Relatório de Descrição da Prática de Gestão

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1 Relatório de Descrição da Prática de Gestão

2 OC Superintendência Qualidade Polo Comunicação Depto Admin. e Financ. Depto Engenharia de Operação Depto Planej. Integ. e Rel. Com. UGR A UGR B UGR C UGR D UGR E Serviços Jurídicos Cadastro Técnico Receita, Crédito e Cobrança Gestão Patrimonial e Serviços Eletromecânica Controle Consumo Escritório Regional Escritório Regional Escritório Regional Recursos Humanos Adução e Serviços Especiais Grandes Consumidores Escritório Regional Escritório Regional Suprimentos e Contratações Operação de Água Controladoria Tecnologia da Informação Operação de Esgoto Legendas Financeiro e Contábil Controle Sanitário Alta Administração da OC Superintendência e departamentos Unidades da OC Divisões e setores Controle Perdas Unidades de Apoio Áreas Pertinentes à aplicação, controle e aprendizado da Prática Sistemas Isolados

3 (A.1) Desde 2006 a OC adota o MASPP Método de Análise e Solução de Problemas e desde 2001 o MEG Modelo de Excelência da Gestão para otimização dos processos, desenvolvimento da cultura organizacional bem como na melhoria da gestão. Nas RAC s Reuniões de Análise Crítica da Divisão de Controle de Perdas da OC observou-se que o indicador percentual de vazamentos não-visíveis apontados na rede do total de vazamentos não-visíveis apontados estava abaixo do desejado, na ordem de 6% nos dois primeiros meses do ano de Após o acompanhamento dos serviços realizados pelos Polos de da OC nos vazamentos apontados pelas equipes de detecção de vazamentos da OC e mesmo pela resposta das próprias equipes quando voltavam do campo e indicavam que um vazamento anteriormente apontado não havia sido consertado, começamos a monitorar as baixas dos serviços indicados por nossas equipes através do SIGAO. Figura 01 - Mapa Operacional da OC com destaque para o objetivo operacional com o qual a prática tem relação direta 1

4 Foi possível perceber que por várias vezes as equipes apontavam vazamentos muito próximos uns dos outros, mas nunca sendo efetuado um reparo de vazamento de fato. Sem o reparo de vazamentos, a redução de perdas na OC poderia não continuar avançando, comprometendo a meta do IPDt Índice de Perdas Totais na Distribuição. A preocupação com a redução de perdas no atual cenário de saneamento e disponibilidade hídrica na grande São Paulo está ligada à distância de potenciais mananciais de água bruta da região. Todos os mananciais estão muito distantes da região da grande São Paulo o que inviabilizaria a captação. Na grande São Paulo, praticamente, já não há mais mananciais para exploração, porém a população continua em crescimento constante. Conforme dados do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a Região Metropolitana de São Paulo abriga 47% da população do Estado de São Paulo porém dispõe de menos de 4% da água do Estado. A forma de garantirmos o abastecimento de água para a população do futuro é melhorar a eficiência operacional, reduzindo as perdas de água. (A.2) Com o uso do sistema SIGAO Sistema de Gerenciamento do Atendimento Operacional, para verificação dos serviços executados e do software ArcGIS pudemos confeccionar mapas temáticos pelos quais foi possível diagnosticar a proximidade de vários vazamentos apontados onde o serviço executado foi sondagem na rede de água, porém as equipes retornavam ao local e indicavam ainda haver um ruído de um provável vazamento. 2

5 Figura 02 - Mapa temático com identificação dos pontos onde foram feitas sondagens conforme informações do SIGAO Com isso, montamos um diagrama de Ishikawa dos possíveis fatores que podem induzir o técnico ao erro no apontamento do local de um vazamento: Figura 03 Diagrama de Causa-Efeito (Ishikawa) Demonstrando os Possíveis Fatores que Podem Induzir o Técnico a Apontar o Vazamento em Local Incorreto Um fator de extrema importância na elaboração do diagrama de Ishikawa foi uma reunião 3

