RELATÓRIO. TEMA: Desoneração de folha de pagamento das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo ESATAs (CNAE )

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1 RELATÓRIO DEFINIÇÕES: 1- ESATA Empresa de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo: Atividade prevista no Código Brasileiro de Aeronáutica (artigo 102, inciso I, e artigo 104), no item 6.6 do Anexo 9 Facilitações da Convenção de Chicago de 1944, recepcionada pelo ordenamento jurídico brasileiro através do Decreto nº , de 27 de agosto de 1946, e na Resolução da ANAC n º 116, de 20 de outubro de ABESATA Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo. TEMA: Desoneração de folha de pagamento das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo ESATAs (CNAE ) OBJETIVO: Viabilizar base legislativa que inclua as ESATAs no rol das empresas da indústria do transporte aéreo contempladas pelo Parágrafo 3º do Artigo 8º da Lei , de 14 dez DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO: - Ricardo Aparecido Miguel Diretor-Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (ABESATA) sede na Av. Angélica, 2466 Cj 63 Santa Cecília SP CNPJ / ; - Mário Giannini Baptista de Oliveira Presidente do Conselho Deliberativo e Presidente da PROAIR Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo Ltda - CNPJ / sede no Aeroporto Internacional de Guarulhos-SP; - Francisco Antonio da Costa Gonçalves Vice-Presidente do Conselho Deliberativo e Presidente da SWISSPORT do Brasil Ltda - CNPJ / sede no Paraíso, São Paulo-SP; - Jorge Barouki Júnior Membro do Conselho Deliberativo e Diretor-Executivo da VIT Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos Ltda - CNPJ / sede no Balneário Camboriú SC; - Ricardo Abrahim Costa Morrison Membro do Conselho Deliberativo e Diretor- Presidente da RM Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo Ltda CNPJ / sede no Aeroporto Internacional Gilberto Freire em Recife-PE; e - Rubens Pereira Leitão Filho Membro do Conselho Deliberativo e Diretor-Executivo da Orbital Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo Ltda CNPJ / sede no Aeroporto Internacional de Guarulhos-SP. Av. Angélica, 2466 Cj 63 Santa Cecília São Paulo SP CEP Tel. (11) Pág. 1

2 CONTEXTO NACIONAL: As ESATAs possuem no Brasil 44 mil trabalhadores, distribuídos em diversas naturezas e modalidades, entre elas: embarque e desembarque de passageiros nos aeroportos, inspeção de passageiros e bagagem despachada (raio X), proteção e varredura de segurança de aeronave contra ato de terrorismo, agenciamento e proteção de carga aérea, controle de acesso às áreas restritas nos aeroportos, reboque de aeronave no solo, limpeza de aeronaves, despacho operacional de voo, comissaria de bordo, entre outras. Quase a totalidade dos serviços exercidos pelas empresas de serviços auxiliares é relacionada com o suporte ao transporte aéreo REGULAR de passageiros. HISTÓRICO: Ao analisar a Lei 7.565, de 19 de dezembro de 1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica), teremos: Art Todos os equipamentos e serviços de terra utilizados no atendimento de aeronaves, passageiros, bagagem e carga são de responsabilidade dos transportadores ou de prestadores autônomos de serviços auxiliares. Ao analisar a Resolução 116, de 20 de outubro de 2009, da ANAC, teremos: Art. 2º - Os serviços auxiliares ao transporte aéreo são prestados: a) diretamente pelo proprietário ou operador de aeronave, nos sítios onde opera, para o apoio das próprias aeronaves; ou b) por sociedade empresária contratada, regulada por esta Resolução. A Lei , de 14 dez 2011, alterou a incidência das contribuições previdenciárias devidas por um rol de empresas. A ideia básica gira em torno de uma reforma abrangente que venha a propiciar a substituição da contribuição na folha por uma contribuição sobre o faturamento. Em tese, desoneraria as empresas intensivas em mão de obra e cobraria mais daquelas intensivas em capital. A Lei , de 14 dez 2011, foi complementada pela Lei , de 19 de setembro de 2012, a qual vem a acolher as empresas de transporte aéreo regular. Assim sendo, quando os serviços auxiliares de transporte aéreo são realizados diretamente pelas companhias aéreas a atividade recebe a desoneração da folha de pagamento. Entretanto, quando esses mesmos serviços são realizados por empresas especializadas, isto é, as ESATAs, a lei não prevê a desoneração da folha de pagamento. LEI Nº , DE 14 DE DEZEMBRO DE Institui o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra); dispõe sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) à indústria automotiva; altera a incidência das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que menciona; altera as Leis n o , de 17 de setembro de 2008, n o , de 21 de dezembro de 2004, n o , de 21 de novembro de 2005, n o , de 30 de abril de 2004, n o , de 20 de julho de 2007, n o 7.291, de 19 de dezembro de 1984, n o , de 20 de Av. Angélica, 2466 Cj 63 Santa Cecília São Paulo SP CEP Tel. (11) Pág. 2

