MINISTERIO DA FAZENDA 4111! CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PR! VADOS, DE PREVIDENCIA PR! VADA ABERTA E DE CAPITALIZAcAO - CRSNSP

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1 Ak MINISTERIO DA FAZENDA 4111! CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PR! VADOS, DE PREVIDENCIA PR! VADA ABERTA E DE CAPITALIZAcAO - CRSNSP 212 Sessão Recurso no 4936 Processo SUSEP n / RECORRENTE: RECORRIDA: PREVIMIL PREVIDENCIA PRIVADA SUPERINTENDENCIA DE SEGUROS PR! VADOS - SUSEP EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Auto de Infração. Item I - Contratação de mais de uma assistência financeira corn o mesmo titular, simultaneamente. Item 2 - Cornercializar piano de previdência em desacordo corn a Nota Técnica e Regulamento aprovados pela SUSEP, quando admitiu o ingresso de participantes no piano corn mais de 70 anos. Recurso conhecido e provido. PENALIDADE ORIGINAL: Item I - rnulta no valor de R$ 9.000,00; Item 2 - multa no valor de R$ 9.000,00. BASE NORMATIVA: Item 1 - art. 2, inc. IV, do Caputulo I do Anexo I da Circular SUSEP n 206/200. Item 2 - Arts. 6, 70 e 1 do art. 68 da Lei Complernentar n 109/2001. ACORDAO/CRSNSP No 5264/15. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, decidem os membros do Conseiho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalizacão: (i) por unanimidade, dar provimento ao recurso quanto ao item I do Auto de Infraço, nos termos do voto da Relatora; e (ii) por maioria, dar provimento ao item 2 do Auto de Infraço, nos termos do Voto do Conseiheiro Claudio Carvaiho Pacheco, vencida a Relatora, Conseiheira Ana Maria Melo Netto Oliveira, que negou provimento ao recurso. Presente a advogada Dra. Adriana Mello que sustentou oralmente em favor da recorrente, intervindo nos termos do Regimento Interno deste Conselho o Senhor representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araüjo Duarte.

2 Participaram do julgamento os Conseiheiros Ana Maria Melo Netto Oliveira, Claudio Carvaiho Pacheco, Carmen Diva Beltrâo Monteiro, Paulo Antonio Costa de Almeida Penido, Washington Luis Bezerra da Silva e Marcelo Augusto Camacho Rocha. Presentes o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araüjo Duarte, e a Secretária-Executiva, Senhora Theresa Christina Cunha Martins. Sala das SessOes (Ri), 16 de abril de 'ANA MARIA M1LO NETTO OLIVEIRA Presidente el o a CLAUDIO CARVALHO PACHECO Relator par'acórdão JOSE -ETIUARDO DE ARAUJO DUARTE Procurador da Fazenda Nacional

3 423 MINISTERJ() DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAçAO RECURSO CRSNSP No 4936 PROCESSO SUSEP No / RECORRENTE: PREVIMIL PREVIDENCIA PRIVADA RELATORA: ANA MARIA MELO NETTO OLIVEIRA RELATORIO 'I'rata-se de processo adniinistrativo iniciado por Auto de Infraçâo lavrado contra PREVIMIL PREVIDENCIA PRIVADA, contendo 2 itens (fis. 0 1/02). Em decisoes datadas de (fis. 305/306), o Chefe do Departamento de FiscaIizaçojuIgou subsistentes ambos os itens do Auto de lnfração. Intirnada das decisöcs condenatorias em (fis. 242/243), a companhia apresentou recurso tempestivamente em (fis. 3 15/323). questionando as decisoes em sua integralidade, requerendo o arquivamento do processo, ou, alternativamente, a concessão de atenuantes previstas no art. 53 da Resolução CNSP no 60/2001. A seguir, SãO relatadas detalhadamente cada urna das infraçôes capituladas e os argumentos trazidos pela recorrente em suas razoes recursais. Item 1. A entidade contratou mais de uma assistência financeira, corn o mesmo titular, simultaneamente, conformes contratos citados no Auto. Dispositivo infringido: inc. IV. art. 2, CapItulo I, Anexo I, da Circular SUSEP no 206/2002. Sancao aplicada: R$ 9.000,00, nos termos da allnea "i", inciso II, do art. 33 da Resolução CN S P no 60/2001. Em sede de defesa (fis. 2 18/223), a entidade aduz tratar-se de contrato feito na qualidade de correspondente, inexistindo subcontrataçäo, na forma do art. 3, Anexo II, da Circular SUSEP no 206/02. Acrescenta que os contratos elencados no Auto de lnfração, em sua totalidade. são contratos de assisténcia financeira firmados pelo Banco BANIF Internacional do Funchal, sobre quem recairia a responsabilidade pela contratação. Por meio do Parecer técnico de fis. 296/197, o DEFIS refuta os argurnentos da defesa, tendo em vista que a entidade, ao emprestar a sua rubrica, tornar-se-ia co-responsável, pois, scm a cessao de sua rubrica, nâo seria possivel a concessão de assisténcia financeira. Em suas razoes recursais a seguradora repete os argumentos de defesa no sentido de que as eventuals assistências financeiras de mesmo titular foram firmadas corn o BANIF, e contesta as conclusoes do DEFIS, afirmando que não ha co-responsabilidade em função de ceder o codigo para desconto em folha, pois não 6 responsãvel pela eventual

