DEZENOVE ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: DUAS DÉCADAS DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, NO BRASIL

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1 DEZENOVE ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: DUAS DÉCADAS DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, NO BRASIL Por Wanderlino Nogueira Neto SUMÁRIO 1. Breve histórico. As últimas décadas de lutas pelos direitos infanto-adolescentes. 2. Balanço dos dezenove anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Avanços e desafios. 3. Conclusão. Discursos e práticas multidimensionais. 1. HISTÓRICO Para melhor se entender o processo histórico de lutas pelos direitos da infância e adolescência no Brasil é muito importante que se analise, em particular, o processo de construção legislativa do Estatuto da Criança e do Adolescente (lei federal de 13 de julho de 1990), que integrou esse processo e foi um dos seus pontos culminantes e o mais visível. Nesse caso, necessário se faz que se desloquem as datas mais para trás, para a década de 1980, incluindo aí igualmente todo o tempo do processo constituinte brasileiro, que desembocou na promulgação da Constituição Federal em 1988, a fechar assim o ciclo autoritário da ditadura militar no Brasil: são pouco mais de duas décadas de lutas democráticas, explicitamente, pelos direitos de crianças e adolescentes no país, onde se incluem os 19 anos do Estatuto citado, que se está a comemorar neste ano de Preliminarmente, há que se reconhecer, neste breve resgate histórico, que ao ser gestada no seio da nossa História, essa luta pelo reconhecimento e garantia de direitos de crianças e adolescentes, no país, teve frentes e vertentes variadas que se somaram, ultrapassando as naturais divisões que existiam entre pessoas e organizações. Em termos didáticos, poder-se-ia reduzir as forças produtoras de tal luta por direitos a três grandes blocos de influências (isto é, de pensamentos, ações, espaços públicos e personalidades): (1º) O movimento social; (2º) O pensamento acadêmico; (3º) A nova normativa internacional. Em primeiro lugar: esse período de tempo, em análise, testemunhou o desenvolvimento de experiências alternativas e inovadoras de atendimento a todas as crianças/adolescentes, sob a responsabilidade de determinadas expressões organizativas do movimento social, cumulado com o desenvolvimento também de um efetivo 1

2 processo de mobilizaäåo social, contra-hegemçnico. Foi um rico e frutéfero processo de mobilizaäåo social desenvolvido pela sociedade civil organizada, atravñs de seus movimentos sociais de cunho emancipatörio 1 e igualmente os processos de criaäåo e implementaäåo de diversificadas experiüncias de atendimento páblico nåogovernamental, de caràter alternativo e com forte apelo de alteridade; como, por exemplo, o atendimento direto (verdadeiramente revolucionàrio, â Ñpoca) aos meninos e meninas de rua, aos adolescentes em conflito com a lei em meio aberto (como forma de educaäåo social) e âs crianäas e adolescentes explorados no trabalho e o combate ao exterménio de adolescentes em situaäåo de risco - que se tornaram ponta de lanäa desse processo mobilizatörio inovador e de experimentaäåo de novas tecnologias sociais. Nesse rol de atores sociais protagçnicos, em tal campo dos movimentos sociais, incluéase, por exemplo, o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, o movimento sindical (com a CUT, â frente), determinados serviäos eclesiais (destacadamente, a Pastoral do Menor da CNBB), o FÖrum Nacional de Defesa da CrianÄa e do Adolescente DCA, a ABRAPIA (RJ), a Sociedade Brasileira de Pediatria, o Centro Social Nossa Senhora das GraÄas (AM), o Projeto Alternativas de Atendimento a Meninos e Meninas de Rua (RJ), o Projeto Meninos e Meninas de Rua - PMMR (SP / SÅo Bernardo) e algumas entidades de defesa de direitos humanos (FundaÄÅo Bento RubiÅo, Centro D. Helder Cãmara CENDHEC, CEAP, GAJOP, IBISS etc.). 2 Em segundo lugar: essas duas dñcadas, aqui em anàlise, testemunharam a construäåo e a disseminaäåo de novos saberes cientéficos igualmente contra-hegemçnicos (jurédicos, sociolögicos, psicolögicos, antropolögicos etc.), justificadores dessas novas pràticas de atendimento e de outras pensadas e propostas por essas novas doutrinas cientéficas. Foi esse um tempo de rica produäåo de novos saberes cientéficos e habilidades tñcnicas, na àrea acadümica e na das organizaäåes sociais especializadas em estudos e pesquisas; a produzir uma peculiar e inovadora Teoria da ProteÄÅo Integral 3, com sistematizaäåo 1 Esse processo de transição contou com a colaboração indispensável dos movimentos sociais em defesa dos direitos da infância, que juntamente à reflexão produzida em diversos campos do conhecimento, inclusive àqueles considerados jurídicos, proporcionou a cristalização do Direito da Criança e do Adolescente com uma perspectiva diferenciada anunciando reflexos radicalmente transformadores na realidade concreta. Por isso, a teoria da proteção integral deixa de se constituir apenas como obra de juristas especializados ou como uma declaração de princípios propostos pela Organização das Nações Unidas uma vez que incorporou na sua essência a rica contribuição da sociedade civil brasileira. CUSTèDIO, AndrÑ Viana. Teoria da Proteção Integral: Pressuposto para a compreensão do Direito da Criança no Brasil - NUPED-UNESC (Santa Catarina) Registre-se aqui uma referüncia especial a figuras exponenciais da Ñpoca, nesse campo de luta social, como Lia Junqueira, Bruno Sechi, Benedito Rodrigues dos Santos, Maria do Rosàrio Leite Cintra, Dom Luciano Mendes, Deodato Rivera, Irandi Pereira, Ivani dos Santos, Margarita Bosh, Eliana Athayde, Nanko van Buuren, Ruth Pistori, Reinaldo Bulgarelli, Julio Lancelotti, Zeni Soares, Rachel Niskier, Mario Volpi, Ana Vasconcellos, Marco Antonio da Silva de Souza (Marquinho), Giustina CONT./ Zanato, Ana Jansen, Ana Dourado, Ademar de Oliveira Marques, JosÑ Moroni, Silvino Neto, Carlos Alberto Caetano, Jussara de Goiàs, RogÑrio DallÖ,CÑsare F. La Rocca, Clodoveo Piazza, por exemplo. 3 Mais chamada de doutrina da proteção integral 2