3 junho de 2007, n o 9.782, de 26 de janeiro de 1999, e n o 9.294, de 15 de julho de 1996, e a Medida Provisória n o , de 24 de agosto de 2001; revoga o art. 1 o da Lei n o , de 22 de outubro de 2007, e o art. 6 o do Decreto-Lei n o 1.593, de 21 de dezembro de 1977, nos termos que especifica; e dá outras providências. (...) Art. 8 o Até 31 de dezembro de 2014, contribuirão sobre o valor da receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos, à alíquota de 1% (um por cento), em substituição às contribuições previstas nos incisos I e III do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, as empresas que fabricam os produtos classificados na Tipi, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, nos códigos referidos no Anexo I. (Redação dada pela Lei nº , de Amplia o valor do Benefício Garantia-Safra para a safra de 2011/2012). (...) 3 o O disposto no caput também se aplica às empresas: (Incluído pela Lei nº ) (Produção de efeito) I - de manutenção e reparação de aeronaves, motores, componentes e equipamentos correlatos; (Incluído pela Lei nº ) (Produção de efeito) II - de transporte aéreo de carga; (Incluído pela Lei nº ) (Produção de efeito) III - de transporte aéreo de passageiros regular; (Incluído pela Lei nº ) (Produção de efeito) (...) Observem que igualmente às empresas de manutenção de aeronaves (inciso I acima descrito) as ESATAs fazem parte da cadeia de custos do transporte aéreo e também podem ser internalizadas pela empresa aérea ou realizadas por empresas autônomas. Em 28 de março de 2013 a EM nº 00065/2013 MF/MDIC/MCTI é enviada à Presidência da República com a rubrica dos ministros Fernando Damata Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Guido Mantega (Fazenda) e Marco Antonio Raupp (Ciência, Tecnologia e Inovação) e vem expressar, entre outros temas: Em primeiro lugar, propõe-se a adição de novos segmentos do subsetor de transportes e do subsetor de comunicação social aos novos parâmetros de tributação já instituídos. Releva notar que os segmentos do setor de transportes ora adicionados à política de desoneração da folha de pagamentos são referenciados aos seguintes serviços: Transporte Rodoviário de Carga, Transporte Rodoviário de Passageiros, sob regime de fretamento, Transporte Aéreo de Passageiros não-regular, Empresas de prestação de serviços de infraestrutura aeroportuária, Transporte Metroferroviário de Passageiros, Transporte Ferroviário de Cargas, Transporte de Passageiros e de Carga por Navegação de Travessia, Agenciamento Marítimo de Navios e Gestão de Portos e Terminais. No que tange ao subsetor de comunicação social, o escopo das atividades ora consideradas abrangem serviços de Impressão de Jornais, Av. Angélica, 2466 Cj 63 Santa Cecília São Paulo SP CEP Tel. (11) Pág. 3

4 Livros, Revistas e Outras Publicações Periódicas, além de atividades jornalísticas por meio de rádio, televisão e Internet. Em 04 de abril de 2013 é publicada uma Medida Provisória que vem a acolher o setor das ESATAs, conforme enquadramento adequado na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE): MEDIDA PROVISÓRIA Nº 612, DE 4 DE ABRIL DE Art. 25. A Lei nº , de 14 de dezembro de 2011, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 8 (...) 3º... XVIII - de prestação de serviços de infraestrutura aeroportuária, enquadradas na classe da CNAE 2.0; (...) MEDIDA PROVISÓRIA Nº 612, DE 4 DE ABRIL DE Exposição de motivos: (...) Em primeiro lugar, propõe-se a adição de novos segmentos do subsetor de transportes e do subsetor de comunicação social aos novos parâmetros de tributação já instituídos. Releva notar que os segmentos do setor de transportes ora adicionados à política de desoneração da folha de pagamentos são referenciados aos seguintes serviços: Transporte Rodoviário de Carga, Transporte Rodoviário de Passageiros, sob regime de fretamento, Transporte Aéreo de Passageiros não-regular, Empresas de prestação de serviços de infra-estrutura aeroportuária, Transporte Metroferroviário de Passageiros, Transporte Ferroviário de Cargas, Transporte de Passageiros e de Carga por Navegação de Travessia, Agenciamento Marítimo de Navios e Gestão de Portos e Terminais. No que tange ao subsetor de comunicação social, o escopo das atividades ora consideradas abrangem serviços de Impressão de Jornais, Livros, Revistas e Outras Publicações Periódicas, além de atividades jornalísticas por meio de rádio, televisão e Internet. (...) Lamentavelmente a vigência da MP 612 foi encerrada a contar de 1 de agosto de 2013: ATO DECLARATÓRIO DO PRESIDENTE DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL Nº 49, DE 2013 O PRESIDENTE DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL, nos termos do parágrafo único do art. 14 da Resolução nº 1, de 2002-CN, faz saber que a Medida Provisória nº 612, de 4 de abril de 2013, que "Reestrutura o modelo jurídico de organização dos recintos aduaneiros de zona secundária, altera a Lei nº , de 30 de abril de 2004, e a Medida Provisória nº 601, de 28 de dezembro de 2012; reduz a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre as indenizações a que se refere a Lei nº , de Av. Angélica, 2466 Cj 63 Santa Cecília São Paulo SP CEP Tel. (11) Pág. 4