6 com as equipes de campo para colher informações dos principais problemas e fatores que atrapalham o apontamento do local exato do vazamento. A experiência e dedicação dos técnicos das equipes de varreduras foram fundamentais neste diagnóstico. (B.1) Nos pontos onde as equipes demonstravam dificuldade em apontar o exato local do vazamento, optamos por trabalhar com o correlacionador de ruídos Sound Sens ao invés dos métodos mais tradicionais como haste de escuta, medição de pressão com manômetro e varreduras com geofone eletrônico. Figura 04 Loggers do Correlacionador de Ruídos Sound Sens Trabalhamos da seguinte forma: a equipe diurna, quando não conseguia informar o ponto exato deixava um croqui do local para que a equipe noturna avaliasse. Na impossibilidade do apontamento do exato local do vazamento do qual as equipes suspeitam, uma das equipes diurnas (devido à possibilidade do acesso ao cavalete do cliente) iria ao local e instalaria o correlacionador no trecho de rede onde suspeita-se de vazamentos. A instalação do equipamento é mais trabalhosa, demandando mais tempo do que o normalmente gasto em uma varredura convencional com haste de escuta e geofone eletrônico. O uso do correlacionador em pontos suspeitos locados em varreduras convencionais realizadas anteriormente permite que a OC consiga cobrir uma extensão de rede maior na varredura convencional usando o correlacionador apenas nos pontos duvidosos. 4

7 Outra prática da OC que proporcionou um resultado satisfatório foi o acompanhamento dos reparos com a finalidade de monitorar a assertividade da metodologia e registrar cada caso. A metodologia foi desenvolvida na própria OC, através da experiência dos técnicos das equipes de varredura e pesquisa de vazamento e das análises da equipe de analistas e engenheiros da divisão de controle de perdas da OC. A realimentação do diagrama de Ishikawa com os ensinamentos absorvidos em cada caso também foi extremamente importante na otimização dos trabalhos e no compartilhamento de conhecimentos. Esta realimentação demonstra o ciclo do PDCL Plan (planejar), Do (fazer), Check (verificar), Learn (aprender). O planejamento vinha através dos dados do Sigao e dos mapas temáticos. O fazer, é o trabalho do dia-a-dia, onde as equipes vão a campo para confirmação dos vazamentos. A verificação ocorria no acompanhamento dos serviços de reparo para entender o problema daquele caso em específico e, finalmente, o Aprendizado obtido em cada caso retornando as lições aprendidas para alimentação do diagrama de Ishikawa. (B.2) A divisão de controle de perdas da OC busca com essa prática de gestão a redução do volume disponibilizado, o que impacta diretamente no índice de perdas na distribuição de água. O reparo de vazamentos em rede, onde o volume perdido é em torno de 10 vezes maior que o volume perdido num vazamento em ramal auxilia, e muito, no atingimento da redução do volume disponibilizado. Antes, somente uma equipe de varredura era capacitada para trabalhar com o correlacionador de ruídos sound sens, hoje, após os resultados, outras equipes já demonstraram interesse, foram treinadas, e já estão aplicando o conhecimento adquirido no dia-a-dia, o que faz com que a OC não dependa de uma única equipe, e muitas vezes, a própria equipe demonstre a vontade de conhecer sua assertividade, confirmando com o correlacionador vazamentos onde havia uma pequena dúvida antes da marcação final do ponto de vazamento. As equipes têm buscado diariamente novos modos de aplicação, nas primeiras aplicações em 2011, utilizávamos os loggers de ruído nos cavaletes, depois algumas equipes 5

8 começaram a colocar diretamente na rede, utilizando os registros de manobra e também já estão aplicando atualmente em hidrantes. O agendamento do acompanhamento do reparo destes vazamentos com os Pólos de também são demasiadamente importantes para o sucesso desta prática. Com isso, a equipe que fez o trabalho de correlação e apontamento do local do vazamento, vai ao local na data em que é feito o reparo, acompanhando o grau de precisão do apontamento do reparo, e, permitindo que, caso haja um pequeno erro no apontamento, este possa ser corrigido antes mesmo do fechamento da vala e da saída da equipe de reparo do local, proporcionando um conserto imediato do vazamento que poderia demorar mais alguns dias. (B.3) Com a metodologia implementada na OC foi possível constatar, mediante o acompanhamento dos reparos, o fator externo que dificultou a resolução do problema da primeira vez. Em alguns acompanhamentos, por exemplo, foi possível perceber que a água proveniente do vazamento já havia erodido todo o solo ao redor do mesmo, porém o pavimento não havia solapado devido ao morador do imóvel ter feito uma laje armada na calçada. Em alguns casos também foi possível localizar ramais de água abandonados e vazando. Em muitos casos, foi possível localizar pontos de vazamento onde o ruído era abafado pois a água infiltrava pelo solo e caía em galeria de águas pluviais, em PV s de esgoto ou até mesmo em córregos. A divisão de controle de perdas da OC avalia 4 principais informações para verificar a eficiência das ações: Volume disponibilizado Vazão mínima noturna Reclamações de falta d água Índice de perdas na distribuição de água (C.1) A tendência constante de queda do índice de perdas na distribuição de água da OC é 6

