APELAÇÃO CíVEL. Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS

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1 APELAÇÃO CíVEL N o / 001 ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N a /001 RELATOR Dra Silvarmo Pires Brasil Lisboa Juíza convocado O APELANTE Alberto Oliveira Falcão e outro Adv Julianna Énca Pessoa de Arailj o 02APELANTE Guy Porto Barreto Adv Jaldemiro R de Ataíde Jr e outro 01 e 02 Apelados Os mesmos 03 Apelado CODIL Construtora Claudino Ltda Adv Antônio Flávio Toscano Moura e outros EMENTA PRIMEIRA APELAÇÃO DANOS MATERIAIS E MORAIS MERO ABORRECIMENTO NÃO CONFIGURAÇÃO DOS DANOS MORAIS DESPROVIMENTO DA PRIMEIRA APELAÇÃO SEGUNDA APELAÇÃO ALEGAÇÃO DE ISENÇÃO DE CULPA CULPA CONFIGURADA DANOS MORAIS E MATERIAIS CARACTERIZADOS DESPROVIMENTO DA SEGUNDA APELAÇÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos acima identificados Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS RELATÓRIO Perante a Comarca de Cuité, Alberto Oliveira Falcão e outro, ajuizou AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS contra a CODIL CONSTRUTORA CLAUDINO LYDA, colimando ser ressarcido dos prejuízos advindos do vazamento em sua cozinha, que, ah intuo, pensou ter sido ocasionado pela má estruturação tubular de água e esgoto do edifício Entretanto, ao entrar em contato com a construtora, foi informado que o vazamento adveio como consequência da reforma realizada pelo apartamento superior ao seu, de propriedade do Sr Guy Porto Barreto Desse modo, o conflito foi dirimido perante a primeira instância da seguinte forma decretou-se a C/k 1

2 APELAÇÃO CÍVEL N o / 001 extinção do processo sem julgamento do mérito em relação à CODIL, por ser considerada parte ilegítima no processo e quanto ao vizinho superior, este, foi condenado ao pagamento de R$3 244,80 (três mil duzentos e quarenta e quatro reais e oitenta centavos) à título de danos materiais, valor baseado no orçamento acostado pelo ora apelante Em suas razões, 'as fls 250/255, Alberto Oliveira, Primeiro Apelante, afirma que sua cozinha ficou durante um bom período intrafegável, e que, inclusive, o vazamento, fez com que perdesse alguns objetos, situações tais que configuraram algo a mais que um mero aborrecimento, além dos danos materiais Destarte, pugna pela indenização do quantum de R$40 000,00 (quarenta mil reais), a título de danos morais, valor já requerido na inicial, alegando que a condenação imposta 110 pelo magistrado "a quo" foi irrisória, merecendo, consequentemente, ser reformada Com efeito, interveio a Segunda Apelação, interposta por Guy Porto Barreto, bs fls 263/273, na qual o mesmo pugna pela reforma do decisum, sustentando que restou incontroverso nos autos que não concorreu com culpa para a ocorrência de supostos danos aos apelados, argumentando que a culpa seria da CODIL, pois, conforme documentação anexada aos autos, o vazamento se deu em decorrência de uma fissura de uma conexão TÊ, originalmente instalada pela CODIL CONSTRUTORA, na cozinha do apartamento da apelante' Afirma que embora efetivamente tivesse realizado uma reforma, afastando a tubulação hidráulica 40 (quarenta) centímetros à direita, a fim de instalar uma máquina de lavar louça, o perito verificou que o vazamento ocorreu em área anterior a tal prolongamento, ou seja, na área referente a instalação originária realizada pela CODIL CONSTRUTORA Portanto, requer,, que se, j,a, julgado inteiramente improcedente a ação anteriormente movida, afástando;a condenação indenização a título de dano material, ou, ao menos, mitigando-a ` A CODIL Construtora Claudino Ltda, diante da acusação de Guy Porto Barreto, ofereceu contra-razões às fls 282/284, pleiteando a manutenção da ffl sua exclusão da lide, ratificando que se considera parte ilegítima, ha ja vista que o TÊ questionado, somente fissurou dadas as marteladas, marretadas e demais formas de impactação que o apelante GUY desferiu quando mudou a rede hidráulica do seu imóvel 618 Guy Porto Barreto, por sua vez, apresentou contra-razões, fls 300/306, onde, preliminarmente, alega a intempestividade do primeiro recurso e, no mérito, aduz que o gotejamento ocasionado na cozinha do recorrente não gerou nada mais que um mero aborrecimento, estando longe de configurar ofensa a honra subjetiva rç) 2