3 peculiarmente brasileira, embasadora do novo Direito da CrianÄa, nascente entre nös 4 : a PontifÉcia Universidade CatÖlica de SÅo Paulo (PUC-SP), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro UERJ, a Universidade Federal da Bahia UFBA, a Universidade Santa êrsula (RJ), a PontifÉcia Universidade CatÖlica do Rio Grande do Sul PUC-RS, a Universidade Metodista de SÅo Bernardo (SP), a Universidade CatÖlica de Goiãnia (GO), a Universidade Federal de Pernambuco (PE), o Centro LuÉs Freire, o NUCEPEC (CE), o Nácleo de Estudos Direito Insurgente NUDIN (BA), Centro Projeto AxÑ de Defesa e ProteÄÅo à CrianÄa e ao Adolescente (BA), OrganizaÄÅo do Auxilio Fraterno (BA), por exemplo. 5 E ao lado desses centros acadümicos de produäåo e disseminaäåo do saber, Ñ de se registrar mais o papel preponderante que determinados agentes páblicos integrantes de algumas instituiäåes do Estado exerceram, a partir de suas reflexåes sobre a citada Teoria da ProteÄÅo Integral, de suas pràticas profissionais e seus compromissos poléticos, em articulaäåo com o citado movimento social: por exemplo, o MinistÑrio Páblico de SÅo Paulo 6, Pernambuco, Paranà, Amazonas e Bahia (p.ex.), o Juizado de Menores de Blumenau (SC) e de Porto Velho (RO), a pröpria FUNABEM/FEBEM 7. Obviamente contando com o apoio e a intervenäåo imprescindével de nomes-chaves no Senado Federal e a Cãmara de Deputados, que foram atuantes e definidores, no pröprio processo legisferante 8. Por fim, alñm do mais, registre-se como foräa produtora do processo de lutas por direitos a elaboraäåo e ediäåo da nova normativa internacional, entåo em construäåo 4 A pretensäo de integraåäo sistemçtica da teoria da pragmçtica pertinentes ao direito da crianåa e do adolescente certamente se constitui num dos objetivos primordiais a serem perseguidos pela teoria jurédica infanto-juvenil. AtÑ porque uma das principais funåöes instrumentais oferecidas pela proposta da formataåäo daquela teoria jurédico-protetiva Ñ precisamente oferecer procedimentos e medidas distintas por suas necessidades e especificidades no tratamento de novas emergüncias humanas e sociais, procurando-se, desta maneira, estabelecer outras estratñgias e metodologias para proteåäo dos valores sociais democraticamente estabelecidos como, por exemplo, direitos e garantias individuais fundamentais pertinentes à infância e à juventude. RAMIDOFF, Màrio Luiz. In Direito da CrianÅa e do Adolescente: por uma propedüutica jurédica protetiva transdiciplinar Tese de Doutorado Curso de PÖs-GraduaÄÅo em Direito, Universidade Federal do Paranà, Curitiba. 5 Registre-se aqui especial referüncia a figuras como Irene Rizzini, Vanda Engels, Maria do Carmo Brandt, LuÉs de la Mora, Benedito Rodrigues dos Santos, Edson Lucas, Fernando Silva, Maria Josefina (Mariazinha) Becker, Carmen Craidy, Esther Arantes e o pröprio Autor procurando atuarem de certa forma como intelectuais orgãnicos (cfr. GRAMSCI) 6 ë de registrar com destaque o papel importante que o pessoal do MinistÑrio Páblico de SÅo Paulo, em particular, exerceu durante todo o processo, na construäåo de anteprojetos proto-histöricos e no assessoramento âs comissåes do Congresso Nacional. 7 Registre-se aqui uma referüncia especial a Munir Cury, Paulo Afonso Garrido e Jurandir MarÄura (MP- SP), Antonio Fernando do Amaral e Silva (PJ-SC), Olimpio Sotto Mayor (MP-PR), Antonio Carlos Gomes da Costa (FEBEM-MG), Wilson Donizete (PJ-RO), LuÉs Carlos Figueiredo (PJ-PE), Romero / cont. / Andrade (MP-PE), Páblio Caio Bessa Cyrino (MP-AM), GraÄa Prola (PJ-AM), Edson Seda (procurador da FEBEM), Marina Bandeira (presidente da FEBEM), Mauro Campelo (PJ-RO), Olga Cãmara (SSP-PE). 8 Senador Ronan Tito, Deputado Nelson Aguiar (responsàveis pela apresentaäåo do Projeto de Lei do Estatuto da CrianÄa e do Adolescente ao Congresso Nacional) e Deputada Rita Camata (Relatora do Projeto de Lei do Estatuto citado). 3

4 pelas NaÄåes Unidas e a deflagraäåo de estratñgias de advocacy e de mobilizaäåo, desenvolvidas no Brasil por determinadas agüncias e organismos internacionais 9. Esse peréodo testemunhou o trabalho, na ONU, de elaboraäåo do Projeto da ConvenÄÅo sobre os Direitos da CrianÄa, que viria modernizar e dar cunho jurédico-internacional â entåo vigente DeclaraÄÅo sobre os Direitos da CrianÄa. Esse processo de elaboraäåo desse tratado internacional iniciou-se com a apresentaäåo e discussåo na ONU do chamado Projeto-PolÇnia (1978), a partir daé em permanente diàlogo com os paradigmas Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos, isto Ñ, de suas doutrinas embasadoras 10. Tal processo de elaboraäåo de novas fontes do Direito Internacional Páblico 11 muito influiu igualmente sobre as lutas pelos direitos infanto-adolescentes, no Brasil. Naquele momento em que se passava no paés por um processo de reconstruäåo e democratizaäåo de seus ordenamentos, normativo e polético-institucional, atravñs de um Congresso Constituinte, o Brasil teve o privilñgio de se apropriar dessas informaäåes sobre a nova normativa jurédica internacional, produto das discussåes que se faziam em Nova Iorque (e em todo o mundo), em torno daquele projeto de convenäåo internacional. E se teve, alñm do mais, por aqui, o privilñgio de pç-las em obra, como se verà adiante. O processo de elaboraäåo dessa convenäåo foi rico no influir na elaboraäåo da ConstituiÄÅo Federal e do Estatuto criado, ao trazer para dentro deles, por exemplo, as idñias-foräas da titularidade de direitos, da prevalüncia da garantia dos direitos sobre o atendimento de necessidades, o reconhecimento novo do direito de expressåo da opiniåo e da participaäåo, os princépios gerais da nåo-discriminaäåo e da prevalüncia do interesse superior etc. como se examinarà mais amiáde adiante. Sob esse ãngulo da influüncia da normativa internacional, Ñ de se destacar nessa vertente o protagonismo de 9 Com especial destaque, nesse caso, para a atuaäåo, no paés, do UNICEF e, inicialmente do entåo Representante Adjunto do UNICEF no Brasil, CÑsare Florio la Rocca, o grande estrategista nessa luta. 10 Em 20 de novembro de 1989, trigñsimo aniversàrio da DeclaraÄÅo dos Direitos da CrianÄa, a AssemblÑia Geral das NaÄåes Unidas aprovou por unanimidade a ConvenÄÅo sobre os Direitos da CrianÄa - CDC. A iniciativa de elaborar uma ConvenÄÅo foi apresentada â AssemblÑia Geral em 1978 pela PolÇnia, que pretendia que a aprovaäåo de um tratado internacional desse coincidisse com a celebraäåo do Ano Internacional da CrianÄa, em A intenäåo da PolÇnia subestimou seriamente a magnitude e a complexidade da tarefa, que com dificuldades recñm pçde ser completada a tempo para o dñcimo aniversàrio do Ano Internacional da CrianÄa, em O anteprojeto original apresentado pela PolÇnia, como observaram vàrios governos na consulta inicial feita em 1978, consistia essencialmente em mera reformulaäåo dos direitos jà reconhecidos na DeclaraÄÅo de A redaäåo final da CDC, porñm, transforma a crianäa de objeto de direito a receber uma proteäåo especial em sujeito de uma ampla gama de direitos e liberdades; esclarece o significado de praticamente toda a gama de direitos humanos para crianäas e adolescentes; estabelece um ComitÜ Internacional de especialistas em direitos da crianäa, com novas competüncias para a promoäåo de tais direitos. O processo de elaboraäåo dessa ConvenÄÅo contribuiu para ampliar e tornar mais dinãmicas as atividades das principais organizaäåes internacionais cujos fins englobam a proteäåo â infãncia, entre eles o Fundo das NaÄåes Unidas para a Infãncia UNICEF. E muito contribuiu para a alteraäåo da normativa interna dos Estados-Partes que a ratificaram, adequando-a a seus princépios jurédicos e aos paradigmas Ñtico-polÉticos dos Direitos Humanos. 11 Especificamente do Direito Internacional dos Direitos Humanos, que consiste em "um sistema de normas, procedimentos e instituiåöes internacionais desenvolvidos para implementar esta concepåäo e promover o respeito dos direitos humanos em todos os paéses, no âmbito mundial (BILDER, Richard. Apud PIOVESAN, Flavia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 1996/97) 4

