Projeto de Dinamização e Sustentabilidade do Turismo no Baixo São Francisco. Produto II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO. Vol. I.

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1 Projeto de Dinamização e Sustentabilidade do Turismo no Baixo São Francisco Produto II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO Vol. I Contrato 009/ de Dezembro de 2012

2 FICHA TÉCNICA 2

3 INDICE 1. INTRODUÇÃO GOVERNANÇA: Identificação, análise e mapeamento dos atores TURISMO EM ALAGOAS Políticas Públicas do Turismo no Estado Turismo na Região do Baixo São Francisco Projeto de Dinamização e Sustentabilidade do Turismo APL Caminhos do São Francisco ANÁLISE DA GOVERNANÇA DO PROJETO E IMPACTOS NO DESEMPENHO RIO SÃO FRANCISCO SITUAÇÃO ATUAL A REGIÃO DO BAIXO SÃO FRANCISCO As Cidades: História, Economia, Gestão e Instrumentos Legais e Infraestrutura PIAÇABUÇU PENEDO IGREJA NOVA PORTO REAL DO COLÉGIO SÃO BRAS TRAIPU BELO MONTE PÃO DE AÇÚCAR PIRANHAS OLHO D ÁGUA DO CASADO DELMIRO GOUVEIA ÁGUA BRANCA A Ocupação Atual Aspectos sócio ambientais UNIDADES DE CONSERVAÇÃO TERRAS INDÍGENAS

4 COMUNIDADES QUILOMBOLAS IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA REGIÃO TURÍSTICA Análise do mercado turístico Oferta Meios de Hospedagem Agências e operadoras de turismo Guias e Condutores Serviços de Alimentação Serviços de Transporte Produção Associada ao Turismo Análise do Mercado Turístico Principais Segmentos/Produtos Foz do São Francisco Cânion do Xingó Rota do Cangaço Segmentação Atual x Segmentação Potencial Análise do Mercado Turístico - Demanda Análise da infraestrutura básica e dos serviços de suporte ao turismo Acessos e Sinalização Educação Saúde Saneamento Básico, Abastecimento de Água e Energia Comunicação e Centros de Informação Turística Segurança e Serviços bancários Comércio e Serviços Estruturas de entretenimento CONSIDERAÇÕES FINAIS Estratégias de Desenvolvimento e Governança Estratégias de Segmentação e Produção Estratégias de Promoção e Apoio á Comercialização

5 6.4 Estratégias de Co Criação de Rede de Gestão Referências Bibliográficas:

6 LISTA DE SIGLAS ABIH Associação Brasileira da Industria de Hotéis ABETA Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura AECID Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento APL Arranjo Produtivo Local BID Banco Interamericano de Desenvolvimento BRAZTOA Associação Brasileira de Operadoras de Turismo BSF Baixo São Francisco CADASTUR Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos CASAL Companhia de Água e Saneamento de Alagoas CHESF Companhia Hidrelétrica do São Francisco ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras S/A FUMIN Fundo Multilateral de Investimentos IABS Instituto Ambientar Brasil Sustentável IADH - Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano ICMBio Instituto Chico Mendes de Biodiversidade IPHAN Instituto de Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional MINC Ministério da Cultura MMA Ministério do Meio Ambiente MTUR Ministério do Turismo OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público PDITS Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável PRODETUR Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SEPLANDE/AL Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Alagoas SETUR/AL Secretaria de Turismo de Alagoas 6

7 UFSC Universidade Federal de Santa Catarina ZEE Zoneamento Ecológico Econômico 7

8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: A regionalização em Alagoas Figura 2: APLs em Alagoas Figura 3: Observatório Brasileiro de Arranjos Produtivos Locais Figura 4: Relação entre as instâncias de governança Figura 5: Transposição do Rio São Francisco Figura 6: Localização da Área de Estudo Figura 7: Orla de Piaçabuçu Figura 8: Secretaria Mun. Turismo e Centro de Atendimento Figura 9: Foz do Rio São Francisco Figura 10: Atracadouro Central Figura 11: Embarcação privada de passeios à Foz Figura 12: Centro Histórico Figura 13: Sala do Museu Casa do Penedo Figura 14: Site do 2º Festival de Cinema Universitário de Alagoas Figura 15: Cine Penedo Figura 16: Exemplos de bordados em Penedo Figura 17: Igreja Nova Figura 18: Antiga Estação Ferroviária de Porto Real do Colégio com Locomotiva Figura 19: Igreja de N.S. Conceição Figura 20: Aldeias em Porto Real do Colégio Figura 21: Artesanatos produzidos na regiao Figura 22: Antiga estação ferroviária e o Armazém ao fundo Figura 23 Usos atuais e o antigo Grande Hotel Atual Sec. Educação Figura 24: Margem do Rio São Francisco Centro da Cidade Figura 25: São Brás Figura 26: Atelier Mestre Resendio Figura 27: Infraestrutura turística

9 Figura 28: Vista a partir do Rio São Francisco Figura 29: Artesanatos produzidos em Traipu Figura 30: Rio São Francisco Praia de Traipu Figura 31: Vista da Serra da Tabanga Figura 32: Praia da Tabanga Figura 33: Município de Belo Monte Figura 34: Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho Figura 35: Artesanatos Figura 36: Atracadouro Figura 37: Município Pão de Açúcar Figura 38: Dados geográficos Pão de Açúcar Figura 39: Artesanato em Pão de Açúcar Figura 40: Pão de Açúcar Figura 41: Artesanatos Figura 42: Balsa no municipio de Pão de Açúcar Figura 43: Infraestrutura de Pão de Açucar Figura 44: Pão de Açúcar Figura 45: Cristo Redentor em Pão de Açúcar Figura 46: Matas da Caatinga Figura 47: Museu Ambiental Casa do "Velho Chico" Figura 48: Município de Piranhas Figura 49: Arquitetura histórica Figura 50: Reunião com empresários da ASTURP Janeiro Figura 51: Museu do Sertão Piranhas Figura 52: Estação ferroviária Figura 53: O cangaço Figura 54: Associação de Bordadeiras Figura 55: Banda de Musica de Mestre Elízio

10 Figura 56: Centro de Informações Turísticas de Piranhas Figura 57: Sinalização indicativa Piranhas e Entremontes Figura 58: Ônibus de excursão no centro histórico Figura 59: Olho D'Água do Casado Figura 60: Olho D'Água do Casado Figura 61: Imagem de registros rupestres no Sítio Platô do Talhado 5 e 1. ODC Figura 62: Delmiro Gouveia Figura 63: Fabrica da Pedra Figura 64: Delmiro Gouveia Figura 65: Município de Agua Branca Figura 66: Palha do Ouricuri Figura 67: Renda Singeleza produzida na Serra das Viuvas Figura 68: Produção de Rapadura Figura 69: Igreja Nossa Senhora do Rosário Figura 70: Igreja Matriz N. S. Conceição Figura 71: Ponto de Cultura Engenho da Serra Figura 72: Corisco e Dadá Figura 73: Parque Municipal Pedra do Sino Figura 74: Parque Municipal Pedra do Sino Figura 75: Unidades de Conservação na Área de Estudo Figura 76: Pontal do Peba Piaçabuçu Figura 77: Cânion São Francisco Figura 78: Estacionamento Gasparino Turismo CVC Piaçabuçu Figura 79: Empreendimento Gasparino Turismo /CVC Figura 80: Farol da Foz Ecoturismo Carro adaptado voo de paraquedas e lancha rápida para Foz do Rio Figura 81: MFTur catamarãs ancorados no Restaurante Karrancas Canindé de São Francisco Figura 82: Restaurante do Siri - Piaçabuçu

11 Figura 83: Horta do Rest. Engenho São Lourenço em Agua Branca Figura 84: Rest. Caboclo D Água em Piranhas Figura 85: Centro Historico de Piranhas Figura 86: Hidrovias Figura 87: Bordado Redendê de Entemontes - Piranhas Figura 88: Bordadeiras da Associação de Entremontes Figura 89: Miniatura da Canoa de Tolda Canindé Figura 90: Novela da Rede Globo foi gravada no local Figura 91: Mapa Oferta Atual Turismo e Praia Figura 92: Mapa Oferta Atual Turismo de Aventura Figura 93: Mapa Oferta Atual Turismo Cultural Figura 94: Mapa Oferta Atual Turismo Náutico Figura 95: Mapa Oferta Potencial - Ecoturismo Figura 96: Mapa Oferta Potencial Sol e Praia Figura 97: Mapa Oferta Potencial Eventos Culturais Figura 98: Mapa Oferta Potencial Turismo Rural Figura 99: Mapa Oferta Potencial Turismo Pedagógico Figura 100: Mapa Oferta Potencial Turismo Náutico Figura 101: Mapa Oferta Potencial Turismo de Aventura Figura 102: Mapa Oferta Potencial Turismo Cultural Figura 103: Mapa Oferta Potencial Infraestrutura Figura 104: OFICINA PIRANHAS 20/03/ Figura 105: OFICINA PIAÇABUÇU 22/03/ Figura 106: Resultados produzidos Oferta Atual e Oferta Potencial Figura 107Mapa de Estradas e Acessos na Região do Baixo São Francisco Figura 108: Situação escolar

12 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Organizações que atuam no processo de alinhamento e integração Gráfico 2: Projeto Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco Gráfico 3: Mercado Emissor Gráfico 4: Permanência média (dias) do turista Gráfico 5: Estrutura da Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas Gráfico 6: População dos Municípios do Baixo São Francisco Gráfico 7: Densidade Demográfica Gráfico 8: Taxa de Crescimento anual da população Gráfico 9: Uso da Terra Gráfico 10: Meios de Hospedagem Gráfico 11: Taxa de ocupação média em 2008, 2009 e Gráfico 12: Meio de Transporte Utilizado Gráfico 13: Passeio de barco até a Foz do Rio São Francisco Gráfico 14: Passeio de barco pelo Cânion do Xingó Gráfico 15: Alinhamento do Trabalho Gráfico 16: Dificuldades listadas pelo setor hoteleiro no estado de Alagoas

13 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Mapa de Governança Turística Ativa do Baixo São Francisco Tabela 2: Dados Geograficos de Piaçabuçu Tabela 3: Dados Geográficos Penedo Tabela 4: Projetos em fase de realização Tabela 5: Dados Geográficos de Igreja Nova Tabela 6: Dados Geográficos de Porto Real do Colégio Tabela 7: Dados Geográficos São Brás Tabela 8: Dados geográficos Traipu Tabela 9: Serras do Município de Traipu Tabela 10: Dados Geográficos de Belo Monte Tabela 11: Programas previstos no PPA de Pão de Açúcar Tabela 12: Dados Geográficos Piranhas Tabela 13: Capacidade do destino de gerar negócios Tabela 14: Dados geográficos Olho D Água do Casado Tabela 15: Dados Geográficos Delmiro Gouveia Tabela 16: Dados Geográficos Agua Branca Tabela 17: Comunidades Quilombolas Tabela 18: Uso e ocupação da terra nos municípios na região do baixo rio São Francisco Tabela 19: Oferta de voos regulares semanais em dezembro/2011 por companhia aérea Tabela 20: Movimentação Porto de Maceió Tabela 21: A segmentação na região do Baixo São Francisco apresenta o seguinte quadro síntese Tabela 22: Oficina de Segmentação Piranhas 20/03/ Tabela 23: Oficina de Segmentação Piranhas 20/03/ Tabela 24 Oficina de Segmentação Piaçabuçu 22/03/ Tabela 25: Oficina de Segmentação Piaçabuçu 22/03/ Tabela 26: A maior parte das obras de turismo previstas no estado são de infraestrutura rodoviária:

14 Tabela 27: Agenda para Investimentos Tabela 28:Numero de alfabetizados Tabela 29: Situação Saúde

15 Rio São Francisco em Piranhas Canoa de Tolda 15

16 Sempre permaneça aventureiro. Por nenhum momento se esqueça de que a vida pertence aos que investigam. Ela não pertence ao estático; Ela pertence ao que flui.... Nunca se torne um reservatório, sempre permaneça um rio. Osho 16

17 1. INTRODUÇÃO O presente diagnóstico tem como objetivo subsidiar o Plano de Desenvolvimento e Segmentação Turística para o Baixo São Francisco que se realiza no âmbito do Projeto de Dinamização e Sustentabilidade do Turismo no Baixo São Francisco, fruto da parceria entre o Governo de Alagoas, Instituto Ambiental Brasil Sustentável, a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento - AECID, Fundo Multilateral de Investimentos FUMIN / Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento do turismo sustentável, para que este atue como ferramenta de desenvolvimento socioeconômico das populações de baixa renda do Baixo São Francisco. Os municípios objeto deste estudo são: Piaçabuçu, Penedo, Igreja Nova, Porto Real do Colégio, São Brás, Traipu, Belo Monte, Pão de Açúcar, Piranhas, Olho d água do Casado, Delmiro Gouveia e Água Branca. O Diagnóstico Estratégico apresenta o resultado de leituras realizadas do território turístico a partir das dimensões: Forma: verificação dos aspectos geográficos e territoriais determinantes para o desenvolvimento e a segmentação turística; Função: Verificação do nível das articulações sociais existentes na região e seus impactos no turismo local e regional; Estrutura: Os fatores estruturais e a existência de gargalos ou vetores de desenvolvimento do turismo na região; Processo: Compreensão das dinâmicas e fluxos existentes, suas interfaces ou desconexões que determinam os níveis de governança na atividade turística na região e seus impactos no desenvolvimento do setor. Para o desenvolvimento do Diagnóstico foi realizada análise situacional e macroambiental a partir de dados secundários relativos ao cenário turístico nacional e informações coletadas no âmbito da Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas e parceiros do Arranjo Produtivo Local Caminhos do São Francisco. A análise macroambiental foi realizada basicamente a partir de informações de fontes secundárias relativas ao cenário turístico nacional e regional. A análise das Informações Turísticas do Estado de Alagoas também foi baseada em informações de fontes secundárias e complementada com informações fornecidas pela Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas 17

18 SETUR, organizações parceiras e depoimentos de atores chave entrevistados em campo, nos 12 municípios alvo do Projeto. Embora não existam pesquisas e series históricas de dados de demanda, com indicação de perfil do turista e indicadores de permanência, ticket médio, origem, formas de viagem, motivações entre outros, o presente diagnóstico contem dados colhidos em fontes secundárias e identificação in loco nos destinos pesquisados de forma a subsidiar aspectos de promoção e apoio à comercialização no Plano de Segmentação Turística. Os dados de oferta são setorizados e não se encontram sistematizados e atualizados em uma única plataforma uma vez que nem o Estado e nem os municípios possuem instrumentos básicos de inventariamento da oferta turística, o que impacta nas formulações do Plano relativas à evolução das políticas públicas, desenvolvimento de produtos e cenários de desenvolvimento. O entendimento da segmentação atual e as possibilidades existentes para a diversificação de produtos segmentados se deu a partir da análise da região e verificação de campo dos principais atrativos, entrevistas com empreendedores e gestores, pesquisas em web sites de intermediários e material promocional disponível em meio físico e digital. Para composição de cenários atual e projetado e, buscando contribuir com a estruturação de informações e dados estatísticos, este documento apresenta um estudo detalhado sobre o comportamento econômico do turismo no Baixo São Francisco e propõe uma linha de base de indicadores para a coleta e monitoramento de dados pelos órgãos competentes no estado e região. Assim, foram realizados o levantamento e a análise da dinâmica econômica de Alagoas nos setores diretamente ligados à atividade turística em dimensões ligadas ao trabalho, renda no Baixo São Francisco. As informações são oriundas do universo formal do turismo no Estado e possibilitam algumas comparações com o próprio estado e outras regiões similares no país. O estado da arte da governança turística existente foi compreendido por meio da verificação das interfaces ou desconexões existentes entre atores e agentes de desenvolvimento do turismo regional e o nível de cooperação que permeia as relações, seguindo a lógica orientada pelo Ministério do Turismo para o ordenamento e a gestão do turismo que propõe um alinhamento das macrodiretrizes e a particularização dos projetos de acordo com as identidades e demandas estaduais, regionais e locais. O Zoneamento Ecológico Econômico/ Zoneamento Turístico produzido pela AECID em parceria com a SETUR/AL será frequentemente referenciado neste trabalho, já que contêm dados recentes 18

19 que colaboram em muito na consolidação desse diagnóstico e foi previsto, dentre outros fins, para subsidiar posteriores ações de planejamento turístico. Da mesma forma, documento do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo em Alagoas oferece subsídio a este diagnóstico, bem como norteará as proposições do Plano de Segmentação e Desenvolvimento do Turismo no Baixo São Francisco, uma vez que as ações regionais devem estar alinhadas com as ações estaduais e estas, por sua vez, referenciadas pela política nacional promovendo convergência e sinergia entre as ações, otimização de recursos e tornando mais ágeis e efetivos os resultados. 19

20 2. GOVERNANÇA: Identificação, análise e mapeamento dos atores A região do Baixo São Francisco é complexa em seus aspectos de governança, turística considerando a extensão do território, os vários atores com intervenções verticais na região, os impactos naturais e seus condicionantes e reflexos no desenvolvimento regional e o desalinhamento das políticas públicas dos últimos anos. São vários os atores que devem compor o cenário para o desenvolvimento do turismo neste polo alagoano. Considerando os princípios da participação, sustentabilidade, integração e descentralização faz-se necessário reforçar que, para sua implementação a importância do envolvimento de atores públicos, privados e da sociedade civil organizada dos municípios de uma região turística é vetor fundamental. O Ministério do Turismo abordou a governança sob a ótica do exercício do poder compartilhado e o meio para se contornar os problemas advindos das diferenças de interesses entre os atores sociais, (MTur - Cadernos da Regionalização Mod. 3). Neste contexto, o princípio da cooperação torna-se condição principal para uma atuação conjunta na qual governo, iniciativa privada, terceiro setor e sociedade compartilhem a escolha de prioridades e a participação no processo decisório. Vale ressaltar que a integração dos atores, a sinergia das ações e sua efetivação resultante das priorizações coletivas e investimentos realizados, é diretamente proporcional ao nível de desenvolvimento turístico das regiões. Verifica-se no caso do Baixo São Francisco, uma governança ainda incipiente, mas em construção, com grande peso dos atores governamentais tanto nas diretrizes, quanto nas expectativas dos atores sociais. A existência de cooperação regional ou mesmo local, embora com um processo em iniciação com a Associação dos Empresários do Baixo São Francisco ou mesmo algumas associações locais mostram-se bastante frágil, necessitando de fortalecimento, apoio técnico e acompanhamento permanente para sua consolidação. Abaixo um mapa do estado de governança atual percebida na região: a. Rede de Valores Geral Atual: Várias organizações de diversas instâncias atuando na região em processo inicial de alinhamento e integração. 20

21 Gráfico 1: Organizações que atuam no processo de alinhamento e integração MACRO AMBIENTE GOVERNO FEDERAL GOVERNO ESTADUAL SEPLANDE - SETUR OUTROS ORG. ESTADUAIS APL AECID / BID IABS SEBRAE SENAC IPHAN ORG. TRADE SOCIEDADE TURISTAS BAIXO SÃO FRANCISCO TRADE PREFEITURAS CONSELHOS ORG. EMPRESARIAIS ORG. SOCIOAMBIENTAIS ORG. CULTURAIS ORG. FOMENTO COMUNIDADE TURISTAS EMPRESÁRIOS LIDERANÇAS APOADORES MICRO AMBIENTE Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. b. Rede de Valores do Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco: Atores institucionais exercitando atuação em Rede como foco na região, construindo processo de gestão participativa com os atores locais. 21

22 Gráfico 2: Projeto Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco PROJETO DINAMIZAÇÃO DO TURISMO NO BAIXO SÃO FRANCISCO COMITÊ GESTOR SEPLANDE COMITÊ TÉCNICO SEBRAE SETUR IABS BID SETUR COMITÊ LOCAL PREFEITURAS EMPRESÁRIOS ONGs SOCIEDADE BAIXO SÃO FRANCISCO AECID IABS Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Pelo Governo do Estado de Alagoas, SEPLANDE e SETUR têm a função de coordenação institucional e monitoramento das ações do Projeto, cabendo ao IABS a função de executor técnico, concentrando a gestão do projeto, a contratação dos fornecedores, avaliação qualitativa do atendimento às demandas e formulação de soluções integradas. AECID Agência Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento e BID Banco Interamericano de Desenvolvimento são órgãos de fomento e financiamento internacional cuja parceria com o estado se inicia em 2007 e se efetiva a partir de assinatura de convênio de cooperação para realização do Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco em 2011 com um aporte de investimentos significativos das duas organizações. Pela pluralidade do projeto foram criados três comitês para gestão eficiente das ações: Comitê gestor formado por BID, AECID, Governo de Alagoas e IABS. Comitê Técnico formado pela SETUR, SEBRAE e IABS. Comitê local formado por prefeituras, associações, empresários e sociedade civil. 22

23 Um dos primeiros produtos dessa parceria foi o Zoneamento Ecológico Econômico Zoneamento Turístico, que serviu de base para o presente diagnóstico e outros instrumentos de planejamento e gestão. A intenção sugerida é a transformação do ZEE em decreto, para que o que hoje funciona como instrução venha a ter caráter normativo. Em 2012 foi realizada uma missão de conhecimento das melhores práticas de turismo da Espanha e uma pesquisa de demanda turística cujos resultados serão apresentados em Em 2013, além do Plano de Desenvolvimento e Segmentação do Turismo, foram contratados projetos para criação de identidade visual da região, criação de um banco de dados geográficos, sensibilização e capacitação para boas práticas ambientais e culturais, comunicação em redes sociais, elaboração de conteúdo para material promocional e criação de um portal para o destino. O SEBRAE atua como parceiro estratégico no Projeto e no APL Caminhos do São Francisco com projetos de empreendedorismo e formalização de empreendimentos. O SEBRAE possui uma parceria com a APL e já atendeu desde 2009, 70 empresas na região do Baixo São Francisco. Estas instâncias de gestão compõe um grande Fórum Gestor, onde espaços de diálogos acontecem em níveis diferenciados e devem deliberar, num processo sinérgico, as respostas às demandas, as interfaces entre os atores e a coerência de suas atribuições e formas de atuação para soluções necessárias no território, o que demanda um processo de monitoramento consistente e pragmática evitando superposição de ações e estrangulamento do processo na região alvo do Projeto. A pesquisa de dados secundários apontou a existência de vários diagnósticos e planos já realizados por instituições federais, estaduais e municipais. Entretanto nas leituras realizadas não se encontrou elementos que expressassem uma demanda especificamente vinda da região, de baixo para cima, legitimando a participação dos atores locais e principalmente construindo com eles a implementação das ações e intervenções necessárias. Órgãos como Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Integração Nacional, Ministério do Turismo, Ministério da Cultura, PNUD, entre outros, realizaram ações e aportaram recursos em estudos diversos, porém os mesmos não se transformaram em ativos concretos e geradores das intervenções propostas, embora tenham mobilizado agentes importantes do estado e das localidades envolvidas. É prática recorrente no Brasil em processos de desenvolvimento local e territorial a ausência de formação de uma Rede Local de Animação e Atitude capaz de se empoderar do processo, realizar o monitoramento e acompanhar a implementação das ações no universo regional, 23

24 aglutinando as demandas e articulando os meios de solução. No Baixo São Francisco não foi diferente nos casos anteriores. Vale destacar que no caso do Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco o levantamento das necessidades e a formulação das diretrizes que o compõe foram levantadas com as comunidades envolvidas em reuniões participativas, onde os atores locais puderam expressar suas necessidades e priorizá-las. O grande desafio começa agora com um processo de fortalecimento, empoderamento e estímulo ao aumento dos níveis de confiança entre os atores locais e regionais e a atuação coordenada das instâncias de gestão com o cumprimento de suas atribuições de forma integrada e não sobreposta. c. Mapa de Governança Local Dos destinos do Baixo São Francisco: Municípios sem mecanismos de gestão e planejamento turístico. Foi constatado nas visitas e entrevistas com gestores públicos locais a lacuna existente na gestão e administração das políticas públicas do turismo com relação aos instrumentos legais que norteiam a atividade, dando insumos aos governos para o seu ordenamento, viabilização de suas demandas e execução de projetos. O processo, mesmo nos municípios onde o turismo ja é realidade, é pouco efetivo. A existência de leis não confere ao município a condição de destino ordenado, uma vez que as leis só existem nos arquivos, quando existem. A maioria delas é desatualizada e não aplicada. Nenhum dos destinos possui uma lei que cria a Política Municipal de Turismo, que por sua vez orienta a formulação do Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico, a maioria não tem colegiados como o Conselho Municipal de Turismo e nem mecanismos de fomento como Fundo Municipal de Turismo. Também não possuem colegiados nas áreas da cultura e meio ambiente, intrinsecamente ligados à atividade turística. O ordenamento municipal é estimulado na política estadual de turismo de Alagoas por meio da Secretaria de Estado do Turismo que pontua os municípios em seu Programa de Regionalização, de forma que os mesmos tenham prioridade no atendimento do Estado em suas ações, o que estimula a organização local. Vale ressaltar que é necessário que as instâncias locais, não só apresentem os instrumentos, mas comprovem sua real aplicação nos municípios, dando de fato importância aos esforços municipais, assessorando-os e estimulando-os continuamente a se desenvolver. 24

25 Tabela 1: Mapa de Governança Turística Ativa do Baixo São Francisco MAPA DE GOVERNANÇA TURÍSTICA ATIVA DO BAIXO SÃO FRANCISCO MUNICÍPIOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO Agua Branca Belo Monte Delmiro Gouveia Igreja Nova Olho D do Casado Penedo Pão de Açúcar Piaçabuçu Piranhas Porto Real do Colégio São Braz Traipu Política Mun. de Turismo N N N N N N N N N N N N COMTUR N N N N N N N S N N N N FUMTUR N N N N N N N N N N N N Plano de Turismo N N N N N N N N N N N N Plano Diretor N N S N N S S S S N N S CONSEC N N N N N N N N N N N N CONPH N N N N N N N N N N N N PATRIMONIO TOMBADO S N S N N S S S S S N N CODEMA N N S N N N N N N N N N

26 2. 1. TURISMO EM ALAGOAS Para compreendermos a dinâmica do Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco, sua implementação e seus impactos, faz-se necessário fazer uma leitura do cenário turístico de Alagoas, as ações institucionais e de mercado, as propostas de inovação, as demandas e os nós críticos do setor. Segundo o Anuário 2012 Braztoa, o nordeste se destacou no ano de 2011 concentrando 54% do faturamento com viagens domésticas. O turismo continua a crescer em todo o nordeste, e o estado do Alagoas acompanha essa tendência. Segundo o documento Indicadores de Turismo de Alagoas, o estado de Alagoas recebeu um fluxo total de turistas em 2011, apresentando aumento de 41% comparado ao fluxo registrado no ano de 2002 (SETUR/AL, 2012:07). Mas mais da metade do fluxo (aproximadamente 1,5 milhão) ainda se concentra na capital Maceió. Com relação à procedência do fluxo de turistas nacionais, entrevistas e oficinas realizadas pelo IADH, o Projeto do São Francisco, bem como os PDITS dos Polos Lagoas e Mares do Sul e Costa dos Corais, apontaram o mercado do Sudeste (principalmente o Estado de São Paulo), bem como o mercado regional, como os grandes mercados emissores de turistas para o Estado de Alagoas (...) Com relação à procedência do turista internacional, conforme dados da SETUR em 2001, os maiores fluxo de visitantes internacionais eram provenientes da Argentina (43%) e Portugal (12%). (IADH, 2012:33). Gráfico 3: Mercado Emissor Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. A permanência média do turista no estado ainda é baixa e concentrada em Maceió, podendo ser aumentada a partir do desenvolvimento de novos produtos e adequada promoção de destinos e atrativos em roteiros combinando a visita à Maceió com outras regiões do Estado como a região do Baixo São Francisco. Gráfico 4: Permanência média (dias) do turista

27 Fonte: Boletim de Ocupação Hoteleira apud SETUR/AL, 2012:08. Alagoas hoje tem quase leitos, sendo a metade deles em Maceió e a outra metade distribuída pelo interior do estado. A estrutura da capital alagoana pode ser considerada ampla e diversificada. Há equipamentos de alta qualidade disponíveis, sobretudo, na orla da cidade. Um dos problemas de todo o estado alagoano em termos de serviços turísticos é o alto índice de informalidade. (...) existem indícios que as maiores fragilidades na competitividade do Destino Maceió, e que podem ser estendidos às outras regiões turísticas do Estado, estão vinculadas a uma cultura de informalidade para a implementação da gestão do turismo, apesar da existência de uma rede de instâncias e de diversos planos e projetos. O exercício da gestão informal nessas estruturas que compõem a rede, que também registram uma baixa participação de pequenos e médios empresários, requer a internalização e vivência, por parte dos atores envolvidos, de elementos como confiança, cooperação, comunicação e trabalho em equipe, dentre outros. (IADH, 2012:11) Segundo dados da SETUR AL de 2009, apenas 1,3% dos turistas do Estado são internacionais, o que confirma o atual caráter interno do produto turístico alagoano e, ao mesmo tempo, seu imenso potencial de crescimento com o público externo. A Secretaria de Turismo tem trabalhado na divulgação dos destinos em mídias impressas e digitais em eventos nacionais e internacionais. Um dos resultados significativos dos esforços da SETUR em 2012 foi a ampliação dos voos para a região, com a inclusão de uma nova operadora (Avianca) e a criação de material de divulgação de qualidade em 03 idiomas. Embora esforços tenham sido feitos, a promoção ainda é direcionada a um publico massificado sem foco em setores diferenciados de demanda. Já nas ações de comercialização ressalta-se o que já foi evidenciado nos estudos para a composição do Plano de Desenvolvimento do Turismo de Alagoas pelo IADH, que evidencia a 27

28 ausência de um plano de marketing, que direcione a promoção e oriente as ações de apoio à comercialização. A falta de pesquisas sistematizadas, que tragam informações detalhadas sobre os mercados potenciais e o seu comportamento para as diversas regiões turísticas do Estado, afeta o seu desempenho em termos turísticos, tendo em vista que há pouca orientação de recursos e esforços adequados para as reais necessidades de cada uma das áreas. ( Documento Plano Desenvolvimento do Turismo AL, IADH: 2012) 28

29 Políticas Públicas do Turismo no Estado A Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas conta hoje com a seguinte estrutura executiva de acordo com a Lei Delegada Nº 44 de 08/04/2011: Gráfico 5: Estrutura da Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas Fonte: Regionalização do Turismo Num processo de alinhamento com as políticas públicas nacionais e em consonância com o Plano Nacional de Turismo, o estado de Alagoas vem trabalhando no ordenamento do setor, seja na formulação políticas estaduais, como também na instrumentalização dos municípios e gestores públicos visando à descentralização e o protagonismo da gestão turística nos destinos e regiões. A implementação de instâncias de governanças regionais, seu fortalecimento e consolidação é processo cotidiano e perene que prescinde de atributos e esforços coordenados que devem estar vinculados a uma estratégia de gestão e a uma visão de longo prazo. O Planejamento da 29

30 atividade turística em Alagoas passa por um momento importante, com a construção participativa do Plano Estratégico do Desenvolvimento do Turismo que apontará as diretrizes e o posicionamento do turismo no Estado, traçando desafios e metas concretas para o seu desenvolvimento. Esta ação coordenada pela Secretaria de Estado em parceria com o Fórum Estadual de Turismo demonstra o propósito estratégico de organização do turismo no estado e socialização da construção das decisões numa Rede Compartilhada de Gestão. A elaboração do Plano representa um avanço, pois inicia o processo de exercitar a planificação turística no Estado onde os atores chave têm oportunidade e voz, definem desafios e linhas estratégicas de ação, o dimensionamento de resultados e formas equilibradas de alcançá-los. Entretanto esta é apenas a primeira e a grande norteadora das ações, pois dela virão os programas, projetos e ações que definem a execução das linhas estratégicas definidas. A implementação, articulação e animação da Rede de Governança do Estado, o alinhamento das instâncias de governança regionais com a política estadual, o fortalecimento das instituições representativas do trade. Neste sentido, a liderança e o grau de articulação da SETUR AL com os parceiros estratégicos deverão ser fundamentais para a geração de cenário de confiança e o equilíbrio, sinergia dos atores e conquista dos resultados pretendidos. A presença dos parceiros estratégicos, o acompanhamento e o monitoramento permanentes permitirão corrigir rumos, redirecionar vetores e reequilibrar as ações, conduzindo os processos de melhoria continua da gestão. O Estado possui atualmente 07 regiões turísticas, definidas com base em critérios de clusters. No esforço de modernizar e ordenar as regiões turísticas do Estado, a Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas estruturou a organização do espaço em regiões com características de oferta semelhantes que permitam a otimização do uso dos recursos e o fortalecimento da atratividade do ponto de vista da promoção turística. Essas áreas turísticas foram denominadas polos e constituem as regiões turísticas do Estado, consideradas também como cenário e base territorial das políticas públicas no processo de regionalização. São elas: Sertão Alagoano, Caminhos do São Francisco, Celeiro das Tradições, Quilombos, Costa dos Corais, Metropolitana (Maceió) e Lagoas e Mares do Sul. 30

31 Figura 1: A regionalização em Alagoas Fonte: Cartilha de Regionalização do Turismo. (SETUR/AL, 2011) O Estado é mais conhecido por seus destinos litorâneos, em consonância com a política de priorização do segmento Sol e Praia que vem sendo praticada há alguns anos pelo Estado e pela forte demanda que caracteriza essas regiões. Em função de suas características estruturais e fluxo expressivo, em 2007 os destinos de Maceió e Maragogi foram contemplados pelo Ministério do Turismo, a partir de estudos da Fundação Getúlio Vargas, como Destinos Indutores do Desenvolvimento Regional dentro do Programa Nacional de Regionalização. Por definição do MTur, os destinos indutores do desenvolvimento turístico regional são aqueles que possuem infraestrutura básica e turística e atrativos qualificados, que se caracterizam como núcleo receptor e/ou distribuidor de fluxos turísticos. Os estudos de competitividade propiciaram a verificação de graus de competitividade em 13 dimensões estratégicas nos dois destinos e a possibilidade de planejar seu desenvolvimento a partir da priorização de variáveis e indicadores mais impactantes no processo. A necessidade de estruturação e organização destes Polos, em função do aumento contínuo da demanda gerou a possibilidade da entrada do Estado no PRODETUR Nacional, o que contribuiu para aplicação de investimentos e melhorias estruturais nas regiões Costa dos Corais e Lagoas e Mares do Sul. (...) a evolução da atividade turística no Estado, a exemplo de outros Estados do Nordeste, foi baseada no segmento de sol e praia, consolidando-o como o mais expressivo e o que vem se beneficiando com as políticas públicas, emanadas pelo Governo do Estado. Assim, Maceió e os Polos Costa dos Corais e Lagoas e Mares do Sul, onde esse segmento foi explorado com mais ênfase, foram ao longo do tempo priorizados com diversas ações voltadas para o turismo e mais recentemente, para receberem recursos provenientes do PRODETUR, uma vez que a dinâmica atual do turismo nesses territórios exige investimentos estratégicos, para que possam competir e se posicionar melhor nos mercados nacional e internacional. Essa constatação é claramente percebida pelas pessoas entrevistadas e que estão ligadas a outras Regiões turísticas do Estado, cujos atrativos não são o sol e praia. A maioria declarou que a Política Estadual de Turismo está focada no segmento de sol e praia; voltada para grandes empresários; dirigida para 31

