PREFEITURA MUNICIPAL DE JARU DOCUMENTO BASE REVISÃO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

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1 DOCUMENTO BASE REVISÃO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DA LEI FEDERAL Nº , DE 05 DE JANEIRO DE DIRETRIZES NACIONAIS DE SANEAMENTO BÁSICO

2 ESTADO DE RONDONIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JARU Sonia Cordeiro Prefeita Municipal Inaldo Pedro Alves Vice Prefeito Ednilso de Oliveira Secretário Municipal de Planejamento Francisco Hildemburg Costa Bezerra Secretário Municipal de Meio Ambiente PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE JARU

3 ESTADO DE RONDONIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JARU DEZEMBRO/2013 ÍNDICE GERAL 1. APRESENTAÇÃO 7 2. MARCO LEGAL FUNDAMENTAÇÃO PRINCÍPIOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PRINCÍPIOS DA POLÍTICA URBANA (ESTATUTO DAS CIDADES LEI Nº /2001) PRINCÍPIOS DA LEI NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO (ART. 2º DA LEI Nº /2007) PRINCÍPIOS DE POLÍTICAS CORRELATAS AO SANEAMENTO OUTORGAS CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO HISTÓRICO, ORIGEM E FORMAÇÃO MARCOS HISTÓRICOS RELEVANTES LOCALIZAÇÃO MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO CARACTERÍSTICAS FÍSICAS HIDROGRAFIA SOLO VEGETAÇÃO FAUNA CLIMA RELEVO GEOLOGIA CARACTERIZAÇÃO SOCIO ECONÔMICA POPULAÇÃO E RENDA DADOS ECONÔMICOS EDUCAÇÃO MORBIDADES HOSPITALARES NÚMERO DE CASOS DE AIDS REGISTRADO TAXA DE MORTALIDADE DE MENORES DE 5 ANOS DE IDADE A CADA MIL NASCIDOS VIVOS CONTAS MUNICIPAIS LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 68 PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE JARU

4 ESTADO DE RONDONIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JARU 3.6. COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DE RONDÔNIA (CAERD) INTRODUÇÃO ASPECTOS OPERACIONAIS DIAGNÓSTICO DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO SITUAÇÃO ATUAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DIAGNÓSTICO DO SISTEMA SITUAÇÃO ATUAL DO SISTEMA DE COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOS 5. AVALIAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 5.3. PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO PARA JARU CRESCIMENTO POPULACIONAL FUTURO PROJEÇÕES: POPULAÇÃO E CONSUMO PROJEÇÃO DAS VAZÕES DE ÁGUA E DE ESGOTOS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CONSUMO DE ÁGUA ÍNDICE DE PERDAS COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DE CONSUMO, RETORNO DE ESGOTO E VAZÃO DE INFILTRAÇÃO PROGRAMAS, AÇÕES E INVESTIMENTOS EM ÁGUA E ESGOTO PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES NECESSÁRIOS PARA ATINGIR OS OBJETIVOS E METAS SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO AÇÕES DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO 6.2. MELHORIAS RESULTANTES DOS PROGRAMAS, PROJETOS E INVESTIMENTOS PREVISTOS NO PLANO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (S.A.A) SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO (S.E.S) AÇÕES PARA EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO CONCEPÇÃO DA GESTÃO DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTOS PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE JARU

5 ESTADO DE RONDONIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JARU PRESSUPOSTOS CARACTERIZAÇÃO E DETALHAMENTO DOS SISTEMAS GERENCIAIS DA ORGANIZAÇÃO CONTROLE OPERACIONAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA CONTROLE OPERACIONAL DO SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA CONTROLE DE PERDAS ATENDIMENTO AO PÚBLICO MANUTENÇÃO ELETRO-MECÂNICA PROJETOS E EXECUÇÃO DE OBRAS ORGANIZAÇÃO PLANEJAMENTO RECURSOS HUMANOS SUPRIMENTOS COMUNICAÇÃO SOCIAL E MARKETING COMERCIALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DAS AÇÕES PROGRAMADAS - ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇO ADEQUADO INDICADORES TÉCNICOS - SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA COBERTURA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DEFINIÇÕES E METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO CONTINUIDADE DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA ÍNDICE DE PERDAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO INDICADORES TÉCNICOS - SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS COBERTURA DO SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS EFICIÊNCIA DO SISTEMA DE COLETA DE ESGOTOS SANITÁRIOS EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE ESGOTOS INDICADORES GERENCIAIS ÍNDICE DE EFICIÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO ÍNDICE DE ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE JARU

6 ESTADO DE RONDONIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JARU SERVIÇOS INDICADOR DO NÍVEL DE CORTESIA E DE QUALIDADE PERCEBIDA PELOS USUÁRIOS NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DIVULGAÇÃO E PUBLICIDADE DOS ÍNDICES SISTEMA MUNICIPAL DE REGULAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO A ATIVIDADE REGULATÓRIA E DE FISCALIZAÇÃO: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA MUNICIPAL DE REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO A DELIMITAÇÃO DA ABRANGÊNCIA E INTENSIDADE DA REGULAÇÃO REGULAÇÃO INTERNA, A ABRANGER: REGULAÇÃO EXTERNA, A ABRANGER: A QUESTÃO DA ALOCAÇÃO INSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS REGULATÓRIAS MODELO INSTITUCIONAL DA ENTIDADE DE REGULAÇÃO A SER ESTRUTURADA ESTUDO DE MODALIDADES INSTITUCIONAIS POSSIBILIDADES INSTITUCIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS: 10. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO FINANCEIRA CONCEITUAÇÃO PARA O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO FINANCEIRA DO PLANO MUNICIPAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE JARU CONTEXTO E CONCEITUAÇÃO ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO FINANCEIRA DO PLANO DE SANEAMENTO DO MUNICÍPIO DE JARU METAS E INVESTIMENTOS NECESSARI0S SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SISTEMA DE ESGOTOS PROGNÓSTICO E CENÁRIO DE METAS AVALIAÇÃO DA DEMANDA FUTURA CENÁRIOS DE METAS PARA UNIVERSALIZAÇÃO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE JARU

7 ESTADO DE RONDONIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JARU PLANO DE METAS METAS PARA OS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO FONTES DE FINANCIAMENTO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO COBRANÇA DIRETA DOS USUÁRIOS TAXA OU TARIFA SUBVENÇÕES PÚBLICAS ORÇAMENTOS GERAIS SUBSÍDIOS TARIFÁRIOS FINANCIAMENTO FINANCIAMENTO COM RECURSOS FEDERAIS FINANCIAMENTO COM RECURSOS EXTERNOS PARCERIA PÚBLICO PRIVADA E GESTÃO ASSOCIADA INSTRUMENTOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO E RECOMENDAÇÕES DIVULGAÇÃO DO PLANO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES OS MEIOS A SEREM UTILIZADOS MARCO REGULATÓRIO MUNICIPAL DO SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO CONSIDERAÇÕES FINAIS PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE JARU

8 1. APRESENTAÇÃO No ano de 2010 foi consolidado, no âmbito dos serviços de saneamento, o quadro de leis que conferem operacionalidade específica aos preceitos gerais estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, no tocante à prestação de serviços públicos, a saber: Lei Federal N.º 8.078/1990 Código de Proteção e Defesa do Consumidor; Lei Federal N.º 8.987/1995 Lei das Concessões de Serviços Públicos; Lei Federal N.º /2004 Lei das Parcerias Público-Privadas; Lei Federal N.º /2005 Lei dos Consórcios Públicos; Lei Federal N.º /2007 Lei das Diretrizes Nacionais sobre o Saneamento Básico. Lei Federal N.º /2010 Lei que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; A Lei Federal Nº , de 05 de janeiro de 2007, que estabeleceu as diretrizes nacionais para o Saneamento Básico, define, em seu Art. 9º, que o titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo, para tanto, dentre outros requisitos, elaborar os planos de Saneamento Básico. O presente documento visa apresentar o Plano de Saneamento Básico do Município de Jaru, para cumprimento das leis supracitadas, constituído pelos quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos. Embora articulados, os planos podem ser elaborados de forma independente, e a lei deixa claro que poderão existir planos específicos para cada serviço (Art. 19). A formulação de uma Política Municipal de Saneamento Básico constitui, atualmente, pressuposto essencial para o desenvolvimento das cidades brasileiras, especialmente por tratar tema que se relaciona com a prestação eficiente dos demais serviços públicos como saúde, educação e moradia. Desde os primórdios do século XX, saneamento básico tem sido entendido no Brasil como abastecimento de água e esgotamento sanitário. Recentemente, a Lei Federal nº /2007, que estabelece as diretrizes nacionais para a politica de saneamento básico ampliou esse entendimento, isto porque no artigo 3 define saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, 8

9 limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo de águas pluviais, compreendendo-se, para cada um, o seguinte: a) Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; b) Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. c) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo domestico e do lixo originário da variação e limpeza de logradouros e vias publicas; d) Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana das águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. As ações de saneamento são consideradas essenciais e preventivas para a saúde pública, quando garantem a qualidade da água de abastecimento, a coleta, o tratamento e a disposição adequada de esgotos e resíduos sólidos. Elas também são necessárias para prevenir a poluição dos corpos de água e a ocorrência de enchentes e inundações, que quando ocorrem, causam transtornos e prejuízos irrecuperáveis aos indivíduos e as municipalidades. No desenvolvimento da cidade, a procura pelo ambiente saudável é o início de um processo. Assim, em termos de planejamento, faz-se necessário identificar e compreender as relações entre os sistemas de saneamento e a cidade, tanto em seus aspectos físicos, ambientais e de ocupação do solo quanto em seus aspectos sociais. 9

10 O planejamento dos serviços de saneamento tem por finalidade a valorização, a proteção e a gestão equilibrada dos recursos ambientais no município e região, num processo de discussão permanente, participativo e democrático. Investir no saneamento básico do município melhora a qualidade de vida da população, combinado com políticas de saúde e habitação, o saneamento básico diminui a incidência de doenças e internações hospitalares. Por evitar comprometer os recursos hídricos disponíveis na região, o saneamento garante o abastecimento e a qualidade da água. Além disso, melhorando a qualidade ambiental, o município torna-se atrativo para investimentos externos, ampliando a sua capacidade de crescimento econômico. O conceito de desenvolvimento sustentável integra a dimensão ambiental ao desenvolvimento socioeconômico. A busca de soluções para os problemas ambientais tornou-se uma prioridade no Brasil e no mundo. Conduzido pela administração pública municipal, o saneamento básico é uma excelente oportunidade para desenvolver instrumentos de educação sanitária e ambiental, o que aumenta sua eficácia e eficiência. Por meio da participação popular ampliam-se os mecanismos de controle externo da administração pública, concorrendo também para a garantia da continuidade na prestação dos serviços e para o exercício da cidadania. É no município que vêm se manifestar os grandes problemas ambientais, agravados pelo ritmo da urbanização. No nível da administração local, a participação popular e a tão necessária democratização são efetivamente possíveis, ou podem evoluir com rapidez. É necessário, portanto, assumir a urgência da ação de implementação da política pública de saneamento básico, tendo como objetivo central a universalização. Ação que demanda criatividade, decisão política e ampliação dos mecanismos de participação da comunidade para atender às suas necessidades básicas, proteger os recursos naturais e incluir considerações ambientais nas decisões relativas ao desenvolvimento social e econômico do município. Adotar um novo posicionamento frente à questão exige passar de uma abordagem pontual para uma abordagem sistêmica, baseada em ações integradas e participação comunitária. 10

11 2. MARCO LEGAL 2.1. FUNDAMENTAÇÃO A prestação de serviços públicos é definida como incumbência do Poder Público no artigo 175 da CF88, mandamento que pode ser cumprido diretamente sob o regime de concessão ou permissão. A elaboração de Plano Municipal de Saneamento Básico nas suas definições de conteúdo, desde as diretrizes e os objetivos, até os instrumentos metodológicos do processo de participação e elaboração, deve pautar-se pelos princípios e instrumentos definidos na legislação aplicável e nos Programas e Políticas Públicas do Saneamento Básico, em particular: - Lei nº /2001 Estatuto das Cidades. - Lei nº /2007 Lei Nacional de Saneamento Básico. - Lei nº /2005 Lei de Consórcios Públicos. - Lei nº 8080/1990 Lei Orgânica da Saúde - Lei nº /2005 Lei que Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. - Lei nº 9.433/1997 Política Nacional de Recursos Hídricos. - Decreto nº 5.440/2005 e Portaria nº 2914/2012 (Ministério da Saúde) Que, conjuntamente, define os procedimentos para o controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano. - Resoluções nº 25 e 34, de 2005 do Conselho das Cidades sobre participação e controle social na elaboração e acompanhamento do Plano Diretor do Município. - Resolução CONAMA nº 307/ Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 11

12 - Resolução CONAMA nº 283/ Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. - Resoluções e outras definições dos conselhos de saúde, de meio ambiente, de recursos hídricos que impactam a gestão dos serviços de saneamento básico. - Lei nº /2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Além desses dispositivos, devem ser considerados, quando já formulados, os seguintes normativos de âmbito local e regional: - A Lei Orgânica Municipal. - O Plano Diretor do Município e o Plano Local de Habitação de Interesse Social. - As Resoluções da Conferência da Cidade e das Conferências Municipais de Saúde, de Habitação e de Meio Ambiente. - Os Planos das Bacias Hidrográficas onde o Município está inserido. - O Plano Municipal de Redução de Risco. Os interesses dos usuários estão disciplinados na Lei nº 8.078/1990, Código de Proteção e Defesa do Consumidor. A Lei Federal nº , de 05 de janeiro de 2007, estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico. É o artigo 9º dessa lei que obriga o titular dos serviços (i) formular a política de saneamento básico, ordenando a elaboração dos planos; (ii) prestar os serviços diretamente ou delegá-los a terceiros; (iii) definir o ente responsável pela regulação e fiscalização e os procedimentos de atuação; (iii) fixar os direitos e deveres dos usuários; (iv) estabelecer mecanismos de controle social; e (v) estabelecer sistema de informações sobre os serviços. O artigo 10 do mesmo diploma determina que a eventual delegação dos serviços a terceiro não integrante da administração do titular depende de celebração de contrato. Escapam desta regra as cooperativas e associações, condomínios determinados, localidades de pequeno porte de ocupação predominante por população de baixa renda. 12

13 A lei federal acima mencionada considera saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável, desde a captação até as ligações prediais e instrumentos de medição; b) esgotamento sanitário, incluindo coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos abrangendo coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final do lixo doméstico e do lixo originário de varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas compreendendo, transporte, detenção ou retenção para o amortecimento das vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. Uma das diretrizes fundamentais enunciadas pela Lei nº /2007 é a que determina a elaboração de plano, no caso municipal, de saneamento básico, sendo facultada a preparação de planos independentes para cada um dos sistemas, assegurada a compatibilidade entre eles. O Plano Municipal de Saneamento consiste numa peça de planejamento definidora da política para o setor e num instrumento da execução dessa política e deve conter, segundo a lei e os princípios da boa administração, dentre outros requisitos - Metas progressivas para se alcançar a universalização dos serviços; - Programas; - Projetos e ações para se atingir as metas estabelecidas; 13

14 - Ações para emergências e contingências e dispositivos de avaliação dos resultados do plano e sua revisão periódica. A par dos elementos de planejamento do Plano há um princípio fundamental a se seguido, qual seja, o da sustentabilidade econômico-financeira, assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços, admitida a concessão de subsídios tarifários ou não. Assim, importa definir uma política tarifária compatível com as necessidades econômicas e sociais dos programas, ações e projetos considerados no Plano. Na dimensão institucional a Lei nº /2007 preconiza a segregação administrativa para a prestação dos serviços de saneamento básico, mencionando as funções de organização, regulação, fiscalização e prestação desses serviços. Para a função reguladora, a lei explicita dois princípios: a) independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora; b) transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões. Além disso a ordem legal expressa no artigo 22 quatro objetivos: a) estabelecer padrões e normas (relativas às dimensões técnica, econômica e social) para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários; b) garantir o cumprimento das condições estabelecidas; c) prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; e d) definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade. 14

15 As funções do exercício da titularidade dos serviços de saneamento básico (organização, regulação, fiscalização e prestação) podem ser delegadas, nos termos da legislação pertinente PRINCÍPIOS A Política Pública de Saneamento Básico deve estabelecer os princípios que no âmbito do Plano de Saneamento Básico deverão orientar os objetivos, as metas, os programas e as ações e balizar as diretrizes e condições para a gestão dos serviços de saneamento básico. Com a observância das peculiaridades locais e regionais, devem ser considerados como referência para essa definição os princípios da Constituição Federal, da Lei Nacional de Saneamento Básico, do Estatuto das Cidades, e de outras políticas com interface em relação ao saneamento básico. Básico: São princípios relevantes a serem considerados nos Planos Municipais de Saneamento PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - Direito à saúde, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (art.196). - Direito à saúde, incluindo a competência do Sistema Único de Saúde de participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico (inciso IV, do art. 200). - Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo (art. 225, Capítulo VI). - Direito à educação ambiental em todos os níveis de ensino para a preservação do meio ambiente (inciso VI, 1º, art. 225) PRINCÍPIOS DA POLÍTICA URBANA (ESTATUTO DAS CIDADES LEI Nº 15

16 10.257/2001) - Direito a cidades sustentáveis, ao saneamento ambiental, [...] para as atuais e futuras gerações (inciso I, art. 2º). - Direito a participação na gestão municipal por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano (inciso II, art. 2º). - Garantia das funções sociais da cidade e do controle do uso do solo para evitar a deterioração de áreas urbanizadas, a poluição e a degradação ambiental; e garantia do direito à expansão urbana compatível com a sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território e a justa distribuição dos benefícios e ônus da urbanização (art. 2º). - Garantia à moradia digna como direito e vetor da inclusão social PRINCÍPIOS DA LEI NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO (ART. 2º DA LEI Nº /2007) - Universalização do acesso (inciso I) com integralidade das ações (inciso II), segurança, qualidade e regularidade (inciso XI) na prestação dos serviços. - Promoção da saúde pública (incisos III e IV), segurança da vida e do patrimônio (inciso IV), proteção do meio ambiente (inciso III). - Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano, proteção ambiental e interesse social (inciso VI). - Adoção de tecnologias apropriadas às peculiaridades locais e regionais (inciso V), uso de soluções graduais e progressivas (inciso VIII) e integração com a gestão eficiente de recursos hídricos (inciso XII). - Gestão com transparência baseada em sistemas de informações, processos decisórios institucionalizados (inciso IX) e controle social (inciso X). - Promoção da eficiência e sustentabilidade econômica (inciso VII), com consideração à capacidade de pagamento dos usuários (inciso VIII). 16