4 CRSNSP RECEJRS() No 4936 inadimplência do participante em reiaçào a assistência financeira. Nos contratos de assistêricia financeira com instituicao financeira - no caso o BANIF - sua concesso, liberação de recursos, quitacão de parcelas e inadimplência so de responsabilidadc exclusiva da própria instituiço financeira. Ao disciplinar separadamente as atividades de concessdo de assisténciafinanceira e de aruacdo como correspondenie. a SUSEP, na Circular a 206/2002, preocupou-se em estipular regras especificas para a assistência financeira prestada corn recursos das entidades de previdencia complernentar, visando salvaguardar sua liquidez e qualidade do crédito. Contudo ao regular a atividade de correspondente, a SUSEP teria deixado a cargo do Banco Central do Brasil legislar sobre a atividade das instituiçoes financeiras. Näo se aplicariarn, nos contratos que fundamentam a iavratura do Auto de Infracao, as proibicoes contidas no inciso IV, art. 2 do Anexo I da Circular SUSEP no 206/2002. Item 2. A entidade comcrcializou piano de previdência em desacordo corn a Nota Técnica e Regularnento aprovados pela SUSEP, quando admitiu o ingresso de participantes no piano corn niais de 70 anos, con forme propostas n e Dispositivo infringido: arts. 60, 7 e 68, J 0 da Lei Complementar 109/2001. Sancäo aplicada: R$ 9.000,00, nos termos da alinea "a", inciso Ii do art. 33 da Resoluçâo CNSP n 60/2001. Em sede de defesa. a seguradora alegara que os contratos forarn lirmados quando os participantes tinham 70 anos e alguns meses, e estariam, segundo sua compreensäo, dentro do lirnite de admisso. Conforme parecer do DEFIS de us. 196/ participante da proposta quando aderiu ao piano, tinha 70 anos. 6 meses e 14 dias. e o participante da proposta tinha 70 anos. 2 meses e 14 dias, o que significa que ambos tinharn mais de 70 anos quando aderiram ao piano. Em suas razoes recursais, a recorrente contesta as conciusoes do DEFIS, alegando que considerando-se que idade se conta em anos, e ndo em meses e dias, ndo ha o que se/a/ar em injiacêo", pois os proponentes tinharn ainda 70 anos. Além disso, 'a conira!acdo de pessoas de 70 anos e a/guns ineses ndo desequilibra 0 piano de pensdo, o que se coinprova pela aprovacão de alteração de idade maxima para 75 anos, in 14/10/2003 ('anexo 3)". Em parecer de fls. 362/363. a Representacão da PGFN no CRSNSP manifesta-se pelo conhecimento do recurso e, no mérito, peio seu improvirnento. Os autos foram iniciaimente distribuldos a SDE/MJ, que, por rneio do OfIcio n 2846/DPDE/CGAJ, de 23 de abril de 2012, renunciou ao cargo de conseiheiro do CRSNSP, após o que, foram os autos redistribuldos ao Ministério da Fazenda, em sessão des dejulho de E o re!atorio. Brasilia, 05 de marco de ANA MA1IA MELO NETTO OLIVEIRA Relatora Representante do Ministério da Fazenda 2

