A hipoc risia nuc lear dos Estados Unidos. O novo vídeo de Al-Zawahiri. Ac elerada a c onst ruç ão do controverso Muro de Israel N E S S A E D I Ç Ã O

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1 Edição 7 1 de Maio de 2006 A hipoc risia nuc lear dos Estados Unidos País pressiona o Irã ameaçando com armas nucleares O novo vídeo de Al-Zawahiri O terceiro vídeo da al-qaeda durante essa semana Apesar da recente afirmação de George W. Bush de que uma solução diplomática é preferida para resolver a situação do enriquecimento de urânio do Irã, planos dos Estados Unidos ainda consideram a possibilidade de um ataque usando armas nucleares para desativar as instalações iranianas. Menos de uma semana após a mais recente fita de áudio de Osama bin Laden ter sido apresentada pela rede árabe de notícias Al Jazeera, agora foi a vez do suposto homem número dois da organização al-qaeda se pronunciar. O novo material, assim como o de Bin Laden, se mostra extremamente recente, comentando fatos da atual invasão americana no Iraque. Confira na página 2 N E S S A E D I Ç Ã O 2 A hipocrisia nuclear dos Estados Unidos 2 O novo vídeo de Al-Zawahiri 3 Acelerada a construção do Muro de Israel 4 A História dos Conflitos Parte 7 4 Bibliografia e Pesquisas ORIENTE MÉDIO VIVO é: Humam al-hamzah - Fundador, Editor e Jornalista Paolo Pinheiro - Co-Fundador e Jornalista Confira na página 2 Ac elerada a c onst ruç ão do controverso Muro de Israel O muro oficialmente ilegal deve ficar pronto esse ano Foi anunciado nesse domingo (30) a intenção de Israel de acelerar a construção do muro que irá separar completamente Israel da Palestina. O atual primeiro-ministro israelense em exercício, Ehud Olmert, anunciou que devemos continuar o mais rápido possível. A construção do Muro de Israel chocou a comunidade internacional, e em 2005 o Tribunal Internacional de Justiça de Haia julgou a construção do muro um ato ilegal, e que partes dele já construídas deveriam ser demolidas. Israel ignorou a decisão, e segue em frente com a construção do muro. Confira na página 3 Oriente Médio Vivo 1

2 A hipocrisia nuclear americana Apesar da recente afirmação de George W. Bush de que uma solução diplomática é preferida para resolver a situação do enriquecimento de urânio do Irã, planos dos Estados Unidos ainda consideram a possibilidade de um ataque usando armas nucleares para desativar as instalações iranianas. Segundo um artigo na Union of Concerned Scientists, pelo Dr. Kurt Gottfried, professor de física da Universidade Cornell nos Estados Unidos, os planos da administração Bush seriam de utilizar a arma nuclear anti-bunker B61-11 contra as instalações nucleares subterrâneas do Irã. Um dos alvos seria a principal usina centrífuga iraniana, em Natanz, a pouco mais de 300 km da capital Teerã. Apesar de fundos para desenvolvimento dessa arma terem sido cortados pela administração americana em 2005, o país ainda possui B61-11s no seu arsenal, que poderiam causar centenas de milhares de mortos, além de espalhar radioatividade para outros países vizinhos, diz o artigo. O uso dessa arma causaria nuvens massivas de radioatividade que poderiam se espalhar para muitos outros países, dessa forma até fugindo do ponto do ataque. Dependendo de condições climáticas, entre outros fatores, o número de mortos, mesmo se o ataque for em regiões remotas, poderia ultrapassar cem mil, afirma Gottfried. As bombas B61-11 podem ser carregadas em aviões normalmente, e lançadas com razoável precisão sobre alvos. As conseqüências de tal ataque, porém, são difíceis de se medir. Imagine um ataque como esse próximo à capital Teerã, com mais de 12 milhões de habitantes. No início do mês de abril, os Estados Unidos aumentaram as pressões sobre o Irã anunciando um teste com uma bomba de 700 toneladas no deserto de Las Vegas. Será a primeira vez que vocês verão uma nuvem em formato de cogumelo desde que deixamos de testar armas nucleares, disse James Tegnelia, em nome da Agência de Defesa e Redução de Ameaças dos Estados Unidos. É importante notar que o próprio desenvolvimento dos B61-11 é uma violação do Acordo de Não-Proliferação Nuclear, além de outras leis contra testes