Título: Políticas Públicas de Acesso ao Ensino Superior: a Democratização por meio do ENEM e PROUNI
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- Leonardo César Carmona
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1 Área: Ciências Humanas: Educação Título: Políticas Públicas de Acesso ao Ensino Superior: a Democratização por meio do ENEM e PROUNI Alunos: Marcos Adriano Barbosa de Novaes / Discente do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú; Bolsista de Iniciação Científica: Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa e estímulo à interiorização - BPI/ FUNCAP, tema da Pesquisa: Políticas Públicas e a "Democratização" da Educação Superior no Governo Lula da Silva: ENEM, PROUNI E REUNI. Endereço Lattes: Ana Margarete Pereira / Discente do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú Objetivos: Analisar das políticas públicas e dos mecanismos de acesso ao ensino superior: ENEM e PROUNI no contexto das reformas educacionais da educação superior, Compreender como e por que esses mecanismos são considerados no discurso governamental como fundamentais para a democratização do ensino superior Elucidar o processo de privatização da educação superior, atendendo aos interesses do setor privado Conteúdo Programático - Da criação do ENEM como instrumento de avaliação do ensino médio a mecanismo de democratização do ingresso ao ensino superior; - O Programa Universidade para Todos (Prouni): contexto, surgimento, objetivo e relação com a democratização do acesso ao ensino superior;
2 Metodologia a ser empregada - Roda de Conversa - apresentações de vídeos; - Debate Reforma do Estado do Governo de Luís Inácio Lula da Silva com ênfase na Educação Superior. As reformas referentes à educação superior implantadas no governo Lula, já eram articulas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. No campo da educação superior, temos conhecimento de que uma série de medidas vem sendo adotadas para ampliar e facilitar o acesso dos jovens egressos do ensino médio ao ensino superior vamos enfatizar aqui as medidas mais conhecidas o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), Programa Universidade para Todos (PROUNI) e Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a justificativa dada pelo governo para a existência de tais programas é democratizar o acesso dos jovens de baixa renda na Universidade, a junção dessas medidas criadas no governo Lula somada a outras medias dá-se o nome de Reforma Universitária. As principais reformas são: Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) Lei nº /2004; o Decreto nº 5.205/2004, que regulamenta as parcerias entre as universidades federais e as fundações de direito privado, viabilizando a captação de recursos privados para financiar as atividades acadêmicas; a Lei de Inovação Tecnológica (nº /2004) que trata do estabelecimento de parcerias entre universidades públicas e empresas; o Projeto de Lei nº 3.627/2004 que institui o Sistema Especial de Reserva de Vagas; os projetos de lei e decretos que tratam da reformulação da educação profissional e tecnológica; o Projeto de Parceria Público-Privada (PPP) (Lei nº / 2004) que abrange um vasto conjunto de atividades governamentais, o Programa Universidade para Todos (ProUni) Lei nº /2005 que trata de generosa ampliação de isenção fiscal para as instituições privadas de ensino superior; o Projeto de Lei 7.200/06 que trata da Reforma da Educação Superior e se encontra no Congresso Nacional; a política de educação superior a distância, especialmente a partir da criação da Universidade Aberta do Brasil e, mais recentemente (2007), o Programa de
