28/3/2012. Rui de Souza Josgrilberg. Mostrar como a humanidade desenvolve a(s)
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- Lucinda Lobo Madureira
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1 Ética: a humanidade em busca da sustentabilidade da vida Rui de Souza Josgrilberg Objetivos Mostrar como a humanidade desenvolve a(s) sua(s) ética(s) a partir de expressões culturais concretas e de seus desafios geográficos, econômicos, políticos, sociais, étnicos, e religiosos. Destacar a importância da contínua formulação da ética como possível base da convivência e colaboração mútua da humanidade. Esclarecer conceitos centrais e oferecer uma visão panorâmica do desenvolvimento da ética desde a Antiguidade. O tempora, o mores Os animais lutam, mas não fazem guerra. O homem é o único primata que planeja o extermínio dentro de sua própria espécie e o executa entusiasticamente e em gran- des dimensões. A guerra é uma de suas invenções mais importantes; a capacidade de estabelecer acordos de paz é provavelmente uma conquista posterior. Hans Magnus Enzensberger 1
2 O tempora, o mores O Apotheosis* de soldados franceses, mortos nas guerras napoleônicas (cerca de 1814) Imagem 1 *literalmente, a divinização Anne-Louis G. de Roussy-Trioson ( ) O tempora, o mores A Apotheosis da Guerra (1871) Imagem 2 Vasily Vasilyevich Vereshchagin ( ) Introdução A ética tem como propósito principal contribuir para a sobrevivência em dignidade, de pessoas, de grupos, de povos, de nações, enfim, de toda humanidade e criação. Muitas vezes, sentimos a abrangência das nossas responsabilidades em escala bem mais restrita, inclusive na igreja! 2
3 Descrição A ética é a reflexão [auto]crítica sobre as bases, os objetivos, os limites, o potencial dessa moral ou outras morais. Para podermos ser éticos, precisamos pensar, analisar, avaliar, relacionar, discutir e propor. Descrição A distinção entre moral e ética nos lembra das dimensões do labor ético: teoria e prática [...], toda prática implica uma teoria, e vice-versa (MAY, 2008, p.19). Somente a unidade das duas dimensões garante uma práxis responsável. Intervalo Intervalo Duração: 5 minutos 3
4 Há falta de ética? Antiguidade até 1500 Ét. da norma Medie-val: Modernidade 1350/1750 /1900 d.c. Ét. da profissão Ét. da decisão Modernidade tardia d. C. Ét. dos mandatos e da responsabilidade Lei da natureza Lei natural Ordem da criação Ética da ordem Ét. da felicidade Ét. utilitarista Ética de valores Ét. da intenção Ét. de virtudes Ét. de deveres Ét. de discurso Ét. da situação O desafio da diversidade O que podemos apreender dessa diversidade? A reflexão ética nunca parou durante os últimos 500 anos; Os resultados enriquecem a nossa percepção, mas, não resolveram todos os problemas; Inicialmente, entretanto, estudamos como a maioria dessas éticas constroem sua argumentação: Quais são os seus lados fortes e fracos? Tipos de ética Éticas deontológicas [O que deve ser feito?] Ética de normas / de valores Ética de dever / de princípios Éticas teleológicas [Em que deve resultar?] Ética de responsabilidade Ética de felicidade / utilitarismo Éticas de virtude [Como pode ser feito?] Éticas de situação / situacionais [As circunstâncias são? NENHUMA PERSPECTIVA RESPONDE TUDO! 4
5 Avaliação ética Deontológico Uma busca de consenso sobre valores Obedecer a um princípio não garante o caráter ético de uma exceção Situação Sensibilidade para as circunstâncias Atomização de decisões éticos Teleológica Os resultados são um importante tema da ética. O objetivo não justifica os meios: Eu somente queria o seu melhor [intenção] Unir o esforço Olhando o conjunto fazemos uma primeira afirmação: Uma avaliação ou orientação ética deveria considerar: Os valores em questão As consequências previsíveis As circunstâncias envolvidas As competências reais da pessoa Ética cristã Antecipando a próxima unidade descrevemos ainda a relação entre ética e ética cristã, olhando para as quatro perspectivas: Valores cristãos [do reino de Deus] As consequências [promover a vida] As circunstâncias [contexto externo] As competências [dá conta da tarefa] 5