e desenvolvimento de armas desse porte que datam desde a administração Clinton. O objetivo desses acordos é de parar qualquer desenvolvimento de armamentos desse porte em todas as nações do mundo, citou o Grupo de Estudos Los Alamos, da administração Clinton. Essa arma risca o acordo, e dá cobertura política para países que têm suas ambições nucleares insatisfeitas, concluíram. O que ninguém duvida é de que os Estados Unidos está determinado para evitar que Irã obtenha armas nucleares. O Irã, por outro lado, afirma que obter armas nucleares não é seu objetivo, e que o enriquecimento de urânio servirá apenas para fornecimento de energia nuclear, como muitos outros países fazem. De fato, o Irã ainda está muito longe de enriquecer urânio o suficiente para ser usado como uma arma nuclear. O urânio é encontrado na natureza com grau de enriquecimento de 0,7%. Para ser usado como combustível, o urânio deve ser enriquecido em 5%. O Irã alcançou apenas 3,5% no momento, muito longe dos 90% necessários para ser utilizado na fabricação de armamentos nucleares. É permitido aos países o enriquecimento de urânio para energia elétrica civil, isso está dentro do Acordo de Não-Proliferação Nuclear. Sendo assim, não é ilegal o que o Irã está fazendo. Se atacado, o Irã pode simplesmente ignorar o Acordo, e continuar com o desenvolvimento do urânio da mesma maneira. Apenas o fato de o uso de armas nucleares contra um país que não tem armas nucleares ser uma opção mostra como o presidente Bush mudou a política de armas nucleares dos Estados Unidos, disse o Dr. Kurt Gottfried. Ameaçar usar armas nucleares contra o Irã é o maior dos incentivos para a proliferação nuclear, pois significaria que o único modo de um país se defender de um ataque nuclear seria se armando com armas nucleares também, encerrou Gottfried. O novo vídeo de Al-Zawahiri Menos de uma semana após a mais recente fita de áudio de Osama bin Laden ter sido apresentada pela rede árabe de notícias Al Jazeera, agora foi a vez do suposto homem número dois da organização al-qaeda se pronunciar. O novo material, assim como o de Bin Laden, se mostra extremamente recente, comentando fatos da atual invasão americana no Iraque. O vídeo foi colocado na internet nesse sábado (29), em um website que funciona como um fórum de discussão online árabe. Ayman Al- Zawahiri afirma que as forças americanas e inglesas estão desnorteadas no Iraque, e que não conseguiram absolutamente nada além perdas, desastres e derrotas. O egípcio afirma que a organização al-qaeda já realizou, pelo menos, 800 operações no Iraque desde que o presidente Saddam Hussein foi tirado de poder pelas forças americanas. A al-qaeda, em união com as vitórias de outros mujahidins, foram os que quebraram as forças americanas no Iraque, diz Al-Zawahiri. Mais tarde no vídeo, Al-Zawahiri apela para que o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, seja deposto do poder. O presidente paquistanês se aliou com as forças americanas fornecendo território Continua na página 3 Oriente Médio Vivo 2

3 Continuação da página 2 em solo paquistanês para que os Estados Unidos iniciassem a invasão do Afeganistão, e depois Iraque. Os Estados Unidos, por sua vez, colaboraram economicamente com o Paquistão. Al-Zawahiri critica a posição de Musharraf, e o coloca como um traidor de muçulmanos. Musharraf mostrou a sua aptidão em matar muçulmanos, afirma ele. O suposto número dois da al-qaeda também cita que as atitudes do presidente paquistanês irão provocar também no Paquistão uma guerra civil, como acontece hoje no Iraque. Assim como a fita de Osama bin Laden da semana passada, Al- Zawahiri também convoca o povo muçulmano contra as forças da cruzada sionista, afirmando que as invasões americanas e a ocupação ilegal de Israel fazem parte de uma cruzada contra o Islã. Além das mensagens de Osama bin Laden e agora de Al-Zawahiri, durante a semana passada veio ao ar uma nova mensagem de Abu Musab al-zarqawi, também pela internet. O suposto líder da al- Qaeda no Iraque afirma, entre outras coisas, que os sonhos americanos no Iraque serão derrotados, e o que está por vir será ainda muito pior. As mensagens dos três maiores