32 Maceió e região circunvizinha; muito susceptível para uma visão voltada para o turismo de massa. (IADH, 2012:31) Em 2009, o Ministério do Turismo elencou outros 50 destinos para realizar o Estudo de Competitividade e assim produzir elementos que permitissem tomadas de decisão e melhorias estratégicas sem, contudo, classificá-los como destinos indutores. Entre eles figura o município de Piranhas, integrante da região do Baixo São Francisco Turismo na Região do Baixo São Francisco Embora o setor turístico em Alagoas tenha obtido bons investimentos em seus destinos indutores (Maceió e Maragogi) e nos polos inseridos no PRODETUR (Costa dos Corais e Lagoas e Mares do Sul), a região do Baixo São Francisco favorecida por um turismo diferenciado, carecia de investimentos para fomentar e dinamizar o setor e foi alvo de um processo de captação de recursos por parte dos atores governamentais. Formado por 11 municípios ao longo da calha do Rio São Francisco e um fora dela, os municípios do território são: Água Branca, Delmiro Gouveia, Olho D Água do Casado, Piranhas, Pão de Açúcar, Belo Monte, Traipu, São Braz, Porto Real do Colégio, Igreja Nova,Penedo e Piaçabuçu. A unicidade cênica da região, caracterizada pela presença da Foz do Rio e dos cânions na região da Hidrelétrica de Xingó e ao longo do percurso dos cânions à foz traz paisagens e vida ribeirinha, registros históricos importantes do nordeste brasileiro e elementos naturais do sertão alagoano, que representam elementos potenciais e norteadores da estruturação e inovação da oferta turística no estado de Alagoas. Neste contexto surge o Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco por meio de um convênio firmado entre a SEPLANDE, SETUR AL e o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS). Para execução do projeto foram captados e estão sendo investidos mais de R$ 3 milhões pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), com contrapartidas do governo do Estado de Alagoas e do IABS. A implementação do projeto propõe criar ambiente favorável, bem como cenário confiável e seguro para o desenvolvimento do turismo como economia regional, impulsionando a geração de emprego e renda, desenvolvimento social e valorização da região e do Rio São Francisco Projeto de Dinamização e Sustentabilidade do Turismo O projeto se estruturou a partir de problemas detectados na região, uma vez que levantamentos com os atores locais apontaram a falta de um plano de desenvolvimento integrado do território, 32

33 escassa oferta de produtos turísticos integrados, deficiência na qualidade dos serviços turísticos, necessidade de uma estratégia de marketing, presença de áreas de alta vulnerabilidade e falta de infraestrutura turística. Desta forma, o objetivo geral do projeto é apoiar o desenvolvimento do turismo sustentável como ferramenta de desenvolvimento sócio econômico das populações de baixa renda do Rio São Francisco nos Estados de Alagoas e Sergipe consolidando e posicionando a rota fluvial através da implementação de São Francisco tendo como componentes: um modelo inovador de desenvolvimento turístico na região do Baixo I - Planejamento Turístico ao longo do eixo fluvial do São Francisco II - Desenho de Produtos III - Desenvolvimento e fortalecimento de serviços para garantir a viabilidade operacional e comercial dos produtos propostos IV - Promoção, Comercialização do Destino e divulgação do projeto. O arranjo institucional do Projeto formado pelo Governo do Estado de Alagoas por meio da SEPLANDE e SETUR, BID, AECID e IABS, se amplia com a formação de um Comitê Local onde participam representantes dos 12 órgãos executivos municipais, associações, empresários, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil dos destinos integrantes do território. Ainda há a participação do governo de Sergipe no que concerne à inserção de atividades do Projeto naquele estado. Visto que o produto turístico Baixo São Francisco envolve 12 municípios de Alagoas e 12 municípios de Sergipe, essa característica exige uma integração interestadual que ainda é bastante incipiente. Atividades de inserção do Estado de Sergipe no Projeto já foram iniciadas buscando mudar essa realidade a exemplo do subprojeto de criação de uma marca única para o destino. Uma das ações do Projeto prevê a criação de uma marca única para o produto turístico Baixo São Francisco a partir da coleta de informações sobre os municípios que compõe o território tanto do lado de Alagoas, quanto do lado de Sergipe. No Plano de Segmentação, o Ministério do Turismo (2008b:35) sugere que cada segmento tenha sua marca, pois ela é um instrumento fundamental para posicionar o destino no mercado turístico, diferenciando-o da concorrência e deve transmitir o conceito do produto, seus atributos e benefícios, como identidade cultural e paisagística da região. É a oportunidade de tangenciar a unidade do destino. Além da marca única do destino, está previsto um ícone para cada um dos 24 municípios. 33

34 Esta ação marca o início de uma série de outras ações que devem ser tomadas para que o destino se torne uno e integrado APL Caminhos do São Francisco Impulsionado pelo Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco e integrando a visão governamental de valorização econômica de territórios e setores chave criação de processos de gestão protagonizados e compartilhados com os atores locais, o APL Caminhos do São Francisco foi lançado em 2008 pelo Governo do Estado de Alagoas, sendo coordenado pela SEPLANDE, SETUR e SEBRAE AL com o objetivo de desenvolver a atividade turística na região sob os pilares da sustentabilidade e da responsabilidade compartilhada, com foco no fortalecimento do mercado regional e na diversificação da oferta turística do Estado. Este APL integra a carteira de APLs do Estado de Alagoas que pretende estimular o desenvolvimento econômico-social de setores impulsionadores da economia do estado. Figura 2: APLs em Alagoas APLs em Alagoas 34

35 13 arranjos No caso do Turismo, o APL Caminhos do São Francisco abrange o mesmo território do Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco e deve funcionar, nesse caso, como uma ferramenta de integração dos 12 municípios alagoanos. Fica, ainda, o desafio de manter um diálogo constante com os outros 12 municípios sergipanos e uma gestão mais articulada entre os parceiros estratégicos do Arranjo, quais sejam: SENAC, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Universidade Federal de Alagoas (UFAL), alem das organizações regionais e locais, como é o caso da Associação dos Empresários de Turismo do Baixo São Francisco. Cada APL possui um gestor e, no caso do Baixo São Francisco, houve uma substituição recente. Neste momento uma nova chamada para definição da gestão do Arranjo se encontra em curso, o que confere certa fragilidade à confiabilidade do mesmo, tendo em vistas as transições já ocorridas. Uma das recomendações é que se mantenha o foco no institucional para que a personalização no gestor não cause crises de transição como a atual. O APL pretende em 2013 facilitar o acesso ao crédito para os empresários da região e investir em certificação de produtos e prover assistência técnica e qualificação. Para 2014 as diretrizes serão inovação, valor agregado e competitividade e em 2015 o espera-se como resultados produtos certificados, aumento da produção, aumento da renda, diversificação econômica e inclusão produtiva. Outra ação prevista para curto prazo é a inserção dos APLs alagoanos no Observatório Brasileiro de Arranjos Produtivos Locais, um portal que auxilia na organização e divulgação dos dados. 35

36 Figura 3: Observatório Brasileiro de Arranjos Produtivos Locais ANÁLISE DA GOVERNANÇA DO PROJ ETO E I MPACTOS NO DESEMPENHO Todo o cenário evidenciado acima reforça o que foi verificado em campo. Percebeu-se a partir de Maceió a existência de vários atores com inserção de projetos e programas na região, a maioria deles de forma isolada e sem sinergia. Neste sentido a importância do APL Caminhos do São Francisco, arranjo protagonizado pelo Governo do Estado de Alagoas (SETUR AL, SEPLANDE) e SEBRAE AL como aglutinador e articulador estratégico das ações e sua convergência torna-se fundamental, o que ainda não acontece. Projetos de âmbito nacional como os do Ministério da Integração Nacional, Ministério de Minas e Energia e Ministério do Meio Ambiente também influenciam na região seja pela expectativa que causam, seja pelos investimentos feitos (assertivos ou não), seja por sua importância estratégica principalmente no campo da infraestrutura. Quanto às governanças locais e seu grau de apropriação e protagonismo no turismo e no desenvolvimento local, o nível verificado é muito baixo ou quase nulo na região. Não há mecanismos de governança instituídos e ativos na maioria dos destinos, o que faz com que a visão de conjunto e graus de cooperação em coletivo não se consolidem. O capital social é pouco estimulado e a visão estratégica inexiste dando espaço a reflexões e posturas individuais o que torna o processo mais complexo. A integração dos atores chave ao longo do território é prejudicada pela falta de visão de conjunto e própria natureza do território que não pode ser visto como um conjunto homogênio de 36

37 municípios e isto deve ser declarado, pois existem três trechos bem distintos em muitas variáveis como produto, governança, infraestrutura, cooperação, validação do turismo, entre outros. A articulação entre os municípios é complexa, pois além de terem portes e economias diversificadas, os municípios menores sofrem influência de municípios externos ao Polo do Baixo São Francisco, como é o caso de Água Branca (fortemente influenciada por Paulo Afonso BA), Olho d Água do Casado, Porto Real do Colégio, Traipu e Piranhas (além da influência de Delmiro Gouveia, sofrem a influência de Arapiraca-AL) e Belo Monte (fortemente influenciada por Batalha- AL). Qualificações do Sebrae, Senac e Setur na região do São Francisco (IADH, 2013:22), identificaram: Dificuldade de participação da população no processo. A empregabilidade ainda é muito baixa por falta de qualificação das pessoas; A comunidade trabalha de forma amadora, com pouco preparo e profissionalismo; Falta de conscientização turística; Falta de cultura empresarial; Necessidade de Capacitação de gestores e empregados; Ausência de Políticas Públicas voltadas para a educação de qualidade marginaliza a população local; Os cargos qualificados no setor são ocupados por pessoas de fora; A autoestima do povo est á baixa. O componente político é fator transversal e restritivo em todas as relações sejam elas de governança ou de mercado e este será o maior desafio do Projeto - equilibrar o sistema avançando na direção do protagonismo, atuação proativa e sem paternalismos, articulações coerentes com as demandas identificadas. 37

38 Figura 4: Relação entre as instâncias de governança Elaboração: Raízes Desenvolvimento Sustentável. 38

39 3. RIO SÃO FRANCISCO SITUAÇÃO ATUAL História do São Francisco Medeiros Neto, Pe. Casa Ramalho Editora, Maceió, 1941: Prólogo Icone geográfico e cultural, o Rio São Francisco nasce em Minas Gerais e, depois de percorrer 2.700km, desemboca no mar entre Alagoas e Sergipe. Sua bacia hidrográfica é dividida em alto, médio, sub-médio e baixo São Francisco, como pode ser observado no mapa abaixo. 39

40 Figura 5: Transposição do Rio São Francisco Fonte: Uol Notícias (Transposição do Rio São Francisco (18/10/10) Atualmente os principais usos do rio São Francisco correspondem aos aproveitamentos hidrelétricos, irrigação, navegação, suprimento de água, pesca e aquicultura. Contudo, o aproveitamento do Rio para a geração de energia com a construção de barragens a partir do século XX com a construção da Usina de Angiquinho e posteriormente a Usina de Paulo Afonso, atualmente Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso e anos 80 a Usina de Xingó, vem causando danos e impactos ambientais visíveis no Rio, que vão se acumulando como mostra o diagnóstico produzido para o zoneamento: A bacia do São Francisco, desde as nascentes e ao longo de seus rios, vem sofrendo degradações com sérios impactos sobre as águas e, consequentemente, sobre a fauna. Os principais problemas correspondem ao lançamento de esgotos domésticos e industriais, aos despejos de garimpos, mineradoras e indústrias (contaminação por metais pesados), a remoção de mata ciliar com conseqüente assoreamento dos rios e o uso intensivo de fertilizantes e defensivos agrícolas, métodos inadequados de irrigação e a construção de hidrelétricas. Os garimpos, a irrigação e as barragens hidrelétricas são responsáveis também pelo desvio do leito dos rios, da redução da vazão, da alteração da intensidade e época das enchentes e transformação de rios em lagos com impactos diretos sobre os recursos pesqueiros. 40

41 Como resultante das sucessivas intervenções ocorridas nas últimas décadas, principalmente no tocante à construção e operação de barragens, tem-se percebido alterações ambientais profundas que vem seguidamente rompendo o equilíbrio dinâmico natural do sistema fluvial, sobretudo à jusante. (ZEE, 2011:94) Um dos impactos negativos da construção de barragens ao longo do Rio São Francisco foi a nítida diminuição de sua profundidade. A erosão nas margens, a diminuição da vasão, destruição da mata ciliar, salinização do solo, alteração da flora e fauna aquática, também são impactos causados pelo uso insustentável do rio e seu entorno. Preocupante são os impactos na produção econômica da região, em especial na diminuição da qualidade e quantidade de pescados e supressão de culturas como a do arroz, importantes fontes de renda e elementos de cultura local. O estudo de zoneamento sinalizou o Baixo São Francisco como potencialmente o trecho mais vulnerável ambientalmente de todo a bacia do rio. (...) isso exige um maior conhecimento do problema por parte do poder público e da sociedade que, por sua vez, possam demandar mais ações de pesquisa e de monitoramento permanente do rio, estudos de soluções para a contenção das erosões das margens e do assoreamento, estudos de alternativas para o restabelecimento ou reativação da economia da população afetada, enfim, que visem à minimização dos impactos ambientais causados por meio de estratégias de curto, médio e longo prazo. (ZEE, 2011:97) 41

42 História do São Francisco Medeiros Neto, Pe. Casa Ramalho Editora, Maceió, 1941: 47,48 Caminho natural de movimentos históricos, políticos e sociais, abastecimento de mercadorias e suprimentos, escoamento da produção e deslocamentos de pessoas, o Rio cumpre seu papel na vida da região e de seus habitantes, migrando para a possibilidade de apreciação e vivências daqueles que buscam o conhecimento, a troca de experiências, o conhecimento e atividades de lazer e ócio. Esse novo habitante temporário o turista renova as oportunidades de geração de renda e trabalho para as populações lindeiras, e principalmente a necessidade de revitalização do rio, sua cultura e a identidade integrada com os demais aspectos potenciais da região. Investimentos em mitigação dos impactos, preservação do rio e educação ambiental (tanto para 42

43 moradores quanto para turistas) serão fundamentais para o desenvolvimento e sustentabilidade de um produto turístico que tem o rio como seu eixo principal. 4. A REGIÃO DO BAIXO SÃO FRANCISCO A área total da região (soma das áreas dos 12 municípios) é de km2, sendo da seguinte forma distribuída: Figura 6: Localização da Área de Estudo Fonte: ZEE 2011, V.1 p.24 43

44 4. 1. As Cidades: História, Economia, Gestão e Instrumentos Legais e Inf raestrutura A partir de pesquisas de dados secundários e entrevistas nos 12 municípios que compõe a região do Baixo São Francisco verificou-se aspectos de ocupação, economia atual, mecanismos de gestão turística e seus instrumentos legais. A seguir síntese do histórico de ocupação de cada um dos municípios citados com base em informações disponibilizadas pelo IBGE e do Zoneamento Turístico, além de outras informações sobre a estrutura disponível e o atual estágio de desenvolvimento turístico dos municípios PIAÇABUÇU Figura 7: Orla de Piaçabuçu Foto: Jussara Rocha Síntese Histórica Segundo informações do IBGE, o município de Piaçabuçu tem sua ocupação iniciada entre os anos de 1660 a 1670 pelo português André Dantas, que construiu uma pequena barraca para homenagear a conversão de São Francisco de Borja, surgindo então o povoado. Em 1882, o povoado é elevado à categoria de vila e posteriormente a município, sendo seu território desmembrado de Penedo. 44

45 Dados Geográficos Tabela 2: Dados Geograficos de Piaçabuçu Área Total: 242,0 km2 Densidade Demográfica: 69, 32 hab/km2 Altitude: 3 m Distância da Capital: 187,7 km Ano de Criação: 1882 Micro-Região: Penedo Meso-Região: Leste Alagoano Clima: Quente e úmido Temperatura: Máx. 38º Min. 26º Latitude: 10º Longitude: 36º 26º 04º Limites: Feliz deserto, Penedo, rio São Francisco (SE), Oceano Atlântico. Acesso: AL 101 Sul/ BR- 101 Sul Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas Economia As atividades econômicas predominantes são agricultura cuja base é a significativa produção de coco seco, a pesca, o turismo e o comércio. Instrumentos de Gestão O município possui em seu quadro executivo a presença de Secretaria Municipal de Turismo Indústria e Comércio, responsável pela gestão e ordenamento do turismo no município. O Município também possui como ferramentas legais de ordenamento a Lei Orgânica Municipal, Código Ambiental e Conselho Municipal de Meio Ambiente. Como instrumentos de ordenamento turístico, verificou-se a existência do Conselho Municipal de Turismo, embora o mesmo esteja inativo. A Lei que trata da Política de Turismo está em revisão pela procuradoria do município por necessidade de modernização, eliminação de conflitos legais e ajustes quanto a critérios de uso turístico de embarcações, operação de passeios, legalização de estabelecimentos turísticos, condução e informação turística, entre outras. Não existe Fundo Municipal de Turismo no município. Embora haja uma Secretaria Municipal e um Conselho de Meio Ambiente, não há interface entre as duas instâncias executivas com a Secretaria de Turismo e nem projetos comuns, já que no município existem duas Áreas de Preservação Ambiental, uma estadual e outra federal e ainda. Não existe Inventário da Oferta Turística, bem como Plano de Desenvolvimento Turístico Municipal. 45

46 A informalidade dos empreendimentos é significativa, com reflexos negativos na arrecadação municipal e mensuração dos impactos do turismo como vetor econômico local, embora o turismo seja reconhecido como alternativa econômica do município pelos gestores e empreendedores locais entrevistados. No âmbito da gestão pública, a promoção é incipiente e realizada juntamente com as ações do governo estadual por meio da participação em Feiras e Eventos regionais, Salão do Turismo e Feira dos Municípios na capital. Não existe material promocional atualizado e informações disponibilizadas em site do município, como também não existe até o momento a inserção do destino nas Redes Sociais. A comercialização do produto turístico é individualizada e realizada pelos empreendedores. Há obrigação legal da presença de guias e condutores nos passeios e a presença de uma Associação de Informantes Turísticos no destino com excelente nível de organização, qualificação e protagonismo com 16 integrantes, mas o trabalho ainda está restrito aos passeios mais volumosos uma vez que não há inserção do valor relativo ao processo de condução nos pacotes e passeios locais ofertados. Os informantes como são chamados os condutores locais, não tem remuneração ou tabela referência que os remunere por numero de pax/grupos, ao contrário, ficam à mercê da boa vontade dos turistas em perceber a sua importância e deixar sua contribuição ao final dos passeios. Aspectos Culturais As principais manifestações culturais de Piaçabuçu evidenciadas na entrevista foram a Festa de Bom Jesus dos Navegantes que integra o calendário coletivo da Região e tem sua organização feita pela Marinha Brasileira Capitania de Penedo; o Casamento do Matuto ( cavalgada); a Festa de Nossa Senhora Mãe dos Homens; a Gincana do Clube de Pesca realizada na Praia do Peba e o Carnaval. Não há calendário de eventos turísticos e culturais instituído na cidade. A gastronomia é a bases de peixes e coco, embora o coco seja pouco utilizado como elemento agregador ao turismo na localidade dado a presença expressiva de fazendas de produção em grande área do município. A mesma coisa se repete quanto ao artesanato local, que não possui produção com referências da identidade local e das singularidades presentes no destino. Sejam ícones de produção, sejam ícones da paisagem única ou elementos do cotidiano ligado ao Rio embora existam elementos favoráveis à produção associada ao turismo e à inserção produtiva na localidade. 46

47 Infraestrutura Básica Acessos e sinalização rodoviária Os acessos à Piaçabuçu são razoáveis e se fazem pela rodovia AL 101 que liga Maceió ao litoral sul do Estado e à Penedo recentemente duplicada em grande trecho. Os trechos sem duplicação e com passagem de grande volume de caminhões principalmente em épocas de safra da cana de açúcar e coco são os mais perigosos com trafego intenso, sinalização precária, falta de acostamentos e cobertura asfáltica precária. O acesso rodoviário se dá a partir de Maceió por linhas regulares da Viação Real e por meio de vans ou taxis coletivos Há uma Associação de Taxistas na cidade. A sinalização indicativa rodoviária é mínima e antiga, não raro coberta pelo mato à margem da rodovia e em pequeno numero de forma a não orientar o turista que desconhece o destino. Segurança Os aspectos de segurança do destino também deixam a desejar seja na segurança patrimonial, seja na segurança pública ou na segurança turística. Segundo relatos acontecem arrombamentos de carros de turistas e abordagens incisivas por parte de condutores autônomos e sem credenciamento na cidade. Essa situação específica pode ser verificada in loco pela equipe em campo. Não há instrumentos de fiscalização e controle do fluxo de pessoas na passagem e na chegada ao destino, uma vez que a Rodovia de acesso a Penedo corta a cidade ao meio. O efetivo policial é pequeno e insuficiente para a fiscalização necessária, tanto do agrupamento militar quanto civil. Não há policiamento turístico e nem preventivo. Comunicação e energia No quesito comunicação e energia há presença de sinais de telefonia móvel das operadoras TIM e CLARO, com sinal restrito em muitas partes da cidade e com internet banda larga de alcance precário (metade da cidade apenas). A internet via rádio tem seu funcionamento interrompido quando há picos de redução ou ausência de energia elétrica na cidade. A distribuição de energia se dá pela Eletrobrás, sub estação de Penedo. Serviços A cidade conta com uma agencia do Banco do Brasil, Casa Lotérica com funcionamento de pequenas operações bancárias e Ponto do Bradesco. 47

48 Infraestrutura Turística Informação Turística e Sinalização A cidade não possui Centro de Informação ao Turista, sendo o atendimento previsto no novo Terminal Turístico recentemente inaugurado, mas com funcionamento ainda precário e em fase de finalização estrutural. A sinalização indicativa e interpretativa é inexistente na cidade, sem projeção de investimentos na atualidade para sua implementação. Todas as iniciativas locais foram acometidas de vandalismo e depredação da sinalização o que denota necessidade de permanente sensibilização local para importância do turismo e da proteção do patrimônio público. Figura 8: Secretaria Mun. Turismo e Centro de Atendimento Foto Jussara Rocha Hospedagem e Alimentação A oferta de meios de hospedagem e alimentação fora do lar é bastante tímida no núcleo urbano contando com apenas 03 Pousadas e 02 restaurantes. No Pontal do Peba se encontram 04 Pousadas e 01 restaurante e no Povoado de Sudene 03 restaurantes. Esta oferta atende apenas os visitantes de passagem pelo município que buscam o passeio até a Foz do Rio, produto mais procurado pelos turistas e que se hospedam em Maceió em sua maioria. Operação e cultura empresarial Piaçabuçu é a cidade da foz do Rio São Francisco e, por isso, concentra muitos passeios turísticos tendo como principal motivação a visita ao encontro do rio com o mar, seja através de barcos ou bugues. Além da foz, a aventura é um produto em ascensão no destino, que conta com tobogãs de areia e passeios de parasail ou trilhas. 48

49 Existem três Agências de Receptivo no município que executam a operação turística local, sendo o passeio de barco à Foz seu produto principal. Iniciativas de inovação tem sido realizadas por uma das agências locais que busca atrair turistas diferenciados estabelecendo parcerias com empresas de hospedagem locais, aumentando o portfólio de atividades e experiências diferenciadas, ofertando praticas seguras de operação e investindo em equipamentos próprios e de qualidade. Figura 9: Foz do Rio São Francisco Fotos: Jussara Rocha O município possui 05 pontos de atracação de embarcações e um píer para embarque. Um Terminal Turístico foi recentemente inaugurado onde funcionava um antigo mercado municipal, onde se encontra o ponto de embarque central e de onde saem os passeios em embarcações de pescadores que hoje fazem o passeio com turistas com a diminuição significativa da pesca na localidade. A regulamentação das embarcações é feita pela Marinha, que define requisitos mínimos de segurança e capacidade de passageiros de 10 a 40 lugares, mas não há qualificação quanto à segurança da operação, atendimento ao cliente, primeiros socorros e nem diferenciação quanto à estrutura e conforto dos passageiros. Figura 10: Atracadouro Central 49

50 Foto: Jussara Rocha Uma Associação de Apoio ao Turista, antes integrada por empresários locais de turismo e barqueiros, atualmente é composta apenas por barqueiros em função de inúmeros conflitos relativos à organização da demanda de turistas na localidade e falta de fiscalização de chegas e saídas de embarcações no píer central. O processo hoje é feito por meio de uma fila única de turistas e barcos que ordena os passeios diários do público que chega sem reservas. Uma grande operadora possui píer e embarcações próprias de grande porte, restaurante e instalações de apoio ao turista, realizando a operação nos dias de semana segunda a sexta feira, e só com grupos de reserva prévia, em sua maioria a partir de Maceió, numa média diária de 350 turistas, numero aumentado significativamente na alta temporada. Figura 11: Embarcação privada de passeios à Foz Foto: Jussara Rocha 50

51 A cultura empresarial é quase inexistente considerando a cadeia di turismo local, onde foi claramente percebida a ausência de integração entre os empresários, mas ao contrário, a presença de conflitos que impactam na ordenação e no bom relacionamento entre o publico e o privado. Existem parcerias isoladas entre empresários locais, que buscam por afinidade, estabelecer laços de negócio. A capacitação é incipiente, sendo que a maior dificuldade é formar turmas de formação seja na qualificação profissional seja na gestão empresarial. A participação na gestão do território do Baixo São Francisco é bastante restrita, sendo marcante a presença de um empresário da localidade, inclusive como membro da Associação dos Empresários do Baixo São Francisco. Entretenimento Uma ausência verificada e mencionada pelos entrevistados na localidade é quanto à estruturas de entretenimento e de lazer noturnas na cidade. Não há oferta de atividades culturais, apresentações tradicionais, espaços de lazer estruturado na área urbana acarretando dispersão dos turistas ou mesmo contribuindo para a baixa ocupação dos meios de hospedagem. Os turistas preferem, via de regra, se hospedar em Maceió e apenas realizar o passeio à Foz do Rio também em função da falta de atrativos e produtos turísticos de valor agregado no destino. 51

52 PENEDO Figura 12: Centro Histórico Fotos Jussara Rocha Síntese Histórica Não há um consenso entre os historiadores sobre a origem do município de Penedo. Alguns dizem que esta relacionada ao primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira. Outros dizem que esta relacionada ao seu filho, Duarte Coelho de Albuquerque, que foi o segundo donatário da Capitania. Se considerarmos a segunda hipótese, a ocupação do município de Penedo iniciou-se em 1560, com uma expedição organizada por Duarte Coelho de Albuquerque. Em 1613, o povoado foi fundado oficialmente por Cristóvão da Rocha. Em 1636, o povoado foi elevado a vila, sendo chamado de Penedo do Rio São Francisco e em 1842, a vila foi elevada a categoria de cidade, sendo chamada novamente de Penedo. Importante entreposto comercial dos séculos XVIII e XIX a cidade localizada estrategicamente às margens do Rio São Francisco foi alvo de intensa movimentação de mercadorias e escoamento da produção agrícola da região tornando-se uma referência política, social e econômica no período. Alem disto, esta localização às margens do rio permitiu à cidade facilidade de acesso à valores culturais cujos traços se inserem na dinâmica e personalidade do município e que ainda mantém em seu DNA Social. Penedo preserva hoje uma belíssima arquitetura do período colonial com influências portuguesa e holandesa mesclada a casarões em estilo art-noveau do final do século XIX, período do apogeu econômico local. Segundo o Portal EcoViagens da UOL, é conhecida como a Ouro preto do Nordeste, por seu rico patrimônio histórico cultural de origem portuguesa, holandesa e dos missionários franciscanos. A cidade abriga artesãos e artistas e fortes manifestações folclóricas. A cidade de Penedo é tombada e a delimitação do sitio corresponde ao centro histórico e núcleo de formação da cidade, tendo como níveis de proteção as três instancias: Federal, Estadual e Municipal. Além do Tombamento no Conjunto Urbano, o sítio possui imóveis 52

53 com tombamento individual nos níveis Federal e Estadual.(ZEE,2011:280) Dados Geográficos Tabela 3: Dados Geográficos Penedo Área Total: 688,0 km 2 Densidade Demográfica: 82, 84 hab/km 2 Altitude: 27 m Distância da Capital: 171,8 km Ano de Criação: 1636 Micro-Região: Penedo Meso-Região: Leste Alagoano Clima: Tropical quente e seco Temperatura: Máx. 32º Min. 22º Latitude: 10º Longitude: 36º Limites: Coruripe, Feliz deserto, Igreja Nova, Teotônio Vilela, Piaçabuçú, Rio São Francisco(SE) Acesso: AL- 101 Sul/ BR -225 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas Economia O município tem sua economia baseada na produção agrícola (cana-de-açúcar e arroz), na atividade pesqueira, na pecuária (bovina, caprina e suína), na indústria (destilaria de álcool, usina de cana-de-açúcar), com predominância do comércio, serviços e a atividade turística. Instrumentos de Gestão O Município possui Secretaria Municipal de Cultura e Turismo responsável pelo ordenamento das atividades turísticas e Culturais do município. Quando da entrevista aos atores chave em Novembro de 2012, a prefeitura se encontrava em momento de transição dado o período eleitoral recém finalizado, estando a Secretaria de Cultura e Turismo sem titular o que dificultou o recebimento de informações sobre os mecanismos de gestão do turismo local. Desta forma o presente documento se baseia em informações levantadas nos estudos de dados secundários, sendo atualizado em momento próximo com a nomeação do então Secretário Municipal para validação das informações e verificação das prioridades locais. Segundo o Inventário Turístico Municipal (Agosto 2011) o município de Penedo possui um Plano Diretor que estabelece diretrizes para o desenvolvimento do Município instituído pela Lei n /2007. Trata-se do instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana 53

54 e de planejamento do Município integrando os fatores políticos, econômicos, financeiros, culturais, ambientais, institucionais, sociais e territoriais que o condicionam. O mesmo documento faz também referência a outros instrumentos de gestão turística existentes na cidade como o Plano de Turismo de Penedo: Estratégias , elaborado a partir da necessidade de se estabelecer e definir ações de estruturação da oferta turística, com instrumentos e mecanismos apropriados, garantindo assim o desenvolvimento do potencial turístico de forma sustentável. O Plano propõe ainda o desenvolvimento e fortalecimento das instituições envolvidas e o ordenamento da atividade turística empreendida no município, considerando a definição de visão, missão e objetivos e estratégias voltadas ao alcance de resultados. Durante a entrevista com professores do curso de turismo da UFAL o Plano foi mencionado, porém não se sabe a efetividade de sua implementação nem tão pouco seus reflexos no desenvolvimento turístico da localidade, objeto a ser melhor compreendido no processo, uma vez que o mesmo trata da segmentação turística do destino. A legislação do município ainda prevê: Conselho Municipal de Turismo COMTUR Lei Nº1.074/97, apresenta a finalidade de traçar política de desenvolvimento turístico junto ao Governo Municipal; Fundo Municipal de Desenvolvimento Turístico FMDT Lei Nº 1.075/97 consiste no instrumento de captação e aplicação de recursos, com objetivo de financiamento de ações que promovam o desenvolvimento turístico do Município; Código Municipal de Meio Ambiente: Lei Nº de 29/05/2003 que dispõe sobre a administração do uso dos recursos ambientais, de proteção da qualidade do Meio Ambiente, do controle das fontes poluidoras e da ordenação do uso do solo do Município de Penedo, de forma a garantir o desenvolvimento sustentável. Plano Diretor de Penedo: Lei Municipal Nº 1.281/2007, tem por finalidade estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do município e dá outras providencias relativas ao planejamento e à gestão do território do município, nos termos da Lei Federal /2001 Estatuto da Cidade. Da mesma forma como visto no Plano de Desenvolvimento Turístico do município, a legislação acima mencionada, embora em vigor, não demonstra aplicação prática e nem interfaces consideradas importantes ao desenvolvimento turístico da cidade. A informação obtida em campo apontou, no caso específico do COMTUR e do Fundo Municipal de Desenvolvimento do Turismo a sua inatividade. 54

55 A nova gestão municipal ( ) já sinalizou priorização do turismo como vetor de desenvolvimento e economia local. A primeira ação será a transformação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Meio Ambiente e Tecnologia em Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo, buscando inserir o turismo dentro de uma secretaria priorizada pelo governo, sobretudo em termos de recursos. Aspectos Culturais A cidade tem forte presença cultural, herança do período colonial que se entranha em seu traço social e hábitos cotidianos, embora a presença e priorização da produção cultural local não estejam tão pujantes como em outras épocas. Assim como o turismo, o setor cultural prescinde de políticas públicas bem definidas e instrumentos próprios de ordenamento e gestão por seu caráter amplo e diverso. No caso de Penedo a forte marca deixada em seu patrimônio edificado revela a necessidade de priorização da cultura como fator de preservação de sua identidade, mas principalmente como fonte econômica por meio do Turismo. A história da cidade, seu patrimônio arquitetônico, o traçado e a localização, a presença de estruturas culturais como o teatro e o cinema, museus, igrejas alem de outros espaços públicos e edifícios administrativos, casario colonial fazem do seu conjunto uma preciosidade que precisa ser preservada, conservada, mantida e utilizada responsavelmente para fins culturais e turísticos gerando o movimento que a economia da cultura impulsiona em destinos que sabem priorizá-la, em especial se somadas ao truísmo. Neste sentido, o tombamento em níveis federal, estadual e municipal pelo IPHAN e além do Tombamento do Centro Histórico e Nucleo de Formação, o sítio possui imóveis com tombamento individual nos níveis: Federal e Estadual. Os investimentos realizados e previstos pelo órgão são significativos insumos para o desenvolvimento cultural local e em especial para avanço do turismo de Penedo. Como instrumentos de ordenamento cultural encontram-se presentes na legislação municipal os seguintes instrumentos legais: Conselho Municipal de Cultura: Lei Municipal Nª 1.351/2010, dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Cultura, do fundo de cultura de desenvolvimento da cultura e dá outras providências. Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural: Lei Municipal N º 1.158/2002 com o objetivo de financiar as ações de preservação e conservação de áreas submetidas à intervenção do Projeto de Proteção ao Patrimônio; 55

56 Segundo levantamento do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE, 2011:281), o Plano Diretor local estabelece os objetivos da política de preservação e conservação do patrimônio históricocultural de Penedo, quais sejam: i. criar cadastro municipal integrado ao Sistema de Gestão de Informação Urbana dos bens referenciais da identidade do povo penedense; ii. promover exploração econômica sustentável do patrimônio cultural; iii. promover a integração das ações públicas e privadas destinadas à proteção do patrimônio cultural existente. O ZEE cita ainda que, segundo o Plano Diretor as ações e estudos do Programa de Valorização do Patrimônio Cultural devem articular-se com as ações e estudos promovidos por Programas Federais, a exemplo do Programa Monumenta que tem por objetivo a preservação de áreas prioritárias do patrimônio histórico e artístico urbano do país, incluindo espaços públicos e edificações de forma a garantir sua conservação permanente e a intensificação do seu uso pela população, sendo metas do Programa de Valorização Cultural: I- inventário de bens materiais e imateriais, móveis e imóveis, singulares ou coletivos, referências de valor cultural e simbólico, composto de pesquisa histórica, levantamentos gráficos, fotográfico e documental, diagnóstico sobre estado de conservação e condições de uso; II- classificação dos bens inventariados; III- elaboração de projetos de intervenção física que assegurem a integridade dos bens inventariados e das referências culturais que corram riscos de destruição; IV- elaboração de projetos de prevenção e incêndio e segurança; V- elaboração de leis específicas de proteção e planos de preservação que compatibilizem uso e manutenção do acervo do patrimônio cultural municipal; VI- esclarecimento da comunidade local, dos proprietários e possuidores de bens de valor cultural sobre sua importância para a formação da identidade do povo penedense e potencialidades econômicas; VII- integração entre a educação pública municipal e as iniciativas de proteção ao patrimônio cultural. 56

