UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

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1 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL A RASTREABILIDADE NA CADEIA PRODUTIVA DE BOVINOS Camilo Ferreira de Oliveira Jaboticabal, nov. 2007

2 CAMILO FERREIRA DE OLIVEIRA Aluno do Curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal A RASTREABILIDADE NA CADEIA PRODUTIVA DE BOVINOS Trabalho monográfico de conclusão do curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, apresentado à UCB como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Francisco Prata. Jaboticabal, nov. 2007

3 A RASTREABILIDADE NA CADEIA PRODUTIVA DE BOVINOS Elaborado por Camilo Ferreira de Oliveira Aluno do curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal Foi analisado e aprovado com grau:... Rio de Janeiro, de de. Membro Membro Professor Orientador Presidente Rio de Janeiro, nov. 2007

4 Dedico este trabalho aos meus familiares e à minha noiva, pelo infinito apoio e por sempre acreditarem em mim.

5 Agradecimentos Aos meus queridos pais, pelo apoio, paciência e incentivo constante; À Evellyn, pelo amor, carinho e companheirismo em todos os momentos; Ao meu orientador, Prof. Luiz Francisco Prata, pelo apoio, amizade e seguras orientações; Aos amigos que fizeram parte desta caminhada e serão sempre lembrados com carinho.

6 A aprendizagem é um simples apêndice de nós mesmos; onde quer que estejamos, está também nossa aprendizagem. William Shakespeare

7 SUMÁRIO Página LISTA DE TABELAS... i LISTA DE FIGURAS... ii RESUMO... iii 1. INTRODUÇÃO A situação do Brasil no agronegócio Introdução do Sisbov no Brasil Objetivo do estudo REVISÀO DE LITERATURA A cadeia da carne no Brasil Origem da rastreabilidade Conceitos de rastreabilidade Certificação e rastreabilidade Rotulagem e identificação eletrônica Sisbov CONCLUSÃO O novo Sisbov e as mudanças ocorridas Considerações finais REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 37

8 LISTA DE TABELAS Página Tabela 1. Animais abatidos e peso total das carcaças Tabela 2. Qualidade de couros crus inteiros de bovinos de origem nacional adquiridos pelos curtumes Tabela 3. Valor da rastreabilidade (R$) para uma propriedade com 11 animais Tabela 4. Valor da rastreabilidade (R$) para uma propriedade com 23 animais... 11

9 LISTA DE FIGURAS Página Figura 1. Exportações de carne no período de 2000 a Figura 2. A Cadeia Produtiva Bovina Figura 3. Documento de Acompanhamento Bovino Figura 4. Exemplo de notificação de movimento na União Européia Figura 5. Estrutura interna de um transponder ruminal Figura 6. Processo de leitura do transponder Figura 7. Exemplos de brincos de identificação visual Figura 8. Bovinos identificados com brincos de plástico Figura 9. Exemplo de microchip Figura 10. Bolus ruminal Figura 11. Características do brinco (Cor e Medidas)... 35

10 RESUMO - Atualmente, o Brasil é uma das maiores potências mundiais do agronegócio, destacando-se como grande produtor e exportador de carne. Com esta participação ativa no mercado internacional, é necessário que o país procure se adequar às normas sanitárias internacionais e às exigências da União Européia, que é o principal importador da carne bovina brasileira. Com um mercado cada vez mais exigente, o sistema de rastreabilidade passou a ter importância considerável no mercado internacional, figurando como uma das principais ferramentas de gestão do setor agropecuário. Este trabalho monográfico foi motivado por essa constante evolução na cadeia produtiva da carne e teve como objetivo avaliar a situação da rastreabilidade no Brasil, demonstrando as principais mudanças ocorridas com a implantação do novo Sisbov (Sistema Brasileiro de Certificação de Origem Bovina e bubalina). PALAVRAS-CHAVES: Rastreabilidade, Sisbov, cadeia da carne. ABSTRACT - Currently, Brazil is one of the major world powers of agribusiness, highlighting as a major producer and exporter of meat. This active participation in the international market, it is necessary that the country look fit to international health standards and the requirements of the European Union, which is the main importer of Brazilian beef. With a market increasingly demanding, the system of traceability had a considerable importance in the international market and ranks as one of the main tools for managing the agriculture sector. This monographic work was motivated by that constant evolution in the meat production chain and aimed to assess the situation of traceability in Brazil, showing the main changes with the deployment of the new Sisbov (Brazilian System of Certification of Bovine Origin and bubalina). KEY WORDS: Traceability, Sisbov, chain of meat.

11 1. INTRODUÇÃO 1.1 Situação do Brasil no Agronegócio O Brasil, principalmente nos últimos anos, tem explicitado seu potencial pecuário. Isso se deve a um tradicional e importante parque industrial já consolidado e que faz com que o mercado abra cada vez mais portas às comercializações, notadamente naquelas que visam à exportação. O país representa hoje uma das maiores potências mundiais do agronegócio, destacando-se como grande produtor e exportador de diversos produtos agrícolas. Tanto as exportações quanto as importações do agronegócio registraram recordes históricos para o mês de setembro deste ano. O valor embarcado no setor somou US$ 4,9 bilhões em setembro, cifra 14,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. As importações somaram US$ 671,9 milhões. Os produtos que mais contribuíram para o desempenho positivo foram cereais e preparações, soja e carnes. Figura 1 Exportações de carne no período de 2000 a 2005

