A menarca e seu impacto nas qualidades físicas de escolares
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- Júlio Castelo Ferretti
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1 Rev. slud públic. 15 (2): , 2013 A menrc e seu impcto ns quliddes físics de escolres The menrche nd its impct on schoolgirls physicl qulities Sidnei Jorge Fonsec Junior 1 e José Fernndes Filho 2 1 Instituto de Nutrição Josué de Cstro, Universidde Federl do Rio de Jneiro, Rio de Jneiro, Brsil. sjfjunior@gmil.com 2 Escol de Educção Físic e Desportos, Universidde Federl do Rio de Jneiro, Rio de Jneiro, Brsil. jff@cefbr.com.br Recebido 8 Mi 2012/Envido pr modificção 23 Agosto 2012/Aprovdo 15 Novembro 2012 RESUMO Objetivos Anlisr idde de ocorrênci d menrc em escolres de Angr dos Reis/RJ e o comportmento ds quliddes físicsem diferentes períodos d puberdde, utilizndo menrc como referênci d mturção sexul. Métodos A mostr constou de 232 menins com iddes entre 10 e 16 nos dividids em qutro grupos de cordo com mturção sexul. Após entreg d nmnese referente à menrc form mrcdos os dis dos testes motores pr vlir quliddes físics forç explosiv de membros inferiores, velocidde de corrid, flexibilidde e consumo máximo de oxigênio bsoluto e reltivo. Utilizouse esttístic descritiv pr vlir idde d menrc; ANOVA one wy e correlção de Person (p<0,05) form utilizds pr nlisr o comportmento ds quliddes físics de cordo com o período d menrc. Resultdos A idde d menrc foi 12,23±1,2 nos e diferençs significtivsentre os grupos form encontrds ns quliddes físics forç explosiv de membros inferiores, velocidde de corrid e consumo máximo de oxigênio bsoluto e reltivo. Conclusões A ocorrênci d idde d menrc foi condizente com de estudos relizdos no Brsil. Durnte puberdde forç explosiv de membros inferiores e velocidde de corrid umentm, o consumo máximo de oxigênio bsoluto ument com tendênci de qued dois nos pós menrc e oconsumo máximo reltivo present declínio durnte puberdde. Plvrs-Chve: Mturidde sexul, puberdde e desenvolvimento do dolescente (fonte: DeCS, BIREME). ABSTRACT Objectives Ascertining the ge when the menrche occurs in school girls living in Angr dos Reis/RJ nd the pttern of physicl qulities in periods during puberty using the menrche s the benchmrk for sexul mturtion. Methods The smple consisted of to16-yer-old girls, divided into four groups ccording to sexul mturtion. Following n interview during which the onset of the menrche ws reclled, motor tests were scheduled for ssessing physi- 281
2 282 REVISTA DE SALUD PÚBLICA Volumen 15 (2), Mrzo-Abril 2013 cl qulities, lower limb power, running speed, flexibility nd reltive nd bsolute mximum oxygen consumption. Descriptive sttistics were used for ssessing the ge of onset of the menrche; one-wy ANOVA nd Person s coefficient of correltion (p<0.05) were used for nlyzing the physicl qulities pttern ccording to the onset of the menrche. Results The onset of the menrche ws set t 12.23±1.2 yers; significnt differences were found regrding lower limb power, running speed, bsolute nd reltive mximum oxygen consumption. Conclusions The occurrence of the onset of the menrche greed with other studies crried out in Brzil. Lower limb power nd running speed were seen to increse during puberty, bsolute mximum oxygen consumption incresed (tending to decline two yers fter the menrche) nd reltive oxygen consumption decresed. Key Words: Sexul mturtion, puberty nd dolescent development (source: MeSH, NLM). RESUMEN Impcto de l menrquí en ls cpciddes físics de escolres Objetivo Anlizr l edd de l menrquí, como un referenci de l mdurción sexul de los escolres en Angr dos Reis/RJ, con respecto ls cpciddes