PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP. Adriano Dantas de Oliveira

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Adriano Dantas de Oliveira Chats: a constituição actancial dos atores e a tipificação textual em gêneros MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA SÃO PAULO

2 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Adriano Dantas de Oliveira Chats: a constituição actancial dos atores e a tipificação textual em gêneros MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Língua Portuguesa, sob Orientação do Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira. SÃO PAULO

3 Banca Examinadora 3

4 À Antônia, minha mãe, que me ensinou as primeiras letras, e os valores do conhecimento e da educação. 4

5 Muito mais que teu pai e tua mãe são os que te fizeram em espírito, e esses foram sem número. Ao dedicado orientador Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira pelo apoio, compreensão e ensinamento. Aos professores Dra. Mercedes Fátima de Canha Crescitelli, Dr. Luíz Antônio Ferreira, e Dr. Carlos Augusto Baptista de Andrade por seus valiosos auxílios. Aos professores do programa de estudos pós-graduados em Língua Portuguesa da PUC/SP, pela rica contribuição durante o curso. Aos meus pais por terem me ensinado que o estudo é um bem valoroso que nunca se perde. 5

6 RESUMO Percebemos com o advento da Internet diversas possibilidades de interação em ambientes virtuais, das quais podemos destacar como possibilidades de interação muito difundidas atualmente o , os chats, os fóruns, os blogs etc. Um dos focos principais desse trabalho é a interação presente nos chats, que são recursos de comunicação síncrona que propiciam a criação de ambientes virtuais de interação e possuem diversas aplicações na Internet de acordo com os objetivos e propósitos comunicativos dos usuários e dos sites provedores. Abordamos, também, as etapas que compõem o processo de entrada em cada tipo de chat e a textualização dos enunciados presentes no processo de interação. Consideramos como elementos de análise que nos permitiram revelar características nas textualizações de cada tipo de aplicação de chats, os conceitos da lingüística textual; da semiótica-discursiva, do plano da expressão e do conteúdo; e dos movimentos retóricos recorrentes na textualização de enunciados e no ambiente de interação. Devido às diversas possibilidades de aplicação do recurso chat na Internet, abordamos aqui três tipos de aplicações distintas: chats educacionais, chats de entrevistas e chats abertos. Para fazer a análise selecionamos uma amostra para cada uma das aplicações sugeridas. Abordamos as textualizações nos três tipos de aplicações propostas e analisamos como estas revelam tipificações textuais a partir do estilo, da construção composicional e do conteúdo. Isso nos permitiu propor uma tipificação textual em gêneros distintos nas textualizações de cada aplicação dos chats que servirão de amostra para essa pesquisa. 6

7 SUMÁRIO Introdução: Uma proposta de estudo em ambientes virtuais:...8 Capítulo I O advento da Internet e as possibilidades de comunicação em ambientes virtuais...12 Capítulo II Fundamentação teórica: proposta de um modelo de análise em chats:...31 Capítulo III A configuração e instalação actancial dos atores em chats:...53 Capítulo IV Análise da textualidade em chats:...89 Considerações Finais A tipificação textual: proposta de categorização da textualização dos chats em gêneros Referências Bibliográficas

8 INTRODUÇÃO Percebemos que, atualmente, a Internet, e as possibilidades de comunicação por ela propiciada, possuem grande relevância nas relações interpessoais. Podemos observar nesse contexto diversas possibilidades em ambientes de interação. Neste trabalho, abordamos a comunicação síncrona no ciberespaço, ou mais precisamente a comunicação realizada em chats. Estes, que possuem diversas aplicações na internet, podem ser utilizados para realização de entrevistas, discussões, cursos à distância, formação de comunidades, simples bate-papos virtuais, publicidade e propaganda, entre outros usos de acordo com os propósitos dos usuários e dos sites que oferecem esses ambientes de interação. Abordamos neste trabalho, três diferentes tipos de chats, em três aplicações distintas, buscando apontar diferenças e recorrências em suas textualizações, de modo que revelem tipificações textuais em nossa análise. Analisamos neste trabalho uma amostra de aplicação de chats abertos, de chats educacionais e de chats de entrevistas. Com base em Bakhtin (1979), que postula que os gêneros são formas de enunciados relativamente estáveis considerando estilo, construção composicional e conteúdo, Marcuschi (2004: 33) considera que a análise de textos deve seguir uma orientação tridimensional, já que os elementos a serem verificados são de ordem composicional, temática e estilística. Procedemos, então, a análise das textualizações dos ambientes de interação considerando tais conceituações. Assim, elaboramos nossa fundamentação teórica e nosso modelo de análise de forma a nos permitir abordar tais orientações e revelar distinções e recorrências nos textos das amostras de aplicações de chats aqui abordadas. Em um primeiro momento, podemos ressaltar que as diferentes aplicações dos chats que abordamos neste trabalho possuem as seguintes características: 8

9 chats abertos são aplicações de chats em que usuários selecionam um ambiente de interação, que é comumente chamado de sala de batepapo. Nessa sala ocorre uma interação sem um assunto específico e sem usuários previamente estabelecidos. São ambientes abertos a qualquer indivíduo usuário da Internet que escolhe uma sala por tipo de interesse: namoro, sexo, amizades etc; ou afinidades, como idades, divorciados, cidades, religião etc. Chats educacionais são aplicações de chats desenvolvidas para a interface de alunos e professores em cursos não-presenciais ou semipresenciais. Têm a finalidade de promover encontros e discussões entre alunos e professores sobre dúvidas e assuntos relacionados ao curso. Chats de entrevista são aplicações de chats em que há um entrevistado que responde perguntas previamente selecionadas. Nesse caso, qualquer usuário da Internet interessado no assunto específico ou na especialidade do entrevistado pode participar. A fim de destacarmos diferenciações nas textualizações nesses três tipos de aplicações de chats, proporemos a assimilação de chats como um recurso de conversação aplicado na Internet, capaz de tipificar textos em diversos gêneros de acordo com o tipo de aplicação. Entendemos que vários gêneros são transmutados e assimilados nesses diferentes tipos de aplicações de chats, com tipificações textuais em gêneros. Nessa perspectiva, buscamos evidências, a fim de revelarmos características nas textualizações em cada chat analisado. Em seguida, pretendemos categorizar tais textualizações como gêneros distintos e o chat como um recurso tecnológico com diversas aplicações e, de acordo com a respectiva aplicação, analisaremos a categorização e a tipificação de suas textualizações. Devido à complexidade de nosso objeto de estudo, convencionamos segmentar nosso trabalho em quatro capítulos: 9