17 PRINCÍPIOS DE POLÍTICAS CORRELATAS AO SANEAMENTO POLÍTICA DE SAÚDE (LEI Nº 8.080/1990) - Direito universal à saúde com equidade e atendimento integral. - Promoção da saúde pública. - Salubridade ambiental como um direito social e patrimônio coletivo. - Saneamento Básico como fator determinante e condicionante da saúde (art. 3º). - Articulação das políticas e programas da Saúde com o saneamento e o meio ambiente (inciso II, art. 13). - Participação da União, Estados e Municípios na formulação da política e na execução das ações de saneamento básico (art. 15). - Considerar a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas no modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena (art. 19-F). - Ações do setor de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão financiadas por recursos tarifários específicos e por outras fontes da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ( 3º, art. 32) POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (LEI Nº 9.433/1997) - Água como um bem de domínio público (inciso I, art. 1º), como um recurso natural limitado, dotado de valor econômico (inciso II, art. 1º), devendo ser assegurada à atual e às futuras gerações (inciso I, art. 2º). - Direito ao uso prioritário dos recursos hídricos ao consumo humano e a dessedentação de animais em situações de escassez (inciso III, art. 1º). - Gestão dos recursos hídricos voltados a garantir o uso múltiplo das águas (inciso IV, art. 1º). - Garantia da adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País (inciso II, art. 3º). - Garantia da articulação dos planos de recursos hídricos com o planejamento dos setores usuários (inciso IV, art. 3º). - Promover a percepção quanto à conservação da água como valor socioambiental relevante. 17

18 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI Nº /2010) - A prevenção e a precaução (inciso I, art. 6º). - O poluidor-pagador e o protetor-recebedor (inciso II, art. 6º). - A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública (inciso III, art. 6º). - O desenvolvimento sustentável (inciso IV, art. 6º). - A ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta (inciso V, art. 6º). - A cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade (inciso VI, art. 6º). - A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (inciso VII, art. 6º). - O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (inciso VIII, art. 6º). - O respeito às diversidades locais e regionais (inciso IX, art. 6º). - O direito da sociedade à informação e ao controle social (inciso X, art. 6º) - A razoabilidade e a proporcionalidade (inciso XI, art. 6º) OUTORGAS ÁGUA, O PROBLEMA GLOBAL A World Comission on Water, suportada pela ONU e Banco Mundial, estima que o crescimento da população nos próximos 25 anos requererá 17% de aumento da disponibilidade de água para irrigação e 70% para abastecimento urbano. Estes aumentos associados aos demais usos da água deverá representar um acréscimo de 40% na demanda total. 18

19 Aquela comissão avalia também que será necessária a duplicação dos investimentos mundiais em água e saneamento a fim de atender a demanda crescente e reduzir o número de pessoas sem água limpa (1 bilhão) e sem saneamento (3 bilhões) em todo o mundo, majoritariamente nos países subdesenvolvidos. Os recursos investidos deveriam passar dos cerca de US$ bilhões anuais para US$ 180 bilhões para reduzir o contingente dos sem saneamento para cerca de 330 milhões até Em alguns países mais ricos, principalmente da Europa Ocidental, foram implantados sistemas de gestão dos recursos hídricos e dos serviços de saneamento que vêm permitindo o disciplinamento do uso da água e a proteção ambiental. Nestes países, a introdução de novos modelos de gestão da água está levando à reversão de parte dos problemas com a redução dos índices de desperdício, o tratamento dos esgotos e a recuperação ambiental. Entre as soluções apontadas para os problemas que afetam os recursos hídricos, estão: - Universalização dos serviços de água e esgoto: é o primeiro objetivo colocado por largos setores da sociedade, pelos organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial e pelo governo brasileiro. Além de atender a uma necessidade de melhoria das condições de saúde e de vida da população, a universalização do saneamento se refletirá também na adoção de práticas de conservação e na recuperação da qualidade ambiental dos ecossistemas como um todo. - Gestão participativa: a excessiva centralização das ações relativas ao gerenciamento de recursos hídricos que alija e aliena os setores usuários da gestão vem sendo apontada também como um dos fatores que impedem uma maior proteção dos recursos e uma alocação mais racional. A hierarquização dos usos e ações relativas ao gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feita com ampla participação dos setores interessados e no nível de decisão o mais baixo possível. A ampliação desta participação através da implantação de arranjos 19

20 institucionais adequados pode ser colocada como o segundo objetivo reivindicado pelos setores interessados. - Valor econômico da água: Outro objetivo para a gestão dos recursos hídricos e reversão dos problemas é a aplicação de mecanismos de gestão que incentivem o uso mais racional da água. Entre estes mecanismos destaca-se a cobrança pelo uso da água bruta. Do ponto de vista econômico, esta cobrança busca incentivar a todos aqueles que usam a água de forma ineficiente a reduzir o seu uso e transferir a água para usos de valor maior, entre eles, inclusive, os usos ambientais. Apesar de vir sendo praticada em alguns países como a França há mais de 30 anos, o preço da água, mesmo em países desenvolvidos, não consegue internalizar ainda as deseconomias geradas por suas diversas formas de utilização e não reflete a própria escassez do recurso. Uma das conclusões a que chegam BUCKLAND e ZABEL (1998), quando analisam os aspectos econômicos e financeiros das políticas de gestão de recursos hídricos em países europeus (França, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Portugal), é de que a cobrança por qualquer tipo de uso não é estabelecida, em nenhum dos casos analisados, com base nas externalidades decorrentes do uso, mas apenas como mecanismo para cobrir custos de operação dos sistemas, de gestão e monitoramento e, por vezes, o plano de investimentos (França e Alemanha). Os três objetivos enunciados estão de acordo com as diretrizes para a política de gestão dos recursos hídricos pela Conferência Internacional sobre Água e Desenvolvimento, ocorrida em Dublin e confirmadas pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992): - O desenvolvimento deve ser sustentável, ou seja, o gerenciamento eficiente dos recursos hídricos implica numa abordagem que torne compatíveis o desenvolvimento sócioeconômico e a proteção dos ecossistemas naturais; - O desenvolvimento e o gerenciamento devem apoiar-se, em todos os níveis, na participação dos usuários, dos tomadores de decisões e dos planejadores; - A água tem valor econômico para todos e por todos os seus usos. Os governos devem estabelecer os arranjos institucionais no nível local, nacional e internacional que permitam 20

21 atingir os objetivos colocados, permitindo um gerenciamento mais eficiente dos escassos recursos e encorajar investimentos O PROBLEMA DA ÁGUA NO CONTEXTO BRASILEIRO O Brasil, por suas dimensões continentais e diversidade geográfica, apresenta situações bastante distintas quanto à disponibilidade hídrica intra e inter-regionais, sendo afetado tanto pela escassez hídrica, quanto pela degradação dos recursos causada pela poluição de origem doméstica e industrial. Basicamente, podem-se definir três situações: - A região sul/sudeste com relativa abundância de recursos hídricos comprometida pela poluição de origem doméstica (generalizada) e industrial (bacias mais industrializadas), apresentando áreas de escassez como a região metropolitana de São Paulo; - A região semi-árida do nordeste com graves problemas de escassez gerados pelo clima semiárido e pela má distribuição das chuvas e agravados por poluição doméstica, e apresentando ainda poluição industrial em níveis relativamente baixos; - A região Centro-Oeste e Norte com grande disponibilidade hídrica, baixa poluição tanto doméstica como industrial devido a uma ocupação urbana ainda rarefeita, mas inserida em dois ecossistemas: Pantanal e Amazônia, que demandam estratégias especiais de proteção. Assim como os demais países subdesenvolvidos, o Brasil apresenta baixa cobertura de serviços de saneamento. Ainda existem nas cidades, vilas e pequenos povoados 40 milhões de pessoas sem abastecimento d água e 80 % do esgoto coletado não é tratado (BALTAR, 1997). Devido aos problemas de saúde e ambientais gerados por esta situação, o problema se tornou uma das principais preocupações de toda a sociedade e dos governantes. Em pesquisas de opinião recentes, a população tem posto a falta de saneamento como um dos problemas com maior urgência por solução, à frente até de saúde e educação. 21

22 Sem os investimentos necessários para suprir a demanda crescente, parcelas expressivas da população, majoritariamente de baixa renda, não são atendidas pelos serviços de abastecimento e coleta de esgotos e também uma grande parte dos esgotos não são tratados. No Brasil 38% das famílias que ganham até 2 salários mínimos por mês não tem acesso a abastecimento d água, enquanto que entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos esse percentual é menor que 1% (BALTAR, 1997). A situação gerada é socialmente injusta e ambientalmente degradante. Enquanto as áreas mais ricas recebem água tratada e têm esgoto coletado, pagando por isso tarifas subsidiadas quando até possuem renda suficiente para pagar tarifas realistas pelos serviços, as camadas mais pobres da população não recebem água em quantidade e qualidade suficiente e não têm coleta de esgoto. A situação é ainda mais grave nas áreas onde ocorre escassez extrema e a população tem que pagar preços exorbitantes pela água de má qualidade entregue por incipientes serviços privados, caso de áreas do nordeste brasileiro e cidades balneárias. Os resultados disso são os problemas de saúde gerados pela má qualidade da água e pela falta de saneamento e também perda de renda em função do tempo e esforço gastos em busca de água ou por doenças e até pelo valor pago pela mesma. Trata-se de um caso de apropriação de renda pela camada mais rica em detrimento da camada mais pobre. A degradação ambiental gerada pela falta de investimentos em coleta e tratamento de esgotos tem levado a crescente poluição dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos por carga orgânica e nutrientes. Como consequências, têm-se a redução da disponibilidade do recurso e o aumento dos custos de tratamento para fins de abastecimento público. À médio e longo prazo tem-se o comprometimento dos recursos hídricos para gerações futuras e a degeneração dos ecossistemas dependentes destes recursos. 22

23 Tratam-se de deseconomias ou externalidades geradas por usuários do recurso. A internalização dos custos de tratamento, recuperação e preservação dos recursos deve ser um objetivo do sistema de gestão. Dentro deste contexto a gestão dos recursos hídricos tem sido discutida no Brasil e algumas iniciativas têm sido tomadas, tanto no nível federal, como no nível dos estados, com aprovação de leis e a reorganização dos organismos envolvidos na área. Os diversos sistemas de gestão implantados ou em discussão no Brasil se baseiam nas seguintes premissas: - O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feito de forma integrada tendo como unidade de gestão a bacia hidrográfica e deve compreender também o solo e a cobertura vegetal; - A gestão deve considerar o princípio do usuário-pagador e do poluidor-pagador, permitindo integrar os custos ambientais aos diversos usos da água; - A gestão deve ser descentralizada, criando-se comitês de bacia que contemplem a participação dos usuários e da sociedade civil e dos governos municipais; - As políticas de gestão devem enfocar a viabilidade financeira do gerenciamento integrado EXPERIÊNCIA BRASILEIRA DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Seguindo uma tendência mundial, o Brasil experimentou, a partir da década de 70, grande evolução de suas políticas de meio ambiente, tendo implantado a partir daí um extenso arcabouço legal e institucional de gestão ambiental. As últimas três décadas do século XX podem ser divididas em três fases muito características quanto aos objetivos e instrumentos de gestão aplicados: 23

24 - De 1970 até fins da década de 80: política de controle ambiental centralizada exercida por órgãos federais e estaduais de meio ambiente, baseada em mecanismos de comando e controle (disciplinamento, proibições e normas), com grande ênfase no controle pontual da emissão de poluentes industriais. Esta fase é marcada pela falta de integração entre as políticas de desenvolvimento e de meio ambiente, pelo custeio integral por fundos públicos e pela falta de participação social (GOLDENSTEIN, 2000); - - Fins da década de 80 até início da década de 90: Inicia-se a implantação de uma política nacional de meio ambiente, definida pela Constituição Federal de 1988, introduz-se o conceito de gestão ambiental integrada e participativa, criação de conselhos federal e estaduais de meio ambiente buscando a integração entre os diferentes níveis de governos e entre os setores público e privado, graves problemas ambientais são acompanhados de uma maior conscientização e mobilização pública por um lado, e, por outro lado, com o nível ainda baixo de integração da políticas públicas setoriais; - - A partir da década de 90: Consideração da escala global das questões ambientais na esteira da realização da Rio-92, introdução do conceito de desenvolvimento sustentável e dos instrumentos econômicos na gestão ambiental, e o início do processo de reformulação dos órgãos setoriais de gestão. - Da mesma forma que a gestão ambiental, a gestão de recursos hídricos no Brasil vem experimentando uma forte evolução nas últimas três décadas. Até então os grandes projetos que afetavam o setor de recursos hídricos eram conduzidos por setores específicos: hidrelétrico, irrigação, saneamento, hidroviário, sem uma adequada integração. Mas a partir dos anos 70, no entanto, a ocorrência de sérios conflitos de uso da água começou a suscitar discussões nos meios acadêmicos e técnico-profissional sobre como minimizar os problemas decorrentes (TUCCI et al., 2001), tendo a gestão da água tomado um novo rumo com a promulgação da constituição de 1988, que delegou competência à União instituir o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos hídricos. A partir deste marco legal, tem ocorrido uma intensa reformulação das legislações estaduais e federal de recursos hídricos, tendo resultado na promulgação, em 1997, da lei federal nº e de diversas leis estaduais de águas. 24

25 O sistema nacional de recursos hídricos e os sistemas estaduais de gestão implantados ou em discussão são fortemente inspirados no modelo francês e se baseiam nas seguintes premissas: - O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feito de forma integrada tendo como unidade de gestão a bacia hidrográfica e deve compreender também o solo e a cobertura vegetal; - Reconhecimento da água como bem finito e vulnerável; - A gestão deve considerar o valor econômico da água, aplicando-se o princípio do usuáriopagador e do poluidor-pagador, permitindo integrar os custos ambientais aos diversos usos da água; - A gestão deve ser descentralizada, criando-se comitês de bacia que contemplem a participação dos usuários e da sociedade civil e dos governos municipais; integrado. As políticas de gestão devem enfocar a viabilidade financeira do gerenciamento LEGISLAÇÃO RELATIVA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS A legislação federal sobre recursos hídricos remonta à década de 30 quando entrou em vigor o Código de Águas (Decreto nº , de 1934). A questão dos recursos hídricos foi tratada novamente na lei de implantação da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6938, de 1981) e mais diretamente na Constituição Federal (1988) cujo artigo 21, inciso XIX, define como competência da União instituir o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direito de seu uso, entre outras disposições. A partir do início da década de 90 estabeleceu-se um longo debate em torno da lei das águas que foi finalmente promulgada em 1997: Lei nº que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, dando grande ênfase à participação social na gestão e introduziu, mas não regulamentou, o instrumento da cobrança. 25

26 Esta lei foi complementada pela Lei nº 9.984, de 2000, que criou a Agência Nacional de Águas e regulamentou alguns outros aspectos da gestão relativos à outorga. Após a forte descentralização da gestão preconizada pela Lei nº através da criação dos comitês e agências de águas, a criação da ANA, uma agência reguladora de águas federal, foi entendida por alguns como um retrocesso deste processo (GOLDENSTEIN, 2000), mas pode ser entendida, não de maquinações políticas retrógradas, mas por uma constatação pragmática como tendo decorrido... essencialmente do reconhecimento da complexidade e das dificuldades inerentes à implantação do SINGRH....não se confirmaram as expectativas presentes...de que os comitês, com o mero advento da Lei, surgissem... bem como, os estados passassem a se estruturar. Assim foi maturada a percepção que o SINGRH precisava de uma entidade motora mais potente...capaz de por em marcha o Sistema Nacional (LOBATO et al., 2002). Além dos citados, existe um grande número de leis, decretos, resoluções, portarias e instruções que contemplam os recursos hídricos, encontradas nas legislações sobre: meio ambiente, saúde pública, e dos setores usuários (saneamento, energia, irrigação, transporte). Entre eles está a Resolução CONAMA nº 357 que dispõe sobre o enquadramento dos corpos hídricos O FEDERALISMO E A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Apesar da Lei de Águas ter determinado a gestão por bacias hidrográficas, anteriormente a ela, a Constituição brasileira definiu a dominialidade dos recursos hídricos não em função da bacia hidrográfica em que estão inseridos, mas sim por corpos d água (rios, lagos, etc.). A Constituição determinou dois níveis de domínio: - São bens da União: os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais (artigo 20, inciso III); - São bens dos Estados: as águas superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União (artigo 26, inciso I). 26

27 Este é um dos principais fatores que tornam extremamente complexa a montagem do sistema de gestão de recursos hídricos brasileiro. O modelo de gestão dos recursos hídricos contemplado na Lei nº 9.433/97 prevê a gestão por bacias hidrográficas e estas não se enquadram na divisão político-administrativa da federação, e envolvem muitas vezes rios de domínio estadual e de domínio federal. Esta questão poderia ser resolvida de forma mais simples se ocorresse renúncia, por parte dos estados e da União, às incumbências relativas à gestão e sua transferência para os entes gestores definidos na Lei nº 9.433/97: Comitês e Agências de bacia. Considerando-se as limitações de poder impostas pela estrutura federativa do Brasil, um dos principais desafios a ser enfrentado na implantação do sistema de gestão de recursos hídricos é dar operacionalidade aos instrumentos de gestão, principalmente à outorga e à cobrança pelo uso da água. Estes dois instrumentos previstos para atuar de forma conjunta, deverão ser operados pelo poder público estadual e federal de acordo com a dominialidade do corpo hídrico, podendo-se quebrar o princípio da adoção da bacia como unidade de gestão. Para evitar isso é necessário conferir homogeneidade aos sistemas nacional e estaduais de gestão de forma a simplificar a aplicação dos instrumentos de outorga e cobrança em bacias que envolvam simultaneamente rios federais e estaduais ENTIDADES DO SISTEMA DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS As entidades que exercem papel formal na gestão dos recursos hídricos, tanto no nível federal, como no nível estadual e das bacias, estão organizadas dentro do chamado Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGRH. O SINGRH foi instituído pela Constituição Federal de 1988 (artigo 21 inciso XIX), tendo sido regulamentado pela Lei nº 9.433/97, e modificado pela Lei nº 9.984/00, artigo

28 As entidades que compõem o SINGRH são as seguintes 1 : - Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNRH: Órgão deliberativo e normativo máximo do SINGRH integrado por representantes do poder executivo federal (MMA, Secretaria da Presidência da República), dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, dos Usuários e das organizações civis de recursos hídricos, e tem por secretaria executiva a Secretaria de Recursos Hídricos do MMA, entre suas funções está a aprovação da criação de comitês de bacias que envolvam rios de domínio federal, do plano nacional de recursos hídricos e de valores de cobrança pelo uso da água; - Agência Nacional de Águas ANA: Autarquia federal sob regime especial com autonomia administrativa e financeira, criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, funciona como agência reguladora da utilização dos rios de domínio da União, e como agência executiva encarregada da implementação do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, a ANA está encarregada ainda do recolhimento dos recursos da cobrança pelo uso da água em rios de domínio da União e da aplicação destes e de outros recursos destinados ao gerenciamento dos recursos hídricos e da aplicação de alguns instrumentos de gestão, tais como, outorga e fiscalização, que são de competência da União; - Os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal: constituem-se em fóruns de discussão e deliberação para os assuntos que envolvem bacias sob seu domínio, são responsáveis pela aprovação dos planos estaduais e distritais de Recursos Hídricos, e representam a instância estadual no Conselho Nacional de Recursos Hídricos, ainda se encontram em fase incipiente de implantação e atuação; - Os Comitês de bacias hidrográficas: são previstos para atuar como "parlamento das águas da bacia", contando com a participação dos usuários públicos e privados, do poder municipal, da sociedade civil organizada e dos demais níveis de governo (estaduais e federal), entre suas 1 Informações do site do MMA ( 28