12 Apesar de o Brasil possuir o maior rebanho bovino comercial do mundo, com cerca de 195,5 milhões de cabeças e ter se tornado o maior exportador mundial de carne bovina, com cerca de 1,46 bilhões de toneladas embarcadas no último ano (ABIEC, 2006), os sistemas de produção de bovinos de corte ainda apresentam índices produtivos e econômicos insatisfatórios para que o país apresente uma pecuária considerada desenvolvida. A produtividade média do Brasil é de pouco mais de duas arrobas de carne por hectare por ano. Nesse sentido, para a pecuária de corte atingir maior eficiência produtiva e econômica, é necessário uma transformação profunda no que se refere ao uso de tecnologias de produção para promoção não só de incrementos em produtividade, mas fundamentalmente, em melhoria da rentabilidade do pecuarista (SIGNORETTI et al., 2006), citado por (HELLWIG, 2007). Contudo, o complexo carnes registrou 19,6% de crescimento no valor das exportações, que passou de US$ 748,6 milhões em setembro de 2006 para US$ 894,9 milhões em setembro deste ano. O resultado positivo deveu-se ao aumento de 13,1% no preço médio e 5,7% na quantidade exportada (MAPA). Segundo pesquisas do IBGE, comparando o número de bovinos abatidos no primeiro trimestre de 2007 e no quarto trimestre de 2006, observa-se um aumento de 0,9%, o que representa cerca de 69 mil cabeças. Esta variação aconteceu devido ao aumento do abate de vacas (394 mil) e novilhas (39,4 mil), compensando a redução do abate de bois e novilhos (367,4 mil). O número de animais abatidos no Brasil e a quantidade de couros crus inteiros de bovinos de origem nacional adquiridos nos curtumes no segundo trimestre de 2007, segundo dados do IBGE, podem ser observados nas tabelas 1 e 2.

13 Tabela 1. Animais abatidos e peso total das carcaças, segundo os meses - Brasil 1 - Animais abatidos e peso total das carcaças, segundo os meses - Brasil 2º Trimestre de 2007 Meses Número de cabeças abatidas (mil cab.) Bovinos Suínos Frangos Peso total das carcaças (t) Número de cabeças abatidas (mil cab.) Peso total das carcaças (t) Número de cabeças abatidas (mil cab.) Peso total das carcaças (t) Total Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Fonte - IBGE/DPE/COAGRO - Pesquisa Trimestral do Abate de Animais Nota - 1) Os dados divulgados são oriundos de estabelecimentos que estão sob inspeção federal, estadual ou municipal. 2) Resultados preliminares Tabela 2 Quantidade de couros crus inteiros de bovinos de origem nacional adquiridos pelos curtumes, segundo os meses - Brasil 3 - Quantidade de couros crus inteiros de bovinos de origem nacional adquiridos pelos curtumes, segundo os meses - Brasil - 2º Trimestre de 2007 Meses (unidade) Total Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Fonte - IBGE/DPE/COAGRO - Pesquisa Trimestral do Couro. Nota: 1) - Resultados preliminares 2) - As informações não correspondem aos totais das UF's, uma vez que, são pesquisados apenas estabelecimentos que adquirem 5000 ou mais unidades de couro cru de bovino no ano.

14 Quanto ao cenário externo, observou-se no 2º trimestre de 2007, segundo os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), a exportação de 349,4 mil toneladas de carne bovina, indicativo de aumento de 20,5% com relação ao mesmo período do ano passado. Já com relação ao 1º trimestre de 2007, a variação foi marginal, tendendo à estabilidade. Quanto ao faturamento, verificaram-se aumentos de 18,6% com relação ao mesmo período do ano anterior e de 5,7% com relação ao 1 trimestre de O preço médio da carne bovina exportada foi de US$2.563 no 2º trimestre de 2007 contra US$2.426 do trimestre imediatamente anterior. Segundo dados da Secex, no 2º trimestre de 2007 foram importadas 4,5 mil toneladas de carne bovina. Houve aumento do volume importado tanto com relação ao mesmo período de 2006 quanto ao 1º trimestre de 2007, respectivamente 16,0% e 2,9%. Em relação ao faturamento houve variação de 93,3% relativamente ao 2º trimestre de 2006 e de 13,8% com relação ao 1º trimestre de Diante disto, o preço médio da tonelada de carne bovina importada no período foi de US$4.443 contra US$4.011 do 1º trimestre de Com um mercado cada vez mais tecnificado e exigente, principalmente em termos de qualidade e segurança, impõe-se mudanças em todos os setores produtivos, promovendo uma visão abrangente e altamente técnica de todos os requisitos e atributos de qualidade. Nesse panorama insere-se o conceito de cadeias produtivas e práticas de gerenciamento de qualidade, tais como, GMP Good Manufacturing Practices; GAP Good Agricultural Practices; APPCC Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle; entre outros (Almeida, 2005). Em função das crises alimentares ocorridas na Europa, a partir de 1996, envolvendo segurança alimentar, o sistema de rastreabilidade passou a ter importância considerável no mercado internacional. Consumidores se conscientizaram e passaram a exigir alimentos de qualidade, de origem conhecida e que não oferecessem riscos à saúde. Também, a regulamentação do mercado europeu passou a exigir a rastreabilidade de alguns produtos agrícolas importados, e a partir de 2005, de todos os produtos (Regulamento Europeu publicado em 2002). Além disso, a intensificação dos manejos sanitário, reprodutivo e nutricional de bovinos, com a utilização de programas de melhoramento genético e de gerenciamento de rebanhos demandam pela utilização de "softwares".