físics en ls diferentes etps de l pubertd. Métodos L muestr se conformó con 232 niñs en eddes comprendids entre 10 y 16 ños, divididos en cutro grupos en función de l mdurción sexul. Después de l entrevist, se plicó un test de motricidd pr evlur ls cpciddes físics, con bse en l fuerz explosiv de miembros inferiores, l velocidd de crrer, l flexibilidd y el consumo máximo de oxígeno reltivo y bsoluto. Pr evlur l edd de l menrquí con respecto l comportmiento de ls cpciddes físics, se utilizron estdístic descriptiv, ANOVA de un ví y l correlción de Person (p<0,05) Resultdos L edd de l menrquí fue de 12,23±1,2 ños y se encontrron diferencis significtivs entre los grupos, con respecto l fuerz explosiv de miembros inferiores, l velocidd de crrer y el consumo máximo de oxigeno reltivo y bsoluto. Conclusiones El ppel de l edd de l menrquí estuvo de cuerdo con estudios relizdos en Brsil. Durnte l pubertd, l fuerz de miembros inferiores y l velocidd de crrer umentn, el consumo máximo de oxígeno bsoluto ument con tendenci l bj dos ños después de l menrquí y el consumo máximo reltivo disminuye. Plbrs Clve: Mdurción sexul, pubertd y desrrollo del dolescente (fuente: DeCS, BIREME). A puberdde é considerd um fse de importntes trnsformções somátics, decorrentes do desenvolvimento ds crcterístics sexuis primáris e secundáris (1). Dest form, vlição d mturção biológic (MB), neste período d vid, é recomendd em dois contextos: o d súde e o esportivo (2). Entre os sistems biológicos utilizdos pr vlir MB, mturção sexul (MS) é constntemente requisitd devido su fácil plicbilidde,
3 Fonsec - Menrc e quliddes físics 283 sendo mis utilizdo o método proposto por Tnner (3), que utiliz um pdrão fotográfico de cinco estágios distintos de desenvolvimento mmário e de pilosidde pubin. No entnto, ger constrngimento e difícil ceitção no mbiente escolr. Neste sentido, menrc por ser um método que depende pens do relto do período d su ocorrênci e por representr um mrco d puberdde, prece ser dequd n impossibilidde de utilizr outros métodos. Ademis, menrc pode, ind, ser utilizd pr o cálculo d idde ginecológic, trvés d subtrção d idde cronológic pel idde d menrc, possibilitndo um compnhmento detlhdo do período pós-menrc. No que tnge o contexto d súde, menrc pode estr ssocid o estdo socioeconômico, nutricionl e s condições mbientis de um populção (1,4). No contexto esportivo, su utilizção como indictivo de mturção pode uxilir no plnejmento do treino de jovens tlets e n seleção de tlentos esportivos, pois menins de mesm idde cronológic podem estr em momentos mturcionis diferentes, interferindo no desenvolvimento ds quliddes físics (2,5). As quliddes físics podem ser vlids trvés de testes motores. Em su totlidde, são responsáveis pelo desempenho motor de um indivíduo e su vlição é comum ns escols e no desporto em gerl, podendo desempenhr importnte ppel n prevenção, conservção e melhori d cpcidde funcionl, e consequentemente n súde dos jovens (6). Dest form, o levr em considerção tendênci seculr de diminuição d ocorrênci d idde d menrc (7,8), vislumbr-se possibilidde de mplir os conhecimentos reltivos deste fenômeno; o observr influênci d MB no desempenho motor durnte puberdde, pretende-se, ind, utilizr o período d menrc e idde ginecológic como referênci d mturção sexul pr vlir o comportmento ds quliddes físics de escolres. Assim, o objetivo deste estudo foi vlir idde de ocorrênci d menrc em escolres de Angr dos Reis/RJ e o comportmento ds quliddes físics básics flexibilidde, forç explosiv de membros inferiores, velocidde e potênci eróbic bsolut e reltiv em escolres de diferentes períodos d puberdde, utilizndo menrc como referênci d MS.
