ESTATAIS. SERVIDOR PÚBLICO. INTELECÇÃO DO INCISO XII DO ARTIGO 178 DA LEI N.º /94. PARECERES 6.871, 8536, E
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1 PARECER N.º CONSELHEIROS DE ESTATAIS. SERVIDOR PÚBLICO. INTELECÇÃO DO INCISO XII DO ARTIGO 178 DA LEI N.º /94. PARECERES 6.871, 8536, E A Senhora Procuradora-Geral Adjunta solicita reexame da orientação contida nos Pareceres n.º 6.871, 8536, e 8978, em face da edição do Decreto (Federal) n.º 1.957, de 12 de julho de 1996, que, em sentido contrário, prevê a participação remunerada de servidores da Administração Federal, direta ou indireta, em conselhos de administração e fiscal de empresas públicas e de sociedade de economia mista federais. É que, consoante o Parecer n.º 6.871, aprovado pelo Senhor Governador do Estado em 30 de março de 1987, ficou assentado, em caráter jurídico-normativo, que a posição de servidor da Administração Pública Estadual não pode ser cumulada com a função de conselheiro de sociedade de economia mista. Esta vedação, conforme o referido Parecer, da lavra do eminente Procurador do Estado ALEXANDRE HENRIQUE GRUSZYNSKI, seria decorrente da intelecção do disposto no inciso II do art. 203 da Lei n.º 1.751, de 22 de fevereiro de 1952 (então vigente Estatuto do Funcionário Púbico Civil do Estado), que estabelecia:
2 Art É ainda proibido ao funcionário: II - exercer simultaneamente função de direção ou gerência de empresas bancárias ou industriais ou de sociedades comerciais, subvencionadas ou não pelo Governo, salvo quando se tratar de função de confiança deste, sendo o funcionário considerado como exercendo cargo em comissão.... Por sua vez, o então Estatuto do Funcionários Públicos Civis da União - Lei n.º 1.711, de 28 de outubro de 1952, determinava: Art Ao funcionário é proibido: VI - participar da gerência ou administração de empresa industrial ou comercial, salvo quando se tratar de cargo público de magistério..... Entretanto, ditas regras foram revogadas com o advento da Lei (Federal) n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações federais, e da Lei (Estadual) n.º , de 03 de fevereiro de 1994, que instituiu o atual estatuto dos servidores públicos estaduais.
3 Porém, como dita proibição encontra similar nos novos estatutos, cabe o exame da matéria em foco à luz dos textos ora vigentes. A legislação federal, agora dispõe: Lei n , de 11 de fevereiro de 1990: Art Ao servidor é proibido: X - participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário..... Por sua vez, o atual estatuto dos servidores públicos estaduais, que teve por modelo a respectiva legislação federal, repete dita regra, mantendo, por excessiva cautela, a exceção prevista ao final do texto anterior, referente às funções de confiança de empresa da qual participe o Estado. Diz a Lei (Estadual) n.º , de 03 de fevereiro de 1994: Art Ao servidor é proibido:
4 XII - participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão;.... Desta forma, verifica-se que os atuais diplomas estatutários restringiram a vedação anterior, vez que agora limitada à participação de gerência ou administração de empresa privada. Ressalte-se, por oportuno, que os pareceres indicados na consulta tiverem por base o previsto na legislação vigente à época em que foram exarados. A situação, agora, é diversa, pois a proibição, antes ampla, atualmente está restrita à participação de servidores em empresas privadas, referidas nestes textos legais por oposição à empresas estatais e não apenas como empresas de direito privado. Neste sentido também se expressa o 1.º do art. 173 da Constituição Federal: A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. Destarte, concluo que, em face da nova disciplina legal, inexiste, presentemente, vedação, tanto na esfera federal, como na estadual, que impeça a participação dos servidores públicos em conselhos de administração ou fiscal de empresas públicas e de sociedade de economia mista.
5 É o parecer. Porto Alegre, 28 de agosto de Gabriel Pauli Fadel, Procurador do Estado.
6 Processo nº /96.8 Acolho as conclusões do PARECER nº, do Conselho Superior da Procuradoria-Geral do Estado, de autoria do Procurador do Estado Doutor GABRIEL PAULI FADEL, aprovado pelo Colegiado na sessão realizada no dia 04 de dezembro de Encaminhe-se o expediente ao Excelentíssimo Senhor Secretário Extraordinário para Assuntos da Casa Civil. Em EUNICE NEQUETE MACHADO, PROCURADORA-GERAL DO ESTADO.
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