10 No primeiro capítulo fizemos uma contextualização. Abordamos o advento da Internet e as possibilidades de comunicação em ambientes virtuais propiciadas. Tratamos, ainda nesse primeiro capítulo, a noção de hipertexto e as modalidades da língua oral e escrita e suas aplicações em nosso objeto de estudo. No segundo capítulo, após termos contextualizado e delimitado características específicas de nosso objeto de estudo, apresentamos nossa fundamentação teórica para revelar as características distintas nas textualizações dos chats abordados, considerando o estilo, conteúdo e construção composicional. Primeiramente, abordamos algumas conceituações de gêneros. Em seguida, como elementos e critérios de análise que nos permitissem abordar tais aspectos nas textualizações analisadas, utilizamos a semiótica-discursiva gremasiana para abordarmos as relações entre os usuários e desses com o ambiente de interação, e como essas relações se textualizam no conteúdo tratado em cada tipo de aplicação de chat abordada. Utilizamos a abordagem da semiótica-discursiva relacionando-a, também, à elementos de referenciação nos textos, assimilando conceitos de referenciação da lingüística textual. Relacionamos esse fator à construção composicional, em que incluímos os movimentos retóricos e as ações realizadas por estes como um elemento estruturador da textualização em cada tipo de aplicação dos chats. Quanto ao estilo, propusemos relacioná-lo ao plano da expressão e do conteúdo, ou seja, a maneira pela qual cada usuário textualiza o conteúdo de seus enunciados de acordo ainda com as relações entre usuários e destes com o ambiente de interação. No terceiro capítulo, iniciamos nossa análise a partir do processo de entrada de um usuário no ambiente de interação chat, verificando as telas que fazem parte desse processo. Utilizamos para essa análise a semiótica-discursiva. Esta abordagem se mostrou válida, pois nos 10

11 forneceu informações sobre as relações estabelecidas entre os usuários e os chats e entre outros usuários, os propósitos e a finalidade de cada tipo de aplicação chat. Tratamos, ainda, como as constituições dos usuários e do ambiente de interação em cada tipo de aplicação de chat nos revelam possibilidades de textualizações de conteúdos nos diálogos constituídos. No quarto capítulo, após compreendermos as etapas do processo de entrada em chats e as relações entre usuários, e entre os usuários e o ambiente de interação, e seus propósitos comunicativos em cada aplicação de chat aqui abordado, verificamos como ocorre a textualização dos usuários e dos enunciados desses usuários aliados à estrutura do ambiente de interação. Analisamos os diálogos dos usuários textualizados, abordando conceitos relacionados ao plano da expressão e do conteúdo, da semiótica-discursiva, dos conceitos de referenciação da lingüística textual e dos movimentos retóricos. Por meio dessa abordagem, relacionamos as características distintas e recorrentes reveladas na textualização de cada tipo aplicação de chat aos conceitos de gênero aqui postulados de forma a percebermos tipificações textuais distintas. Por fim, apresentamos nossas considerações finais, sem a pretensão de esgotar a discussão sobre o tema, mas propondo a assimilação de chats como aplicações na Internet que tipificam textos em gêneros distintos de acordo com a finalidade e as intenções dos usuários em cada aplicação do recurso chat na Internet. 11

12 Capítulo 1 O advento da Internet e as possibilidades de comunicação em ambientes virtuais Neste primeiro capítulo, tratamos de algumas especificidades e características dos chats. Procuramos, por meio de uma breve abordagem, contextualizar e relacionar aos chats: as possibilidades de comunicação em ambientes virtuais, o advento da Internet, as características do hipertexto e as modalidades oral e escrita da língua e suas aplicações nos chats. Consideramos pertinente iniciarmos nossa pesquisa por essa abordagem, a fim de compreendermos, de forma mais clara, o que são chats, em quais contextos eles surgem, como se configuram e se constituem e suas aplicações. No contexto contemporâneo em que o computador é o suporte para a escrita e a leitura, percebemos a significativa presença da interação em ambientes virtuais. Ao abordarmos os meios de comunicação mais difundidos atualmente, temos de dar relevância à Internet, que interliga uma rede mundial de computadores. O advento da internet teve início durante a Guerra Fria, em 1969, nos EUA, com o objetivo de interligar centros militares norte-americanos. Hoje, a Internet é uma rede mundial que interliga computadores e cria espaços de interação virtual. Partimos do pressuposto de que a interação na Internet, seja ela síncrona ou assíncrona, ocorre em um ambiente virtual que é potencializado por avanços tecnológicos. Lévy (1996) postula que a virtualidade é uma alteração radical na forma de conceber o tempo, o espaço e os relacionamentos, e define virtual como oposição ao atual e não como oposição ao real, uma vez que virtualização é a unidade de tempo sem a unidade de lugar, que apresenta como principal característica o desprendimento do aqui e do agora. 12