homens da al-qaeda vieram todas com poucos dias de diferença, mantendo as mesmas características, atualidade e temas. Isso mostra como o grupo está completamente sobre controle, apesar de estar lutando uma guerra em diversas frentes. É necessário extremo controle das situações para que um plano como esse de propaganda de guerra funcione com tal perfeição. A mais longa das três mensagens, porém, é a mais recente de Al- Zawahiri, que termina o vídeo anunciando futuros novos ataques no ocidente, semelhantes à aqueles em Nova Iorque, Londres e Madrid. Ac elerada a c onst ruç ão do controverso Muro de Israel Foi anunciado nesse domingo (30) a intenção de Israel de acelerar a construção do muro que irá separar completamente Israel da Palestina. O atual primeiro-ministro israelense em exercício, Ehud Olmert, anunciou que devemos continuar o mais rápido possível. As decisões que estamos tomando irão nos permitir completar as barreiras de segurança o mais rápido possível, para assim evitar ataques terroristas, disse ele. Ao mesmo tempo, a artilharia israelense lançava mais de 100 projéteis contra território palestino, fazendo vítimas graves, entre elas duas crianças. Olmert também avisou que acredita que o Muro de Israel possa ser completado até o final deste ano, se os novos esforços forem implementados. Entre os novos planos para a construção do muro estão algumas reformas no seu trajeto. A principal mudança de trajeto do muro foi próximo à cidade de Ariel. Na nova idéia, palestinos vivendo em campos próximos à grande cidade de Ariel não serão mais presos entre as barreiras como era o plano anterior. Agora, o muro deverá contornar a região. Ao mesmo tempo, Israel iniciou a construção de uma cerca ao redor de Ariel, que deverá mais tarde ser anexada ao muro. Dessa forma, os mais de colonos judeus que ocupam a cidade passarão também para o lado e Israel. Israel ocupou a Cisjordânia, incluindo a parte leste de Jerusalém, durante a Guerra de Após a invasão da área, Israel continuou ocupando o território com dezenas de assentamentos, que até seu maior parceiro, os Estados Unidos, consideram ilegal, e então anexaram também a parte árabe de Jerusalém. O mesmo sistema de cerca a ser instalado ao redor de Ariel será também construído em Jerusalém, como media de segurança. O governo afirmou que seria uma rápida solução para evitar que palestinos entrem no país. Com a cerca a ser construída ao redor de Jerusalém, a vida de milhares de civis palestinos irá se complicar ainda mais. Muitos palestinos ainda tem conexões com a cidade, mesmo sob domínio das forças de ocupação de Israel. Ao mesmo tempo, afirmam que irá dar mais força à crença judaica sobre sua capital eterna que nunca será dividida. A construção do Muro de Israel é o projeto mais caro que Israel já fez. A construção da barreira foi iniciada em junho de 2004, com intuito de cercar todo o território de Israel, não deixando qualquer contato com os vizinhos da Palestina. O governo de Israel anunciou no início do mês que mais de metade dos aproximados 670 km que terá a barreira já foram erguidos. Israel afirma que o enorme muro de concreto, com cercas elétricas, arames farpados e vigilância militar faz parte dos planos de Israel para evitar que terroristas palestinos invadam o país e os assentamentos da Cisjordânia. A construção do Muro de Israel chocou a comunidade internacional, e em 2005 o Tribunal Internacional de Justiça de Haia julgou a construção do muro um ato ilegal, e que partes dele já construídas deveriam ser demolidas. Além disso, foi julgado que Israel deveriaa compensar os afetados. Israel ignorou a decisão, e segue em frente com a construção do muro. Oriente Médio Vivo 3