15 Adicionalmente, a necessidade de um controle patrimonial rígido que permita a rastreabilidade necessária exigida pelo comércio internacional implicam, cada vez mais, na necessidade da identificação correta e rápida dos bovinos. Em pesquisas brasileiras realizadas pelo Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), constatou-se que há irregularidades em praticamente todos os grupos de alimentos, desde excesso de agrotóxicos em produtos vegetais, até parasitas, hormônios e drogas veterinárias em produtos animais. Na Europa, a BSE (Encefalopatia Espongiforme Bovina) abalou os alicerces da política de sanidade alimentar da União Européia, colocando em dúvida a qualidade dos alimentos que são consumidos pela população. As preocupações abarcam, também, os alimentos industrializados, aos quais são acrescentados aditivos de utilização polêmica, aprovados em alguns países e terminantemente proibidos em outros. Um dos tópicos mais controversos nessa questão envolve a manipulação genética dos alimentos, visando a melhorar tanto seu rendimento e resistência a pragas, quanto sua composição nutricional. As perspectivas são fascinantes e, teoricamente, ilimitadas. Ocorre, contudo, que as pesquisas não são conclusivas com relação aos efeitos que esses alimentos, denominados organismos geneticamente modificados (OGM) ou transgênicos, podem trazer ao ser humano que os consome. Nesse sentido, vislumbram-se, no mínimo, duas tendências mundiais complementares, que são a introdução do conceito de rastreabilidade do alimento e uma maior exigência com relação à rotulagem (Proença, 2001). A pecuária de corte brasileira, que vinha almejando, timidamente, desde o início da década de 1990, o aumento da eficiência produtiva, passa a ter essa demanda exacerbada, especialmente, como resultado das pressões impostas pela globalização da economia. A exposição dos mercados dos diversos países a essa competitividade globalizada, que se observa nos últimos anos, fez com que a necessidade de se produzir de forma eficiente e eficaz se tornasse, em muitos casos, sinônimo de sobrevivência ou permanência no negócio (Embrapa Gado de Corte, 2002). Desta forma, a busca na melhoria e na excelência de um sistema de monitoramento e gerenciamento de rebanhos depende do conhecimento criterioso do rebanho e, certamente, da correta marcação dos animais.

16 1.2 Introdução do Sisbov no Brasil Nos últimos recentes, a segurança alimentar tem sido uma questão de ordem global. No caso específico da carne bovina, com o diagnóstico da encefalopatia espongiforme bovina (BSE) em março de 1996, e a posterior hipótese de relação entre esta doença do gado e a doença de Creützfeld-Jacob (CJD2), como uma nova variante de distúrbio similar em seres humanos, a rastreabilidade tornou-se o foco da atenção tanto dos consumidores quanto da indústria da carne no mundo (Wiemers, 2000). Desde então, para recuperar a confiança dos consumidores, os participantes da cadeia de suprimento de gado e de carne estão trabalhando para elevar os padrões de segurança alimentar. A União Européia, por meio da resolução CE No 820/97, exige que todo o processo de produção da carne esteja inserido em um programa de identificação e registro que possibilite o levantamento de todas as informações pertinentes ao animal, desde o seu nascimento até o consumo do produto final. Esta resolução atinge tanto os produtores e as indústrias da Europa, quanto seus fornecedores (Projeto IDEA, 2000). Devido às exigências dos países importadores, citadas anteriormente, o Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) foi implantado em janeiro de 2002, para identificar e certificar a carne brasileira destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação. Esse sistema realiza a fiscalização e controle da sanidade do animal desde a criação até o produto final, através de um conjunto de ações, medidas e procedimentos previamente aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O início do Sisbov foi tumultuado, com divergências sobre quem deveria arcar com o custo desse processo e se a adesão deveria ser obrigatória ou facultativa, questões que perduram até os dias atuais. Desde sua implantação, o MAPA alterou diversas vezes a legislação, em busca de um sistema mais adequado à realidade brasileira. Essas alterações consistiam na fixação de prazos para credenciamento dos animais no programa antes do abate, o que muitas vezes resultou em uma escassez de animais rastreados, levando o segmento industrial a bonificar os produtores que haviam aderido ao Sisbov. Mas, apesar da determinação de prazos e obrigatoriedades impostas pelo Mapa, o controle ainda não é feito com total eficiência. Segundo Iran José

17 Oliveira da Silva, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Ambiência da Esalq (NUPEA), o Sisbov é ineficiente desde sua criação. A seguridade da carne não foi priorizada e há uma defesa de interesses tanto dos produtores quanto dos frigoríficos, o que dificulta um consenso entre estes e o MAPA. Em razão do não cumprimento dos prazos por produtores e frigoríficos, o Mapa elaborou posteriormente um novo Sisbov. Entre as novidades, é obrigatória a adesão para os rebanhos cuja carne se destine ao mercado externo. Para o mercado interno, a adesão é opcional. Assim que o novo sistema for aprovado, quem for produzir carne bovina para exportação vai ter que credenciar a sua propriedade junto ao Mapa e contratar uma certificadora para validar todo o processo. No modelo atual, é permitida a convivência de animais identificados e não identificados dentro da mesma propriedade. A partir das novas regras, isso não será mais possível para bovinos cuja carne se destine à exportação. O prazo de permanência do banco de dados do Sisbov também será ampliado para animais destinados a frigoríficos exportadores. 1.3 Objetivo do estudo O objetivo desta monografia foi realizar um estudo sobre a rastreabilidade na cadeia da carne do Brasil, comparando a antiga legislação (Instrução Normativa n o 1 de 09 de janeiro de 2002), responsável pela criação do SISBOV (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) e a nova legislação (Instrução Normativa n o 17 de 14 de julho de 2006), com uma nova estrutura operacional para o SISBOV, destacando as principais mudanças ocorridas.

18 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 A cadeia da carne no Brasil A pecuária de corte brasileira, que sempre almejou a eficiência produtiva, vem tentando nos últimos tempos atender a essa nova e atual demanda por carne de qualidade. Tal fato é decorrente, principalmente, das pressões surgidas face à economia globalizada que enfatiza, ainda mais, a competitividade e exige a disponibilidade de produtos de baixo custo e de melhor qualidade para os consumidores. Contudo, o sistema agroindustrial da carne no Brasil define-se por sua forma desordenada e muito diversificada em todos os elos da cadeia. Baixos índices produtivos, abates clandestinos e distribuição da carne através de açougues têm dificultado o estabelecimento de uma produção qualificada no país. A cadeia da carne é composta por vários segmentos que vão desde os produtores primários, distribuidores, frigoríficos, cozinhas industriais até os setores de armazenagem e comercialização (Figura 2). Fonte: Machado & Neves, 2000 Figura 2 A Cadeia Produtiva Bovina