5 figuras destacadas do UNICEF 12, do Itamarati 13 e do colñgio de professores de Direito Internacional Páblico, no meio acadümico 14, como exemplos. Considerando-se esse pequeno bosquejo histörico do processo de luta pela garantia dos direitos fundamentais de crianäas e adolescentes, no Brasil - observa-se que quaisquer anàlises e avaliaäåes dos resultados e impactos produzidos nesses 19 anos de vigüncia no Brasil do Estatuto da CrianÄa e do Adolescente dependem muito de variados fatores, que condicionam a construäåo de indicadores necessàrios para essas anàlises e avaliaäåes, ou seja, necessàrios para um bom balanäo, onde se considerem os avanäos alcanäados e os retrocessos limitadores, que se transformam ambos, em desafios para o desenvolvimento de estratñgias novas que possibilitem a construäåo de cenàrios mais favoràveis, no futuro, para a garantia, promoäåo e proteäåo dos direitos humanos da infãncia e adolescüncia. 2. BALANÇO DOS DEZENOVE ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. AVANÇOS E DESAFIOS. Para se tentar analisar, monitorar e avaliar as possibilidades reais de desenvolvimento de aäåes páblicas, em favor da promoäåo e proteäåo, enquanto formas de garantia dos direitos fundamentais de crianäas e adolescentes propåe-se recorrer aos seguintes marcos referenciais 15 (refletindo as multi-dimensåes da luta como apresentadas atràs), para a construäåo de indicadores, visando promover tal balanäo avaliativo, nas áltimas duas dñcadas: A. Marcos ideais, construédos a partir da dimensåo Ñtica e polética dos paradigmas dos Direitos Humanos; B. Marcos devidos, construédos a partir da dimensåo normativa dos princépios gerais e da demais normas-principiolögicas e normas-regras dos instrumentos normativos do Direito Constitucional (Teoria Geral dos Direitos Fundamentais) brasileiro e do Direito Internacional dos Direitos Humanos; 12 Registre-se aqui uma referüncia especial a John Donohue (Representante do UNICEF no Brasil, â Ñpoca), CÑsare Florio la Rocca (Representante Adjunto), Salvador Herencia (responsàvel maior pelo processo mobilizatörio na àrea da ComunicaÄÅo no UNICEF), EmÉlio Garcia Mendez, Mario Ferrari, Ana Maria Brasileiro, Antonio Carlos Gomes da Costa, Cont. 11 / Arabela Chiarelli, Eduardo Bustelo, Ruben Cervin, Willy Bezold, Yves de Roussan, Lidia Galeano, Livia Cavalcanti, Ennio Cufino, Antenor Naspolini, Carmen Emilia Perez, Victoria Rialp, Roger Shrimpton, Aaron Lechting, Edgardo Caíon, AmÑrica Ungaretti, Yves de Roussan, por exemplo. 13 Registre-se aqui uma referüncia especial â Embaixadora MarÉlia Sardenberg, como exemplo. 14 Registre-se aqui uma referüncia especial ao professor doutor Antonio Augusto CanÄado Trindade, Flàvia Piovesan e inámeros outros professores universitàrios (dentre eles o pröprio Autor). E igualmente merecem destaque os frutos do convünio entre o UNICEF e o MinistÑrio da EducaÄÅo e Cultura do Brasil. 15 Usa-se aqui a nomenclatura ( ideal, devido e real ) adotada pela AssociaÄÅo Brasileira dos Magistrados, Promotores e Defensores Páblicos da Infãncia e Juventude ABMP nos seus eventos e documentos, relativamente aos fluxos operacionais para garantia de diversos direitos. 5

6 C. Marcos reais, construédos a partir da dimensåo polético-institucional dos espaäos páblicos e dos mecanismos de garantia, promoäåo e proteäåo dos direitos fundamentais, minimamente. Cumprindo essa ordem de priorizaäåo - na anàlise da situaäåo da infãncia-adolescüncia e na sua avaliaäåo - se deveria dar prevalüncia 16 aos paradigmas 17 Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos 18. Em seguida, deveriam ser considerados os princépios gerais do Direito Constitucional brasileiro (Teoria dos Direitos Fundamentais), as demais normas da nossa legislaäåo infraconstitucional e igualmente toda normativa internacional pertinente (Direito Internacional dos Direitos Humanos) 19. Por fim, em conta mais se deveria levar, nesse balanäo, os resultados e impactos das aäåes páblicas desenvolvidas a partir dos espaäos páblicos 20 e dos mecanismos de exigibilidade de direitos 21 disponéveis, criados e postos em obra por esses instrumentos normativos, com base originalmente naqueles paradigmas Ñticos e poléticos. Fica um primeiro desafio, diante disto: nesse balanäo, dever-se-à sempre evitar restringir o campo de atuaäåo e da incidüncia polética e jurédica, apenas ao desenvolvimento de poléticas páblicas. Mas sim, igualmente, assegurar que essa incidüncia sobre as poléticas páblicas ocorra de modo articulado e integrado, com uma incidüncia tambñm sobre o acesso à justiåa 22 (ou seja, procurando incidir tambñm sobre a defesa legal de crianäas e adolescentes com direitos ameaäados e violados e a responsabilizaäåo dos violadores desses direitos). 16 A ConstituiÄÅo Federal do Brasil reconhece como princépios fundantes da Repáblica a prevalüncia dos direitos humanos 17 Paradigma (do grego Paràdeigma) literalmente modelo, Ñ a representaäåo de um padråo a ser seguido. ë um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realizaäåo cientéfica com métodos e valores que såo concebidos como modelo; uma referüncia inicial como base de modelo para estudos e pesquisas 18 Meta-jurÉdicos e multidimensionais: Ñticos, poléticos, histöricos, sociais etc. 19 AÉ nesse bloco do ordenamento jurédico, especial destaque para o artigo 227 e 228 da CF, para a ConvenÄÅo sobre os Direitos da CrianÄa - CDC e para o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. 20 Varas da Infãncia, conselhos tutelares, conselhos dos direitos, entidades de defesa de direitos, instãncias de coordenaäåo e execuäåo das poléticas páblicas (educaäåo, saáde, previdüncia e assistüncia social, seguranäa páblica, habitaäåo, relaäåes exteriores, planejamento/oräamentaäåo, trabalho etc.), o Parlamento, ÖrgÅos do MinistÑrio Páblico e da Defensoria Páblica, tribunais de contas, organizaäåes sociais e seus föruns etc. Cfr. ResoluÄÅo 113 CONANDA. 21 AÄåes judiciais, pràticas de mediaäåo e restaurativas, mobilizaäåo social, empoderamento do destinatàrio, parcerizaäåo, monitoramento e avaliaäåo, construäåo de capacidades etc. Cfr. ResoluÄÅo 113 CONANDA. 22 Ou administraåäo de justiåa, usada aqui a expressåo JustiÄa no seu sentido de Paradigma e Valor e nåo no sentido institucional-organizacional de Poder Judicial. Assim sendo nesse campo se incluem tambñm os conselhos tutelares, os cérculos restaurativos, os espaäos de mediaäåo, as entidades sociais de defesa de direitos (OAB, CRP, CFSS, ANCED-CEDECA, por exemplo), os ÖrgÅos do MinistÑrio Páblico e da Defensoria Páblica (cfr. CAPELLETTI). 6

7 Para que isso nåo se perca de vista, dever-se-à insistir sempre no aprofundamento da discussåo sobre a institucionalizaäåo e o fortalecimento, no paés, de um sistema de promoäåo e proteäåo de direitos humanos, particularmente em favor da infãncia e adolescüncia, como pano de fundo para as discussåes especificas sobre (a) acesso â justiäa, (b) sobre desenvolvimento de poléticas páblicas e (c) sobre controle social e institucional. Tudo isso, minimamente, na perspectiva do Sistema de Garantia de Direitos Humanos da CrianÄa e do Adolescente (SGDH), como visto e institucionalizado pelo CONANDA, atravñs da sua ResoluÄÅo nì 113. E, tambñm, na perspectiva maior do Sistema Internacional de PromoÄÅo e ProteÄÅo dos Direitos Humanos (geral e especéfico) da ONU, no qual o Brasil se insere 23. Se nossa concepäåo a respeito do referido SGDH se firmasse mais nesses marcos conceituais e normativos, acima citados, dois equévocos muito comuns ainda no paés seriam evitados. Quais sejam: (a) restringir-se esse sistema de garantia de direitos meramente ao sistema de justiäa 24 ou (b) reduzir-se esse sistema holéstico-estratñgico citado a mais um dos sistemas operacionais de poléticas páblicas existentes (SUAS, SUS, SENASP etc.). O SGDH da CrianÄa e do Adolescente (segundo o CONANDA e a ONU, cada qual em seu nével) Ñ na verdade uma ambiüncia sistümica, um sistema estratñgico de promoäåo e proteäåo de direitos humanos, de caràter holéstico 25, Com isso, estrategicamente, se tornariam mais viséveis os mecanismos de promoäåo e proteäåo de direitos. Ou seja, se poria o foco muito mais sobre os papñis de atuaäåo, do que sobre os espaäos de poder e de competüncia. Ou seja, menos sobre os equipamentos, sobre os espaäos páblicos institucionais e seus agentes/personalidades (como somos muito tentados a fazer, ainda). Por exemplo, poréamos menos foco em estratñgias de fortalecimento institucional dos conselhos tutelares, dos conselhos dos direitos, dos föruns de entidades (das pröprias organizaäåes sociais), dos equipamentos da assistüncia social, das escolas, das varas da infãncia e juventude - enquanto instãncias burocràticas, apenas. E mais foco se daria ao fortalecimento dos mecanismos para a realizaäåo dos direitos de crianäas e adolescentes, que aquelas instãncias páblicas deveriam possibilitar, no exercécio de suas funäåes, no desempenho de seus papñis UM BALANÇO A PARTIR DOS PARADIGMAS 23 Conferir NOTA 10 (retro) 24 Ou, no màximo, acoplando minimamente ao sistema de justiäa, os conselhos dos direitos da crianäa e do adolescente e os conselhos tutelares. 25 Sistema ou ambiüncia holéstica onde cada parte depende da outra e forma um todo coeso, em torno de paradigmas e de princépios, com acento na multidisciplinaridade, na intersetorialidade, no multiculturalismo, no multiprofissionalismo. A expressåo sistema aqui nåo corresponde ao conceito de Sistema Operacional de PolÉtica Páblica (por exemplo, SUS, SUAS, SENASP), mas ao de ambiüncia sistümica. 7

