6/11/2012. O que é inteligência? A história da Avaliação da Inteligência
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- Lucinda Cortês Andrade
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1 Meiriane C. de Melo AMEEES Out.12 O que é inteligência? A história da Avaliação da Inteligência Os testes de inteligência surgiram na China, provavelmente no século V e começaram a ser usados cientificamente na França no século XX. Em 1905, Alfred Binet e o seu colega Theodore Simon criaram o primeiro teste de inteligência desenvolvido por Terman, na Universidade de Standford, na Califórnia: a Escala de Inteligência Standford-Binet. Em 1912, Wilhelm Stern propôs o termo QI (quociente de inteligência) para representar o nível mental, e introduziu os termos "idade mental" e "idade cronológica. Em 1917, quase dois milhões de recrutas americanos foram submetidos aos testes de Lews Terman ampliando a disseminação dos testes de QI. O quociente de inteligência QI é um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes nos quais especialistas incluem as habilidades conhecidas pelo termo inteligência. Suécia Fica claro que os testes de QI predizem apenas como vai ser o desempenho escolar e não o sucesso profissional depois de concluída a instrução formal. 1
2 Uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. Não é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um talento para sair-se bem em provas. Ao contrário disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta - 'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber' uma coisa. Mainstream Science on Intelligence The article as it appeared in the Wall Street Journal on Tuesday December 13, 1994 A Inteligência para Gardner Todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos 7 diferentes e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais. Inteligência é uma habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais. A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Sua insatisfação com a ideia de QI e com visões unitárias de inteligência, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. 1 - Inteligência lógico-matemática É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. 2
3 2- Inteligência linguística Sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias, contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas. 3 - Inteligência espacial Capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. Habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais. 4 - Inteligência cinestésica Habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. 5 - Inteligência musical Habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. 6-Inteligência interpessoal Capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. É a capacidade de discernir e responder adequadamente ao humor, temperamento, motivação e desejo de outras pessoas. 7 - Inteligência intrapessoal É o correlativo interno da inteligência interpessoal, ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva. 3
4 Outros tipos de inteligências apontados posteriormente: Naturalista - sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, reconhecer e classificar plantas, animais, minerais e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. Existencial - capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos. Daniel Goleman Traz o conceito da inteligência emocional como maior responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. Na melhor das hipóteses, o QI contribui com cerca de 20 por cento para os fatores que determinam o sucesso na vida, o que deixa os 80 por cento restantes por conta de outras variáveis. (Intelig. Emocional - p. 46) Na verdade, temos duas mentes a que raciocina e a que sente. Esses dois modos fundamentalmente diferentes de conhecimento interagem na construção de nossa vida mental. (p. 23) 4
5 Neste livro, eu atuo como um guia numa viagem (...) o fim da jornada é entender o que significa e como levar inteligência à emoção. Nossas paixões, quando bem exercidas, têm sabedoria; orientam nosso pensamento, nossos valores, nossa sobrevivência. Mas podem facilmente cair em erro, e o fazem com demasiada frequência. (p. 12) Aristóteles Autoconscientes: são autônomas e conscientes de seus próprios limites, gozam de boa saúde psicológica e tendem a ter uma perspectiva positiva sobre a vida. Mergulhadas: imersas em suas emoções e incapazes de fugir delas, como se aquele humor houvesse assumido o controle sobre suas vidas. Resignadas: Embora vejam com clareza o que estão fazendo, tendem a aceitar seus estados de espírito e, portanto, não tentam mudá-los. Salovey inclui as inteligências pessoais de Gardner em sua definição básica de inteligência emocional, expandindo essas aptidões em cinco domínios principais: (p.55) Conhecer as próprias emoções: Autoconsciência reconhecer um sentimento quando ele ocorre. A capacidade de controlar sentimentos a cada momento é fundamental para o discernimento emocional e para a autocompreensão. (p.55) 5
6 Lidar com emoções: Lidar com sentimentos para que sejam apropriados é uma aptidão que se desenvolve na autoconsciência. É a capacidade de confortar-se, de livrar-se da ansiedade, tristeza ou irritabilidade que incapacitam. Motivar-se: Por as emoções a serviço de uma meta é essencial para centrar a atenção, para a automotivação e a maestria, e para a criatividade. O autocontrole emocional saber adiar a satisfação e conter a impulsividade está por trás de qualquer tipo de realização. Reconhecer emoções nos outros: A empatia, outra capacidade que se desenvolve na autoconsciência emocional, é a aptidão pessoal fundamental: saber escutar as emoções, e os motivos pelos quais a empatia gera altruísmo. São pessoas mais sintonizadas com os sutis sinais do mundo externo que indicam o que os outros precisam ou o que querem. Lidar com relacionamentos: A arte de se relacionar é em grande parte aptidão de lidar com as emoções dos outros. São aptidões que reforçam a popularidade, a liderança e a eficiência interpessoal. Danah Zohar Em 2000, Danah Zohar com Ian Marshal lançam o livro QS - Inteligência Espiritual. É o 3º tipo de inteligência sendo descoberto e estudado pela ciência. 6