3 APELAÇÃO CIVEL N o / 001 do proprietário, não havendo, portanto, danos morais a serem pagos Por derradeiro, pugna pelo acolhimento da preliminar ventilada e, caso assim não se proceda, pelo desprovimento do recurso e consequente manutenção do decisum Contra-razões encartadas hs fls 277/280, pela qual o segundo apelado, Alberto Oliveira, atesta que seu direito resta nítido, tanto no que pertme indenização dos danos morais, quanto dos materiais, vez que o próprio apelante em nenhum momento negou a existência dos fatos Portanto, retomando todos os pontos que constrangeram sua família psicologicamente, requer que seja desprovida a segunda apelação e que seja o recorrente condenado ao pagamento da indenização moral devida É o relatório VOTO Temos, m casu, duas apelações A primeira interposta por Alberto Oliveira Falcão, pleiteando indenização a título de danos morais no valor de R$40 000,00 (quarenta mil reais), a segunda, interposta por Guy Porto Barreto, requerendo a reformd do deasum, alegando que, não há danos morais a serem amenizados, pecuniariamente e que quanto aos danos materiais, ratifica que estes devem ser pagos pela Construtora CODIL, a quem atribui efetivamente a culpa III A CODIL, no entanto, manifestou-se pugnando pela manutenção de sua exclusão da lide, alegando que as fissuras da cozinha do apartamento do primeiro apelante foram ocasionadas pela reforma realizada no apartamento do segundo apelante, Primeira Apelação,.. A primeira apelação foi movida pelo Sr Alberto Oliveira Falcão, que, inconformado com a sentença exarada, vem requerer indenização a título de danos morais no valor de R$40 000,00 ( quarenta mil reais) É fato incontroverso que o Sr Guy Porto Barreto, morador do apartamento superior ao do primeiro recorrente, alterou o sistema hidráulico de sua unidade residencial, no intuito de possibilitar a instalação de uma máquina de lavar Sabe-se que o Edifício residencial Antônio Moura, no qual situam-se os apartamentos dos envolvidos, foi entregue no dia , pela Construtora CODIL e que ao receber suas unidades, os proprietários assinaram uma declaração de posse e de recebimento de vários documentos, desse modo, ficaram cientes o teor da Cópia do Manual de Proprietário, o qual advertia çe "a construtora não assumiria a responsabilidade por t k d.,.... i N, À' t 3

4 APELAÇÃO CIVEL No / 001 reformas que alterassem o projeto original" (fls 123) 010 Adveio da reforma prejuízos para a cozinha do andar inferior, devido a um vazamento ocasionado, e por isto, o apelante requereu indenizações morais e materiais O juiz prolatou sentença concedendo danos materiais e afastando a CODIL do pólo passivo da demanda, pois o laudo do perito contratado pelo primeiro apelado não teria como subsistir, haja vista que se o vazamento não guardasse nenhuma relação com o prolongamento da instalação hidráulica realizada pelo primeiro promovido, estando a causa do infortúnio relacionada á variação dos coeficientes de dilatação térmica do PVC e do tijolo de cerâmica, dentre outras possíveis acomodações estruturais, conforme relatado pelo técnico, tal fenomenologia não estaria configurada apenas em uma única unidade residencial Sendo fato irrefragável que o propnetarto do apartamento superior realizou reformas sem consultar a Construtora, causando um vazamento na cozinha do apartamento inferior ao seu e, considerando que ao invés de corrigir de imediato o defeito, o segundo promovente insiste em atribuir a culpa para a Construtora, resta caracterizado o dever de indenizar, uma vez evidenciada a existência da conduta voluntana culposa e o nexo de causalidade com o dano material, dano este auferido por depoimentos testemunhais e fotos comprovadoras de que, fora a mão de obra e o material necessário para quebrar a parede e substituir o TÊ, foram danificados um fogão, um balcão de madeira fármica, o gesso da cozinha e uma janela de alumínio Sabendo que o juiz primígeno concedeu indenização a título de danos materiais correspondentes a R$3 244,80 (três mil duzentos e quarenta e quatro reais e oitenta centavos), conforme o som* at6no dos valores constantes dos documentos de fls 23/29, excluído os demais por serem repetidos, e, considerando que os aborrecimentos ocasionados pelo fato para família não chegaram a configurar danos morais, mantenho a sentença vergastada em todos os seus termos, desprovendo a primeira apelação Segunda Apelação Quanto a segunda apelação, movida pelo Sr Guy Porto Barreto, esta também não deve ser provida, devido aos seguintes argumentos As provas incorporadas ao processo são fartas no sentido de comprovar que a reforma realizada pelo segundo apelante em seu apartamento resultaram em prejuízos para os moradores do andar inferior, tendo em vista que para tanto foi necessário a utilização de ferramentas pesadas, tais como marretas, martelo e talhadeiras, as quais provocam impacto considerável na estrutura hidráulica, colunando em um 4

5 APELAÇÃO CIVEL N / 001 vazamento na cozinha do andar inferior, haj a vista as reformas terem fissurado o TÊ da tubulação hidráulica O raciocínio utilizado pelo magistrado de primeira instância e aplicado para resolução do litígio está correto, pois, é certo que o vazamento não ocorreu na extensão feita pelo segundo promovido para fixar o ponto de água, mas num ponto superior ao cano instalado, este, todavia, é ligado a um cano em sentido perpendicular que segue até o TÊ onde ocorreu a fissura, sabendo que tal constatação foi inferida dos depoimentos do próprio apelante m focu e da testemunha Sevem dos Ramos da Silva, que executou os serviços para corrigir o vazamento Portanto e por saber que a construtora não assumiria a responsabilidade por reformas que alterassem o projeto original, a CODIL deve ser excluida do pólo passivo da demanda, e o dever de indenizar deve pesar sobre o segundo apelante Ante o exposto, sem maiores delongas, NEGO PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS, mantendo incólume a sentença combatida em todos os seus termos É C01110 voto Presidiu 'a Sessão o Exmo Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque Participaram do julgamento, além da relatora, a Dr' Silvanna Pires Brasil Lisboa (Juíza convocada para substituir o Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque) o Dr Carlos Neves da Franca Neto, revisor, (Juiz convocado para substituir a Desa Maria das Neves do E A Duda Ferreira) e a Dr Maria das Graças Morais Guedes (Juíza convocada para substituir a Desi Maria de Fátima Morais Bezerra Cavalcanti) Presente ao julgamento o Ex-rno Dr Francisco Sagres Macedo Vieira, Procurador de Justiça Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível, do Egrégio Tribunal de NI Justiça da Paraíba, João Pessoa, 21 de outubro 2008 Dra. Silvanna ires r..à isboa Relatora LFÀ 1 ri 5

6 _ á TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria Jadiolárit)., liegtstrado ett52(t/?s"