29 atribuições está a aprovação do Plano da Bacia e do valor da cobrança pelo uso da água, além de se constituir no fórum de discussão e decisão no âmbito de cada bacia hidrográfica; - As Agências de Água: devem atuar como braço executivo do(s) seu(s) correspondente(s) comitês, estão encarregadas da elaboração e implementação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia, gerir os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água e os demais recursos destinados à gestão, entre outras atribuições. Tendo em vista os fatores complicadores derivados da estrutura federalista discutidos anteriormente, o SINGRH prevê que todos estes órgãos devem atuar de forma articulada de forma a respeitar o princípio da subsidariedade e ultrapassar os entraves legais a uma efetiva gestão por bacia hidrográfica. A Política Nacional de Recursos Hídricos prevê um arranjo institucional estruturado em entidades de gestão (propositoras e executivas) que conformam a organização políticoadministrativa do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGRH e em instrumentos de planejamento (planos de recursos hídricos, outorga, sistema de informações e enquadramento dos corpos hídricos) e no instrumento econômico da cobrança pelo uso da água. Deve-se observar que a Lei nº 9.433/97 criou o sistema nacional de recursos hídricos e não o sistema federal, por isso o SINGRH é integrado pelas entidades federais e estaduais com atribuições na gestão de recursos hídricos. Da mesma forma, os instrumentos da política devem ser aplicados de forma integrada pela União e pelos estados nos corpos hídricos dos seus respectivos domínios. Além destes órgãos pertencentes à estrutura formal do SINGRH, os órgãos federais e estaduais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente SISNAMA têm ingerência na gestão de recursos hídricos derivada de sua atuação na regulamentação, licenciamento e fiscalização de atividades impactantes, dentre outras competências. 29

30 Uma delimitação mais clara da competência dos órgãos de meio ambiente e de gestão de recursos hídricos deverá ocorrer à medida que estes últimos forem se implantando e estruturando. Até lá o que ocorre muitas vezes é o usuário perdido num cipoal de leis e entidades, sem saber exatamente a quem se dirigir, órgãos com duplicação de funções e com dificuldades na execução de suas tarefas COMITÊS DE BACIA Diferentemente do modelo onde se inspirou, o modelo Francês, a legislação federal não definiu, a priori, o número de comitês e agências, indica antes que os primeiros devem se formar nas bacias onde a ocorrência de conflitos os justifiquem e que as agências devem apresentar viabilidade econômico-financeira para serem criadas. A criação de comitês e agências em bacias de rios federais deve ser aprovada pelo CNRH. Podem ser organizados comitês em bacias ou sub-bacias, só sendo permitida a criação de comitês em bacias de rios de até terceira ordem, o que corresponde ao tributário do tributário do rio principal. A relação entre comitês de bacia e de sub-bacias contidas na primeira deve obedecer ao princípio da subsidiariedade. A Resolução CNRH nº 5 de 10/04/2000 define a seguinte composição para os comitês de bacia: - Poder público (União, Estados e Municípios): até 40% dos membros; - Usuários sujeitos à outorga (abastecimento urbano, indústria, irrigação, hidroeletricidade, hidroviário, pesca, turismo, lazer): até 40% dos membros; - Organizações civis (comitês, consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas; organizações técnicas de ensino e pesquisa; e ONGs com atuação na área de recursos hídricos): 20% no mínimo dos membros. 30

31 As legislações estaduais estabelecem composições diversas. O Estado de São Paulo por exemplo prevê uma composição tripartite repartida ente Estado, Municípios e sociedade civil organizada. Neste caso, os usuários são parte integrante da sociedade civil e não contam com uma cota específica como no nível nacional AGÊNCIAS DE BACIA As Agências constituem o braço executivo e devem dar apoio técnico aos comitês de bacia: elaborar planos de bacia e acompanhar a sua execução, gerir os recursos da cobrança e propor a utilização dos recursos arrecadados, entre outras funções. Apesar de previstas na Lei nº 9.433/97, a figura jurídica da agência de bacia permanece indefinida. De forma transitória a Lei nº , de junho de 2004, regulamentou a figura da entidade delegatária para exercer transitoriamente o papel de agência de bacia. Por esta lei, entidades sem fins lucrativos indicadas pelo Comitê de Bacia, podem exercer o papel de agência, firmando para isso um contrato de gestão com a Agência Nacional de Águas - ANA. Isto se aplica, portanto, a bacias de rios de domínio da União. No nível estadual, a questão das agências de bacia permanece indefinida, à exceção do Estado do Ceará, que delegou este papel a uma agência estadual criada especialmente para este fim: a Companhia Estadual de Gestão de Recursos Hídricos COGERH. A legislação paulista prevê a criação de agências como fundação, uma entidade pública, entretanto nenhuma agência foi criada até o momento. Com o advento da Lei nº /2004, o Comitê da bacia do rio Paraíba do Sul CEIVAP conseguiu criar a sua agência AGEVAP em setembro de 2004, 18 meses depois de ter iniciada a cobrança pelo uso da água. Os membros do CEIVAP constituíram uma associação privada sem fins lucrativos Associação Pró-Gestão da Bacia do Paraíba do Sul que indicada pelo próprio comitê como entidade delegatária. Com a aprovação do CNRH, assinou um contrato de gestão com a ANA INSTRUMENTOS DA POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS 31

32 instrumentos: A Política Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos conta com os seguintes - Planos de bacia, planos estaduais e Plano Nacional de Recursos Hídricos; - Outorga de direito de uso; - Cobrança pelo uso da água; - Enquadramentos dos corpos de água; - Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos. Estes instrumentos, definidos pela Lei nº 9.433/97 e reproduzidos na maioria das legislações estaduais, visam ao planejamento dos recursos hídricos e a regulação dos seus respectivos usos PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA Os planos de bacia e os planos diretores de recursos hídricos (estaduais e nacional) são instrumentos de planejamento territorial, direcionados para o ordenamento do uso dos recursos hídricos. Acompanhados e aprovados pelos comitês de bacia, colegiados deliberativos, os Planos de Recursos Hídricos são construídos de forma democrática, onde os diferentes atores pactuam como, com quem e com que recursos se fará a proteção e recuperação dos recursos hídricos da sua respectiva bacia. No plano, ao se aprovar a cobrança pelo uso da água é garantida, pelo menos em parte, uma fonte de financiamento para a implantação das intervenções previstas nos planos de recursos hídricos. Os planos de recursos hídricos introduzidos pela Lei nº 9.433, de 1997, foram regulamentados através da Resolução nº 17, de 29 de maio de 2001, do CNRH e seus respectivos termos de referência. Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos e devem ser elaborados por bacia hidrográfica, por Estado (Plano Estadual) e para o País (Plano Nacional). 32

33 Os Planos de Recursos Hídricos devem estabelecer metas e indicar soluções de curto, médio e longo prazos, com horizonte de planejamento compatível com seus programas e projetos. Outro aspecto ressaltado na legislação é o caráter dinâmico dos planos, que devem estar em contínua atualização e articulados com os planejamentos setoriais e regionais e definindo indicadores que permitam sua avaliação. Os planos deverão apresentar o seguinte conteúdo mínimo: - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais; - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas; - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos. Algumas bacias brasileiras já contam com seus planos de recursos hídricos, como a bacia do rio Paraíba do Sul SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS Um sistema de informações de recursos hídricos reúne dados ligados à disponibilidade hídrica e usos da água com dados físicos e socioeconômicos, de modo a possibilitar o conhecimento integrado das inúmeras variáveis que condicionam o uso da água na bacia. 33

34 A Lei nº 9.433/97, em seu art. 25, define o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos como um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão, integrado por dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Os princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos são: I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações; II - coordenação unificada do sistema; III - acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade. Atualmente, a ANA disponibiliza em sua página web dados atualizados sobre os recursos hídricos nacionais, como por exemplo, o sistema HIDRO de informações hidrométricas, além de planos, estudos e pesquisas sobre recursos hídricos. Estão disponíveis ainda os dados sobre a cobrança pelo uso da água na bacia do Paraíba do Sul OUTORGA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO A Outorga de direito de uso ou interferência nos recursos hídricos é um dos instrumentos nos quais se baseia o sistema nacional de gestão dos recursos hídricos instituído pela Lei nº 9.433/97. A Outorga é uma autorização concedida pelo poder público, através de seu órgão responsável, aos usuários públicos ou privados e tem como objetivos garantir a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos e o efetivo exercício do direito de acesso à água. É o ato administrativo mediante o qual o Poder Público outorgante (União, Estados ou Distrito Federal) faculta ao outorgado o uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato. O referido ato é publicado no Diário Oficial da União (caso da ANA), ou nos Diários Oficiais dos Estados ou Distrito Federal, onde o outorgado é 34

35 identificado e estão estabelecidas as características técnicas e as condicionantes legais do uso das águas que o mesmo está sendo autorizado a fazer. A outorga é necessária porque água pode ser usada para diversas finalidades, como: abastecimento humano, dessedentação animal, irrigação, indústria, geração de energia elétrica, preservação ambiental, paisagismo, lazer, navegação, etc. Porém, muitas vezes esses usos podem ser concorrentes, gerando conflitos entre setores usuários, ou mesmo impactos ambientais. Nesse sentido, gerir recursos hídricos é uma necessidade premente e tem por objetivo harmonizar as demandas observando o uso sustentável e os interesses sócio-econômicos do país. O instrumento da outorga é aplicado para ordenar e regularizar o uso da água, assegurando ao usuário o efetivo exercício do direito de acesso à água, bem como para realizar o controle quantitativo e qualitativo desse recurso. A Constituição de 1988, em seu art. 20, inciso III, define os rios, lagos e correntes de água em terrenos de domínio da União, que banhem mais de um Estado e que sirvam de limite, se estendam ou se originem de território estrangeiro como de domínio da União. As águas superficiais que não se enquadram nesta categoria, assim como as águas subterrâneas, são de dominialidade estadual, conforme o art. 26, inciso I. O art. 22, em seu inciso IV, dá competência privativa à União para legislar sobre águas. Assim, o poder outorgante será exercido pela União, através da ANA, ou pelo Estado, através do respectivo órgão gestor, em função da dominialidade do corpo hídrico objeto do uso pretendido. Entretanto, as decisões quanto à outorga não são de competência exclusiva dos órgãos gestores. A base institucional para a outorga contempla também os órgãos deliberativos do sistema de gestão de recursos hídricos (Conselhos e Comitês), as agências de bacia, quando instituídas, e outras entidades intervenientes (órgãos ambientais, por exemplo). 35

36 A Lei nº 9.433/97, em seu art. 11, estabelece como sujeitos à outorga os seguintes usos: - Derivação ou captação de água para consumo final ou insumo de produção; - Extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de produção; - Lançamento em corpo de água de esgotos e resíduos líquidos ou gasosos; - Aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; - Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água. Pela Lei nº 9.433/97 a emissão de outorga está condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos (Planos de Bacia) e ao respeito ao enquadramento qualitativo dos corpos de água. A lei estabelece ainda como usos que não sujeitos a outorga: - Uso de recursos hídricos por pequenos núcleos populacionais rurais; - As derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; - As acumulações de volumes de água consideradas insignificantes ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D ÁGUA A Política Nacional de Recursos Hídricos define o enquadramento dos corpos de água em classes de usos como um importante instrumento de gestão, uma vez que esse enquadramento, segundo os usos preponderantes, visa a assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e diminuir os custos de combate à poluição, mediante ações preventivas permanentes. Dispõe, também, que as classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental e delega aos Comitês de Bacia a proposição do enquadramento dos corpos de água em classes de uso para encaminhamento ao Conselho Federal ou Estadual de Recursos Hídricos, conforme a dominialidade das águas. 36

37 Além dos aspectos apontados, a lei federal e as leis estaduais de recursos hídricos ampliaram o papel do enquadramento dos corpos d água, anteriormente circunscrito aos mecanismos de comando e controle, associando-o à outorga e à cobrança pelo uso do recurso hídrico. Os principais marcos legais para o enquadramento dos corpos hídricos são a Resolução CONAMA nº 20/1986 e a Resolução nº 12 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), de 19 de julho de A resolução CONAMA nº 357 estabelece um sistema de classificação das águas e enquadramento dos corpos hídricos relativos as águas doces, salobras e salinas. Esta resolução estabeleceu uma classificação para as águas doces do território, segundo seus usos preponderantes, conforme é descrito a seguir: I - Classe Especial águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. II - Classe 1 - águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. 37

38 III - Classe 2 - águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) à irrigação de hortaliças e de plantas frutíferas; e) à aqüicultura e à atividade de pesca. IV - Classe 3 - águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e) à dessedentação de animais. V - Classe 4 - águas destinadas: a) à navegação; b) à harmonia paisagística. Para cada uma das classes definidas, a resolução CONAMA estabeleceu limites e condições para um conjunto amplo de parâmetros de qualidade da água. No art. 2º são apresentadas algumas definições conceituais importantes em qualquer processo de enquadramento de cursos de água, quais sejam: a) classificação: qualificação das águas doces, salobras e salinas com base nos usos preponderantes (sistemas de classes de qualidade); b) enquadramento: estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado ou mantido em um segmento de corpo de água ao longo do tempo. 38

39 c) condição: qualificação do nível de qualidade apresentado por um segmento de corpo de água, num determinado momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada; d) efetivação do enquadramento: alcance da meta final de enquadramento a partir de conjunto de medidas necessárias para colocar e/ou manter a condição de um segmento de corpo de água em correspondência com a sua classe; e) padrão: valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade de água ou efluente. A Resolução nº 12 do CNRH estabelece, no seu art. 4º, que os procedimentos para o enquadramento de corpos de água em classes segundo os usos preponderantes deverão ser desenvolvidos em conformidade com o plano de bacia e o plano estadual, e, se não existirem ou forem insuficientes, com base em estudos específicos propostos e aprovados pelas respectivas instituições competentes do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos, observando as seguintes etapas: 1. diagnóstico do uso e da ocupação do solo e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica; 2. prognóstico do uso e da ocupação do solo e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica; 3. elaboração da proposta de enquadramento; e 4. aprovação da proposta de enquadramento e respectivos atos jurídicos COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA NO BRASIL Na busca de dotar a água de valor econômico, a Lei nº 9.433/97, introduziu a cobrança pelo uso da água no Brasil como um instrumento de gestão e como um instrumento econômico a ser aplicada tanto para os usos quantitativos quanto para os usos qualitativos. 39

40 Como instrumento de gestão, a cobrança deve alavancar recursos para financiamento da implantação do sistema de gestão de recursos hídricos e das ações definidas pelos planos de bacia hidrográfica, ou seja, deve ser um instrumento arrecadador. Como instrumento econômico, a cobrança deve sinalizar corretamente para a sociedade o uso dos recursos hídricos de forma racional atendendo aos princípios do desenvolvimento sustentável. Na diversidade dos recursos hídricos nacionais pode-se identificar algumas sinalizações básicas a serem dadas pela cobrança com o objetivo de induzir ao uso racional dos recursos hídricos: - A alocação racional de recursos hídricos escassos em zonas de secas frequentes como a região semi-árida ou em áreas super povoadas como a região metropolitana de São Paulo; - A redução da emissão de poluentes em zonas metropolitanas e industrializadas de toda a região sudeste e sul e áreas metropolitanas e costeiras do resto do país, onde os recursos são em geral suficientes para atender aos usos quantitativos mas a diluição de efluentes está levando à degradação dos recursos; - A preservação de ecossistemas em zonas com grande abundância hídrica como o Pantanal e a bacia Amazônica. Tal como as situações elencadas acima ocorrem no país uma diversidade de problemas e conflitos quanto ao uso dos recursos hídricos que poderiam ser rapidamente caracterizados. Mas, por estes exemplos, já se denotam as brutais diferenças entre os problemas a serem enfrentados nacionalmente. Isto obriga a que a aplicação da cobrança seja feita de forma bastante flexível de modo a poder sinalizar corretamente o uso racional e sustentável destes recursos nos diferentes cenários. Por outro lado, a cobrança pelo uso da água introduz um custo que se reflete em toda a cadeia produtiva. Mesmo que estes custos sejam inicialmente baixos, a inserção da economia brasileira 40

41 num mercado global recomenda que estes novos custos sejam facilmente comparáveis nacional e internacionalmente. Este princípio poderá aumentar a aceitabilidade da cobrança pelos setores usuários, entre eles indústrias e outras atividades econômicas que atuam em escala nacional ou até mesmo internacional. As experiências de cobrança pelo uso da água no Brasil são ainda bastante restritas. A primeira bacia federal onde se iniciou a cobrança foi a Bacia do Rio Paraíba do Sul, em 2003, mas restrita aos rios de domínio da União. Em dezembro de 2005, através da Resolução CNRH nº 52, de 28 de dezembro de 2005, foi aprovada a cobrança para as águas de domínio da União da Bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Para as águas de domínio dos Estados, o pioneiro foi o Estado do Ceará que implantou a cobrança em O Estado do Rio de Janeiro implantou inicialmente a cobrança apenas para as águas fluminenses da bacia do Paraíba do Sul, iniciada em 2004, e, com a aprovação da Lei estadual nº 4247/04, estendeu a cobrança para as demais bacias fluminenses. 41