8 A HistÖria produziu - por suas amplas foräas artéfices paradigmas Ñticos e poléticos, colocados sob o manto da expressåo Direitos Humanos. E a mesma HistÖria conseqîentemente produziu por seus movimentos sociais em muitos casos, instrumentos normativos e mecanismos polético-institucionais correspondentes ou nåo a esses paradigmas emancipatörios. ReconheÄa-se inicialmente: Ñ cultural a nossa dificuldade em fazer imergir nosso pensar e agir nos paradigmas dos Direitos Humanos e isso, em nös todos, està muito arraigado. Somos uma NaÄÅo construéda sob mitos fundantes de dominaäåo, opressåo, exploraäåo, violüncia - pröprios do colonialismo (extrativista e bandeirantista), do elitismo eurocüntrico, do corporativismo privilegiador, do formalismo cartorial. ë preciso muito mais tempo que 60 ou 20 ou 19 anos, para afastà-los do imaginàrio de nossa populaäåo e principalmente de nossas elites dirigentes. Se quisermos construir cenàrios mais favoràveis no futuro para garantir a prevalüncia dos Direitos Humanos, eis um ponto a ser enfrentado. Um ponto a exigir aäåes, daqui para frente, na linha da direção cultural (GRAMSCI) 26 num processo de combate â alienaäåo das classes dominadas, dos grupos marginalizados. Um processo de conscientizaäåo e emancipaäåo de crianäas/adolescentes, de suas famélias e comunidades pröximas. Verdadeiros processos de educação política, para magistrados, gestores, tñcnicos, agentes páblicos (governamentais e societàrios) precisam urgentemente ser desenvolvidos, nessa linha, combatendo as ideologias castradoras e conservadoras, em favor de uma utopia histörica e verossémil, tendo, por exemplo, a dignidade, a liberdade, a igualdade e a pluralidade como bandeiras mobilizadoras e concientizadoras. Assim sendo, imprescindével se torna, primeiramente, que se desmascarem as ideologias de classe, günero e raäa (e geraäåo, em nosso caso) que permeiam o discurso de determinados cientistas sociais e mais especificamente de alguns operadores tñcnicojurédicos, entre nös. E, em segundo lugar, importa que se faäam todos comprometidos com a construäåo desse saber e dessa pràtica engajada, verdadeiramente revolucionària e parteira da HistÖria. Nessa luta emancipatöria em favor da infãncia e adolescüncia, tem-se que procurar alternativas novas, atravñs de espaäos páblicos institucionais e de mecanismos estratñgicos (poléticos, sociais, econçmicos, culturais e jurédicos) que se tornem verdadeiro instrumental de mediaäåo ou mediatização 27, nessa luta pelo asseguramento da essencialidade humana e da identidade geracional, vencendo tal processo de des-humanizaäåo, de dominaäåo, de desclassificaäåo social de crianäas e adolescentes, no jogo hegemçnico e contra-hegemçnico, que condena grandes 26 Cfr. GRAMSCI, Antonio. Memórias do Cárcere 27 Aqui no sentido marxeano. 8

9 contingentes do páblico infanto-adolescente a um processo mais especéfico e doloroso de marginalizaäåo e de nåo-realizaäåo de direitos. Tem-se registrado a ocorrüncia de duas velhas alternativas tendenciais, antagçnicas, diante dessa queståo dos Direitos Humanos da CrianÄa e do Adolescente, que podem ser apontadas como critñrios e indicadores (negativos, por contraste), num balanäo da nossa caminhada, no Brasil, nesta áltima dñcada de luta por direitos. Dois velhos paradigmas de caràter assistencialista e repressor, que se conflitam aparentemente, mas se complementam no fundo, a nos levarem dialeticamente a uma necessària séntese de superaäåo dos mesmos por novos paradigmas verdadeiramente emancipatörios. De um lado, observa-se, nessas áltimas duas dñcadas, que alguns acentuam a necessidade da proteåäo, como estratñgia ánica, quase que anulando a autonomia desse segmento populacional, vendo-os como vulnerçveis em si, descapacitados, sem responsabilidade alguma por seus atos necessitando de verdadeira tutela da famélia, da sociedade e do Estado. Nessa tendüncia, entende-se que a restriäåo no exercécio de direitos e principalmente a institucionalizaäåo såo o melhor caminho. Para esses, o lugar dessas crianäas e adolescentes marginalizados, credores de direitos, em risco social e pessoal 28 (michüs, travestis, grafiteiros, drogadictos, funkeiros, meninos-derua, prostituédos, trabalhadores precoces, abandonados etc.) Ñ no que chamaréamos de ninho-gaiola. Para eles, as redes de relaåöes entre pares 29 desses marginalizados e a sua dinãmica local devem ser desconsideradas e olhadas sob suspeita. NÅo sabem como trabalhar com os agrupamentos informais (galeras, gangs, patotas etc.) ou entåo pretendem domesticà-los. Mas, quando nåo por essa linha, outros agentes de determinados atores sociais, por sua vez, caem na tendüncia oposta de colocarem exageradamente a tçnica da sua reflexåo e da sua aäåo na autonomia absoluta da crianäa e do adolescente e repudiam como castradoras todas e quaisquer as formas de proteäåo. E desse modo acabam desconsiderando a responsabilidade parental e a responsabilidade do Estado e da sociedade, pela sobrevivüncia, pelo desenvolvimento, pela participaäåo desses e pela proteäåo especial da crianäa e do adolescente com direitos violados. Em funäåo disso, reforäam todos os aspectos negativos das redes primàrias de pertenäa e da dinãmica local. Acaba-se lutando pelo pretenso direito das crianäas e dos adolescentes, de tudo fazerem, no local, na hora e na medida em que quiserem. E se tornam verdadeiros cãmplices, tudo acobertando, tudo aceitando, falsamente, em nome da autonomia absoluta desse segmento. Em qualquer balanäo que se fizer da situaäåo da infãncia e adolescüncia no Brasil, vamos encontrar ainda um sem námero de agentes páblicos que assim pensa e age, um 28 ExpressÅo estranha ao Estatuto, que nåo a utiliza em nenhum momento e na verdade pröpria corretamente da polética söcio-assistencial (LOAS e SUAS). 29 NOGUEIRA NETO, Wanderlino in Direitos Humanos Geracionais

10 sem námero de aäåes páblicas (governamentais e nåo governamentais) que se firmam nesses dois entendimentos. Assim sendo, em um balanäo avaliativo das áltimas dñcadas no Brasil, como promoveréamos a negaäåo dessas duas tendüncias, aqui registradas, nos seus extremos? Responda-se: - Com uma postura positiva em favor da realizaäåo de todos os direitos de cada crianäa e de cada adolescente, abandonando-se radicalmente a descrenäa e o tutelarismo protecionista que nasce do modelo do dano ainda dominante em nosso paés. E para tanto, teréamos que aprofundar muito mais nossa reflexåo no paés, sobre os paradigmas dos Direitos Humanos. ë preciso realmente aprofundar o sentido do que queremos dizer quando usamos a expressåo, Teoria (ou doutrina) da ProteÄÅo Integral, em inámeros textos, nestas áltimas dñcadas. Essa Teoria da ProteÄÅo Integral na verdade Ñ um somatörio e uma tentativa de sistematizaäåo de vàrias teorias no campo do Direito, da CiÜncia PolÉtica, da Antropologia, da Sociologia, da Psicologia e outros campos do saber. Ou melhor, se dirà: variadas explicitaäåes dos discursos justificadoras de novas pràticas, em busca de uma teoria unificadora, definidora e explicativa. Um rico produto de construäåo multidisciplinar, superando o tradicional e reducionista modelo disciplinar prevalente no Brasil e que tanto dificulta a atuaäåo intersetorial e multiprofissional. Por exemplo, no campo da psicologia e da psicanàlise, uma teoria fortemente influenciou a nossa chamada doutrina da proteåäo integral : a teoria do apego e da perda, 30 formulada no Reino Unido por John Bowlby, para a OMS, quando analisava os aspectos negativos das diversas formas de proteäåo especial a crianäas em condiäåes especialmente diféceis (ÖrfÅs, abandonadas, deslocadas, negligenciadas etc.). Mostrava Bowlby, que a institucionalizaäåo de crianäas, especialmente em abrigos e por outras formas de acolhimento institucional, fazia com que elas sofressem vàrios transtornos em seu processo de desenvolvimento, a exigir, em substituiäåo, uma proteäåo integral, onde famélia fosse central, especialmente a figura materna, para alñm da figura da måe biolögica. No campo da ciüncia polética, essa teoria da proteäåo integral em construäåo sofreu fortéssima influüncia de Gramsci 31, na visåo de uma democracia mais radical, onde se tivesse uma visäo ampliada do Estado, para ser ver ao lado das instãncias e mecanismos da democracia indireta representativa ( governo dos funcionçrios ) 30 Attachment and Loss Theory 31 GRAMSCI, Antonio: Memårias do CÇrcere. 10

