DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO MÓVEL PARA AUXÍLIO NA PREVENÇÃO DE TRAGÉDIAS EM DECORRÊNCIA DE ENCHENTES
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1 DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO MÓVEL PARA AUXÍLIO NA PREVENÇÃO DE TRAGÉDIAS EM DECORRÊNCIA DE ENCHENTES Autores: Luciano GONÇALVES JUNIOR, Natália Maria Karmierczak DA SILVA, Paulo César Rodacki GOMES, Valdir STUMM JÚNIOR. Identificação autores: Bolsista PIBITI/CNPq; Bolsista PIBIC EM/CNPq, Orientador IFC Campus Blumenau, Orientador IFC Campus Blumenau. Introdução A mesorregião do Vale do Itajaí, situada no Estado de Santa Catarina, sofre historicamente com as cheias das bacias hidrográficas que a permeiam. A situação nesta região se torna mais complicada devido ao fato de as principais cidades terem sido construídas às margens dos rios e terem os principais serviços situados em locais de risco (CEOPS, 2015). De acordo com CEOPS (2015), somente no município de Blumenau, situado às margens do rio Itajaí Açu, já foram registradas mais de 60 cheias. Um dos eventos mais impactantes ocorreu no mês de novembro de 2008, quando mais de 60 municípios foram atingidos pelo excesso de chuvas, com milhares de pessoas tendo sido obrigadas a saírem de suas casas (DIAS et al, 2009). Segundo CEOPS (2015 apud FRANK, 1995), diversas alternativas para a solução desse problema foram propostas, como a construção de muros de arrimo, canal de desvio e barragens. Embora já existam diversos mecanismos para alertar à população sobre a possibilidade de inundações e deslizamentos, em todos eles a população acaba sendo um agente passivo, que não participa efetivamente do processo de divulgação da situação em sua localidade. Este projeto propõe o desenvolvimento de um protótipo de aplicativo para dispositivos móveis, no qual a população tenha papel ativo na emissão de alertas, podendo acompanhar no mapa a situação atual, visualizar relatos emitidos por outros civis e também relatar a situação atual de sua localidade. Material e Métodos O processo para desenvolvimento do aplicativo foi composto por uma série de etapas, as quais são listadas a seguir: 1. Levantamento bibliográfico sobre monitoramento de enchentes. 2. Levantamento de tecnologias e de outras ferramentas existentes para visualização de dados relacionados ao monitoramento de enchentes. 3. Definição dos dados públicos relacionados ao monitoramento do rio Itajaí Açu a serem utilizados na ferramenta. 4. Elaboração do projeto de integração entre os dados públicos existentes. 5. Elicitação dos requisitos. 6. Elaboração do projeto da ferramenta para dispositivos móveis. 7. Definição das tecnologias a serem utilizadas na construção das ferramentas. 8. Desenvolvimento do protótipo.
2 9. Testes sobre o protótipo. Conceitos e tecnologias empregados no projeto A implementação de um sistema de software depende da elaboração cuidadosa de um projeto, que definirá como os componentes serão organizados, como os mesmos irão se comunicar de forma a atingir um objetivo e também como serão representados os dados a serem gerenciados pelo aplicativo. A definição da arquitetura do sistema foi um dos primeiros passos realizados nesse sentido. Por se tratar de um sistema de computação móvel, onde os clientes do sistema estão geograficamente distribuídos, foi necessária a definição de uma arquitetura que centralizasse os dados em um ponto de acesso disponível a todos os clientes. Dessa forma, a arquitetura definida é composta pelos seguintes elementos: Aplicativo para celular para possibilitar a interação dos usuários com o sistema, de forma que eles visualizem a situação atual de sua localização, bem como possam enviar relatos sobre eventos ocorridos nela. Web service composto por uma API ( Application Programming Interface ) REST ( Representational State Transfer ) disponível em um servidor web. Tal web service é utilizado para a persistência dos dados criados pelos usuários do aplicativo. Assim, ao ser iniciado, o aplicativo acessa o serviço web com o intuito de obter os eventos de enchente já cadastrados por outros usuários. A Figura 1 ilustra a arquitetura definida para o sistema. Figura 1. Diagrama com a arquitetura do sistema