19 As alianças mercadológicas funcionam como uma ferramenta no processo de rastreabilidade. A parceria vertical ou alianças mercadológicas no sistema agroindustrial da cadeia bovina é definida como sendo uma iniciativa conjunta de supermercados, frigoríficos e produtores visando ao fornecimento de um produto de qualidade para o consumidor. O consumidor final tem adquirido a carne in natura tratada como commodity, isto é, sem diferenciação de qualidade, justamente devido a essa falta de alianças entre frigoríficos e produtores, que desconhecem os verdadeiros anseios do cliente. Daí a sua importância para o processo da rastreabilidade, onde o que se deseja é sintonizar os segmentos da cadeia, buscando o maior número de informações possíveis das etapas de produção e repassá-las aos consumidores. Em 1999, o Fundepec tentou atuar como promotor da coordenação dos elos da cadeia bovina no Estado de São Paulo, porém fracassou em influenciar nas decisões comerciais e nas diferenças de poder dos participantes (Pigatto et al, 1999). A rede de supermercados Carrefour, através do selo Garantia de Origem Carrefour, na tentativa de aproximar os agentes da cadeia e atender aos anseios do consumidor, tem orientado pecuaristas e indústrias qualificadas como deve ser o sistema de produção e o padrão das carcaças dos novilhos. De acordo com Euclides Filho (2000), a busca pela produção de carne de qualidade deve ser embasada na integração efetiva entre todos os elos da cadeia e, também, entre as diferentes áreas que podem contribuir para o seu sucesso. Entretanto, as relações entre os elos do SAG da carne não são satisfatórias. No Brasil, a cadeia bovina é caracterizada por comportamentos adversos e de desconfiança por parte dos pecuaristas e frigoríficos (Pigatto et al, 1999). Isso representa um dos maiores entraves nas transações entre eles e também na implantação dos sistemas de rastreabilidade. Além disso, os produtores primários enfrentam, na aplicação do sistema de rastreabilidade, falta de disponibilidade e altos custos dos testes existentes para o monitoramento e a verificação dos perigos biológicos e químicos do rebanho (Raszl, 2001). Estudos mostram que o alto custo operacional da rastreabilidade em pequenas propriedades do país inviabiliza a implantação do sistema. Tal fato poderá contribuir para a exclusão destes produtores rurais da comercialização de bovinos futuramente. Se não for criada uma forma alternativa para a implantação

20 da rastreabilidade bovina no Brasil, por meio da criação de associações ou cooperativas que diluam o custo da anuidade, a taxa de inscrição e o valor cobrado pelo técnico, muitos produtores rurais ficarão à margem do processo (Mendes, 2006). O custo operacional para a implantação da rastreabilidade em pequenas propriedades pode ser observado nas tabelas 3 e 4. animais Tabela 3 Valor da rastreabilidade (R$) para uma propriedade com 11

21 animais Tabela 4 Valor da rastreabilidade (R$) para uma propriedade com 23 Uma solução mais econômica poderia ser efetivada com a contratação dos serviços de um técnico por uma cooperativa regional ou municipal, o qual visitaria e cadastraria os animais das propriedades, fazendo uma ligação entre a certificadora e o produtor rural a um custo menor. Outra possibilidade seria uma negociação com a empresa para reduzir o valor da inscrição e da anuidade em virtude da junção de várias propriedades pela cooperativa. Mas este sistema deveria ser organizado o mais rapidamente possível, preferencialmente com a ajuda de órgãos públicos, já que o governo Brasileiro e a União Européia determinam prazos para a implantação da rastreabilidade no país. Como se vê, para se implantar um programa de rastreabilidade no Brasil não é muito simples. Isso envolve custos e mudanças nos conceitos de produção, com pecuaristas oferecendo resistência e descrédito quanto à sua implementação e desobedecendo às normas do governo e orientações dos

22 técnicos. Além disso, existe a falta de padronização dos índices zootécnicos nas fazendas, o que leva às certificadoras a adotarem padrões muito elevados e inviáveis para a maioria dos produtores. 2.2 Origem da rastreabilidade O conceito de passaporte, em rastreabilidade, nasceu na França, onde cada animal possuía uma caderneta na qual eram anotados seus dados cadastrais e outras ocorrências importantes para o controle sanitário. Quando o animal era vendido, o passaporte o acompanhava, inclusive até o seu abate. Ainda hoje, esses passaportes são usados em algumas regiões da França. Recentemente a INTERBEV (espécie de Câmara Setorial da Carne que reúne produtores, industriais e distribuidores franceses) criou a marca "Viande Bovine Française" (Carne Bovina Francesa). Todo o setor tomou voluntariamente a iniciativa de ir além da legislação e de exigir no sistema de identificação a menção de origem, local de abate e tipo racial. A garantia era de que a carne que apresentasse a marca "VBF, seria proveniente de animais nascidos, criados e abatidos em território francês. Com uma campanha de marketing associada, a França praticamente guardou para si todo seu mercado interno. A princípio, a rastreabilidade foi uma exigência, sobretudo, dos clientes alemães, os maiores clientes da França no mercado europeu. Percebendo o potencial mercadológico da rastreabilidade, a SOVIBA estabeleceu um objetivo de garantir a rastreabilidade completa do produto, para que o consumidor, por meio de um número inscrito na bandejinha de carne do supermercado, soubesse exatamente a origem daquela carne. Nas fazendas de gado francesas, cada animal possui atualmente um DAB (Documento de Acompanhamento Bovino), que funciona como um passaporte (Figura 3). Nele estão escritos o lugar e data de nascimento, local de engorda, sexo, o tipo racial, a raça dos progenitores, os controles de vacina e o número dos dois brincos de orelha que lhe foram dados pelo serviço veterinário francês na ocasião de seu nascimento.