13 As possibilidades de comunicação disponíveis no ciberespaço têm presença cada vez mais acentuada em nosso cotidiano. Assimilamos aqui outro conceito de ciberespaço de Lévy (1999), como um novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação em ambientes virtuais, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. O autor conceitua ainda o ciberespaço como um meio de interação no plano econômico e cientifico. Levy (2000) afirma ainda que o espaço cibernético é a instauração de uma rede de todas as memórias informatizadas, e de todos os computadores. Uma cultura em que a comunicação se espalha por redes informatizadas aproxima as pessoas e propicia interação, sendo uma estrutura virtual transacional de comunicação interativa. Percebemos que os fatores citados implicam uma mudança na maneira de ler e escrever. Essa verticalização da leitura do papel para a tela do computador é uma mudança física, mas que implica mudanças nos processos de textualização e nos modos de leitura. No entanto, não se trata de uma substituição, mas de um aumento nas possibilidades comunicativas e necessidades de aquisição de competências comunicativas para interagir nesses ambientes virtuais. A popularização do computador pessoal e a difusão da Internet potencializa novas possibilidades de comunicação, e demandam maneiras diferentes de ler e escrever. Dessa forma, podemos dizer que os avanços tecnológicos ampliam as possibilidades de interação do ser humano. Segundo Cavallo & Chartier (1998), destacam-se três revoluções que influenciaram a maneira de ler e, conseqüentemente, a produção do discurso e a maneira de como ele é compreendido e produzido. A primeira revolução ocorre na Idade Média, em que a leitura oral passa a ser praticada silenciosamente; a segunda revolução envolve uma mudança de referencial de leitura, isto é, de uma leitura intensiva para uma leitura extensiva, 13

14 pois com o advento da tipografia houve um aumento no acervo de leitura; a terceira revolução se refere à transmissão eletrônica do livro. Esses fatores envolvem a leitura, sua prática, e a maneira de como os textos são apreendidos em cada contexto histórico. Podemos dizer, então, que atualmente o computador, atuando como suporte para a escrita e para a leitura, exige uma nova forma de produção para os chamados textos eletrônicos. Podemos observar que as diferentes possibilidades de interação implicam diferentes relações entre interlocutores, suporte, escrita e leitura. O ciberespaço cria as mais variadas possibilidades de interação virtual, desde possibilidades de comunicação síncrona até possibilidades de interação assíncrona. Dessa forma, o cibersespaço implica novas possibilidades de leitura e escrita. Destacamos, aqui, alguns ambientes bastante difundidos no ciberespaço, por exemplo, as possibilidades de interação assíncrona como: s ou correios eletrônicos - sistemas de mensagens que permitem compor, enviar e receber mensagens por meio de sistemas eletrônicos de comunicação. As mensagens são enviadas a um destinatário com um endereço virtual específico; fóruns - ambientes de interação em que vários usuários deixam mensagens que ficam disponíveis no ciberespaço em um determinado tópico de discussão; ambientes de recado do Orkut 1 ambientes em que por meio de scraps, mensagens que podem ser escritas e deixadas em um site pessoal que ficam disponíveis a qualquer usuário no ciberespaço. Os usuários 1 Orkut é uma rede social que tem por objetivo ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos. Nesse ambiente, é possivel que o usuário cadastre seu perfil social, profissional e pessoal, que fica disponível no ciberespaço. 14

15 desses ambientes possuem um perfil cadastrado com informações pessoais e profissionais, fotos e outras informações; mensagens do Orkut - ambientes de interação também disponíveis em sites de relacionamentos, diferem-se dos ambientes de recado do Orkut, pois as mensagens não ficam disponíveis aos demais usuários do ciberespaço. Essas ficam somente disponíveis ao usuário destinatário da mensagem. Destacamos ainda a possibilidade de interação síncrona em ambientes virtuais. A utilização do ciberespaço para a interação sincrona, que aqui convencionamos tratar como conversação, esta possibilidade ocorre a partir da criação de uma tecnologia, um protocolo que permite troca de mensagens instanteneamente, o IRC 2. Um dos primeiros programas com esse tipo de aplicação foi o ICQ 3, software que rapidamente alcançou o sucesso em todo o mundo e abriu caminho para o desenvolvimento de diversos outros protocolos e aplicações por parte de outras companhias. Ressaltamos que, de acordo com avanços tecnológicos, esses programas agregam diversos outros recursos, como envio de figuras ou imagens animadas. Outro avanço significativo na comunicação sincrona em chats é a conversação em áudio e vídeo, com o uso do software Skype 4, que permite comunicação grátis pela Internet por meio de conexões sobre VoIP (Voz Sobre Protocolo de Internet). 2 Internet Relay Chat (IRC) - protocolo que específica como um programa deve preparar os dados para serem enviados de forma padronizada, esse protocolo permite a comunicação síncrona entre computadores conectados à Internet. 3 ICQ - programa de comunicação instantânea pela Internet. A sigla é um acrónimo feito baseado na pronúncia das letras em inglês (I Seek You). O ICQ foi o pioneiro desta tecnologia tendo sua primeira versão lançada em Existem programas mais recentes e populares hoje como, por exemplo, o (IM), Instant Messenger. 4 Não será objetivo desse estudo, analisar diálogos textualizados com essa tecnologia. 15

16 Destacamos, também, alguns ambientes de interação síncrona no ciberespaço, atualmente, os ambientes mais difundidos são: Google Talk - serviço de mensagens instantâneas e de VoIP, desenvolvido pelo Google para usuários do Orkut. Traz o básico dos recursos de mensagens instantâneas de texto e conversas com audio; Messenger ou MSN serviço de mensagens instantâneas desenvolvido para usuários cadastrados com no site MSN ou Gmail. Por meio desse programa, o usuário é informado quando algum de seus contatos, também já cadastrados no msn ou Gmail, conectou-se ao serviço do messenger. Os usuários podem, então, manter uma conversação síncrona por meio de mensagens de texto, audio e video; GamaGame aplicações de chats com a finalidade de promover jogos de perguntas e respostas que ocorrem em chats criados especificamente para esse fim. O objetivo do usuário é acertar possíveis respostas de um determinado tema que é proposto por um mediador no site em que ocorre o chat; Chats de entrevistas aplicações de chats disponibilizadas por alguns sites, para que os usuários tenham um ambiente de interação com um entrevistado convidado; Chats educacionais aplicações de chats disponibilizadas para a interface de alunos e professores em cursos não-presenciais ou semipresenciais. Têm a finalidade promover encontros virtuais e discussões entre professores e alunos sobre dúvidas e assuntos relacionados ao curso; Chats abertos - aplicações de chats disponibilizadas a qualquer usuário da Internet, com o foco simplesmente na interação com diversas finalidades. O site, ou provedor detentor do ambiente de interação, busca segmentar em salas as opções de escolha de ambientes de 16

