Instituição Beneficente A Luz Divina Palestras em comemoração aos 58 anos de fundação FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER SUA VIDA E SUA OBRA

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1 Instituição Beneficente A Luz Divina Palestras em comemoração aos 58 anos de fundação FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER SUA VIDA E SUA OBRA As Orientação de Xavier (As Cartas entre e Divaldo) 13/09/2014 Na comemoração do 58º aniversário de fundação da Instituição Beneficente A Luz Divina, fazemos a nossa homenagem a Francisco Cândido Xavier, o maior exemplo de médium Espírita, depois de Allan Kardec. Nesta Casa de Caridade encontramos o exemplo de retidão cristã, Espiritismo, caridade e estudo, e foram todos estes requisitos que nos trouxeram à A Luz Divina. Xavier dedicou toda sua existência à causa espírita e a Jesus. Ele foi e sempre será o verdadeiro apóstolo do Bem, do Amor e da Caridade. É o exemplo do Homem de Bem que se encontra descrito no capítulo XVII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Todo aquele que se propõe iniciar o mediunato, tem em Xavier o exemplo a ser seguido! Divaldo Pereira Franco, hoje o maior orador espírita, não foi diferente. Em 1948, Divaldo, com 22 anos de idade, procurou Xavier, que contava, então, 38 anos, para orientar-se na tarefa mediúnica que abraçara, através da oratória, a psicografia e a caridade assistencial. A partir de então, iniciou-se uma grande amizade entre ambos, que duraria para sempre! Nossa apresentação, neste trabalho, será baseada nas cartas que enviou a Divaldo, ao longo dos 54 anos de amizade. Um verdadeiro registro histórico, no qual todo espírita deve refletir e agir, aprendendo com o exemplo do maior médium espírita depois de Allan Kardec. Estas cartas retratam o carinho, o respeito e a ternura de uma verdadeira amizade, que superou o tempo, as intrigas, os equívocos e as comparações que não lograram destruir, ao contrário sedimentaram ainda mais a amizade. Entretanto, ressalvamos que não será possível comentar, neste trabalho, todas as cartas que tomamos conhecimento. No entanto, 1

2 escolhemos algumas cartas representativas que escreveu a Divaldo, os dois maiores médiuns espíritas do século XX. A primeira carta de Xavier a Divaldo, na íntegra: Divaldo tinha 22 anos quando escreveu a, com 38 anos. Recebeu a resposta com o coração cheio de alegria e esperança. Percebe que tem que desenvolver empatia. será sempre a referência positiva. Nessa longa trajetória, os mentores espirituais Emmanuel, André Luiz e Humberto de Campos os ajudaram. Pedro Leopoldo, 03 de agosto de Prezado amigo Divaldo. Deus nos abençoe a todos. Recebi tua carta hoje e apresso-me a dizer-te do bem que as tuas palavras me trouxeram. Tive a impressão de receber notícias de um amigo de muito tempo, tal o carinho espontâneo de tuas frases acolhedoras e generosas. Não tive, assim, qualquer dúvida em escrever-te à vontade, sem cerimônia, pedindo-te a mesma intimidade para comigo. Espero, pois, não me trates por vós. Sou apenas teu irmão mais velho e em se tratando de ti, irmão mais jovem, todavia mais iluminado cabe-me o dever de rogar-te desculpas pelo tom fraternal de minhas palavras. Tuas notícias foram muito confortadoras para o meu coração. Falam-me de uma Terra nova, em que a juventude traz no Espírito a Divina semente do mundo regenerado. Entusiasma-me a dedicação de tua mocidade ao nosso idealismo, dentro da Consoladora Doutrina que nos irmana. Através de tuas expressões ricas de bondade e ternura, sinto-te o coração ardendo de luz renovadora e peço ao nosso Mestre Divino abençoar-te os propósitos de trabalhar na edificação sublime do amanhã. Estamos, sim, meu irmão, num grande combate. Combate pela felicidade humana na construção de nossa própria felicidade com o Cristo. Lastimo haver renascido distante da terra abençoada onde ressurgiste para a boa luta, mas mesmo longe, seguir-te-ei os passos com os meus votos por tua trajetória integral. A atualidade precisa de corações valorosos qual o teu, e espero que prossigas sem desânimo, campo afora. Muito grato pelas tuas referências à minha apagada tarefa mediúnica.