23 Esse número é a identidade do boi e, na hora do abate, os brincos e o DAB têm que conferir; caso contrário esse animal será vendido como não-vbf, ou seja, não rastreável (Sampaio, 2001). Figura 3 - Documento de Acompanhamento Bovino Figura 4 - Exemplo de notificação de movimento na União Européia

24 Para a importação de carnes de países terceiros, a União Européia exige que o país e os estabelecimentos produtores sejam habilitados por ela, e que possuam um certificado sanitário e de saúde pública emitido pelos países membros da União. 2.3 Conceitos de rastreabilidade Segundo os padrões internacionais (ISO 8402), rastreabilidade é definida como a habilidade de descrever a história, aplicação, processos ou eventos e localização, de um produto, a uma determinada organização, por meios de registros e identificação. De um modo mais simples, rastrear é manter os registros necessários para identificar e informar os dados relativos à origem e ao destino de um produto. Vinholis & Azevedo (2000) definem: um sistema de rastreabilidade, seja ele informatizado ou não, permite seguir, rastrear informações de diferentes tipos (referente ao processo, produto, pessoal e ou serviço) a jusante e ou montante de um elo de cadeia ou de um departamento interno de uma empresa. A rastreabilidade possibilita ter um histórico do produto, sendo que a complexidade do conteúdo deste histórico dependerá do objetivo a que se pretende alcançar. Este objetivo pode ser influenciado pelas estratégias adotadas e pelo ambiente externo em que a empresa está inserida. A formação de blocos econômicos como o EU, Nafta, o Mercosul e outros; o desenvolvimento dos estudos sobre a saúde pública; o controle regional de algumas doenças e etc. geraram o aumento das exigências dos consumidores sobre as informações dos produtos que eles adquirem. Assim, por motivos econômicos, sanitários e políticos; produtores, países e organizações desenvolveram e praticam os processos de rastreamento para oferecer as informações exigidas e assegurar as suas participações nos mercados local, regional e global. De acordo com Schaeffer & Caugant (1998), o conceito de rastreabilidade envolve a recomposição da história do produto alimentício. Pode, assim, ser útil estabelecer:

25 A origem exata de uma produção dos animais domésticos ou do vegetal, com os vários fatores que incorporam seu desenvolvimento; O histórico dos processos aplicados ao produto; A distribuição e a localização do produto acabado. É importante ressaltar que, para que um sistema de rastreabilidade atinja a sua máxima eficácia, a identificação deve estar sempre acompanhando o rastreamento do processo. Existem dois tipos de rastreabilidade: a rastreabilidade descendente ou rio abaixo que consiste em encontrar o destino industrial ou comercial de um lote de produtos até o armazenamento no ponto de comercialização; e a rastreabilidade ascendente ou rio acima é aquela em que é possível fazer o levantamento de todos os estágios, começando de um lote de produto acabado até encontrar o histórico e a origem do lote, (Schaeffer & Caugant, 1998). A rastreabilidade é um requisito fundamental em todos os sistemas de qualidade e deve ser baseada no HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Points (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), bem como nos códigos de boas práticas. A rastreabilidade por si só não melhora a segurança alimentar, mas estabelece a transparência necessária às medidas de controle eficientes (FIPA, 2001), e possui alguns outros atributos benéficos, a saber: O registro dos dados é feito não somente para poder permitir a rastreabilidade, mas também para poder controlar e otimizar os processos dentro de uma companhia (Schiefer et al., 1999); Um melhor controle de inventário dos destinos dos lotes permitirá previsões mais poderosas da produção (FIPA, 2001); Futuramente o produtor agrícola será obrigado a compensar o consumidor se ficar comprovada uma ligação de casualidade entre os danos e o defeito do produto, mesmo se nenhuma negligência for notada. A rastreabilidade será essencial nesse fato para proteger os produtores técnicos e ambientalmente corretos (Schaeffer & Caugant, 1998). A rastreabilidade pode significar coisas diferentes para os diferentes membros da cadeia de produção, mas para o consumidor, cada pedaço de carne precisa ser rastreado no mínimo com um código em conjunto, chegando até um grupo de animais, um grupo de abate (Mead, 2002). A amortização dos custos

26 dessa tecnologia pode vir de duas maneiras: por meio da melhor remuneração do produto, de acordo com a qualidade desejada pela indústria, ou na forma de ganhos na eficiência produtiva, a partir de um gerenciamento informatizado da produção (Machado & Nantes, 2000). Os produtos rastreados possuem um diferencial no mercado, dessa forma, tornam-se mais competitivos e menos sujeitos às instabilidades do mundo globalizado. Torna-se mais fácil a detecção de problemas ocorridos durante o processo de produção, bem como a adoção de medidas preventivas e de ação imediata no foco localizado. Machado (2000) define a importância da rastreabilidade para os segmentos de distribuição e varejo e da indústria de alimentos: é diferencial de competitividade, fortalece a imagem institucional da empresa, auxilia no posicionamento da marca no mercado, estimula a concorrência através da diferenciação da qualidade, estreita relação com os fornecedores, contribui para a construção de estratégias competitivas da empresa e, com isso, pode passar a definir a estrutura de coordenação vertical. E, por fim, para o Estado, a autora conclui que a rastreabilidade: minimiza riscos de contaminação e facilita a localização do foco de problemas do gênero e tranqüiliza a população e dá credibilidade ao próprio Estado. Um sistema de rastreamento eficiente deve ser composto de normas e/ou referências da qualidade que objetivam garantir e preservar; de procedimentos estabelecidos; da relação de insumos permitidos e proibidos; de períodos de carência ou transição baseados em normas; de exigências dos produtores para que mantenham comprovantes de compras e de vendas; de auditorias e vistorias surpresas e periódicas (Dulley & Toledo, 2003).