57 Em entrevista de campo realizada com responsável do IPHAN em Alagoas, inúmeras ações a realizar e já em andamento foram informadas, demonstrando o nível de priorização do órgão para o destino. Um Plano de Ação das Cidades Históricas de Alagoas Penedo e Piranhas documento elaborado pelo IPHAN em conjunto com o Estado e o município revela um conjunto significativo de estratégias e ações necessárias ao desenvolvimento cultural e turístico da cidade, demandando forte articulação institucional e forte integração e inserção da iniciativa privada do estado e município. (...) para Penedo, as principais ações planejadas no âmbito do PACH são: 1. Restauração do Cine Penedo; 2. Restauração do Círculo Operário; 3. Restauração do Teatro Sete de Setembro; 4. Formação e execução do Festival de Teatro de Penedo; 5. Formatação e execução da Mostra Gastronômica e Cultural de Penedo; 6. Desenvolvimento e implantação do Programa de Educação Patrimonial em Penedo; 7. Restauração e adaptação do Edifício da antiga 9ª Coordenadoria de Ensino do Estado; 8. Projeto de restauração das estruturas e entorno da antiga fábrica de tecidos/óleo e sabão do bairro de Stº. Antônio - uso proposto como oficina de barcos e marina; 9. Reordenamento das feiras e utilização dos galpões do Centro Histórico de Penedo; 10. Restauração e adaptação do edifício do Tiro de Guerra de Penedo e quadra multieventos - uso atual com adaptações mais adequadas; 11. Recuperação e adaptação do edifício do atual supermercado Ki-Barato - uso como mercado de artesanato; 12. Restauração e adaptação do antigo edifício do arcebispado de Penedo uso como hotel/ pousada do turista; 13. Restauração e adaptação do Complexo Conventual Franciscano (incluindo as Ordens 1ª e 3ª e cerca conventual) - usos diversos para fins de auto sustentabilidade; 14. Implantação do Museu da Religiosidade da Igreja de São Gonçalo Garcia dos Homens Pardos; 15. Restauração e adaptação do antigo edifício do CAPESPE; 16. Revisão e ampliação da legislação vigente de proteção ao patrimônio cultural de penedo; 17. Cadastro físico dos imóveis situados nos perímetros de tombamento existentes e nas áreas de interesse cultural de Penedo - procedimentos de fiscalização e análise de intervenções; 18. Registro do modo de fazer da canoa de tolda; 19. Registro da festa de Bom Jesus dos Navegantes; 57

58 20. Levantamento da área de imóveis e proposta de regularização Imobiliária dos imóveis existentes nos perímetros de tombamento e nas áreas de interesse cultural; 21. Elaboração e execução de um plano de ações que tragam a sustentabilidade através de usos implantados no Patrimônio Edificado de Penedo - gerando recursos para o Fundo de Preservação do Patrimônio; 22. Elaboração e execução de um plano de gestão compartilhada do patrimônio cultural de Penedo o qual inclua procedimentos de fiscalização e análise de intervenções 23. Reurbanização da área da Lagoa do Oiteiro; 24. Requalificação urbanística do Mirante do Oiteiro e recuperação do Cristo; 25. Terceira etapa da Requalificação Urbanística da Orla Fluvial e Parques Fluviais de Penedo; 26. Requalificação Urbanística dos edifícios da Avenida Floriano Peixoto; 27. Requalificação de imóveis privados no sítio tombado; 28. Estacionamento subterrâneo na Avenida Floriano Peixoto; 29. Embutimento de fiação elétrica e telefônica do Centro Histórico de Penedo; 30. Implantação de sistema de informação turística bilíngue com central de informações e receptivo turístico com capacitação de pessoal; 31. Criação de espaços receptivos turísticos na rodoviária e nos centros de artesanato; 32. Elaboração e impressão de Folders, Mapas e outros materiais gráficos voltados ao turismo; 33. Ampliação da sinalização e identificação dos principais espaços públicos. (EVE Penedo Centro de Convenções a Céu Aberto, 2012:117,118) Dos projetos listados acima, vários já se encontram em fase de elaboração do projeto, outros já com projetos prontos se encontram em fase de captação de recursos e outros ainda em realização como: Tabela 4: Projetos em fase de realização. Status Atual Projeto/ Ação Implantação do Centro de Convenções a Céu Aberto, sendo este o maior projeto âncora do IPHAN Implementação do Centro Cultural de Penedo na sede do IPHAN, contemplando expografia do Núcleo Zero e história da cidade Implantação do Museu do São Francisco em parceria com a Casa do Penedo Requalificação Urbana da área comercial de Penedo Implantação do Museu da Energia do São Francisco em parceria com Instituto para o Desenvolvimento Humano - IDH Restauração do Convento de Penedo visando a implantação de um equipamento de hospedagem Projeto de Viabilidade Econômica Elaborado, em fase de captação de recursos Previsto para 2013 Em execução 58

59 Restauração do Cine Penedo para implantação de cinema e escola de cinema Implantação de Estaleiro e Marina em parceria com a Marinha do Brasil Em execução Inventário das Referências Culturais de Penedo Implantação de Albergue para Laboratório Escola em parceria com a UFAL Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Pré projeto pronto aguardando desapropriação do imóvel pela prefeitura Pronto Em execução Vale destacar que a integração e articulação coordenada de parceiros chave, dos setores público e privado e além disso, a comunicação eficiente com a sociedade civil e seus mecanismos de governança, são o grande desafio do Plano de Ação das Cidades Históricas pois demanda sinergia e foco nas estratégias elencadas. Além disso, será necessário convergir as ações do Plano para as estratégias locais e estaduais de desenvolvimento turístico e cultural, definindo claramente atribuições e funções seja na captação de recursos, na execução das ações ou no monitoramento de seu uso adequado. Manifestações Culturais Do ponto de vista das manifestações culturais presentes no município, a musica, a literatura, o teatro e o cinema são as principais e que revelam os traços marcantes de épocas que transitam entre o passado e o presente. Destas, e o cinema representou um capítulo especial, pela realização do Festival Brasileiro de Cinema de Penedo, considerado o precursor do Festival de Cinema de Gramado. Na cidade essa memória ainda vive no pequeno acervo da Casa do Penedo em espaço que simula uma sala do antigo Cine Penedo. Figura 13: Sala do Museu Casa do Penedo Foto Jussara Rocha 59

60 Realizado no período entre 1975 a 1982, fez a cidade conhecer a efervescência cultural da sétima arte, com a exibição de clássicos do cinema nacional e internacional, ver novas criações e a passagem de artistas de renome no cenário nacional em suas ruas. Muitos são os depoimentos saudosos de pessoas que trabalharam ou viveram a história do cinema em Penedo, e que felizmente está sendo resgatada por meio da realização do Festival Universitário de Cinema de Penedo numa iniciativa da Universidade Federal de Alagoas, com sua segunda edição realizada em 2012, com o apoio e a parceria de organizações públicas e de fomento municipais, estaduais e federais, iniciativa privada e organizações locais. Figura 14: Site do 2º Festival de Cinema Universitário de Alagoas A cidade vai ganhar também a restauração do Cine Penedo pelo IPHAN que pretende ampliar o uso do equipamento para alem das projeções com a implantação de uma escola de cinema, o que complementa a vocação local de exibição, produção e geração de novos talentos. Sem duvida a iniciativa colaborará e muito para a atratividade do destino, que por sua beleza cênica e localização estratégica às margens do Velho Chico pode se transformar numa das melhores e mais concorridas locações para produções audiovisuais do país. Figura 15: Cine Penedo 60

61 Foto Jussara Rocha Além do cinema a cidade possui 04 grupos de teatro e duas escolas de musica, incluído a centenária Sociedade Musical Filarmônica, 05 Bandas de Pífano, além poetas e escritores. Manifestações populares e tradições: Guerreiro, Samba de Roda, Pastoril, Taieiras, Caboclinhos. Festas Religiosas tradicionais: Festa de Bom Jesus dos Navegantes. Festa de São Francisco, Festa de Nossa Senhora do Rosário, Festa do Senhor do Bonfim, Festa de São José, Nossa Senhora de Fátima, Festa de Santo Antônio, Festa de Nossa Senhora Aparecida, Festa de São Pedro, Festa de São Miguel, Festa de São Miguel, Festa do Senhor dos Pobres, Festa de Santa Clara e Festa de Santa Cruz. Os bordados são uma tradição na cidade que possui associações de bordadeiras de relevância. Figura 16: Exemplos de bordados em Penedo Crédito Fernando Vinícius Infraestrutura Básica Acessos Os acessos à Penedo são razoáveis e se fazem pelas rodovias BR 101 e BR 316 e AL 101 que liga Maceió ao litoral sul do Estado. A partir da BR101 recentemente duplicada e passando por Piaçabuçu, contem trechos sem duplicação e com passagem de grande volume de caminhões principalmente em épocas de safra da cana de açúcar e coco são os mais perigosos com trafego 61

62 intenso, sinalização precária, falta de acostamentos e cobertura asfáltica precária. Pela BR 316 o acesso se faz por Arapiraca. Informação e Sinalização A sinalização indicativa rodoviária é precária e antiga, não raro coberta pelo mato à margem da rodovia e em pequeno numero de forma a não orientar o turista que desconhece o destino. A infraestrutura urbana indica grande parte das vias pavimentadas e 90% iluminadas, a limpeza urbana é feita pela prefeitura municipal. Importante ressaltar que a iluminação pública ainda se faz por meio de postes com fiação externa aparente o que causa grande impacto visual considerando a expressividade do patrimônio histórico e arquitetônico penedense. Há previsão de cabeamento subterrâneo de energia pelo IPHAN, o que poderia ser também aproveitado para instalação de internet alta velocidade uma vez que a cidade tem carência deste serviço fortemente agregador ao turismo seja para os visitantes, seja para os empreendedores e gestores locais. Comunicação e energia A cidade é munida de serviços de comunicação com sinais de telefonia móvel pelas operadoras TIM, Claro e Vivo com torres presentes no município, mas ainda com problemas de cobertura e sinal em vários pontos da localidade. A torre da OI se encontra em Sergipe no outro lado do Rio, nem sempre com sinal disponível. A distribuição de energia se dá pela Eletrobrás, sub estação de Penedo e apresenta frequentes interrupções no abastecimento. Serviços Existem 01 agência do Banco do Brasil, 01 da Caixa Econômica Federal, 01 do Banco do Nordeste do Brasil e 01 do Bradesco, além de 01 agência dos Correios, no município. A cidade é polo educacional da região com alunos matriculados nos estabelecimentos de ensino locais segundo o Censo 2010 com destaque para a presença da UFAL com um curso de graduação em turismo e uma Empresa Junior muito atuante na cidade e região. Apesar do setor educacional ser relevante no município, ações de educação patrimonial são ainda bastante incipiente e extremamente necessárias para a preservação do patrimônio e sensibilização da população. Infraestrutura Turística 62

63 Informação Turística e Sinalização Existe sinalização indicativa implementada pelo executivo, porém há necessidade de atualização e implantação de sinalização interpretativa, dada a relevância do conjunto histórico municipal e o conteúdo significativo relativo ao mesmo. A sinalização local tem sido alvo frequente de vandalismo por parte da população, o que prejudica a imagem da cidade e a mobilidade dos turistas. Não foi verificada a presença de Centros de Atendimento ao Turista na cidade, porém a cidade possui material promocional de qualidade que utiliza para sua divulgação. Não há sítio eletrônico sobre o turismo local e nem a presença do destino em redes sociais oficiais. Meios de Hospedagem e Alimentação Penedo conta com oferta de meios de hospedagem categorias diversas mas ainda deficiente do ponto de vista qualitativo e quantitativo. A oferta contempla 14 equipamentos, numero incipiente para a demanda turística atual e principalmente considerando sua atratividade potencial. Há necessidade de modernização das estruturas e qualificação da gestão empresarial. (...) Penedo possui 3 hotéis e 11 pousadas, segundo o Inventário Turístico Municipal da cidade (agosto 2011), totalizado 666 leitos. Numa avaliação qualitativa dessa oferta, não obstante a infinidade de variáveis que podem vir a ser consideradas, e destacando nesse momento, a localização, qualidade do ambiente, serviços, alimentação, frequência e acessibilidade, essa disponibilidade de leitos cai para 1/3 da oferta existente. EVE Penedo Centro de Convenções a Céu Aberto, IPHAN, 2012:99. O mesmo estudo do IPHAN aponta possibilidades da expansão hoteleira a partir de avaliação técnica destacando 14 imóveis da cidade contribuindo para uma possível busca de investidores na localidade. Como um dos pontos primordiais para a habilitação da cidade de Penedo à proposta do IPHAN é a qualificação dos equipamentos existentes e o aumento do número de leitos, sugerimos na relação abaixo alguns imóveis com potencial para adaptar-se ao funcionamento de pousadas em diferentes categorias. A localização, o porte, a possibilidade de recomposição através do restauro, requalificação e revitalização, a aparente situação de subutilização e a necessidade de manutenção foram alguns dos critérios de identificação dos mesmos. A ordem de apresentação não sugere nenhum tipo de hierarquização dos possíveis empreendimentos. EVE Penedo Centro de Convenções a Céu Aberto, IPHAN:102 63

64 A oferta de serviços de alimentação é ainda mais acanhada em função da demanda existente. Segundo o Inventário da Oferta Turística de Penedo 2011, o município possui 19 restaurantes e 07 lanchonetes. A oferta é mais restrita ainda quando se trata da oferta no período noturno, pois vários restaurantes tem seu funcionamento restrito ao período diurno. A necessidade de melhorias e qualificação de estruturas e profissionalização dos serviços é tão importante quanto à ampliação da oferta. Atualmente os serviços via de regra, são amadores tanto no atendimento, quanto nos cardápios e nas estruturas, comprometendo a qualidade e a imagem do destino. Há grande resistência dos empresários locais em demandar e usufruir de ações de qualificação propostas pelos órgãos do Sistema S como Sebrae e Senac. A dificuldade de fechamento de turmas de qualificação foi citada nas entrevistas com representantes destes órgãos, demonstrando uma cultura empreendedora restrita. Operação e cultura empresarial Penedo está situado às margens do Rio São Francisco, e recebe turistas advindos principalmente de Maceió e Aracaju motivados pelos passeios à foz do rio (em Piaçabuçu) e pela visitação ao patrimônio histórico da cidade. Na cidade existem duas empresas de turismo receptivo e uma Associação de Informantes de Turismo, responsável pela condução de grupos de visitantes que atuam em parceria com empresas locais. A Associação tem problemas de gestão e conflitos entre seus associados, com impactos na produtividade e na qualidade de seus serviços. Grande parcela do publico é formada de escolares em visitas de truísmo pedagógico. Foi detectada ainda a existência de uma Associação de Taxistas no município. A maioria dos turistas chega de maneira espontânea ou por meio de agencias receptivas de Maceió. Eventos de pequeno porte também são realizados na cidade atraindo fluxo de visitantes. Passeios de barco são ofertados com saídas do atracadouro central em embarcações privadas, bem como transporte de passageiros e mercadorias entre Alagoas e Sergipe. Há uma clara desconexão entre setor público e iniciativa privada, observada e evidenciada nas entrevistas realizadas. Há uma clara ausência de interfaces entre governança e mercado e uma baixa cultura empresarial na cidade. O Sebrae AL possui um escritório regional, com excelente estrutura para realização de cursos e eventos empresariais e tem grande dificuldade de realizar ações de capacitação empresarial em virtude da fraca presença e demanda dos empresários 64

65 locais. Mesmo as ações de consultoria individual ou programas específicos para o setor são tímidas perto do grande potencial da cidade. Uma observação importante foi o traço de tradicionalismo e conservadorismo do destino e um nível de capital social preocupante verificado, com destaque para a retenção de informações por parte dos entrevistados, onde as informações obtidas eram superficiais, de cunho individual e raramente coletivo. Este fato foi muito marcante na cidade e coincidentemente acabou por ser revelado nos em falas de um dos entrevistados: a cidade tem um senso de preservação das tradições e da família, ou ainda e principalmente nos dizeres encontrados na Casa do Penedo: Recatada e misteriosa, uma cidade nunca se revela por inteiro. Por isso, visitante, só podemos oferecer uma das faces do Penedo. Francisco A. Sales. Entretenimento A exemplo de Piaçabuçu, e à despeito de possuir estruturas para tal, Penedo não conta com eventos culturais rotineiros, atividades de entretenimento noturnas ou atividades turísticas vivenciais que agreguem valor à contemplação do patrimônio histórico. Este fator restringe a visitação e diminui a atratividade e o aumento da permanência no destino. O estabelecimento de um calendário de eventos culturais explorando temas da cultura local, ou a oferta de produtos atrelados á produção associada ao truísmo e de inserção produtiva poderiam valorizar ainda mais o destino seu forte potencial. Uma experiência agregadora tem sido planejada e se encontra em fase inicial por meio da COOPTUR Rural Cooperativa de Turismo Rural de Penedo que trabalha com a comercialização de produtos artesanais, participação em feiras e eventos e comercialização de roteiros turísticos em especial para grupos de estudantes IGREJA NOVA Figura 17: Igreja Nova 65

66 Foto: Jussara Rocha Síntese Histórica A ocupação de Igreja Nova iniciou-se a partir do século XIX, por antigos pescadores de Penedo. Ao chegar à extremidade ocidental da Lagoa de Boassica, os pescadores criaram o povoado de Ponta das Pedras, devido ao grande número de pedras próximas ao local. Inicialmente, sua pequena população era basicamente de parentes. Em 1908, foi construída uma igreja, que acabaria dando o nome ao povoado, Igreja Nova. Sua criação oficial data de 1883, sendo incorporada ao município de Penedo de 1891 a Em 1897, foi elevada a município, sendo denominada de Triunfo e em 1928, revigorou a denominação Igreja Nova. Dados Geográficos Tabela 5: Dados Geográficos de Igreja Nova Área Total: 428,20 km2 Densidade Demográfica: 50,10 hab/km2 Altitude: 14 m Distância da Capital: 167,8 km Ano de Criação: 1890 Micro-Região: Penedo Meso-Região: Leste Alagoano Clima: Temperado Temperatura: Máx. 37º Min. 22º Latitude: 10º Longitude: 36º Limites: Junqueiro, Penedo, Porto Real do Colégio, São Sebastião, Rio São Francisco(SE) Acessos: BR 101, AL- 101 Sul/ BR -316 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas Economia A piscicultura ainda hoje é muito forte no município, dividindo com a agricultura, sobretudo o arroz e cana de açúcar, bases da economia local. Instrumentos de Gestão O Município possui apenas os instrumentos de planejamento e gestão exigidos pela legislação brasileira. Tampouco possui instrumentos de gestão e ordenamento turístico, uma vez que o setor não consta como prioridade municipal, ou seja, visto como vetor de desenvolvimento local. Em contrapartida a Lei N º 226 de Novembro de 2006 institui o Plano Diretor do Município. O Plano Diretor Municipal (...)Tem como estratégias de desenvolvimento: i. Promoção do desenvolvimento econômico sustentável; ii. Inclusão social e cidadania; iii. Política ambiental; 66

67 iv. Saneamento ambiental integrado; v. Mobilidade urbana e integração do território do município; vi. Habitação e construção da cidade; vii. Desenvolvimento Urbano e qualificação ambiental; viii. Planejamento e gestão democrática. (ZEE:2011,277) A existência do mesmo, e na mesma medida, a sua execução não foram mencionadas na entrevista realizada e em nenhuma outra referência da pesquisa, o que leva a crer que o município, como outros tantos no país, institue um conjunto de leis sem, contudo, aplica-las no ordenamento e no cotidiano da localidade. Não existe legislação referente à cultura e patrimônio e meio ambiente. A responsabilidade pela gestão do turismo em Igreja Nova fica a cargo da Secretaria Municipal de Cultura Turismo Esporte e Lazer. Aspectos Culturais Igreja Nova é um pequeno município que se destaca pela vida pacata, religiosidade e atividades rurais. Dentre as festas tradicionais destaca-se a Festa do Padroeiro São João Batista. A Igreja Matriz é orgulho da população e considerada um ícone da localidade. Infraestrutura Básica Acessos Os acessos são precários, sendo que, da BR 101 são 14 KM de asfalto ruim, com buracos e sem acostamento e sem sinalização na pista ou ás margens da rodovia. Segundo apontado no Zoneamento Turístico, tanto a área urbana, bem como a maioria dos seus 43 povoados possuem saneamento e água tratada. Além disso, à época do estudo, estava em implantação o sistema de esgotamento sanitário e tratamento de resíduos sólidos. A estação de tratamento de água localiza-se no povoado Ipiranga. Quando da visita de campo, foi verificada a presença de um lixão na estrada de acesso ao município. Segundo informações, atualmente aproximadamente 3000 famílias recebem bolsa família, fator presente em toda a região e que vem fazendo a circulação de economia na cidade, evidenciando também um comportamento recorrente em todos os municípios alvo do Projeto de baixa expectativa de produtividade da população, especialmente os do sexo masculino. Existe uma unidade do Banco do Brasil na localidade. Não há rodoviária, centro de informações e nem material promocional. 67

68 Infraestrutura Turística O município ainda não tem elementos marcantes de infraestrutura turística, justificado por sua vocação essencialmente agrícola. O Zoneamento Turístico realizado aponta a existência de Macrozonas de atuação previstas no Plano Diretor sendo que na Macrozona Urbana faz-se referência a uma Zona de Preservação Histórica e Cultural e uma Zona de Incentivo às Atividades Econômicas (comércio e Serviço). Outras quatro Macrozonas mencionam as atividades relevantes por setor: (...) II. Macrozona Rural, correspondente às áreas destinadas às atividades agropecuárias e agroindústrias, com potencial agrícola e pecuário com medidas e baixas restrições ambientais. III. Macrozona de Proteção Ambiental, correspondente às Áreas de Proteção Controlada, destinando-se à proteção e recuperação ambiental bem como ao desenvolvimento econômico sustentável e compatível; IV. Macrozona de Preservação Cultural e Histórica, correspondente às áreas de relevante expressão arquitetônica, histórica, cultural e paisagística, cuja recuperação e manutenção seja necessária à preservação do patrimônio histórico-cultural do Município; V. Macrozona de Desenvolvimento Econômico, constituídas por áreas com potencial para instalação de empreendimentos industriais, de serviço ou de comércio ou com potencial turístico ou ainda com forte potencial para artesanato, visando ampliar as oportunidades de geração de emprego e renda para a população do município e estão subdivididas em: a. Zonas de Incentivo às Atividades Econômicas; b. Núcleos com Potencial de Desenvolvimento. (ZEE:2011, ) Não existem produtos turísticos no município e nem operação turística de qualquer natureza, entretanto a vocação agrícola da cidade que já foi grande produtora de arroz pode vir a ser um elemento chave ou carro chefe da produção turística com ações de produção associada ao turismo ou projetos de inserção produtiva da cadeia do setor. A rizicultura pode se configurar uma alternativa para o desenvolvimento local e ainda um dinamizador do turismo local seja no segmento do turismo rural, seja na oferta de subprodutos no artesanato, na destilaria, na fabricação de utilitários de pequeno porte entre outros de forma a dinamizar a produção do cereal, utilizar a matéria prima e os elementos agregadores a sua cadeia produtiva, bem como gerar trabalho e renda na comunidade. 68

69 PORTO REAL DO COLÉGIO Figura 18: Antiga Estação Ferroviária de Porto Real do Colégio com Locomotiva Foto Jussara Rocha O inicio da ocupação de Porto Real do Colégio data de meados do século XVII. Habitavam a região diferentes tipos de tribos indígenas, vivendo através da caça, da pesca e a lavoura. Segundo informações do IBGE, os bandeirantes e os padres jesuítas foram os primeiros a chegar à região de Porto Real. Os jesuítas construíram uma pequena capela no topo da colina, iniciando o povoamento da região. Posteriormente, os jesuítas construíram um convento e um colégio em frente à capela. Em 1759, o convento e o colégio foram abandonados pelos jesuítas devido ao decreto do Marquês de Pombal. Em 1795, o distrito é criado com o nome de Porto Real do Colégio. Em 1911, em divisão administrativa, é elevado a município. Dados Geográficos Tabela 6: Dados Geográficos de Porto Real do Colégio Área Total: 236,1 km 2 Densidade Demográfica: 77,74 hab/km 2 Altitude: 10 m Distância da Capital: 172,2 km Ano de Criação: 1876 Micro-Região: Penedo Meso-Região: Leste Alagoano Clima: Temperado Temperatura: Máx. 35º Min. 23º Latitude: 10º Longitude: 36º Limites: Feira Grande São Sebastião, Igreja Nova, São Bras, Olho d'água Grande, Campo Grande e rio São Francisco Acessos: BR 101, BR -316 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas

70 Economia A base da economia de Porto Real do Colégio é a agricultura de subsistência com destaque para a cultura do arroz e cana de açucar. A pesca, antes expressiva no município se encontra bastante reduzida, mas ainda há uma colônia de pescadores com numero significativo na cidade. Há também a produção de cerâmica rudimentar (potes e panelas), produzida na Aldeia Indígena Kariri Xocó. Instrumentos de Gestão A nova gestão municipal tem em sua configuração executiva as Secretarias Municipais de Administração, Educação, Obras, Assistência Social, Saúde, Agricultura e Meio Ambiente e Turismo. Há também uma controladoria Municipal. As áreas foco da gestão municipal são Educação, saúde e turismo segundo o atual Prefeito eleito Sr. Sergio Reis, em reunião realizada com a equipe em campo com a participação de todos os secretários. Embora não existam instrumentos básicos de gestão turística (COMTUR, Fundo, Política, Plano Municipal e Inventário da Oferta), a atual administração está aberta a implementação de mecanismos locais de governança e implementar ações para o desenvolvimento do turismo local. O foco a ser dado à atividade do turismo ainda é um tanto indefinido, pois não existe um planejamento que oriente os gestores e nem a interface necessária com os empreendedores locais. O volume de turistas nas praias do Rio ao longo da cidade, ainda é o elemento norteador da visão atual de turismo da gestão. Entretanto, visto a disposição em evoluir, é imprescindível a orientação necessária para outros elementos chave do município possam integrar o portfólio de investimentos necessários à qualificação do turismo local. A visão local, não difere da maioria dos municípios do Baixo, com raras exceções, e a QUALIFICAÇÃO DOS DESTINOS é um dos grandes desafios da implementação do Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco. Isso passa por uma quebra de paradigmas que se dará a partir de ações concretas de produção e promoção estratégicas e percepção de resultados por parte dos atores locais, bem como por investimentos em infraestrutura básica e educação. Aspectos Culturais Percebe-se que a cultura tem relevância no município, embora o setor não tenha um trabalho ordenado por meio de legislação específica, ou mecanismos de gestão municipal evidenciados. A 70

71 cultura em Porto Real do Colégio apresenta características interessantes a começar por sua história ligada aos Jesuítas e à catequização dos indígenas, com a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição como marco de seu povoamento e posterior fundação de um Convento e um Colégio. Figura 19: Igreja de N.S. Conceição Foto Jussara Rocha A cultura indígena também é marcante no município por meio da presença da etnia Kariri, que juntamente com outras tribos foram os primeiros habitantes do local. A etnia, que permaneceu no território inicial ao longo do tempo, se fundiu com outros grupos tribais, em especial os Xocós (que habitavam a região no lado sergipano) há aproximadamente 100 anos formando a tribo Kariri Xocó, atualmente com 2500 integrantes cujo cotidiano se integra ao dos demais habitantes, principalmente por seus hábitos rurais. Sua indianidade ainda é representada pela manutenção do Ritual do Ouricuri, uma prática religiosa e secreta que assegura a identidade da etnia. Com infraestrutura precária, a aldeia apresenta características urbanas por usa inserção na sede do município e necessita dos mesmos recursos estruturais para a qualidade de vida de seus moradores. Figura 20: Aldeias em Porto Real do Colégio 71

72 Crédito: Em rápida passagem pela aldeia, pode-se perceber inúmeros elementos de carência entre moradia, saneamento, destinação de resíduos, trabalho, preservação de identidade, abastecimento, entre outros. Não raro é possível verificar grande desaculturação nos hábitos cotidianos já contaminados nas vestimentas, musicas, e aspectos de impacto no modo de vida a partir da absorção da cultura branca tradicional. As praticas agrícolas antiga fonte econômica da aldeia, foram modificadas a partir da construção da Usina de Sobradinho que modificou o regime de vazantes e cheias do rio e regulava a agricultura ribeirinha. Isso mudou o eixo econômico da população indígena de Porto Real do Colégio, que migrou para outras atividades na cidade e região, mantendo a produção de cerâmica utilitária e o artesanato em palha, madeira e osso. 72

73 Figura 21: Artesanatos produzidos na regiao Crédito: Outro aspecto relevante da cultura colegiense é seu patrimônio histórico e arquitetônico com edificações do período colonial como a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e alguns prédios na área central da cidade. De maneira geral, são poucas as edificações, mas que representam um conjunto interessante do ponto de vista da preservação da memória e da identidade local, com consequente impacto no turismo local. Mas o estado geral destas edificações requer cuidados urgentes e investimentos em restauro e conservação. Esta iniciativa deve vir associada à implantação de órgãos colegiados de preservação como os Conselhos de Cultura e Patrimônio Histórico e legislação municipal especifica e um programa de educação patrimonial nas escolas da cidade. Outro elemento marcante e não considerado turisticamente é o trem e a ferrovia que se apresenta em Porto Real do Colégio com o maior conjunto ferroviário do Baixo São Francisco com a presença de edificações como a antiga estação, pátio de manobra, trilhos que vão do Rio (antigo acesso ao Ferryboat) ao leito central da cidade, com a rampa de acesso de pessoas e mercadorias às margens do rio de onde chegavam as embarcações e se fazia o traslado para outras cidades por trem até Pernambuco. Ainda se pode ver a bela construção do edifício do Grande Hotel, hoje ocupado por instalações do governo municipal, assim como outros prédios e armazéns ferroviários que recebem a Biblioteca Municipal e a Casa da Cultura, todos adquiridos pela Prefeitura Municipal, mas com uso bastante restrito verificado quando da visita ao município. A própria Praça que abriga a antiga estação pode ser palco de eventos culturais dentro de um calendário anual que evidencie a identidade local e regional. Figura 22: Antiga estação ferroviária e o Armazém ao fundo 73

74 Fotos: Jussara Rocha. Figura 23 Usos atuais e o antigo Grande Hotel Atual Sec. Educação Fotos: Jussara Rocha O uso turístico e cultural deste conjunto se restaurado, dentro de um planejamento turístico municipal, pode abrigar uma estrutura de cultura, entretenimento, hospedagem, alimentação que agregaria expressivo valor ao município e ampliaria as oportunidades de trabalho e renda na localidade. A história ferroviária local e regional se liga aos processos de desenvolvimento econômico no Baixo São Francisco e ao orgulho de sua população na inserção nos processos produtivos do estado de Alagoas. Tem ainda uma ligação intrínseca com o Rio São Francisco uma vez que eram estas o trem de ferro e o Rio as maiores ligações entre os lugares e as pessoas, com significância especial na vida cotidiana da região. O resgate da ferrovia, integrando o passado recente e a contemporaneidade pode ser um insumo interessante à atratividade turística na cidade e região. As manifestações culturais da cidade como o artesanato em palha de ouricuri, os bordados Redendê e estão difusos e espalhados pela cidade, não sendo encontrados e organizados em locais para comercialização. A musica também um elemento que permeia a cultura local, embora presente na cidade em pequenos grupos pode ser âncora de um programa de revitalização cultural na cidade. A antiga 74

75 Filarmônica da cidade se encontra desativada, assim como as manifestações tradicionais como a Farinhada, que ainda sobrevive em povoados da cidade. Infraestrutura Básica Acessos Porto Real do Colégio está à 172,2 km de maceió e tem como principais acessos a rodovia BR 101 e a ponte que liga ao estado de Sergipe. O transporte mais utilizado é o rodoviário. No entanto, a via fluvial ainda é utilizada para Penedo e várias cidades ribeirinhas. A cidade está situada às margens do rio São Francisco, em frente à Própria, importante centro comercial sergipano. A Rodovia BR 101 que liga os estados de Alagoas e Sergipe representa um elo importante uma vez que permite movimentação comercial e acesso a serviços basicos e especializados que Porto Real do Colégio não oferece como so de saude, educação superior, alimentação,entre outros. A BR 101 favorece o acesso a outros estados como São Paulo e Minas Gerais e às capitais do nordeste de maneira geral, bem como aos aeroportos de Maceió e Aracaju. O transporte a outros destinos alagoanos e à Propriá se faz por meio de VANS com horários variados de acordo com o destino final. Em Porto Real do Colégio existe o serviço de transporte fluvial, via Rio São Francisco em horários regulares diários a cada 30 minutos para Propriá e uma vez por semana para Penedo. É possivel também contar com serviço de locação de barcos para o transporte particular. Comunicação e Energia A cidade conta com cobertura de sinal de telefonia móvel e internet 3G da VIVO. A energia na cidade é fornecida pela Eletrobras como nas demais cidades do Baixo São Francisco. Há ocorrências de interrupções segundo os entrevistados. As duas emissoras de rádio da cidade sendo uma delas comunitária e outra comercial não funcionam, o que faz a população utilizar as emissoras de Propriá. A cidade não possui sitio na internet e nem está presente nas redes sociais. Educação e Saude O ensino fundamental e médio estão presentes em 3 escolas presentes no município, sendo que a demanda de cursos técnicos e profissionalizantes ou de nivel superior é direcionada para Arapiraca, Maceio, ou Propiá em Sergipe, da mesma forma nos serviços de saude, uma vez que a cidade tem apenas posto de saude para atendimento à ppopulação. Infraestrutura Turística 75

76 Como nas demais cidades da região, o saneamento básico é o principal problema da cidade, embora exista um Serviço Municipal de Água e Esgoto SAAE e 01 estação de tratamento de esgoto que atende aproximadamente 40% do município, sendo que o restante é direcionado para o rio, inclusive no centro da cidade. Figura 24: Margem do Rio São Francisco Centro da Cidade Foto: Jussara Rocha A coleta de lixo é realizada pela Prefeitura Municipal três vezes por semana, mas ainda é precária uma vez que a destinação de resíduos sólidos é o lixão da cidade. As margens do rio também são constantes depósitos de lixo e material descartado pela população local o que denota necessidade de programas de educação ambiental. Informação Turística e Sinalização O município não possui estruturas municipais de informação turística, material informativo ou sinalização inidcativa/interpretativa. A sinalização rodoviária também é precária, embora a cidade se encontre às margens da BR 101 ja na divisa com Sergipe. Meios de Hospedagem e Alimentação A cidade conta com 04 (quatro) pousadas e uma oferta de aproximadamente 40 UHs. As estruturas são simples e o serviço é realizado de forma bastante amadora. A demanda é suprida por representantes comerciais e viajantes a trabalho em sua maioria. Os serviços de alimentação na cidade deixam a desejar, em especial no período noturno quando não se encontram restaurantes abertos. Os próprios moradores da cidade quando abordados sobre a localização de um restaurante ou local para lanche, indicam a cidade de Propriá. Operação Não há operação turística na cidade e nem empresas da região que atendam uma eventual demanda. 76