11 igualmente lado a lado, uma democracia direta participativa ( sociedade civil organizada ) 32. No campo jurédico, o garantismo ferrajoliano 33 foi prevalente ao trazer para nossa discussåo a idñia do devido processo legal, de Estado Democràtico de Direito e principalmente de sistema de garantia de direitos 34. TambÑm, com sua sociologia das emergüncias, Boaventura de Souza Santos 35 muito influiu com a idñia de radicalizaäåo da democracia real, de valorizaäåo dos espaäos locais e da territorializaäåo (municipalizaäåo, entre nös), controle pela sociedade civil organizada etc. Na pedagogia, Freire 36, Piaget 37, Vygotsky 38 e outros mestres da pedagogia crética e da pedagogia libertària 39 foram base para uma rica reflexåo que desembocou no Brasil na 32 NOGUEIRA NETO, Wanderlino. Conselhos paritçrios e democracia participativa, numa visäo gramsciana FERRAJOLI, Luigi: Direito e RazÄo 34 Inicialmente, a palavra garantismo, no contexto do trabalho de Ferrajoli, seria um "modelo normativo de direito". Tal modelo normativo se estrutura a partir do princépio da legalidade, que afirma o Autor Ñ a base do Estado de Direito. Tal forma normativa de direito Ñ verificada em trüs CONT. / aspectos distintos, mas relacionados. Sob o prisma epistemolögico, pressupåe um sistema de poder que possa jç no viñs polético do termo, reduzir o grau de violüncia e soerguer a idñia de liberdade näo apenas no âmbito penal, mas em todo o direito. No aspecto jurédico, percebe-se um dado curioso: o de se criar um sistema de proteåäo aos direitos dos cidadäos que seria imposto ao Estado. Ou garantias que devem por ele ser efetivados. Este Ñ o primeiro passo para a configuraäåo seja, o pröprio Estado, que pela dogmàtica tradicional tem o poder pleno de criar o direito e todo o direito, sofre uma limitaäåo garantista ao seu poder. Assim, mesmo com sua "potestade punitiva", o Estado deve respeitar um elenco sistümico de um verdadeiro Estado Constitucional de Direito. 35 SANTOS, Boaventura de Sousa:1987: Um Discurso sobre as CiÜncias; 1988: O Social e o PolÉtico na TransiÅÄo Pås-moderna; 1989: IntroduÅÄo a uma ciüncia pås-moderna 36 FREIRE, Paulo: A Pedagogia do Oprimido, EducaÅÄo como PrÇtica de Liberdade, Pedagogia da EsperanÅa 37 PIAGET, Jean: A Epistemologia GenÑtica e a Pesquisa Psicolågica. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, A Epistemologia GenÑtica. Trad. Nathanael C. Caixeira. PetrÖpolis: Vozes, p. A EquilibraÅÄo das Estruturas Cognitivas. Problema central do desenvolvimento. Trad. ïlvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, A EvoluÅÄo Intelectual da AdolescÜncia à Vida Adulta. Porto Alegre: Faculdade de EducaÄÅo, Traduzido de: Intellectual Evolution from Adolescence to Adulthood. Human Development, v. 15, p. 1-12, A FormaÅÄo do SÉmbolo na CrianÅa. ImitaÅÄo, jogo e sonho, imagem e representaåäo. Zahar, A Linguagem e o Pensamento da CrianÅa. Trad. Manuel Campos. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, p. A NoÅÄo de Tempo na CrianÅa. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, (s.d.). A Origem da IdÑia do Acaso na CrianÅa. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, (s.d.). A PrÇxis na CrianÅa. In.: Piaget. Rio de Janeiro: Forense, A Psicologia da InteligÜncia. Trad. EglÑa de Alencar. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, p. A RepresentaÅÄo do Mundo na CrianÅa. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.]. 38 VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e Linguagem Por exemplo : BOURDIEU, Pierre & PASSERON, Jean Claude. (1964) Les heritiers: les étudiants et la Culture. Paris: Les ëditions de Minuit. GADOTTI, Moacir. (Org.). (1996) Paulo Freire: uma Biobibliografia. SÅo Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire; BrasÉlia, DF: UNESCO. GALLO, Silvio. (1995a) EducaÅÄo anarquista: um paradigma para hoje. Piracicaba-SP: Editora da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). GIROUX, Henry A. (1983) Pedagogia Radical: subsédios. SÅo Paulo: Editora Autores Associados e Cortez. GUTIëRREZ, Francisco. (1998) EducaÅÄo como prçxis polética. SÅo Paulo: Summus. LUENGO, Josefa MartÉn [et.al.] (2000). Pedagogia LibertÇria: 11

12 formulaäåo da Teoria da ProteÄÅo Integral e em nével mundial a influir na construäåo dos paradigmas Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos. A partir dessas teorias e de inámeras outras, bebidas nesses e em vàrios outros Autores referenciais, tornou-se freqîente no Brasil empregar essa expressåo proteåäo integral, correta e emblematicamente, como um somatörio de todas essas teorias cientéficas de caràter emancipatörio e mais dos paradigmas Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos. Mas, âs vezes, essa menäåo vem num sentido um tanto ambéguo, como o inspirador (talvez inconscientemente!) do Estatuto da CrianÄa e do Adolescente: A crianåa e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais da pessoa humana, sem prejuézo da proteåäo integral de que trata essa lei (...) a fim de lhes facultar o desenvolvimento fésico, mental, moral, espiritual e social, em condiåöes de liberdade e de dignidade (grifei) (art.3ì - lei cit.). Ao mesmo tempo em que o Estatuto ancora os direitos fundamentais da crianäa e do adolescente nos paradigmas Ñticos da liberdade e da dignidade humana e nos correspondentes princépios gerais do direito (Preãmbulo e art. 1ì - CF), ele coloca o que chama de proteåäo integral como possével limite ou condicionante, isto Ñ, como ressalva para o gozo dos direitos fundamentais [ sem prejuézo da (...) ], como se aparentemente conflitassem, como se houvesse esse risco do conflito. Na verdade, quando se utiliza a expressåo proteåäo integral dever-se-à fazü-lo levando-se em conta o paradigma jus-humanista da indivisibilidade dos Direitos Humanos e da integralidade na sua proteäåo. E, portanto gozo de direitos e proteäåo nåo se chocam, nessa perspectiva. Com isso se abandonaria a idñia de meramente referir-se a uma estratñgia, a uma metodologia, a um modelo de atendimento - uma ressalva na busca da realizaäåo dos direitos fundamentais. E assim sendo, seria imprescindével que - quando da positivaäåo legal desse paradigma jus-humanista citado fossem do mesmo modo explicitamente positivados dogmaticamente, sempre, como normas jurédicas principiolögicas, outros paradigmas Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos, em geral (e, em especial dos Direitos Humanos Geracionais, no caso, infanto-adolescentes) tais como, por exemplo, os paradigmas da universalidade dos direitos, da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho, do pluralismo polético, da liberdade, do bem-estar, da igualdade, da justiäa, do pluralismo, da nåodiscriminaäåo, da participaäåo proativa de crianäas e adolescentes, da proteäåo especial diante das violaäåes de direito, da garantia da sobrevivüncia e do desenvolvimento, da prevalüncia do superior interesse infanto-adolescente etc. Ora, o ordenamento jurédico ExperiÜncias Hoje. SÅo Paulo: Editora Imaginàrio. MCLAREN, Peter. (1997) A Vida nas Escolas: Uma introduåäo à pedagogia crética nos fundamentos da educaåäo. Porto Alegre: Artes MÑdicas. MORIYèN, F. G. (Org.) (1989) EducaÅÄo LibertÇria. Porto Alegre: Artes MÑdicas. PASSETTI, Edson. (1998) ConversaÅÖes libertçrias com Paulo Freire. SÅo Paulo: Editora Imaginàrio. 12