4 284 REVISTA DE SALUD PÚBLICA Volumen 15 (2), Mrzo-Abril 2013 MÉTODOS Populção e mostr A escolh d mostr foi de form intencionl, pois brngeu s luns d escol que presentv melhor espço físico pr colet de ddos. Assim, populção lvo brngeu s 648 luns mtriculds em um escol públic loclizd em um birro periférico d cidde de Angr dos Reis, frequentndo regulrmente o ensino fundmentl e médio no no letivo de Dests, 232 menins prticiprm d colet de ddos, pois tendim os seguintes critérios de inclusão: ceitr prticipr de tod colet de ddos; ter o Termo de Livre Consentimento ssindo pelo responsável; ter idde vrindo entre 10 e 16 nos de idde; lembrr o mês e no d menrc; não prentr deficiênci locomotor significtiv ou estr grávid; não prticipr de treinmentos pr disputr competições esportivs. A colet de ddos e seus objetivos form provdos pelo Comitê de Étic em Pesquis d Universidde Cstelo Brnco (UCB), sob protocolo 0035/2007. Procedimentos Inicilmente, o estudo foi put de dus reuniões pr pis de lunos, sendo explicdo detlhdmente todo o procedimento. Posteriormente, tods s luns form convidds prticipr e receberm o termo de consentimento e um nmnese com questões que bordvm dt de nscimento, ocorrênci ou não d menrc, em cso de resposts firmtivs o mês e o no d menrc e sobre prátic constnte de treinmentos pr competições esportivs. Com o intuito de terem uxílio no momento de recordrem époc d menrc, s menins que ceitrm prticipr do estudo preencherm o questionário junto o responsável. Por fim, o responsável entregou nmnese e o termo de consentimento ssindo o pesquisdor; em seguid, form mrcds s dts e os horários dos testes motores, n qul cd indivíduo foi vlido por um único e experiente vlidor em dois dis consecutivos. A idde cronológic foi clculd com precisão de meses, bsed n dt de nscimento e n dt d vlição. O mesmo ocorreu com idde d menrc (IM), ou sej, utilizndo-se do mês e no de nscimento e do mês e no d menrc. Dest form, idde ginecológic foi clculd, lém d divisão d mostr em qutro grupos:. As que ind não tinhm tingido menrc (SM); b. As que estvm no no corrente d menrc (AM); c. Do primeiro o segundo no pós menrc (1PM) e; d. As que estvm há dois nos ou mis decorrentes d menrc (2PM).
5 Fonsec - Menrc e quliddes físics 285 No primeiro di de testes motores, er relizdo um leve quecimento, seguido do teste de slto verticl pr medir forç explosiv dos membros inferiores (FEMII) no plno verticl (9), trvés de três tenttivs, sendo utilizd melhor mrc; e posteriormente, o de 50 metros pr medir velocidde (10). No segundo di, pós o quecimento, foi relizdo o teste de sentr e lcnçr pr medir flexibilidde do qudril, dorso e músculos posteriores dos membros inferiores, trvés de três tenttivs, sendo utilizd melhor mrc (9). Posteriormente, foi plicdo o teste de potênci eróbic mximl multstge 20m shuttleruntest (SRT-20) pr estimr o consumo máximo de oxigênio VO 2 máx bsoluto e reltivo (11), que reliz-se por meio de um corrid continu e com múltiplos estágios. Análise Esttístic Pr vlição d IM form utilizdos médi ritmétic, o desvio pdrão, o vlor mínimo e máximo e s freqüêncis bsoluts e reltivs de ocorrênci d menrc de cordo com idde cronológic. N descrição dos grupos SM, AM, 1PM e 2PM médi ritmétic e o desvio pdrão form clculdos. O teste Kolmogorov-Smirnov consttou normlidde dos ddos. Dest form, ANOVA one wy (p<0,05) foi utilizd pr identificr diferençs entre os grupos, que qundo consttds form loclizds pelo post hoc de Schefée. A correlção de Person (p< 