ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque

Transcrição

1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque DECISÃO APELAÇÃO CÍVEL Ne /001 RELATOR Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque APELANTE Paulo Rosa de Lima - Adv. João Paulo de Justinho e Figueiredo e outros APELADO Círculo Operário de João Pessoa Advs. Watteau Ferreira Rodrigues e outro EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS. Ação 'Áét' Despejo. Sentença. Natureza executiva. 'Oposição de embargos. Impropriedade da via. Impossibilidade júliclica do pedido. Extinção do processo sem resolução do Mérito. Fundamento diverso da sentença... Irreievância. Recurso manifestamente - - improcedente. Julgamento MOnocrático..seguimentó denegado'. onsiderpndo:èque aiseritença; exarada na Ação de Despejo terrinaturezaexecutiva; inexistindo pois fase de execuçao ou cumprimento de sentença não há espaço para oposição de embargos. Assim o pedido aviado em / sede /de I embargos é juridicamente impossível devendb;ci feito -ser extinto sem resolução do merito:' T Q.g9g2 'Código de Processo Civil permite ao retator 'negar seguimento a recurso em decisão monocrática quand6 este apresentar-se.. manifestamente improcedente. RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta por PAULO ROSA DE LIMA (ff. 66/74) refutando sentença (ff. 61/64) da lavra do MM Juiz de Direito da 2' Vara Cível da Comarca da Capital que nos autos da AÇÃO DE EMBARGOS por ele manejada em face de CÍRCULO OPERÁRIO DE JOÃO PESSOA extinguiu o 1

2 APELAÇÃO CÍVEL N /001 processo sem resolução de mérito em face do acolhimento da preliminar de ilegitimidade ativa ad causa. Aduz o apelante em síntese que é proprietário do imóvel objeto da Ação de Despejo n.' movida pelo Círculo Operário de João Pessoa em face da Firma Individual Gilberto Alves adquirido por compra e venda do próprio Gilberto Alves e rsua esposa e;! portanto séria parte legítima para pleitear a anulação da decisão nela proferida a qual -determina a 'desocupação do mencionado bem. A. dem. ais pugnandópela aplica'ção: do 3' do art. 515 do CPC.. requer o apelante.seja julgado. procedenteo. pedido. ; para determin._. ar-se a anulação da decisão que determinou o despejo do imov el.. objeto-da-ação. Instado a_apreseritar;.contra:razões o apelado quedou-se inerte consoante aponta a certidão jarada as fls. 75. dota 'Procuradoria de JuAtiçaviou parecer (ff. 81/83) pugnando pelo conhecimento e desprovimento do recurso ape. atono; Antes : de-- qualquer ilação mister' delimitar o objeto de irresignação do autor ora apelante: arjular idelsão judicial proferida nos autos de Ação de Despejo n =9 pagtidal. alo!círáld 'Operário de João Pessoa em face 1111 da Firma Individual Gilberto Alves bera este -que o apelante diz ter adquirido mediante UNI. contrato de compra e venda agilberto Alves-e-sua esposa. Seircdelongas imperioso o.reconhecimento da inadequação da via eleita para o desiderato pretendido 4 pelo demandante eis que assente a impossibilidade jurídica do pleito deduzido pelo autor. "Por possibilidade jurídica do pedido entende-se a admissibilidade da pretensão perante o ordenamento jurídico ou seja previsão ou ausência de vedação no direito vigente do que postula na causa" (STJ -RT 652/183). Ora a sentença proferida na ação de despejo tem natureza executiva a qual segundo o escólio de Luiz Guilherme Marinoni "é a sentença que independentemente da estrutura do direito material tutelado e da alteração ou não da linha discriminativa das esferas jurídicas simplesmente dispensa a ação de execução por uma questão de tempestividade e efetividade da tutela jurisdicional" (In. Manual do Processo de Conhecimento 2 ed. p. 464). 2