13 brasileiro (especialmente o Estatuto multicitado) assim o faz corretamente de relaäåo a todos esses paradigmas Ñticos ou valores supremos. Entretanto quando se comenta o Estatuto e se escreve mais amplamente a seu respeito e das suas teorias cientéficas embasadoras, criou-se um hàbito de se mencionar a Teoria da ProteÄÅo Integral, freqîentemente, como algo que se tem por suposto, isto Ñ, como algo dado e nåo em construäåo. Isto Ñ, presume-se que o conceito de proteäåo integral jà teria sido suficientemente explicitado e sistematizado, no campo das diversas ciüncias e tñcnicas/artes (em algum lugar e tempo anterior...?). Raramente, os diversos Autores (nåo sö no campo da exegese jurédica) mencionam a fonte dessa doutrina ou teoria, seus nomes exponenciais, especialistas, obras referenciais, conceitos primàrios, explicaäåes etc. E mesmo nos falta reconhecer que o sentido que se dà a essa expressåo, muitas vezes em certas afirmaäåes, tem um caràter peculiarmente brasileiro e reflete o ideàrio utöpico 40 que mobilizou o movimento social e os intelectuais que o assessoraram na luta por direitos, nas duas áltimas dñcadas. Falta estrategicamente a nös todos que atuamos na àrea da infãncia e adolescüncia destacarmos bem mais esses paradigmas Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos, dando-lhes a necessària base cientéfica, para influir na interpretaäåo e aplicaäåo das normas do vigente ordenamento jurédico (do Estatuto, muito particularmente). O Estatuto hà que ser lido e entendido nesse contexto. Talvez, â Ñpoca (1980/1990), a reflexåo sobre Direitos Humanos, em nosso meio de luta por direitos da crianäa e do adolescente nåo tivesse a mesma foräa e explicitude que tem hoje. E a Teoria da ProteÄÅo Integral serviu exatamente - nåo tanto como substrato cientéfico, - mas sim bem mais como bandeira mobilizatöria, com excelentes resultados. Ou ambas as coisas. De qualquer maneira, urge que se aprofunde hoje mais e mais a anàlise desses paradigmas Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos, dando-os como base para o reordenamento normativo e o reordenamento polético-institucional. Tais paradigmas jus-humanistas citados foram acolhidos e consagrados na categoria de valores supremos de uma sociedade fraterna 41 e de fundamentos do Estado DemocrÇtico de Direito 42, no Preãmbulo da nossa ConstituiÄÅo Federal e no pröprio texto constitucional. E eles foram mais acolhidos e consagrados nas demais normas jurédicas infraconstitucionais 43. Quando tivermos que avaliar (a) os processos de elaboraäåo legislativa; (b) os processos de controle social e institucional; (c) os processos de aplicaäåo em concreto dessas normas jurédicas pelos diversos ÖrgÅos contenciosos jurisdicionais e nåo- 40 No real sentido de algo de positivo que està por vir e que nåo existe ainda aqui e agora. 41 Preãmbulo da ConstituiÄÅo Federal. 42 Artigo 1ì da ConstituiÄÅo Federal 43 P.ex.: Estatuto multicitado, LOS, LDB. LOAS, Leis Orgãnicas da Magistratura, do MinistÑrio Páblico e da Defensoria Páblica, LDO. 13

14 jurisdicionais e (d) os processos de desenvolvimento de poléticas páblicas pelos ÖrgÅos páblicos polético-administrativos de atendimento direto de crianäas e adolescentes - os indicadores para essa tarefa máltipla (a+b+c+d) devem dar conta da consonãncia e adequaäåo dessas formas todas de processos e procedimentos, aos paradigmas Ñticos e poléticos dos Direitos Humanos, aqui exemplificados. Seguimento - Isso significa, por exemplo, questionarmos, numa revisåo de nossas pràticas e dos nossos discursos justificadores, o seguinte: a) Em que medida nossos legisladores, em todos os trüs néveis, se firmaram nas duas áltimas dñcadas, pelo menos, nesses paradigmas jus-humanistas, como fundamentos Ñticos e macro-poléticos na elaboraäåo das leis, no paés? Como por exemplo, a invocaäåo aos valores supremos 44 da igualdade material 45 e da pluralidade sem preconceitos aos se normatizar posséveis aäåes afirmativas em favor da diversidade de raäa/cor ou de orientaäåo sexual, no ãmbito das poléticas de educaäåo e saáde? Como, por exemplo, a invocaäåo dos princépios da dignidade humana e da participaäåo proativa do adolescente permearam a normaäåo da execuäåo das medidas socioeducativas privativas de liberdade? b) Em que medida nossos magistrados das diversas instãncias judiciais invocaram nesse espaäo de tempo, esses paradigmas jus-humanistas, como chaves hermenüutica na exegese de textos legais? Como ocorre, por exemplo, a invocaäåo aos valores supremos da liberdade ou da dignidade humana no se discutir o uso massivo e sistemàtico de algemas em adolescentes aos quais se atribui a pràtica de ato infracional, especialmente quando oriundos das classes subalternizadas? Como por exemplo, a invocaäåo desses paradigmas dos Direitos Humanos quando interpretarem e aplicarem dispositivos do CÖdigo Penal e determinados dispositivos do Estatuto da CrianÄa e do Adolescente (normas penais extravagantes), no caso da responsabilizaäåo penal de exploradores sexuais, evitando as interpretaäåes meramente gramaticais, numa linha puramente formalista e positivista. c) Em que medida nossos gestores, tñcnicos e demais agentes da AdministraÄÅo Páblica, nesses áltimos 19 anos, foram buscar esses paradigmas jus-humanistas para a fundamentaäåo dos seus atos de geståo e de governo ( atos de impñrio )? Onde està a operacionalizaäåo direta dos paradigmas dos Direitos Humanos no agir gestionàrio brasileiro na queståo dos direitos sexuais e reprodutivos, por exemplo? Transversalmente, sendo mais estratñgicos, Ñ de nos questionarmos, por exemplo: onde està, nos processos de formaäåo polética de todos nossos agentes páblicos, essa necessària EducaÄÅo para os Direitos Humanos? 2.2. UM BALANÇO A PARTIR DOS INSTRUMENTOS NORMATIVOS 44 Preãmbulo da ConstituiÄÅo Federal 45 (...) tratar desigualmente seres desiguais (...) 14

15 Nessa dimensåo, um empenho maior deveria estar no colocar-se a normativa de promoäåo e proteäåo de Direitos Humanos da Infãncia e AdolescÜncia (principalmente as normas de natureza principiolögica) no seu lugar primordial merecido, acima das simples normas-regras: figurativamente, Ñ preciso nåo perdemos o sentido afetivo do porque se faz um bolo de aniversàrio em nossas casas, nos atendo excessivamente ao námero de ovos, aos gramas de farinha, de aäácar etc. Os positivistas de sempre buscam a redenåäo na regra jurédica, olvidando-se ademais que os princépios säo tambñm cogentes (ROSA, Alexandre Morais da - IntroduÅÄo CrÉtica ao Ato Infracional. PrincÉpios e Garantias Constitucionais). Por exemplo, por que a dificuldade em se entender o garantismo jurédico (FERRAJOLI, Luigi in Direito e RazÄo ) como um dos PrincÉpios Gerais do Direito Constitucional (Teoria dos Direitos Fundamentais), restringindo-o meramente âs normas referentes âs garantias processuais penais 46? A prevalüncia das normas-princépios no campo jurédico hà que ser defendida, na conjuntura de um paés que se conströi no curto tempo de pouco mais de 500 anos de HistÖria e onde as foräas populares arregimentam-se aos poucos para assumirem uma participaäåo mais proativa. ë importante garantir-se um espaäo maior onde essas foräas construam um novo Direito e o levem â positivaäåo, a partir dos interesses, necessidades, desejos, preponderantemente daqueles que näo tüm vez nem voz operàrios, trabalhadores rurais, mulheres, crianäas, jovens, idosos, afro-descendentes, seguimentos LGBTT, indégenas, povos tradicionais, pessoas com deficiüncia, populaäåes tradicionais. O Direito sö Ñ indispensàvel pela necessidade de se encontrar uma soluäåo impositiva para os conflitos individuais e sociais. Se assim Ñ, para a compreensåo do jurédico, se torna importante o conhecimento daquilo que leva os homens ao conflito, que se manifesta (i) quer pela inelimitàvel interdependüncia entre os homens, (ii) quer pela escassez de bens apropriàveis ou produzéveis em quantidades e condiäåes que se fazem necessàrias, (iii) quer pela prevalüncia exploratöria de interesses hegemçnicos de classes ou grupos 47. Esse áltimo ponto justifica que se tente fazer da contrahegemonizaäåo jurédica, um instrumento vàlido na luta emancipatöria da infãncia e adolescüncia. ë impossével se negar a correlaäåo do poder jurédico com o poder polético e econçmico, a funcionar como condicionante dessa instrumentalizaäåo do Direito, a serviäo da emancipaäåo e extensåo da cidadania de crianäas e adolescentes. A realidade vincula necessariamente o poder jurédico ao poder polético e ao poder econçmico. E essa simbiose precisa ser explicitada e aprofundada: o Direito Ñ um discurso do poder. Jurisdicionaliza-se a decisåo polética e assim se institucionaliza um sistema jurédico. 46 Conferir NOTA CALMON DE PASSOS, J.J. Direito, Poder, JustiÅa e Processo. 15