42 3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO 3.1. HISTÓRICO, ORIGEM E FORMAÇÃO. A povoação iniciou no começo do século XX com a construção de um depósito do seringal Santos Dumont, pertencente à empresa Cense & Cia, instalada às margens do rio habitado pelos bravos índios Iarú, nome que deriva de yari, canoa pequena; ou de yar, de y, que significa rio, e yar, canoas, ou seja, Rio das Canoas. No ano de 1912 o Sr. Ricardo Cantanhede, arrendatário do depósito do seringal Santos Dumont, passou a dinamizar e exploração da borracha naquela região. O local chamava-se ''Depósito Santos Dumont'', primeiro nome de Jaru, quando em 1917, Rondon instalou uma estação telegráfica, às margens do rio denominado Jaru, em homenagem aos índios Jaru, habitantes de sua bacia hidrográfica. Com o passar do tempo o povoado foi incorporando o nome da estação telegráfica, sendo chamado de Jaru, como o rio das proximidades. A cidade surgiu em torno de um dos postos telegráficos instalado em 1912 pela Comissão da Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas, chefiada pelo então Cel. Cândido Mariano da Silva Rondon. Porém, o Vale do rio Jaru era ocupado pelos seringais e seringueiros desde o século XIX, apesar da resistência imposta pela nação dos Jarus, que a tinham sob seu domínio, ocupando uma extensa área que se estendia desde o rio Jaru, afluente da margem esquerda do rio Ji-Paraná, até às margens do alto curso do rio Madeira. Em 1915, a Comissão Rondon procedeu a exploração de estudos do Rio Jaru, mantendo este nome em homenagem aos primitivos habitantes, os Jarus. A ocupação atual do vale do Jaru, ocorreu a partir de 1975, com a instalação do Projeto Integrado de Colonização "Padre Adolpho Rohl", pelo Incra, para assentamentos de colonos oriundos principalmente das regiões Centro Sul do País. Por meio do Decreto n.º , de 30 de janeiro de 1978, com o nome de Jaru, a localização foi transformada em distrito do Município de Ariquemes.O seu desenvolvimento demográfico e econômico resultou na elevação da área do projeto à categoria de município, tendo a localidade de Jaru como sede municipal elevada à categoria de cidade criada pela Lei n.º 6.921, de 16 de junho de 1981, com áreas 42

43 desmembradas do Municípios de Ariquemes e Ji-Paraná. O município recebeu o nome de Jaru, em homenagem ao rio e à nação indígena dos Jarus MARCOS HISTÓRICOS RELEVANTES Elevação a Distrito: 30 de janeiro de 1978 Instalação do Município: 16 de junho de 1981 Aniversário do Município: comemorado em 16 de junho de LOCALIZAÇÃO O município de Jaru se localiza na porção central do estado, na microrregião de Ji-Paraná e mesorregião do Leste Rondoniense, conforme a figura a seguir. O acesso ao município, a partir de Porto Velho, se dá pela BR-364, no sentido sudeste. Vias de Acesso a Jaru MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 3.4. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 43

44 HIDROGRAFIA Conforme pode ser observada na figura abaixo, o Estado de Rondônia está inserido na Bacia Amazônica. A Bacia Amazônica possui aproximadamente de Km2 e é considerada a maior bacia hidrográfica do mundo. O seu rio principal, o Amazonas, possui km de extensão é considerado o mais extenso do mundo. Por sua vez, segundo Lima (1997) e confirmado pela SEDAM (2000), a hidrografia de Rondônia é formada por três bacias principais (bacia hidrográfica do Rio Madeira, bacia hidrográfica do Rio Guaporé/Mamoré e bacia hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou Machado) e por uma bacia secundária (bacia hidrográfica do Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida). 44

45 Fonte: Banco de Informações e Mapas da Secretaria Executiva do Ministério dos Transportes. O município de Jaru apresenta principalmente os seguintes cursos d água: Rio Jaru, Rio Ubirajara, Rio Branco, Rio São Domingos, Igarapé Boa Fonte, Rio Camarana (sub-bacia do Rio Jaru). Igarapé Bom Jardim, Igarapé Paraíso, Igarapé São João e Rio Taquifone (Sub-bacia do Rio JiParaná ou Machado). Todos os cursos d água citados são afluentes do Rio Jaru (sub-bacia do Rio Jaru) que, por sua vez, é a fluente do Rio Ji-Paraná ou Machado. Logo, todos estão inseridos na Bacia do Rio Ji-Paraná ou Machado (bacia principal), conforme observado na figura abaixo. 45

46 Bacia Hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou Machado O Rio Ji-Paraná ou Machado nasce e termina em solo rondoniense; suas nascentes estão localizadas na Chapada dos Parecis, no Planalto de Vilhena, onde nascem os Rios Pimenta Bueno ou Apidiá (nome indígena) e Barão de Melgaço ou Comemoração de Floriano, que vão se juntar, à altura da cidade de Pimenta Bueno, para formar o maior rio rondoniense em extensão. O Rio Ji-Paraná ou Machado atravessa Rondônia no sentido sudeste-norte, indo desembocar no Rio Madeira, próximo a Vila de Calama. São afluentes da sua margem esquerda o Igarapé Marreta, Igarapé Luiz de Albuquerque, igarapé Jassuarana, Rio São Pedro, Rolim de Moura ou Antônio João, Rio Muqui ou Ricardo Franco, Igarapé Primavera, Igarapé Bandeira Preta, Rio Urupá, Igarapé Nazaré, Rio Boa Vista, Igarapé Toledo ou Jacaré, Rio Juruá e o Rio Preto/Jacundá. Na margem direita, são afluentes o Riozinho, Igarapé Pirara, Igarapé Grande, Igarapé Leitão, Ribeirão Riachuelo, Igarapé da Prainha, Igarapé Lourdes, Igarapé Jatuarana, Igarapé Água Azul, Igarapé Cajueiro, Igarapé Tarumã, Rio São João, Igarapé Traíra e Igarapé São Rafael. Neste trabalho é adotada a divisão apresentada por Lima (1997), onde é considerada a divisão em três bacias principais (bacia hidrográfica do Rio Madeira, bacia hidrográfica do Rio Guaporé/Mamoré e 46

47 bacia hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou Machado) e uma bacia secundária (bacia hidrográfica do Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida) SOLO O estado de Rondônia forma um complexo mosaico de diferentes tipos de solo, sendo estes relacionados à heterogeneidade climática, de vegetações e à hidrologia da região. De acordo com o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Rondônia, ocorre a predominância de Latossolos, cobrindo 46% do estado. De forma geral, os latossolos são bastante intemperizados, apresentando como principais minerais: derivados da argila, caolinita, gipisita, minerais amorfos e sesquióxidos de ferro e alumínio. Por sofrerem forte lixiviação sua capacidade de troca catiônica é baixa, assim como a quantidade de cálcio, magnésio, potássio e sódio adsorvidos. Os latossolos ocorrem geralmente em áreas de relevo mais plano. Já os Cambissolos correspondem a aproximadamente 10% do território do estado. São solos pouco a moderadamente profundos e com o ocorrência nas encostas das colinas. No estado, em sua maioria, desenvolveram-se a partir de rochas ácidas possuindo, em geral, baixa fertilidade e reação ácida. Em função do seu relevo acidentado e de suas características físicas são muito suscetíveis à erosão se desprovidos de cobertura vegetal. Solos com características hidromórficas ocupam cerca de 10% do território. São solos que ocorrem em regiões com excesso de água temporário ou permanente. Isto significa drenagem precária com déficit acentuado de oxigênio fator que normalmente restringe o crescimento vegetal, embora existam várias espécies adaptadas a estas condições. Os Argissolos correspondem a 6% dos solos do estado. Caracterizam-se pelo gradiente textural entre os horizontes (Bt), ácidos, frequentemente álicos e distróficos, com baixa saturação de bases. Os Neossolos Quartzarênicos ocupam aproximadamente 5% da superfície do estado. São bastante comuns na Chapada dos Parecis, bem como nas zonas sul e leste do Estado e na Serra dos Pacaás Novos, entretanto, raramente ocorrem na zona centro-oeste do estado. Em geral, estes solos apresentam baixa 47

48 capacidade de retenção de umidade e fertilidade natural muito deficiente. A capacidade de troca catiônica é baixa, apresentando reação bastante ácida. Já os Neossolos Litólicos ocupam cerca de 3,5% de Rondônia, são normalmente encontrados em terrenos de forte declividade e erodidos. Freqüentemente são predegosos e devido à sua escassa profundidade e relevo, dificilmente são agricultáveis. Os Planossolos, de ocorrência rara, encontram nas terras baixas sujeitas a inundação durante a estação das chuvas ou em zonas de relevo ondulado suave sujeitas a pequenos excessos de água. Apresentam problemas de fertilidade, acidez, alta saturação de alumínio e baixa capacidade de troca catiônica. Conforme pode ser observado no mapa a seguir, o município de Jaru é constituído predominantemente de Latossolos Vermelhos nas áreas planas e de Cambissolos nas áreas mais acidentadas, possuindo manchas de Neossolo Regolítico ao sul e Latossolo Amarelo ao norte VEGETAÇÃO 48

49 O Estado de Rondônia, por se localizar em uma área de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado apresenta grande diversidade de formações vegetais. Esta grande diversidade está também relacionada às características climáticas e condições geo-edáficas da região. Segundo o IBGE, o Bioma Amazônia ocupa 98,8% do estado. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A vegetação é bastante diversificada e complexa, já que é formada principalmente pela floresta amazônica, com sua biodiversidade reconhecida internacionalmente. Encontra-se na região grande variedade de madeiras de lei. Merece destaque especial as reservas indígenas e biológicas da Microrregião, significando uma heróica resistência à devastação florestal, o que ocorre principalmente em virtude da expansão urbana, da indústria madeireira e do acelerado processo agropecuário. A formação predominante é a Floresta Ombrófila Aberta, que ocorre em praticamente todas as regiões do estado, seguida pela Floresta Ombrófila Densa, que se diferencia da aberta pela maior densidade e maior porte dos indivíduos arbóreos. Em ambas ocorrem indivíduos arbóreos com cipós, bromélias e orquídeas e não há falta de umidade durante o ano. 49

50 O município de Jaru localiza-se em área cuja cobertura vegetal constitui-se, conforme a figura abaixo, predominantemente de Áreas Antropizadas com resquícios (manchas) de Floresta Ombrófila Aberta Submontana. Ocorrem ainda, em menor quantidade, algumas áreas de Floresta Ombrófila Densa e transição desta para Savana ao Sul do município. A fragmentação florestal é característica que ocorre ao longo dos eixos rodoviários formados pela BR 429 e BR 364, devido à intensa atividade agropecuária FAUNA As principais espécies de animais encontradas no município são: capivara, veado catingueiro, ouriço, tatu, cotia, jaguatirica, ratão do banhado, lontra, paca, teiú (lagarto). Também existem muitos pássaros como: baitaca, juriti, inhambu, sabiá, rolinha, coleirinha, jacu, anu, socó, etc CLIMA No caso de Jaru a predominância de clima é do tipo quente e úmido com inverno seco e temperatura média anual de 26 graus RELEVO 50

51 As maiores altitudes do Estado encontram-se na Serra dos Pacaás Novos, com cotas acima de 1000 metros. Outras serras importantes são a Serra dos Uopianes (600m), Serra da Providência (500m), Serra Moreira Cabral (600m). Destaca-se também a Superfície Tabular de Vilhena (Chapada dos Parecis) com quase 650 metros no topo. As mais baixas altitudes encontram-se no vale do rio Madeira na divisa com o estado do Amazonas, com cotas abaixo de 100m de altitude. No vale do rio Guaporé extensas áreas ocupam níveis topográficos muito baixos, entre 100 e 150 metros, configurando extensas áreas alagáveis, mapeadas como Deltas/Cones e Áreas Alagadas, além das planícies e terraços fluviais. A seguir são apresentadas as principais características das unidades geomorfológicas observadas em Jaru segundo os critérios do Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia. PLANÍCIES ALUVIAIS E DEPRESSÕES Este conjunto de unidades geomorfológicas é geneticamente originado por processos agradacionais, realizados, neste caso, em ambientes fluviais na sua maioria e eventualmente por processos lacustres ou associados a áreas com escoamento impedido. Planícies Fluviais São divididas entre Planícies Fluviais dos Rios Principais, que margeiam rios de grande porte e aquelas que margeiam os tributários de menor porte, denominadas de Planícies Fluviais de Rios Secundários. Em relação ao padrão dos rios que geraram estas planícies, foram observados dois padrões principais: o padrão meandrante, associado a uma baixa declividade do perfil longitudinal do rio, não possui energia suficiente para cortar a área em linha reta, necessitando meandrar para encontrar o melhor caminho para o escoamento, e o padrão retilíneo, que não apresenta marcas de paleocanais em forma de meandros. 51

52 Superfícies de Aplanamento As superfícies de aplanamento são o tipo de unidade geomorfológica que ocupa a maior parcela de território do estado de Rondônia. Compreende extensas superfícies aplanadas, tratadas na literatura geomorfológica brasileira como elaboradas por processos de pediplanação. Estas superfícies têm caimento geral no sentido dos grandes rios que cortam o Estado, ou seja, o sistema Guaporé-Mamoré, a oeste, sudoeste e noroeste, o Jí Paraná a nordeste e o Madeira a norte. Superfície de Aplanamento Nível II A principal característica deste aplanamento é o arrasamento generalizado dos materiais de cobertura do cráton, com exposição do embasamento cristalino, composto por rochas graníticognáissicas. Nível II (< 300m) com Dissecação Baixa e Muitos Tors e Hillocks Residuais Nível II (< 300m) com Dissecação Média e Nenhum ou Esporádicos Inselbergs e Tors Agrupamentos de Morros e Colinas (D.3) Esta unidade geomorfológica compreende relevos em formas de morros e colinas e representam relevos residuais, associado a diferentes embasamentos litológicos e não possui controle estrutural evidente. Apresenta-se como uma área de colinas e morros dissecados pela ação fluvial, circundado por áreas aplanadas. Recebem denominação de serras, em função de desníveis de até 150m. Aberto com Colinas / Inselbergs Baixos e Médios Neste modelado os topos são convexizados, com vertentes convexas preferencialmente, embora as baixas possam se apresentar côncavas. Vales medianamente entalhados e predominantemente com perfil em V. Nas drenagens de maior ordem ocorrem vales abertos com planícies alveolares. A drenagem apresenta preferencialmente padrão dendrítico. Denso com Colinas / Inselbergs Médios e Altos 52

53 Este conjunto de colinas e morros apresenta entalhamento dos vales que ocupam o intervalo entre 40m e 100m. Nesta unidade, predominam perfis de topos e vertentes convexos e vales encaixados. Localmente ocorrem vertentes côncavas associadas a vales pedimentados ou mais largos. UNIDADES ESTRUTURAIS/DENUDACIONAIS Agrupamentos de Morros e Colinas com Controle Estrutural - Agrupamentos Abertos Este conjunto de relevos apresenta como características principais a ocorrência de controle estrutural, refletido pela diferenciação litológica e de sua estrutura. O padrão de formas predominante é composto pela suave dissecação fluvial, conformando colinas médias a amplas com topos convexizados, vertentes retilíneas e declividades médias máximas de 5%. As cotas topográficas indicam valores de 400 m nas áreas de topos e 250 m nas áreas mais baixas. O município de Jaru é constituído predominantemente de Superfícies de Aplanamento de Dissecação Média com Nenhum ou Esporádicos Inselbergs e Tors com áreas de Agrupamentos Densos e Abertos de Colinas na porção central, que ocorrem também ao norte. Observa-se na figura que ao norte ocorrem ainda áreas de Controle Estrutura (Agrupamentos Abertos) e Superfícies de Aplainamento de Dissecação Baixa e muitos Tors e Hillocks Residuais no extremo sul. 53

54 GEOLOGIA Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM, 1999), o estado de Rondônia está localizado à oeste da região conhecida como Província Tapajós, de acordo com a compartimentação elaborada por Almeida et al. (1977), também recebendo a denominação de Subprovíncia Madeira, segundo a proposta de Amaral (1984). Fonte: Serviço Geológico Brasileiro (CPRM, 1999). 54

55 Uma síntese do conhecimento sobre a região de Rondônia foi publicada Amaral (1984) quando da caracterização geológica da Subprovíncia Madeira, conforme figura abaixo. Fonte: Serviço Geológico Brasileiro (CPRM, 1999). A análise integrada dos dados petrológicos, petrográficos, geocronológicos, geofísicos e estruturais disponíveis permitiu a elaboração de um esboço tectono-estratigráfico aplicável ao estado de Rondônia (figura abaixo), de onde se depreende que ainda há limitações para o estabelecimento de compartimentações tectônicas, como as propostas pelos diversos autores que discorrem sobre a geologia da região. Em razão de tais limitações, os autores propõem para a identificação da região objeto, a aplicação da denominação Faixa Orogênica Policíclica Guaporé (extensa zona tectônica que envolve um amplo segmento litosférico, palco de deformações policíclicas, relações metamórficas complexas, granitização significativa, migmatização sintectônica e retrabalhamento crustal, produto de uma evolução segundo processos superimpostos no curso de um ou mais ciclos orogênicos). 55

56 Fonte: Serviço Geológico Brasileiro (CPRM, 1999). O município de Jaru está sobre formações cuja descrição geral das unidades geológicas encontradas, segundo os critérios do Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia (SEDAM, 2000), estão a seguir apresentadas: Supergrupo Guajará-Mirim (Proterozóico Superior Ma) A Orogenia Rondoniana foi seguida por uma fase de extensão crustal - colapso orogênico. Essa fase é indicada como a Bacia de Rondônia e compreende as seguintes formações: Formação Prosperança; Formação Palmeiral, e; Formação Beneficente. A Formação Palmeiral está subdividida em Graben de São Lourenço, Graben dos Pacaás Novos e Graben dos Uopianes. Essas rochas foram agrupadas como Supergrupo Guajará-Mirim. Esse supergrupo compreende as seqüências litológicas depositadas em dois tipos de bacias: (1) bacias epicontinentais rasas, arqueadas e em forma de pires e 56

57 (2) estruturas de rift ou meio-grabens profundos, limitados por falhas lístricas. O primeiro tipo compreende as bacias de São Lourenço-Palmeiral (NPpl), Prosperança (NPpr) e Beneficente (NPbe). O segundo grupo esta reunido no Grupo Pacaás Novos, formado por três seqüências do tipo finingupwards, nomeadas (do topo para a base) de formação Conglomerado-Arenito Palheta (NPpl), formação Conglomerado-Arenito-Arcóseo Rio Ouro Preto (NPop) e formação Conglomerado-Arenito Rio Pacaás Novos (NPpn). NPop - unidade Conglomerado-Arenito-Rio Ouro Preto - seqüência do tipo fining-upward. O relevo sugere predominância de camadas menos endurecidas (arcóseos, argilitos). NPpn - unidade Conglomerado-Arenito Rio Pacaás Novas: seqüência do tipo fining-upward. Predominância de ortoquartizitos bem acamadados. Supergrupo Faixa de Xistos Rondonianos (<1.250 Ma - >1.000 Ma) Constituem em uma seqüência de (meta) pelitos, (meta) arenitos, sedimentos químicos, incluindo chert, camadas ferríferas, rochas calcissilicatadas e turmalinitos, além de (meta) básicas e (meta) tufos. Um número de pequenos stocks de biotita-granitos, tardi- a pós-rondoniano, geralmente associados com uma ampla zona de diques micrograníticos, aplíticos, pegmatíticos, soleiras e veios de quartzo, também está reunido nesse Supergrupo (MPgr). Está dividido nos seguintes grupos: MPi - Grupo (Meta) Vulcano-Sedimentar Indiferenciado. MPmr - Grupo (Meta) Vulcano-Sedimentar Mutumparaná-Roosevelt: uma seqüência dobrada, porém essencialmente não-metamórfica a epimetamórfica, composta de arenito, argilito, chert, arenito hematítico, ardósia, filito, quartzito (micáceo), formação ferrífera, metatufo, gabro e diabásio. O grau metamórfico pode ser descrito como facies xisto-verde de mais baixo grau a não metamórfico. Eventos Magmáticos Bimodais Anorogênicos Pré-Rondonianos (1.600 Ma Ma) Antes da Orogenia Rondoniana, o complexo embasamento Rio Negro-Juruena foi invadido por corpos magmáticos bimodais. Esses eventos materializam os mais proeminentes complexos graníticos do Estado. Do mais velho para o mais novo, se distinguem: a Suíte Rapakivi Serra da Providência (