0,05) foi relizd pr identificr trvés d idde ginecológic o período pós-menrc que present mior relção com s quliddes físics básics envolvids no estudo. RESULTADOS Entre s 232 escolres de Angr dos Reis que constituírm mostr, 164 hvim presentdo menrc. A idde médi de ocorrênci d menrc foi 12,23±1,2 nos, com o vlor mínimo de 9,2 e o máximo de 15,1 nos de idde. Em dendo, Tbel 1 present frequênci bsolut e reltiv d idde de ocorrênci d menrc de cordo com idde cronológic. Tbel 1. Freqüênci bsolut e reltiv d idde de ocorrênci d menrc em escolres do município de Angr dos Reis-RJ Idde de ocorrênci d menrc (nos) Freq. Absolut por idde (n) Freq. Reltiv por idde (%) 9 4 2, , , , , , ,6
6 286 REVISTA DE SALUD PÚBLICA Volumen 15 (2), Mrzo-Abril 2013 A médi, o desvio pdrão e o p vlor d ANOV ds quliddes físics básics flexibilidde, FEMMII, velocidde, VO 2 máx reltivo e VO 2 máx bsoluto ds escolres dividids de cordo com o período d menrc, são presentdos n Tbel 2. Tbel 2. Médi, desvio pdrão e p vlor d ANOVA ds vriáveis flexibilidde, FEMMII, velocidde de corrid, VO máx reltivo e VO 2 máx 2 bsoluto dos períodos d menrc Vriáveis SM n=68 AM n=60 1PM n=49 2PM n=65 Flexibilidde (cm)# 26,6±6,8 26,6±6,8 28,3±8,3 29,6±8,0 FEMMII (cm)* 27,4±0,6 35,0±0,6 31,2±0,7 31,7±0,5 Velocidde de corrid (s)* 10,0±0,9 9,4±0,7 9,4±1,0 9,3±0,7 VO 2 máx bsoluto (l.min -1 )* 1,7±0,3 1,9±0,3 1,9±0,35 2,00±0,3 VO 2 máx reltivo( ml.kg -1.min -1 )* 42,8±4,3 41,0±3,8 38,3±3,6 37,2±4,4 *=diferenç significtiv entre grupos (p=0,000); #=diferenç não significtiv (p=0,068); SM= menins sem menrc; AM= no de ocorrênci d menrc; 1PM=período de 1 no pós-menrc; 2PM= período de 2 nos ou mis pós-menrc; FEMMII= Forç explosiv de membros inferiores. N Figur 1 são presentdos os vlores de médi e erro pdrão ds vriáveis flexibilidde, FEMMII, velocidde de corrid; enqunto n Figur 2 tmbém pode ser observdo os vlores de médi e erro pdrão do VO 2 máx bsoluto e VO 2 máx reltivo de escolres dividids de cordo com o período d menrc, loclizndo ind ocorrênci ds diferençs significtivs. Os vlores do coeficiente de correlção e do p encontrdo entre idde ginecológic e s quliddes físics básics flexibilidde, FEMMII, velocidde de corrid, VO 2 máx bsoluto e VO 2 máx reltivo são presentdos n Tbel 3. Tbel 3. Coeficiente de correlção (r) e o vlor de p entre idde ginecológic de cd grupo e s vriáveis do estudo Vriáveis AM (n=50) IG = 0,6±0,3 1PM (n=49) IG = 1,5±0,4 2PM (n=65) IG = 3,2±1,0 r(p) r(p) r(p) Flexibilidde (cm) -0,068(0,640) 0,240(0,094) 0,049(0,697) FEMMII (cm) 0,145(0,315) 0,320(0,025)* 0,211(0,092) Velocidde de corrid(m/s) 0,058(0,689) -0,086(0,556) -0,096(0,447) VO 2 máx bsoluto(l.min -1 ) 0,161(0,264) -0,054(0,710) -0,177(0,158) VO 2 máx reltivo(ml.kg -1.min -1 ) -0,032(0,824) -0,425(0,002)* -0,245(0,049)* *=p<0,05;am=no d menrc;1pm=1 no pós-menrc;2pm=2nos pós-menrc;ig=idde ginecológic; FEMMII=forç explosiv de membros inferiores
7 Fonsec - Menrc e quliddes físics 287 Figur 1. Comportmento d flexibilidde, d FEMMII e d velocidde de cordo com menrc 32 Flexibilidde (cm) 33 Femmi (cm) bcd SM AM 1PM 2PM SM AM 1PM 2PM 10,25 bcd Velocidde (m/s) 10,00 9,75 9,50 9,25 9,00 SM AM 1PM 2PM SM= menins sem menrc; AM= no de ocorrênci d menrc; 1PM=período de 1 no pós-menrc; 2PM= período de 2 nos ou mis pós-menrc; FEMMII= Forç explosiv de membros inferiores / = diferenç significtiv do grupo SM; b= diferenç significtiv do grupo AM; c= diferenç significtiv do grupo 1PM; d= diferenç significtiv do grupo 2PM.