17 bate-papo dos usuários em relação às afinidades, interesses, região, idade, religião etc. 1.1 O texto Ao abordarmos a textualização dos enunciados nos chats, adotaremos a concepção de texto conforme conceituação de Beaugrande (1997: 10) de que o texto não é uma seqüência de frases e palavras isoladas, mas um evento comunicativo no qual convergem ações lingüísticas, cognitivas e sociais. Trata-se, então, de um evento dialógico, de interação entre sujeitos, pois quando nos comunicamos agimos sobre o outro, executamos uma ação sobre o outro. O que acontece é uma interação, uma ação entre produtor e receptor do texto. Entendemos o texto como uma unidade lingüística concreta, tomada pelos usuários da língua (falante/ouvinte, leitor/ escritor), em uma situação de interação comunicativa específica (falada ou escrita). Ele também é compreendido como uma unidade de sentido, que preenche uma função. Assimilamos a concepção de que o texto é o resultado, o produto concreto da atividade comunicativa que se faz, seguindo regras e princípios discursivos sócio-historicamente estabelecidos. Segundo Meurer, (1997: 27): [...] os textos são sempre uma forma de prática social onde um determinado autor se dirige a audiências especificas com o objetivo de produzir efeitos específicos, fazendo uso de parâmetros específicos de textualização, expandindo de alguma forma - reforçando ou desafiando determinados discursos institucionais. Em relação à concepção de texto, Marcuschi (1983: 22) postula que: 17

18 [...] o texto deve ser visto como uma seqüência de atos de linguagem (escritos ou falados) e não uma seqüência de frases de algum modo coesas. Com isto, entram, na análise geral do texto, tanto as condições gerais dos indivíduos como os contextos institucionais de produção e formação de sentido comprometidos com processos sociais e configurações ideológicas. Dessa forma, encontraremos nas textualizações dos enunciados em chats tais características somadas às peculiaridades e especificidades do hipertexto que abordaremos a seguir. 1.2 Chats: um recurso de conversação hipertextual. Assimilamos a textualização dos diálogos em chats como hipertextos. Fizemos uma breve abordagem do hipertexto e de suas características e especificidades e as relacionamos à textualização dos diálogos em chats. Marcuschi (1999), em seu artigo Linearização, cognição e referência, aponta como especificidades do hipertexto: a não-linearidade, a volatilidade, a topografia, a fragmentariedade, a acessibilidade ilimitada, a multisemiose, a interatividade e a iteratividade. Em relação à não-linearidade, segundo conceitos de Nelson (1992), o hipertexto tem como característica especifica a flexibilidade, por meio de ligações entre um texto e outro, não se caracterizando linearmente. A volatilidade está relacionada à estabilidade do texto, segundo (Bolter, 1991: 31), o hipertexto não tem estabilidade, devido às possibilidades de escolhas de seus leitores e de conexões. Bolter (1991: 25) aborda que a topografia no hipertexto se deve ao fato de o hipertexto não ser tópico nem hierárquico. Ele é topográfico, pois se trata de um espaço de escrita e leitura sem limites definidos. A fragmentariedade segundo Marcuschi (1999): 18

19 [...] consiste na constante ligação de porções em geral breves com sempre possíveis retornos ou fugas; trata-se de uma característica bastante central para a noção de hipertexto que carece de um centro regulador imanente, já que o autor não tem mais controle do tópico e do leitor. (MARCUSCHI, 1999: 2) Outra característica do hipertexto apontada por Marcuschi em seu trabalho é a acessibilidade ilimitada. Segundo o autor, o hipertexto permite o acesso a todo tipo de fonte, dicionários, enciclopédias, museus, obras científicas, literárias, arquitetônicas etc, e, em princípio, não experimenta limites quanto às ligações que permite estabelecer. Marcuschi (1999) postula a multisemiose como característica do hipertexto, que, segundo Bolter, (1991: 27) é a possibilidade de interconectar simultaneamente a linguagem verbal com a não-verbal. A interatividade para Bolter (1991) é a interconexão interativa propiciada pela multisemiose, pela acessibilidade ilimitada e pela contínua relação de um leitornavegador com múltiplos autores, próximo de uma interação face-a-face. Segundo Marcuschi (1999), a iteratividade está relacionada à natureza intertextual do hipertexto pela recursividade de textos ou fragmentos na forma de citações, notas, consultas etc. Nessa visão, o hipertexto torna-se um evento textual-interativo sem a limitação do interlocutor, pois este não necessita sequer estar na mesma máquina e pode ser buscado em qualquer servidor, desde que esteja interconectado. Rigorosamente, o hipertexto não é um texto fisicamente realizado, mas uma virtualidade. Contudo, podese inverter a assertiva e dizer que assim como o hipertexto virtualiza o concreto, ele concretiza o virtual. É provável que neste ponto esteja uma das diferenças essenciais entre o texto impresso e o hipertexto. (MARCUSCHI, 1999: 4) Abordemos agora uma textualização em chats para relacionarmos a textualização desse aos conceitos de hipertexto até agora abordados. Observemos, primeiramente, uma página que configura o ambiente de interação de um chat aberto. A seguir, destaquemos uma breve descrição de 19