58 Ma Ma), a Suíte Alcalina Santo Antônio-Teotônio (1.540 Ma Ma) e os Granitos Rapakivi Jovens de Rondônia (1.310 Ma Ma). Suíte Intrusiva Teotônio/Rochas Básicas Associadas MPteg - Suíte Intrusiva Teotônio: é constituída de (quartzo-) alcalifeldspato-granito e faialitaclinopiroxênio-quartzo-alcalifeldspato-sienito, cortados por meladiorito simplutônico. O Maciço Santo Antônio contém monzogranito, sienogranito e quartzo-monzogranito. Suite Rapakivi Serra da Providência/Rochas Básicas Associadas Embasamento Pré-Rondoniano, Polimetamórfico, de Médio a Alto Grau (> Ma) Consiste, principalmente, de para e ortognaisses, anfibolitos e migmatitos, com relitos locais de granulito e outras rochas catazonais. Enclaves de kinzigitos provavelmente formaram-se como rochas ricas em alumínio, juntamente com a formação de líquidos fundidos de composição granitóide. Os ortognaisses compreendem granodioritos, tonalitos e granitos metamorfoseados. PMP - Complexo Embasamento Pré-Rondoniano (indiferenciado) : PMPja - Supergrupo Gnaisse-Migmatito Jaru - ortognaisses de origem granítica, granodiorítica, tonalítica, charnoquítica, enderbítica e charnoenderbítica. Os paragnaisses incluem biotita-gnaisse, kinzigitos, rochas calcissilicatadas e, subordinadamente, anfibolitos, granulitos máficos e granitos e migmatitos anatexíticos. PMPja1 - Enderbitos. PMPja2 - Charnoquitos. PMPja3 - Kinzigitos. PMPja4 - Granitos de Anatexia. A geologia do Município de Jaru, conforme a figura a baixo, constitui-se predominantemente do Supergrupo Gnaisse-Migmatito Jaru (PMPja), com manchas das variações Granitos de Anatexia (PMPja4) e Charnoquitos (PMPja2). O sul do município diferencia-se por predominar a Formação Ouro Preto (NPop) com áreas da Unidade Rio Pacaás novas (NPpn) e do Grupo (Meta)VulcanoSedimentar Indiferenciado. À nordeste encontra-se uma área de Grupo (Meta)Vulcano- Sedimentar Mutumparaná-Roosevelt. 58

59 3.5. CARACTERIZAÇÃO SOCIO ECONÔMICA POPULAÇÃO E RENDA Renda Longevidade Educação IDHM Fonte: Pnud, Ipea e FJP COMPONENTES O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Jaru é 0,689, em O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699). Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,272), seguida por 59

60 ,352 0,514 0,689 Longevidade e por Renda. Entre 1991 e 2000, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,181), seguida por Renda e por Longevidade. PERFIL DO MUNICÍPIO DE JARU ÁREA SOCIAL INFORMAÇÃO FONTE ANO QUANTIDADE UNIDADE População Censitária - Total IBGE habitantes População - Contagem IBGE habitantes População - Estimativa IBGE habitantes Número de Domicílios - Total IBGE unidades Matrículas na Creche MEC/INEP alunos Matrículas na Pré-escola MEC/INEP alunos Matrículas no Ensino Fundamental MEC/INEP alunos Matrículas no Ensino Médio MEC/INEP alunos Matrículas no EJA- Ensino Fundamental MEC/INEP alunos Matrículas no EJA - Ensino Médio MEC/INEP alunos Matrículas na Educação Especial MEC/INEP alunos Matrículas na Educação Profissional MEC/INEP alunos ECONOMIA INFORMAÇÃO FONTE ANO QUANTIDADE UNIDADE 60

61 População Economicamente Ativa IBGE pessoas Homens IBGE pessoas Mulheres IBGE pessoas População Ocupada IBGE pessoas Número de Estabelecimentos MTE unidades Emprego - admissão MTE Jan/Mai pessoas Emprego - desligamento MTE Jan/Mai pessoas Emprego - saldo MTE Jan/Mai pessoas Empregos Formais MTE 1º jan/ pessoas Balança Comercial - Exportação MDIC/SECEX Jan / Abr US$ FOB Balança Comercial - Importação MDIC/SECEX Jan / Abr US$ FOB Balança Comercial - Saldo MDIC/SECEX Jan / Abr US$ FOB Produção de arroz LSPA/IBGE jun/13 36 toneladas Produção de banana LSPA/IBGE jun/ toneladas Produção de cacau LSPA/IBGE jun/13... toneladas Produção de café LSPA/IBGE jun/ toneladas Produção de feijão LSPA/IBGE jun/13 82 toneladas Produção de mandioca LSPA/IBGE jun/ toneladas Produção de milho LSPA/IBGE jun/ toneladas Bovino IBGE cabeças Equino IBGE cabeças Suíno IBGE cabeças Ovino IBGE cabeças 61

62 Aves IBGE cabeças Valor Adicionado Bruto(VAB) a Preços Básicos - Total IBGE/SEPLAN R$ VAB a Preços Básicos - Agropecuária IBGE/SEPLAN R$ VAB a Preços Básicos - Indústria IBGE/SEPLAN R$ VAB a Preços Básicos - Serviços IBGE/SEPLAN R$ Valor Adicionado Fiscal (VAF) - Total SEFIM R$ 1,00 Receitas Municipais Orçamentárias FINBRA R$ 1,00 Receitas Municipais Correntes FINBRA R$ 1,00 Total de ICMS Arrecadado SEFIM R$ 1,00 INFRA-ESTRUTURA INFORMAÇÃO FONTE ANO QUANTIDADE UNIDADE Volume de Água Faturada CAERD m³ Consumo de Energia Elétrica - Total ELETROBRÁS mwh Consumidores de Energia Elétrica - Total ELETROBRÁS cliente INDICADOR ES INFORMAÇÃO FONTE ANO QUANTIDADE UNIDADE Densidade Demográfica IBGE ,66 hab/km 2 Grau de Urbanização IBGE ,50 % Índice de Desenvolvimento Humano - IDH PNUD % IDHM Renda PNUD % IDHM Longevidade PNUD % IDHM Educação PNUD % 62

63 Índice de Desenvolvimento Humano - IRFS CNM ,488 % Índice de Desenvolvimento Humano - IRFS Fiscal CNM ,546 % Índice de Desenvolvimento Humano - IRFS Gestão CNM ,493 % Índice de Desenvolvimento Humano - IRFS Social CNM ,425 % Taxa de Mortalidade IBGE ,82 % Taxa de Natalidade IBGE ,39 % PIB Per Capita IBGE/SEPLAN R$ 1,00 Produto Interno Bruto - PIB IBGE/SEPLAN R$ Índice de Idosos IBGE ,15 % Razão de Dependência IBGE ,26 % Razão de Sexo IBGE ,0 % Taxa de Analfabetismo de 15 anos ou mais IBGE ,7 % Fonte : SEPLAN -RO EVOLUÇÃO Entre 2000 e 2010 O IDHM passou de 0,514 em 2000 para 0,689 em uma taxa de crescimento de 34,05%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 36,01% entre 2000 e Entre 1991 e 2000 O IDHM passou de 0,352 em 1991 para 0,514 em uma taxa de crescimento de 46,02%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 25,00% entre 1991 e Entre 1991 e 2010 Jaru teve um incremento no seu IDHM de 95,74% nas últimas duas décadas, acima da média de crescimento nacional (47,46%) e acima da média de crescimento estadual (69,53%). O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 52,01% entre 1991 e Ranking 63

64 Jaru ocupa a 2199ª posição, em 2010, em relação aos municípios do Brasil, sendo que 2198 (39,50%) municípios estão em situação melhor e (60,49%) municípios estão em situação igual ou pior. Em relação aos 52 outros municípios de Rondônia, Jaru ocupa a 9ª posição, sendo que 8 (15,38%) municípios estão em situação melhor e 43 (82,69%) municípios estão em situação pior ou igual. População Entre 2000 e 2010, a população de Jaru teve uma taxa média de crescimento anual de 0,30%. Na década anterior, de 1991 a 2000, a taxa média de crescimento anual foi de 0,87%. No Estado, estas taxas foram de 1,01% entre 2000 e 2010 e 1,02% entre 1991 e No país, foram de 1,01% entre 2000 e 2010 e 1,02% entre 1991 e Nas últimas duas décadas, a taxa de urbanização cresceu 21,03%. Estrutura Etária Entre 2000 e 2010, a razão de dependência de Jaru passou de 59,78% para 47,49% e a taxa de envelhecimento evoluiu de 3,65% para 5,62%. Entre 1991 e 2000, a razão de dependência foi de 79,01% para 59,78%, enquanto a taxa de envelhecimento evoluiu de 2,24% para 3,65%. Longevidade, mortalidade e fecundidade A mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano) em Jaru reduziu 44%, passando de 26,5 por mil nascidos vivos em 2000 para 14,6 por mil nascidos vivos em Segundo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, a mortalidade infantil para o Brasil deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em Em 2010, as taxas de mortalidade infantil do estado e do país eram 18,0 e 16,7 por mil nascidos vivos, respectivamente. A esperança de vida ao nascer é o indicador utilizado para compor a dimensão Longevidade do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Em Jaru, a esperança de vida ao nascer aumentou 10,1 anos nas últimas duas décadas, passando de 64,5 anos em 1991 para 67,6 anos em 2000, e para 74,5 anos em Em 2010, a esperança de vida ao nascer média para o estado é de 73,0 anos e, para o país, de 73,9 anos. 64

65 DADOS ECONÔMICOS A distribuição do PIB gerado no município de Jaru apresenta maior contribuição na conta de Serviços, cerca de 50%. A Agropecuária e Indústria contribuem juntas com 40% do valor total. Tabela: Dados Econômicos Indicadores Econômicos. PIB Produto Interno Bruto Em Reais (R$) a. PIB (b+c+d+e) b. Agropecuária c. Indústria d. Impostos e. Serviços g. Pib per capita População Fonte: IBGE Os dados expressam o comportamento das contribuições setoriais no período de 2002 a 2010 na formação do PIB do município. No mesmo período, ainda que tenha apresentado variações negativas, a indústria surge com forte tendência ao crescimento. Atividades econômicas Agricultura: Arroz, Feijão, Café, Cacau, Milho, Banana, Mandioca, Algodão herbáceo entre outras espécies. Pecuária Extrativismo Mineral: ouro e cassiterita Extrativismo Vegetal: cedro, mogno e angelim ALGUMAS INDÚSTRIAS: o Indústria de Comércio de Café. o Indústria e Comércio de Transformação de Frutas. 65

66 o Indústria de Lacticínios o Indústrias e Comércio de Madeiras o Cerealistas Perfil de Renda da População Tabela: Dados Econômicos Indicadores de Nível e Composição da Renda Renda Per Capita ,26 575,14 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano/PNUD Tabela: Dados Econômicos - Desigualdades Classe % + ricos 40% + pobres 21,38% 19,52% 20% + ricos 40% + pobres 14,36% 13,28% 10%+ ricos / 40% + pobres: É uma medida do grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capita. Compara a renda média dos indivíduos pertencentes ao décimo mais rico da distribuição com a renda média dos indivíduos pertencentes aos quatro décimos mais pobres da mesma distribuição. 20% + ricos / 40% + pobres: É uma medida do grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capita. Compara a renda média dos indivíduos pertencentes aos dois décimos mais ricos da distribuição com a renda média dos indivíduos pertencentes aos quatro décimos mais pobres da mesma distribuição. Índice de Gini ,56 0,49 66

67 Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula). Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD Tabela: Nível de Renda Domiciliar por Faixas da População Classe % Renda per capita média do 1º quinto + pobre 2,49 3,83 % Renda per capita média do 2º quinto + pobre 9,49 12,42 % Renda per capita média do 3 º quinto + pobre 21,17 25,43 % Renda per capita média do 4 º quinto + pobre 39,14 45,72 % Renda per capita média do quinto + rico 60,86 54,28 Nível de Renda Domiciliar por Faixas da População É a média da renda familiar per capita dos indivíduos pertencentes às partes mais pobres e mais ricas da distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capita. Que equivale ao percentual da tabela acima. Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano EDUCAÇÃO O IBGE aponta que, segundo o Censo de 2010, da população com mais de 10 anos de idade, a cidade de Jaru possuía habitantes sem instrução ou com menos de 1 ano de estudo, equivalentes a 4,3% do total de residentes. A distribuição pelas demais faixas está indicada na tabela abaixo. Instrução - Pessoas residentes com 10 anos ou mais de idade 67

68 Sem instrução e menos de 1 ano de estudo habitantes - 1 a 3 anos de estudo habitantes - 4 a 7 anos de estudo habitantes - 8 a 10 anos de estudo habitantes - 11 a 14 anos de estudo habitantes - 15 anos ou mais de estudo habitantes O mesmo instituto indica que em 2010 a rede de ensino fundamental, médio e pré-escolar era a indicada na tabela a seguir. 68

69 MORBIDADES HOSPITALARES MORBIDADES HOSPITALARES ÓBITOS

70 Total 14 Homens 9 Mulheres 5 Óbitos - doenças- infecciosas e parasitária total 0 Óbitos - doenças- infecciosas e parasitárias homens 0 Óbitos - doenças- infecciosas e parasitárias mulheres 0 Óbitos - neoplasias - tumores - total 1 Óbitos - neoplasias - tumores - homens 0 Óbitos - neoplasias - tumores - mulheres 1 Óbitos - doenças - sangue, órgãos hematológicos, trasntornos imunitários - total 1 Óbitos - doenças - sangue, órgãos hematológicos, trasntornos imunitários - homens Óbitos - doenças - sangue, órgãos hematológicos, trasntornos imunitários - mulheres 1 0 Óbitos - doenças - endócrinas, nutricionais e metabólicas total 3 Óbitos - doenças - endócrinas, nutricionais e metabólicas homens 3 Óbitos - doenças - endócrinas, nutricionais e metabólicas mulheres 0 Óbitos - doenças - sistema nervoso - total 1 Óbitos - doenças - sistema nervoso - homens 1 Óbitos - doenças - sistema nervoso - mulheres 0 Óbitos - doenças - aparelho circulatório total 2 Óbitos - doenças - aparelho circulatório homens 1 Óbitos - doenças - aparelho circulatório mulheres 1 Óbitos - doenças - aparelho respiratório total 6 Óbitos - doenças - aparelho respiratório homens 3 Óbitos - doenças - aparelho respiratório mulheres 3 70

71 Fontes: Ministério da Saúde, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS NOTA 1: Atribui-se zeros aos valores dos municípios onde não há ocorrência da variável. NOTA 2: Atribui-se a expressão dado <b>não Fonte: IBGE Censo NÚMERO DE CASOS DE AIDS REGISTRADO 2010 Casos de aids identificados no Estado de Rondônia Ano Diagnóstico Freqüência TOTAL 92 DATASUS TAXA DE MORTALIDADE DE MENORES DE 5 ANOS DE IDADE A CADA MIL 71

72 NASCIDOS VIVOS Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM CONTAS MUNICIPAIS LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL MUNICÍPIO: JARU - RO (p) 1 - Resultado Orçamentário (% RC) (3,79) 0,28 2,45 (0,30) 2 - Poupança Corrente Líquida - PCL (% RC) 1,80 14,89 8,49 14,03 Investimento Total (% RC) 7,39 23,01 7,27 30,44 PCL / Investimento Total 0,24 0,65 1,17 0, Resultado Primário (% RC) (6,37) (8,93) 1,62 (16,05) Primário / Serviço da Dívida Líquido 4, Limites Legais e Constitucionais: Saldo de Caixa / Restos a Pagar 1,26 1,19 1,31 4, Pessoal - Poder Executivo (% RCL ; < 54% ; RGF) 52,79 47,03 49,63 50,31 Pessoal&Encargos - bruto (% RC) 51,44 44,99 47,67 40, Serviço Dívida (% RC ; < 11,5%) 0,01 0,48 1,02 1, Dívida Consolidada Líquida (%RCL ;<120% ; RGF) 3,22 3,61 4, Ensino - Manutenção&Desenvolvi/o (%Impostos) Função Educação (% RC) 31,59 31,14 31,92 30, Saúde - Ações&Serviços Públicos (%Impostos) Função Saúde (% RC) 25,39 21,59 20,94 19, Função Saneamento (% RC) 14,65 11,56 11,64 12, Patrimônio Líquido (% RC) 32,35 42,66 (53,10) Resultado Nominal (% RC) 72

73 3.6. COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DE RONDÔNIA (CAERD) INTRODUÇÃO A caracterização do sistema da sede municipal foi feita a partir de dados do Diagnóstico em 2006, pela empresa COBRAPE, os quais foram atualizados com informações fornecidas pela CAERD. A atual prestação dos serviços de abastecimento de água está a cargo da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia CAERD ASPECTOS OPERACIONAIS EXECUÇÃO DE SERVIÇOS 73

74 A execução dos serviços pelas equipes de operação e manutenção da CAERD divide-se em ações rotineiras e ações eventuais e ou emergenciais. Nas ações rotineiras, incluem-se substituição de hidrômetros, limpeza de redes de água, substituição de tubulações, etc. As ações eventuais e ou emergenciais decorrem de solicitações e ou reclamações dos usuários e ainda de situações observadas pela própria equipe da CAERD, identificadas nas inspeções das vias públicas. Entre os serviços executados podem ser citados: ligação de água, eliminação de vazamentos, de entupimentos e de infiltração, transferência de cavaletes etc. Importante destacar como rotina operacional, a produção e adução de água tratada. Para a realização dessas ações, não existem prazos e metas estabelecidos, o que prejudica o monitoramento da eficiência e eficácia dos serviços realizados GESTÃO COMERCIAL Não existem critérios específicos e políticas comerciais pré-definidas implementados, a gestão comercial pauta-se pela atividade de medição e cobrança dos serviços prestados aos usuários do sistema de abastecimento de água potável ATENDIMENTO AO PÚBLICO O atendimento ao público, na estrutura organizacional da CAERD, é realizado pela seção de Expediente, Protocolo e Arquivo, na sede da empresa ou postos de atendimento, de forma presencial ou por telefone. As solicitações e ou reclamações efetuadas pelos usuários são as mais diversas possíveis, entre elas identificamos as principais: ligação de água, mudança de cavalete, vazamento de água rede, vazamento cavalete, verificação de vazamento interno e outros. Para toda solicitação e ou reclamação é aberta uma ordem de serviço que é enviada ao setor responsável pela execução do mesmo, porém não existe um controle e ou acompanhamento do prazo para realização dos serviços solicitados pelo usuário LEITURA E EMISSÃO DE CONTAS 74