8 288 REVISTA DE SALUD PÚBLICA Volumen 15 (2), Mrzo-Abril 2013 Figur 2. Comportmento do VO2 máx bsoluto e do VO2 máx reltivo de cordo com menrc 2,10 VO2 Absoluto (L min -1) VO2 Reltivo (ml. Kg.-1 min -1) 44 2,00 42 cd 1,90 cd 1,80 1,70 bcd b b 1,60 36 SM AM 1PM 2PM SM AM 1PM 2PM SM= menins sem menrc; AM= no de ocorrênci d menrc; 1PM=período de 1 no pós-menrc; 2PM= período de 2 nos ou mis pós-menrc; FEMMII= Forç explosiv de membros inferiores / = diferenç significtiv do grupo SM; b= diferenç significtiv do grupo AM; c= diferenç significtiv do grupo 1PM; d= diferenç significtiv do grupo 2PM. DISCUSSÃO A médi ritmétic d IM encontrd neste estudo foi próximo os de estudos relizdos em diferentes regiões do Brsil (12-14). Em dendo, Fonsec e Klug (2) clculrm médi ritmétic d IM de diferentes estudos relizdos no Brsil e encontrrm o vlor de 12,2 nos. Relizrm, ind, o mesmo procedimento com estudos de diferentes píses e encontrrm o vlor de 12,9 nos, consttndo IM mis precoce em menins brsileirs. O estudo de Borges e Schwrztbch (14) foi relizdo com escolres de 9 14 nos de idde e mostrou resultdos semelhntes o d tbel 1, pois s miores incidêncis form os 11, 12 e 13 nos de idde, respectivmente. Observou, ind, que os 13 nos 98,8 % d mostr já hvim presentdo menrc, enqunto que neste foi encontrdo 92,7 % os 13 nos e 99,4 % os 14 nos. Est pequen diferenç prece ser devido à fix etári d mostr utilizd nest pesquis, que se estendeu té os 16 nos de idde.
9 Fonsec - Menrc e quliddes físics 289 Dest form, os resultdos deste estudo precem compnhr tendênci mundil d diminuição d IM. Pdez e Roch (8) verificrm que em 1895 médi d menrc em Portugl er de 15 nos, diminuindo pr 12,03 em Ademis, pós nlisr funcionáris de universiddes do Rio de Jneiro, observou-se um ntecipção de 2,6 e 2,4 meses por décd n IM pr mulheres nscids entre 1920 e 1979 e 1932 e 1977, respectivmente (15,16). Ao vlir o impcto d menrc n flexibilidde (Tbel 2; Figur 1), observ-se que não houve diferençs significtivs o longo d puberdde, com coincidênci os resultdos descritos por Ulbrich et l (17), que utilizou os estágios mturcionis de Tnner. Nest perspectiv, não foi observd tendênci de diminuição d flexibilidde no sexo feminino durnte puberdde, devido resultnte do desenvolvimento do prelho pssivo e tivo, conforme citção de Weineck (18). Entretnto, o teste de sentr e lcnçr limit-se medir flexibilidde do qudril, dorso e músculos posteriores dos membros inferiores, sendo necessáris novs investigções com outros testes que nlisem outrs rticulções. Com respeito à FEMMII, os estudos que utilizrm testes com sltos mostrm resultdos diferencidos. Enqunto este estudo mostrou superioridde somentenos grupos pós-menrc (AM, 1PM e 2PM) em relção o grupo SM, o estudo de Mcedo e Fernndes Filho (19) descreve um evolução dos resultdos obtidos no teste de slto verticl com luns de diferentes modliddes esportivs durnte os três estágios iniciis de mturção sexul de Tnner. Assim como o de Ulbrich et l (17)que utilizou o slto horizontl e encontrou diferençs significtivs do primeiro o qurto estágio de pilosidde pubin de Tnner em luns de modliddes esportivs vrids. No entnto, vle ressltr que menrc ocorre normlmente entre os estágios 2 e 3 de desenvolvimento de mm e 3 e 4 de surgimento de pelos pubinos (12). O estudo de Loko et l (20) mostrou que o comportmento dos resultdos d FEMMII obtidos com tlets e não tlets são diferentes, ou sej, evolução presentd pel mostr de tlets foi superior à de não tlets com o vnço d idde cronológic durnte puberdde. Dest form, o observr que n mostr deste estudo não há prticntes regulres de modliddes esportivs, prece que s diferençs ns crcterístics d mostr e entre os métodos utilizdos pr vlição d MS explicm os diferentes resultdos entre os estudos citdos.