20 elementos desta página que podemos relacionar aos conceitos de hipertexto abordados. Figura 1 Em uma breve análise do trecho da textualização dos diálogos e do ambiente de interação, podemos fazer algumas observações e ressaltar algumas características para estabelecer uma relação com os conceitos de hipertexto abordados anteriormente: 20

21 não-linearidade Em relação a não-linearidade, observamos nesta página, além da existência dos links de propagandas, a própria construção do texto no encadeamento de enunciados dos interlocutores. Além disso, identificamos, em uma breve leitura, que não há uma seqüência lógica, mas há a possibilidade de se escrever enunciados reservados a um só interlocutor, ficando a linearidade do texto a critério do leitor por operações cognitivas. Tais especificidades nos permitem abordar algumas conceituações propostas por Marcuschi (1999): Manter a coerência num texto linear tal como o impresso é tarefa que fica a cargo primeiro do autor e, depois, do leitor. Mas a questão é mais simples e tem soluções relativamente conhecidas. No caso do hipertexto, o leitor tem à sua disposição um sem-número de possibilidades continuativas e não recebe todas as sugestões do autor. O autor não pode antecipar todos os espaços possíveis que o leitor pode navegar. (MACUSCHI, 1999: 10) [...] pode-se caracterizar o hipertexto como uma forma de organização cognitiva e referencial cujos princípios não produzem uma ordem estrutural fixa, mas constituem um conjunto de possibilidades estruturais que caracterizam ações e decisões cognitivas baseadas em (séries de) referenciações não-contínuas nem progressivas. A questão não está em decidir como identificar eixos cognitivos ou progressões referenciais canônicas, mas sim como lidar com a cognição e os referentes de um modo mais geral. (MARCUSCHI, 1999: 7) volatilidade A manifestação virtual da textualização em chats o torna volátil, pois as escolhas de ambientes de interação para bate-papo, grupos, codinomes e a própria entrada e saída de um mesmo ambiente de interação (salas de batepapo em nosso objeto de análise), faz com que toda a textualização que o interlocutor tem no ambiente de interação que se está utilizando seja perdida. Esta perda pode se referir aos textos dos diálogos e aos interlocutores que estavam presentes no ambiente de interação. 21

22 topografia A textualização de diálogos em chats é essencialmente topográfica. Tomemos, por exemplo, a entrada de um interlocutor em um ambiente de interação. Os diálogos já estão em andamento e o novo interlocutor é inserido em diálogos já existentes, o mesmo ocorre na saída do ambiente de interação. Esse processo ocorre continuamente, fato que não nos permite estabelecer inicio, meio e fim nas textualizações desses diálogos. Podemos relacionar o conceito da topografia em chats ao conceito da não-linearidade, pois o próprio encadeamento de enunciados e as possibilidades de reservar enunciados a um interlocutor impossibilita, ou no mínimo, dificulta o estabelecimento de um inicio, meio e fim para uma produção textual em chats. fragmentariedade O leitor em um chat tem um acesso ilimitado a vários diálogos simultaneamente e o autor (interlocutor) não tem controle sobre essa leitura. Isso faz com que um leitor tenha acesso a vários textos, ou fragmentos de vários textos. Podemos ainda considerar os textos em chats como vários diálogos simultâneos, tendo em vista a múltipla interação de diversos interlocutores, e que, em uma seqüência cronológica, um enunciado não se refere necessariamente a outro. acessibilidade ilimitada A textualização em chats, devido à sua manifestação virtual e às possibilidades da Internet, permite uma acessibilidade ilimitada em relação a outros tipos de textos ou assuntos. Esse acesso pode se dar por meio de links textualizados nos diálogos, tanto pelos interlocutores, quanto por propagandas, links veiculados pelo provedor, ou pela própria apresentação da página da Internet em que está inserido o ambiente virtual de interação. [...] o livro providencia acessos sempre rígidos e estabelecidos no hipertexto. O controle fica por conta do leitor que agirá de acordo com suas necessidades e em função de suas condições cognitivas ou interesses específicos. (MARCUSCHI, 1999: 4) 22

23 multisemiose A multisemiose é um dos elementos que mais chamam a atenção na textualização em chats devido a sua funcionalidade, conforme analisaremos nos próximos capítulos. Podemos destacar, como combinações de elementos verbais e não-verbais, o uso de figuras e animações e as possibilidades de várias cores, tamanhos e tipos de letras fontes - para a textualização dos enunciados. Ainda tratando especificamente de chats e o uso de elementos não-verbais nas textualizações, Xavier (2002) diz que: A imagem, portanto, não é usada pelo internauta inocentemente. Ao contrário, ela é utilizada como uma estratégia discursiva, pois o usuário deste gênero já percebeu que tais elementos deixam de ser adereços que ornamentam e delimitam artisticamente o espaço da escrita verbal, para se configurarem como elementos-fonte ricos em informações matizes de sentido com peso cognitivo e valor semântico, no mínimo, iguais aos da palavra (XAVIER, 2002: 157). interatividade O chat possui por natureza o objetivo da interação, pois é um ambiente de interação síncrona e utiliza predominantemente o registro escrito da língua. Podemos dizer, nesse caso, que o chat virtualiza uma interação face-a-face em tempo real, o que por natureza já denota interação. iteratividade A apresentação virtual da textualização do chat e as possibilidades que são propiciadas pela Internet em relação à interconexão com outros textos, nos revelam o caráter iterativo dos textos em chats. Essa interconexão com outros textos pode ser realizada por links, pela própria natureza dialógica dos enunciados textualizados pelos interlocutores, e, ainda, pela apresentação da página em que se realiza o chat. Marcuschi (1999) aborda esses conceitos de hipertexto e aponta que estas não são características exclusivas do hipertexto, mas também podemos encontrá- 23

