais, é um dos mais desafiadores e empolgantes do relacionamento. Mesmo depois do nascimento de nosso terceiro filho, tivemos de fazer alguns ajustes em nosso relacionamento. Esperamos que nossas experiências possam lhe fornecer alguma luz e o ajudem a manter sua sanidade. Lembre-se, porém, de que este livro não fala sobre cuidados com o recém-nascido, mas sobre como ajudar o leitor a desenvolver e manter o relacionamento conjugal. O objetivo maior é incentivar você. Esperamos que as idéias e reflexões extraídas de nossa vida e de muitas horas de conversas com outros pais sejam de alguma ajuda. O que vem a seguir faz parte de nossa história: uma descrição de nossos sentimentos, nossas frustrações e pequenas vitórias durante a luta para mantermos um relacionamento saudável depois do nascimento de nosso filho. Ao dividirmos com você estas memórias, esperamos que sua jornada como pai ou mãe seja um pouco mais fácil. Glenn e Natalie Lá vem o bebê O nascimento de nosso primeiro filho não foi nada daquilo que Glenn e eu (Natalie) esperávamos. Passamos um ano e meio tentando ter um filho, e os meses antes de recebermos a notícia de que

14 14 SOCORRO, TEM UM BEBÊ EM NOSSA CAMA! eu estava grávida foram cheios de altos e baixos. A cada mês, esperávamos ansiosamente nos tornar pais. Depois de várias decepções, comecei a me perguntar se havia algo errado comigo fisicamente, e se poderia mesmo conceber uma criança. Assim, você pode imaginar como ficamos felizes e, ao mesmo tempo, tensos quando duas linhas cor-de-rosa apareceram no teste de gravidez, indicando resultado positivo. Que alegria ver aquela segunda linha cor-de-rosa se formando depois de tantos resultados negativos em meses anteriores. Verifiquei as duas linhas uma porção de vezes para me certificar de que não se tratava de alucinação, e não deixei Glenn em paz enquanto ele não deu seu parecer. Até hoje ele se lembra de minha empolgação. Eram cinco horas da manhã quando entrei correndo no quarto e comecei a pular na cama. Glenn, que tem dificuldade para acordar cedo, ainda estava sonolento, mas despertou sobressaltado e, passado o susto, comemorou comigo. Para a indignação dos futuros avós paternos e maternos, levamos quase quatorze semanas para lhes dar a grande notícia. Demoramos todo esse tempo porque decidimos esperar até ter certeza de que tudo estava bem. Sabíamos que nossos pais ficariam muitíssimo empolgados, especialmente os meus, pois seria o primeiro neto deles, e não queríamos que se decepcionassem caso eu perdesse o bebê nas primeiras semanas. Sabia que esse risco era maior nos três primeiros meses, de modo que esperamos até essa fase passar. Claro que todos ficaram animadíssimos com a novidade, e minha mãe quis comemorar comprando coisas para o bebê. Apesar de os pais de Glenn já terem cinco netos, a mãe dele também começou a fazer planos de compras e de cuidar do bebê junto com a minha. Como toda grávida, senti as preocupações normais em relação a meu corpo e me dispus a fazer o possível para garantir que o bebê nasceria saudável. Meus dois maiores medos eram perder o bebê ou ter um filho com algum problema de saúde. A ansiedade em relação à saúde do bebê foi aumentando à medida que a data do parto se aproximava.

15 O BEBÊ E A BOMBA 15 Apesar de estarmos casados havia seis anos, fui pega de surpresa pelos desafios que enfrentei como sua companheira na educação de um filho. Tudo correu bem ao longo da gestação. Apesar do medo de alguma coisa ainda dar errado, passava cada vez mais tempo imaginando como seria minha vida depois que o bebê nascesse. Durante nove anos, tive uma carreira desafiadora, trabalhando como terapeuta ocupacional e gerenciando outros terapeutas no cuidado de pacientes. No entanto, não podia deixar de imaginar como me sairia no papel de mãe, procurando suprir as necessidades de meu bebê. Sou o tipo de pessoa que gosta de estar no controle. Faço listas e planejo meu dia. Com toda essa organização, consigo fazer as coisas que desejo. Será que seria capaz de lidar com um bebê que provavelmente não daria a mínima para listas e planejamentos? Apesar de não querer admitir, também estava preocupada com aquilo que os outros pensariam caso eu não me adaptasse a esse novo papel. Afinal de contas, eu era terapeuta ocupacional, e Glenn era psicólogo. Tínhamos todas as credenciais necessárias para a tarefa de pais, e havia certa expectativa de que nos sairíamos bem. Aguardava com grande expectativa as mudanças que o nascimento e o crescimento de nosso filho trariam. A fim de me preparar adequadamente, li uma infinidade de livros sobre desenvolvimento do bebê. No entanto, não estava pronta para as mudanças em meu relacionamento com Glenn. Apesar de estarmos casados havia seis anos, fui pega de surpresa pelos desafios que enfrentei como sua companheira na educação de um filho. Uma bomba nas mãos Mesmo antes de nosso filho nascer, eu (Glenn) sentia uma responsabilidade enorme e sabia que ainda tinha muito a aprender sobre como cuidar dele. Apesar de termos ouvido nossos amigos falarem

16 16 SOCORRO, TEM UM BEBÊ EM NOSSA CAMA! sobre a maratona de cuidados com o bebê durante a noite, os dias de torpor depois de poucas horas de sono e a dificuldade de acalmar o recém-nascido quando ele desandava a chorar, na época eu não conseguia me identificar com essas situações. Foi só mais tarde que tudo começou a fazer sentido. Ao refletir sobre meu papel como pai, também tive de lidar com uma variedade assustadora de emoções, idéias, expectativas e suposições. Percebi que minha experiência como filho influenciou minha decisão quanto ao tipo de pai que desejava ser. Costumava perguntar a Natalie: Do que você gosta em seus pais? ; Em que aspectos você deseja ser diferente? ; Do que você mais gostava na forma como seus pais se relacionavam e apoiavam?. Já havíamos discutido essas questões de forma superficial, mas eu sabia que logo teríamos de tomar decisões a esse respeito. Será que eu estaria pronto? Então, depois de todos aqueles meses de espera, nosso filho finalmente nasceu. Que emoção! Não sei quem ficou mais aliviado, se fui eu ou Natalie. Enquanto assistia ao parto e procurava encorajar Natalie, fui tomado de um sentimento de impotência total. No entanto, estava certo de que não queria trocar de lugar com ela! Naquela curta jornada antes de entrar no mundo, meu filho experimentou mudanças enormes. Precisaria começar a respirar sozinho, manter a temperatura do corpo e aprender a mamar e se movimentar. Passamos os minutos e as horas depois do parto atordoados. Pelas histórias que tínhamos ouvido de nossos amigos e os livros que tínhamos lido antes do nascimento de nosso filho, já sabíamos o que esperar. No entanto, descobrimos que não estávamos prontos para as mudanças radicais que a chegada do bebê provocaria em nosso relacionamento. A bomba havia sido detonada!