75 As leituras são realizadas mensalmente pelo setor de hidrometria que registra o consumo de água indicada pelo hidrômetro CORTE E RELIGAÇÃO DE ÁGUA O procedimento para realização do corte de água funciona da seguinte maneira: quando o usuário deixa de pagar duas contas de água, o setor da Dívida Ativa envia uma notificação com prazo para pagamento até três dias da data de emissão. Se não houver pagamento nesse prazo, o setor entra em contato para tentar solucionar o problema e, em alguns casos, oferece a possibilidade de parcelamento da dívida. Com isso, perdem-se mais alguns dias. Se o usuário não liquidar a dívida, a equipe do setor de Abastecimento é acionada para realizar o corte da água, por meio de um formulário denominado Extrato de Débito. O procedimento para religação da água funciona da seguinte maneira: o usuário comunica e comprova o pagamento realizado pelo atraso da conta. O critério de tarifação da CAERD de Jaru, e de outros serviços da região, apresenta peculiaridades em relação à forma usual de se fazer à medição. Em Jaru as contas são elaboradas sem considerar o método da cumulatividade. Pelo padrão usual o valor das tarifas é calculado em cascata levando-se em conta cada faixa. Por exemplo: uma economia que consome 20 m³ por mês teria sua conta normalmente fixada pelo valor da somatória de 10m³ da primeira faixa com 10m³ da segunda faixa. Em Jaru o valor fixado será de 20m² na segunda faixa. Esta alteração tende a exponencializar a diferença nos valores médios por m³, conforme se elevam os consumos. No entanto no caso de Jaru este efeito é minorado em razão da margem de diferença de valores entre as faixas ser mais baixo que o usual. A estrutura atualmente aplicada no município é a seguinte POLÍTICA TARIFÁRIA 75

76 As tarifas de água e coleta/afastamento de esgoto vigentes estão fixadas no Ato nº 204, de , do Superintendente do CAERD e os valores são apresentados nos subitens subseqüentes TARIFA DE ÁGUA DOMÉSTICA - CAERD CLASSE FAIXA TARIFA - R$ ÁGUA ESGOTO - 43% ,50 1,50 0,65 0,65 RESIDENCIAL I (SOCIAL) ,10 1, ,34 1, ,74 1, ,93 1,69 > ,46 1, ,89 2,98 3,10 1,24 1,28 1,33 RESIDENCIAL ,34 1, ,74 1, ,93 1,69 > ,46 1,49 76

77 TARIFA DE ÁGUA COMERCIAL- CAERD TARIFA - R$ CLASSE FAIXA ÁGUA ESGOTO - 43% ,50 1,51 COMERCIAL I (PEQUENOS COMERCIOS) ,33 2, ,49 2,36 > ,16 2, ,50 1,94 COMERCIAL ,33 2, ,49 2,36 > ,26 2, TARIFA DE ÁGUA PÚBLICA- CAERD ,38 5,32 PÚBLICO ,00 5,59 > ,75 5, TARIFA DE ÁGUA INDUSTRIAL- CAERD CLASSE FAIXA TARIFA - R$ ÁGUA ESGOTO - 43% INDUSTRIAL ,38 3,17 > ,30 3, COMPARATIVO DE TARIFAS COM OUTRAS CIDADES E COMPANHIAS Em razão do critério de cálculo diferenciado para observar as diferenças entre as tarifas aplicadas estabeleceu-se o seguinte quadro comparativo em razão de volumes fixos consumidos: CATEGORIA RESIDENCIAL 77

78 Jaru Votorantim SABESP - Metro SABESP - Interior São Caetano do Sul Diadema Sorocaba Qua nt m3 Val or Tari fa Val or Tari fa Diferen ça (%) Valor Diferen Tarifa ça (%) Val or Tari fa Diferen ça (%) Val or Tari fa Diferen ça (%) Val or Tari fa Diferen ça (%) Val or Tari fa Diferen ça ( % ) 0 40% 2% 2% 4% 30% 46 % 28,9 0 17,3 3 28,38 28,3 8 27,7 8 20,2 2 15, % 2% 2% 4% 30% 46 % 28,9 0 17,3 3 28,38 28,3 8 27,7 8 20,2 2 15, % 2% 2% 4% 30% 46 % 28,9 0 17,3 3 28,38 28,3 8 27,7 8 20,2 2 15, % -15% -10% 5% 54% 64 % 43,8 0 37,2 7 50,58 48,1 8 41,6 8 39,2 7 33, % -21% -13% 8% 66% 74 % 60,2 0 49,6 9 72,78 67,9 8 55,5 8 58,3 2 45, % -67% -28% -8% 74% 80 % 76,9 0 70, ,1 8 98,3 8 83,2 8 96,5 2 82, % -92% -35% -16% 79% 84 % 95,6 0 84, , , , , 72 99, % -133% -44% -36% 88% 91 % 174, , , , , , , % -192% -77% -114% 94% 95% 347, , , , , , , CATEGORIA COMERCIAL Qua nt m3 Jaru Votorantim SABESP - Metro SABESP - Interior Val or Valo r Diferen ça (%) Valor Tarifa Diferen ça (%) Valor Tarifa Diferen ça (%) São Caetano do Sul Valor Tarifa Diferen ça (%) Diadema Valor Tarifa Diferen ça (%) Sorocaba Valor Tarifa Diferen ça ( % ) 78

79 Tarif a Tarif a 0 45,00 58, ,00 58, ,00 58, ,65 130,9 8 98,30 174, , , , , , ,3 0-30% 56,96-30% 56,96-30% 56,96-83% 112,36-78% 167,76-89% 273,96-87% 380,16-81% 804,96-27% 56,96-27% 56,96-27% 56,96-57% 90,66-71% 124,36-118% 178,76-148% 233,16-206% 450, % -263% 526, , , , CATEGORIA INDUSTRIAL -27% 36,76-27% 36,76-27% 36,76-27% 64,56-27% 92,36-42% 152,96-52% 213,56-71% 455,96-107% 1.411, 96 18% 44,48 18% 44,48 18% 44,48 10% 87,38 6% 130,28-22% 193,28-39% 256,28-73% 508,28-168% 1.348, 28 1% 56,30 1% 56,30 1% 56,30-22% 98,25-33% 131,00-54% 200,75-67% 240,90-93% 559,00-156% 1.442, % -25 % -25 % -37 % -33 % -60 % -57 % -113 % -174% Jaru Votorantim SABESP - Metro SABESP - Interior São Caetano do Sul Diadema Sorocaba Qua nt m3 Val or Tar ifa Valo r Tarif a Difere nça (%) Valo r Tarif a Difere nça (%) Valo r Tarif a Difere nça (%) Valo r Tarif a Difere nça (%) Valo r Tarif a Difere nça (%) Valo r Tarif a Difere nça ( % ) 0 73, ,5 4-97% 56,96 23% 56,96 23% 47,08 36% 46,18 73% 267, % 5 73, ,5 4-97% 56,96 23% 56,96 23% 47,08 36% 46,18 73% 267, % 10 73, ,5 4-97% 56,96 23% 56,96 23% 47,08 36% 46,18 73% 267, % 79

80 15 110, ,5 4-31% 112,3 6-1% 90,66 18% 6,18 94% 92,18 82% 267, % , ,5 4 1% 167,7 6-14% 124,3 6 16% 145,2 8 2% 138,1 8 86% 267, % , ,5 6-31% 273,9 6-48% 178,7 6 3% 230,3 8-25% 207,3 8 89% 267, % , ,1 2-31% 380,1 6-72% 233,1 6-5% 315,4 8-42% 276,5 8 91% 267, % , ,1 2-31% 804, % 450,7 6-22% 655,8 8-78% 553,3 8 95% 697, % , ,26-46% 1.910,96-162% 1.089,76-49% 1.883,88-158% 1.475,38 97% 1.789,00 98% Faturamento % 2 % 3 % 2 % 83 % Residencial Comercial Público Industrial Especiais BREVE CONCLUSÃO SOBRE A ESTRUTURA TARIFÁRIA DE JARU A estrutura tarifária tenta caracterizar que o segmento residencial é subsidiado pelos segmentos industrial e comercial. No entanto, a pequena participação destes setores no faturamento, principalmente industrial, revela que os grandes consumidores estão fora do sistema público e, portanto, na prática o subsídio não ocorre. 80

81 Esta perversidade comumente observável é resultado da própria estrutura tarifária que ao exagerar nos subsídios acabou por expulsar do sistema público o grande consumidor, ou no caso do segmento comercial estimula a burla e a busca de alternativas ambientalmente equivocadas como a profusão da exploração de poços artesianos. Outro aspecto relevante é a ausência de tarifa social. Segundo informações do Cadastro Único o Município possui aproximadamente famílias que se enquadram no perfil do Programa Federal Bolsa Família. Este contingente representa aproximadamente 20% do total da população, que pagam tarifas médias mais caras que a população em geral por contarem com famílias mais numerosas. Esta situação aponta para a necessidade de revisão da atual estrutura tarifária de forma a garantir acessibilidade por meio de subsídios diretos a população socialmente vulnerável; melhoria da tarifa média, a qual se encontra defasada; e recuperação dos grandes consumidores, que efetivamente poderão subsidiar o sistema público com tarifas mais baixas, mas economicamente viáveis. 81

82 4. DIAGNÓSTICO DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO 4.1. SITUAÇÃO ATUAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Captação e elevatória: A captação de água ocorre no Rio Jarú com 03 conjuntos submersíveis (01 de reserva), instalados sobre flutuantes metálicos que recalcam para a ETA instalada dentro da zona urbana. Adutora: As adutoras até a ETA possuem extensões de m (duas linhas) sendo em PVC Pba 160 mm e de FoFo DN 150 mm. Estação de tratamento de água: ETA do tipo clarificador de contato (filtros Russos), em concreto armado, com capacidade nominal de 150 m³/h. No período de chuva a ETA tem grande consumo de água para lavagem dos filtros devido aumento da turbidez e cor da água bruta. Para solucionar o problema, a CAERD irá instalar em breve um módulo de floco-decantador de 216 m³/h, pré-fabricado, em fibra de vidro. Casa de química: Em alvenaria de tijolo com depósito de produtos químicos, sala de preparo e dosagem de produtos químicos (sulfato de alumínio e cloro gás) e laboratório. A cal não está sendo utilizada devido o ph da água ser elevado. Reservatórios apoiados (RAP): Os reservatórios têm capacidade total de m³ e servem como poços de sucção das elevatórias. Estação elevatória de água tratada do setor 01 (EEAT-1): Faz o recalque da água do RAP para a rede de distribuição do setor 01, com 01 conjunto (sem reserva). A CAERD já providenciou à aquisição do conjunto, porém trata-se de reserva fria, pois não será montado no barrilete da elevatória. 82

83 Estação elevatória de água tratada do setor 02 (EEAT-2): Faz o recalque da água do RAP para o reservatório elevado do setor 02, com 02 conjuntos (01de reserva). O reservatório elevado está temporariamente desativado, pois apresentou vazamento. Reservatório elevado (REL): Em concreto armado com 350 m³, faz a pressurização da rede de distribuição (está temporariamente desativado). Rede de distribuição: A rede existente cobre em torno de 60 % da cidade com m de rede de pvc variando de 50 a 200 mm. O fornecimento de água ocorre de forma intermitente, sendo que o setor 01 é atendido durante 20 h/dia e o setor 02, 12 h/dia. Parte da cidade recebe água com pouca pressão (partes altas), onde o atendimento ocorre no período noturno. Ligações domiciliares: Total de ligações: ligações ativas: 2.991; inativas: 1.054; potenciais + factíveis: 3.671; índice de hidrometração: 40% DIAGNÓSTICO DO SISTEMA SISTEMA PRINCIPAL Manancial: Não foi identificada fonte de poluição a montante da captação e pela imagem de satélite, nota-se um intenso processo de desmatamento na área da bacia hidrográfica do referido Rio para plantio de gramíneas, sendo a pecuária a principal atividade econômica na região. As matas ciliares estão preservadas. Em função do desmatamento, a água possui elevados índices de turbidez e cor no período de chuvas, mas não foi constatada contaminação das águas, de acordo com os exames laboratoriais apresentados pela CAERD. O Rio Jarú é um curso d água de grande porte, onde a sua vazão mínima será suficiente com folga, para atender a ampliação do sistema de abastecimento de água. 83

84 Captação / elevatória / adutora: O sistema está operando dentro dos padrões estabelecidos no projeto, com vazão compatível com a capacidade da ETA. Com as obras de implantação dos sistemas de floco-decantação, será restabelecida a captação, com a troca dos conjuntos motobomba e alteração da concepção de submersível para reautoescorvante sobre flutuante, possibilitando um incremento de vazão de recalque na ordem de 50%, passando de 40 para 60 l/s. As adutoras também foram estudadas e comportam o incremento de vazão desde que trabalhem como dutos paralelos. Em função da ampliação desta unidade, onde estão previstas em breve a substituição dos conjuntos motobombas, flutuantes, mangotes e os sistemas elétricos, não faremos menção quanto às melhorias necessárias nesta unidade. No entorno da captação, as matas ciliares estão preservadas, sendo fundamental a contenção de taludes para evitar o assoreamento do leito do Rio. ETA e casa de química: Devido o aumento da turbidez e cor da água bruta, no período de chuvas, ocasionado pelo desmatamento dentro da área da bacia hidrográfica do Rio Jarú, os filtros Russos tornaram-se ineficientes, sendo necessária a instalação de flocodecantadores, para redução dos componentes físicos dissolvidos na água bruta, sendo a água encaminhada posteriormente para os filtros. A qualidade da água produzida irá melhorar e haverá incremento de vazão de produção de água, pois foram feitos estudos agregando o sistema de flocodecantação ao sistema existente, e os filtros comportarão um incremento de 50 % de produção devido à retenção de 95% dos sólidos em suspensão pelo sistema a ser implantado. Os equipamentos e as instalações da casa de química estão conservados e poderão ser aproveitados na obra de ampliação sem modificações, exceto naturalmente, nas tubulações que levam as soluções dos produtos químicos a ETA, pois haverá mudança no ponto de aplicação. 84

85 Atualmente a água produzida é de boa qualidade, exceto no período de chuva onde a turbidez e a cor da água apresenta-se ligeiramente elevados de acordo com os exames laboratoriais apresentados pela CAERD. Reservatórios apoiado e elevado: Os reservatórios apoiados instalados na área da ETA possuem capacidades para compensar as variações de demandas de água. O reservatório elevado deverá ser ativado, pois no projeto de ampliação do sistema será reaproveitado. Estações elevatórias de água tratada (EEAT): O conjunto da elevatória do setor 01 está operando dentro da normalidade, mas o conjunto do setor 02 está com baixo rendimento, recalcando vazão muito inferior que o dado de placa, de acordo com as medições efetuadas pela equipe de pitometria. A equipe de manutenção da CAERD deverá desmontar a bomba do setor 02 para verificar o estado de conservação do rotor. Constata-se também a necessidade de reforma dos barriletes das bombas, que estão fora de padrão, inclusive com registro de gaveta embutido no piso de concreto, fato que dificultará a desmontagem da cúpula do registro para manutenção da comporta. Os conjuntos motobombas e as instalações elétricas estão conservados, porém é necessário maior proteção aos cabos de energia elétricas que estão parcialmente expostos. Rede de distribuição e ligações domiciliares: A rede existente cobre em torno de 60% das vias existentes e o fornecimento de água ocorre de forma intermitente. As partes altas da cidade somente são abastecidas durante o período noturno. No projeto de ampliação do sistema de abastecimento de água, foi delimitada a rede de distribuição em 02 zonas de pressão, sendo a zona baixa atendida pelo reservatório elevado existente e a zona alta pelo reservatório elevado a ser construído na Rua Dom Pedro II, na parte alta da cidade SITUAÇÃO ATUAL DO SISTEMA DE COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOS 85

86 Não existe Sistema Público de Esgotamento Sanitário na cidade de Jaru. Os esgotos produzidos são lançados normalmente em fossas negras, sem tratamento. Somente em imóveis de padrão elevados são construídas fossas sépticas seguidas de sumidouro para infiltração do esgoto no subsolo, porém, não é comum, a realização de limpezas periódicas do lodo das fossas, tornando o sistema de tratamento ineficiente. 5. AVALIAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS 5.1. SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Cobertura e população atual atendida Para a estimativa da população atualmente atendida foi usado o dado do Diagnóstico COBRAPE CAERD/2006 como o seguinte: - dados da CAERD: ligações totais (ativas + inativas +factíveis); - população atingida: usando a média de 3,40 hab/dom (conforme IBGE 2007) sobre o número de ligações totais significa uma população coberta de habitantes. - cobertura atual: considerando a população do ano de 2013, de habitantes, vê-se que a rede distribuidora está a disposição de apenas 51% da população local. Quantidade ofertada e demanda atual sede municipal Pelos dados do Diagnóstico, a vazão atual ofertada tem seus limites dados em função de duas capacidades distintas: - a de captação, de 298 m³/h, - a de tratamento, que é de 432m³/h. 86

87 A avaliação de demanda atual foi baseada no parâmetro de consumo usado no Diagnóstico COBRAPE CAERD/2006, que foi de 200 litros por habitante ao dia. Nestes termos, em 2010 a demanda média diária seria de 331,7 m³/h podendo atingir a máxima diária de 398,0 m³/h (máxima relativa aos dias de maior consumo no ano). Com base nesta avaliação, pode-se depreender que a oferta da vazão captada não cobre a demanda necessária. Já o tratamento atende com folga a demanda, mesmo a máxima diária. Qualidade do abastecimento As deficiências no atendimento foram avaliadas em termos de possíveis intermitências e ainda da pressão disponível. O Diagnóstico constatou que o fornecimento da água ocorre de forma intermitente, sendo que o setor 01 é atendido durante 20 h/dia e o setor 02, 12 h/dia. Parte da cidade recebe água com pouca pressão (partes altas), onde o atendimento ocorre no período noturno. Medições pitométricas feitas na época do Diagnóstico COBRAPE/CAERD mostraram ruas com pressão de 7mca no horário de pico de consumo (17hs). Principais problemas do sistema O Diagnóstico COBRAPE CAERD indicou os seguintes problemas do sistema de água da sede municipal: - nota-se um intenso processo de desmatamento na área da bacia hidrográfica do rio Jarú, contudo as matas ciliares ainda estão preservadas; - dado o aumento da turbidez da água bruta no período de chuvas os filtros russos tornaram-se ineficientes, sendo necessária à instalação de flocodecantadores, para redução dos componentes físicos dissolvidos na água bruta; - deverá ser eliminada a pressurização direta do setor 01 através de instalação de reservatório para o mesmo, de forma a melhorar o controle operacional e diminuir as perdas na rede; - o sistema tem baixa cobertura e o abastecimento é irregular, necessitando, portanto o sistema de ampliação de oferta significativa; 87