27 2.4 Certificação e rastreabilidade A Certificação representa um conjunto de procedimentos pelo qual uma entidade certificadora imparcial e independente reconhece/atesta que o produto atende a requisitos pré-estabelecidos. Deve ser feito por um organismo independente, que atesta através de um sistema de rastreabilidade, onde atua como uma ferramenta de qualidade e fornece as diretrizes básicas de controle. Então, uma produção certificada não garante que um produto seja rastreável, porém um produto rastreado deve passar por um processo de certificação do sistema. De acordo com Machado (2000) a certificação de um sistema de qualidade faz parte da certificação de um produto com atributo de rastreabilidade, mas o inverso não é verdadeiro, ou seja, a certificação de um produto não faz parte da certificação de um sistema de qualidade. Dulley & Toledo (2003) também evidenciam que a rastreabilidade é um fator intrínseco à certificação e que visa garantir características de qualidade aos alimentos. 2.5 Rotulagem e identificação eletrônica A rotulagem num sistema de rastreabilidade tem importância na demonstração dos registros feitos da cadeia produtiva e em assegurar a qualidade ao consumidor, fornecendo-lhe as informações requeridas. Para que isso seja possível, deve existir uma correlação entre os elos da cadeia que permita a transferência das informações de um segmento a outro, evitando que elas se percam ao longo do processo. Uma das formas de se atingir esse objetivo pode ser através da identificação do produto. O princípio básico de qualquer forma de identificação, segundo Cerutti, 2002, implica em que cada uma seja única e inequívoca. Machado & Nantes (2000) afirmam que ela deve ser permanente, sem correr riscos de perda; insubstituível e positiva, isto é, sem gerar dúvidas.

28 A identificação por si só não possui nenhum significado. Ela deve estar interligada a um sistema central de armazenamento de dados, que permite o acesso a todos os elos da cadeia produtiva, inclusive para o consumidor. Segundo Machado (2002), a rastreabilidade não deve ser encarada como um dado ou uma mensagem que possa ser transmitida. É um sistema de interações entre fluxos físicos e de informação. Então, a identificação representa o elo entre o produto e todas as informações. Machado & Nantes (2000) concluem que com a identificação eletrônica é possível se conseguir uma confiabilidade dos dados rastreados, e, além disso, ao alimentar um banco de dados na empresa, escolher um sistema de gestão que visa a melhoria da qualidade de produção. Assim como existem normas padrão ISO para a gestão de sistemas de qualidade, na área de Tecnologia de Informação existem as normas ISO e aprovadas em Essas normas são específicas para identificadores eletrônicos utilizados em animais, desenvolvendo-se um só padrão entre os fabricantes e facilitando a transmissão das informações. Figura 5 Estrutura interna de um transponder ruminal

29 A transmissão dos dados pode ser feita através do EANCOM EDI (transmissão eletrônica dos dados), que é relacionado ao número de identificação da unidade logística, o SSCC (código serial de unidade logística). A estrutura dos dados transmitidos por mensagem padronizada permite o reconhecimento da informação, em termos de conteúdo, significado e formato, de modo que nesse sistema os dados sejam transmitidos rapidamente, independente do software e hardware utilizados (Felício, 2001). Figura 6 Processo de leitura do transponder Atualmente, a rotulagem depende dos atributos de rastreabilidade, pois está mais voltada para questões relacionadas à segurança alimentar, embora a rotulagem tradicional não exija rastreabilidade.

30 (Sisbov) 2.6 Sistema Brasileiro de Certificação de Origem Bovina e bubalina O evento da BSE fez com que muitos países europeus ficassem em posição bastante desconfortável. Muitos deles tinham necessidade de importar carne para o abastecimento interno, mas os cuidados sanitários deveriam ser aprimorados para proteger o consumidor e evitar a disseminação da doença. A reação natural da União Européia (UE) foi elevar as restrições às importações, porém sem barrá-las, devido à necessidade de abastecimento do mercado europeu. A saída foi a criação de mecanismos que permitissem a rastreabilidade da carne, passando a exigir, dos países fornecedores, a adoção de sistemas de Identificação e Registro (I & R) de animais para garantir o rastreamento da carne, desde a produção. As preocupações com a origem dos animais brasileiros, visando a manutenção dos mercados externos evidenciaram a evolução do sistema de I & R no Brasil. Este fato desencadeou um procedimento legal materializado na Instrução Normativa N o 1, de 09 de janeiro de 2002, do MAPA, criando o Sisbov. Este sistema se resume em um conjunto de ações, medidas e procedimentos adotados para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da pecuária nacional e a segurança dos alimentos provenientes dessa exploração econômica. O objetivo do sistema é identificar, registrar e monitorar, individualmente, todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados (MAPA). Essa normativa propôs a identificação por meio de marcação permanente no corpo do animal ou a aplicação de dispositivos internos ou externos, que permitam a identificação e o monitoramento individual dos animais, aprovados e autorizados pela Secretaria de Defesa Agropecuária SDA/MAPA, órgão também responsável pela criação e manutenção da Base de Dados Informatizada. O sistema conta com uma base de dados única, a Base Nacional de Dados (BND), centralizada no MAPA e gerenciada pela SDA/MAPA, visando manter as informações dos animais, propriedades rurais e indústrias frigoríficas registradas no Sisbov. Os animais registrados no Sisbov tiveram sua identificação controlada por entidades certificadoras credenciadas, fornecendo as seguintes informações: (I)