3 Nada tenho feito, meu caro. E espanta-me o devotamento dos Benfeitores Espirituais que, sem reparar minha deficiência e fragilidade, se utilizam de minhas pobres mãos para o serviço que lhes diz respeito. Podes crer que a caridade deles para comigo tem sido infinita e peço-te incluir-me em tuas orações para que eu, um dia, seja digno da amizade com que me tratam. Emmanuel, André Luiz e o nosso grande Humberto hão de ajudar-te a vencer, com brilho, em todos os lances difíceis da nossa jornada. Recolhendo tanto conforto em tua carta espero não perder-te a amizade, portadora para mim de tanto estímulo. Sou empregado aqui numa repartição, cujos trabalhos nos compelem a viagens frequentes. Será esta a razão da demora de qualquer notícia minha, mas escrever-te-ei sempre. Peço ao teu bom coração distribuir minhas lembranças com todos os amigos do grupo em que te integras. Quando te for possível, estimaria receber-te um retrato. Teria muito prazer, guardando-te esta lembrança. Pode ser? Desde já, agradeço, muito reconhecidamente. Reafirmo-te minha gratidão imensa pela alegria em tuas notícias que me envolveram a alma e, na expectativa de que me proporciones o contentamento de uma nova carta, pede a Jesus por tua paz e felicidade e abraça-te cordialmente o amigo e irmão muito agradecido. A terceira carta de para Divaldo. Divaldo enviou-lhe o seu retrato. Divaldo tem dúvidas quanto às mensagens recebidas de Humberto de Campos (Irmão X) e aconselha-se com. Pedro Leopoldo, 17 de junho de Agradeço-te, bom amigo, quanto de consolação tens me proporcionado com as tuas cartas generosas que tanto reconforto me trazem ao espírito. Continuo a pedir aos nossos benfeitores do Alto por teu constante fortalecimento na mediunidade. Espero em Jesus que tua prosperidade espiritual continue crescendo sempre. Prossegue em teu ministério cheio de coragem e fé. A dúvida é sempre um espinho envenenado no coração do trabalhador. Diz-nos, Emmanuel, que a autoria de todo o bem, no fundo, pertence a Jesus, nosso Mestre e Senhor, e, senão passamos de pequeninos servos Dele, que o céu nos ajude a bem cumprir as obrigações que nos cabe. 3

4 Não tenho qualquer dúvida quanto às mensagens que vens recebendo do Irmão X e só peço a Jesus que continues animado e forte em teu apostolado. A quarta carta de para Divaldo refere-se à missão da oratória e à amizade de Nílson de Souza Pereira. Pedro Leopoldo, 14 de março de 1950 Atenda meu querido irmão, ao seu roteiro sublime. Seu coração é um instrumento para as vozes divinas do céu. Quando se fazem ouvir, por seu intermédio, nossas almas se aquietam para escutar e, por minha vez não sei o que mais admirar, se o cântico que verte do Alto através de você convertido em harpa humana, ou se a harpa que é você traduzindo a mensagem do Alto. Deus abençoe a sua estrada de missionário. Acompanharei seus triunfos espirituais em silêncio, rejubilando-me com a sua vitória na missão escolhida. Quando você chegar a Salvador abrace por mim ao nosso dedicado Nílson. A oitava carta de para Divaldo pergunta sobre o campo doutrinário, a ausência, Letícia, Nílson; sobre bicorporiedade; a febre na África. Pedro Leopoldo, 09 de julho de Como vão as lutas no campo doutrinário? Penso muito na extensão crescente dos seus deveres na obra de amor cristão confiada à sua alma missionária e rogo aos nossos Maiores lhe renovem e lhe multipliquem as forças na Seara do Bem. Às vezes, a luta é mais áspera, o caminho mais pedregoso... Momentos surgem, nos quais todas as sendas parecem obstruídas, mas Jesus, meu caro Divaldo, o nosso Benfeitor Eterno e nosso Amigo Constante, aparece na forma de inesperado socorro e com esse socorro celeste conto invariavelmente em favor do apostolado de bênçãos a que sua mocidade está consagrada. Dei seu recado à Hermelita e ela agradeceu muito comovida, mandando dizer ao seu bondoso coração que o seu quarto já estava pronto, quando o telegrama chegou. (Dona Altiva) A nona carta de a Divaldo