16 Para se entender o Direito, nåo basta conhecer e interpretar a norma jurédica, em si. ë preciso se conhecer e entender minimamente esse jogo polético e econçmico e os seus discursos justificadores 48. O poder polético-econçmico que cria o Direito o faz necessariamente privilegiando determinados paradigmas Ñticos (ou antiñticos?); privilegiando um ou alguns segmentos sociais, em detrimento de outros. Mas, o faz tambñm na justa medida que o equilébrio de foräas socialmente contrapostas possibilita. O Poder pode... Mas nem tanto pode. O Direito e o Poder (polético-ideolögico, econçmico e cultural) eståo intimamente relacionados. NÅo hà como fugir disso. CALMON DE PASSOS ensina a esse respeito: O Direito Ñ a tñcnica pela qual se dç a integraåäo entre esses trüs poderes (polético, econèmico e ideolågico), de modo a se lograr seguranåa e operacionalidade à ordem social impositivamente implementçvel (...) Apenas Ñ possével, ao Direito, emprestar alguma seguranåa e previsibilidade à convivüncia social, mediante a decisäo de conflitos, por um processo previamente institucionalizado, dentro de expectativas compartilhadas pelo grupo social, com o que contribui para consolidar e operacionalizar um sistema de produåäo e uma organizaåäo polética que o precedem e lhe ditam a fisionomia e o destino (...) 49. Autores como ARNOLD e RADBRUCH 50 consideram o Direito como um elemento de primeira importãncia na conformaäåo cultural de uma sociedade. Enquanto HELLER 51, avanäando ainda mais nesse sentido, entendia que o direito Ñ a forma mais avanåada de doménio. No que concorda GARCIA MENDES: se este ãltimo (autor) estç certo em termos gerais, isto Ñ, para as formaåöes sociais do capitalismo central, tanto passadas como contemporâneas, o Ñ com muito mais intensidade no contexto do capitalismo perifñrico; neste caso, ficou mais que demonstrada a importância e sobredeterminaåäo da esfera polética, esfera polética que estç composta por dois néveis claramente diferenciçveis, ainda que nem sempre diferenciados, o estritamente polético (o Estado) e o estritamente jurédico (o direito). 52 Serà que isso explicaria um fençmeno que se manifesta na dificuldade de se tirar do papel vàrias leis, dentre elas o Estatuto multicitado, a ConstituiÄÅo Federal e a ConvenÄÅo sobre os Direitos da CrianÄa, sö citando como exemplo? Neste balanäo, Ñ de se questionar: por que tal ordenamento jurédico, reconhecido como avanäado, muitas vezes dà a impressåo de "ineficaz" (fençmeno jurédico) e/ou "inefetivo" (fençmeno metajurédico)? De qualquer maneira, a aplicaäåo defeituosa ou a baixa aplicaäåo de uma lei podem levar seus destinatàrios â idñia de que aquela determinada legislaäåo Ñ 48 Idem in ibidem. 49 Direito, Poder, JustiÅa e Processo ARNOLD, Willhelm & RADBRUCH, Gustav 51 apud GARCIA MENDES, Emilio 52 GARCIA MENDES, EmÉlio in Autoritarismo y Control Social

17 inadequada, social e eticamente, perdendo essa norma, conseqîente e paulatinamente efetividade polético-institucional e eficàcia jurédica. ë isso que aconteceu nessas duas áltimas dñcadas e mais especificamente nesses dezenove anos no Brasil, quando fazemos um balanäo da efetividade e eficàcia do Estatuto citado, nos áltimos dezenove anos? Para efeito deste balanäo da promoäåo e proteäåo dos direitos humanos geracionais de crianäas e adolescentes, no Brasil, nos áltimos 19 anos especificamente, sob a dimensåo jurédico-normativa 53 considere-se que a garantia da eficàcia jurédica e da efetividade polético-institucional de uma lei qualquer (no caso presente em anàlise, do Estatuto) decorrem: (1ì) da sua capacidade real de provocar ou nåo uma cadeia de reordenamentos normativos decorrentes e satisfatörios, em nével local (estadual e municipal), com a ediäåo de leis e normas regulamentares especéficas, a partir das normas gerais do Estatuto; (2ì) da sua capacidade real de deflagrar ou nåo um processo irreversével de reordenamento institucional, onde a màquina do Estado, em nével federal, estadual e municipal viesse a ser adequada aos novos princépios jurédicos, com a implantaäåo e implementaäåo/fortalecimento de serviäos/atividades e programas/projetos páblicos, responsàveis pela satisfaäåo das necessidades bàsicas de crianäas e adolescentes, atravñs da promoäåo e defesa dos seus direitos correspondentes; e (3ì) da sua capacidade real de levar ou nåo a uma flagrante melhoria do atendimento páblico direto a essas necessidades e direitos, que resulte na qualificaäåo da demanda e do serviäo páblico. Todavia, as leis (e, portanto o Estatuto citado!) carregam em si o germe da inefetividade polético-institucional e da ineficàcia jurédica quando lhes falta, em primeiro lugar, legitimidade social. Isso acontece, por exemplo, quando essas normas jurédicas såo outorgadas, quando a produäåo do Direito se faz de maneira heteronçmica e nåo socionçmica. No caso do Estatuto, felizmente isso nåo ocorreu, se o passarmos por este crivo, no presente balanäo. Por esse pecado ele nåo pagarà e nåo poderà ser acusado. Muito pelo contràrio! Ele nasceu de uma ampla discussåo, de uma forte mobilizaäåo das expressåes organizativas da sociedade que por sua vez tinham legitimidade para falar pelo páblico infanto-adolescente, em contraposiäåo a setores determinados, mais corporativos, assistencialistas e repressores, que acabaram vencidos nesse confronto polético. 53 Com destaque aqui para o Estatuto multicitado 17