31 identificação da propriedade de origem; (II) identificação individual do animal; (III) mês do nascimento ou data de ingresso na propriedade; (IV) sexo do animal e aptidão; (V) sistema de criação e alimentação; (VI) registro das movimentações; (VII) comprovação de informação adicional para a certificação; e (VIII) dados sanitários (vacinações, tratamentos e programas sanitários). O gerenciamento da BND e a emissão de números para os animais às certificadoras estão a cargo do MAPA, que terá acesso às informações para controle do rebanho brasileiro. No abate, compete aos frigoríficos devolver os Documentos de Identificação Animal (DIA) ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) do MAPA e dar baixa do respectivo documento junto ao Ministério (BND). Se ocorrer morte acidental ou sacrifício dos animais, os documentos deverão ser devolvidos à certificadora emitente, para que esta efetue a baixa dos números pertencentes aos animais (Sarto, 2002). Em 17 de novembro de 2003, a comissão multissetorial que discute o Sisbov definiu um cronograma a ser concluído em junho de Esse cronograma foi elaborado para desenvolver a rastreabilidade no país e foi organizado de acordo com o período de vacinação (maio e novembro). A partir de 1 o de junho de 2004 o prazo de permanência na base de dados seria de 90 dias, em substituição ao prazo de 40 dias. Em 1 o de dezembro, o animal podia permanecer por 180 dias. No ano seguinte, o prazo subiu para 365 dias, para os animais que entravam em 1 o de junho de Na opinião da Associação das Empresas de Certificação e Rastreabilidade Agropecuária (Acerta), esse cronograma representou um avanço no processo, porque o número de dias de permanência no Sisbov faz o produtor amadurecer cada vez mais na identificação e rastrear todo o rebanho, respeitando os controles previstos na legislação. O SISBOV aplica-se em todo o território nacional, às propriedades rurais de criação de bovinos e bubalinos, às indústrias frigoríficas e às entidades certificadoras e possuía os seguintes prazos limites para o registro de propriedade rural: - dezembro/2003: para os criatórios que exploram animais cuja produção esteja voltada para os demais mercados importadores; - dezembro/2007: para os criatórios de bovinos e bubalinos dos demais estados, (MAPA).

32 Os animais eram inseridos no SISBOV com 40 dias de antecedência de abate (período de quarentena) e após 1º de maio de 2004, esse período mudou para 90 dias. Segundo dados do SISBOV, até o período de 10 de outubro de 2003, estavam rastreados animais, com animais já abatidos. A média diária de inclusão no sistema de identificação é de cabeças de bovinos. Um levantamento divulgado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) revela que, atualmente, o Mato Grosso do Sul lidera o ranking de animais incluídos no Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) com 1,45 milhão de cabeças. Na prática, equivale dizer que os pecuaristas do Estado fizeram um investimento de aproximadamente R$ 5 milhões, levando em consideração um custo de R$ 4,00 por cabeça rastreada. Ainda de acordo com o levantamento do Mapa, aparecem logo atrás de Mato Grosso do Sul os Estados de Mato Grosso, com 1,341 milhão de cabeças rastreadas, e Goiás, com 1,333 milhão. Mato Grosso do Sul tem o maior número de animais vivos incluídos no novo sistema, correspondendo a um total de 8,5 milhões de animais no banco de dados do antigo Sisbov e 1,450 milhão no sistema atual. Atualmente, 54 países exigem a rastreabilidade para importar carne, incluindo a União Européia. O prazo para os pecuaristas aderirem ao novo Sisbov termina no dia 31 de dezembro deste ano. Em todo o País, 53 empresas estão autorizadas pelo Ministério da Agricultura para fazer a certificação. Em 2003, falava-se em certificação de origem por propriedade. O Fórum Nacional Permanente de Corte aprovou a proposta de certificação de origem por propriedade, elaborada pelo diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e outros técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com esse projeto, a proposta era criar o Registro Geral das Propriedades, reestruturando-se o Banco Nacional de Dados do SISBOV. Os animais registrados no SISBOV têm a sua identificação controlada pelas entidades certificadoras credenciadas, devendo o Documento de Identificação (DI) constar de: número do animal do SISBOV, número do animal na certificadora,

33 país de origem, raça, sexo, propriedade de nascimento, data de identificação, propriedade de identificação, data de nascimento, identificação da Certificadora e logotipo do MAPA (Instrução Normativa nº 47, 31 de julho de 2002). Esse documento deve permanecer com o animal durante toda a sua vida, até a sua morte, em cada movimentação do animal e, além do passaporte, os animais só poderão circular, serem abatidos e comercializados mediante Guia de Trânsito Animal (GTA). A principal diferença do GTA e do DI, é que o GTA representa apenas uma notificação de movimentação do animal, permitindo que ele seja transportado de uma região a outra; porém não consta de informações sobre a vida do animal como o DI. No processo de certificação o produtor é inscrito no SISBOV através de uma Certificadora Credenciada mediante a assinatura de um Termo de Compromisso. Então, é feita uma visita pelo técnico da Certificadora, o cadastramento da propriedade e a seleção dos animais que se pretende inserir no programa. A Certificadora envia, por via eletrônica, o cadastro ao Banco Nacional de Dados (BND) e solicita os códigos de identificação a serem usados na identificação em si. É feita a aplicação no animal e a Certificadora retorna os dados complementares ao BND, tais como data de nascimento, de compra, de chegada na propriedade e de brincagem, sexo e composição racial. Com isso, todos os animais que saírem da propriedade deverão constar do Documento de Identificação (ou passaporte bovino), que é emitido pela certificadora. Os abates deverão ser feitos preferencialmente pelos frigoríficos credenciados no sistema. Todos os fatos ocorridos desde o abate até a embalagem final do produto deverão ser registrados pelo Serviço de Inspeção. A embalagem poderá receber o número do animal ou dos lotes de cada estabelecimento.