5 Pedro Leopoldo, 30 de novembro refere-se ao companheiro Nílson. Waldo Vieira: agradecimento do gravador. Xavier doou a herança recebida do médium Frederico Figner (Irmão Jacó) para a FEB Federação Espírita Brasileira, e assim ela pode ampliar e renovar seu parque gráfico. Quem foi Frederico Figner? Judeu nascido em 1866, em Milewko, na então Tcheco-Eslováquia. Veio para o Brasil, chegando a Belém do Pará, em Foi um homem de biografia bastante incomum. Venceu a perigosa prova da riqueza. Conservava a candura do crente, a fé que transporta montanhas, tinha postura humilde. Foi apresentado ao Espiritismo por volta de 1903, por Pedro Sayão, filho de Antonio Luis Sayão. Descrente, inicialmente, somente acompanhando a cura, através de receita mediúnica da esposa de um funcionário, Figner se inclinou ao Espiritismo. Trabalhou e serviu abnegadamente até que a enfermidade o prendeu ao leito, poucos dias antes da partida, em 19 de Janeiro de 1947, para o mundo espiritual. Ao se abrir seu testamento, verificou-se que Fred Figner havia destinado parte substancial dos seus bens às obras sociais de Francisco Cândido Xavier, que destinou para a FEB. Desencarnado, Figner escreveu, sob o pseudônimo de Irmão Jacob, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, o livro Voltei, editado pela FEB. A Doutrina Espírita deve grande parte do que é hoje a obra de CHICO. Houve um intervalo de 21 anos, sem contato entre Xavier e Divaldo Franco. Período de fofocas, intrigas, mal entendidos sobre plágio de mensagens de Divaldo. Ambos escolheram o silêncio como resposta a todos que desejaram, intencionalmente ou não, destruir a amizade e a tarefa mediúnica dos maiores médiuns do século XX. Em 1980, Divaldo Franco vai à União das Sociedades Espíritas de São Paulo e responde perguntas relevantes sobre assuntos diversos, sob a orientação de Dr. Bezerra de Menezes e de grandes Benfeitores Espirituais. Este encontro mereceu publicação no livro Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas. A décima carta de para Divaldo 5

6 Uberaba, 20 de setembro de Hoje, em anexo, envio a você a página do nosso amigo espiritual Dr. Bezerra sobre o instrutivo encontro em que você, com a assistência dele e de outros benfeitores da Vida Maior, atendeu, com eficiência e segurança, a tantos assuntos de plena atualidade. Bilhete sobre o livro Loucura e Obsessão Uberaba, 5 de dezembro de Atualmente, com muitas dificuldades no trato da angina, não pude fazer uma leitura meditada e minuciosa como desejaria. Se posso dar uma opinião a você, estimarei que você submeta o volume à consideração de companheiros experientes e responsáveis de nossa Doutrina de Paz e Amor, para que eles se manifestem. Creio que esta atitude será a mais certa. A décima-primeira carta de a Divaldo Este livro contém prefácio do Espírito André Luiz sobre o Carnaval. Uberaba, 08 de março de 1982 Aguardarei com muito interesse a leitura dos capítulos prontos do novo livro de suas tarefas mediúnicas, o livro de autoria do nosso benfeitor espiritual Manoel Philomeno de Miranda, Nas Fronteiras da Loucura. Guardo a certeza de que será mais uma notável contribuição da sua mediunidade, em favor de nós todos. Perguntaram a Divaldo: Por que você ama tanto Xavier? Porque os sapos também se deslumbram com as estrelas, e porque, Xavier, na minha vida, é um modelo a quem respeito desde quando o conheci. William Aude Correia da Silva Palestra proferida em 13 de setembro, na Instituição Beneficente A Luz Divina.