AMOSTRAGEM DA DESTINAÇÃO DO LIXO DOMÉSTICO EM BAIRROS NA CIDADE DE UBÁ MG RESUMO
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- Raul Neiva Alves
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1 1 AMOSTRAGEM DA DESTINAÇÃO DO LIXO DOMÉSTICO EM BAIRROS NA CIDADE DE UBÁ MG Letícia Alves Pacheco 1 Kênia Ribas de Assis 2 Mariana da Costa J. Miranda 3 Eliane Aparecida de Souza 4 RESUMO A questão do lixo urbano é um dos mais sérios problemas ambientais enfrentados atualmente no Brasil e no mundo (IBGE, 2010). O lixo doméstico é caracterizado por restos de alimentos, materiais plásticos, produtos de higiene pessoal, óleo de cozinha, embalagens, folhas de quintal, entre outros e seu acondicionamento e disposição de forma inadequada trazem sérias consequências ao meio ambiente. Desta forma objetivou-se com este trabalho fazer uma amostragem do conhecimento e comportamento da população de Ubá-MG frente ao lixo doméstico gerado em suas residências. O trabalho foi realizado através de amostragem aleatória com questionário semi-estruturado em diferentes bairros da cidade de Ubá- MG. Foi percebido que a maioria das pessoas não fazem a separação correta do seu lixo e nem se preocupam com isso descartando-os de forma errada e se posicionando de forma a transferir o problema para a Prefeitura da cidade, ressaltando ser eles os responsáveis pelo lixo. Apesar da cidade ter alguns ações de incentivo para a devida separação e destinação do lixo, como a Prefeitura que tem programas implantados para fins de implantação da coleta seletiva e a ainda contar com uma estruturada Cooperativa de Catadores, a Reciclau, percebe-se o descaso e a falta de informação dos entrevistados, uma vez que pontuaram se preocuparem com o desperdício e poluição do ambiente, mas contradizendo-se com as respostas dadas anteriormente em relação a transferência de responsabilidade para o poder público. Com isso percebeu-se que a população sabe dos problemas causados pelo lixo, mas falta iniciativas próprias e atitudes de colaboração para fins da adoção de 1,2,3 Graduandas em Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Ubá, letticiaalvesp@yahoo.com.br; kenia_ribas@hotmail.com e marianacjmiranda@yahoo.com.br. 4 Mestre em Botânica, Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Ubá, elianebotanica@yahoo.com.br.
2 2 medidas corretas para com a destinação de seu lixo. Com isso concluiu-se que, somente um eficiente trabalho de educação ambiental e gestão eficiente por parte do poder público se promoverá as mudanças desejadas em favor do meio ambiente. Palavras-Chaves: Lixo Doméstico, Coleta Seletiva, Meio Ambiente. INTRODUÇÃO A problemática do lixo no mundo, atualmente, tem sido uma das maiores preocupações das civilizações modernas (PEREIRA NETO, 1993). Com o crescimento da população mundial, cresceu também o problema de como destinar o lixo que produzimos pelas cidades. Nos países de Terceiro Mundo o problema é ainda pior, porque os mesmos possuem o crescimento populacional muito acelerado em comparação com os de Primeiro Mundo, e a população tende a se concentrar nas regiões metropolitanas, formando amontoados nas cidades. Os pobres contribuem para a produção de lixo e ao mesmo tempo são obrigados a conviver com ele (SCARLATO e PONTIN, 1994). Existem várias definições para a palavra lixo, sendo que Jardim e Wells (1995) definem lixo como sendo restos das atividades realizadas por humanos considerados como indesejáveis ou descartáveis. No Brasil ele é composto na sua maior parte por restos de alimentos. Esse desperdício poderia ser evitado com o uso de embalagens adequadas e de melhor manuseio. (GONÇALVES et al., 2005). Além dos restos de alimentos, o lixo domiciliar possui uma composição diversificada e pode ser classificado como biodegradável (materiais orgânicos); recicláveis (o papel, o metal, o vidro, o plástico); descartáveis (o couro, a madeira, o isopor); biologicamente contaminados (os resíduos contendo substâncias corporais, as secreções e excreções humanas); resíduos tóxicos e agrotóxicos (TEIXEIRA et al., 2004). O conteúdo do lixo doméstico é composto por substâncias orgânicas em processo de decomposição e constitui habitat preferido de baratas, ratos e algumas espécies de moscas, dentre elas a mosca doméstica. São vetores que abrigam agentes patogênicos causadores de doenças contagiosas e são transmitidas ao
3 3 homem pelo contato com excrementos e mordidas desses agentes (CUSSIOL, 2005). Além dos insetos, o lixo doméstico pode causar contaminação do solo e das águas, mau cheiro, poluição, entre outros problemas (VESTENA; VESTENA, 2003). O acondicionamento e a disposição destes elementos de forma inadequada trazem sérias consequências ao meio ambiente. Porém soluções simples para seu tratamento quer seja nos pequenos e/ou grandes centros urbanos podem ser eficientes. A coleta seletiva do lixo urbano tem se apresentado como uma alternativa na solução dos problemas socioambientais locais, reduzindo o volume de resíduos sólidos depositados nos aterros sanitários ou em lixões a céu aberto e consequentemente no meio ambiente, minimizando a extração de recursos naturais para fabricação de produtos diversos, além de atribuir maior tempo de vida útil aos aterros (COELHO, 2009). Justifica-se assim o presente trabalho descrevendo as atitudes da população de diferentes bairros da cidade de Ubá, Minas Gerais em relação ao lixo doméstico gerado, seu armazenamento e descarte final. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado através de amostragem aleatória com questionários semi-estruturados aplicados em diferentes bairros da cidade de Ubá, Minas Gerais, em que a maioria eram mulheres numa faixa etária entre 20 e 60 anos. O período de realização foi no segundo semestre do ano de A partir das respostas dos moradores foi realizada uma análise discursiva da geração, acondicionamento e destinação do lixo doméstico destes entrevistados. Com as entrevistas buscou-se conhecer o tipo de lixo gerado nas residências assim como o seu destino, neste momento também foi passado informações aos mesmos sobre a importância da reciclagem dos resíduos sólidos produzidos nos domicílios para a preservação do meio ambiente e conservação dos recursos naturais, além de conversa e incentivo sobre a separação do lixo domiciliar reciclável
4 4 para o encaminhamento a catadores e à Cooperativa local para fins de utilização deste lixo como fonte de renda agregando valor ao meso. RESULTADO E DISCUSSÃO A partir das análises dos questionários, percebeu-se que a maioria das pessoas não fazem a separação correta do seu lixo e nem se preocupam com isso descartando-os de forma errada e se posicionando de forma a transferir o problema para a Prefeitura da cidade. Apesar de a cidade ter programas implantados de coleta seletiva e ainda contar com uma estruturada Cooperativa de Catadores, a Reciclau, percebeu-se o descaso e a falta de informação dos entrevistados, uma vez que pontuaram em suas se preocuparem com o desperdício e poluição do ambiente, mas contradizem-se com as respostas dadas anteriormente transferindo a responsabilidade para o poder público. Com isso percebeu-se que a população sabe dos problemas causados pelo lixo, mas falta iniciativas próprias e atitudes de colaboração para fins da adoção de medidas corretas para com a geração e destinação de seu lixo, devendo o poder público elaborar programas de educação ambiental buscando conscientizar a todos da importância da coleta seletiva. A sensibilização cada vez mais da população entrevistada para com os problemas ambientais causados pela destinação incorreta do lixo e também os valores agregados quando do seu destino correto, promoverão melhoria junto meio ambiente e a qualidade de vida de todos os envolvidos. Portanto, a coleta seletiva e a reciclagem estão intimamente ligadas às questões de responsabilidade socioambiental, sendo imprescindível que a sociedade civil, as instituições privadas e o poder público participem de forma que todos se beneficiem com os ganhos sociais, econômicos e ambientais.
5 5 CONCLUSÃO A questão do lixo urbano é um sério problema ambiental enfrentado atualmente no Brasil e no mundo. A maioria das cidades brasileiras não possuem políticas de gestão para o tratamento do lixo. Ficou claro a falta de gerenciamento do lixo doméstico e a falta de coleta seletiva nos bairros da cidade. De acordo com o questionário aplicado foi visto que a população sabe dos problemas causados pelo lixo, mas ainda faltam lhes atitudes em relação ao mesmo. Sugere-se portanto que somente com um eficiente trabalho de sensibilização e esclarecimento sobre as questões relacionadas a geração, armazenamento e destino do lixo doméstico associada a uma eficiente gestão deste lixo se promoverá as mudanças desejadas em favor do meio ambiente. AGRADECIMENTOS Agradecemos o apoio da Universidade do Estado de Minas Gerais Unidade Ubá na realização do trabalho. REFERÊNCIAS COELHO, J.M. Política pública municipal de coleta seletiva eefetividade do programa na cidade de Anápolis-Goiás. Tese de Mestrado. Centro Universitário de AnápolisUnievangélica, GO CUSSIOL, N.A. M. Disposição final de resíduos potencialmente infectantes de serviços de saúde em célula especial e por co-disposição com resíduos sólidos urbanos. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais, MG GONÇALVES, M. F., et al. Escola Viva. Programa de pesquisa e apoio escolar: o tesouro do estudante. São Paulo: Meca, JARDIM, N. S.; WELLS, C. (Org.). Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento integrado. São Paulo: IPT: CEMPRE, PEREIRA NETO, J. T. Minimização e Aproveitamento de Resíduos Sólidos. In: ALVES, F. E. Gerenciamento Ambiental na Indústria. SIMPÓSIO NACIONAL DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA, Anais... São Paulo: Signus Editora, 1993.
6 6 SCARLATO, F. C.; PONTIN, J. A. Do Nicho ao Lixo: Ambiente, Sociedade e Educação. Ed. Atual, p. TEIXEIRA, L.G.F. M.; BORGES, L. F.; BATISTA, H.P.; CHERNICHARO, P. D.; CERQUEIRA, B. N. Caracterização dos Resíduos Sólidos de Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Limpeza Urbana SMLU. Relatório final da Caracterização dos Resíduos Sólidos de Belo Horizonte, MG VESTENA, C. L. B.; VESTENA, L. R. Percepção e educação ambiental no ensino fundamental das séries iniciais do Sudoeste Paranaense. Analecta, Guarapuava, v. 4, n. 1, p , 2003.
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