3 APELAÇÃO CÍVEL N /001 Com efeito inexistindo processo executivo ou de cumprimento de sentença segundo a nova sistemática acrescentada ao Código de Processo Civil pela Lei /05 não há espaço para oposição de embargos ou impugnação portanto juridicamente impossível o pedido aviado em sede de embargos. A proposito: esse é o.; caminho trilhado pela doutrina processualista na voz de Fernando da Fonseca Gajardoni: "Por ter natureza executiva a sentença que decreta o despejoiinclipencle de jyrocisso de execução autônomo para ser efetivada (execuçãó impr' - ópria) sendo os atos materiais -- da.execulao - (a ifeio c-upaç ao - ) praticados no bojo do próprio.. _ processt:-cte conhecimento por simples impulso da parte. (...)..1oko.-se..ngohd processo de execução na ação de despejo não hatani bdin; espaço para embargos à v"k`'.-".. execução (RT 725/342) devendo 'eventual insurgência contra asdecisões - tomadas -fr para a satisfação à julgaclo ser objeto de agv l-ao -- de instrumento r (In. Manuel de.. "'..: ' Procedimentos Especiais Cíveis de Legislação 'EXti'avagante;7p 220/221) (grifado). Na mesma linhapontifica'sílviode Salvo Venosa: "A execução da ação de sdespejo é peculiar porque tem esse sentido- de evacuaçjió dc imóvel. - À sentença de procedência se segue a notificação einao citaçãd como ocorre em outras odali'àicles1 de exeéu4ão d sentença. Independentemente só se inicia com o ato de 4 de sente essi ex cuç - comunicação pessoal cio réu do prazo de desocupação o que se faz por mandado. Em razão dessa peculiaridade executória é que a doutrina e a jurisprudência em sua maioria não admitem embargos à execução no despejo (Tucci & Azevedo 1985:533)." ( In. Lei do Inquilinato Comentada 6' ed. p. 315) (Grifei) jurisprudência: A esse respeito não é demasiado acrescentar a lição da 3

4 APELAÇÃO CÍVEL N "AÇÃO DE DESPEJO - EXECUÇÃO PROVISÓRIA EMBARGOS. 1- Transitada em julgado a matéria decidida em sede de ação de despejo iniciada a execução não pode ser reexaminaria em- sede de embargos mostrando-se inadequada a via eleita. II - ReCursO conhecido e não provido. Decisão unâninie:"(tjdf;. Apelação Cível ApC Relator HAYDEVALDA SAIVII;ATk3 5' ff.:íurma C ivel julgado em - Y 2.1/11/2605 'Dj- 23/02/Z006 'i). 95') (Grifado) " Portanto;-a. senteriçar-:-'qüe -; extinguiu 'o feito sem resolução do mérito embora 'por outros /fundamentos deve ser4kaptida integralmente diante da manifesta improcedência d 6 74 recurso manejado. Assim in casu merece aplicaçãop art. 57 do Código de Processo Civil que dispóeque o relatõr'negará seguimento' a'recurso<rnanifestarnente inadmissível - - improcedente.prejudicado ou\ei corifronto corri jsúrndla ou ;com jurisprudência dominante do respecdvo tribtitlardo'stiptemojrib. rialr Federal ou de Tribunal Superior. res.peitd a6 âmbito cle-'-aplicáção ' do preceptivo legal acima mencionado que deve :sempre serlinvocacloi em no'. rrie:' da celeridade e economia processual NelSon. Nery Júnior. e.rosa Maria de 1.4ridrade Nery-áfirMám: nortr ta inus quam voluit'. O.. istemetz elator. como juiz preparador do recurso de -competencla do "eblégiado que decida como entender neces:sa'rio;.me acorã l dom o seu livre convencimento motivado (CPC 131).0 que a norma reformada quer é a economia processual com a facilitação do trâmite do recurso no tribunal. O relator pode decidir tudo desde a admissibilidade do recurso até o seu próprio me'rito sempre sob controle do colegiado a que pertence órgão competente para decidir de modo definitivo sobre admissibilidade e mérito do recurso". (Código de processo civil comentado. 9. ed. rev. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais 2006 p. 815). 4

5 APELAÇÃO CÍVEL N Ante o exposto NEGO SEGUIMENTO AO APELO com fulcro no artigo 557 "caput" do referido diploma processual por ser o mesmo manifestamente improcedente. João Pessoa 10 de jiho de. sbárgador1... Camléáitfie.. Alb wierque -- ^' RE L A "1"0- R - 5/ 5

6 T R N A L Coada liegistrada I A