9 o que demonstra mais fielmente os resultados da prática implementada saindo em dezembro de 2010 de 411 litros/ligação.dia para 356 litros/ligação.dia em março de 2013, uma redução de 55 litros/ligação.dia em 27 meses até o momento, sendo uma média de 2,04 litros/ligação.dia de redução por mês. Gráfico 01 Índice de Perdas Anualizado da Organização Candidata Outro dado que demonstra a assertividade é o volume disponibilizado. Mesmo com o crescimento do número de ligações ativas na OC em 5,3% de dezembro/2011 à dezembro/2012 o volume distribuído aumentou apenas 2,6% ficando praticamente estabilizado mesmo com o crescimento do número de ligações o que demonstra o aumento de eficiência no processo de distribuição de água, uma vez que, com o mesmo volume de 2 anos atrás, hoje a OC consegue atender quase ligações a mais. Gráfico 02 Volume Disponibilizado x Número de Ligações Ativas 7

10 Por fim, o indicador que alavancou a implantação desta prática que é o percentual de vazamentos apontados na rede em relação ao total de vazamentos apontados, este com tendência positiva conforme gráfico abaixo. Gráfico 03 Percentual de Vazamentos Não-Visíveis Apontados na Rede em Relação ao Total de Vazamentos Não-Visíveis Apontados (C.2) Esta prática proporcionou além dos resultados acima mencionados vários benefícios dentre eles: Benefício à população: a localização e reparo de vazamentos proporcionam à população o atendimento satisfatório da demanda de água tratada além de melhorar a imagem da companhia frente aos clientes; Benefício ao meio ambiente: a redução de perdas de água alcançada com o uso desta prática na Organização Candidata contribui com o meio ambiente, pois o volume de água captado e que não era entregue passa a abastecer possíveis novas ligações não sendo necessária a exploração de novos mananciais que poderiam causar danos ambientais. Reduz-se então a captação e aumenta-se a oferta de água para distribuição; Benefício aos acionistas: o atendimento de maior número de ligações com o mesmo volume 8

11 captado demonstra aos acionistas eficiência, uma vez que a Organização Candidata passa a adquirir igual ou menor volume de água da Unidade Produtora de Água; Benefícios aos colaboradores: o gratificante trabalho de detecção de vazamentos é recompensado quando atingimos as metas, a redução do índice de perdas. Cada vazamento apontado e consertado é comemorado pelas equipes de campo. Os bons resultados na escolha de áreas para detecção também são comemorados pelos colaboradores que participam das Análises Críticas. O trabalho também foi reconhecido no boletim informativo diário da Organização Candidata Publicado em 10/02/2012 com destaque para os seguintes trechos: Figura 05 Trecho do Boletim Informativo Diário da Organização Candidata Publicado em 10/02/2012 Figura 06 Depoimento de Colaborador da OC no Boletim Boletim Informativo Diário do dia 10/02/2012 9

12 Figura 07 Depoimento de Colaborador da OC no Boletim Boletim Informativo Diário do dia 10/02/2012 Glossário OC Organização Candidata MASPP Método de Análise e Solução de Problemas de Perdas MEG Modelo de Excelência da Gestão RAC Reunião de Análise Crítica IPDt Índice de Perdas Totais na Distribuição IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SIGAO Sistema de Gerenciamento do Atendimento Operacional PDCL Plan (planejar), Do (fazer), Check (verificar), Learn (aprender) Referências Bibliográficas LAMBERT, Allan; THORNTON, Julian. Avaliação de Perdas Reais, PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica, 4ª edição, Edusp, NETTO, Azevedo. Manual de Hidráulica, 8ª edição, Edgard Blucher, TSUTIYA, Milton Tomoyuiki. Abastecimento de Água, 3ª edição, CETRE do Brasil LTDA. Apostila do Curso de Detecção de Vazamentos Não Visíveis Métodos Acústicos