34 A identificação eletrônica representa o primeiro passo para um sistema de certificação baseado na rastreabilidade de informações. É o primeiro pré-requisito para se controlar uma produção e o monitoramento do rebanho (Ajimastro & da Paz, 1998). Com ela é possível que seja feito o acompanhamento das informações dos animais do nascimento até o abate, permitindo o levantamento do seu histórico e impedindo a disseminação de doenças (Machado & Nantes, 2000). Em se tratando de identificação eletrônica, deve-se atentar para a qualidade e agilidade no processo de coleta de dados. É muito comum se verificar em fazendas a coleta de informações sendo feita por funcionários de formação simples. Isso acarreta possíveis erros e situações duvidosas, que serão posteriormente utilizadas na tomada de decisões pelo administrador. Para tanto, atuais técnicas e metodologias avançadas de identificação têm sido desenvolvidas para atenuar essas dificuldades (Ajimastro & da Paz, 1998). A atual situação de pagamento pelas carcaças e carne que são ofertadas, que exclui a forma de tipificação, tem desestimulado e inabilitado a sua adoção pelos pecuaristas. Os sistemas de rastreabilidade e qualidade de carcaças exigem que o pagamento da carne seja feito em peso morto; tal medida já tem sido utilizada por alguns supermercados, principais meios de distribuição de carnes, no Reino Unido e em outros países. A identificação mínima de um produto cárneo deve constar basicamente: país de origem do produto nascimento, criação e abate estabelecimento de abate SIF marca do produto nome e código do produto data de produção e ou vencimento prazo de validade Outros itens que poderiam ser adicionados: código do lote, hora da embalagem ou produção sistema de código de barras, selos de qualidade, identificação dos produtores e ou seus endereços (Cerutti, 2002). Hoje, as técnicas de identificação mais utilizadas na bovinocultura de corte brasileiro são: colar, brincos de plástico (Figuras 7 e 8), etiquetas com códigos de barras, marcação a ferro quente no couro e marcação a ferro frio com tinta spray. Porém, esses sistemas apresentam muitas falhas, como foi observado por

35 Machado & Nantes, Eles apresentam problemas de visualização à longa distância, necessidade de contenção animal, erros de leitura devido à abrasão dos caracteres, sujeira, além da possibilidade de existirem dois animais com as mesmas identificações. No país tem-se optado por aplicar os brincos eletrônicos no animais por ser uma opção mais viável aos produtores, embora representem cerca de 80% do custo total do registro de um animal em um sistema de rastreabilidade. Esses brincos podem estar incorporados a um transponder, podendo a leitura ser realizada através de um display, ou de um código de barras (mais condizente com a nossa realidade por ser mais simples e mais barato). Figura 7 - Exemplos de brincos de identificação visual

36 Os códigos de barras existentes nos brincos permitem a identificação do animal a partir de uma leitura óptica acionada por um laser e posterior recebimento dos dados por um sistema computacional. Figura 8 Bovinos identificados com brincos de plástico O microchip eletrônico (transponder) atualmente é utilizado pela Austrália em seu esquema de identificação e rastreabilidade chamado Esquema Nacional de Identificação de Animais (National Livestock Identification Scheme NLIS). Esse dispositivo (Figura 9) é lido eletronicamente e as informações são armazenadas em um banco de dados nacional disponível a todos os elos da cadeia através de uma senha. No Brasil, esse sistema não é muito difundido, mesmo porque se trata de um sistema muito oneroso.

37 Figura 9 - Exemplo de microchip Também existe no mercado a opção de identificação animal por meio da fotografia digital da retina. Essa tecnologia, chamada de optbrand, será lançada no Brasil pela Empresa Chalet Agropecuária. É caracterizado por se tratar de um sistema inviolável, evitando a troca de animais e não ser um método invasivo, isto é, não necessita de atingir fisicamente o animal. O gado também pode ser identificado a partir de um bolus ruminal (Figura 10) que, de acordo com Ferreira & Meirelles (2002) é um dos métodos mais seguros e eficientes. Contudo, a sua demanda por equipamentos de alto custo e tempo demorado de implantação tem dificultado o seu uso. A sua inclusão é feita nas carcaças animais devendo estar baseada em uma legislação especial. Figura 10 Bolus ruminal

38 Na Alemanha, os cortes de carne são identificados com códigos de barras, que possuem uma correspondência com a identificação individual do animal. Os produtos são entregues de acordo com instruções emitidas por um computador e assim a mercadoria é distribuída em diversos pontos. Os motoristas recebem cada um, um microcomputador de bordo com as informações sobre as entregas, e se o código eletrônico do computador não corresponder ao do veículo, o motor não dá partida. Existe um controle registrado das movimentações do caminhão, das condições de temperatura das câmaras e da situação das portas.

39 3. CONCLUSÃO 3.1 O novo Sisbov e as mudanças ocorridas Existem dois aspectos muito importantes que devem ser considerados na avaliação da rastreabilidade da carne bovina na visão do produtor rural. O primeiro refere-se às dificuldades para a adoção da rastreabilidade, ou seja, a pressão da mudança para um sistema ainda desconhecido para muitos produtores, incluindo-se nesta situação os custos envolvidos na sua implantação. O segundo aspecto diz respeito às possíveis mudanças no sistema de gestão da propriedade, decorrentes da implantação da rastreabilidade. Devido às dificuldades para se implantar um sistema de rastreabilidade na cadeia produtiva da carne apresentadas neste trabalho, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) vem tentando, desde 2002, aprimorar as formas de implantação, para que possa haver uma harmonia entre produtores, indústrias e os órgãos fiscalizadores. Desta forma, o MAPA, visando estabelecer normas para a produção de carne bovina com garantia de origem e qualidade, publicou a Instrução Normativa n 17, em 14/07/2006, com nova estrutura operacional para o Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos SISBOV. O novo sistema é de adesão voluntária, permanecendo a obrigatoriedade de adesão para a comercialização para mercados que exijam a rastreabilidade. Com a aprovação do novo sistema, quem produz carne bovina para exportação deve credenciar a sua propriedade junto ao MAPA e contratar uma certificadora para validar todo o processo. No modelo antigo, era permitida a convivência de animais identificados e não identificados dentro da mesma propriedade. De acordo com as novas regras, isso não é mais possível para bovinos cuja carne se destine à exportação. O prazo de permanência do banco de dados do Sisbov também foi ampliado para animais destinados a frigoríficos exportadores. Com a nova normativa, surgiu o conceito de Estabelecimento Rural Aprovado no SISBOV e, para adaptar seus estabelecimentos ao sistema os donos de bovinos já rastreados devem procurar uma única empresa certificadora,

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