77 Entretenimento A cidade é carente de atividades de lazer e entretenimento inclusive para a população local SÃO BRAS Figura 25: São Brás Foto: Jussara Rocha. São Brás foi um pequeno povoado localizado um pouco acima do município de Porto Real do Colégio e do qual fazia parte, não só quanto à jurisdição civil, como quanto à eclesiástica. O nome do município foi tomado do padroeiro da paróquia, São Brás, bispo e mártir. Somente com a Constituição de 1947 é que São Brás voltou a ter autonomia política (Governo do Estado de Alagoas). O município possui 6900 habitantes distribuídos na sede e 07 povoados e 03 distritos. Dados Geográficos Tabela 7: Dados Geográficos São Brás Área Total: 140,0 Km² Densidade Demográfica: 46,79 hab/km² Altitude: 25 m Distância da Capital: 202,6 Km Ano de Criação: 1889 Micro-Região: Traipu Meso-Região: Agreste Alagoano Clima: Quente e úmido Temperatura: Max: 36º Min: 27º Latitude: 10º07 40 Longitude: 36º54 02 Limites: Olho D Agua do Casado. 77

78 Economia Porto Real do Colégio, Rio São Francisco, Traipu Acessos: BR 101 AL 115 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas A economia do pequeno município é baseada em agricultura de subsistência e pecuária. Pela proximidade com a cidade de Aracajú, São Brás utiliza muito dos recursos da capital Sergipana. A principal cultura do município foi a rizicultura que fez parte do cotidiano dos moradores por muito tempo, porém hoje a agropecuária vem ganhando seu espaço, embora em grandes fazendas de de um unico proprietário. São poucos nucleos de agricultura familiar existentes na cidade. Também estão presentes algumas pequenas fábricas de tijolos, porém sem tanta expresividade na economia da cidade a ponto de algumas já terem fechado as portas. Dentre as principais fontes de emprego encontra-se a Prefeitura Municipal, com aproximadamente 400 funcionários. O numero de empreendimentos vem crescendo na cidade como mercadinhos, papelaria, lojas de variedades, móveis e eletrodomésticos, casa veterinária, abatedouros, bares, lanchonetes, restaurante, uma cooperativa mista de transporte e agricultura, além de três pequenas fábricas de lacticínios, porem ainda ha grande informalidade. Na área rural, as pessoas trabalham nas roças ou prestam serviços eventualmente em outras fazendas. A pesca, antes uma atividade produtiva e geradora de renda na localidade vem diminuindo ao longo dos anos, principalmente depois da instalação da Usina Hidrelétrica do Xingó. Atualemte a Colonia de Paescadores Z 36 tem aproximadamente 300 associados, sendo a Tilápia e o tambaqui as principais espécies de pescado nos cultivos locais. Mesmo com uma localização privilegiada as margens do rio São Francisco o turismo não é explorado, pois a cidade não dispõe de uma estrutura apropriada. Instrumentos de Gestão A atual administração foca sua atuação na melhoria da infraestrutura local como a reforma e ampliação de escolas, instalação da praça de eventos municipais, calçamento de distritos mais populosos, reforma da quadra de esportes. Os sete postos de saúde da cidade, voltados à prevenção também passarão por reformas. O transporte entre as comunidades também é uma das prioridades da gestão, viabilizando a mobilidade das comunidades rurais. Do ponto de vista da gestão turística o município não possui instrumentos de governança como política municipal de turismo, plano de desenvolvimento, Conselho Municipal ou fundo de Turismo, embora tenha uma Secretaria Municipal de Turismo recém criada, cujo foco é apenas a realização de eventos ainda sem planejamento. Aspectos Culturais 78

79 A cultura local é pouco valorizada a não ser pelas festas religiosas da cidade que resguardam as tradições locais, como a celebração de Corpus Christi e a festa do padroeiro. Foi relatada a presença de uma banda de música e uma banca de pífanos. Entretanto a cidade possui dois mestres artesãos de qualidade e renome no cenário do artesanato e das artes populares. Mestre Resêndio, artista da madeira que cria esculturas de cenas cotidianas desde os 15 anos de idade, mas só reconhecido a partir dos 60. Descoberto por galeristas da capital alagoana, sua obra é vendida em todo o Brasil e encanta pelo traço, pelas cores vibrantes e pelas histórias e símbolos que carrega. Da mesma forma, Mestre Rogério do povoado de Tibiri, trabalha o couro na confecção de gibão e acessórios para o homem sertanejo do nordeste do Brasil. Sua produção é rica em detalhes, do acabamento aos detalhes de uso. Figura 26: Atelier Mestre Resendio Fotos: Jussara Rocha Infraestrutura Básica Os acessos à cidade são feitos pelas rodovias BR 101 e AL 115 por meio de três empresas intermunicipais e serviços de transporte alternativo de vans. A partir de Traipu é possível chegar ao município em estrada não pavimentada e com paisagem singular. A energia é fornecida pela Eletrobrás e a água é tratada pela CASAL. A comunicação de dados é precária sendo a internet via rádio no município. Quanto à telefonia móvel as operadoras CLARO, OI e TIM possuem os melhores sinais. Não há jornal local e nem emissora de rádio, sendo o consumo de veículos de comunicação direcionado para o município de Propriá SE. 79

80 Não existe transporte fluvial nem turístico e nem de passageiros. Há possibilidade de locação de embarcações. Assim como a maioria das cidades do Baixo São Francisco, São Brás não possui saneamento básico, sendo o esgoto direcionado para o rio através das fossas negras presentes nas residências e estabelecimentos locais. A destinação do lixo é o lixão municipal o que compromete sobremaneira a qualidade de vida dos moradores e visitantes. Infraestrutura Turística A cidade conta com uma pousada domiciliar que também serve refeições para viajantes, a maioria a trabalho no município e um restaurante. São Brás não apresenta infraestrutura turística, seja de hospedagem, alimentação, informação ou atividades motivadoras de fluxo, tampouco possui serviços turísticos em oferta e canais de divulgação. A cidade não possui sítio eletrônico, material informativo, sinalização turística ou indicativa, operação turística e mesmo nos seus povoados mais organizados como Tibiri, onde se concentram chácaras particulares às margens do Riacho Tibiri, foi verificada ausência de estruturas mínimas como atracadouro de embarcações, serviços de alimentação ou comercialização de produtos locais. O fluxo turístico existente é de origem local/regional e se destina principalmente à praia do Rio São Francisco no povoado de Lagoa Comprida aos finais de semana, e como não há nenhuma infraestrutura de recebimento, não há geração de renda adicional à população local, ficando o acumulo de lixo e detritos como resultado mais marcante deste processo. Figura 27: Infraestrutura turística Fotos: Jussara Rocha Entretenimento Uma das maiores necessidades da população se refere à oferta atividades de entretenimento e lazer. Também não existe um calendário de eventos locais nem estruturas como cinema teatro ou auditórios para realização de atividades variadas e eventos. 80

81 TRAIPU Figura 28: Vista a partir do Rio São Francisco Foto: Jussara Rocha Segundo dados oficiais do Governo do Estado de Alagoas, o significado do nome Traipu tem duas versões: segundo uns, quer dizer muito peixe, e segundo outros, olho d água do monte. Conta-se que Pedro Gomes, mestre de campo, possuidor de várias fazendas de gado, instituiu um morgado para seus descendentes nos fins do século XVII, dando-lhe o nome de Porto da Folha. O local começou a ter desenvolvimento, depois, o povoado adotou o mesmo nome. Em 16 de março de 1713 foi conferida em sesmaria a João Dantas Aranha, Manoel Braz Pedrosa e Caetano Dantas Passos. Corre a lenda de que, estando alguns garotos a brincar em cima do monte onde fica a cidade de Traipu, notaram que em cima de uma pedra exista uma imagem de Nossa Senhora do Ó. Resolveram levá-la para a capela existente na fazenda Saco, pois em Porto da Folha não existia nenhuma igreja católica. No dia seguinte notaram ter a Santa desaparecida, voltando ao local onde tinha sido achada. O fato repetiu-se por mais de uma vez. Os habitantes resolveram, então, construir ali uma igreja. A freguesia primitivamente denominada Nossa Senhora do Ó do Saco, logo depois Porto da Folha, é uma das mais antigas do Estado, datando de A vila foi criada pela resolução nº. 19, de 25 de abril de 1835, desmembrada da vila de Penedo. A Lei nº. 516, de 30 de abril de 1870, denominou-a Traipu, sendo elevada à categoria de cidade, pela Lei nº 14, de 16 de maio de Dados Geográficos Tabela 8: Dados geográficos Traipu 81

82 Economia Área Total: 698,8 km² Densidade Demográfica: 33,54 Hab/ Km Altitude: 10 m Distância da Capital: 188,3 KM Ano de Criação: 1835 Micro-Região: Traipu Meso-Região: Agreste Algoano Clima: Quente semi árido Temperatura: Max. 40º - Min 20º Latitude: 09º58 14 Longitude: 37º00 12 Limites: Batalha, Belo Monte, Campo Grande, Girau do Ponciano, Jaramataia, Olho D Água Grande, São Brás, Rio São Francisco. Acesso: BR-316, AL-220, AL-115 e AL 487 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas A base econômica do município se encontra na agricultura familiar (milho, mandioca e feijão), pecuária de corte e de leite e pesca artesanal. O artesanato existente com base na produção de cerâmica, bordados madeira ainda não é expressivo do ponto de vista da geração de renda local. O setor de serviços em Traipu é relevante, com destaque para o comércio local, porem a informalidade é muito grande no município. Instrumentos de Gestão O município passa por uma reestruturação administrativa a partir das ultimas eleições em 2012 com foco no planejamento e na proposição de estimular o empreendedorismo e a inovação na gestão. A nova gestão passa por um momento de reflexão e definição da identidade local visando realizar seu planejamento para o período em que vai ordenar as políticas públicas municipais. A atual equipe é formada em sua maioria por pessoal técnico e oriundo de seus setores de atuação. No âmbito do turismo e suas interfaces, a atual gestão conta com uma Secretaria de Turismo e Eventos, Secretaria de Cultura, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Pesca com coordenação geral de um Secretário de Governo e Procuradoria Jurídica. O maior desafio da gestão é resgatar e valorizar a identidade de Traipu e aumentar a autoestima de sua população. O município conta com uma lei de 2003 que cria o Conselho e o Fundo Municipal de Turismo, entretanto esses mecanismos de ordenamento não se encontram ativos, cabendo à atual gestão atualizá-los e efetivá-los. O município possui um Plano Diretor que precisa passar por atualização e adequações À realidade atual. O plano em vigor aponta a ocupação desordenada, sem infraestrutura adequada causando 82

83 impactos ambientais significativos pela instalação de instalações como lixão, cemitério e pocilga em locais inapropriados. Não existem Conselhos Municipais de Cultura e Meio Ambiente na cidade, estando a municipalidade aberta à instalação destes colegiados. A atual gestão está bastante revigorada e otimista, com foco em uma atuação participativa e integrante aos movimentos de desenvolvimento regional. O foco e a atenção à atividade turística é notória, dado o grau de participação de quase todos os integrantes da estrutura administrativa municipal nas reuniões e entrevistas de campo, bem como de empreendedores, artesãos e agentes da cultura locais. Aspectos Culturais Traipu é uma cidade cultural. São muitas as manifestações que permeiam a comunidade. Seu maior patrimônio histórico e arquitetônico é a Igreja de Nossa Senhora do Ó finalizada em A cidade tem seu conjunto urbano bastante descaracterizado restando apenas alguns casarões do período colonial em estado bastante precário. Chamada de a cidade da música, Traipu possui grupos musicais tradicionais como a Lira Traipuense, a Sociedade Musical Jorge Trompete, diversas bansdas de metal e grupos de MPB. O carnaval na cidade é uma tradição regional e atrai numero considerável de visitantes. A religiosidade esta presente no município associada à devoção em sua padroeira cuja festa em dezembro é uma das maiores da região. Outra atração muito valorizada é a Festa do Bom Jesus dos Navegantes e a corrida de canoas. Entre as manifestações populares e folclóricas, destacam-se o Coco de Roda, o Piau, o pastoril, a vaquejada, a zabumba e diversos grupos de quadrilhas. Ainda não há o planejamento de um calendário de eventos que possam gerar fluxo turístico para a cidade, mas os eventos já realizados são capazes de fomentar um fluxo regional ainda que desorganizado. O artesanato é presente na cidade em especial pela potencial produção de utilitários em cerâmica na comunidade quilombola de Mumbaça onde existe a facilidade de se encontrar argila própria para a modelagem e pela tradição deste povoado que continua a ser transmitida. Bordadeiras de ponto cruz e redendê também estão presentes na produção artesanal local, embora os produtos ainda necessitem de um trabalho de design e identidade. A Casa da Cultura de Traipu onde a história e os insumos culturais da cidade são a matéria prima abriga atualmente o Museu Histórico da cidade, a Casa do Artesão e a Biblioteca e já iniciou um processo de revitalização e planejamento de ações para os próximos 4 anos. 83

84 A cidade conta com mestres canoeiros, carpinteiros e artesãos que esculpem a madeira, um ofício tradicional na cidade que vai perdendo força com o passar os anos, mas sem duvida integra o vasto potencial de produção associada ao turismo na cidade. Figura 29: Artesanatos produzidos em Traipu Fotos: Jussara Rocha Contando com 49 aglomerados rurais segundo o IBGE/Censo 2000, a cidade possui grande potencial para o desenvolvimento do turismo rural associado à cultura e aos saberes tradicionais locais. Infraestrutura Básica O acesso a Traipu a partir de Maceió é feito através das rodovias pavimentadas BR-316, BR-101, AL- 220 e AL-115, com percurso em torno de 188 km. O acesso de Arapiraca a Traipu é curto porem a via se encontra em péssimas condições de trafego com buracos em sua extensão, falta de acostamento e sinalização. O transporte de passageiros se faz por meio de empresas de transporte alternativo em vans de 40 em 40 min. Para o trecho Arapiraca Traipu Arapiraca. A rede pública de saúde não dispõe de hospital, existindo apenas 10 Unidades Ambulatoriais e 01 Centro de Saúde. Não existem consultórios médicos ou odontológicos registrados no município. Os atendimentos mais complexos em sua maioria são realizados em Aarapiraca. Na área educacional, são 04 escolas de ensino pré-escolar, 60 escolas de ensino fundamental e 01 escola de ensino médio. O saneamento básico ainda se constitui um dos maiores problemas do município uma vez que dos domicílios particulares permanentes, (37,50%) possuem banheiro ou sanitário e destes, apenas 08 (0,16%) possuem banheiro e esgotamento sanitário via rede geral. Cerca de 84

85 929 (18,80%) são abastecidos pela rede geral de água, enquanto que (25,80%) são abastecidos por poço ou nascente e utilizam outras formas de abastecimento (55,50%). Apenas (22,05%) domicílios são atendidos pela coleta de lixo, evidenciando a existência de uma fonte de sérios problemas ambientais e de saúde pública para a população. A destinação do lixo é o lixão existente no perímetro urbano do município e o esgoto é direcionado diretamente para o Rio. Há um projeto aprovado de instalação de um aterro sanitário em Arapiraca, futura sede co Consórcio entre municípios criado para este fim. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está propondo um projeto de mitigação do assoreamento e revitalização do Rio Traipu. Existe 01 agência do Banco do Brasil e 02 dos Correios na sede do município. A infraestrutura urbana indica 80% das vias pavimentadas e 90% iluminadas. O município possui 02 estações repetidoras de TV, 02 jornais diários, 01 museu, Casa do Artesão e 01 biblioteca pública e uma estação de rádio comunitária. Infraestrutura Turística Informação Turística e Sinalização A cidade não conta com estruturas de informação turística ou sinalização indicativa interpretativa. Não foram vistos também serviços agregados à atividade turística como condutores locais, locais de comercialização do artesanato local e estruturas de acesso ao rio como atracadouros ou piers. Não existe material informativo sobre a cidade disponível, mas ao contrário dos demais destinos, Traipu se faz presente nas redes sociais como pagina oficial no Facebook e uma iniciativa particular de informação on line denominada TV Opara. O sítio eletrônico oficial da cidade se encontra também em construção. Meios de Hospedagem e Alimentação A cidade é bastante restrita no que se refere ao atendimento dos serviços turísticos, principalmente em opções de hospedagem. Um hotel na área central e uma Pousada Rural foram identificados pela equipe. A Pousada Rural Recanto da Jaça recém implantada em uma antiga fazenda distante 3 km da sede do município se configura como pousada rural domiciliar, ainda com pouca disponibilidade de leitos, mas com serviço personalizado e muita hospitalidade. A proprietária segue investindo em melhorias no equipamento acreditando na evolução e dinâmica do turismo na região. 85

86 Com relação à alimentação, compras, informação, deslocamentos internos o município é bastante desprovido, necessita de um trabalho de formação de rede de empreendedores, qualificação e estruturação de serviços turísticos. Operação Não existe operação turística profissional, produtos com valor agregado, tampouco roteiros entre os atrativos da própria comunidade. Não há guias, condutores nem empresas de receptivo turístico na cidade. Os passeios de barco são feitos de forma amadora, sem organização e com atendimento ruim. Não há uniformização da informação quanto aos preços dos passeios de lancha ou barcos a motor ficando o visitante à mercê da pratica abusiva dos barqueiros. Por seu alto potencial, Traipu pode ser um destino interessante na região central do Baixo São Francisco, observando-se a necessidade premente de investimentos em estruturas turísticas, formação empreendedora, qualificação de profissionais, formação de rede de serviços e organização e estruturação de seus atrativos. Entretenimento O turismo na cidade ainda se mostra bastante incipiente, sem oferta de atratividade a não ser pelo Rio São Francisco e suas praias no município. Figura 30: Rio São Francisco Praia de Traipu Foto: Jussara Rocha Há em Traipu uma bela praia do Rio São Francisco muito disputada pelos locais e visitantes do entorno. O turismo atual se caracteriza por ter um alcance limitado e uma permanência muito curta, além de um ticket médio quase inexistente, pois os excursionistas não consomem quase nada no local. Tampouco existem estruturas destinadas aos banhistas que ocupam as praias sem ordenamento algum. Há potencial para estruturação do local e atendimento a demanda de um público mais seleto que traga renda e mais desenvolvimento para o município. 86

87 O município abrange um conjunto de serras e lagos em seu entorno ainda muito pouco exploradas turisticamente, mas com alto potencial para o ecoturismo e o turismo de aventura em variados nichos uma vez que reúne um conjunto de atrativos especiais. Tabela 9: Serras do Município de Traipu Denominação Distância da Cidade Altitude 1 Serra da Priaca 18Km 320m 2 Serra da Mumbaça 24Km 270m 3 Serra de Santa Cruz 36Km 250m 4 Serra dos Patos 42Km 150m 5 Serra Jaciobá 42Km 210m 6 Serra Pau D Água 48Km 170m 7 Serra das Mãos 48Km 125m 8 Serra do Alecrim 54Km 165m 9 Serra do Japão 60Km 230m 10 Serra do Cruzeiro (defronte ao Povoado Mumbaça) 11 Serra Grande (em Capivara) 12 Serra Zamesca (em Capivara) 13 Serra da Ilha (em Capivara) 14 Serra do Cruzeiro ou Alto do Jacaré (em Capivara 15 Serrote do Vento (em Capivara 16 Serra do Cruzeiro (em Olho d Água da Cerca) Fonte: ZZE, 2011 : 271 A Serra da Tabanga, a mais alta da região com aproximadamente 350m de altitude e 6 Km de extensão é a principal delas e já inicia um movimento exploratório amador e ainda sem operação consistente. Situada na margem sergipana do rio, esta Serra é uma espécie de cartão postal de Traipu e já que possui em sua base uma extensão de praia e uma estrutura de alimentação e hospedagem ainda bem precária, mas que atrai banhistas, excursionistas e turistas esporádicos. Figura 31: Vista da Serra da Tabanga 87

88 Foto: Jussara Rocha Figura 32: Praia da Tabanga Foto: Jussara Rocha Há grande potencial para a implementação de trilhas interpretativas, caminhadas ecológicas e interpretação do patrimônio arqueológico das Serras de Traipu. As comunidades quilombolas também se organizadas respeitando-se a identidade tradicional podem se configurar um atrativo interessante, em especial a do Mumbaça e do Urussu por seus fazeres tradicionais, histórias e produção artesanal. O turismo rural começa a despontar como segmento gerador de atratividade em virtude do grande potencial existente nos povoados rurais locais As atividades culturais também não se configuram ainda como produtos turísticos embora haja potencial para estruturação de um portfólio de novos produtos na localidade motivados pela cultura local. Espera-se que o Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco seja um indutor das novas possibilidades de desenvolvimento na cidade. 88

89 BELO MONTE Figura 33: Município de Belo Monte Fotos: Jussara Rocha O início da povoação começou a surgir a partir de 1560, quando exploradores iniciaram a subida pelo rio São Francisco em busca de novas descobertas. Atingindo o Ipanema, encontraram nele uma estrada aberta para suas penetrações ao interior, chegando até Pesqueira, no Estado de Pernambuco. Foi no ponto de encontro entre os dois rios que se estabeleceu um núcleo populacional, onde missionários, colonizadores e comerciantes dos centros maiores faziam seus negócios. O local ficou sendo conhecido como Barra do Ipanema. Inicialmente a região era chamada de Lagoa Funda, por estar próximo uma lagoa de grande profundidade. A colonização da região é datada de 1822, sendo que em 1866 foi elevada a categoria de vila, sendo chamado de Belo Monte. Desde então, o Belo Monte é anexado a municípios como Traipu e Batalha, sendo considerado como distrito. Somente em 1959 é elevada a categoria de município recebendo sua autonomia administrativa. Dados Geográficos Tabela 10: Dados Geográficos de Belo Monte Área Total: 333,4 Km² Densidade Demográfica: 20,46 hab/km² 89

90 Economia Altitude: 30m Distância da Capital: 216,3 Km Ano de Criação: 1959 Micro-Região: Batalha Meso-Região: Sertão Alagoano Clima: Semi árido Temperatura: Max. 38º - Min. 22º Latitude: 09º49 42 Longitude: 37º16 48 Limites: Batalha, Pão de Açucar, Traipu, Rio São Francisco Acesso: AL 220 e AL 125 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas O município em sua economia baseada na agricultura de subsistência, na pecuária leiteira e na pesca de subsistência. A pesca e a rizicultura, antigos pilares econômicos diminuíram drasticamente a partir da instalação da Usina de Xingó que passou a controlar as cheias do rio, deixando secas nos períodos de baixa vazão as áreas de plantio de arroz. Este impacto também resultou na diminuição de espécies tradicionais de pescado, destacando-se o piau, o curimatã e o surubim, hoje raro nas águas do rio. Os pescadores associados da Colônia Z 34, hoje com 479 associados, sobrevivem do Seguro Defeso bolsa do governo federal para as épocas de piracema e reprodução de peixes. Instrumentos de Gestão O município conta com uma Secretaria de Turismo em sua atual estrutura administrativa, mas não tem neste segmento nenhuma ação relevante. Ao contrário, a atividade turística não é vista pela administração publica como um setor prioritário para investimentos, sob pena de causar impactos mais negativos do que positivos na ambiência pacata da cidade e no modo de vida de seus cidadãos. O foco da gestão recai sobre a infraestrutura da cidade e a educação. Aspectos Culturais Belo Monte possui um belo patrimônio cultural: os sítios arqueológicos dos povoados de Telhas e de Jacobina, as igrejas de Nossa Senhora dos Prazeres na Barra do Ipanema e de Nossa Senhora do Bom Conselho na sede do município. Figura 34: Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho 90

91 Foto: Jussara Rocha É uma cidade pequena com 6700 habitantes, sendo quase 80% destes habitantes na zona rural da cidade. Suas crenças e tradições ainda são marcantes com as rezadeiras e benzedeiras, bem como as festas religiosas. O artesanato em palha, madeira, rendas e bordados são as referências locais. Verificou-se a presença de uma banda de musica local. Figura 35: Artesanatos Foto: Jussara Rocha Infraestrutura Básica Os acessos a Belo Monte são pavimentados embora desprovidos de sinalização rodoviária indicativa. Há um acesso não pavimentado de 22 KM partir de Pão de Açúcar em processo de asfaltamento com projeto já licitado pelo governo estadual. A preferência do moradores é pelo trecho de 30 KM ligando Belo Monte a Batalha já que todos os serviços necessários à população são direcionados para o município vizinho como serviços de saúde, abastecimento, entre outros. Não há hospital na cidade sendo que a rede publica de saúde dispõe de 07 unidades ambulatoriais, todas prestadoras de serviço do SUS. 91

92 Na área educacional, o município dispõe de 15 escolas de ensino fundamental, com alunos matriculados. Da população total residente, habitantes com 10 anos ou mais de idade são alfabetizados (41,90%). Existem no município domicílios particulares permanentes, dos quais 802 (54,90%) possuem banheiro ou sanitário e destes, apenas 25 (1,70%) possuem banheiro e esgotamento sanitário via rede geral. Cerca de 380 (26,00%) são abastecidos pela rede geral de água, enquanto que 433 (29,60%) são abastecidos por poço ou nascente e 648 utilizam outras formas de abastecimento (44,40%). Não existe estação de tratamento de água e esgoto, sendo todo o resíduo produzido direcionado para o Rio. A cidade é muito limpa, denotando eficiência na limpeza urbana, embora a coleta de lixo não atenda toda a população. Não existe infraestrutura bancária no município. Existe 01 agência dos Correios instalada no município. Não existe serviço de informação, material informativo ou sitio eletrônico do município. Infraestrutura Turística Belo Monte não possui infraestrutura turística nem serviços turísticos como hospedagem, informação, condução ou transporte turístico. O interesse do município no turismo está ligado à capacitação, pois não existem recursos para investimentos em infraestrutura turística. O maior atrativo da cidade é o rio e as praias em especial as de Barra de Ipanema, povoado na Ilha dos Prazeres ou na região central da cidade onde há um pequeno atracadouro. Figura 36: Atracadouro Foto: Jussara Rocha As principais festas locais são a de Bom Jesus dos Navegantes, que ocorre no período de 29 de dezembro a 1 de janeiro, e da Padroeira (Nossa Senhora do Bom Conselho), comemorada todos os anos dia 2 de fevereiro. 92

93 O nome Belo Monte se refere aos acidentes topográficos e à paisagem do entorno da cidade. Muito pacata Belo Monte tem potencial para desenvolvimento de turismo, sobretudo turismo rural. Um dos potenciais da cidade está na nas atividades junto à natureza ligadas ao turismo de aventura como trilhas de caminhadas ou o cicloturismo, ou mesmo travessias de barco a cidades como Penedo ou Pão de Açúcar, ou ainda a interpretação de sítios arqueológicos e suas pinturas rupestres no Povoado de Telhas PÃO DE AÇÚCAR Figura 37: Município Pão de Açúcar Foto: Jussara Rocha O município de Pão de Açúcar surgiu devido a proximidade com o rio São Francisco. Seu povoamento data de 1611, pelos brancos e índios vindos do Estado de Sergipe. Sua ocupação iniciou-se com a criação de uma fazenda, com a finalidade de explorar a pecuária e o pau-brasil, pelo português Lourenço José de Brito Correia. A vila foi criada a vila em 1854, sendo posteriormente, em 1887 foi elevada a categoria de cidade. Deve-se a denominação ao fato de achar-se a casa-grande muito próxima ao Cavalete, cujo aspecto e configuração assemelhavam-se, perfeitamente, a uma forma das que, ordinariamente, se empregavam para purgar e clarificar o açúcar. No Morro do Cavalete foi construída no ano de 1950 uma cópia do Cristo Redentor do Rio de Janeiro. A estátua tem 10 metros e com o pedestal chega a quase 15. Se tornou uma referência para o município e um cartão postal para os turistas regionais que visitam a cidade para se banhar na Prainha, banco de areia à margem do Rio São Francisco. 93

94 Dados Geográficos Figura 38: Dados geográficos Pão de Açúcar Área Total: 659,10 km 2 Densidade Demográfica: 36,95 hab/km 2 Altitude: Distância da Capital: 19 m 239,2 km Ano de Criação: 1854 Micro-Região: Meso-Região: Clima: Santana do Ipanema Sertão Alagoano Quente e seco Temperatura: Máx. 42º Min. 26º Latitude: 09º Longitude: 37º Limites: Acesso: Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Monteirópolis, Palestina, Piranhas, São José da Tapera, Rio São Francisco (SE) AL 101-Sul/AL 220/BR-101 Sul/ BR- 130 Sul Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas Economia As principais atividades que representam a base econômica do município são: a agricultura familiar, bovinocultura de leite e corte, caprinocultura de leite e corte, pesca artesanal, piscicultura, apicultura e o artesanato. Instrumentos de Gestão O município possui em sua estrutura administrativa uma Secretaria de Turismo porém não possui instrumentos de governança ativos. Sua base legal está disposta no Plano Diretor do município formulado em Pão de Açúcar possui Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável do Município, instituído pela Lei n. 258, de 24 de outubro de 2006, construído de forma bastante participativa. Segundo o documento, as estratégias para o desenvolvimento do município são: a) Promoção do desenvolvimento Econômico Sustentável; b) Inclusão Social e Cidadania; c) Política Ambiental; d) Saneamento Ambiental integrado; 94

95 e) Mobilidade Urbana e Integração do Território do Município; f) Habitação e Construção da Cidade; g) Desenvolvimento Urbano e Qualificação Ambiental; h) Planejamento e Gestão Democrática (ZEE, 2011: ). Das 07 macrozonas delimitadas no Plano Diretor do município 05 fazem referência ao desenvolvimento de atividades turísticas, sendo definidos alguns programas e projetos visando o estimulo ao setor na cidade. 2. Cidade Urbanizada Tabela 11: Programas previstos no PPA de Pão de Açúcar Programa Objetivos AÇÕES 7. Apoio e Incentivo a Agricultura 10. Resgate a Cultura 14. Desenvolvendo o Turismo Tornar a cidade limpa, conservada e com estrutura física funcional Ampliar a agricultura Familiar, incentivar o pequeno e médio agricultor, geração de empregos e movimentação da economia local. Recuperação e Preservação das Riquezas Culturais do Município e reestruturação das entidades públicas e privadas de incentivo a cultura municipal Estimular o aproveitamento das potencialidades ambientais para o desenvolvimento do turismo sustentável no nível local, gerando emprego e renda. Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local Construção e reforma de praças Construção do Terminal Rodoviário Construção de calçamento e urbanização na sede e povoados Construção e Reforma do Mercado Público Construção de Ponte Construção de um centro de divulgação e comércio de artesanato Recuperação de Prédios Históricos Construção do Centro Cultural Quilombola Implantação do Programa Biblioteca Viva Apoio as festividades cívicas, tradicionais e culturais Implantação do Programa Biblioteca Viva Apoio as festividades cívicas, tradicionais e culturais Construção do Museu Artesão Fernando Rodrigues no Povoado Ilha do Ferro Construção do Centro de Informações Turísticas Construção do Portal de Entrada Recuperação e Preservação das Belezas Embora estes programas estejam previstos no PPA com a visão de 04 anos, abrangendo o período de uma gestão ( ), não foram identificados ou mencionados em campo nenhum resultado ou mesmo projeto em implantação. Percebe-se que tanto gestores quanto empreendedores e sociedade tem conhecimento das necessidades, mas observa-se em 95

96 contrapartida que o conjunto de propostas definidas no PPA somente terão efetividade quando da priorização dos setores do turismo e da cultura, visto que a maioria delas envolve obras públicas de grande vulto orçamentário. Foram mencionadas na entrevista com o integrantes da Secretaria de Turismo à época do trabalho de campo as seguintes propostas de ações da atual gestão: Revitalização da orla do rio, cujo projeto já se encontra pronto e orçado em R$ 3 milhões mas sem recursos orçamentários para sua execução; Implantação do Eco Museu sem projeto e sem recursos; Cores da Ilha do Ferro Projeto pronto, realizado pelo Sebrae AL e entregue ao município para execução e Tombamento da Vila Limoeiro, distante 15 km da sede na estrada para Traipu, pelo valor histórico do povoado e sua vocação artesanal, com proposta já encaminhada ao IPHAN AL. As entrevistas demonstraram o interesse do município no Projeto de Dinamização do Turismo e a necessidade de instrumentalização quanto à governança turística e cultural. Aspectos Culturais Pão de Açúcar possui um dos mais relevantes acervos arqueológicos e paleontológicos do estado de Alagoas com 65 sítios e ocorrências arqueológicas e 06 paleontológicas identificados pelo IPHAN, constituindo um patrimônio especial. Este patrimônio requer medidas de proteção por usa fragilidade e podem vir a ser um dos mais importantes atrativos turísticos do município. Se considerarmos o patrimônio da região do alto sertão no Baixo São Francisco estamos nos referindo a 1/3 do patrimônio arqueológico do estado de Alagoas, denotando uma característica singular deste território. Um dos maiores problemas que a proteção do patrimônio arqueológico enfrenta é o desconhecimento da maioria da população sobre a importância desse patrimônio. E como ninguém protege aquilo que não conhece, os problemas de degradação são cada dia mais frequentes nesses sítios históricos da região. Nenhuma ação concreta foi mencionada quando do trabalho em campo, no sentido de estabelecer programas e projetos de educação patrimonial na cidade. E, considerando que este patrimônio é protegido por Leis Federais a articulação com as organizações de pesquisa, registro e responsabilidade são ainda mais relevantes. Segundo entrevistados na Secretaria de turismo do município existe uma proposta de criação de um Eco Museu em Pão de Açúcar, mas ainda sem projeto concreto. Há ocorrências verificadas de destruição eminente do patrimônio arqueológico no município pelo IPAHN e destruição do patrimônio histórico, o que demonstra a urgência das ações preventivas e legais contra estes crimes patrimoniais.. 96

97 Outra singularidade do município se encontra na Ilha do Ferro, povoado situado às margens do Rio São Francisco e reduto de saberes tradicionais como a construção de barcos e canoas, artesanato em madeira e o bordado Boa Noite. As 200 famílias do povoado sobrevivem do artesanato e da pesca artesanal. Mestres artesãos destes ofícios ainda preservam suas tradições, embora seja na atualidade o Bordado Boa Noite o que mais atrai visitantes à Iha do Ferro. Uma cooperativa a Art-Ilha é a principal fornecedora do artesnato, mas em toda a Ilha se encontram bordadeiras produzindo. Figura 39: Artesanato em Pão de Açúcar Fotos: Jussara Rocha Os mestres barqueiros da Ilha do Ferro também são especiais. Mesmo com a redução da pesca artesanal, muitos deles hoje ainda se dedicam em produzir pequenas canoas ou até miniaturas para comercialização aos turistas e visitantes. Alguns deles com reconhecimento como Mestre Aurélio, considerado o mestre de canoas do Baixo São Francisco. Figura 40: Pão de Açúcar Foto: Jussara Rocha Outro oficio importante na Ilha do Ferro é a produção de moveis e peças decorativas em madeira. Destaque para Mestre Aberaldo, que produz figuras de ex votos, bancos de madeira com madeiras e raízes não utilizadas ou pedaços encontrados em meio à caatinga. 97