18 Igualmente, as leis (e, portanto o Estatuto citado!) carregam em si o germe da inefetividade polético-institucional e da ineficàcia jurédica, quando se limitam a estabelecer apenas conceitos abstratos. Ou quando nåo prevüem instrumentos que operacionalizem sua implementaäåo (isto Ñ, mecanismos de exigibilidade de direitos e espaäos páblicos institucionais), isto Ñ, quando nåo dåo vez â construäåo de um sistema de garantia, promoäåo e proteäåo de direitos que lhes garantam essa efetividade e eficàcia. No caso especéfico do Estatuto da CrianÄa e do Adolescente, nos áltimos dezenove anos sua ainda baixa efetividade/eficàcia nåo se pode creditar, preliminarmente, a falta nele de normas-regras, ou seja, de normas operacionalizadores das normas-princépios. Qualquer anàlise e avaliaäåo que se fizer dele, a partir desse foco, nos mostrarà que ele - sendo lei que dispåe sobre proteåäo da infância e juventude nesse caso, âs normas gerais ele deveria se limitar 54 e por isso nåo poderia ir alñm do que foi. Para possibilitar melhor operacionalizaäåo dessas normas gerais, necessàrio se tornava que, a partir de sua ediäåo, normas suplementares 55 fossem editadas pela UniÅo e pelos Estados, concorrentemente, melhor explicitando vàrios pontos que a pràtica fosse indicando (por exemplo, procedimentos de aplicaäåo e execuäåo de medidas socioeducativas, procedimentos de aplicaäåo e execuäåo de medidas de proteäåo especial pelos conselhos tutelares, procedimentos para formulaäåo de poléticas e para controle de aäåes, regime jurédico dos conselheiros tutelares, coordenaäåo de poléticas, gerenciamento de dados e informaäåes). A falta dessa suplementaåäo por normas mais detalhadoras (mais das vezes de caràter procedimental) pode ter prejudicada a elevaäåo dos néveis de efetividade e eficàcia do Estatuto da CrianÄa e do Adolescente. Algo a ser avaliado e que surge forte na pauta de discussåo e de deliberaäåo/normaäåo do CONANDA. Mas, no tocante â institucionalizaäåo de um sistema holéstico (ou ambiüncia sistümica), por algumas pequenas a-tecnias na sua redaäåo, nåo ficou muito clara essa ambiüncia holéstica, onde as instãncias páblicas (criadas e reformadas) e os mecanismos de exibilidade de direitos se articulariam, naquilo que o Estatuto chama vagamente de conjunto articulado de aåöes 56. Tanto que, posteriormente, houve necessidade de ser mais explicita e claramente definido esse ponto, pelo CONANDA. E este o fez como instancia nacional e federal de formulaäåo das poléticas páblicas em favor dos direitos da crianäa e do adolescente e de articulaäåo e animaäåo desse sistema de garantia de direitos humanos geracionais, (a) no ãmbito das poléticas páblicas (educaäåo, saáde, assistüncia social, previdüncia, trabalho, seguranäa páblica, relaäåes exteriores, planejamento e oräamentaäåo, comunicaäåo social, habitaäåo), (b) no ãmbito do acesso â justiäa (nas esferas jurisdicionais e nåo jurisdicionais das varas da infãncia, do 54 Art. 24, XV, combinado com o ó1ì do mesmo artigo ConstituiÄÅo Federal 55 Art.24, óó 2ì, 3ì e 4ì ConstituiÄÅo Federal 56 Art.86 Estatuto multicitado 18

19 ministñrio páblico, da defensoria páblica, dos conselhos tutelares, das entidades de defesa, das instãncias de mediaäåo etc.) e (c) no ãmbito das instãncias de controle social e institucional (organizaäåes sociais isoladamente ou articuladas em föruns, conselhos, tribunais de conta, parlamento, ouvidorias, auditorias, controladorias, corregedorias etc.). Por foräa da falta de explicitude maior 57, quanto a esse sistema de garantia de direitos humanos citado, algumas dávidas restaram no ar e as instãncias coordenadoras, formuladoras e controladoras da maior parte das poléticas páblicas, por exemplo, muitas vezes citam esse sistema de garantia de direitos humanos especial, de maneira reducionista, como se viu atràs. E quando nåo por esses motivos, por fim, os textos normativos (inclusive o Estatuto) tambñm såo portadores da sua pröpria inefetividade polético-institucional e ineficàcia jurédica, quando contñm igualmente o gñrmen da "sobrecarga", isto Ñ, quando o Direito traz mais do mundo exterior para dentro de si, do que Ñ capaz de suportar. Uma "sobre-politizaåäo e uma sobre-socializaåäo da norma jurédica 58 um excesso. O Direito nåo existe para "criar mundo exterior, mas normalizar as condutas sociais vividas nesse mundo exterior a si, a partir de uma utopia, de determinados valores ou paradigmas Ñticos. O Estatuto talvez em muitos pontos incorra nessa falha a provocar uma diminuiäåo dos seus Éndices de efetividade e eficàcia. Mas isso se tornou realmente imprescindével (um rico calculado e conscientemente assumido), por suas peculiaridades acima citadas e pelo fato dele necessitar se tornar algo para alñm de uma norma jurédica e muito mais um instrumento polético verdadeiramente revolucionàrio, a promover uma alteraäåo profunda no pensamento e nas pràticas (atñ entåo hegemçnicas) de atendimento a crianäas e adolescentes. Ele era tambñm um instrumento polético de construäåo de um discurso e pràtica contra-hegemçnicos. Exatamente como se deu com a ConstituiÄÅo Federal, â qual se faz a mesma acusaäåo ( sobre-politizaåäo e sobre-socializaåäo da norma jurédica ). Ela igualmente veio no bojo de um movimento social e polético, realmente revolucionàrio e originariamente instituinte-constituinte, de derrubada de um regime autoritàrio, de uma Ditadura Militar. Apesar desse pecado venial (por tantos motivos justificado e escusado), o Estatuto, como fruto de um discurso jurédico contra-hegemçnico, sofreu desafios maiores para sua efetividade e eficàcia. Mas Ñ de se desafiar aos que acusam dessa sobre-politizaäåo 57 Por exemplo, o Paraguai, no seu CÖdigo de la Ninez y la Adolescencia (lei 1680/2001), Ñ muito mais claro e explicito nesse ponto, quando adequou sua legislaäåo nacional ao disposto na ConvenÄÅo sobre os Direitos da CrianÄa, instituindo um sistema nacional de protecciån y promociån de los derechos de la niêez (arts.37 a 68). 58 Cfr. HABERMAS, J. 19

20 e sobre-socializaäåo 59 : deveréamos ter uma lei perversa para uma realidade social perversora? Essa visåo crética da efetividade e eficàcia do Estatuto da CrianÄa e do Adolescente 60 permite estabelecer melhores perspectivas estratñgicas, a serviäo dos direitos, interesses, necessidades e desejos desse segmento da populaäåo infanto-adolescente. Para futuro, Ñ preciso ter-se cuidado para nåo se tornar a-crético de relaäåo a determinado tipo de discurso jurédico adultocüntrico e permitir que ele assuma o papel doravante de produtor de um direito positivo, que venha normatizar essas relaäåes geracionais, a partir de uma Ötica a serviäo da violüncia, da exploraäåo, dos abusos, das discriminaäåes, das negligüncias. TerÉamos um direito positivo reformado, exatamente ao modo desejado pelo poder hegemçnico que, por exemplo, levarà a medidas higienistas como o toque de recolher, o rebaixamento da idade penal, o aumento da duraäåo do cumprimento de medidas socioeducativas, a deformaäåo e o enfraquecimento de ÖrgÅos páblicos importantes, como por exemplo, os conselhos dos direitos, os conselhos tutelares, as varas judiciais etc. Essa tem sido uma forte tendüncia a dominar os trabalhos legislativos atualmente do Congresso Nacional, onde encontra guarida, por exemplo, propostas aventureiras e retrögradas de alteraäåo do art para rebaixamento da idade de responsabilizaäåo/imputabilidade penal. Mas, como neutralizar esses riscos no presente e no futuro? Em primeiro lugar, aceitando-se o desafio! NÅo fugindo do risco! Reconhecendo-se que essa imposta e hegemçnica "ordem de geração", de caràter adultocüntrico, està a serviäo de determinados interesses söcio-econçmico-poléticos-culturais 62. Isso significa que esse bloco dominante adultocüntrico, para se manter, depende da construäåo de uma aparente legitimidade, apelando para uma forma constante e permanente de coaäåo, assegurando sua manutenäåo como hegemçnica. Os blocos dominantes, na HistÖria, sempre sustentaram sua hegemonia econçmico-polético tambñm na construäåo de uma hegemonia cultural e de uma hegemonia jurédica O mote para essa acusaäåo injusta era a afirmaäåo de que se tratava de lei para o Primeiro Mundo, ou seja, no dito Terceiro Mundo a violüncia, exploraäåo, opressåo deveriam sempre que por a seu seviäo uma discurso jurédico, um direito positivo justificador dessa opressåo? 60 Que vale de certa forma para ConvenÄÅo sobre os Direitos da CrianÄa, para a ConstituiÄÅo Federal e para todas as outras normas jurédicas infraconstitucionais, instrumentos normativos do sistema de garantia de direitos humanos de crianäas e adolescentes) 61 Clàusula de direito fundamental, como art MundializaÄÅo do mercado, ajustes estruturais, enfraquecimento do poder nacional, androcentrismopatriarcalista etc. 63 "A inexistência de hegemonia plena en el plano de lo económico e do lo político-ideológico, en la relación entre el bloco dominante e los sectores populares, puede ser atenuada en parte de sus consecuencias negativas 20

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