88 - a inexistência de macro-medição não permite um conhecimento e controle melhor da produção do sistema; - a rede apresenta vários pontos de baixa pressão o que torna o abastecimento intermitente e insuficiente; - a baixa hidrometração e o elevado número de ligações inativas são fatores determinantes nas perdas do sistema, aspectos que deverão ser resolvidos para uma melhor sustentabilidade do sistema. - os efluentes da ETA não têm um tratamento adequado, causando impacto significativo no corpo receptor dos resíduos. Principais problemas dos sistemas núcleos urbanos fora da sede Os dados informados sobre os serviços de água dos núcleos urbanos fora da sede indicam que o principal problema consiste na falta de tratamento que torne a água distribuída dentro dos padrões de potabilidade exigidos pela portaria 2914/2011 do MS Ministério da Saúde. Além disso, os sistemas não tem macro-medição, hidrometração, tarifa e cobrança e meios de sustentabilidade financeira SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Cobertura e população atual atendida a) cobertura atual do sistema coletivo O município de Jaru não têm nenhuma cobertura atual de sistema coletivo. b) soluções individuais adotadas e impactos ao meio ambiente Na maioria dos imóveis, os esgotos produzidos são lançados em sumidouros (fossas negras), ou em valas abertas ao longo das vias, sem tratamento prévio, fato que tem elevado os índices de doenças de veiculação hídrica e causada poluição do meio ambiente. Apenas os imóveis de padrão 88

89 elevado possuem sistemas de fossas e sumidouros executados corretamente, porém, não é comum a retirada de gordura das caixas de retenção e também não são realizadas a retirada de lodos decantados nas fossas, tornando o sistema de tratamento ineficiente. Principais problemas dos sistemas coletivos Não existem sistemas coletivos (dinâmicos) de esgotos. Projetos elaborados ou em execução Existe projeto de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário contemplando a população do Município, e que estão assegurado recursos pelo Governo Federal, mediante convênio com o Governo do Estado, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO PARA JARU A projeção das demandas associadas ao abastecimento de água e esgotamento sanitário é relevante para a avaliação dos investimentos e dimensionamento da estrutura necessária para prestação de serviços adequados. Assim sendo a análise a seguir abrange basicamente os estudos de projeções demográficas e capacidade de suporte territorial CRESCIMENTO POPULACIONAL FUTURO Em 27 de novembro de 2008 o IBGE divulgou um Comunicado Social com seguinte título: população brasileira envelhece em ritmo acelerado, cujo resumo é reproduzido a seguir:. 89

90 Desde os anos 1960 que a taxa de crescimento da população brasileira vem experimentando paulatinos declínios, intensificando-se juntamente com as quedas mais pronunciadas da fecundidade. No período , a taxa de crescimento da população recuou de 3,04% ao ano para 1,05% em Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para 0,291%, que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes. Segundo as projeções, o país apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039, quando se espera que a população atinja o chamado crescimento zero. A partir desse ano serão registradas taxas de crescimento negativas, que correspondem a queda no número da população. (...) Essas informações podem ser encontradas no estudo Uma abordagem demográfica para estimar o padrão histórico e os níveis de subenumeração de pessoas nos censos demográficos e contagens da população, que traz ainda a projeção da população do Brasil, por sexo e idade para o período A Revisão 2008 incorpora a revisão da trajetória recente e futura da fecundidade, com base nas informações provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2002 a 2006, cujo nível limite se estabiliza em 1,5 filho por mulher (hipótese recomendada). 90

91 (...) Os resultados apresentados permitem constatar que, nesse momento, o Brasil passa pela chamada janela demográfica, onde o número de pessoas com idades potencialmente ativas está em pleno processo de ascensão, e a razão de dependência total da população vem declinando em conseqüência da diminuição do peso das crianças de 0 a 14 anos sobre a população de 15 a 64 anos de idade. 91

92 Além disso, a população com idades de ingresso no mercado de trabalho (15 a 24 anos) passa pelo máximo de 34 milhões de pessoas, contingente que tende a diminuir nos próximos anos. O aproveitamento desta oportunidade (janela demográfica) proporcionaria o dinamismo e o crescimento econômico, se essas pessoas fossem preparadas em termos educacionais e de qualificação profissional para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não somente em nível nacional, mas também em escala global. (...) Com base no conjunto de estimativas dessa divulgação do IBGE, cuja íntegra pode ser lida no sítio: agina foi estabelecida a provável trajetória do crescimento populacional do Município de Jaru, a qual segue demonstrada no quadro a seguir: 5.5. PROJEÇÕES: POPULAÇÃO E CONSUMO A projeção de crescimento da população do município usada neste Plano foi adotada a partir do dos dados do Censo de 2010 que indicaram uma população de habitantes e adoção de uma taxa de crescimento de 1,1 % ao ano. Seguindo as razões lógicas desta projeção, no presente Plano esta taxa será utilizada até o seu horizonte, o que indica que a população final do mesmo seja de habitantes em

93 POPULAÇÃO E VAZÕES DURANTE O PERÍODO DE PROJETO Vazões de Água (l/s) Vazões de Esgotos Média Máxima Média Máxima Ano Popul 124,91 224, ,93 179, ,46 227,63 101,17 182, ,03 230,46 102,43 184, ,62 233,31 103,70 186, ,23 236,21 104,98 188, ,85 239,14 106,28 191, ,50 242,10 107,60 193, ,17 245,10 108,93 196, ,86 248,14 110,29 198, ,57 251,22 111,65 200, ,30 254,34 113,04 203, ,05 257,49 114,44 205, ,82 260,68 115,86 208, ,62 263,91 117,30 211, ,44 267,19 118,75 213, ,28 270,50 120,22 216, ,14 273,85 121,71 219, ,03 277,25 123,22 221, ,94 280,69 124,75 224, ,87 284,17 126,30 227, ,83 287,69 127,86 230, ,81 291,26 129,45 233, ,82 294,87 131,05 235,90 93

94 ,85 298,53 132,68 238, ,90 302,23 134,32 241, ,99 305,98 135,99 244, ,09 309,77 137,68 247, ,23 313,61 139,38 250, ,39 317,50 141,11 254, ,58 321,44 142,86 257, ,79 325,42 144,63 260,34 Capacidade de Suporte Territorial O crescimento populacional e do número de domicílios não deverá ser obstaculizado por fatores territoriais tendo em vista que o Município de Jaru possui uma base fundiária mais do suficiente para absorver os crescimentos ora projetados PROJEÇÃO DAS VAZÕES DE ÁGUA E DE ESGOTOS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CONSUMO DE ÁGUA Para possibilitar uma avaliação mais simplificada, optou-se pela análise dos dados do histograma atual de consumo e a comparação com dados de outras cidades, com dados disponíveis e cujas características guardam similaridade com Jaru ÍNDICE DE PERDAS As perdas de água são constituídas por duas parcelas principais, a perda física (ou real) e a não física (aparente ou comercial). As informações contidas nos relatórios disponibilizados pela CAERD indicam índice de perdas entre o volume de água captada e o volume micromedido da ordem de 50%. Este plano prevê a redução deste indicador para 25% no final do Plano. No entanto devem ser desenvolvidos esforços no sentido de se obter ao longo do tempo reduções mais significativas. 94

95 COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DE CONSUMO, RETORNO DE ESGOTO E VAZÃO DE INFILTRAÇÃO Tendo em vista a indisponibilidade de dados decorrentes de medições locais, adotaramse os valores dos coeficientes de variação de consumo, retorno de esgoto e vazão de infiltração, estabelecidos em normas técnicas e/ou literatura especializada: coeficiente do dia de maior consumo k1 = 1,25; coeficiente da hora de maior consumo k2 = 1,5; coeficiente de retorno esgoto/água C = 0,8; coeficiente de infiltração I = 0,2 l/s/km no início e I=0,25 l/s/km no horizonte de projeto; Para o fator de reservação, adotou-se o equivalente a 1/3 (um terço) do volume do dia de maior consumo, tendo-se também entrado em consideração com o volume para manter uma reserva para atender a condições de emergência. A partir da evolução da população/número de economias, do histograma de consumo adotado, da evolução do índice de perdas e dos coeficientes de variação de consumo, foram calculadas as demandas de água. Com base nestas demandas, no coeficiente de retorno de esgoto e coeficiente de infiltração, foram calculadas as vazões de esgoto. 95

96 6. PROGRAMAS, AÇÕES E INVESTIMENTOS EM ÁGUA E ESGOTO. Plano de Saneamento Básico do Município de Jaru tem o horizonte temporal de 30 anos, ou seja, até o ano de A partir das projeções das demandas do Saneamento Básico e do diagnóstico da situação já realizado, indica programa de investimentos, que demandará um conjunto de projetos e ações visando a atingir os objetivos e metas do futuro Plano. Esse programa de investimentos contempla também as ações para emergências e contingências PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES NECESSÁRIOS PARA ATINGIR OS OBJETIVOS E METAS SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Neste estágio de planejamento, estão visualizadas as seguintes proposituras: - Normatização de projetos e fiscalização da implantação de redes em novos loteamentos; - Substituição sistemática de redes antigas e sua ampliação, com redimensionamento; - Sistematização de substituição de hidrômetros, considerando vida útil 5 anos para estes - dispositivos. Inadmissão de ligações novas desprovidas de hidrômetros; - Planejamento e monitoramento do crescimento vegetativo da distribuição; - Estabelecimento de plano de redução de perdas físicas no abastecimento; - Implementação do plano de macromedição; - Ampliação da reservação e adução, buscando o atendimento permanente às demandas de consumo; 96

97 OBJETIVOS METAS PRAZO INVESTIME Manancial de Captação Atingir as vazões definidas para a região MÉDIO NTO BAIXO Captação Atingir a automatização completa do sistema de captação MÉDIO BAIXO Estação Elevatória Agua Tratada Estação elevatória Adução Agua Bruta Reservação Reservar no mínimo 30 % do volume de consumo médio diário CURTO MODERADO Reforma do Sistema Eletromecânico de Adução Estações Elevatórias Existente (E.E.A.T.1) Projetada (E.E.A.T.2) Adutora de Agua Tratada Substituição e automatização completa do sistema MÉDIO BAIXO Setorização de Rede Implantar 3 setores de distribuição com pressões entre 15 e 50 m.c.a. MÉDIO ALTO Recuperação das Redes de Distribuição Substituir 20 km de redes num ritmo da ordem de 2 km a.a. MÉDIO MODERADO Redução das Perdas Físicas do Sistema Atingir 25% de perdas totais em relação ao volume total captado LONGO ALTO Substituição dos Hidrômetros Substituição contínua de 20 % do total dos hidrômetros a.a. CURTO BAIXO Reforma e Ampliação da ETA Melhoria no Sistema Comercial Atender 100 % da demanda futura com qualidade e quantidade para distribuição CURTO MODERADO Atendimento dentro dos prazos previstos para os diferentes serviços prestados CURTO BAIXO Implantação de Indicadores Gerenciais Implantar 100 % dos indicadores até o final do primeiro ano CURTO BAIXO Cadastro Digitalizado Implantar cadastro para 100 % das redes existentes até o final do segundo ano CURTO BAIXO Normatização e Fiscalização de Projetos em Novos Empreendimentos Padronização dentro das normas ABNT e dos Agentes Reguladores SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO CURTO BAIXO Neste estágio de planejamento, estão visualizadas as seguintes proposituras: - Normatização de projetos e fiscalização da implantação de redes em novos loteamentos; - Implantação da rede coletora completa; - Implantação de coletores-troncos e emissários; 97

98 - Implantação de um sistema de tratamento de esgotos capaz de atender a 100% da população de JARU; Ampliação do sistema de coleta, tratamento e destino final buscando o atendimento permanente às demandas. Neste estágio de planejamento, estão visualizadas as seguintes proposituras: OBJETIVOS METAS PRAZO INVESTIMENTO Interceptores MEDIO ALTO Coletores Tronco MEDIO ALTO Redes Coletoras MEDIO ALTO Estação Elevatória MEDIO ALTO Estação de Tratamento MEDIO ALTO Emissário MEDIO ALTO Disposição Final MEDIO ALTO Corpo Receptor MEDIO BAIXO Ligações Domiciliares MEDIO MEDIO Melhoria do Sistema Comercial Atendimento dentro dos prazos previstos para os diferentes serviços prestados CURTO BAIXO Cadastro Digitalizado Implantar cadastro para 100 % das redes existentes até o final do segundo ano CURTO BAIXO Implantação de indicadores Gerenciais Implantar 100 % dos indicadores até o final do primeiro ano CURTO BAIXO Normatização e Fiscalização de Padronização dentro das normas ABNT e dos CURTO BAIXO Projetos em Novos Empreendimentos Agentes Reguladores CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO BACIA HIDROGRÁFICA A cidade de Jaru cresceu a partir da margem esquerda do Rio Jaru, onde à parte Norte da cidade (saída para Porto Velho) corresponde a aproximadamente 95% da área urbana da cidade e a parte sul (saída para a cidade de Ji-Paraná) foi habitada recentemente. A BR 364 corta a cidade no sentido Sul-Norte, e a travessia do Rio Jarú é efetuada através de uma ponte com extensão aproximada de 150 m, construída em concreto armado. 98

99 O município está localizado na Bacia do Rio Ji-Paraná (ou rio Machado) que tem sua nascente localizada na Chapada dos Parecis atravessando o Estado de Rondônia no sentido sudeste-norte. O Rio Jaru, afluente da margem esquerda do Rio Ji-Paraná, será o receptador dos esgotos tratados, pela sua localização e pelo seu porte. O referido rio apresenta, segundo a a Resolução Conama n 357 de 2005 no seu artigo. 42, o seu enquadramento provisório dentro da classe 2, pois ainda não foi elaborado o Plano da Bacia do Rio Machado na Agência Nacional de Águas. A captação de água da CAERD ocorre no referido Rio, a uma distância aproximada de 150 m a montante da ponte da BR 364 e a montante do ponto de lançamentos dos esgotos tratados REDE COLETORA Tipo e Parâmetros. As redes coletoras são do tipo separador absoluto e foram locadas no terço médio da rua, devendo ser executadas de preferência do lado mais baixo, com diâmetro mínimo de 150 mm. Para avenidas com canteiro central, foram previstas redes duplas. As redes coletoras nos diâmetros de 150 a 400 mm serão em PVC do tipo coletor de esgoto ou em Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e nos diâmetros superiores serão de poliés ter reforçado com fibra de vidro (PRFV). A distância máxima entre PV s será de acordo com a capacidade de desobstrução dos equipamentos atualmente utilizados, ou seja, de 150 m para qualquer diâmetro. 99

100 Bacias de Esgotamento e Quantitativos. De acordo com o relevo da área de projeto, foram definidas 03 bacias de esgotamento, com os seguintes quantitativos: Bacia de esgotamento Extensão da rede coletora (m) Bacia Bacia Bacia Travessias com sifão invertido. Total Os sifões invertidos foram previstos somente em situações excepcionais, quando não foram possíveis outras soluções para travessias de talvegues. Na rede coletora foram definidos os trechoss onde serão executados os sifões invertidos, de acordo com as tabelas abaixo, para travessias das redes coletoras sob os talvegues: Trecho entre PV 183 PV 184 Grandezas Início do Plano (Execução Imediata) Final do plano (Execução Futura) Vazão total no sifão invertido 6,28 8,22 Quantidade de tubulações 02 (01 de reserva) 02 (01 de reserva) Vazão de cada tubulação (l/s) 6,28 8,22 Perda de carga localizada no sifão (estimada) 0,11 0,20 Perda de carga contínua na travessia (m.c.a) 0,21 0,35 Desnível geométrico entre o fundo das caixas (m) Trecho entre PV 334 PV 335 0,32 0,54 Grandezas Início do Plano (Execução Imediata) Final do plano (Execução Futura) 100

101 Vazão total no sifão invertido 12,30 16,58 Quantidade de tubulações 02 (01 de reserva) 02 (01 de reserva) Vazão de cada tubulação (l/s) 12,30 16,58 Perda de carga localizada no sifão (estimada) 0,09 0,16 Perda de carga contínua na travessia (m.c.a) 0,10 0,18 Desnível geométrico entre o fundo dos PV s (m) 0,19 0,33 Trecho entre PV 403 PV 404 Grandezas Início do Plano (Execução Imediata) Final do plano (Execução Futura) Vazão total no sifão invertido 4,29 7,26 Quantidade de tubulações 02 (01 de reserva) 02 (01 de reserva) Vazão de cada tubulação (l/s) 4,29 7,26 Perda de carga localizada no sifão (estimada) 0,05 0,15 Perda de carga contínua na travessia (m.c.a) 0,10 0,28 Desnível geométrico entre o fundo dos PV s (m) 0,16 0,43 Trecho entre PV 564 PV 565 Grandezas Início do Plano (Execução Imediata) Final do plano (Execução Futura) Vazão total no sifão invertido 6,75 15,91 Quantidade de tubulações 02 (01 de reserva) 03 (01 de reserva) Vazão de cada tubulação de interligação (l/s) 6,75 7,955 Perda de carga localizada no sifão (estimada) 0,13 0,25 Perda de carga contínua na travessia (m.c.a) 0,24 0,33 Desnível geométrico entre o fundo dos PV s (m) 0,37 0,58 Nas planilhas de dimensionamento de sifões invertidos, anexas no final deste volume, constam todos os dados utilizados para dimensionamento destas unidades de travessias ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS E LINHAS DE RECALQUE 101

102 Foram previstas estações elevatórias somente em casos excepcionais, quando não foi possível a condução dos esgotos por gravidade. Por serem unidades que utilizam equipamentos eletromecânicos, os custos de implantação, operação e manutenção são elevados, razão pela qual, de serem evitadas ao máximo a utilização destas unidades para reversão do fluxo de esgoto.. Foram especificados equipamentos com maior rendimento, e que necessitam de menor estrutura física para instalação e operação. Devido a grande variedade dos conjuntos elevatórios disponíveis no mercado, foram estabelecidos critérios de modo a orientar a escolha do tipo de elevatória, em função das condições específicas das elevatórias necessárias: Os principais aspectos observados foram os seguintes: Localização e níveis de prováveis inundações; Altura geométrica de recalque; Vazões afluentes: porte e variação; Aspecto técnico-econômico; Padronização; Aspecto ambiental: ruído, poluição do ar (gases) e cobertura vegetal da área. A análise criteriosa de cada caso feita com base nas vantagens e desvantagens de cada tipo levou a escolha de estação elevatória com a utilização de bombas submersíveis instaladas dentro do poço de sucção. Esse tipo de conjunto moto-bomba possui mecanismo especial de acoplamento entre a bomba e o barrilete de recalque e não necessita de válvula de pé com crivo que normalmente provoca entupimento e perdas de carga. 102