5 MINISTERIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE capitalizaca0 Processo SUSEP NO / Processo CRSNSP NO 4936 Recorrente: Previmil Previdência Privada Recorrida: Superintendéncia de Seguros Privados - SUSEP Conselheiro Relator: Ana Maria Melo Netto Oliveira VOTO CON DUTOR Trata-se de recurso interposto pela Previmil Previdência Privada, em face da decisão de primeira instância que julgou subsistentes Os 2 itens do Auto de lnfracao. No que tange ao item 1, observo que a Recorrente está sendo apenada por ter comercializado mais de uma operacao financeira corn o mesmo participante, o que era vedado pela Circular SUSEP n 206/2002, que apenas permitia uma operacao por participante, como capitulado pelo Auto de lnfracao, possivelmente corn o intuito de tentar evitar o risco de concentracao de inadimptência corn urn mesmo titular de assistência financeira. No entanto, corn a permissao dos Orgaos Averbadores para a consignacao em foiha de pagamento dos seus servidores em favor das Entidades, o risco de inadimplência dessas operacoes diminuiu consideravelmente. Assirn, a própria Autarquia, revendo seu posicionamento, abriu uma exceçao para os empréstimos cuja forma de pagarnento fosse através da consignacao em folha de pagamento, permitindo, assim, mais de uma operacao por participante, conforme se depreende do inciso Ill do artigo 40 da Circular SUSEP n 320/2006, in verbis: "Art. 40 E vedado: II - III - contratar corn o mesmo titular mais de uma assistência financeira, sirnuitaneamente, exceto nos casos de pianos que tenham formaçao de pro visao rnatemática de beneficios a conceder ou guando as contraprestaçöes periódicas da M/

6 assistência financeira forem guitadas por meio de consignaão em foiha de pa-gamento;" (grifo meu). Portanto, a infracao definida na Circular n 206/2002, deixou de existir corn a edicao da nova norma, que faculta as Entidades Abertas de Previdência Complementar, a concessão de mais de uma assistência financeira ao mesmo titular, desde que por meio de consignacao em foiha. Cabe ressaltar, que a forma de pagamento de todos os contratos apontados no item 1 se deu através de consignacao em folha de pagamento, conforme comprovam as "AutorizacOes de Descontos dos Participantes" juntadas as fis. 05/150. Ademais, inobstante o presente caso tratar de contratacao por intermédio da Entidade de Previdência, a fiscalizaçao entendeu que a Recorrente era corresponsável por ceder seu codigo/rubrica para desconto em foiha da assistência financeira contratada. Todavia, cabe aqui destacar que a Recorrente além de ser uma Entidade de Previdência Complementar, também atua como correspondente bancário, prestando servicos a Bancos ou lnstituiçoes Financeiras contratantes, inexistindo, portanto, no presente caso, a figura da subcontratacao na atuacao como agente intermediário, conforme previsto no art. 30, Anexo II, da Circular SUSEP n 206/02, in verbis: "Art simples acordo operacional visando o débito, em foiha de pagamento, das contraprestaçoes devidas pelos titulares não con figura a subcontrataçao vedada pelo art. 20, inciso II, ailnea "a", da Resolucao CMN n 2.707, de 30 de marco de 2000". Assim sendo, uma vez que os contratos adicionais em sua totalidade são contratos de assistência financeira fimiados corn o Banco BANIF S/A em parceria corn a Previmil, que atua como correspondente bancário, consignando as prestacoes da assistência por meio de codigo especifico na foiha de pagamento, de modo que os débitos correspondentes fiquem segregados no codigo/rubrica da Recorrente, o qual nao se confunde, sequer configura uma subcontratacao. Vale ressaltar que, muito embora a infraçao tenha sido cometida em 2005, por ocasião da decisão de 1a instância ocorrida em 26/03/07, já se encontrava em vigor a Circular SUSEP n 320/2006, publicada em 06 de marco de 2006, que extinguiu o ato apontado como infrator.