98 Figura 41: Artesanatos Foto: Jussara Rocha Outros artesãos da madeira se destacam no município como Petrônio, Beto de Meirus, Wilson Barroso e Cristiano Negão, Nado, Gabriel e Valmir. Toso produzem bancos de madeira reaproveitada ou miniaturas de embarcações tradicionais. Do ponto de vista das manifestações culturais a musica ocupa espaço importante com as presenças da Banda Sociedade Musical Guarani e a Escola de Música Guarani, com foco em instrumentos de sopro e percussão. Há ainda o grupo Musical Os Cangaceiros, cujo ícone é Sr. João Firmino que foi sanfoneiro do Bando de Lampião e ainda é composto por outros senhores da localidade e executam musicas referentes ao cangaço na região. O Coco de Roda de Mestre Laércio de Bamba, a Chaleirinha adaptação do pastoril para o carnaval as quadrilhas juninas são manifestações tradicionais e presentes em Pão de Açúcar. Vale destacar o Pagode de Coco, o coco tradicional cantado no terreiro de Delma do Xexéu. Pão de Açúcar possui ainda a tradição Griô nas comunidades quilombolas de Chofre do Bode e Poço do Sal com as terras já tituladas, alem das comunidades indígenas de Meirus e Lua Nova. Toda essa riqueza cultural ainda não está organizada do ponto de vista da proteção e da preservação de suas características originais, tampouco são objeto de ordenamento com fins de atratividade turística. Um calendário de eventos, festas ou festivais, visitas à ensaios e oficinas culturais podem se constituir um produto vivencial importante para fomentar a visitação, o conhecimento e a preservação destes bens culturais locais. Infraestrutura Básica Acessos Os acessos que levam a Pão de Açúcar são pavimentados mas com sinalização rodoviária precária e incipiente. 98

99 Existe um atracadouro e uma balsa na cidade com serviços de transporte pelo Rio São Francisco todos os dias da semana, 24 h por dia. A balsa tem capacidade para 50 carros pequenos e leva ao estado de Sergipe do outro lado da margem. Figura 42: Balsa no municipio de Pão de Açúcar Fotos: Jussara Rocha Segurança Pública A Segurança pública é fator preocupante no município já que o efetivo policial local é composto de apenas 02 efetivos da Polícia Militar na cidade e presença do delegado apenas 01 dia na semana. O município já é rota de entrada e trafico de drogas oriundas de Sergipe e da Bahia. Saúde A rede de saúde dispõe de 01 hospital com poucos médicos e especialidades, oferta de serviços em queda após a municipalização da saúde e 08 Postos de Saúde nos povoados. Não há consultórios médicos ou odontológicos. Os atendimentos mais complexos e especializados são direcionados à Santana do Pirapama e Arapiraca. Educação Na área educacional, o município dispõe de 18 escolas de ensino pré-escolar, 53 escolas de ensino fundamental, 04 escolas de ensino médio e uma instituição de ensino superior a FASFPA. Da 99

100 população total residente, habitantes com 10 anos ou mais de idade são alfabetizados (44,90%). Saneamento Básico Existem no município domicílios particulares permanentes, dos quais (73,00%) possuem banheiro ou sanitário e destes, apenas 26 (0,50%) possuem banheiro e esgotamento sanitário via rede geral. Cerca de (65,30%) são abastecidos pela rede geral de água, enquanto que 111 (2,13%) são abastecidos por poço ou nascente e utilizam outras formas de abastecimento (46,45%). Apenas (55,00%) domicílios são atendidos pela coleta de lixo. Figura 43: Infraestrutura de Pão de Açucar Fotos: Jussara Rocha O saneamento básico em Pão de Açúcar, igualmente aos demais municípios da região do Baixo São Francisco é precário, já que boa parte 50% da população não PE atendido pela coleta de lixo, o esgoto não é tratado, é percebido correndo pelas ruas centrais da cidade e é jogado diretamente no rio embora exista o Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto - SAAE no município. Figura 44: Pão de Açúcar Fotos: Jussara Rocha 100

101 Serviços Pão de Açúcar tem cobertura de sinal de telefonia móvel das operadoras TIM e CLARO, internet via rádio e satélite e sinal wirelles na praça central, na entrada da cidade e no Cristo Redentor. Os serviços bancários são oferecidos por agencias do Banco do Brasil, Bradesco e Caixa, alem dos postos de correio existentes no município. Infraestrutura Turística A atividade turística em Pão de Açúcar ainda se encontra em fase de estruturação. Embora com grande potencial, a cidade não atrai fluxo consistente de turistas e nem possui infraestrutura adequada para a permanência destes na localidade. Informação Turística e Sinalização O município não dispõe de centros de informação ao turista, material promocional ou estruturas de sinalização indicativa e interpretativa, mesmo considerando seu forte componente cultural. Alguns cidadãos oferecem serviços de condução, sem, contudo ter a qualificação necessária que esta profissão exige. O município possui um sitio eletrônico oficial com poucas informações sobre atrativos, equipamentos e serviços, alem de não mencionar a Secretaria Municipal de Turismo em sua estrutura na ferramenta web. Pão de Açúcar está presente na rede social Facebook, cuja pagina se encontra desatualizada. Meios de Hospedagem e Alimentação No tocante aos serviços turísticos, a cidade possui duas Pousadas utilizadas por pessoas a trabalho na cidade e quatro restaurantes na região central, além de bares e lanchonetes. A Churrascaria Cristo Redentor é a mais procurada pelos visitantes por sua localização no alto de um mirante municipal. Figura 45: Cristo Redentor em Pão de Açúcar 101

102 Foto: Jussara Rocha A oferta de serviços, além de reduzida, necessita maior estruturação e principalmente qualificação quanto aos serviços, atendimento e gestão. A grande informalidade existente evoca a urgente implementação de políticas de fomento à cultura empreendedora na localidade. Atrativos e Operação O fluxo turístico de Pão de Açúcar é pequeno e incipiente, proveniente da região, e mais forte aos finais de semana cujo atrativo principal está nas praias da cidade. A possibilidade de acesso via balsa é fator importante para atração de visitantes vindos de Sergipe ( Itabaiana). Alem do potencial arqueológico não trabalhado e da cultura local, Pão de Açúcar possui um entorno interessante com predominância de matas de caatinga com grande potencial de interpretação e uso sustentável, sobretudo a caminho do povoado da Ilha do Ferro com possibilidade de implementação de caminhadas interpretativas e cicloturismo. Figura 46: Matas da Caatinga 102

103 Fotos: Jussara Rocha Vale destaque a instalação do Museu Ambiental Casa do Velho Chico. Uma iniciativa particular do Sr. Jackson Borges que criou o Museu Itinerante em 04 de outubro de 2001 com objetivo de conscientizar a população ribeirinha para a preservação ambiental e a do rio São Francisco. O museu já percorreu centenas de cidades nordestinas levando a importante mensagem da preservação ambiental e da vida do Rio São Francisco e dos ribeirinhos. Dentre as suas atividades está a de trabalhar com o público jovem e estudantes das redes municipal, estadual e privada para desenvolver a valorização do Rio, seus usos e seus saberes, bem como estimular o sentimento de pertencimento nas pessoas e principalmente na juventude. 103

104 Figura 47: Museu Ambiental Casa do "Velho Chico" Foto: Jussara Rocha O Museu foi instalado em Pão de Açúcar em 2011após uma permanência de 17 dias em exposição na cidade de Petrolina, Estado de Pernambuco, onde recebeu um público visitante significativo. Embora rica em possibilidades a cidade não possui empresas de receptivo turístico, nem operação organizada para grupos e visitantes que chegam à cidade. O serviço quando existente é bastante amador e feito por pessoas conhecedoras e que valorizam as riquezas locais. Entretenimento Da primeira quinta ao segundo domingo de janeiro acontece todos os anos a festa mais popular local, a romaria de Bom Jesus dos Navegantes. Esta é mais importante festa da cidade e responsável por grande atratividade de visitantes. Embora religiosa, é o lado profano da festa que atrai pessoas de toda a região, a maioria excursionistas de um dia, que no volume acabam contribuindo para a circulação da economia local. Na ausência do calendário religioso a cidade não oferece nenhum atrativo de lazer e entretenimento para a comunidade e os visitantes. 104

105 PIRANHAS Figura 48: Município de Piranhas Foto: Jussara Rocha A origem de Piranhas data do século XVIII. Seu povoamento começou com a ocupação da região por duas famílias, os Feitosas e os Alves, que resolveram desenvolver a região. Foi chamado de Porto da Piranha, devido a pesca de uma piranha por um caboclo. Como está localizado as margens do Rio São Francisco, o povoado era parada obrigatória de quem vinha de Pernambuco e outras regiões. O município é recheado de fatos importantes, dentre eles podemos destacar a visita de D. Pedro II em 1859; a construção da ferrovia a partir do decreto nº de 19/06/1878 e em 25 de fevereiro de 1881 era inaugurada a estrada de ferro que ligava Piranhas a Jatobá e em 1964 era desativada por ordem dos militares. A cidade também é palco de um dos maiores acontecimentos da história recente do Brasil, foi de Piranhas a força policial que exterminou o Rei do Cangaço Virgolino Ferreira da Silva, o LAMPIÃO, comandada pelo então tenente João Bezerra da Silva em 28 de julho de 1938 na Grota de Angico no município de Poço Redondo/SE. Além de ser a primeira cidade a expor as cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros. Em 17 de dezembro de 2003 o município de Piranhas foi tombado como Patrimônio Histórico e Paisagístico Nacional, sendo o 1ª a cidade reconhecida pelo IPHAN como patrimônio na região do semi-árido nordestino. 105

106 Com uma arquitetura charmosa e bem conservada, o centro histórico se tornou um atrativo em si. Somado ao Museu do Sertão, ao Centro de Artesanato, aos restaurantes e a praia local, Piranhas se consolida como uma cidade predominantemente turística. Figura 49: Arquitetura histórica Foto: Jussara Rocha Entremontes, distrito de Piranhas, também possui um centro histórico tombado pelo IPHAN e é o ponto de partida para a Rota do Cangaço, pequeno roteiro turístico que explora a vida e a morte de Lampião e Maria Bonita, incluindo uma trilha até o ponto em que o bando foi assassinado. Dados Geográficos Economia Tabela 12: Dados Geográficos Piranhas Área Total: km 2 Densidade Demográfica: 41,04 hab/km 2 Altitude: 47 m Distância da Capital: 304,0 km Ano de Criação: 1875 Micro-Região: Sertão Alagoano Meso-Região: Sertão Alagoano Clima: Temperado Temperatura: Máx. 39º Min. 20º Latitude: 09º Longitude: 37º Limites: Pão de Açúcar, São José da Tapera, Olho d Água do Casado, Inhapi, Rio São Francisco. Acesso: AL 225/ AL 220 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas As principais atividades econômicas do município são o comércio e serviços, a pecuária, o extrativismo vegetal e a silvicultura. 106

107 Entre 1986 e 1987, a cidade recebeu seu mais recente impulso de desenvolvimento com o inicio das obras de construção da Usina Hidroelétrica de Xingó, concluídas dez anos depois, em setembro de 1997, e dos novos equipamentos urbanos para assentar os trabalhadores imigrantes para a área, que tomaram a forma de dois novos bairros: Xingó e Nossa Senhora da Saúde, onde estão concentradas a maioria das atividades comerciais da cidade. Com a mudança do centro econômico para os novos bairros, o Centro Histórico de Piranhas passou a abrigar as estruturas do poder público municipal e os equipamentos e serviços turísticos da cidade. Atualmente o turismo e os royalties da CHESF são os maiores movimentadores da economia local, embora os serviços turísticos ainda não sejam tão expressivos e exista grande informalidade no município. Ainda com baixa cultura empresarial a cidade vem se estruturando lentamente em função da demanda turística e da necessidade da oferta de novos negócios e serviços agregados. Instrumentos de Gestão A atual gestão do município conta em sua estrutura com uma Secretaria Municipal de Turismo, assim como com as pastas da Cultura e do Meio Ambiente que pretendem trabalhar integradas. O foco da administração evidenciado em entrevista com os gestores públicos é a promoção do destino e a integração com outros setores produtivos significativos na cidade como a ovinocaprinocultura, apicultura e piscicultura. Embora o turismo tenha relevância econômica e cultural na cidade, Piranhas não possui instância de governança local como o Conselho Municipal de Turismo, Fundo municipal de Turismo, Política Municipal de Turismo ou Plano de Desenvolvimento do Turismo Local. Em 2009 o município recebeu do Ministério do Turismo e Sebrae Nacional um estudo que dimensionava a competitividade turística do destino realizado pela Fundação Getúlio Vargas, a exemplo de outras localidades brasileiras. O Estudo de Competitividade buscou captar e monitorar a evolução da atividade turística de destinos turísticos ao longo do tempo. A metodologia dos indicadores de Competitividade de Destinos Turísticos foi criada a partir da verificação in loco de dados primários e secundários em 13 dimensões: Infraestrutura geral, Acesso, Serviços e equipamentos turísticos, Atrativos turísticos, Marketing e promoção do destino, Políticas públicas, Cooperação regional, Monitoramento, Economia local, Capacidade empresarial, Aspectos sociais, Aspectos ambientais e Aspectos culturais. O estudo de competitividade mede a capacidade crescente de um destino de gerar negócios nas atividades relacionadas com o setor de turismo, de forma sustentável, proporcionando ao turista uma experiência positiva. 107

108 Os resultados apurados servem de base para o planejamento municipal do setor no destino e áreas correlatas visando mitigar os problemas causadores dos menores índices e potencializar aqueles indicadores com maior efetividade. Os resultados do município se encontram na tabela abaixo onde podemos comparar as notas médias do município com as notas médias dos destinos pesquisados e tabulados nas categorias Brasil, Capitais e Não Capitais: Tabela 13: Capacidade do destino de gerar negócios Piranhas Brasil Capitais Não Capitais Infraestrutura Geral 36,7 64,6 71,3 58,9 Acessos 36,7 58,1 69,9 49,7 Serv. Equip. 27,5 46,8 59,4 37,9 Turísticos Atrativos Turísticos 61,8 59,5 58,5 60,2 Marketing 40,2 41,1 47,5 36,5 Políticas Públicas 22,3 53,7 58,7 50,2 Cooperação 31,7 48,1 47,1 48,8 Regional Monitoramento 42,8 34,5 41,8 29,4 Economia Local 20,2 57,1 67,6 49,6 Capacidade 10,2 55,7 78,1 39,8 Empresarial Aspectos Sociais 45,8 57,4 69,1 53,4 Aspectos 61,2 61,8 67,0 58,1 Ambientais Aspectos Culturais 41,1 54,6 63,0 48,7 Total Geral 37,1 54, 61,9 48,4 Fonte: FGV/Mtur/Sebrae Observa-se que as notas e indicadores de Piranhas se encontram em sua maioria baixo das notas das não capitais pesquisadas, o que denota um esforço coordenado das instâncias locais na superação destes resultados. Com exceção das dimensões Atrativos Turísticos Marketing Monitoramento e Aspectos Ambientais, todas as demais dimensões demandavam investimentos e a implantação de uma força tarefa visando a implementação de ações integradas no sentido de transformar a realidade local. Embora realizado apenas uma vez oferecendo um raio x do nível de competitividade do turismo na cidade, esperava-se maior envolvimento do poder público local, empresariado e sociedade civil na continuidade dos trabalhos. Alem da realização do Estudo o Ministério do Turismo disponibilizou ferramentas de acompanhamento e consultorias de apoio visando a formação de um grupo gestor capaz de dar continuidade às ações, animando o processo de planejamento e fomentando as transformações necessárias ao destino. Por sua vez este instrumento pode ser a base para a elaboração de projetos e alinhamento de demandas às varias instâncias de apoio e estruturação sejam elas públicas ou privadas. 108

109 Percebeu-e em Piranhas uma dificuldade de articulação entre o poder publico e a sociedade civil, bem como uma participação acanhada dos empresários nas questões de impacto turístico e uma dependência generalizada das ações do poder público estadual. Esta situação esta bem presente na pontuação obtida nas dimensões Poder Público e Capacidade Empresarial. Dimensão Políticas Públicas O destino possui uma secretaria municipal com atribuição de coordenar ou incentivar o desenvolvimento do turismo e conta com um Plano Diretor Municipal que contempla o setor de turismo, aspectos que influenciaram positivamente o indicador. Entretanto, a secretaria municipal de turismo não possui atribuição exclusiva à pasta não conta com orçamento ou recurso próprio extraorçamentário para coordenar ou incentivar o desenvolvimento do setor e não segue nenhum planejamento formal para o setor de turismo. O destino não possui uma instância de governança local conselho municipal ou similar -, não dispõe de um fundo voltado para o turismo e não desenvolveu projetos em conjunto com a iniciativa privada ou entidades de classe representativas em atividades relacionadas ao turismo. Além disso, não houve recentemente investimentos diretos do governo estadual em projetos que visam a competitividade do turismo, não houve recentemente investimentos diretos do governo federal em projetos que visam a competitividade do turismo e o órgão que administra o turismo no município não tem representação no fórum ou conselho estadual do setor, gerando influência negativa no indicador desta dimensão. Relatório Analítico Estudo de Competitividade de Piranhas FGV- SEBRAE: 13,14 Dimensão Capacidade Empresarial O resultado do destino nesta dimensão foi afetado negativamente pela concentração de barreiras à entrada de novos empreendimentos turísticos, pela ausência de instituições de ensino com programas regulares de formação técnica, de formação superior ou de cursos livres, e pela inexistência de escolas de formação em idioma estrangeiro. A falta de grupos nacionais ou internacionais do setor de turismo (como redes de locação de automóveis, cadeias de restaurantes e redes de meios de hospedagem) e a carência de pessoal local qualificado para trabalhar em hotelaria e em estabelecimentos de alimentos e bebidas também pesaram sobre o resultado. Não há no destino empresas que exportem mercadorias de alto valor agregado ou perecíveis e não existem adensamentos de empreendimentos turísticos que fomentem o empreendedorismo como arranjos produtivos locais, quesito que, uma vez melhorado, tende a contribuir para a competitividade do destino. Relatório Analítico Estudo de Competitividade de Piranhas FGV- SEBRAE:

110 Considerando a peculiaridade do destino, vários são os estudos e planos que tem sido feitos ao longo doas anos, mas sem efetivação das ações. Um exemplo é o GEO Piranhas - Perspectivas para o Meio Ambiente Urbano estudo diagnóstico do PNUMA do PNUMA do 2009 visando a elaboração do Plano Diretor Municipal e do Plano de Ação das Cidades Históricas construído pelo IPHAN e inserido nas ações do PAC Cidades Históricas em 2010, documento que aponta as principais ações relativas à estruturação cultural segundo os objetivos de desenvolvimento socioeconômico, adequação ambiental e planejamento territorial já mencionado no Zoneamento Turístico do Baixo São Francisco. Nenhum dos estudos acima evidenciados foram mencionados pelos entrevistados no município, nem do poder público e nem da iniciativa privada, embora a sensação externalizada pelos participantes é a de saturação de diagnósticos e planos, embora não se tenha nenhuma manifestação de atitudes tomas dentro da comunidade em prol da execução das ações. Percebe-se uma total ausência dos atores locais do processo após a conclusão e entrega dos resultados, não havendo apropriação e nem monitoramento da implementação das ações, demonstrando o baixo capital social existente na cidade e a grande dependência da chegada das soluções por vias externas à comunidade. O capital social é medido pelas redes de relacionamento baseadas na confiança, cooperação e inovação que são desenvolvidas pelos indivíduos dentro e fora das organizações, facilitando o acesso à informação e ao conhecimento bem como o protagonismo nas ações em beneficio do coletivo, o que não se percebeu em Piranhas. Um movimento positivo na cidade é a formação recente da ASTURP Associação dos Empresários e Profissionais do Turismo de Piranhas com o objetivo de pensar coletivamente o desenvolvimento turístico local e melhorar a qualidade dos serviços turísticos de Piranhas. A organização reúne empresários dos setores de hospedagem, alimentação fora do lar, operação turística e atividades, está se articulando com poder público local e outras instituições que tenham possam atender as demandas coletivas em benefício do turismo local. O grupo necessita definir estratégias claras de atuação, priorizar ações e demandas, organizar atribuições visando sua efetividade e fortalecimento. Mas já é o embrião de um movimento protagonista da cidade visando o desenvolvimento turístico. Figura 50: Reunião com empresários da ASTURP Janeiro

111 Foto: Jussara Rocha Aspectos Culturais O Patrimônio Histórico Figura 51: Museu do Sertão Piranhas Foto: Jussara Rocha A cidade de Piranhas teve seu patrimônio reconhecido nas instâncias municipal, federal e estadual em 14 de abril de 2000, 03 de dezembro de 2003 e 19 de dezembro de 2005, respectivamente. A partir desse momento, o município obteve o título de Cidade Tombada, passando a ser considerado Patrimônio da União. A área tombada contém duas aglomerações urbanas, o Centro Histórico de Piranhas e o Distrito de Entremontes, as quais possuem 301 bens de interesse patrimonial, na primeira, e 150 na segunda, além de todo seu entorno paisagístico. Embora tombada nos três níveis de abrangência o município não possui instrumentos de ordenamento territorial e governança cultural. A cidade não possui um Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Arquitetônico, nem Conselho Municipal de Cultura. Não existe uma 111

112 política cultural, tampouco diretrizes e estratégias de preservação e conservação do patrimônio material e imaterial da cidade. Embora a cidade venha recebendo nos últimos anos um fluxo massificado, especialmente de excursionistas, advindos dos estados de Sergipe e Alagoas, não existe ações ou marcos legais reguladores da capacidade de carga local, o que acarreta em impactos negativos na mobilidade territorial, em especial nas questões relativas ao transito de veículos de grande porte no centro histórico. Alem disso, o fluxo desordenado e não controlado pode afetar a sustentabilidade ambiental do destino com a emissão de grandes volumes de lixo, consumo de energia e água e poluição do rio nas praias do Rio São Francisco existentes no município, principalmente na região central. Segundo a responsável pelo IPHAN AL de Piranhas o órgão tem feito todas as ações possíveis para mitigar os impactos ao patrimônio e fiscalizar o respeito às deliberações do tombamento. O IPHAN tem previstos algumas ações para o município, entre elas se encontram em andamento: A requalificação urbanística da orla com a desocupação do pátio férreo; Restauro da Igreja de Nossa Senhora da Conceição Embutimento da fiação elétrica Saneamento básico. Outras ações estão previstas como o tombamento paisagístico (cidade e rio) em função da construção de uma barragem reguladora em Pão de Açúcar e na orla de Entremontes um atracadouro a Piranhas de Baixo com paisagismo de toda a área cujo projeto já se encontra pronto. Há ainda a possibilidade de implantação do Projeto Oficina de Miniaturas de Embarcações a ser ministrada por Mestre Manoel de Piranhas. A Estrada de Ferro Paulo Afonso Outro elemento cultural marcante da cidade e ainda presente em seu patrimônio é a Estrada de Ferro que ligava Piranhas a Pernambuco, inaugurada em 1883 tendo encerrado suas atividades na região em 1964 no Governo Castelo Branco. A estrada de ferro foi grande impulsionadora do desenvolvimento de Piranhas juntamente com a navegação a vapor no Rio São Francisco, processo que se deu em duas fases: a primeira, no século XIX, com a hidrovia e a ferrovia, e a segunda, no século XX, com a construção da UHE de Xingó. A primeira fase se caracterizou pela navegação a vapor no rio e a construção da estrada de ferro que conectou Piranhas, no Estado de Alagoas, ao Estado de Pernambuco, interligando o sertão ao litoral, assim como interligou o alto ao baixo São Francisco. Isto impulsionou, de vez, a ocupação e consolidação do Centro Histórico. Piranhas, por ter sido sede de acontecimentos históricos e modernizadores da região nordestina, com os ciclos 112

113 econômicos da utilização plena da hidrovia, da ferrovia, dos investimentos trazidos de Pernambuco por Delmiro Gouveia, dos acontecimentos do cangaço e da implantação da Hidroelétrica de Xingo, possui peculiaridades que lhe conferiram as condições para ter a única cidade tombada no semi árido brasileiro:... sertão, caatinga, fazenda, pecuária, rio, cânion e cangaço compõem a identidade socioeconômica da região (Furtado, 2003). (GEO Piranhas,2009) Figura 52: Estação ferroviária Foto: O impulso comercial, em função da navegação regular do baixo São Francisco, reforçou-se com a construção da estrada de ferro em Como marco histórico da primeira viagem por via férrea, edificou-se a estação central de Piranhas, com oficina, almoxarifado, armazéns para abrigo de vagões, giradores, pontilhões e pátios de manobras. A estrada de ferro era também o transporte de pessoas, mercadorias hábitos culturais, notícias e novidades, consolidando a cidade como importante entreposto comercial e cultural do sertão alagoano. Exemplo disto eram as feiras das quartas feiras, que movimentavam a cidade e em especial o Porto e a estação de onde desembarcavam pessoas e mercadorias, que cruzavam o rio e o sertão entre Alagoas e Pernambuco. A interrupção da linha férrea em 1964 causou uma estagnação econômica sem precedentes durante 20 anos na cidade, que voltou a recuperar sua energia econômica e social com a chagada da CHESF em O Cangaço Figura 53: O cangaço 113

114 Foto: Jussara Rocha A história recente também marca o município com a saga de Lampião e a história relacionada à sua morte. Piranhas foi o ponto de partida da famosa volante comandada pelo Ten. João Bezerra, que emboscou e matou Lampião e seu bando na Grota de Angicos em 28 de julho de O bando teve suas cabeças cortadas e exibidas nas escadarias do antigo Palácio Provincial de Piranhas, onde hoje se encontra a Prefeitura Municipal. A cidade ainda foi vítima do terror causado pela invasão de Corisco e Gato, comparsas de Lampião. Liderando seu bando, Gato veio em busca de sua mulher que, equivocadamente, havia sido dada como morta. A população reagiu e o cangaceiro tombou com um tiro certeiro em 27 de outubro de Este fato marcante na vida dos habitantes da cidade se transformou num produto turístico local integrando história, cultura e natureza. O cangaço, movimento marcante no nordeste, pode gerar possibilidades diversas de produção turística integrando vários segmentos de oferta. Na cidade, fatos e objetos relativos à história do cangaço estão expostos no Museu de Sertão situado no prédio da antiga estação ferroviária, restaurado para abrigar espaços de cultura e turismo. Embora bem localizado, o Museu necessita de curadoria atualizada visando o alinhamento e comunicação das informações contempladas nas laminas, registros documentais, objetos e ferramentas. Atualmente o acervo é disposto de forma nãodifusa e pouco atrativa. O local carece de iluminação, ventilação, melhor distribuição do acervo e segurança patrimonial. Entremontes Localizado as margens do São Francisco o distrito de Entremontes é referência cultural do município. Pacato e silencioso, o lugar se abre para o turismo valorizando suas tradições. 114

115 O artesanato em Piranhas está diretamente relacionado ao distrito de Entremontes e a produção do bordado redendê. O distrito que vive da pesca artesanal e das agulhas e tecidos é em si um atrativo turístico muito visitado considerando sua importância histórica como núcleo de fundação do município e conjunto histórico tombado pelo IPHAN. Alem do mais o distrito mantém suas características arquitetônicas originais e cuidados paisagísticos contribuindo para a preservação e conservação do conjunto urbano por seus moradores que demonstram orgulho pela limpeza, organização e singeleza do lugar. A Associação das Bordadeiras de Entremontes reúne 42 associados, contando com uma sede cedida pela Prefeitura Municipal, onde cotidianamente se reúnem para trabalhar e comercializar os produtos para turistas e visitantes. O local é utilizado ainda para capacitações realizadas por órgãos de fomento visando a qualificação do artesanato local. 115

116 Figura 54: Associação de Bordadeiras Fotos: Jussara Rocha O distrito possui um restaurante, duas pousadas domiciliares e lojas de artesanato alem da Associação. É um dos atrativos integrantes da Rota do Cangaço. Manifestações Tradicionais Diversas manifestações culturais estão presentes em Piranhas como o reisado, o pastoril, blocos como Os Trovadores e Borboletas, alem do Grupo de Teatro Estrela do Sertão. O carnaval e o Forrogaço são os maiores eventos do município, sendo que o Forrogaço que anuncia a abertura da temporada de São João em Piranhas atrai um público significativo de turistas e visitantes. A Banda de Musica de Mestre Elízio do Conservatório Municipal de Musica de Piranhas, o primeiro de Alagoas e que funciona na casa onde pernoitou D. Pedro II quando passou pela região é um atrativo e já começa a se inserir no contexto turístico da cidade recebendo grupos de turistas de uma grande operadora um dia por semana. 116

117 Figura 55: Banda de Musica de Mestre Elízio Foto: Jussara Rocha Infraestrutura Básica Acessos O acesso à Piranhas é pavimentado e se encontra em ótimas condições de trafego, ficando a desejar na sinalização rodoviária e nas estruturas de apoio e serviços ao longo do trecho de quase 300km a partir de Maceió. No município, a estrada vicinal não pavimentada que liga a sede aos distritos de Entremontes e Piau necessita cuidados, manutenção permanente e sinalização. Saneamento Básico e Água O abastecimento de água e índice de atendimento da rede geral de água a população, de acordo com a companhia de abastecimento (Casal), em 2006, era de apenas a 45,3% da população urbana estimada 45,3% do universo considerado. Piranhas possui uma situação peculiar pela instalação da UHE pela Chesf o que a faz a segunda cidade do estado neste tipo de atendimento à população. A limpeza urbana do município de Piranhas, hoje, e de total responsabilidade da Prefeitura Municipal, que recolhe e transporta todo o lixo urbano para os três lixões a céu aberto, onde é despejado sem nenhum tratamento e, posteriormente, queimado. No centro da cidade utiliza-se o sistema de fossas sépticas, mas observa-se esgoto a céu aberto em suas vias urbanas. O bairro Xingó e o que apresenta as melhores condições de infraestrutura do município, possuindo em toda a sua extensão redes de abastecimento de energia e água, drenagem de águas pluviais e canalização e tratamento de esgoto sanitário. As áreas dotadas de abastecimento 117

118 de água e esgotamento sanitário em Nossa Senhora da Saúde são as que foram, inicialmente, estruturadas pela Chesf. Comunicação e Energia A rede de distribuição de energia elétrica é mais estruturada, abrangente e melhor distribuída do que a de saneamento, e alcança, além dos aglomerados urbanos, algumas propriedades rurais e pequenos povoados. O município é atendido com cobertura de telefonia móvel pelas operadoras TIM e VIVO. Saúde O município possui um hospital com 43 leitos e toda a população é atendida pelo SUS. Alem do hospital a cidade é dotada de um centro de saúde e 09 postos ambulatoriais. Educação Segundo o GEO Piranhas, o município apresentou crescimento substancial no numero de alunos matriculados na rede pública de educação entre os anos de 2000 e 2006, cerca de 20% e no ensino médio observa-se elevação de aproximadamente 60%, no período citado. A partir de 2002 a rede publica vem contando com a quase integralidade dos docentes do ensino médio com formação de nível superior (a exceção do ano de 2005), o mesmo ocorrendo com a escola da rede privada a partir de 2003, conforme dados do Inep/MEC (2009). Infraestrutura Turística Informação Turística e Sinalização O município não dispõe de sitio oficial na internet e nem está presente nas redes sociais, não possui material promocional e nem ferramentas de divulgação do destino. A cidade possui um Centro de Informações Turísticas no centro histórico, próximo ao Museu do Sertão, cuja recepcionista se mostrou bastante observadora do fluxo local apontando os novos destinos emissores, o comportamento dos turistas em especial no Centro Histórico e as suas principais demandas. 118

119 Figura 56: Centro de Informações Turísticas de Piranhas Foto: Jussara Rocha A sinalização indicativa existente em Piranhas é padronizada e nova e se estende ao distrito de Entremontes. Embora instalada recentemente, tem algumas placas avariadas demonstrando a necessidade de manutenção e reposição ao longo do tempo. Figura 57: Sinalização indicativa Piranhas e Entremontes Fotos Jussara Rocha Meios de Hospedagem e Alimentação Piranhas possui com aproximadamente 15 pousadas e pequenos flats, razoável para atendimento à demanda atual. A maioria delas está situada no Centro Histórico da cidade, sendo que alguns empreendimentos se encontram no Bairro novo ou mesmo na área rural da cidade. A oferta de leitos é restrita na alta temporada e as diárias são consideradas caras ara a região se comparadas aos preços de mercado, tanto pela oferta de serviços ou valor agregado nos equipamentos, quanto pelas instalações em si. A permanência média na cidade é de 2,5 dias segundo os empresários locais, restringindo-se aos finais de semana. Ao serem indagados sobre o nível de satisfação dos clientes e nível das reclamações recorrentes, a maioria dos empresários diz que os clientes demonstram insatisfação principalmente com a falta de atividades e produtos com valor agregado que complementem a estadia na cidade. Os 119

120 passeios no cânion também são motivo de reclamação por serem muito uniformes e não possuírem custo/benefício satisfatório. Ao serem indagados sobe reclamação sobre os preços praticados nos meios de hospedagem, a maioria respondeu não ter reclamações quanto ao preço, o que demonstra que o cliente motivado a permanecer em Piranhas e consumir os produtos turísticos locais sabe o que quer, pesquisa antes de ir à cidade e concorda com os preços praticados, mas sai com a expectativa não atendida com relação à qualidade da experiência. Operação Terceiro maior destino turístico do Estado, Piranhas consegue gerar atratividade e fluxo turístico significativo em função de suas singularidades que associam o turismo náutico dos Cânions do Xingó e praias do São Francisco ao turismo cultural patrimônio histórico e história do cangaço conferindo ao destino possibilidades variadas de lazer e conhecimento. Entretanto o fluxo atual se divide em duas categorias bem visíveis e distintas: grandes grupos de excursionistas, visitantes de 01 dia e, grupos de grandes operadoras vindos principalmente de Aracaju e pequenos grupos de operadoras diversas, ou famílias que vem espontaneamente de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia (de maneira crescente), Recife e São Paulo. O turismo em Piranhas vem acompanhando uma tendência do estado de Alagoas que tem demonstrado claramente uma opção pelas grande operadoras emissivas e um turismo de massa com reflexos e impactos na maioria das vezes negativos, tanto na sustentabilidade ambiental, na preservação do Rio e do patrimônio histórico, mas principalmente na cultura local e na cultura empresarial que já tende a direcionar seus esforços de promoção para manter a quantidade de turistas e não a qualidade da experiência e da visitação. Embora não haja uma pesquisa de demanda e séries históricas que possibilitem compreender melhor a dinâmica e evolução do turismo local e regional, a observação do dia a dia e as entradas nas pousadas e hotéis demonstram o perfil de consumo no destino e suas agregações. Em reunião com empresários da ASTURP Associação de Empresários e Profissionais de Turismo de Piranhas, foi realizada dinâmica de conhecimento de perfil de consumo onde foram levantadas as seguintes informações: Destinos emissores, operadoras emissoras nacionais, operadoras emissoras regionais, gasto médio, motivação, forma de deslocamento, nível de satisfação com o produto, formas de agregação de valor, segmentos e nichos potenciais. De maneira geral os empresários não utilizam as informações de perfil para orientarem seus negócios, não buscam a informação e estruturam seus negócios de forma amadora de acordo com a oferta que possuem ou podem disponibilizar e de forma a atender mais pelo volume do 120