3 Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais/REUNI e o Banco de Professor-Equivalente O que caracteriza essa reforma é seu caráter privativo, ou seja, realizada por um governo neoliberal, que visa à transformação da educação em mercadoria, uma das formas encontradas pelo governo foi à expansão do ensino superior privado, uma das ferramentas utilizadas foi a Lei de Diretrizes de Base da Educação - LDB nº 9394/96, onde a mesma flexibiliza a variedade institucional de ensino superior que corrobora a privatização deste nível de ensino A LDB define no art. 20 três tipos de instituições privadas de ensino: as particulares em sentido estrito (empresariais); as comunitárias; as confessionais e filantrópicas. Essas variedades de instituições vieram a sofre alterações mais tarde em contrapartida para se adapta ao sistema neoliberal, as alterações foi feitas no Decreto nº 2.207, de 5/04/1997 alterado pelo Decreto nº de 19 de agosto de 1997 que facilitou a expansão do ensino superior em instituições privadas e firmou a diversificação das instituições de ensino superior em cinco tipos: I - Universidades; II Centros Universitários; III - Faculdades Integradas; IV - Faculdades; e V - Institutos Superiores ou Escolas Superiores, mas essa classificação veio a sofrer uma outra alteração a partir do Decreto nº 3.860, baixado no dia 9 de julho de 2001, que na pratica não mudou quase nada o decreto apenas reduziu a variação de instituições de cinco para três,o novo Decreto estabelece apenas três: I - Universidades; II Centros Universitários; III - Faculdades Integradas; Faculdades; Institutos Superiores e/ou Escolas Superiores, a diversificação das IES objetiva o campo de ação dos setores privados com seus cursos fragmentados e garantir o aligeiramento da formação profissional, imprimindo uma lógica empresarial para a educação superior. Diante do que já foi dito anteriormente podemos perceber que a ideia central do governo é aumentar os investimentos no setor privado, ou seja, repassando verbas públicas para esses setores, com o intuito de enfraquecer os serviços públicos, ofertando a população a má qualidade dos serviços prestados por instituições publicas, fazendo aumentar a procura instituições privadas esse fato não acontece somente na área da saúde na educação vem acontecendo o mesmo, um dos mecanismos encontradas no governo Lula que segue a linha neoliberal do governo de Fernando Henrique Cardoso foi a criação de vários programas dentre eles podemos citar Programa Universidade para todos - PROUNI, criado pelo governo federal em 2004 e institucionalizado a partir da lei n de 13/01/2005.
4 PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS PROUNI, Democratização ou privatização? O PROUNI é um programa do ministério da educação que visa à oferta de bolsas de estudo em instituições de ensino superior privado, as bolsas são concedidas a estudantes egressos do ensino médio da rede pública de ensino ou particular na condição de bolsistas integrais e que tenham renda familiar de até três salários mínimos e que tenham realizado a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), as bolsas são disponibilizadas em dois tipos: parciais (25%) e bolsas integrais (50%). O programa possui também bolsa que visa à permanência dos estudantes, como Bolsa Permanência que possui convênios de estágio com MEC/CAIXA e MEC/FEBRABAN e ainda o FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, que possibilita ao bolsista parcial financiar até 100% da mensalidade não coberta pela bolsa do programa. O valor cedido ao estudante via bolsa permanecia é de 300,00 mensais, vale ressaltar que a bolsa é concedida a estudante com bolsa integral do ProUni e que esteja matriculado em cursos presenciais com no mínimo seis semestres de duração e carga horária do curso superior ou igual a seis horas diárias de aula, de acordo com os dados cadastrados pelas instituições de ensino junto ao MEC. O PROUNI vem fortalecendo a mercantilização da educação através da compra de vagas nas faculdades particulares, justificativa usada pelo o governo é de que existem vagas ociosas nessas instituições. Mas Leher em contrapartida diz: O que o MEC denomina de vagas ociosas são as vagas proclamadas pelas privadas em seus editais de vestibular, um número sempre hiperdimensionado, pois estabelece uma futura reserva de vagas para novos negócios. Tanto é fato que PROUNI nada tem a ver com a ocupação desta falsa ociosidade: o número de vagas ociosas nas privadas somente cresceu com o PROUNI, passando de 42% para 50% no período Então podemos constatar que as vagas ditas ociosas nada mais são do que vagas exacerbadas já com a finalidade de fazer com que o governo perceba que existem vagas a serem ocupadas nas instituições privadas diferentemente das instituições públicas que não conseguem dão conta da demanda de jovens que procuram ingressar no ensino superior, fato que podemos evidenciar quando o número de jovens