7 Nem o QI nem o QE, separadamente ou combinados, são suficientes para explicar a enorme complexidade da inteligência humana nem a riqueza imensa da alma do homem e de sua imaginação. O QS permite que seres humanos sejam criativos, mudem as regras, alterem situações. O QS dá-nos capacidade de escolher, dá-nos senso moral, a capacidade de temperar normas rígidas com compreensão e compaixão e igual capacidade de saber quando a compaixão e a compreensão chegaram a seus limites. E é principalmente esse poder transformador que diferencia o QS do QE. (p. 19) O Q.S. É a inteligência que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter um Q.S. desenvolvido nos traz autoconsciência, crença no que se faz e nas pessoas, capacidade em lidar com as adversidades, espontaneidade, capacidade de ir além dos interesses pessoais e buscar um sentido maior para a vida. Utilizamos o QS para sermos criativos. Recorremos a ele quando precisamos ser flexíveis, visionários ou criativamente espontâneos. Nós o usamos para lidar com problemas existenciais problemas em que nos sentimos pessoalmente num impasse, na armadilha de nossos velhos hábitos, nas neuroses, ou quando temos problemas com doença ou sofrimentos. (p. 28) O QS nos torna conscientes de que temos problemas existenciais e nos dá meios para resolvê-los - ou pelo menos para encontrar paz no trato com eles. E nos dá um sentido profundo do que significam as lutas da vida. (p. 28) A religião convencional é um conjunto de regras e crenças impostas de fora. Opera de cima para baixo, foi herdada de sacerdotes, profetas ou livros sagrados, ou absorvida através da família ou das tradições. O QS é uma capacidade interna, inata, do cérebro e da psique humana, extraindo seus recursos mais profundos do âmago do próprio universo. É um instrumento desenvolvido ao longo de milhões de anos que habilita o cérebro a descobrir e usar sentido na solução de problemas. (p. 23) A inteligência espiritual é a inteligência da alma. É a inteligência com a qual nos curamos e com a qual nos tornamos um todo íntegro. Torna possível ( e talvez até mesmo necessário) o religioso, mas independente de religião. (p.24) 10 Qualidades comuns às pessoas As pessoas com alto Q.S. colocam a compreensão acima do estar sempre com a razão. Para elas, mais importante do que estar com a razão é promover o bem-estar em casa ou no trabalho. Elas conseguem transformar conflitos em divergências administráveis, pois seu foco transcende o ego. Não é que elas evitem a discórdia, mas quando as discussões sem nexo aparecem, sabem lidar com elas e redirecionar o foco para o que realmente interessa, isto é, para a harmonia, para a compreensão, para a paz e para o amor fraterno entre todos. 7
8 10 Qualidades comuns às pessoas Inegavelmente, porém, as pesquisas em torno da inteligência ainda não se libertaram das amarras e das vendas materialistas, e ao campo da ciência ortodoxa não chegou ainda a iluminação que se irradia a partir das informações colhidas no mundo espiritual, nem das que decorrem de todo o acervo de fatos documentados pelos investigadores da fenomenologia espírita. Isso tudo tem demonstrado à sociedade que a inteligência não é um fator basicamente genético ou mesológico, mas uma faculdade do Espírito preexistente, que traz para a sua nova existência os recursos intelectuais que já tenha conseguido desenvolver no passado, dentro, porém, das condicionantes criadas pelo seu comportamento moral, ou seja, pelo bom ou mau uso que deu à sua inteligência. Ao que indica a observação apoiada no conhecimento espiritual, a inteligência é a resultante do conhecimento acumulado ao longo dos milênios e das inúmeras encarnações. Não somos inteligentes por causa de uma combinação genética particularmente feliz, ou porque nos desenvolvemos em ambiente adequado, mas porque, no passado, já nos habituamos a manipulação e apropriação do conhecimento, através do estudo e do aprendizado. As noções que adquirimos, as experiências porque passamos, as coisas que descobrimos incorporam-se à nossa memória, cujos registros básicos se encontram no perispírito, e, embora armazenadas na zona crespuscular do chamado inconsciente, estão ali, à nossa disposição. Quanto mais conhecimento tenhamos adquirido no passado, mais fácil se torna resolver com êxito situações novas, porque temos um banco de dados mais vasto, contra o qual confrontamos analogicamente os fatos novos, as novas proposições, os novos aprendizados. É sempre mais fácil construir em cima do alicerce já consolidado. 8
9 É justo admitir, no entanto, que muitas das noções catalogadas pela ciência, serão aproveitadas e iluminadas sob um novo ângulo, com uma nova luz e acabarão por oferecer uma visão nítida do homem e do mundo que o cerca, objetivo multimilenar da especulação humana. Que estamos esperando? Onde estão os pensadores espíritas? Os psicólogos, sociólogos, biólogos, médicos, enfim, os artífices espiritualizados e evangelizados da sociedade futura? Os temas aí estão, e a Ciência aguarda aqueles que irão conciliar conhecimento e moral, razão e fé, o homem e Deus. F I M 9
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