7 Destarte, invocando o principio da primazia da norma mais benéfica ao fiscalizado, entendo que ocorreu a extinçao da punibiiidade, haja vista que o ato iniciaimente tido como infringindo foi revisto peia propria Autarquia, nao podendo ser mantida a sancao aplicada, votando pelo provirnento do recurso para este item. Corn relacao ao item 2, admissão de participantes corn mais de 70 anos no piano, constato que as propostas foram contratadas quando os proponentes ainda possularn 70 anos. A Nota Técnica Atuariai (fis. 230/234), aprovada peia SUSEP (fis.229), previa na ciáusuia 3a a inscricao no piano de pessoas fisicas corn idade minima de 14 anos e maxima de 70 anos. Sendo certo que o participante da proposta n (fis. 224) quando aderiu o piano possula 70 anos, 6 meses e 14 dias, e o participante da proposta n (fls.226) possuia 70 anos, 2 meses e 14 dias, não ha que se faiar no cometimento da infracao disposta na Lei Compiementar n 109/2001. Dessa forma, considerando que a idade se conta em anos, e não em meses e dias, assirn como que a Nota Técnica Atuarial nao fala em 70 anos incompletos, nao pode ser rnantida a sancao apiicada, devendo ser juigado insubsistente o item 2 do Auto de Infracao. Diante disto e pelo contido no processo supracitado, manifesto meu VOTO no sentido de conhecer e dar provirnento ao Recurso, para juigar insubsistentes os itens 1 e 2 do Auto de infracao, peias razoes expostas. Rio de Janeiro, 16 de abrii de 2015 Claudio Carvaiho Pacheco Conseiheiro Representante da FENAPREVI

8 - 4 MINISTERIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAcAO RECURSO CRSNSP No 4936 PROCESSO SUSEP No / RECORRENTE: PREVIMIL PREVIDENCIA PR! VADA RELATORA: ANA MARIA MELO NETTO OLIVEIRA VOTO I. 0 recurso e tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, pelo que dele conheco. A meu juizo, assiste razão a recorrente quanto a não caracterização de infraçao na conduta descrita no item I do Auto de Infraçâo. Corn efeito, exam inando o conjunto probatorio dos autos, verifico que a assistência financeira foi contratada entre o devedor (titular da PREVIMIL) e o BANIF, instituico financeira que não está sujeita a regra prevista no inc. IV do art. 2 da Circular SUSEP n 206/2002. A regra subsumemse to sornente as entidades de previdência privada que prestam assistência financeira, nâo se estendendo as instituiçoes financeiras que concedern crédito pessoal observando as regras do Banco Central e do Conseiho Monetário Nacional. Conforme se extrai dos referidos contratos, a PREVIMIL figura como agente repassador, que detérn codigo para efetuar desconto em folha de pagamento do devedor e repasse ao BANIF. Não ha assuncäo de obrigacoes da entidade de previdência privada no tocante a garantia de pagamento. Cabe ao devedor adequar-se ao limite das deduçoes permitidas na sua respectiva margem consignável (cláusula 3). Mesmo na hipotese de no repasse do valor ao BANIF, pelo Empregador ou pelo Repassador, persistirá a obrigação de pagamento do devedor, ate a efetiva liquidaco do dcbito (Cláusuia 4). Dessa forma, entendo que a assisténcia financeira prestada pelo BANIF não ofende a reguiacâo do niercado segurador, nao se caracterizando a materialidade da conduta, tampouco qualquer responsabilidade da recorrente. Por essas razoes, quanto ao item I, dou provimento ao recurso. Quanto ao item 2, entendo que está devidamente materializada a infraçâo, tendo em vista que a idade limite para adesäo ao piano era de 70 anos, c que a própria recorrente reconhece que essa idade foi superada em alguns meses. Fazendo uma analogia com os casos de aposentadoria compulsória no servico piblico, é na data de seu septuagcsimo aniversário que se considera atingida a idade limite, não podendo o servidor extrapolar nern rnesrno em urn dia o prazo para seu desligamento. Tal paralelo serve a compreensäo do caso em exame. Se o limite era a compietude dos 70 anos, quaisquer dias ou meses que o ultrapassasseni constituem idade superior aos 70 anos, caracterizando a admisso desses participantes como descumprirnento do Regulamento

9 CRSNSP RECURSO No 4936 do Piano aprovado pela SUSEP. Dessa forma, quanto ao item 2, nego provimento ao recurso. E o voto. Em 16 de abrii de ( (A )Y7j ))v6 NA MARIA - MLO NETTO OLIVEIRA Relatora Representante do Ministério da Fazenda 7945e,--~- 2