5 11 de janeiro de 2013; altera a Lei nº , de 17 de setembro de 2012, para dispor sobre multa pecuniária pelo descumprimento do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores - INOVAR-AUTO; e dá outras providências", teve seu prazo de vigência encerrado no dia 1º de agosto do corrente ano. Congresso Nacional, em 6 de agosto de 2013 Senador RENAN CALHEIROS Presidente da Mesa do Congresso Nacional (Este texto não substitui o publicado no DOU de ) No dia 16 de outubro de 2013, em audiência com o Sr Guilherme Ramalho, Secretário- Executivo da Secretaria de Aviação Civil, a ABESATA apresentou o aludido cenário e obteve promessa de pleno apoio técnico. Entretanto, sem feedback até a presente data. Em 20 de novembro de 2013 a ABESATA realiza audiência com o Exmo Sr Michel Temer, Vice-Presidente da República, e este vem a expressar justo pleito perante o Exmo Sr Ministro Moreira Franco da Secretaria de Aviação Civil. Em 19 de dezembro de 2013 a ABESATAs consegue audiência com o Sr MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR Fernando Pimentel: O mesmo entende a problemática e apoia a inclusão das ESATAs no rol do segmento desonerado por justa isonomia de tratamento. Em janeiro do corrente ano Fernando Pimentel sai do Ministério para concorrer ao Governo de Minas Gerais. O tema fica sem continuidade. Em 26 de dezembro de 2013 a Presidência da República edita a Medida Provisória 634 onde propõe modificações na Lei nº , de 14 de dezembro de 2011, vindo a lidar diretamente sobre o tema Desoneração da Folha de Pagamento, conforme se vê: O art. 5º aperfeiçoa a legislação tributária quanto à contribuição previdenciária substitutiva de que tratam os arts. 7º a 10 da Lei nº , de 14 de dezembro de Também inclui as sociedades cooperativas e os consórcios contratados pela Administração Pública na sistemática de desoneração da folha de pagamentos, mediante a possibilidade de uso da contribuição previdenciária substitutiva. Sensível com a possibilidade de correção da lei e possibilidade do tratamento isonômico, a Ouvidoria da Câmara dos Deputados propõe a Emenda 22 à MP 634. Entretanto, o Relator, Senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE) rejeita a Emenda 22 e afirma que agiu a pedido do Ministério da Fazenda. É de se estranhar que no seu relatório, de 13 de maio de 2014, o Senador justifica que a referida Emenda versa sobre matéria estranha à Medida Provisória, com fundamento no art. 4º, 4º, da Resolução nº 1, de 2002, do Congresso Nacional (CN). Av. Angélica, 2466 Cj 63 Santa Cecília São Paulo SP CEP Tel. (11) Pág. 5

6 CONCLUSÃO: Em respeito ao princípio da isonomia, é premente a necessidade de previsão legal com vistas a acolher a desoneração da folha de pagamento das Empresas Auxiliares de Transporte Aéreo (ESATAs). Em sendo assim, após as Empresas Aéreas serem beneficiadas com a referida desoneração, amparadas pela aprovação da Lei , de 19 de setembro de 2012, funda-se no temor de as ESATAs, não beneficiadas por por Lei, estarem sob uma condição de ameaça da própria continuidade da atividade de prestação destes serviços, gerando uma legítima preocupação com relação à perenidade do negócio. Aliado a isso, são temerários: a falta de modernização dos equipamentos das ESATAs, a instabilidade de milhares de postos de trabalho, o aumento do preço das passagens aéreas, o bloqueio no crescimento do índice de penetração do transporte aéreo, a queda da democratização do setor aéreo; enfim, o retrocesso da aviação comercial como um todo. Como consequência da falta de isonomia, temos o cenário atual altamente preocupante, às vésperas da Copa FIFA 2014, oportunidade em que os trabalhadores das ESATAs exigem percepção de benefícios trabalhistas em igualdade dos praticados junto aos trabalhadores das empresas aéreas, sob ameaças de greves. São Paulo-SP, 19 de maio de Av. Angélica, 2466 Cj 63 Santa Cecília São Paulo SP CEP Tel. (11) Pág. 6