10 290 REVISTA DE SALUD PÚBLICA Volumen 15 (2), Mrzo-Abril 2013 No entnto, o estudo de Bissio, Mtsudo e Mtsudo (21) tmbém utilizou o slto verticl e observou um evolução d FEMMII o comprr os períodos ntes, durnte e pós menrc.neste estudo, embor não tenhm sido consttds diferençs significtivs nos períodos pós-menrc, s correlções entre IG e FEMMII (Tbel 3) presentrm coeficientes de correlção positivos em todos os períodos pós-menrc, chegndo ser significnte no período 1PM, corroborndo estudos que observrm um umento d FEMMII durnte todo o período pubertário. Ao nlisr qulidde físic básic velocidde de corrid, os resultdos mostrm que o grupo SM é inferior os demis grupos. O estudo de Loko et l (20) observ um evolução d velocidde de corrid té os 13 nos de idde em não tlets, com estbilidde posteriormente. O mesmo não ocorreu com tlets, pois houve umento grdtivo dos 10 os 17 nos de idde. Est informção é importnte, visto que no nosso estudo idde médi do grupo no d menrc é de 13,02 nos e não utilizou tlets. Ademis, s correlções (Tbel 3) presentrm coeficientes próximos de zero, corroborndo estbilidde dest qulidde físic básic pós menrc em não tlets. Bomp (22) cit que s crinçs lcnçm miores índices de velocidde de corrid durnte puberdde e pós-puberdde, e que velocidde é em grnde prte determind geneticmente, segundo composição musculr do indivíduo. No entnto, ficou evidente importânci d tividde físic pr o desenvolvimento dest qulidde físic básic no sexo feminino. O VO 2 máx é comumente utilizdo em pesquiss trvés de diferentes testes motores, sendo o VO 2 máx reltivo o mis borddo. Entretnto, informções referentes o VO 2 máx bsoluto precem necessáris, pois seus resultdos diferem o do VO 2 máx reltivo. As comprções do nosso estudo demonstrm que o VO 2 máx bsoluto dos grupos pós-menrc foi superior o do grupo SM, enqunto que s correlções com IG presentrm coeficientes positivo no grupo AM, próximo de zero no grupo 1PM e negtivo no grupo 2PM, precendo hver um tendênci de declínio o fim d puberdde. Já o VO 2 máx reltivo dos grupos SM e AM form superiores os grupos 1PM e 2PM. Em dendo, s correlções com IG presentrm coeficientes negtivos e significtivos nos grupos 1PM e 2PM, fto que mostr tendênci de qued dest qulidde físic básic durnte puberdde. Corroborndo este estudo, Ulbrich et l (17) e Freits et l (23) vlirm MB trvés dos cinco estágios mturcionis de Tnner e d mturção
11 Fonsec - Menrc e quliddes físics 291 ósse, respectivmente, e tmbém utilizrm o STR-20 pr vlir tnto o VO 2 máx bsoluto qunto o VO 2 máx reltivo, verificndo um umento no bsoluto e declínio no reltivo. Segundo Mlin e Bouchrd (5) e Cirino et l (24) o umento do VO 2 máx bsoluto durnte puberdde ocorre em conjunto com o desenvolvimento físico, incluindo composição crdiorrespirtóri, o que ument o volume de ejeção e consequentemente o débito crdíco. Já em relção o VO 2 máx reltivo, os estudos pontm pr o umento d diposidde como responsável pel qued de desempenho. Nest perspectiv, o estudo de Mot et l. (25) tmbém utilizou o STR-20 em escolres pr vlir o VO 2 máx reltivo, mostrndo que s moçs menos mturds presentm resultdos superiores qundo comprds s mis mturds, verificndo, ind, que o umento do percentul de gordur, ocorrido durnte puberdde, influenci nesses resultdos. Entretnto, o estudo de Bôhme (26) utilizou tlets e o teste de corrid em 9 minutos, demonstrndo o umento do VO 2 máx reltivo durnte puberdde. Em concordânci, o estudo de Guedes et l. (27) mostrou que o VO 2 máx reltivo foi o único componente de ptidão físic relciondo súde que está ssocido à prátic regulr de tividde físic durnte dolescênci. Dest form, pós