121 que pela qualidade. Não se preocupam com a inovação ou a agregação de valor ao produto e via de regra, ofertam um serviço aquém dos valores cobrados. Ficou claro nas respostas e nas percepções dos empresários quando do processamento técnico, que simples comentários ou ferramentas de medição devem ser observados e utilizados para a melhoria dos negócios e serviços turísticos na localidade. Os produtos ofertados trazem em si aspectos se singularidade e unicidade,e podem conter variadas formas de operação e interpretação. Este exercício de inovação e agregação de valor aos produtos diversificando a oferta local depende do esforço dos empresários, que no momento oferecem o mesmo produto e da mesma forma. Piranhas conta com duas agencias de receptivo turístico, responsáveis pela operação de passeios e atividades na cidade e região, cujo produto ancora é o passeio de barco ou catamarã pelos Cânions do Rio Talhado. A oferta de passeios inclui parada para banhos, almoço em restaurantes ribeirinhos e interpretação da paisagem. O mesmo percurso pode ser feito em embarcações menores de antigos pescadores que em virtude da escassez de pescados estão optando pelo turismo como fonte de renda. Além dos passeios náuticos, a visita ao centro histórico e à prainha central são muito procurados por grupos de excursionistas que passam o dia na cidade em especial aos finais de semana e feriados. Não raro pode-se observar o congestionamento no centro histórico pelo numero de ônibus, veículos tipo Vans e carros, alem do volume de lixo e do baixo consumo de produtos locais. Figura 58: Ônibus de excursão no centro histórico Foto: Jussara Rocha Outras opções procuradas por turistas que ficam hospedados na cidade numa média de 2,5 dias são a Entremontes e a Rota do Cangaço, a visitação ao Museu de Arqueologia do Xingó, à Usina Hidroelétrica, o city tour ao centro histórico que inclui o Museu do Sertão, o Centro de artes e Artesanato, o Centro Cultural e o pátio férreo. 121

122 Entretenimento A cidade possui dinâmica de lazer e entretenimento noturno nas épocas de alta temporada e nos finais de semana no centro histórico quando os equipamentos de alimentação abrem ao publico e oferecem atividades musicais em alguns estabelecimentos. Não há um calendário de eventos disponível para turistas e mesmo para a população local, mesmo com um conjunto de expressões e manifestações culturais presentes na cidade OLHO D ÁGUA DO CASADO Figura 59: Olho D'Água do Casado Foto: Jussara Rocha A origem do povoado de Olho d Água do Casado inicia-se por volta de 1870 com a fazenda de Francisco Casado de Melo, que além da sede da fazenda contava também com pequenos ranchos. Em 1877, a região foi ocupada pelo acampamento dos operários responsáveis pela construção da rede ferroviária. O nome do povoado se deu pelos vários olhos d agua que brotavam na região. Depois que a linha férrea foi concluída, muitos operários decidiram permanecer na região, tendo seu desenvolvimento associado a construção de outras linhas férreas. O progresso da região elevou a luta pela emancipação política, conquistada somente em Com a construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, o município ganhou dois grandes atrativos: o belo Riacho do Talhado (recanto do rio São Francisco, próprio para um banho, a quase 80m de profundidade) e alguns sítios arqueológicos. O município é pequeno (8 mil habitantes) e sua estrutura bem simples. Não há agência bancária ou hospital na cidade. O turismo é muito incipiente, pois faltam estruturas básicas. 122

123 Dados Geográficos Economia Tabela 14: Dados geográficos Olho D Água do Casado Área Total 322,8 Km² Densidade Demográfica 21,87 hab/km² Altitude 230M Distância da Capital 271,6 Km Ano de Criação 1962 Micro-Região Alagoana do São Francisco Meso-Região Sertão Alagoano Clima Semi Arido Temperatura Max. 36º - Min. 26º Latitude 09º30 03 Longitude 37º49 56 Limites Agua Branca- Delmiro Gouveia Inhapi Piranhas Rio São Francisco Acessos BR-316, BR-101 e AL-220 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas A base econômica do município é a agricultura de subsistência, o comércio e serviços, a agropecuária e o extrativismo vegetal. O Caju é uma cultura importante na cidade embora hoje esteja bastante decadente. Uma Associação de Produtores de Doces no município resgata a tradição dos doces de caju e outras frutas ainda em pequena escala. Instrumentos de Gestão O turismo não é visto como prioridade no município de Olho D Água do Casado, não havendo também instrumentos de planejamento e gestão para o setor. Não existe Conselho Municipal de Turismo, Fundo Municipal e nem Política ou Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico. O executivo local não tem interface com a comunidade empresarial e nenhum projeto de desenvolvimento com foco no turismo Infraestrutura e Operação Turística A cidade não possui infraestrutura turística como equipamentos hospedagem, alimentação ou agencia de receptivo e operação local. Também não conta com estruturas de informação turística e sinalização de atrativos. Porem se encontra em localização estratégica na região às margens do Riacho do Talhado, onde se encontra o maior atrativo regional os cânions do São Francisco, local de saída dos passeios de catamarã no lado alagoano do rio. Um grupo de jovens do município percebendo o potencial para o turismo participou do curso de qualificação de condutores em Piranhas ministrado pelo Senac em 2012 e vem trabalhando no sentido de organizar o potencial local, bem como alternativas junto aos empresários que permitam que a população da cidade possa realizar os passeios se aproximando mais do atrativo 123

124 e do potencial turístico local, buscando sensibilizar a comunidade para o turismo e a valorização do Rio São Francisco. São eles que buscam a inserção do município na pauta do turismo regional realizando a operação em atividades de turismo de aventura e ecoturismo aproveitando os atrativos locais, tanto nos 4 KM de orla na cidade, mas especialmente no Canion do Talhado e ainda fazendo levantamento de potenciais produtos como trilhas no cânion e travessias na Serra Grande onde existem registros de sítios arqueológicos. O Canion do Xingó é o maior atrativo atual da região em se tratando do segmento Náutico e motivador de grande parte do fluxo turístico. Alguns atracadouros são originários em Olho D Água do Casado, mas operados por empresas de Delmiro Gouveia, o que muitas vezes acarreta a localização errada do atrativo, ou ainda pior a indicação do município como uma localidade de Delmiro Gouveia. Figura 60: Olho D'Água do Casado Foto: Jussara Rocha O município é o um celeiro de vestígios arqueológicos e paleontológicos, com a ocorrência de mais de 40 sítios já catalogados. Essa herança de culturas ancestrais já descrita pelo naturalista Richard Burton no século XIX, quando viajou pelo Rio São Francisco, é uma preciosidade no sertão alagoano e pode se revelar um imenso potencial para o turismo cultural com a interpretação do modo de vida e da ocupação do território alagoano. 124

125 Figura 61: Imagem de registros rupestres no Sítio Platô do Talhado 5 e 1. ODC Patrimônio Arqueológico e Paleontológico de Alagoas, IPHAN: 32,33) Do ponto de vista cultural, além da arqueologia, o caju pode ser um potencial para o trabalho de resgate da cultura e seus reflexos na produção associada ao turismo com o beneficiamento já iniciado na Associação de Doceiras da cidade DELMIRO GOUVEIA Figura 62: Delmiro Gouveia Foto: Jussara Rocha Inicialmente o povoado era uma estação da estrada de ferro denominada Pedra, devido as grandes rochas próximas a estação. Com poucos moradores e ainda pertencente à Água Branca, o povoado viu chegar em 1903 um cearense de IPU, Delmiro Augusto da Cruz Gouveia empreendedor que se estabeleceu na região no ramo de couros de bovinos e pele de caprinos lanígeros. Em 1912, Delmiro Gouveia instalou a Usina de Angiquinho, a primeira hidrelétrica do Nordeste aproveitando as quedas da Cachoeira de Paulo Afonso, fornecendo luz elétrica e água canalizada para a população e para a Fábrica da Pedra, implantada em 1914 por Delmiro Gouveia 125

126 para produção de linhas, com a denominação de Companhia Agro-Fabril Mercantil. No local ainda construiu uma vila operária, à qual deu o nome de Pedra, influenciando também os municípios vizinhos. Homem de visão trouxe o primeiro automóvel para a região, ergueu escola e um cinema, inaugurando em 1916 a Estação Telegráfica da Vila. Delmiro Gouveia foi assassinado em sua casa em O Município foi desmembrado de Água Branca e elevado a município somente em 1954 com a denominação de Delmiro Gouveia em sua homenagem. Dados Geográficos Tabela 15: Dados Geográficos Delmiro Gouveia Área Total 606,8 km 2 Densidade Demográfica 70,86 hab/km 2 Altitude 256 m Distância da Capital 294,8 km Ano de Criação 1952 Micro-Região Alagoana do São Francisco Meso-Região Sertão Alagoano Clima Semi árido Temperatura Máx. 38º Min. 18º Latitude 09º Longitude 37º Limites Água Branca, Olho d Água do Casado, Pariconha, Rio São Francisco (SE) Acesso AL-145/AL-225/BR-423/ BR 110/ Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas Economia Delmiro Gouveia conta com habitantes segundo o censo de 2010 e é polo comercial e de serviços da região do alto sertão de Alagoas, com destaque para o setor de serviços que é responsável por mais de 60 da economia local. Na cidade se concentram as atividades educacionais, de saúde, serviços jurídicos, bancários, construção civil, entre outros numa dinâmica que envolve toda a região. A Fábrica da Pedra também representa parte da economia local e a agropecuária corresponde por uma pequena parte da economia da cidade. Mas a maior fonte de receita do município provém dos royalties da CHESF Companhia Hidrelétrica do São Francisco da ordem de R$ ,00 a R$ ,00 por mês, aplicados na infraestrutura da cidade. Um condomínio industrial está sendo implantado na cidade com aproximadamente 200 lotes de 1000m². Instrumentos de Gestão 126

127 O turismo não tem sido prioridade para as políticas públicas do município, embora já se veja uma tendência na percepção de que a atividade vem se constituindo uma das alternativas mais promissoras da região. Investimentos de grande porte estão sendo projetados na cidade por empresários locais e regionais sinalizando uma mudança no cenário turístico. O município não dispõe de ferramentas básicas de gestão pública e governança, embora tenha sido declarado pelos informantes chave em entrevista que o município possui lei de incentivo ao turismo com isenção de taxas municipais, embora a equipe não tenha tido acesso a tal lei. A pasta do turismo na prefeitura municipal alia cultura e esportes em sua atuação, diluindo os esforços com uma equipe reduzida. De acordo com o Zoneamento Turístico, o município tem um Plano Diretor que aponta diretrizes para o desenvolvimento do turismo e define zoneamento específico para o ordenamento setorial, entre elas uma Macrozona de Conservação ambiental onde se inserem os principais atrativos turísticos do município....quanto a Macrozona de Conservação ambiental, destacam-se: A Zona de Proteção Integral Monumento Natural de Angiquinho ZPIMNA constituída pelo cânion do rio São Francisco, registro de uma cachoeira desativada onde foi implantada a primeira hidrelétrica do Nordeste, denominada Angiquinho. É uma área de propriedade da CHESF tombada pelo Patrimônio Estadual e em processo de tombamento Federal. A Zona de Recuperação Ambiental (ZRA), situada à margem esquerda do lago de Paulo Afonso compreendida entre a Zona de Amortecimento e o baixo curso do rio Moxotó, é cortada pela BR Esta zona caracteriza-se por ser uma área em processo de desertificação, com solos propícios a salinização, inadequados para agricultura. É ocupada por povoamentos e assentamentos rurais e possui áreas com potencial para exploração turística por estar contornada pelas margens do lago de Paulo Afonso e o rio Moxotó. A recuperação proposta trata da reconstituição do ecossistema da Caatinga e reintrodução de espécies da fauna ocorrentes nesse ecossistema.(zee: 2011, ). Embora esses mecanismos sejam dispositivos legais no município, não foram mencionados nas entrevistas de campo, embora o tema tenha sido objeto da entrevista. Ao contrário do turismo e da cultura, o município conta com uma política de meio ambiente que prevê diretrizes de proteção ambiental, definição de áreas prioritárias e critérios padrões de qualidade ambiental e criação de Unidades de Conservação. Um Sistema Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos foi instalado na cidade e é composto pela Secretaria Municipal, Conselho Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e pelo Sistema Municipal de Informações Ambientais. Constituem instrumentos de gestão ambiental, a serem adotados: Plano Municipal de Proteção Ambiental; Banco de Dados Ambientais; Relatório de Qualidade do Meio Ambiente; Zoneamento Ecológico; Normas e Padrões Ambientais; 127

128 Licenciamento, monitoramento e fiscalização; Estudos de Impacto Ambiental; Análises de Riscos e Auditoria Ambiental; Sistema de Áreas de Interesse Ambiental; Educação Ambiental; Mecanismos de Estímulo e Incentivo ao Desenvolvimento Sustentável; Fundo de proteção ambiental e penalidades. (ZEE: 2011, 234) Aspectos Culturais O maior ícone cultural do destino é o Museu Delmiro Gouveia, instalado na Fabrica da Pedra com acervo histórico e cultural e gerido pela Fundação Delmiro Gouveia FUNDEG. A Fundação é responsável pela difusão cultural local e gestão do principal sitio histórico do município, a Usina de Angiquinho que completou seu centenário em 26 de janeiro deste ano de 2013, cujos mantenedores são a CHESF e a Fábrica da Pedra. A fundação abriga ainda a ARTEDAL- Associação de Artesãos de Delmiro Gouveia, instituiu o Cine Pedra e oferece oficinas de teatro, dança, capoeira, artesanato além de oficinas de elaboração e execução de projetos culturais. Figura 63: Fabrica da Pedra Foto: Jussara Rocha À despeito de seu papel de guardiã e difusora da cultura do município, a Fundação necessita de apoio para sua manutenção e melhoria de suas instalações de forma a ofertar maior conforto a seus usuários e visitantes. A instalação de uma lanchonete e auditório ou sala multiuso para as apresentações de manifestações culturais e tradições locais são o principal foco na busca de recursos. A entidade comemora um aumento de 100 no fluxo de visitantes a partir de sua gestão. Já o Sitio Histórico de Angiquinho, patrimônio da CHESF e bem tombado pelo Estrado se encontra em processo de tombamento nacional. A infraestrutura do local é o maior gargalo para a conservação do conjunto histórico formado pela Usina, Casadas Máquinas, Casa de Administração e de operários, a linha férrea e a ponte. 128

129 As áreas de entorno também se constituem um gargalo para a gestão do sitio histórico uma vez que são povoados muito simples e com população de baixa renda e que precisam ser incluídos no processo de conservação do Sitio e desenvolvimento do turismo local como alternativa de geração de trabalho e dinamização da renda nas comunidades. Figura 64: Delmiro Gouveia Fonte: Infraestrutura Básica Delmiro Gouveia possui 02 distritos e 18 povoados, com malha rodoviária vicinal implantada e aeroporto para pequenas aeronaves. Os acessos à cidade são pavimentados e em boas condições, exceto pela sinalização rodoviária reduzida. O esgoto da cidade é 100% coletado embora sua destinação seja o Rio São Francisco uma vez que não há estação de tratamento no município. Todas as operadoras de telefonia móvel contam com sinal e a energia é fornecida pela Eletrobrás. Na segurança pública o município conta com um programa de integração das polícias militar e civil com um total de 200 efetivos, 10viaturas, 20 motocicletas e vídeo monitoramento. A rede municipal de ensino conta com 32 estabelecimentos de ensino municipais e um campus da Universidade Federal de Alagoas. Na saúde são 26 postos e 01 Centro de Saúde e um hospital estadual em precárias condições de atendimento. O Programa de Saúde da Família está presente no município com 08 médicos e uma unidade tipo 2 sem uso. Infraestrutura Turística Delmiro Gouveia é uma das maiores cidades do Baixo São Francisco e a mais estruturada. Os atrativos se encontram no interior do município e são voltadas para exploração da paisagem e 129

130 das belezas naturais. A sede urbana não está inserida nos roteiros ofertados, mas polariza a demanda de serviços básicos da região. Informação Turística e Sinalização O município não possui Centro de Informação Turística nem sinalização indicativa ou interpretativa nem nos seus atrativos principais. O município possui um sitio eletrônico na WEB que se encontra desatualizado e uma pagina oficial na rede social Facebook. O município não possui material informativo ou promocional do turismo local. Meios de Hospedagem e Alimentação A oferta de meios de hospedagem em Delmiro Gouveia é reduzida pelo potencial da cidade e região. Apenas 05 estabelecimentos desta categoria se encontram cadastrados no CADASTUR Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos do Ministério do Turismo. Alem dos poucos hotéis na sede do município, vale ressaltar a Pousada Mirante do Talhado na área rural da cidade e no alto dos Cânions do São Francisco, local onde foi recentemente filmada uma telenovela da maior emissora de TV do país. Além de oferecer hospedagem, o empreendimento também oferta aos visitantes um conjunto de atrações que vão desde trilhas na caatinga, interpretação das culturas locais, em especial a indígena a atividades verticais no cânion e gastronomia típica regional. Via de regra, os estabelecimentos de hospedagem atendem ao publico que está na cidade a trabalho, com maior ocupação durante a semana. No tocante à alimentação a cidade também carece de ampliação da oferta de equipamentos turísticos com gastronomia típica e estrutura apropriada para degustação de cardápio regional ou mais elaborados em contraponto aos restaurantes locais que atendem, em sua maioria, em sistema self service e em instalações pouco diferenciadas. Os estabelecimentos de alimentação para atendimento aos turistas se concentram nas margens do Rio São Francisco, junto aos atracadores principais associados à empresas de operação náutica. Atrativos Turísticos e Operação O principal atrativo ofertado na região se encontra no município: os cânions do Rio São Francisco no Riacho do Talhado. Ali se concentram as atividades náuticas da região com passeios de catamarã, passeios de barco e lancha, atividades de turismo de aventura como tiroleza, psicoblock, escalada, caminhadas em trilhas pela caatinga. O passeio embarcado pelo rio e pelos Canions configura-se como o grande indutores de fluxo para a cidade região. Embora a beleza cênica do lugar seja um atrativo em si mesmo, os passeios 130

131 são em maioria realizados em embarcações de grande porte com capacidade entre 100 e 250 pessoas, sendo que na alta temporada verifica-se a concentração de aproximadamente 1500 pessoas por dia no cânion e seu principal ponto de parada para banhos no rio. A capacidade de suporte deste atrativo não é dimensionada e seus impactos tampouco são mensurados, seja pelos resíduos deixados por visitantes, seja pelo combustível utilizado ou outra variável oriunda do grande fluxo de embarcações no local. A operação é feita pelos proprietários dos barcos, atracadouros e restaurantes, ou por meio das duas agencias de receptivo turístico da cidade. Uma delas com procedimentos de segurança orientados pelo Programa Aventura Segura ABETA/MTur. Embora o número de turistas nos cânions seja significativo, muitas vezes além da capacidade suportável para manutenção da conservação do rio, a maioria dos visitantes não se hospedam na cidade, são advindos de Canindé do São Francisco no lado sergipano do rio, ou estão concentrados em Piranhas cuja oferta de leitos é maior. As maiores embarcações também são de empresas do lado sergipano que utilizam o atrativo pela proximidade, resultando numa pequena circulação econômica na cidade de Delmiro, visto que os turistas não desembarcam em Delmiro Gouveia para consumo de qualquer natureza ÁGUA BRANCA Figura 65: Município de Agua Branca Foto: Jussara Rocha A ocupação do município de Água Branca data de meados do século XVII, quando o município era um povoado de Mata Grande. Chamado Matinha Branca a princípio, seu nome foi alterado em virtude da existência de uma fonte de água muito branca que brotava em suas terras. Seu 131

132 povoamento deve-se à três irmãos da família Vieira Sandes que encontraram na região terras férteis e apropriadas para boas pastagens e desenvolvimento das lavouras de mandioca, cana de açúcar e cereais, somadas a riqueza e ao clima da região serrana. A vila de Água Branca foi criada pela Resolução nº 681, de 24 de abril de 1875, desmembrada de Mata Grande, na época denominada Paulo Afonso. Através da Lei nº 805, de 02 de junho de 1919, a vila foi elevada à categoria de cidade. Dados Geográficos Economia Tabela 16: Dados Geográficos Agua Branca Área Total 454,7 km 2 Densidade Demográfica 41,04 hab/km 2 Altitude 570 m Distância da Capital 304,0 km Ano de Criação 1875 Micro-Região Serrana Sertão Alagoano Meso-Região Sertão Alagoano Clima Temperado Temperatura Máx. 32º Min. 16º Latitude 09º Longitude 37º Delmiro Gouveia, Inhapi, Mata Grande, Olho d Água do Limites Casado, Pariconha, Pernambuco. Acesso BR-316/BR-423 e AL-145 Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. Fonte: Anuário Estatístico de Alagoas A economia do município é baseada no comércio, serviços, na agro-pecuária e atividades de extrativismo vegetal e silvicultura. As culturas de feijão, milho e mandioca ocupam as maiores áreas plantadas do município e uma área é destinada à cana de açúcar. A cidade possui 109 empresas formais com ocupação de 1022 pessoas conforme o IBGE,(Cadastro Central de Empresas Rio de Janeiro: IBGE, 2012) Instrumentos de Gestão O turismo no município se encontra em fase de estruturação com a criação da Secretaria Municipal de Juventude Cultura e Turismo em A ênfase é associar o turismo e a cultura com as possibilidades de inclusão de jovens na atividade, aproveitando os ativos culturais como matéria prima do truísmo. 132

133 Ferramentas de gestão no turismo estão sendo elaboradas a partir da nova gestão, com apoio do Projeto de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco, que tem sido um estímulo aos gestores na busca da profissionalização e estruturação turística de água Branca. O Conselho Municipal de Turismo está sendo criado, bem como o Fundo Municipal. Por sua dinâmica cultural e uma diversidade de organizações representativas, Água Branca demonstra um caráter diferenciado na região, já que há o espírito cooperativo na cidade evidenciado em suas mais de 20 organizações sem fins lucrativos na cidade. As prioridades da gestão são a formulação dos instrumentos ordenadores da política pública do turismo, a implantação de um Centro de Informações Turísticas, a instituição de um calendário de eventos e investimentos em infraestrutura. Aspectos Culturais Embora não existam instrumentos de governança cultural como Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico, a Lei Municipal 447/71 de 18 de abril de 2001 que dispõe sobre o tombamento municipal do Centro Histórico, seu entorno e monumentos. Em seu art. 3º a Lei diz que os bens do patrimônio público e particular situados nos limites da área tombada, ficam sujeitos, no pertinente a seu uso gozo, às normas que dispõe sua manutenção e preservação do patrimônio Histórico e Artístico estabelecidas nas legislações Estadual e Federal especificadas, bem como a preservação da Lei municipal Nº 388/96 de agosto de A cultura em Água Branca é um ponto de destaque pela presença de grupos folclóricos ativos, como a Dança de São Gonçalo e o Reizado e a diversidade do artesanato presente em vários povoados da cidade. A presença de comunidades quilombolas, várias das quais muito organizadas é um insumo para o turismo cultural aliado ao turismo rural, onde as tradições e os saberes ainda permanecem. Figura 66: Palha do Ouricuri Foto: Jussara Rocha O artesanato da palha do ouricuri confeccionado na Serra das Viuvas pelas artesãs da Associação das Mulheres Quilombolas da Serra da Viúva com 30 associadas é um exemplo. Alem da palha do 133

134 ouricuri, o bordado singeleza revela uma técnica artesanal trazida ao Brasil pelos portugueses no século XVIII e hoje quase não se vê mais. O produto que também é feito em Minas Gerais na cidade histórica de de Sabará com o nome de Renda Turca de Bico, conquistou o título de Patrimônio Imaterial pelo IPHAN. Apenas os dois estados ainda guardam essa tradição artesanal e em Alagoas Marechal Deodoro e Água Branca são os representantes da manutenção desta técnica tão especial. Figura 67: Renda Singeleza produzida na Serra das Viuvas Foto: Jussara Rocha Outras matérias primas como o cipó trançado, a madeira na produção de miniaturas ou brinquedos e o barro com a produção de utilitários em vários povoados locais O couro ainda é utilizado para a confecção de produtos artesanais e utilitários da forma original, como alpargatas, sandálias, chapéus cintos e sapatos, selas e arreios, contribuindo para a manutenção da identidade sertaneja na cidade. Há ainda a Associação Comunitária Quixabeira que coordena o trabalho de tecelagem tradicional. O município trabalha no sentido de preservar a roda do engenho e a rapadura, símbolos da economia sertaneja, a feira livre das segundas e os sanfoneiros. O resgate dos engenhos de açúcar pretende reativar a produção de cachaça, rapadura, açúcar mascavo, mel de engenho e alfenim. Indicações de produção associada ao turismo serão feitas no Plano de Segmentação para Água Branca. 134

135 Figura 68: Produção de Rapadura Fonte: O patrimônio edificado da cidade conta com alguns ícones como a Casa do Barão de Água Branca e as Igrejas Matriz de Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Rosário, a primeira construída na cidade m 1770 e que guarda em seu interior imagens do Sec. XVIII originais. Figura 69: Igreja Nossa Senhora do Rosário Fonte: Figura 70: Igreja Matriz N. S. Conceição Foto: Jussara Rocha Os Pontos de Cultura existentes na cidade revelam o dinamismo da juventude e a proatividade na produção cultural da cidade. O Ponto de Cultura Engenho da Serra, a Associação Cultural Jovem Guarda de Branca, o Cine Clube Cine Serra são bosn exemplos. As organizações movimentam a 135

136 cidade com exibição de filmes, palestras e cursos, espaço de inclusão digital, peças de teatro e eventos culturais. O foco da Associação Jovem Guarda é fortalecer a cultura através do protagonismo juvenil, contando hoje com 170 associados. Figura 71: Ponto de Cultura Engenho da Serra Fotos: Jussara Rocha O Cangaço também é objeto de estudo na cidade pela presença marcante do Bando de Lampião na região e por ser a origem do cangaceiro Corisco o Diabo Louro, como era chamado e que após algumas desavenças com Lampião, criou seu próprio Bando. Figura 72: Corisco e Dadá Fonte: O Festival de Inverno que ocorre há 09 anos na cidade é o evento que gera maior atratividade de visitantes vindos de toda a região para Água Branca. 136

137 Infraestrutura Básica A infraestrutura urbana indica 70% das vias pavimentadas e 100% iluminadas. Existe uma agência do Banco do Brasil e 01 agência e 08 postos dos Correios instalados no município. Na área educacional o município conta com 23 escolas de ensino pré-escolar, 57 escolas de ensino fundamental, e 01 escola de ensino médio. Da população total residente com idade acima de 10 anos, habitantes são alfabetizados (45,86%). Assim como nos demais município do Baixo São Francisco, o saneamento básico é um dos maiores gargalos. O esgoto não é tratado, e apenas 30% dos domicílios são atendidos pela coleta de lixo. O município dispõe de sinal de telefonia móvel das operadoras TIM e OI, duas estações repetidoras de TV, um jornal diário, uma biblioteca e um museu. Infraestrutura Turística Água Branca é uma cidade pacata e encravada na região mais alta do Baixo São Francisca. Tanto é que o clima na cidade oscila entre 24 e 32 graus, com média de 16 graus, frio para os padrões alagoanos. Todavia, o clima se configura também como um atrativo e facilitador para atividades na natureza. Informação Turística e Sinalização A cidade não possui estruturas turísticas como centro de Informação, sinalização indicativa ou interpretativa, material promocional, mas está presente nas redes sociais e possui um sitio oficial na WEB. Os canais de informação na localidade são os tempos religiosos e o rádio. Meios de Hospedagem e Alimentação Hospedar-se em Água Branca pode se constituir um problema já que apresenta escassa oferta de meios de hospedagem. Apenas uma pousada se encontra em funcionamento, equipamento de categoria simples que atende cotidianamente viajantes a trabalho na cidade. Um Programa de Pousadas Domiciliares aliado ao turismo de base comunitária na cidade podem ser alternativas interessantes para um público diferenciado. Há alguns anos o SEBRAE iniciou um processo de desenvolvimento do Programa Cama e Café na cidade, mas com poucas adesões e não associado a instrumentos de estruturação do destino e promoção turística. Dois empresários locais já iniciaram a instalação de novas pousadas, uma sede urbana e outra em área rural próxima à sede. 137

138 Menos problemática, mas também insuficiente para atender uma demanda mais robusta é o setor de alimentação fora do lar na cidade, que conta hoje com 02 restaurantes, uma pizzaria e algumas lanchonetes. O destaque para os restaurantes, cujos cardápios apresentam variedade de opções, sendo o peixe o carro chefe em ambos. O Restaurante Aconchego situado na sede do município, alem de serviço a La Carte no jantar, oferece outras opções para o almoço com pratos típicos regionais e realiza eventos temáticos em seu ambiente principal. Já o Restaurante Engenho de São Lourenço é famoso na região, por estar instalado em um sítio praticamente em área urbana do município e onde se encontra um dos últimos 50 Engenhos de cana de açúcar que a cidade possuía. O empreendimento apresenta todas as etapas da produção da cana de açúcar, possui cultivo próprio, e produz rapadura que e utilizada em seu cardápio em especial nas sobremesas com o famoso sorvete de rapadura especialidade da casa e que atrai visitantes e bons gourmets. Sorvetes de frutas do sertão também são produzidos como os de ouricuri e o de murici. O empresário realiza parcerias com artesãs locais, empresas de receptivo turístico de Piranhas e Delmiro Gouveia atraindo turistas que vem a passeio na região dos cânions. Os serviços ainda precisam maior profissionalização em ambas os equipamentos. Os dois empresários participam da Associação de Empresários do Baixo São Francisco, embora atualmente com maior presença do Restaurante Engenho de São Lourenço. Atrativos e Operação A cidade não possui empresas de receptivo turístico e seus atrativos estão ligados ao artesanato, gastronomia, cultura e trilhas na natureza. Um grupo de jovens locais vem estruturando trilhas para caminhadas na caatinga aproveitando o clima local e a áreas naturais no entorno da cidade. O Rio São Francisco, embora não esteja margeando a cidade é o principal atrativo da cidade somado às trilhas para caminhadas que atraem principalmente jovens da região. O município mantém duas manifestações folclóricas tradicionais ativas: o Reisado de Frei Damião, e o Grupo de São Gonçalo ambos de origem portuguesa. 138

139 Densidade A Ocupação Atual Atualmente o município mais populoso da região é Penedo, seguido de Delmiro Gouveia. Penedo possui pouco mais de habitantes e Delmiro Gouveia, habitantes. Segundo o ZEE (2011). Em 2010, Penedo e Delmiro Gouveia estavam entre os 10 maiores municípios do estado de Alagoas. Abaixo segue gráfico ilustrando o número de habitantes dos municípios do baixo São Francisco Gráfico 6: População dos Municípios do Baixo São Francisco Municípios do Baixo São Francisco Municípios do Baixo São Francisco Fonte: Censo IBGE, O estado de Alagoas vem passando por um intenso processo de urbanização nos últimos 30 anos. Penedo, Pão de Açúcar e Delmiro Gouveia foram identificados nos estudos do ZEE como municípios capazes de exercer influência nos municípios de entorno, sobretudo por sua oferta de comércio e serviços superior a dos municípios limítrofes. Os municípios muito pequenos (São Brás, Belo Monte e Olho d Água do Casado) tem grande dependência de municípios limítrofes Gráfico 7: Densidade Demográfica Densidade demográfica dos Municipios do Baixo São Francisco Densidade demográfica Fonte: Censo IBGE,

140 Após o processo de urbanização na década de 1990, prevalece nos dias atuais uma estabilidade na divisão campo/cidade, como mostra o gráfico abaixo. Gráfico 8: Taxa de Crescimento anual da população A agropecuária de subsistência, o turismo, comércio e serviços de pequeno porte e pequenas indústrias diversificadas são a base da economia ao longo do Rio. A Região do Baixo São Francisco não apresenta predominância de nenhum setor de atividades econômicas e possuem uma base produtiva relativamente diversificada. (ZEE, 2011:169). A percepção dos responsáveis pelo diagnóstico da ZEE é que o potencial econômico da região do Baixo São Francisco ainda é pouco explorado. Ressaltam, ainda, que mais que inversão de capital monetário, há uma grande necessidade de investimento em capital social para que o desenvolvimento seja inclusivo das populações locais e o retorno do investimento seja aplicado na própria Região, beneficiando a todos (ZEE, 2011:170). O IDH da região ainda é um dos mais baixos do país sendo necessários investimentos que mudem essa realidade. O uso da terra na região é predominantemente a agropecuária (principalmente a de subsistência, em pequena escala), seguido pela caatinga (flora nativa) e a cana de açúcar. O gráfico abaixo indica outros usos da região: 140

141 Gráfico 9: Uso da Terra Fonte: ZEE, 2011: As pectos sócio ambientais O clima no Baixo São Francisco varia de um clima tropical litorâneo (média anual 25ºC e chuvas frequentes no outono e inverno) a um semiárido (temperatura um pouco mais elevada e índice pluviométrico inferior) na medida em que se adentra o continente. A região esta localizada na zona de transição entre mata atlântica e caatinga. Geomorfologicamente, o estudo realizado para o Zoneamento da região identificou que na área de estudo, os domínios geomorfológicos mostram um ligeiro predomínio das depressões em relação aos planaltos, tabuleiros e planícies. As unidades geomorfológicas estão distribuídas espacialmente na área num sentido, grosso modo, oeste-leste a partir das depressões, passando pelos tabuleiros até alcançar as planícies, estas já em contato com o litoral. (ZEE, 2011:64) A urbanização e o cultivo extensivo de cana de açúcar e coco tem, ao longo dos últimos 50 anos, diminuído bruscamente a vegetação nativa na região. Há uma tendência ao turismo rural, já que a taxa de urbanização da região (52,1%) é bem inferior a do restante do estado (73,6%). A agropecuária ocupa papel importante na economia da região, mas o setor de serviços já ultrapassou o setor primário e secundário. Atualmente, a área de estudo possui dentro de seu recorte, conforme citado pelo ZEE (2011), áreas delimitadas com a legislação específica de determinado uso, como as unidades de 141

142 conservação, terras indígenas e áreas especiais. O Baixo São Francisco no Estado do Alagoas possui duas APAs (Área de Proteção Ambiental), a APA de Piaçabuçu e a APA da Marituba do Peixe, o Monumento Natural do Rio São Francisco o um Parque Municipal em Piranhas, Parque Pedra do Sino. O território possui em sua extensão terras indígenas e comunidades quilombolas significativas UNIDADES DE CONSERVA ÇÃO A APA de Piaçabuçu foi criada pelo Decreto nº de 21 de junho de 1983, localizada entre os municípios de Piaçabuçu e Feliz Deserto. Possui uma área de 9.106,87ha, segundo informações do ICMbio. O domínio predominante é a Mata Atlântica, abrangendo o ecossistema marinho. Segundo o Zoneamento Turístico realizado na região, a APA tem como objetivo assegurar a proteção de quelônios marinhos, aves praieiras e a fixação de dunas, e tem também por finalidade a proteção do entorno da Estação Ecológica da Praia do Peba, sendo considerada como de relevante interesse ecológico (ZEE, 2011:213). Além disso, há ainda dentro da APA a Estação Ecológica da Praia do Peba de pequeno tamanho (278 ha), foi criada para preservar as áreas de desova de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção e áreas utilizadas para alimentação e descanso de aves migratórias (ZEE, 2011:109). A APA da Marituba do Peixe foi criada em 1988, pelo decreto Estadual nº de cinco de março de Está localizada na Várzea da Marituba, entre os municípios de Penedo, Piaçabuçu e Feliz Deserto. Segundo informações do ZEE, a APA tem por objetivo a preservação das características ambientais e naturais da área que abrange, de forma a garantir a produtividade pesqueira e a diversidade da fauna e da flora e também assegurar o equilíbrio ambiental e socioeconômico da região (ZEE, 2011: 211). O Monumento Natural do Rio São Francisco foi criado em Está localizado entre os municípios de Piranhas, Olho D Água do Casado e Delmiro Gouveia, no Estado de Alagoas e os municípios de Paulo Afonso e Canindé do São Francisco, na Bahia e em Sergipe, respectivamente. Encontra-se na área da caatinga e tem como objetivo preservar ecossistemas naturais de grande relevância e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de educação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (ZEE, 2011:210). 142