4 A História dos Conflitos Parte 7 A Grande Insurreição A Grande Insurreição, ou Grande Revolta, foi um movimento de extrema indignação de árabes palestinos contra as ocupação ilegal de suas terras por judeus sionistas. Esse período da história teve a duração de três anos, iniciando em 1936 e terminando em Em abril de 1936, a liderança árabe do Mandato Inglês da Palestina, liderado por Hajj Amin al-husayni, declarou uma greve geral em protesto contra a contínua imigração ilegal de judeus para a Palestina. As revoltas árabes já vinham de algum tempo contra essa imigração ilegal, e as pressões ao governo inglês eram constantes. Apesar da ida de judeus para a região ter sido oficialmente limitada, muitos grupos ainda imigravam para a região ilegalmente, muitos comprando pedaços de terra da região que pertencia ao povo palestino. As greves pediam por eleições de governo imediatamente na região, para que o governo fosse eleito pelo povo. Aproximadamente um mês após o início da greve, os grupos de liderança anunciaram que não pagariam mais taxas ao governo, reforçando o protesto contra a imigração sionista. Ao mesmo tempo, pequenos focos de violência começavam a surgir. Um ponto de constantes ataques foi a recentemente construída tubulação para óleo que ia de Kirkuk a Haifa. A tubulação era constantemente bombardeada em toda sua extensão. Outros ataques menores aconteciam em linhas de trens e ao redor de assentamentos ilegais judaicos. As greves terminaram em outubro do mesmo ano (1936), e a violência se acalmou durante aproximadamente um ano. A Comissão da Palestina, então, recomendou um plano de divisão do território palestino. O terreno seria marcado, delimitando o que ainda seria de palestinos, e o que seria oficialmente território judaico. Obviamente, a liderança árabe não concordou com o plano. As revoltas então se reiniciaram durante o outono de O retorno das revoltas foi marcado pelo assassinato do Comissário Andrews, em Nazaré. Os protestos ainda continuaram durante todo o ano de 1938, e se acalmou novamente em Os ingleses responderam às revoltas com extrema violência, na grande maioria das vezes indiscriminada, com o propósito de amedrontar árabes e conter os protestos. Eles criaram o que foi chamado de detenção administrativa, que basicamente era o direito de autoridades inglesas de prender árabes sem a necessidade de um julgamento. Toques de recolher e a demolição de casas de árabes também estavam entre os métodos violentos utilizados pelos ingleses para conter os protestos. Mais de 120 árabes foram sentenciados à morte, e os principais líderes árabes foram presos ou expulsos da região. Amin al-husayni estava entre os líderes que foram forçados a deixar a Palestina, correndo risco de vida. A organização militar judaica Haganah, que quando criada era considerada pelos judeus apenas como uma outra fonte de autodefesa, se uniu com o governo inglês para combater os protestos dos árabes palestinos. O governo inglês procurava não mostrar que eles e o Haganah estavam lutando juntos, pela mesma causa. Apesar disso, as forças de segurança inglesas criaram forças de defesa e ataque em união com o Haganah. Entre essas forças, estão a Polícia de Assentamentos Judaicos, as Forças Auxiliares Judaicas e o Esquadrão Especial da Noite. Outro grupo que utilizou da violência contra as revoltas dos árabes palestinos foi o Irgun, que se tornou muito conhecido por adicionar retaliações contra civis palestinos entre seus ataques. Além das tropas inglesas já na região, outros homens foram enviados para a Palestina em função das revoltas. Somado a esse número, estavam mais de soldados treinados pelo Haganah. Mesmo assim, a Grande Insurreição durou mais de três anos. Os protestos, assim como a violência, terminaram em março de Os árabes formam a grande maioria das vítimas fatais, onde mais de deles morreram. Somando as vítimas fatais do outro lado do confronto, pouco mais de 500 homens foram mortos entre forças armadas inglesas e judaicas. ORIENTE MÉDIO VIVO, fundado em 20 de fevereiro de Fontes de pesquisa: Website da rede de notícias Al Jazeera ( Enciclopédia online Wikipedia ( As informações e pontos de vista nesse newsletter publicadas não necessariamente retratam os pontos de vista daqueles envolvidos no seu processo de criação. Para qualquer crítica, sugestão, ou comentários, por favor enviar para: orientemediovivo@gmail.com Acesse também o novo website oficial do newsletter Oriente Médio Vivo em: Mantenha primeiramente a paz dentro de você, assim você pode também levar paz a outros Thomas Kempis ( ) Oriente Médio Vivo 4

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