24 las em textos impressos. O elemento inovador do hipertexto e que realmente o diferencia de um texto impresso é a topografia e sua apresentação virtual. Sobre o hipertexto o autor postula que: Neste sentido, imagino que as teorias do texto, tal como as conhecemos, auxiliam na compreensão do funcionamento do hipertexto. A inovação trazida pelo hipertexto não está no uso específico da língua enquanto atividade sócio-cognitiva, mas na sua apresentação virtual [...] (MARCUSCHI, 2000: 17) Destaquemos em uma figura alguns aspectos relevantes que podemos relacionar aos conceitos de hipertexto. Figura 2 reservado Não linearidade, topografia, fragmentariedade reservado Possibilidades de textualização de elementos multisemióticos Acessibilidade ilimitada, volatilidade e iteratividade 24

25 Podemos, em uma breve visualização do ambiente de interação dos chats, identificar várias características do hipertexto que abordamos anteriormente. Destacamos alguns tópicos na imagem: Na imagem, temos destacados em cores azuis as seguintes especificidades: mutisemiose as imagens, as possibilidades de agregar emoticons aos enunciados, cores, sublinhar, negritar, deixar em itálico etc. Destacamos com a cor laranja elementos que evidenciam a nãolinearidade, a topografia e a fragmentariedade. Os enunciados não se relacionam diretamente em um sentido cronológico, mas apenas cognitivo, assim como as interrupçoes pela entrada e saída de interlocutores da sala. Os diálogos que aparecem reservados e são vistos apenas pelos interlocutores envolvidos não permitem, ou no mínimo dificultam, a caracterização de um inicio, meio e fim ao texto em chats. Este elemento revela também a topografia. Verificamos, também, a possibilidade de acesso a vários diálogos simultâneos, revelando, além da topografia, a fragmenteriedade do texto em chat. Destacamos na cor verde: a acessibilidade ilimitada, a volatilidade e a iteratividade pelas possibilidades de acesso a outros tipos de textos e as possibilidades de saída e entrada em outros ambientes de interação. As especificidades e possibilidades destacadas na textualidade dos chats como hipertexto se devem principalmente a sua apresentação virtual. Em nossa breve abordagem e descrição, não tivemos a pretensão de esgotar a discussão sobre a categorização das textualizações dos chats como hipertextos. Tivemos a intenção de ressaltar algumas das características e especificidades dessas textualizações e as relacionar com alguns conceitos de hipertexto. Nessa abordagem propusemos a assimilação da textualização em chats como hipertextos, tendo em vista que podemos verificar características e 25

26 especificidades do hipertexto na textualização e no ambiente de interação em chats. 1.3 Modalidades e registros da língua e a textualidade nos chats Ao abordarmos a textualidade nos chats, um fator a ser considerado é a ocorrência da textualização dos enunciados. Perceberemos que há o uso predominante do registro escrito da língua, aliado à utilização de imagens e sons. No entanto, podemos observar traços constitutivos da modalidade oral da língua nessa textualidade. Dessa forma, ao tratarmos da textualidade em chats, temos de considerar traços constitutivos da oralidade que, segundo Marcuschi (2001), é uma prática social interativa para fins comunicativos, que se apresenta sob variadas formas ou gêneros textuais, fundados na realidade sonora. Ela vai desde uma realização mais informal até uma realização mais formal, dependendo dos diversos tipos de contextos e usos. Marcuschi (2001) postula que a fala é uma modalidade da língua que não necessita de uma tecnologia que vá além do aparato disponível do próprio ser humano. A modalidade escrita, por sua vez, é apresentada como aquela que possui certas especificidades materiais e é caracterizada por sua constituição gráfica, embora envolva, entre outros, recursos de ordem pictória. Ambas estão atreladas às formas de produção textual-discursiva para fins comunicativos. Elas não são sistemas cognitivos paralelos, mas modos complementares de ver e compreender o mundo e devem ser examinadas na perspectiva de sua organização textual discursiva, com a existência de graus de variação entre elas ou posições intermediárias. Abordaremos a seguir algumas características entre fala e escrita, e as relacionaremos à textualidade da interação em chats. 26

27 TEMPO ESPAÇO AUTOR NA NARRATIVA DO DISCURSO Fonte: Barros (2000 : 59) FALA -não-planejamento; -marcas de formulação e reformulação; -descontinuidade determinada pela pontualidade. -presença de interlocutores; -presença do contexto situacional. -construção coletiva do texto; -alternância de papéis; -aproximação da enunciação; -descontração; -simetria. ESCRITA -planejamento -ausência de marcas de formulação e reformulação; -continuidade determinada pela pontualidade. -ausência de interlocutores; -ausência do contexto situacional. -construção individual do texto; -ausência de alternância de papéis; -distanciamento da enunciação; -formalidade; -assimetria. Em nossa análise da textualidade presente nos chats percebemos que, apesar da predominância do registro escrito da língua, existem traços constitutivos da textualidade com características da fala, isto é, da modalidade oral da língua. Podemos, então, pensar na textualidade em chats da seguinte forma: 27

28 TEXTUALIDADE EM CHATS TEMPO -não-planejamento; -marcas de formulação e reformulação; -descontinuidade determinada pela pontualidade. ESPAÇO -presença de interlocutores; -presença do contexto situacional. AUTOR NA NARRATIVA DO DISCURSO -construção coletiva do texto; -alternância de papéis; -aproximação da enunciação; -descontração; -simetria; -formalidade (dependendo do tipo de chat em que se interage); Devido ao caráter interacional dos chats na troca de mensagens síncronas, podemos dizer que eles são recursos tecnológicos aplicados na internet para a conversação. Levinson (1983: 284) trata a conversação como um gênero básico da interação humana, uma vez que a linguagem é de natureza essencialmente dialógica. Se levarmos em consideração a conversação na perpectiva do ambiente virtual, temos, ainda, Araujo (2004) postula que a conversação síncrona na web é uma transmutação do diálogo tradicional em suas mais variadas vertentes em uma modalidade da língua escrita. 28