observr que o desenvolvimento físico promove o umento do VO 2 máx bsoluto, observ-se que redução dos níveis de tividde físic no sexo feminino, ssocid o vnço mturcionl, impedem s menins de proveitrem lgums vntgens biológics decorrentes d puberdde (6), sendo est um possível explicção pr os resultdos encontrdos referentes o VO 2 máx reltivo em estudos relizdos com menins não tlets. Em sum, pós observr que menrc é um evento trdio d puberdde, este estudo present como limitção impossibilidde do estudo ter sido relizdo de form longitudinl. Nesse sentido, foi presentdo compnhmento pouco detlhdo do comportmento ds quliddes físics básics ns menins sem menrc. No entnto, no período pós-menrc isso foi possível devido utilizção d IG. Outr limitção correspondeos testes utilizdos neste estudo, que são preditores ds quliddes físics básics pesquisds. Conclui-se que médi e freqüênci de ocorrênci d IM em escolres de Angr dos Reis foi condizente com s encontrds em estudos tuis
12 292 REVISTA DE SALUD PÚBLICA Volumen 15 (2), Mrzo-Abril 2013 relizdos no Brsil e compnhm tendênci mundil de diminuição d IM. Com respeito o comportmento ds quliddes físics básics, flexibilidde não evidenciou perd ou gnho nest fse d vid, no entnto, seri conveniente proposição de estudos com testes que brngessem um número mior de rticulções. A FEMMII e velocidde de corrid tendem umentr, sendo que o estímulo d prátic de exercícios físicos prece colborr com est evolução. O VO 2 máx bsoluto tmbém umentou com o processo de desenvolvimento, no entnto, s correlções com IG identificrm um tendênci de qued o fim d puberdde, necessitndo de estudos dicionis. Com respeito o VO 2 máx reltivo, verificou-se um declínio que possivelmente está ssocido redução dos níveis de tividde físic, prátic de exercícios físicos eróbicos e diposidde corporl. Dest form, o observr possibilidde d menrc ser utilizd pr vlir MS no período pubertário, verific-se necessidde de investigções longitudinis pr vlir o comportmento ds quliddes físics básics tnto em menins não tlets qunto em tlets, visto s diferençs fisiológics e morfológics entre estes grupos REFERÊNCIAS 1. Tnner J. Foetus into Mn: physicl growth conception to mturity. 1ed. Msschusetts:Hrvrd University Press; Klug DP, Fonsec PHS. Análise d mturção feminin: um enfoque n idde de ocorrênci d menrc. Rev Educção Físic. 2006; 17(2): Tnner JM. Growth t dolescent. 1ed, Oxford: Blckwell Scientific; Krpnou O, Ppdimitriou A. Determinnts of menrche. Reprod Biol nd Endocrinol. 2010; 8: Mlin RM, Bouchrd C. Growth, mturtion, nd physicl ctivity. 2ed. Illinois:Humn Kinetics Books; Chmpign, Guedes DP, Guedes JERP. Crescimento, Composição Corporl e Desempenho Motor de Crinçs e Adolescentes.1ed, São Pulo: Ed. CLR Blieiro; Al-Shb B, Ardern C, Hmdeh J, Tmim H. Age t menrche in Cnd: results from the Ntionl Longitudinl Survey of Children e Youth. BMC Public Helth. 2010; 110: Pdez C, Roch MA. Age t menrche in Coimbr (Portugl) school girls: note on the seculr chnges. Ann Hum Biol. 2003; 30(5): Burton L. Anerobic nd Explosive Power. In: Brodie DA; A reference mnul for humn performnce mesurement in the field of physicl eduction nd sports sciences. Mellen Studies in Eduction; Mrins JCB, Ginnichi RS. Avlição e prescrição de tividde físic: gui prático. 2ª Ed. Rio de Jneiro: Shpe ed.; Léger L, Mercier D, Gdoury C, Lmbert J. The multistge 20 meter shuttle run test for erobic fitness. J Sports Sci1988; 6(2): Vitlle MSS, Julino Y, Amncio OMS. Índice de mss corporl, desenvolvimento puberl e su relção com menrc. Rev Assoc Med Brs. 2003; 49 (4):
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