3 Tecnologias utilizadas Diversas tecnologias foram empregadas no desenvolvimento deste projeto. A seguir, listamos quais tecnologias foram utilizadas para o desenvolvimento de cada componente: Aplicativo móvel: construído utilizando a linguagem de programação Java em conjunto com o kit de desenvolvimento para Android e com o ambiente integrado de desenvolvimento Android Studio (GOOGLE, 2015a). Web Service : desenvolvido utilizando se a linguagem de programação Python em conjunto com o framework e a plataforma Google App Engine (GOOGLE, 2015b). Modelagem do Aplicativo O aplicativo foi organizado utilizando se como base o padrão de projeto MVC ( Model View Controller ) (KRASNER e POPE, 1988). A utilização desse padrão permitiu uma melhor organização e manutenção da base de código, visto que nesse padrão o sistema é dividido em três componentes (BUSCHMANN et al, 1996): Modelo: componente estreitamente relacionado com o gerenciamento dos dados a serem manipulados pela aplicação. Visão: componente que agrega as classes que representam a interface do usuário com a aplicação. Controlador: componente que gerencia a interação entre modelo e visão, propagando alterações entre eles, de modo que ambos se mantenham em sincronia. A Figura 2 apresenta a organização adotada para o desenvolvimento do aplicativo móvel. Resultados e discussão Figura 2. Estrutura do projeto A Figura 3, apresentada a seguir, demonstra a sequência de telas que o usuário do aplicativo irá visualizar quando estiver utilizando o aplicativo. A Figura 3a demonstra a tela de boas vindas que é carregada quando o usuário inicia o aplicativo. Após o aplicativo ter sido carregado, é aberta uma tela contendo um mapa centrado na posição geográfica atual do
4 usuário, mostrando os eventos já cadastrados para aquela região e também os pontos que estão correndo risco de alagamento. Tal tela é apresentada na Figura 3b. Caso ainda não tenha se autenticado no aplicativo, o usuário poderá então acessar o menu lateral (Figura 3c) e escolher a opção Login, sendo redirecionado para uma tela em que poderá se autenticar utilizando sua conta nos serviços da Google, como mostrado nas Figuras 3d e 3e. Outra opção existente é o cadastro de um novo evento, como por exemplo um deslizamento de terra ou inundação de uma área, como mostram as Figuras 3f e 3g. Tais telas podem ser acessadas de duas maneiras: 1) acessando o menu lateral, situação na qual o evento será cadastrado na posição geográfica do centro do mapa na tela; 2) pressionando o dedo contra uma localização no mapa, sendo essa a posição geográfica do evento a ser cadastrado. Por fim, a Figura 3h apresenta a tela com as informações sobre o aplicativo. (a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) (h) Figura 3. Telas do aplicativo
5 Conclusão O presente projeto atingiu seus objetivos iniciais, porém ainda há espaço para melhorias e adição de funcionalidades. Algumas funcionalidades ainda precisam ser finalizadas, passar por mais testes e serem corrigidas de modo que o aplicativo possa ser considerado estável. Além disso, algumas funcionalidades ainda poderiam ser adicionadas na continuidade do projeto, como: Desenvolvimento de uma interface web para que os órgãos competentes pudessem acompanhar em tempo real os alertas sendo enviados, funcionando assim como um painel de controle da situação. Mecanismo de avaliação dos eventos cadastrados por usuários, de forma que os mesmos possam ser validados por outros usuários, com o objetivo de reduzir a ocorrência de falsos eventos. Integração com redes sociais como Twitter e Facebook, de forma que o sistema pudesse recolher informações úteis de tais redes sociais. Referências BUSCHMANN, F. et al. Pattern Oriented Software Architecture : A System of Patterns. Vol CEOPS, Histórico. Disponível em: < Acessado em: 27/08/2015. DIAS, M. A. F. S. et al. As chuvas de novembro de 2008 em Santa Catarina : um estudo de caso visando à melhoria do monitoramento e da previsão de eventos extremos GOOGLE. Android Software Development Kit. Disponível em: < Acessado em: 22/09/2015. GOOGLE. Google App Engine. Disponível em: < Acessado em: 22/09/2015. KRASNER, G. E.; POPE, S. T.. A cookbook for using the model view controller user interface paradigm in Smalltalk 80. In: The Journal of Object Technology
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