29 Segundo Marcuschi (1991), quando conversamos, o fazemos com perguntas e respostas ou com asserções e réplicas. Na atividade de conversação, a organização ocorre basicamente por meio de cinco características constitutivas: interação entre pelo menos dois falantes; ocorrência de pelo menos uma troca de falantes; presença de uma seqüência de ações coordenadas; execução em uma identidade temporal; envolvimento em uma interação centrada. Podemos notar que as diferenças tipológicas entre fala e escrita são hibridizadas nos chats, tendo em vista que teremos traços constitutivos da fala com a utilização de um registro escrito. Segundo Marcuschi (2001: 18) escrever pelo computador no contexto da produção discursiva dos bate-papos síncronos é uma nova forma de nos relacionarmos com a escrita, mas não propriamente uma nova forma de escrita. O ato de simular a oralidade através de elementos próprios da escrita permitiu que os usuários do gênero chat desenvolvessem um estilo híbrido. Ou seja, não é de qualquer modo que se escreve nesse gênero. Este escrever tem até uma designação própria: teclar ; tal é a consciência da novidade (MARCUSCHI, 2001: 18) Dessa forma, destacamos que um dos fatores responsáveis pelas características da textualização distinta em chats, se deve às condições em que a escrita e, conseqüentemente, a maneira de ler ocorrem. Temos em princípio o uso do registro escrito da língua exercendo uma função que comumente ocorre com o registro da oralidade. Assim, consideramos que a interação em qualquer ambiente de comunicação síncrona na Internet, utilizando a escrita e a leitura, implica adaptações e 29

30 aquisições de competências específicas por parte dos interlocutores. Há fatores pragmáticos no ato da leitura e da escrita em situações e circunstâncias específicas. Nosso objetivo nesse capítulo foi fazer uma abordagem contextualizada, com o intuito de especificar características centrais do objeto de analise. Apresentaremos, a seguir, nosso embasamento teórico e uma proposta de análise para os chats selecionados. 30

31 CAPITULO 2 Fundamentação teórica: proposta de um modelo de análise em chats Até o momento tentamos compreender nosso objeto de análise, chats, em relação ao seu surgimento, suas características, suas propriedades, seus contextos de uso e algumas de suas aplicações. Apresentamos nesse capítulo nosso embasamento teórico e a proposta de um modelo de análise, pelo qual abordaremos o processo de entrada de um indivíduo em ambientes virtuais e a textualidade produzida pelos usuários nos chats que constituem a amostra da pesquisa. Pudemos observar que os chats são recursos tecnológicos que permitem a conversação na Internet com diversas aplicações. Dessa forma, temos uma textualidade feita por enunciados em uma interação síncrona. Com o intuito de inserir os chats em um modelo de análise, assimilamos o processo de entrada dos indivíduos e a textualização dos seus enunciados como uma narrativa sustentada por enunciados que configuram um diálogo. Ao abordarmos o processo de entrada em chats e a textualização como uma narrativa, tentamos analisar metodologicamente a transição de um indivíduo da realidade à virtualidade, e sua entrada em ambientes virtuais de interação síncrona. Em seguida, analisamos a textualidade dos enunciados produzidos pelos usuários instalados e configurados em cada ambiente de interação virtual analisado. Utilizamos em nosso embasamento teórico a vertente norte-americana de gêneros que abordam o estilo, a construção composicional e o conteúdo, a fim de categorizar os textos em cada aplicação dos chats. Não obstante, utilizamos, como recursos de estudo e revelação de características e 31

32 especificidades dos textos, a semiótica-discursiva gremasiana, com o objetivo de abordar os processos de entrada e saída dos usuários em chats, de compreender os objetivos de cada usuário e de entender como esses elementos acabam por caracterizar o texto produzido. Para abordar a questão da textualidade nos chats, utilizamos como arcabouço teórico a Lingüística Textual com conceitos de referenciação, revelados também pela abordagem da semiótica-discursiva, o plano da expressão e do plano do conteúdo, e estabelecemos uma relação destes com o estilo e o conteudo dos textos produzidos. No que concerne à construção composicional, recorremos aos movimentos retóricos e os elementos de referenciação em cada tipo de aplicação. Consideramos que, por meio dessa abordagem, constituímos um modelo de análise que possibilitará a compreensão e a categorização da textualização dos tipos de aplicações em gêneros distintos, de acordo com os conceitos que aqui serão expostos. 2.1 Gêneros Para dar início ao embasamento teórico, trataremos dos conceitos de gênero. Na perspectiva de Bakhtin (1979: 79), gêneros são formas relativamente estáveis de enunciados em que se considera o conteúdo temático, a construção composicional e o estilo. A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou outra esfera da atividade humana. O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua- recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais-, mas também, e sobretudo, por sua construção composicional. Esses três elementos (conteúdo temático, estilo e construção composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado, e todos eles são marcados pela especificidade de uma esfera de 32

33 comunicação. Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso. Charles Bazerman (2005) afirma que gênero é um fenômeno de reconhecimento psicossocial, que é parte de processos de atividades socialmente organizadas. [...]Gêneros emergem nos processos sociais em que pessoas tentam compreender umas as outras suficientemente bem para coordenar atividades e compartilhar significados com vistas a seus propósitos práticos[...] Os gêneros tipificam muitas coisas além das formas textuais. São parte do modo de como os seres humanos dão forma as atividades sociais[...] (BAZERMAN, 2005: 31) John Swales (1990) faz uma reflexão sobre gêneros e sobre princípios motivadores e estruturadores na construção de um texto. O autor aborda os movimentos retóricos e os propósitos comunicativos do texto. A partir dessas considerações, podemos assimilar os gêneros como um conjunto compartilhado de propósitos comunicativos que tipificam os textos em gêneros. Os movimentos retóricos em determinados textos pertencentes a um mesmo gênero se textualizam de forma similar, pois servem a propósitos comunicativos semelhantes. Um exemplo simples é a estrutura textual de uma carta de cobrança bancária. Esta tende a ser a mesma, por pertencer a um mesmo gênero específico com a apresentação de credenciais, data, estabelecimento do assunto, estabelecimento de contato pelo fornecimento de telefone, desconsideração da mensagem no caso do pagamento ter sido efetuado e agradecimentos. A tipificação de textos facilita e padroniza a comunicação, enquanto a abordagem e a análise dos movimentos retóricos dentro de um texto revelam essa tipificação. 33