143 O Parque Municipal Pedra do Sino em Piranhas é uma unidade de conservação municipal criado recentemente com o propósito de conservação da caatinga no município e de espécies nativas da região, em especial o Pau Piranhas e a aroeira. Bem estruturado, possui um centro de visitantes que abriga um auditório, uma loja de souvenirs e um restaurante com concessão de 06 anos para uma empresária local. Possui trilhas temáticas em seu interior, sinalização interpretativa e indicativa, estruturas de descanso, redário, mirante, local para piqueniques. Pontos de parada com interpretação bilingue em sistema de som embutido em totens de sinalização. As trilhas são de fácil a médio nível de dificuldade e são acompanhadas por 08 condutores treinados pela prefeitura municipal que fazem a interpretação da paisagem, das espécies e das estruturas. Figura 73: Parque Municipal Pedra do Sino Foto: Jussara Rocha Está localizado em um antigo sítio e não possui plano de manejo. A gestão fica a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e não conta com equipe que possa controlar o fluxo ou mitigar possíveis danos à conservação da unidade. A gestão necessita orientações técnicas quanto ao manejo e manutenção das trilhas, segurança nas atividades e instrumentos de controle capacidade de suporte que não é mensurada atualmente. 143

144 A proximidade do núcleo urbano pode ser um indicador positivo ou negativo, caso não se tenha controle em mais de uma portaria e capacitação da equipe para contenção de acidentes e incidentes. Uma recente tromba d água ocorrida em janeiro deste ano,destruiu boa parte das estruturas de lazer do Parque que passa agora por uma total reestruturação. Figura 74: Parque Municipal Pedra do Sino Foto: Jussara Rocha Figura 75: Unidades de Conservação na Área de Estudo (ZEE, 2011:209) Por possuir uma fauna rica e ainda pouco estudada, com grande potencial de novas espécies e espécies em extinção, o Zoneamento realizado em 2011 recomenda fortemente que novas unidades de conservação sejam criadas na região. Segundo os pesquisadores, há necessidade 144

145 urgente de maiores esforços conservacionistas na região, se quisermos manter ou realçar a sustentabilidade das atividades humanas e um turismo de qualidade na área (ZEE, 2011:120). A proposta é a criação de um mosaico com 18 parques estaduais interconectados. A região possui recursos hídricos abundantes. Além do Rio São Francisco, que por si só é um grande atrativo, há outros corpos d água disponíveis, como mostra o ZEE (2011:172) TERRAS INDÍGENAS O recorte de estudo possui em seu território três terras indígenas, duas já identificadas, Aconã e Kariri-Xocó, e uma em identificação, a Kalankó. Há ainda outra terra indígena, Karapotó, fora da área de estudo, no município de São Sebastião (limitado pelo município de Igreja Nova). Os Aconãs vivem no município de Traipu. Antigamente eram chamados de Tingui-Botó, mas uma fração desse grupo se separou e se autodenominou Aconãs, sendo aproximadamente 70 índios. Os Kariri-Xokó localizam-se entre os municípios de São Brás e Porto Real do Colégio, atualmente preservam expressões mágicas do Ouricuri. A cidade de Porto Real do Colégio era a antiga residência do Urubumirim, que viriam a ser aldeias para catequese com a chegada dos jesuítas. Os Kalankó estão localizados no município de Água Branca, possuem uma população de 77 famílias. Há dois lideres na tribo, o pajé e o cacique. O pajé é responsável pelo cumprimento das obrigações de cada pessoa e o cacique leva as reivindicações da comunidade para o Estado e a sociedade. A partir de 1980 que a tribo começou a se organizar pelo reconhecimento oficial como tribo indígena. A tribo Karapotó, encontra-se no município de São Sebastião, bem próximo ao município de Igreja Nova. Mantiveram traços da língua no que se trata de plantas, lugares e rituais. Suas terras foram demarcadas em 1990, utilizando da agricultura e artesanato para sobrevivência COMUNIDADES QUILOMBOLAS No recorte de estudo estão localizadas 16 comunidades quilombolas com cadastro e reconhecidas pela União. Elas estão distribuídas entre os municípios de Igreja Nova, Delmiro Gouveia, Pão de Açúcar, Penedo, Água Branca, Piaçabuçu, Traipu e Piranhas. A maioria encontrase nos municípios de Traipu, Água Branca e Pão de Açúcar, como pode ser observado pela tabela abaixo: 145

146 Tabela 17: Comunidades Quilombolas ANO CERTIF. NOME MUNICÍPIO REGISTRO DOU N. DE FAMÍLIAS 02/03/05 Palmeira dos Negros Igreja Nova Cadastro Geral nº. 02 reg 148 Fl /06/2005. Seção 1, nº. 108 Folhas 15 e 220 famílias 02/03/05 Povoado Cruz Delmiro Gouveia Cadastro Geral nº. 02 Reg 143 Fl /07/06 Chifre do Bode Pão de Açúcar Registro nº 667, Fl /11/06 Oiteiro Penedo Cadastro Geral nº 08 Reg nº 821 Fl /04/2005, Seção 1, nº. 74 Folha 03 28/07/06, Seção 1, nº. 144, F /12/06, Seção 1 nº 238 Folhas 59 e famílias 66 famílias 160 famílias 11/07/06 Poço do Sal Pão de Açúcar Registro nº 668 Fl. 28/07/06, Seção 1, nº. 37 famílias , F /03/07 Tabuleiro dos Negros Penedo Cadastro Geral n. 09, 13/03/07, Seção 1 nº 425 famílias Reg 925, fl Folha 06 19/11/09 Barro Preto Água Branca 50 famílias 19/11/09 Serra das Viúvas Água Branca 50 famílias 19/11/09 Sapé Igreja Nova 100 famílias 19/11/09 Pixaim Piaçabuçu 25 famílias 19/11/09 Belo Horizonte Traipu 60 famílias 19/11/09 Uruçu Traipu 50 famílias 27/12/10 Cal Água Branca 50 famílias 27/12/10 Sítio Laje Piranhas 30 familias 27/12/10 Mumbaça Traipu 100 famílias 27/12/10 Lagoa do Tabuleiro Traipu 30 famílias Fonte: (ZEE, 2011:214) De forma geral, outro tipo de uso da terra considerado muito relevante do ponto de vista ambiental e socioeconômico são os corpos de água, que ocupam mais de 3% da região. Vale aqui ressaltar que embora alguns municípios (ex. Água Branca) não apresentaram grandes extensões de corpos de água passíveis de mapeamento a partir de imagens Landsat TM5. Contudo, as informações de campo indicam que existe uma efetiva abundância destes recursos em dimensões locais, incluindo algumas cachoeiras. Assim, de um modo geral pode-se afirmar que a região apresenta grande potencial para o aproveitamento dos recursos hídricos para o turismo e outros usos, tendo em vista que estão presentes com abundância na maioria dos municípios estudados. 146

147 Tabela 18: Uso e ocupação da terra nos municípios na região do baixo rio São Francisco Fonte: ZEE, 2011:

148 5. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA REGIÃO TURÍSTICA Figura 76: Pontal do Peba Piaçabuçu Foto: Jussara Rocha O nível de diversificação e estruturação da oferta turística qualifica o destino e estimula seu grau de competitividade, além disso, a capacidade de inovação permanente é capaz de promover fidelização e renovação de públicos de interesses diversos concomitantemente. Essa dinâmica é potencializada no mundo contemporâneo onde o perfil do consumidor de viagens deixa de ser o de mero expectador, privilegiando a condição de protagonista do destino visitado. É bom lembrar que os novos viajantes não buscam apenas fugir da vida cotidiana, estes procuram a descoberta de novas emoções, com vivências e experiências reais. O Turista deste novo mercado deseja viver, experimentar e aprender os valores reais de cada localidade visitada, levando consigo as impressões culturais, humanas, ambientais e artísticas destes locais. Neste sentido, para prover os destinos de atributos que potencializem a produção turística com assertividade, ferramentas de ordenamento e produção são necessárias, bem como a integração entre governança e mercado, associados a uma forte cultura empreendedora. No tocante às ferramentas necessárias para a compreensão do território e seu público atual e potencial, desenvolver e estruturar novos produtos e inovar os existentes, o Estado de Alagoas carece de instrumentos institucionais e mercadológicos. A região do Baixo São Francisco não é diferente. Assim como o restante do Estado de Alagoas, nenhum dos municípios da região possui inventário da oferta turística de forma a orientar a sua 148

149 produção turística. Não possui também pesquisas de fluxo e demanda turística, que norteiem o planejamento e as políticas de ordenamento e produção. Da mesma forma o Estado não tem como orientador da promoção e apoio à comercialização um Plano de Marketing e Relações como o Mercado, que aliado ao cruzamento da oferta e demanda possa subsidiar o direcionamento do produto turístico aos mercados alvo por segmentos de oferta, tipologias de produto, segmentos de demanda, canais de distribuição e ferramentas de promoção. Neste sentido, para realizar o diagnóstico proposto, além da análise documental disponibilizada pelos parceiros, foram realizadas pesquisas de campo e entrevistas com informantes chave nos destinos, orientados por um roteiro de entrevistas com a seguinte abordagem: Produção Turística Atual: Produtos disponibilizados ao mercado Produtos mais consumidos na região e no destino Forma de promoção e divulgação utilizada Canais de distribuição Relações entre governança e mercado regional Forma de operação do produto Monitoramento do nível de satisfação dos clientes Principais destinos emissores Conhecimento do perfil dos clientes Ferramentas de relacionamento com o mercado Formas de fidelização Produção potencial: Principais segmentos Potenciais produtos Mercados potenciais Perfil de público desejado 149

150 Disposição para inovação Ferramentas de divulgação As informações levantadas neste diagnóstico embasarão o Plano de Segmentação Turística, objeto do Programa de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco Análise do mercado turístico Ofe rta A região do Baixo São Francisco apresenta um conjunto de potencialidades e riquezas que representam genuinamente a cultura hibrida da região. Nas visitas em campo e nas entrevistas, ficam evidentes as singularidades do destino enquanto território integrado, mas que na atualidade são pouco evidenciadas e estruturadas como produto turístico. Figura 77: Cânion São Francisco Foto: Jussara Rocha O Rio São Francisco é sem duvida a grande âncora do destino, porem elementos naturais como a Caatinga e a vegetação do sertão, a cultura sertaneja, as histórias do cangaço, as culturas e a produção rural, os saberes tradicionais, o artesanato com identidade, tudo isso ainda não está devidamente nos portfólios dos municípios, nas prateleiras dos operadores e nem na mente dos turistas como fator motivador. 150

151 O Rio como produto principal deve ser o fio condutor das experiências, agregando novas possibilidades, derramando em suas águas o fermento que faz transbordar o olhar e a vivência dos visitantes. As estruturas devem acompanhar a inovação do produto uma vez que todo o conjunto é que compõe o objeto principal da viagem. Neste sentido singularidade, inovação, qualificação e profissionalismo são grandes estímulos para a competitividade no turismo. A partir das visitas em campo nos 12 municípios da região e das informações levantadas com intermediários, gestores, redes sociais e sítios web, verifica-se que de modo geral, a oferta turística do Baixo São Francisco se concentra nas duas extremidades da Rota, no produto Cânion do Xingó (Delmiro Gouveia, Olho D Água do Casado e Delmiro Gouveia) e no produto Foz do São Francisco (Penedo e Piaçabuçu). O meio do território ainda possui uma estrutura muito incipiente para a atividade turística. Faltam serviços turísticos básicos como hotéis, restaurantes, espaços de lazer, transporte de qualidade, informações turísticas, guias especializados, alem da infraestrutura precária e muitas vezes comprometedora como as questões do saneamento básico em todos os municípios com forte impacto negativo na sustentabilidade ambiental e na qualidade de vida das comunidades. A oferta existente abrange um público massificado, na maioria das vezes por meio de uma grande operadora nacional que detém fatia significativa do mercado na região e no estado de Alagoas. Via de regra estão associados aos pacotes de sol e praia com saídas de Maceió e Aracaju. A força da operação de massa é por várias vezes citada pelos entrevistados como prejudicial ao destino por sua falta de inovação, e principalmente a condição de visitante de um dia, sem estimulo à permanência ou consumo de outros produtos nas localidades. 151

152 Entretanto antagonicamente, percebe-se uma acomodação do mercado, onde os empreendedores não investem em melhorias, inovação e promoção na maioria das vezes esperando que terceiros, especificamente, que o governo realize por eles. São raras as demonstrações de empreendedores proativos e diferenciados, que sabem articular e não esperam acontecer, realizando as mudanças necessárias e a melhoria continua de seus negócios. Esse fenômeno tem direcionado a visão turística da região que se norteia pela quantidade de turistas e não pela qualidade, influenciando as estruturas e os serviços na região, fator preocupante para uma região com insumos turísticos culturais e ambientais de alta fragilidade como o Rio São Francisco e seus afluentes, os sítios arqueológicos, a caatinga e suas espécies, o patrimônio histórico, a cultura popular e os saberes tradicionais e os aspectos de unicidade da região. Fundamental, necessário e prioritário para a consolidação do turismo na região é a efetiva implementação do Plano de Desenvolvimento Turístico no Baixo São Francisco e a formação e consolidação de uma rede empresarial que se aproprie do Projeto e caminhe impulsionando, articulando, induzindo e protagonizando o desenvolvimento turístico regional. O componente REDE DE PEQUENOS NEGÓCIOS do Projeto será a chave do sucesso de todo o processo. O investimento no fortalecimento desta Rede, inicialmente vista como possível na ASSOCIAÇÃO DE EMPRESÁRIOS DO BSF, recentemente iniciada, deverá conter todos os esforços dos atores que compõe o arranjo institucional do Programa de Dinamização do Turismo no Baixo São Francisco. A Associação foi uma iniciativa dos atores regionais, o que deve ser valorizado e apoiado, pois cria condições estruturais para que os mesmos possam se entender como protagonistas de todo o processo, garantindo continuidade do mesmo na região alvo. Atividades como Definição de papeis e atribuições, Planejamento estratégico da Associação, formação de lideranças, definição de pacotes de benefícios para os Associados, formação em negociação e articulação, definição de estratégias de comunicação e monitoramento do processo, deverão ser empreendidas tendo como base a diretoria da Associação e, em alguns casos, o conjunto de associados. Devem também ter claro que a Associação poderá funcionar em Núcleos, uma vez que o território tem necessidades específicas por regiões e que são ora distintas, ora conjuntas e esta condição deve estar clara como procedimento e não como gargalo como hoje parece ser para os participantes do grupo. 152

153 Continuamente esta condição aparece como impedimento à participação dos atores chave no processo de consolidação da Associação por ser um procedimento único e exigir deslocamento de grande parte do grupo em reuniões e eventos, entre outros fatores apontados nas entrevistas de campo. Sem a REDE muito bem ordenada e alinhada será muito difícil que todos os investimentos do Governo e seus parceiros obtenham os resultados esperados. O papel dos atores locais na obtenção dos resultados (empoderamento) deve estar claro para que a sinergia e a articulação positiva influencie a ação. Os empreendedores devem conjuntamente propor demandas que atendam o coletivo, e individualmente investir na melhoria e inovação de seus negócios turísticos ao invés de esperar que as mudanças venham a acontecer somente quando oriundas de ações governamentais - este será o maior desafio do arranjo institucional do Projeto. Neste sentido a gestão do APL Caminhos do São Francisco tem função relevante no processo e o próprio APL deverá ter muito clara sua estratégia de atuação e como comporá o conjunto de atores e investimentos necessários ao fortalecimento da REDE Meios de Hospedagem A região do Baixo São Francisco é muito diferente da região norte do estado que possui uma grande concentração de resorts e da capital alagoana que possui uma grande quantidade de hotéis e pousadas. Gráfico 10: Meios de Hospedagem Fonte: Censo Hoteleiro 2011 SETUR/AL Segundo o Censo Hoteleiro (2011:08) O perfil da hotelaria alagoana é relativamente jovem, uma vez que 60% dos hotéis possuem até 10 anos de existência. Na maior parte das vezes o serviço de hospedagem vem acompanhado de serviços de alimentação em diferentes níveis. Apenas 9% do total dos estabelecimentos entrevistados não oferecem nenhum espaço/ serviço de alimentação. Cerca de 7% dispõem de room service 24h, 153

154 12% possuem serviço de room service, 28% bar/lanchonete e 46% possuem restaurante. (CENSO HOTELEIRO, 2011:10) Já a oferta hoteleira na região do Baixo São Francisco é recente, concentrada e ainda limitada. Contudo, a região Caminhos de São Francisco apresentou a maior taxa de crescimento na ocupação hoteleira do estado. Gráfico 11: Taxa de ocupação média em 2008, 2009 e 2010 (CENSO HOTELEIRO, 2011:15) O Censo Hoteleiro de 2011 (p.17) revelou que investir em capacitação dos colaboradores ainda não é prioridade do setor hoteleiro de Alagoas, já que 48% dos entrevistados afirmaram que não investem em programas de capacitação de seus colaboradores e apenas 37% adotam a capacitação como prioridade. Esta realidade foi verificada também na região do Baixo São Francisco a partir das entrevistas com empreendedores e organizações de qualificação como SENAC e SEBRAE AL. Embora haja disposição e disponibilidade em atuar neste sentido, as entidades argumentam que a cultura empresarial local não possibilita o fechamento de turmas de capacitação quando ofertadas. O SENAC apontou na entrevista de campo grande desinteresse por cursos de capacitação no estado como um todo. As demandas são pontuais e em sua maioria, direcionadas à capital. Segundo o Coordenador de EAD da instituição, não há cultura de profissionalização do turismo em Alagoas e os principais gargalos são a falta de recursos para investimento em qualificação por parte dos 154

155 potenciais clientes, falta de escolaridade básica (ensino fundamental completo) e cultura empresarial fraca e conservadora. O SEBRAE também reformulou sua presença na região onde ficou clara a grande dificuldade em implementar programas específicos de qualificação gerencial. O órgão direcionou sua atuação para as consultorias empresariais atendendo aqueles empresários que realmente demonstram interesse e aproveitamento do conteúdo em seus negócios, alem de apoiar eventos significativos para o turismo regional. Os maiores investimentos foram percebidos em Piranhas, fator confirmado na pesquisa de campo do IADH (2012:29) que cita que na região turística de São Francisco, Piranhas e Penedo foram citados pelos entrevistados como os que têm oferta razoável de equipamentos: pousadas; um hotel em Penedo; bares e restaurantes; agências de turismo (13); locadoras (3). Ainda assim, os investimentos são realizados de forma aleatória, sem orientação técnica e profissional, não raro em adaptações de estruturas já existentes e com a prerrogativa de estarem muitas vezes em sítios históricos tombados. As unidades não são tematizadas com aspectos da identidade local, via de regra as UHs são de pequeno porte ou adaptadas. A densidade por meio de hospedagem é grande, já que os equipamentos ocupam quase todo o terreno em área construída em quartos e apartamentos. As áreas de convivência e uso comum são pequenas e não oferecem atividades de entretenimento e lazer em suas dependências, o que agregaria valor aos empreendimentos, tornando mais agradável e duradoura a permanência no destino. De maneira geral não foram verificadas ações de sustentabilidade associados á oferta de hospedagem, em especial de aproveitamento de água, destinação de resíduos sólidos e orgânicos, eficiência energética, uso de biodegradáveis, insumos orgânicos para as refeições. É rara a oferta de informações turísticas das cidades ou da região nos meios de hospedagem ou oferta de serviços complementares como Spa Day, Day use, atividades ecológicas, oficinas culturais ou mesmo loja de souvenirs e artesanato local, salvo em algumas exceções. Outra deficiência é a falta de estruturas de acessibilidade, vista em um ou dois equipamentos. Pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida tem dificuldades de usufruir o destino já que não existem condições adaptadas para uso deste público, tanto em hotéis, restaurantes, embarcações e outros equipamentos de lazer. Outro público pouco aproveitado é o infantil. Os destinos não estão preparados para receber crianças, embora tenha sido percebida a presença delas no mês de janeiro na região, dado o 155

156 período de férias e alta temporada. Os meios de hospedagem em sua maioria oferecem a estrutura básica, o que para o turista a lazer é insuficiente para motivá-lo a permanecer um período maior na cidade ou região. A baixa capacidade de investimentos dos empreendedores do Baixo São Francisco também foi por várias vezes mencionadas nas entrevistas em campo, sinalizando que um programa de fomento e acesso ao crédito voltado à implantação ou reforma de estruturas turísticas na região é necessária e urgente Agências e operadoras de turismo Há poucas operadoras de turismo receptivo na região do Baixo São Francisco. A maioria das que atuam na região são de Maceió ou Aracajú. Algumas empresas oferecem apenas o transporte e os turistas buscam guias locais ou contratam passeios locais por conta própria. Há, sobretudo, operadoras que oferecem excursões opcionais para turistas dos pacotes CVC para os destinos Aracajú e Maceió operados durante todo o ano. A CVC comercializa um pacote de 08 dias para Maceió que inclui uma excursão opcional à Foz do Rio São Francisco. Essa opção também é sugerida no roteiro Aracajú da CVC, que também coloca como opcional uma excursão ao Cânion do Xingó. Figura 78: Estacionamento Gasparino Turismo CVC Piaçabuçu Foto: Jussara Rocha 156

157 Figura 79: Empreendimento Gasparino Turismo /CVC Foto: Jussara Rocha As operadoras locais de Aracaju e Maceió que ofertam excursões para o Xingó Canion do São Francisco com duração de 12h e a Foz de São Francisco com duração de 08h. Pequenas operadoras de Maceió concentradas na Praia de Pajuçara oferecem roteiros da Foz e do Canion São Francisco como opcionais para turistas em visita á capital do estado. Transamérica, Luke e Gato do Mato são outras opções de operadoras com atuação na região. Na região de Piaçabuçu e Pendedo a Farol da Foz Ecoturismo aposta em produtos diferenciados como passeios de lancha e caminhada nas dunas da Foz do Rio e atividades como parasail e trilhas na APA da Marituba. Na região de Delmiro Gouveia a empresa Estação Aventura oferta atividades verticais nos cânions alem de trilhas e atividades pedagógicas em Piranhas e Água Branca. São opções diferenciadas para passeios de ecoturismo, turismo de aventura e atividades eco-culturais. Ambas são associadas à ABETA e trabalham em parcerias com empresas de hospedagem e guias locais adequadas ao perfil de seu público alvo. As duas experiências comprovam que é possível investir no mix inovação, qualidade, segurança, conforto e gestão profissional, uma vez que a operação de ambas é bem sucedida e demandada por um turista mais exigente e qualitativo. As duas empresas possuem web site, ferramentas de divulgação e fidelização de clientes e estão presentes nas redes sociais. 157

158 Figura 80: Farol da Foz Ecoturismo Carro adaptado voo de paraquedas e lancha rápida para Foz do Rio Foto: Jussara Rocha Já em Piranhas duas agencias de receptivo - Opará Tur e a Angicotur ofertam passeios aos cânions, tour pelo centro histórico da cidade e a Rota do Cangaço com Entremontes. Este último roteiro, uma experiência diferenciada e rica em história e natureza com múltiplas possibilidades de interpretação. Algumas operadoras de Sergipe Aracaju e Canindé de São Francisco e da Bahia Paulo Afonso também operam na região semrpe em parceria com os empresários de truísmo náutico. Ressaltamos que a forma de operação da MFTur de Canindé, empresa de grande porte que possui a maioria das embarcações tipo catamarã e escunas ou barcos maiores para a região do cânion influencia os operadores da porção alagoana, mesmo com infraestrutura bem menor. A possibilidade de estabelecer parâmetros de diferenciação da operação como fator de competitividade não é oportunizada pelos empresários do mesmo ramo em Alagoas. Ao contrário, há um movimento de similaridade do passeio, o que os coloca em posição mais frágil no mercado tornando o preço, o único fator de diferenciação, o que já se mostrou predatório ao destino e ao desenvolvimento do turismo de qualidade na região. Figura 81: MFTur catamarãs ancorados no Restaurante Karrancas Canindé de São Francisco Foto: Jussara Rocha 158

159 A Opará Turismo realiza algumas vezes ao ano um Roteiro Integrado de Piranhas a Piaçabuçu com duração de 03 dias e paradas em alguns pontos às margens do Rio onde existe possibilidade de pernoite. Os passeios embarcados são realizados em parceira com empresas de passeios náuticos que operam na região. A duas operadoras não possuem web site nem ferramentas de cadastro e fidelização de clientes, e somente a Opará Tur se encontra presente em uma rede social. Em reunião com empresários de Piranhas durante os trabalhos de campo, quando abordados sobre o nível de satisfação dos visitantes que se hospedam na cidade foi recorrente a fala eles gostam dos passeios ao cânion, mas todos perguntam o que há a mais para fazer na cidade, ou eles estão sempre perguntando o que a gente indica pra fazer. Quando abordados sobre reclamações quanto aos preços a resposta comum foi a de que ninguém reclama. O que significa que o turista quer conhecer o destino, vem motivado pelo passeio ao cânion e pelo patrimônio histórica, mas quer algo mais e não se importa em remunerar o serviço. A percepção de custo x benefício não está associada à oferta proposta e a queda no fluxo e na ocupação é sempre mencionada como sendo responsabilidade do estado por falta de promoção da região, sem realização de uma análise crítica e dos fatores críticos de sucesso do empreendimento e da oferta toal do destino Guias e Condutores A região possui movimentos localizados na formação de condutores locais em Piaçabuçu, Penedo, Olho D Agua do Casado e Piranhas. Em Piaçabuçu e Penedo o movimento é formalizado em Associações de Informantes Locais, sendo a de Piaçabuçu um exemplo identificado como Boa Prática Potencial por equipe do componente Levantamento de Boas Práticas Culturais e Ambientais do Projeto de Dinamização do Turismo do BSF. De fato é perceptível o nível de organização, proatividade, qualificação e compreensão da dinâmica turítica local pelos integrantes da associação. Em Olho D Água do Casado e Piranhas os condutores são oriundos do Curso de Formação de Guia Técnico Regional realizado pelo Senac em Piranhas em 2012 de forma semi presencial e 558h aulas com participação de 30 alunos da região. Em Olho Dágua do Casado é o grupo de Guias que planeja e realiza as atividades turísticas, em parceria com empresas da região, principalmente com as de passeios de barco com atracadouros na cidade. Este grupo, embora sem apoio e estrutura de trabalho, vem desenvolvendo ações 159

160 interessantes na cidade em especial com relação aos sítios arqueológicos, maior matéria prima local para o turismo pedagógico e cultural Serviços de Alimentação Os serviços de alimentação seguem a lógica da oferta de hospedagem no sentido de que existe maior numero de opções nos destinos mais consolidados. Ainda assim a oferta é insuficiente e pouco variada e um grande volume ainda funciona na informalidade, principalmente na parte mediana do território. Os cardápios são a base de peixes, embora os mais incidentes no Rio São Francisco já não sejam mais encontrados em função da diminuição de pescados tradicionais, e da carne de sol. Entretanto não se encontram menus mais elaborados ou com releituras de pratos típicos regionais. Algumas iniciativas isoladas acontecem em Piranhas e Água Branca Penedo e Piaçabuçu com propostas de aproveitamento de elementos da culinária local, diversificação ou inovação de receitas, tematização de ambientes ou agregação de valor aos espaços. Exemplos são os restaurantes Do Siri em Piaçabuçu com pratos a base de siri e ambientação típica com elementos deste crustáceo, Engenho de São Lourenço em Água Branca com inserções de sobremesas de rapadura e frutos do sertão e horta orgânica e o Restaurante Caboclo D Água em Piranhas, o único com cozinha internacional e espaços temáticos e multiuso situado às margens da Represa do Xingó. Figura 82: Restaurante do Siri - Piaçabuçu Figura 83: Horta do Rest. Engenho São Lourenço em Agua Branca 160

161 Figura 84: Rest. Caboclo D Água em Piranhas Fotos: Jussara Rocha Há que se observar a falta de qualificação dos serviços, o amadorismo no atendimento e a falta de adequação dos cardápios em pelo menos uma língua estrangeira. Há ainda a necessidade de mecanismos de atendimento aos critérios da vigilância sanitária e padrões de segurança alimentar. Cabe a inserção de programas como o PAS Programa Alimento Seguro em todas as unidades de alimentação fora do lar da região, alem de um esforço dos órgãos oficiais de turismo na formalização dos empreendimentos e cadastro no Cadastur Serviços de Transporte Quase 80% dos turistas que visitam o estado chegam à Alagoas por avião. Gráfico 12: Meio de Transporte Utilizado 161

162 Fonte: Ficha Nacional de Registro de Hóspedes apud SETUR/AL, 2012:15 Além da Gol, Azul/ Trip e TAM que já operam regularmente em Maceió (vide quadro abaixo), em 2013 novos voos da companhia Avianca para o estado já iniciaram sua operação. Tabela 19: Oferta de voos regulares semanais em dezembro/2011 por companhia aérea Fonte: Panrotas apud SETUR/AL, 2012:11. O Porto também é uma importante porta de entrada de turistas, sobretudo através dos grandes navios que fazem cruzeiros pelo nordeste do país. 162

163 Tabela 20: Movimentação Porto de Maceió Fonte: Irmãos Brito Ltda, 2011 apud SETUR/AL 2012:13 Atualmente ancoram no Porto de Maceió navios das companhias Costa Cruzeiro, Ibero Cruzeiros, MSC Cruzeiros, Pullmantur e Royal Caribbean (SETUR/AL 2012:13). As rodovias no estado, sobretudo na região em estudo, deixam a desejar. Embora pavimentadas, há deficiência de sinalização rodoviária e indicativa de destinos turísticos, acostamentos, pontos de apoio e serviços e segurança. Uma aspiração antiga de toda a comunidade do Baixo São Francisco é a ligação entre Piaçabuçu e Delmiro Gouveia margeando o Rio São Francisco, ligando o litoral ao sertão em linha reta, a chamada Rodovia Ribeirinha. Outra lacuna existente nos serviços de transporte da região é a ausência de rodoviárias em todos os destinos do Baixo São Francisco. O acesso às cidades do Baixo São Francisco é feito por meio de poucas empresas de transporte rodoviário que ligam as principais cidades à Maceió. A maioria dos deslocamentos entre os destinos é realizada por vans, muitas vezes sem regularização, comprometendo a segurança de passageiros. Do ponto de vista turístico os acessos são feitos veículos de transporte turísticos, vans ou carros particulares. Figura 85: Centro Historico de Piranhas Foto: Jussara Rocha 163

164 O transporte por vias fluviais, uma opção que certamente poderia incrementar o turismo regional tampouco é estimulado. A hidrovia do São Francisco é outra importante obra e possibilidade de deslocamento de pessoas e escoamento de mercadorias e insumos. Segundo a Administração da Hidrovia do São Francisco, o Rio é navegável em 208 KM, entre as cidades de Piranhas e a Foz em Piaçabuçu, mas apresenta navegação comercial ainda incipiente. A figura abaixo, apresenta um mapa multimodal da região de influência das hidrovias dos rios São Francisco, Corretes e Grande, com pontos geradores de carga e cidades pólo do transporte. O trecho entre Piranhas e a Foz, permanece entre os trechos ainda em estudo. 164

165 Figura 86: Hidrovias Fonte: Administração da Hidrovia do São Francisco Algumas linhas de transporte entre trechos que ligam cidades de Alagoas a cidades de Sergipe na outra margem do Rio permanecem em operação, embora cada vez em menor escala. O uso destas embarcações é comercial e não turístico. A Capitanias dos Portos Agência de Penedo com área de jurisdição que abrange 280 Km de área marítima, indo da faixa de fronteira marítima entre o Pontal do Peba e as margens do rio São Francisco, bem como também, porto, ilhas, rios, lagoas, lagos existentes em ambas as margens do baixo são Francisco, desde a Cachoeira até a foz. A Capitania tem como principal trabalho supervisionar as atividades da marinha mercante em toda área de sua jurisdição. 165

166 Produção Associada ao Turismo Figura 87: Bordado Redendê de Entemontes - Piranhas Foto: Jussara Rocha O Baixo São Francisco possui alguns produtos típicos muito consumidos por turistas como a carne de sol, macaxeira, tapioca, queijo coalho, cachaça, frutas do cerrado e artesanato com temática regional. Estes produtos, quando associados à atividade turística, complementam a experiência dos visitantes e materializam a viagem transformando a experiência por meio de sabores, texturas, objetos que contam histórias e revelam tradições regionais. Segundo o Ministério do Turismo a produção associada ao turismo é qualquer atividade artesanal, industrial ou agropecuária que detenha atributos naturais ou culturais de determinada região ou localidade capazes de agregar valor ao produto turístico. São as riquezas, os valores, e os sabores brasileiros. É o design, o estilismo e a tecnologia: o moderno e o tradicional. É ressaltar o diferencial do produto turístico para incrementar sua competitividade. O conceito foi criado para fins de planejamento das políticas públicas buscando destacar setores econômicos capazes de promover a ampliação e a diversificação da oferta turística. (MTur, Manual para o Desenvolvimento e Integração das Atividades Turísticas:11) No baixo São Francisco a identificação e a organização da produção associada ao turismo, alem de agregar valor à oferta existente, preencherá uma lacuna na comunicação de forma qualitativa das riquezas regionais conferindo ao produto um diferencial competitivo que traz em si mesmo significados especiais e sentimentos e boas lembranças agregados. Artesanato O artesanato da região tem seu maior ícone nos bordados, na produção de utilitários em cerâmica, nos trançados de palha e fibra, nas esculturas de madeira e nos acessórios em couro. Os bordados Redendê e Boa Noite em destinos como o distrito de Entremontes em Piranhas e da Ilha do Ferro em Pão de Açúcar, a Associação Pontos e Contos na cidade de Penedo e a renda 166

167 Singeleza da Serra das Viúvas em Água Branca representam a singularidade e a delicadeza passada de geração em geração. Assim como os trançados na palha do ouricuri e do cipó em Água Branca, a produção de artefatos em cerâmica nas comunidades quilombolas de Porto Real do Colégio e Traipu, ou o aproveitamento da madeira nas miniaturas de barcos típicos, bancos e cadeiras ou esculturas na Ilha do Ferro e de cenas do cotidiano em São Brás. Além da produção em si, esses elementos artesanais podem gerar outras formas de comercialização por meio de vivências ofertadas aos visitantes. Quem não gostaria de passar uma tarde na Associação de Bordados de Entremontes aprendendo a bordar e conhecendo a história da comunidade e seus moradores tomando um suco de acerola para arrematar o bordado e a prosa? Atividades desta natureza devem ser geradoras de receita para as artesãs e demandam formatação específica e formas de comercialização peculiares. Figura 88: Bordadeiras da Associação de Entremontes Foto: Jussara Rocha Gastronomia Na gastronomia os antigos engenhos que deixaram a herança na produção de rapadura e seus novos sub-produtos como em Água Branca, a macaxeira ou mandioca e a produção de farinha nas casas de farinha da região e nas farinhadas - manifestação de cantigas que acompanham a produção de farinha, a carne de sol e todas as suas formas de preparo e uso nas refeições, os peixes e os sabores ribeirinhos com o tempero do mar ou do sertão, certamente poderão se transformar em novos produtos turísticos alem do seu uso tradicional. 167