5 que saem do ensino médio é muito maior do que o número de vagas ofertadas nos vestibulares das instituições publica segundo Leher as instituições privadas contratam docentes e mantêm infraestrutura para as vagas efetivamente ocupadas, inexistindo a referida ociosidade. Cabe mencionar que as instituições privadas que aderirem ao programa terá isenção tributária independentemente das vagas disponibilizadas, com isso elas sempre procuram ofertar o menor número de vagas, cabe lembrar ainda que o PROUNI previa em sua primeira versão 25% das vagas de todo o setor privado, percentual que despencou para ínfimos 8,5%. Segundo dados do Tribunal de Conta da União desde o inicio do PROUNI no ano de 2005: Tabela 1 VAGAS EFETIVAMENTE OCUPADAS NO PROUNI % % % % A leitura que podemos fazer da tabela 1 é que desde 2005 a bolsas ofertadas diminuíram gradativamente. Vejamos agora o número de bolsas de estudos ofertadas e renúncia fiscal associada no período de 2005/2008. Tabela 2 Ano nº de bolsas Renúncia fiscal Bolsas ocupadas ofertadas(milhares) (R$ em milhões) (***) ,3 106, ,7 265, ,8 126,0* ( 1º semestre) 195,4** 325,8* TOTAL 610,2 673, *Estimativas ** Não estão computadas as bolsas complementares de 25% oferecidas pelas IES, sem impacto na renúncia fiscal em 2º/2008 ( bolsas). ***Sisprouni/MEC. Ofício nº. 7631/2008 GAB/SESu/MEC (citado no relatório TCU TC /2008-4)
6 Outro ponto que merece ser mencionado é o valor da bolsa do PROUNI por entidade com fins lucrativos, sem fins lucrativos não-beneficentes, sem fins lucrativos beneficentes. Tabela 3 Mensalidade média (R$) CUSTO MÉDIO DA BOLSA (R$) Com fins lucrativos 435,99 495,00 Sem fins lucrativos nãobeneficentes 504,39 916,00 Sem fins lucrativos 596, ,00 beneficentes Total 499,82 786,00 Fonte: Sisprouni e Receita Federal do Brasil (citado em TCU /2008-4) O que podemos concluir a partir da leitura da tabela acima que o valor da bolsa do PROUNI paga pelo o estado é maior do que a mensalidade cobrada pela as instituições privada e o valor total da renúncia fiscal associada no período de 2005/2008 chega a ser de R$ 673,2 milhões, dinheiro que o governo deixa de arrecadar e que poderia ser investidos nas Universidades públicas que realiza ensino, pesquisa e extensão.
7 REFERÊNCIAS DAVID, Antonio. Ciladas da avaliação de desempenho : o ENADE em questão. Disponível em: Acesso em: 25 jul PAULA, Maria Fátima de. Reforma da Educação Superior do Governo Lula: as políticas de democratização do acesso em foco. Disponível em: 20do%20Governo%20Lula.pdf. Acesso em: 25 Jul REFORMA UNIVERSITÁRIA: Desmonte da educação pública. Cartilha da frente de luta contra a Reforma Universitária. Disponível em: Acesso em: 30 Jul Chaves, Vera Lúcia Jacob. Lima Rosângela Novaes. Medeiros, Luciene Miranda. REFORMA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA - DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO À LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA: políticas de expansão, diversificação e privatização da educação superior brasileira. Disponível em: la.pdf. Acesso em 1 Ago LEHER, Roberto. Educação no governo de Lula da Silva: a ruptura que não aconteceu. In: Os anos Lula: contribuições para um balanço crítico Rio de Janeiro: Garamond, Araújo, Rosy Hellen Ribeiro. Machado, Suelen Borges. A PRIVATIZAÇÃO INTERNA DAS IFES DO RIO DE JANEIRO: UFF E UNIRIO. Disponível em: < Acesso em 05 Ago
8 Cadernos Especiais-nº12-A Reforma Universitária no Governo Lula: 1ªEd a 15 de abril de Disponível em: < cadernos/cadespecial pdf>. Acesso em 08 Ago
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