34 Nessa perspectiva, Miller (1994) aborda o texto como uma materialização de um gênero, e o gênero como uma ação retórica tipificada que funciona como uma resposta às situações recorrentes. Segundo a autora, a comunicação é facilitada pelas regularidades que se constituem nos gêneros. Essas regularidades são constituídas de acordo com a experiência sócio-retórica do indivíduo e o ajuda a estabelecer propósitos comunicativos, movimentos retóricos, estratégias argumentativas e o estilo, a fim de alcançar o efeito de sentido esperado em seu interlocutor. Bazerman (2005) compreende o gênero não como cristalização formal num determinado tempo, tampouco como conjunto de traços textuais, uma vez que, assim, não levaria em conta o papel primordial dos indivíduos no uso da construção de sentidos. Há diferenças de percepção e compreensão e o uso criativo da comunicação visa satisfazer novas necessidades de acordo com a dinâmica social. Os gêneros são tipificações dinâmicas, interativas e históricas, fenômenos de reconhecimento psicossocial e partes de processos socialmente organizados. Tal tipificação segue padrões comunicativos com formas reconhecíveis e padronizadas, e não apenas sua manifestação como também as situações de produção. Dessa forma, as tipificações textuais em gêneros não são fixas, mas relativamente estáveis em seu conteúdo, estilo e construção composicional, tipificados de acordo com os propósitos comunicativos dos interlocutores. Buscamos, então, critérios de categorização dos textos nos chats que abordamos, a partir da articulação dos conceitos de gêneros relacionados às demais teorias que introduziremos a seguir. 2.2 Semiótica discursiva Com o objetivo de abordarmos a textualidade em chats, consideramos pertinente abordar também o contexto de interação e as relações dos usuários 34

35 com o ambiente de interação e os demais usuários. Para essa abordagem, utilizaremos alguns conceitos da semiótica-discursiva greimasiana. O texto nos chats possui, por parte dos usuários, a opção de entradas e saídas a todo o momento, e isso ocorre de acordo com os interesses e escolhas dos próprios usuários dentro do ambiente virtual. Compreender esses processos nos revela diferenciações e recorrências em relação ao conteúdo, à construção composicional e ao estilo em cada tipo de aplicação de chat, uma vez que as escolhas e os interesses dos usuários serão, em muitos momentos, textualizados em seus enunciados, o que vai constituir o texto de cada tipo de aplicação de chat. Apresentaremos agora o modelo actancial mítico de Greimas (1966), a fim de abordarmos as relações entre usuários, seus interesses em cada ambiente de interação e como eles se configuram e se constituem no texto em chats Modelo actancial mítico Nos chats temos a instalação de um diálogo em um ambiente virtual de comunicação síncrona. Poderíamos, então, tratar os usuários como interlocutores ou produtores, leitores e ouvintes, terminologias bastante utilizadas na lingüística textual. Entretanto, consideramos pertinente em um primeiro momento, o tratamento dos usuários de chats como atores que se desdobram em actâncias, terminologia proposta por Greimas (1966) em seu modelo actancial mítico. Essa abordagem permitirá que se identifiquem as funções, os conteúdos temáticos, e as ações de cada usuário (ator) em cada tipo de aplicação que abordaremos. 35

36 O modelo actancial mítico 5 de Greimas é utilizado na semiótica-discursiva na abordagem das actâncias dos atores dentro da narrativa. No intuito de atender a essa proposta, entendemos o processo de entrada, o diálogo e a saída do ambiente virtual de interação como uma narrativa que aborda a transição de um indivíduo da realidade à virtualidade. Consideramos, nesse momento, os usuários como atores 6, conforme proposta da semiótica-discursiva, uma vez que abordamos a textualização dos diálogos em chats como uma narrativa composta por enunciados. Os atores podem se desdobrar em papéis actanciais, ações e qualificações dentro da narrativa; e em papéis temáticos, temas que são representados pelos atores. Greimas propõe um modelo actancial mítico e afirma como podem se revelar as actâncias dos atores em uma narrativa. Segundo Greimas (1966), os actantes são unidades discretas, cujos predicados se subdividem em dinâmicos (esfera de ação) e estáticos (esfera qualificacional), em que cada unidade se define em relação à outra. O modelo actancial mítico permitirá a identificação das funções, dos conteúdos temáticos e das ações de cada usuário (ator). Selecionamos o modelo actancial mítico de Greimas (1966), pois nos permite representar uma instância de mediação, uma representação dos atores e suas funções na narrativa. As actâncias no modelo actancial mítico se configuram por meio de duas esferas significativas: a esfera de ação (fazer) e a esfera qualificacional (ser). Definiremos a seguir como se configuram as actâncias dos atores nessas esferas. 5 O autor aplica seu modelo em uma publicação de exercícios práticos em 1993 em que é analisado o conto Maupassant à luz da semiótica-discursiva. 6 A definição de ator segundo dicionário de semiótica de Greimas & Courtes (1979) é que uma definição mais precisa de ator: é o lugar de convergência de investimento dos dois componentes, sintáxico e semântico. Para ser chamado ator um lexema deve ser portador de pelo menos um papel actancial e de no mínimo um papel temático. 36

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