168 Essa variedade de produtos requer apoio na organização, reforço da identidade, evolução nas linhas de produção, ferramentas de gestão e comercialização, embora muitas delas já estejam caminhando neste sentido, mesmo que em níveis distintos de maturidade e consolidação. Estes itens podem estar contidos num programa de apoio à produção associada ao turismo na região que deve ainda incluir as manifestações culturais tradicionais. Importante é a inclusão de um elemento primordial de ligação da região, das pessoas e da vida ribeirinha com o Rio São Francisco: as embarcações tradicionais. O resgate da produção artesanal de embarcações tradicionais como a Canoa de Tolda, patrimônio tombado pelo IPHAN e do ofício de barqueiro no processo de produção associada ao turismo torna-se fundamental no sentido de disseminar a cultura ribeirinha e os modos de vida das populações ao longo rio e do tempo, oportunizando o conhecimento sobre esse importante patrimônio brasileiro e regional e a possibilidade de resgate e uso das embarcações. Figura 89: Miniatura da Canoa de Tolda Canindé IPHAN Piranhas 168

169 5. 2. Análise do Me rcado Turístico Principais Segmentos/ Produ tos A segmentação turística é uma estratégia de estruturação e diversificação da oferta fundamental no planejamento turístico de um destino, pois organiza a oferta e identifica a demanda oportunizando o desenvolvimento de produtos e roteiros para público de interesses específicos, privilegiando as singularidades e unicidades da região e direcionando a produção para os mercados consumidores de forma assertiva. A região do Baixo São Francisco iniciou as atividades turísticas sem planejamento ou organização da sua oferta e conhecimento de seu publico alvo e, a despeito de seu grande potencial, são oferecidos basicamente produtos do segmento náutico, iniciando um movimento de integração com atividades de turismo cultural e turismo de aventura, mas sempre atrelados aos passeios de barco. As atividades de sol e praia também acontecem ao longo do trecho compreendido entre Delmiro Gouveia e Piaçabuçu, com um fluxo basicamente local e regional. Ainda assim, a produção turística na região é bem distinta nos trechos do território e ainda bastante inicial. O fluxo existente concentrado em Piranhas, Delmiro Gouveia e Piaçabuçu tem no Rio e no componente massivo a sua principal característica. Existe um potencial muito grande para o desenvolvimento de produtos segmentados com valores agregado que não são considerados como insumos. Nas investigações em campo as pessoas entrevistadas relatam experiências diversas ou possíveis elementos que via de regra são percebidos, mas ainda não considerados como matérias primas do turismo. Constatou-se que os principais produtos oferecidos na região são o passeio de barco até a Foz do Rio São Francisco e ao Cânion do Xingó. Ambos as atividades aparecem no site de busca de viagens e comentários de viajantes Trip Advisor, a principal ferramenta virtual de avaliação de atrativos atualmente, mas como opções do destino Aracajú. Reflexo dos investimentos iniciais e significativos do estado de Sergipe na região, (muito anteriores aos do estado de Alagoas) na mesma rota com foco na atratividade intensiva. Este fator influenciou a visão da maioria dos empresários e gestores de que ser um destino turístico está vinculada à quantidade de visitantes e não à qualidade dos produtos e vinculados à recursos governamentais. Poucas empresas investem em inovação e esperam dos governos a estruturação e a promoção dos destinos e seus atrativos para que o turismo aconteça conforme mencionado em entrevistas, principalmente entre os empresários da parte alta do território. Abaixo uma breve avaliação dos três principais produtos comercializados. 169

170 Foz do São Francisco No encontro do Rio São Francisco com o mar, entre Alagoas e Sergipe, fica um dos atrativos mais visitados de toda a rota: a Foz. Há passeios para a Foz saindo de toda a região, sobretudo das capitais Maceió, Aracaju e Recife. O atrativo é avaliado como Excelente ou Muito bom por mais de 90% dos usuários que opinaram no Trip Advisor. Gráfico 13: Passeio de barco até a Foz do Rio São Francisco Fonte: Website Trip Advisor Há certo descontentamento apontado por mais de um turista em relação ao encontro do rio com o mar. Apesar de ter o nome de Foz e ter todo o seu marketing baseado no deságue do São Francisco, a maioria das embarcações não chega até este ponto, uma vez que são de grande porte não sendo possível (por questões de segurança) aproximar do ponto de encontro das águas. As empresas ofertantes deste passeio oferecem a atividade vinculada a almoço em restaurantes próximos aos atracadouros em Piaçabuçu, e embora atrativo esteja ao lado de Penedo, que possui uma boa estrutura de hospedagem, a maioria dos turistas, contudo, opta por um passeio de um dia gerando uma renda limitada para o local Cânion do Xingó Também conhecido como Cânion do São Francisco, esse atrativo compreende as estruturas rochosas em forma de paredão com mais de 600 milhões de anos e um lago que foi criado com a construção da usina hidrelétrica do Xingó em

171 Gráfico 14: Passeio de barco pelo Cânion do Xingó Fonte: Website Trip Advisor Tem uma beleza marcante e exótica, pois combina a vegetação árida da caatinga com belas águas cristalinas. 47 em 54 avaliações (87%) julgou o atrativo como muito bom ou excelente no Trip Advisor. É um produto que compreende 03 estados Brasileiros (Alagoas, Sergipe e Bahia) e a complexidade de planejamento e governança conjunta para a sustentabilidade do destino cuja base é um dos maiores ícones naturais do país. O Cânion, juntamente com a Foz do São Francisco são os principais produtos do Baixo São Francisco na atualidade. Se enquadrando na categoria de turismo náutico (passeios de catamarãs e pequenas embarcações) e poderá no futuro, ser classificado como ecoturismo quando a atividade se basear nos critérios de sustentabilidade na operação do roteiro. Pode ser combinado com a Rota do Cangaço (roteiro cultural) e atividades de aventura como trekking, escalada, rapel e outros. Ficava maravilhada quando via pela televisão toda essa beleza sergipana. E só de pensar que este lugar era aqui mesmo no Brasil, minha vontade de conhecer as terras de Jesuíno e Açucena só aumentou. Além disso, a oportunidade de matar as saudades da minha neta Letícia, que há oito meses está morando em Aracaju, contribuiu ainda mais para arrumarmos as malas. O depoimento dado pela turista Ilda Castilho para o portal globo.com. Ela se refere a personagens da novela Cordel Encantado da Rede Globo que usou o cânion do Xingó como paisagem da trama., embora o identifique como sergipano, o que demonstra que mesmo em condições privilegiadas de visibilidade no maior veículo de televisão do país, o produto não foi vinculado ao destino alagoano. 171

172 Figura 90: Novela da Rede Globo foi gravada no local Rota do Cangaço A Rota do Cangaço é um produto novo na região, tendo sua estruturação iniciada por volta de 1997, segundo o blog da Rota. Envolve os municípios de Canindé de São Francisco (SE), Poço Redondo (SE) e o centro histórico de Piranhas (AL). Trata-se de um roteiro que explora a temática do sertão e do cangaço. O movimento do cangaço começou na década de 1770 em Pernambuco, mas teve seu apogeu na década de 1920 com o aparecimento de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Lampião e Maria Bonita foram mortos por policiais em 1938, próximo à região do cânion na Grota dos Angicos (Poço Redondo - SE). Para acessar a gruta é preciso fazer uma caminhada de 700 metros em meio à caatinga. Pelo lado alagoano o roteiro sai de Piranhas de barco até o Restaurante do Angico totalmente tematizado com a história de Lampião e seu bando, da ambientação ao cardápio e ao uniforme dos atendentes e guias da trilha. O passeio ainda prevê parada no distrito de Entremontes para conhecer o trabalho das artesãs e bordadeiras do local em sua Associação. É possível realizar trilhas e passeios na Rota com operadoras locais como a Angico Tour e Opará Tur de Piranhas, Canistour, Nossagência, Receptur, Xingó Tour e Viver Turismo de Sergipe. O receptivo turístico Melhor Viagem opera o roteiro partindo de Recife. É possível percorrer os trechos do rio com barcos simples ou catamarãs. O roteiro tem um apelo histórico-cultural muito forte e pode ser mesclado com atividades de aventura e passeios de ecoturismo pelo bioma da caatinga. O Museu do Sertão em Piranhas é um dos pontos visitados pelos turistas que optam pela Rota. Nesse museu encontra-se uma exposição sobre o cangaço com vestimentas e objetos que pertenceram a membros dos grupos cangaceiros, além de muitas fotos. 172

173 Segmentação Atual x Segmentação Potencial Tabela 21: A segmentação na região do Baixo São Francisco apresenta o seguinte quadro síntese Segmentos Atuais Produtos Segmentos Potenciais Náutico Passeios de barco a foz Náutico e ao canion Produtos Travessias no rio de embarcações tradicionais Roteiros embarcados Passeios de barco a remo, Passeio de caiaque, Passeios de barco á vela Mergulho Sol e Praia Banhos ao longo do rio Sol e Praia Kitesurf e Ordenamento da Orla Cultural Aventura Rota do cangaço, artesanato Trilhas, escalada, tiroleza Cultural Aventura Rural Pedagógico Ecoturismo Eventos Produção Associada Espeleoturismo Interpretação histórica e arquitetônica Oficinas de artesanato e gastronômia Ensaios de grupos folclóricos e tradicionais Cicloturismo, Canoismo, Cavalgada Travessias e trilhas nas serras Saberes e fazeres rurais, Vivências no campo, Gastronomia rural, Oficinas de tradições rurais História: ocupação, economia regional, cangaço, meios de transporte Geo: biomas, ecologia, botanica, Geologia, Hidrologia: Agua, geração de energia Observação de aves e animais silvestres Interpretação da caatinga Atividades em Unidades de Conservação Eventos musicais, cinematográficos, Eventos científicos, Eventos gastronômicos Couro de Peixe, Frutos típicos, Arroz, Côco Os mapas abaixo demonstram a localização da oferta atual e sugerem uma espacialização da oferta potencial. 173

174 Figura 91: Mapa Oferta Atual Turismo e Praia

175 Figura 92: Mapa Oferta Atual Turismo de Aventura 175

176 Figura 93: Mapa Oferta Atual Turismo Cultural 176

177 Figura 94: Mapa Oferta Atual Turismo Náutico 177

178 Figura 95: Mapa Oferta Potencial - Ecoturismo 178

179 Figura 96: Mapa Oferta Potencial Sol e Praia 179

180 Figura 97: Mapa Oferta Potencial Eventos Culturais 180

181 Figura 98: Mapa Oferta Potencial Turismo Rural 181

182 Figura 99: Mapa Oferta Potencial Turismo Pedagógico 182

183 Figura 100: Mapa Oferta Potencial Turismo Náutico 183

184 Figura 101: Mapa Oferta Potencial Turismo de Aventura 184

185 Figura 102: Mapa Oferta Potencial Turismo Cultural 185

186 Figura 103: Mapa Oferta Potencial Infraestrutura 186

187 A oferta atual é reduzida face às potencialidades que a região apresenta. Estímulo ao desenho e estruturação de novos produtos deve ser uma diretriz formulada a partir do conhecimento mais preciso da oferta com a realização de inventários municipais de oferta turística. O inventário é ferramenta básica e imprescindível para compreender o território a partir de seus aspectos naturais, culturais, econômicos, sociais, dos serviços existentes, das informações geográficas e econômicas possibilitando aos gestores públicos e empreendedores a otimização das políticas públicas para o desenvolvimento do turismo bem como da realização de investimentos em novas estruturas aproveitando o potencial real do destino. Tão importante quanto os inventários é a realização de pesquisas de demanda em series históricas analisando o perfil do consumo turístico da região bem como do o do consumidor gerando indicadores e sistemas de monitoramento da evolução do setor na região. O cruzamento das informações de oferta e demanda permitem aos atores locais a tomada de decisões importantes sob bases efetivas e dados de realidade, tanto no desenho, estruturação e diversificação da oferta, quanto nas estratégias de promoção e apoio à comercialização. A região possui fortes elementos para associação ao turismo ainda não utilizados, como a grande quantidade de sítios arqueológicos na parte mais alta do território de Pão de Açúcar a Água Branca já identificados pelo IPHAN, com pessoas habilitadas na região para iniciar um processo de inserção no turismo. O cinema que remete à identidade de Penedo, pode ganhar robustez na região com eventos culturais, visitas interpretativas à locações, seminários técnicos gerando um fluxo expressivo e altamente formador de opinião. Desenvolver produtos associando os segmentos econômicos locais ao turismo bem como aliar atividades de inserção produtiva nas políticas de desenvolvimento, por exemplo, nas culturas típicas da região como o arroz e o coco pode ser um multiplicador de trabalho e renda seja no turismo rural, turismo ecológico ou cultural. Alem destes a possibilidade de roteiros embarcados pelo rio de Piaçabuçu a Piranhas deve receber atenção especial. A viabilização de estruturação de embarcações que possam hospedar o turista durante o percurso, ou mesmo a possibilidade de pequenos grupos em embarcações tradicionais como a Canoa de Tolda são produtos extremamente especiais e com apelo no mercado. A diversidade de possibilidades interpretativas ganha relevância em produtos com oeste que podem trazer ao presente do visitante a história imperial, a cultura ribeirinha, o mundo das navegações, as lendas e histórias do rio, entre tantos outros temas motivadores de experiências únicas.

188 Estes são apenas alguns exemplos de um potencial que pode tornar a região um destino diferenciado em Alagoas e competitivo no mercado nacional, atraindo um público diversificado alem daquele que consome sol e praia. As oficinas de segmentação realizadas em Piranhas e Piaçabuçu com a participação de atores de toda a região, as atividades ligadas à cultura local e regional foram as mais evidenciadas. Figura 104: OFICINA PIRANHAS 20/03/13 Figura 105: OFICINA PIAÇABUÇU 22/03/13 Figura 106: Resultados produzidos Oferta Atual e Oferta Potencial 188

189 Tabela 22: Oficina de Segmentação Piranhas 20/03/2013 Oficina de Segmentação Piranhas 20/03/2013 Segmentos Atuais Cultural Nautico Sol e Praia Aventura Eco Turismo Rota do Cangaço Passeios Caiaque Passeio dos Cânios Trilhas e cachoeiras em Agua Branca Apresentação dos Indios no Mirante do Talhado Rota do Cangaço (x2) Passeio da Foz Pega de boi no mato Estação Ferroviária Delmiro Gouveia Passeios (embarcações) para Canion (X2) Escaladas Fabrica da Pedra Caminhos do Imperador (x3) Skybunda na Foz Usina Angiquinho Rota do Pioneiro Para - Sail (Foz) Parque Nacional Pedra do Sino (X2) Visitação a Entremontes "Artesanato e Historia" Rota dos Bordados (x2) Praça da Vela - Centro Histórico Delmiro Gouveia Usina Hidreletrica de Xingo Centro Historico Piranhas Visitação a Ilha do Ferro em Pao de Açucar - Bordado Boa Noite Arqueologia em OAC - Trilhas Engenho São Lourenço - Agua Branca Expedição Opará Piranhas a Foz Passeio de Buggy Rapel no Canion do talhado Tirolesa no Canion do Talhado Caiaque no Canion do Talhado Psicoblok no Canion do Talhado

190 Tabela 23: Oficina de Segmentação Piranhas 20/03/2013 Lundu - Em São Brás Segmentos Potenciais Cultural Náutico Sol e Praia Aventura Eco Turismo Passeio de Barco Vila Limoeiro - Pao de Açucar Trilha da Linha Férrea Atividades de Turismo Pedagógico Musicalidade "Bandas de Musica" - Zabumbeiros Mergulho Naufragio - Moxotó - Pao de Açucar (x2) Rally do Velho Chico - Agua Branca/ Piaçabucu Festa da Padroeira Agua Branca Mergulho em Ilha de Ferro Trilha Escalada Pedra do Navio Dança São Gonçalo Pesca Esportiva Passeio Serra Joao Leite Reisado de Dedeca Mergulho Esportivo Pedra da Paciencia Guerreiro Sta. Joana Estação do Talhado Sinimbu Caminhos de Delmiro Gouveia Ponte de D. Pedro II Casa da Arte D. Gouveia (Artesanato Geral) Comunidade Indigena Gangorra - Pov. Gangorra Comunidade Quilombola - Pov. Da Cruz Festa de Reis - Pao de Açucar Bom Jesus dos Navegantes - Entremontes Fabrica Porcelana - Pao de Açucar Museu São Francisco Resgate dos cenários cinematográficos da região - todo o percurso Trilha do Capiá (Antigos Coitos) Cachoeira e Corredeiras Trilha da Serra das Viuvas Quilombolas Cachoeira Paulo Afonso Serra do Craunã Reserva Ecológica Agua Branca Passeio de Balao Passeio de Helicóptero 190

191 Moagem da rapadura "sazonal" Artesanato em Água Branca "singelesa" comidas tipicas Feira Culinaria Regional Feira Regional Artesanato Altemar Dutra - Seresteiros Projeto de Cinema para Festival de Cinema Sobrado Hospedagem Imperador - Pao de Acuçar Comunidades Quilombolas Chifre do Bode e Poço do Sal - Pao de Açucar Cangaço e Sitios Arqueologicos - Pão de Açúcar Festa da Padroeira Delmiro Gouveia Semana de Delmiro Gouveia (x2) Romaria Padre Cicero Resgate da Ferrovia Artesanato em Palha de Ouricuri Cangaço em Agua Branca Indios Coloncos Pedra Fest Carnaval Famoso no Estado Passeio Pov. Impoeiras (Artesanto) Pao de Açucar Rampeiras Pao de Açucar Semana do Cangaço - 26 a 28/07/2013 em Caninde/Piranhas 191

192 Artesanato Tabela 24 Oficina de Segmentação Piaçabuçu 22/03/2013 Oficina de Segmentação Piaçabuçu 22/03/2013 Segmentos Atuais Cultural Náutico Sol e Praia Aventura Eco Turismo Festa de Bom Jesus - Prainha e Ilha de São Passeio da Corrida de Borboleta Pedro (Penedo) Trilha, Banho de Cachoeira Foz Outros Gincana de Pesca Penedo e Piaçabuçu Festa de Bom Jesus Passeio de Lancha à Foz do rio são francisco Porto da Areia (Traipu) Trilhas nas dunas (x2) Turismo Pedagógico Níveis Fundamental, Médio e Superior (Penedo Centro Histórico COOPERTUR) Carnaval (Traipu, Igreja Nova e Piaçabuçu/Peba) Moto Fest Aldeia Caririxocó Festas Populares - Porto Real do Colegio - Forro Real (x2) Piafébuçu Sarau Olha o Chico - 1 sabado de cada mês (x2) Festival de Cinema Patrimonio Historico Penedo e Piranhas Festa do Nosso Senhor dos Pobres - Traipu Visitação a Ilha do Ferro - Pao de Açúcar Visitação Associação de Bordadeiras e Santeiros - Penedo Festa Bom Jesus do Navegante - Penedo e Piaçabuçu Passeio de escuna à foz do rio são Francisco Travessia de Barco de Traipu para Sergipe Pontal do Peba Farol da Foz Mergulho - Piranhas Escalada - Piranhas e Olho D'Agua do Casado Rapel - Piranhas e Olho D'Agua do Casado Tirolesa - Piranhas e Olho D'Agua do Casado Voo de Parasail Piaçabuçu Passeios de Buggy para Foz 192

193 Lavagem do Beco -Penedo Quilombo Palmeira dos Negros - Igreja nova Feirinha do Beira Rio - Traipu Casamento do Matuto 193

194 Cultural Museu Nautico (Penedo e Piaçabuçu Sarau (Piaçabuçu -Traipu) Tabela 25: Oficina de Segmentação Piaçabuçu 22/03/2013 Oficina de Segmentação Piaçabuçu 22/03/2013 Náutico Passeio pelas trilhas Traipu Roteiro pelas Ilhas a foz (Penedo e Piaçabuçu) Segmentos Potenciais Sol e Praia Praia do Peba Aventura Eco Turismo Outros Trilha pela Serra da Tabanga e Serra das Maos (Traipu) Cavalgada (x2) Trilhas, observação de fauna e flora - Apa Marituba do Peixe Visitação aos corais (APA Piaçabuçu) Turismo Comunitario Pixaim Turismo Pedagogico Penedo Piaçabuçu Feirinha do Beira Rio (Traipu) Passeio as ilhas e ao Pixaim e ao antigo cabeço Observação de aves migratorias e desova de tartarugas marinhas (Piaçabuçu) COOPERTUR - Turismo Rural Itinerários Culturais (Penedo) Passeio de Canoa ao Luar (Penedo) APA da Maratuba Trenzinho/Barquinho com parada nos portos e estaleiros (Cidades Ribeiras) Trilhas do Pixaim Vaquejada Manifestações Folclóricas Dona Lourdes (Bonequeira) Piaçabuçu Banda de Pifano Festival Gastronomico Carnaval de rua Banda musical Penedense Artesanato Banda Euterpe S. Benedito Festival do Arroz Igreja Nova/Porto Real Aldeia Indigena Porto Real/ Traipu Gastronomia Ribeirinha 194

195 Turismo de Experiencia Rota dos Quilombos Oiteiro -Penedo Pixaim - Piaçabuçu Palmeiro dos Negros - Igreja Nova Tabeleiro dos Negros Promoção de oficinas que possibilitem aprendizado e confecção de artigos caracteristicos do Ribeiro Farinhada Cantada de Igreja Nova e Colégio Pavilhão dos Sabores - penedo Vesperata - Penedo Roteiro Jacaré Legal - Penedo Orla Fluvial Terminal Turistico - Piaçabuçu Incentivo as lembrancinhas Artesanato Turismo nas ilhas e croas 195

196 Importante ressaltar a importância e a necessidade de nivelamento de conceitos e disseminação de conhecimentos teóricos, bem como de boas práticas para a compreensão do processo de desenvolvimento do turismo. O processo de gestão do conhecimento deve fazer parte do processo de estruturação de produtos e integração governança e mercado Análise do Mercado Turístico - Demanda Por ser um destino em fase de consolidação no mercado, a região é pouco ofertada por operadoras nacionais e grande parte dos destinos ainda é não conhecida no mercado nacional. Os maiores emissores atuais estão na região e são os estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, com fluxo crescente da Bahia, Distrito Federal e São Paulo. Exceto nos pacotes da CVC, as viagens são organizadas de forma espontânea tendo como maior motivação o Rio São Francisco e o patrimônio histórico de Penedo e Piaçabuçu. O perfil do visitante segundo os empresários entrevistados varia entre grupos de familiares e amigos, casais e excursionistas. Via de regra os grupos maiores procuram os passeios embarcados na foz e no cânion sendo que o grupos menores aliam cultura e natureza aos programas na região. Este público é recorrente em Piranhas e já demonstrou ter interesse em consumir novos produtos singulares no Baixo São Francisco. A permanência media atual é de 3 dias/ 2 noites, atendo-se aos finais de semana e feriados prolongados. A alta estação é marcada pelas férias de janeiro e julho. A origem dos visitantes é regional e nacional para cânion e foz, regional e local para região central do território e local regional para excursionistas que buscam as praias do rio. Na região do BSF a quantidade de excursionistas - Piranhas e Piaçabuçu, em especial, conhecidos por seu movimento de visita de um dia sem pernoite, alia barco, praia, porém estes grupos não consomem nos destinos fazendo com que a circulação econômica não aconteça de forma adequada entre a cadeia produtiva sendo direcionada apenas para os empreendimentos que normalmente ofertam o passeio atrelado à alimentação o que reflete em ações predatórias no município na disputa pelo turista. Em Piranhas há um fluxo crescente de turistas que procuram algo além dos cânions (isto declarado pelos empresários em entrevista) e que saem sem satisfazer suas expectativas. São turistas formadores de opinião, com poder aquisitivo acima da média, com interesses culturais, que procuram algo diferenciado e agregador, não questionam os preços praticados, mas questionam os benefícios dos produtos ofertados ao final da visita. É um fator positivo indicando que investimentos na estruturação de novos produtos e na segmentação adequada podem solucionar.

197 Há uma demanda potencial ainda não explorada, sinalizada pelo movimento nas pessoas e nas tendências de consumo de viagem. Produtos específicos para grupos de demanda como melhor idade, mulheres, crianças e jovens ou profissionais específicos (médicos, professores, artistas,...) ou ainda por interesses específicos( jogar tênis, pescar, fazer caminhadas, estudar o patrimônio,...) são promissores canais de atratividade. Se aliados á uma estratégia inteligente de produto, promoção e apoio à comercialização, relações com o mercado e monitoramento, tem probabilidade de aumentar a permanência e o ticket médio dos turistas na região, alem de ampliar a oferta de trabalho e circulação econômica na cadeia produtiva do turismo regional. Todo o trabalho deverá estar alinhado na seguinte lógica : conhecimento planejamento organização mercado conforme figura abaixo: Gráfico 15: Alinhamento do Trabalho Elaboração: Raízes Desenvolvimento Local. 197

198 5. 3. Análise da infraestru tura básica e dos serviço s de suporte ao turismo A infraestrutura básica e de apoio ao turismo é o grande gargalo para o desenvolvimento do turismo em Alagoas, segundo 45% das pessoas que responderam ao Censo Hoteleiro 2011 e presente como resposta em todas as entrevistas em campo. Em relação ao Baixo São Francisco, os aspectos acesso/rodovias e estruturas de apoio, sinalização turística rodoviária e municipal, estruturas fluviais como atracadouros e piers, segurança pública e saneamento básico foram as mais aventadas pelos entrevistados. Gráfico 16: Dificuldades listadas pelo setor hoteleiro no estado de Alagoas (CENSO HOTELEIRO 2011:20) Existem questões que prejudicam o desenvolvimento atividade turística na maioria dos municípios, principalmente no trecho mediano do território. Sem que estes problemas sejam solucionados, será muito complicado inserir a atividade turística como fator de atratividade e boa 198

199 experiência para moradores e visitantes, uma vez que são necessidades básicas como saneamento básico - esgotamento sanitário, destinação de resíduos, energia e água, e que estão também diretamente ligados á sustentabilidade ambiental, ao Rio São Francisco e à vida das pessoas do lugar! Acessos e Sinalização Não há uma estrada de qualidade através da qual se possa percorrer toda a Rota do Baixo São Francisco no estado de Alagoas. Para ir de um município a outro limítrofe, é necessário, em muitos casos, passar por um terceiro município fora da Rota, onde se encontram as rodovias principais. Por esse motivo os percursos ficam mais longos e desgastantes e a realização de um roteiro turístico terrestre por todos os municípios se torna inviável. Para o desenvolvimento do turismo no Baixo São Francisco o acesso deve ser uma das prioridades de investimento do estado de Alagoas. Os investimentos do Ministério do Turismo em 2012 incluíram duplicação da rodovia AL-101, que liga Maceió ao sul de Alagoas, segundo o portal MTur. Para dinamização do turismo na região (tanto do ponto de vista do acesso do turista quanto da facilidade de integração dos atores locais para uma governança regional) é urgente que se asfalte a estrada litorânea que une os municípios do Baixo São Francisco. Tabela 26: A maior parte das obras de turismo previstas no estado são de infraestrutura rodoviária: Fonte: SETUR/AL, 2012:17. O DER trabalha ainda para que a Rodovia AL-220, que liga o Agreste ao Sertão, seja restaurada e para que mais cidades sejam contempladas com novos acessos. Já foram recuperados 195 km da AL 220, entre B. de São Miguel e o entroncamento entre Piranhas e Delmiro Gouveia. 199

200 Figura 107Mapa de Estradas e Acessos na Região do Baixo São Francisco Fonte: ZEE (2011:25) A rodovia ribeirinha implantará o total de 179 km entre as rodovias AL-230 e AL- 225, perfazendo toda a orla do Rio São Francisco, indo do município de Penedo até Piranhas. Dos trechos já finalizados pelo DER um segmento do primeiro lote da ribeirinha, referente a 10 km da AL-225, no trecho do entroncamento BR 101/Porto Real do Colégio/São Brás está finalizado. No total, são três lotes de pavimentação, sendo o primeiro de 45,6 km entre Penedo/Porto Real do Colégio/São Brás, o segundo lote de 68,09 km entre São Brás/Traipu/Belo Monte. O terceiro lote diz respeito ao trecho entre Belo de Monte e Pão de Açúcar, onde serão implantados 24,6 km de rodovia AL-225. Já o quarto totaliza 40 km de rodovia entre Pão de Açúcar e Belo Monte. A rodovia Caminhos do São Francisco é umas das principais obras de infraestrutura do Estado. Sua implantação desenvolverá desde a região Sul até a região do Sertão de Alagoas, além da orla fluvial do Velho Chico, possibilitando um grande impulso para o desenvolvimento da atividade turística na região. Além de unir as cidades ribeirinhas, permite o acesso contínuo aos principais 200

201 atrativos da chamada Costa Doce de Alagoas, fortalecendo os destinos turísticos e ampliando a capacidade de inovação de produtos e roteiros, oferecendo opções de realização por via fluvial ou terrestre, contribuindo para o aumento de indicadores como o aumento do fluxo de turistas e ocupação hoteleira, movimentando a economia da região e melhorando as condições de vida da população. Ainda não se sabe o cronograma das obras, cuja celeridade fará toda a diferença no desenvolvimento da região e, especial o desenvolvimento turístico. É preciso ressaltar também o acesso fluvial. As cidades não possuem portos, apenas pequenos atracadouros para canoas e catamarãs. Em Porto Real do Colégio há balsas para embarcação de veículos, nas demais cidades é possível embarcar apenas passageiros. A melhoria da infraestrutura portuária com construção de piers e ampliação dos atuais atracadouros será fundamental para a melhoria e crescimento do turismo náutico na região. A sinalização turística rodoviária é precária e insuficiente ao longo das rodovias de acesso e a sinalização de atrativos praticamente não existe. A maioria dos municípios não possui sinalização indicativa de equipamentos e atrativos e os que possuem como Piranhas e Penedo implementadas pelo IPHAN, não possuem recursos para manutenção, implantação ou reposição de novas placas. Um dos projetos propostos e em vigência na região, é o Plano de Desenvolvimento Estratégico do Xingó PDE que deve estar em sintonia com o Programa de Dinamização do Turismo por seus impactos na infraestrutura e nas estruturas de suporte ao turismo na região. Este alinhamento deve ser função precípua das entidades gestoras do Estado como SETUR e SEPLANDE, na indução e priorização de investimentos necessários para a consolidação do desenvolvimento da região conforme já proposto no documento de acordo com a tabela abaixo: Tabela 27: Agenda para Investimentos PDE XINGÓ - AGENDA PARA INFRAESTRUTURA AGENDA 5 - INFRAESTRUTURA PRINCIPAIS FATORES CAUSADORES Há ineficiência na prestação dos serviços de abastecimento de água, energia, comunicação (inclusive internet) e transporte. A infraestrutura viária, com destaque para algumas estradas vicinais, é sofrível. O transporte público intermunicipal é deficiente. Embora existam os serviços de abastecimento de água encanada nas cidades, não há fornecimento regular na maioria delas. Estradas, comunicações, linhas regulares de ônibus e projeto de sinalização turística são gargalos para desenvolvimento da atividade turística. Muitas cidades só dispõem de água nas torneiras uma vez por semana ou a cada 201

202 quinze dias. As faltas de energia são constantes e a tensão é muito baixa. Os serviços de internet são irregulares e de baixa qualidade. Todas as cidades oferecem serviços de coleta de lixo, mas, o destino dos rejeitos é o lixão. QUESTÃO CENTRAL Grandes estrangulamentos na infraestrutura implicam na ineficiência da prestação de serviços de abastecimento de água, energia, comunicação, transporte, desestimulando o desenvolvimento das atividades produtivas. POLÍTICA ORIENTADORA Governo de Alagoas deve viabilizar, através de seu PPA, e a partir de mobilização de recursos federais, a implantação das ações prioritárias apontadas pelo gestores municipais da sub-região de Xingó. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Investir em programas de capacitação de gestores municipais e estruturação de sistema de acompanhamento e avaliação das ações municipais Articular um modelo de projeto de cooperação entre governos federal, estaduais e municipais e empresários para discutir e viabilizar a ações voltadas à complementação da infraestrutura, visando impulsionar as atividades produtivas na sub-região. AÇÕES ESTRATÉGICAS Implantação de hidrovia do rio São Francisco. Elaboração de projeto para viabilizar o aeroporto de Paulo Afonso como hub mesorregional nos transportes aéreos. Construção da estrada Caminhos do São Francisco. Ampliação do Programa de armazenamento de água. Conclusão e utilização do canal do sertão Melhoria da tensão e regularização do fornecimento de energia elétrica. Construção e melhoria de Estradas vicinais Conclusão e operação do aterro sanitário Revitalização da orla Pavimentação de ruas OPERACIONALIZAÇÃO Criar grupo de trabalho para viabilizar a estruturação de um Consórcio de Municípios para gerir as atividades do PDE - Xingó. O planejamento coordenado entre as prefeituras possibilitaria a criação de consórcios que beneficiaria os diversos setores de forma mais organizada; para gerir programas de interesse. Fonte: ( PDE Programa de Desenvolvimento Estratégico de Xingó, 2011: ) A efetiva implantação dos projetos acima mencionados definirá o nível de desenvolvimento da região, agregando qualidade de vida a seus moradores e propiciando condições estruturais de aceleração do turismo na região. Este conjunto de ações, se priorizado, destacar[a o estado de Alagoas no cenário do desenvolvimento turístico nacional como exemplo de atuação em estruturação de um destino turístico. 202

203 Educação As taxas de analfabetismo são altas em todos os municípios. Traipu apresentou a maior taxa, com 54% de pessoas com 15 anos ou mais de idade não alfabetizadas. A menor taxa foi apresentada pelos municípios de Delmiro Gouveia e Penedo, com 29,2% e 29,3% respectivamente, mas ainda assim muito significativa. (ZEE, 2011:116) A educação é um problema do estado do Alagoas como um todo. As taxas de analfabetismo no estado são das maiores do país, e a região do Baixo São Francisco tem um dos mais baixos indices estatísticos do estado, onde aproximadamente metade da população adulta é analfabeta em Traipu e taxas de mais de 40% em São Brás, Porto Real do Colégio, Olho D água do Casado, Igreja Nova e Belo Monte. O quadro abaixo mostra a população municipal de pessoas não alfabetizadas com 15 anos ou mais de idade e Taxa municipal de analfabetos com 15 anos ou mais de idade: Tabela 28:Numero de alfabetizados Fonte: IBGE, apud ZEE, 2011:117 Segundo dados do IBGE, mais de 80% das escolas da região são municipais e 75% das matrículas se concentram no ensino fundamental. Pelo menos 3 dos 12 municípios da região em estudo não atingiram as metas da educação em 2007, conforme demonstra o mapa abaixo. Figura 108: Situação escolar 203

204 Fonte: UNICEF 2009 apud ZEE, 2011:166 A baixa qualidade da educação irá influenciar diretamente a qualidade dos profissionais que trabalham no turismo, desde cargos mais simples (mas que exigem qualificação) como camareiras e garçons até os empreendedores e planejadores da atividade nos municípios. Sabe-se que a solução para tais problemas estruturais é de médio-longo prazo, mas em curto prazo pode-se melhorar a qualidade do turismo intensificando iniciativas que já existem na região de qualificação (SEBRAE/SENAC/UNIFAL) e captando novos parceiros/projetos de capacitação Saúde As condições de saúde da Região não são favoráveis à população residente, tanto quanto à disponibilidade de equipamentos, quanto ao atendimento e suas consequências. Dentre os municípios da Região, Penedo conta com melhor distribuição de equipamentos para atendimento em saúde. Possui 2 Centros de Apoio à Saúde da Família, 19 Centros de Saúde/Unidade Básica, 6 Clínicas Especializadas, 2 Hospitais Gerais e 1 Pronto Socorro Geral. Em situação oposta, verificase carência de equipamentos para atendimento em serviços de saúde, a saber, Igreja Nova, a qual conta com apenas 10 Centros de Saúde, e Olho D Água, com 2 Centros de Saúde. (ZEE, 2011:167) 204

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