6 Intervalo Intervalo Duração: 5 minutos Ética e políticas públicas Vamos fazer um teste para ver a utilidade dessa distinção. Qual acento ético transparece atrás da afirmação, que o estado deveria, em primeiro lugar, garantir crescimento econômico -? ordem e segurança -? diversidade cultural -? (Inspirado em May (2008, p )). Ética e cultura [bras.] A ética, a forma de refletir sobre a moral em vigor não passa somente por princípios ou perspectivas, mas, também pela cultura dominante. Fala-se, por exemplo, do jeitinho brasileiro. O conceito tem a ver com a ética, porque descreve atitudes do cotidiano encontrados em muitos lugares no Brasil. 6
7 Ética e cultura [bras.] A ideia de uma cultura dominante, despreparada para os desafios do estado moderno, preocupou pensadores como Sérgio Buarque de Holanda (1984) [quem criou como tipo brasileiro o homem cordial ]. De fato, em todas as sociedades houve problemas de adaptação de governos monarquistas ao estado laico moderno. Fora de questões culturais específicas, respondia-se este desafio com a ética social. Distinções éticas Ética individual, pessoal e social Apesar de o século XX ser o século da ética social (KEELING, 2002, p. 12) a ética pessoal continua sendo importante. Apesar da distinção comum entre ética individual e ética social, propomos uma versão tripla (RICH, 1983, p.50; apud RENDERS, 2009, p.84-85): Distinções éticas Ética individual Responsabilidade para consigo; Ética pessoal Responsabilidade para com outras pessoas; Ética social Responsabilidade para com instituições, a constituição e legalização. O entrelaçamento dos três níveis é importante para nossa compreensão da cidadania. 7
8 Ética e sustentabilidade Estamos na transição de uma ética antropocêntrica para uma ética que contempla toda a criação ou a natureza e todos os ciclos e todas as interdependências da vida. Nesta perspectiva precisamos recriar em parte intuições antigas perdidas do entrelaçamento sem cair em atitudes éticas pré-modernas de normatização e super-regulamento. Talvez seja isso da melhor forma garantida por perspectivas pluricêntricas e éticas que favorecem perspectivas múltiplas. Bibliografia básica BONINO, Miguez. Ama e faze o que quiseres. Tradução de Luiz Aparecido Caruso. São Bernardo do Campo, SP: Imprensa Metodista, p. DUSSEL, Enrique. Ética comunitária. Tradução de Jaime Clasen. 2ª edição. Petrópolis: Vozes, [Série III: A libertação na história]. 285p. KEELING, Michael. Fundamentos da Ética Cristã. Tradução de Aharon Sapsezian. São Paulo, SP: ASTE, p. MAY, Roy H. Discernimento moral: uma introdução à ética cristã. Tradução de Walter O. Schlupp. São Leopoldo, RS: Editora Sinodal, p. SINNER, Rudolf von. Confiança e convivência. Reflexões éticas e ecumênicas. São Leopoldo, RS: Editora Sinodal, p. Bibliografia adicional HOLANDA, Sergio Buarque. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: J. Olimpio, p. RENDERS, H.. O cotidiano, a pluralidade de perspectivas éticas e o discernimento moral: a necessidade de distinções e decisões. Caminhando (online), Brasil, 14, sep Disponível em: Acesso em: 11 Mar RODRIGUEZ, Henrique Estrada. A democracia em Raízes do Brasil. Disponível em: < >. Acesso em: 5 mar
9 Boa Semana! Prof: Rui Josgrilberg Referência de imagens: Imagem 1 Apotheosis de soldados franceses nas guerras nopoleônicas ; Disponível em: < Acesso em: 12 jun Imagem 2 Apotheosis ; Disponível em: < Acesso em: 1 mar Citação 1 Comentária de Enzensberger sobre a Guerra ; Disponível em: < Acesso em: 1 mar Imagem 2 Disponível em: < Trioson_001.jpg>. Acesso em: 12 jun Todas as demais imagens são originárias de banco de imagens. 9
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