103 A grande vantagem na utilização desse tipo de equipamento está na possibilidade de instalação do conjunto motobomba em poço com grandes profundidades, já que o equipamento é instalado no fundo do poço, imerso na coluna líquida. Por essa razão, a intensidade de ruído é baixa. Para efeito de padronização dos equipamentos, os conjuntos motobombas especificados neste projeto, são iguais aos adotados no projeto de ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Porto Velho. esgoto. As estações elevatórias foram definidas em função do traçado das redes coletoras de A locação da linha de recalque até a ETE foi realizada de forma a evitar ao máximo, pontos intermediários elevados, eliminando a necessidade de caixas de passagens e o aumento da altura manométrica de operação dos conjuntos motobombas. Os desenhos em anexo, mostram o traçado da linha de recalque. As linhas de recalques serão de: - PVC PBA para diâmetros iguais ou inferiores a 100 mm; - PVC DEFºFº para diâmetros superiores a 100 mm até 300 mm; - Poliester reforçado com fibra de vidro (PRFV) para diâmetros superiores a 300 mm. O barrilete das bombas será em ferro fundido. As estações elevatórias e linhas de recalque estão dispostas da seguinte forma: Estação elevatória Localização Ponto de descarga Extensão da linha de recalque (m) Diâmetro (mm) 103

104 EE-01 Bacia 01 Calha Parshall da ETE Dn 400 Dn 300 EE-02 Bacia 02 PV da bacia DN 300 EE-03 Bacia 03 PV da bacia DN ESTAÇÃO DE TRATAMENTO Estudo do Corpo Receptor Considerações Gerais O estudo do corpo receptor tem como objetivo analisar o comportamento do corpo receptor após o lançamento de esgoto em seu curso, pois um dos principais problemas de poluição dos cursos d'água é o consumo do oxigênio dissolvido após o lançamento de esgotos. Este estudo é realizado visando determinar a qualidade permitida para o efluente a ser lançado, incluindo o nível de tratamento necessário. Quando a matéria orgânica é introduzida em um corpo d água se inicia o consumo de oxigênio dissolvido devido ao processo de estabilização da matéria orgânica através das bactérias decompositoras que utilizam o oxigênio disponível no meio líquido para a sua respiração. Após o lançamento dos esgotos, o curso d água poderá se recuperar por mecanismos puramente naturais, constituindo o fenômeno da autodepuração, desde que as cargas poluidoras respeitem o potencial depurador desse manancial e permitam a manutenção da vida biológica. Identificação do Corpo Receptor 104

105 O Rio Jaru será o corpo receptor dos esgotos tratados, nasce na serra do Mirante, na divisa dos municípios de Jaru e Mirante da Serra, sendo os principais afluentes os rios Couto Magalhães, São Domingos, Ubirajara e Seringal Setenta. A área da bacia hidrográfica a partir da cidade de Jaru equivale a km² aproximadamente. A figura a seguir apresenta a localização do Rio Jaru em relação ao município de Jaru. Localização Rio Jaru Rio Jaru Visando preservar o corpo hídrico, existem padrões de emissão e qualidade definidos pela Legislação de Controle de Poluição Ambiental que apresentam níveis de restrição que certamente inviabilizam o lançamento dos esgotos "in natura". De acordo com a capacidade de assimilação do corpo receptor e as características quantitativas e qualitativas dos esgotos sanitários a serem tratados, é possível definir o nível de tratamento necessário a fim de atender às exigências de proteção ambiental. 105

106 Os padrões de qualidade são baseados nas características qualitativas das águas do corpo receptor após o ponto de lançamento dos esgotos tratados. Dessa forma, esses padrões consideram o efeito final do lançamento dos efluentes após a diluição dos mesmos no corpo receptor, sendo que os padrões estabelecidos são dependentes da classificação em que o corpo receptor se encontra enquadrado. Quanto mais rígido for o enquadramento mais restritivos serão os padrões de qualidade. A Legislação Federal, através da Resolução CONAMA N 357, dispõe sobre a classificação dos cursos d'água doce da seguinte forma: Águas Doces: * Classe Especial: Águas destinadas ao consumo humano, com desinfecção, à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. Nesta classe não é permitido o lançamento de esgotos mesmo tratados. * Classe 1: Águas destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (tais como natação, esqui aquático e mergulho), à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.. * Classe 2: Águas destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (tais como natação, esqui aquático e mergulho); à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e à aqüicultura e à atividade de pesca. 106

107 * Classe 3: Águas destinadas ao ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora; à recreação de contato secundário; e à dessedentação de animais.. * Classe 4: Águas destinadas à navegação e à harmonia paisagística. A referida legislação dispõe ainda, em seu artigo 42 que; Art. 42. Enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão consideradas classe 2, as salinas e salobras classe 1, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente. Como ainda não foi elaborado o Plano da Bacia na Agência Nacional de Águas, o Rio Jaru está enquadrado na Classe 2. Estudos hidrológicos Para estudo do corpo receptor são relevantes dois aspectos principais, a variação de vazão do rio e suas características físico-químicas. As características físico-químicas serão apresentadas no item análises físico-química e bacteriológica. A Agência Nacional das Águas ANA possui um Sistema de Informações Hidrológicas denominado HIDROWEB que informa os pontos da rede de monitoramento do Rio Jaru e as séries históricas de vazão levantadas pela CPRM que ainda está em operação conforme apresentados a seguir: Estações Fluviométricas Código Nome Sub-bacia Rio Estado Município Responsável Operadora 107

108 JARU 15 RIO JARU RONDÔNIA JARU ANA CPRM CACHOEIRA BOM JARDIM 15 RIO JARU RONDÔNIA JARU ELETRONORTE DESATIVADA Fonte: Hidroweb Sistema de Informações Hidrológicas Agência Nacional de Águas Vazões Rio Jaru (m³/s) Data Máxima Mínima Média ,00 2,00 89, ,00 1,03 94, ,00 0,99 82, ,20 1,41 65, ,00 6,80 92, ,70 1,11 70, ,40 0,83 88, dados incompl etos 1990 dados incompl etos 1991 dados incompl etos ,80 2,12 81, ,20 2,36 81, ,50 2,72 100,97 108

109 ,00 1,07 84, ,50 2,36 95, ,20 2,96 89, ,00 0,15 87, ,00 0,91 72, ,00 1,92 71, dados incompl etos ,00 3,20 78, ,00 1,49 98, ,60-0,23 93, ,00 0,99 62,74 Fonte: Hidroweb Sistema de Informações Hidrológicas Agência Nacional de Águas No ano de 2004 o Rio Jaru apresentou uma condição de refluxo (vazão negativa segundo o quadro acima) devido à ocorrência de baixas vazões no rio. Deve-se observar, que esta condição não ocorreu na realidade, pois não existe outro Rio de maior porte ou lago a jusante, que possa inverter o fluxo de água, onde acreditamos que deve ter havido erro na coleta ou na compilação dados. No mesmo ano para o mês de setembro já foi obtida a vazão de 1,75 m³/s. Durante a época da estiagem, quando a vazão é pequena ocorre à condição mais crítica da qualidade da água. Os resultados da ANA apresentam para o Rio Jaru uma média de vazão mínima igual a 1,81m³/s. O Ministério das Cidades no ano de 2006 realizou um trabalho intitulado de Diagnóstico Técnico Operacional dos Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário dos Municípios do Estado de Rondônia aonde adotou uma vazão mínima no ponto de lançamento do esgoto tratado na cidade de Jaru de 10,50 m³/s, calculado considerando a taxa específica de contribuição de 2,50 l/sxkm² no período de estiagem. Esse estudo foi realizado após a ocorrência da condição de refluxo do Rio Jaru. 109

110 As vazões calculadas para o projeto de esgotamento sanitário do município de Jaru estão apresentadas no quadro a seguir: Vazões de Projeto Vazões de projeto (l/s) Jaru Máxima início do plano 168,04 Média início do plano 133,94 Mínima início do plano 99,83 Máxima final do plano 260,74 Média fina do plano 174,07 Mínima final do plano 119,90 Com relação à utilização do rio Jaru como corpo receptor dos esgotos sanitários gerados pela cidade de Jaru, observa-se que para a vazão média total de esgotos prevista no final de plano, avaliada em cerca de 174,07 L/s, o rio Jaru apresenta uma boa capacidade de assimilação quando comparada com os resultados do obtidos pelo Ministério das Cidades, pois sua vazão mínima, igual a 10,50 m³/s é cerca de 60 vezes superior a vazão total de esgotos sanitários prevista para o final de plano. Considerando os dados da ANA temos como média de vazão mínima do Rio Jaru igual a 1,81m³/s o que representa aproximadamente 7 vezes a vazão total de esgotos para final de plano, o que demonstra uma razoável capacidade de assimilação do corpo receptor. Diante da divergência entre os dados analisados optamos por considerar a situação mais negativa, a que representa uma razoável capacidade de assimilação, porém com condições de receber os efluentes de esgotos após o seu tratamento, esta capacidade de assimilação é confirmada nos cálculos de avaliação das eficiências dos sistemas de tratamento para o atendimento dos padrões de qualidade do rio Jaru, conforme apresentado no Anexo da 2ª Medição dos Serviços Volume 3 Relatório do Projeto de Esgoto de Jaru Revisão

111 O nível de enchente máxima do Rio Jaru foi estimado em 140,20 m. Análises físico-química e bacteriológica As análises físico-química e bacteriológica realizadas no município de Jaru foram apresentadas na 1ª Medição. Foram executadas as coletas de amostras do corpo receptor (C.R.) e dos principais igarapés seguindo as orientações contidas no Termo de Referência, onde foram aferidos os principais parâmetros indicadores de qualidade do corpo hídrico. Os parâmetros obtidos são úteis para verificação dos trechos e parâmetros onde a classe foi violada. A partir disso, deve-se proceder a identificação das causas da violação e propor medidas corretivas para restabelecimento do padrão da classe, nesse caso, subentendido como a própria execução do SES de Jaru. De acordo com o que foi apresentado no relatório da primeira medição, observa-se que o Rio Jaru apresenta qualidade de suas águas satisfatória no que diz respeito a alguns parâmetros, porém apresenta uma qualidade comprometida principalmente em relação ao oxigênio dissolvido e a DBO que não atendem a sua classe de enquadramento segundo a Resolução CONAMA n 357/05. Com relação a DBO foram encontrados valores muito acima do permitido na resolução e com relação ao Oxigênio dissolvido o resultado não atende o limite máximo da resolução que é de (5,0 mg02/l) o que indica um comprometimento da qualidade das águas. Em termos sanitários, observa-se a presença de coliformes fecais em grandes quantidades certamente devido ao lançamento de esgotos sanitários in natura. O projeto de esgotamento sanitário de Jaru vem contribuir para a preservação da qualidade das águas do rio Jaru, tendo em vista eliminar os lançamentos de esgotos in natura na rede de 111

112 drenagem natural regional que contribui para o referido rio e tratar esses esgotos em nível de atendimento dos padrões de emissão definidos pela legislação federal vigente. Determinação do Grau de Tratamento; A determinação do grau de tratamento é realizada visando evitar condições que apresentem riscos a saúde pública, a poluição dos recursos hídricos e do ambiente em geral, sob a forma de odores desagradáveis e contaminação das águas subterrâneas. Para a definição do tipo de tratamento procurou-se adotar processos naturais de tratamento, com baixo grau de mecanização e que proporcionem alta confiabilidade no desempenho, levando-se em conta que os estudos realizados demonstraram que o rio Jaru apresenta uma razoável capacidade de assimilação. Visando atender de forma adequada aos padrões de emissão e qualidade definidos pela legislação o sistema de tratamento para o SES de Jaru deve considerar a implantação de sistemas de tratamento preliminar com gradeamento e desarenador, e secundário através de lagoas anaeróbias seguidas de lagoas facultativa para atender de forma adequada aos padrões de emissão e qualidade definidos pela legislação ambiental vigente. Para o atendimento das condicionantes ambientais torna-se necessário o atendimento do padrão de emissão relativo à remoção de carga orgânica, com eficiência de remoção de DBO5,20 superior a 80%. O tratamento principal com Lagoas de Estabilização apresenta uma eficiência na redução da carga orgânica superior a 80% (redução de DBO5), permitindo assim, o lançamento do efluente no corpo receptor. Após a conclusão do sistema de tratamento recomenda-se que seja realizado o monitoramento do sistema para a verificação da necessidade de aplicar um sistema de desinfecção como complementação do tratamento proposto. 112

113 Diagnóstico da qualidade hídrica dos Igarapés O diagnóstico da qualidade hídrica dos igarapés de Jaru foi realizado através de ensaios físicoquímicos e bacteriológicos onde foram aferidos os principais parâmetros indicadores de qualidade do corpo hídrico. Os pontos de amostragem estão expostos a seguir. - Igarapé da CAERD, - Igarapé do Setor 4 - Igarapé Mororó. As análises realizadas e os respectivos resultados foram apresentados na 1ª Medição Os resultados das análises indicam que os igarapés apresentam baixa qualidade hídrica, caracterizada por baixos níveis de oxigênio dissolvido, elevadas concentrações de DBO 5 e coliformes fecais em grandes quantidades. Além dos efluentes domésticos esses corpos hídricos são impactados pela poluição do escoamento superficial e sub-superficial da mancha urbana. Os igarapés que cortam a cidade de Jaru possuem limitações em função, principalmente, da variação de vazão, sendo evidente a preocupação da legislação em proteger e recuperar essas áreas aliado ao fato desses recursos estarem sendo explorados de modo excessivo. Portanto, o desenvolvimento de sistemas de tratamento de esgoto sanitário, em Jaru, que tenham como corpos receptores os igarapés, possui viabilidade restrita e questionável, o que justifica a utilização do Rio Jaru como corpo receptor. 113

114 Definição do tipo de estação de tratamento de esgoto. Considerando o encaminhamento natural do esgoto, desde a sua geração nas instalações sanitárias, a sua posterior passagem pelas redes coletoras, coletores tronco, estações elevatórias e linhas de recalque, verifica-se a necessidade de conferir um condicionamento adequado antes de enviá-lo a destinação final. Sobre esse quadro desenha-se o conceito do tratamento de esgotos a baixo custo, de modo a completar o Sistema de Esgotos Sanitários. Nesse conceito emerge a necessidade de se procurar realizar o tratamento dos esgotos em condições de custo o mais reduzido possível, utilizando-se, onde couber, de sistemas semelhantes ao processo natural de autodepuração. A necessidade cada vez maior de proteção ecológica evidencia a necessidade de se projetar um sistema de tratamento capaz de reduzir os efeitos nocivos da poluição. Diante deste quadro, foi definido o tratamento do esgoto com Lagoas de Estabilização, acatando inclusive as recomendações da FUNASA e também, porque é o sistema de menor custo tanto para construção como também para operação. A sua eficiência na redução da carga orgânica é superior a 80% (redução de DBO5), permitindo assim, o lançamento do efluente no corpo receptor. As lagoas de estabilização são grandes tanques formados por diques de terra aonde os esgotos fluem continuamente e são degradados pela ação de microrganismos aeróbios, facultativos e anaeróbios, que coexistem com uma complexa população aquática. Os mais importantes microrganismos são as bactérias e as algas, sendo que a atividade fotossintetizante das algas é a fonte principal de oxigênio dissolvido para a atividade de oxidação aeróbia realizada pelas bactérias. Dessa forma, não é necessária a utilização de um sistema artificial de fornecimento de oxigênio. Além da atividade aeróbia, os sólidos sedimentáveis que 114

115 se encontram nos esgotos tendem a se depositar no fundo da lagoa constituindo o lodo sedimentado que é digerido por uma população de bactérias anaeróbias e facultativas. Com relação ao lodo em excesso que se forma devido a atividade biológica, certamente o sistema de Lagoas de Estabilização é aquele que apresenta os menores valores. A experiência de sistemas existentes indica que a limpeza de lagoas de estabilização somente foi necessária após 10 a 20 anos do início de operação. A presença de unidades de tratamento preliminar para a remoção de sólidos grosseiros e areia, certamente tende a colaborar ainda mais com o retardamento da remoção de lodo. A título de esclarecimento, o sistema de tratamento com lagoas de estabilização tem obtido bons resultados no Norte do Brasil, inclusive em Rondônia nas cidades de Cacoal e Alvorada do Oeste onde a remoção do DBO5 está em torno de 85% e redução de coliformes fecais, está próxima a 100%. Na última visita que realizamos a ETE de Alvorada do Oeste, em dezembro de 2009, observamos a existência de peixes na lagoa facultativa, comprovando que o nível de tratamento está satisfatório, com alto teor de oxigênio dissolvido. Na audiência pública realizada em Novembro/2008 para definição do sistema de tratamento de esgoto para a cidade de Porto Velho, decidiu-se na utilização de lagoas de estabilização, sempre que as condições locais assim permitir, ou seja, se houver disponibilidade de áreas com solo não pantanoso ou rochoso, e com relevo pouco acidentado. Escolha da área para construção das lagoas de estabilização Considerações iniciais Foram estudadas 02 alternativas para definição da localização do sistema de tratamento de esgoto sanitário de Jaru, sempre levando em consideração os aspectos: técnico, econômico e ambiental. Os principais aspectos considerados foram: 115

116 - Localização a jusante da captação da CAERD e não muito próximo do limite urbano para não prejudicar a expansão da cidade, mas também, não muito distante para não aumentar o custo de implantação da estação elevatória e linha de recalque bem como aumento de consumo de energia elétrica durante a operação do sistema; - Área de tratamento com relevo plano para redução dos volumes de movimento de terra, com solo não rochoso ou pantanoso e situada em cotas altimétricas que permita o lançamento do esgoto após tratamento sem necessidade de estação elevatória; - Menor custo de aquisição da área para implantação do sistema de tratamento e situada próximo ao corpo receptor para redução do custo de implantação do emissário; - Escolha da área com mínimo de cobertura vegetal para evitar a necessidade de desmatamento e sem habitações nas proximidades num raio mínimo de 500 m; - Existência de estrada de acesso e energia elétrica até as proximidades da área de tratamento. Alternativas estudadas Foram estudadas 02 alternativas para a escolha da área para tratamento de esgoto, conforme listadas a seguir: Alternativa 01: área de aproximadamente 17 ha localizada na margem esquerda do Rio Jaru e ao fundo da subestação da CERON. 116

117 A área estudada tem acesso por estrada que inicia no prolongamento da Rua Tapajós e está localizada na zona rural a uma distância, em linha reta, de aproximadamente 300 m do limite da cidade. As vantagens e desvantagem desta alternativa são as seguintes: Vantagens: - Linha de recalque com pequena extensão, e locada em região plana; - Possibilidade de efetuar o lançamento de esgoto por gravidade, no corpo receptor; - Área: desmatada, plana e subsolo de boa qualidade para execução de obras de terraplenagem; - Existência de estradas de acesso e energia elétrica. Desvantagens: - Existência de imóveis a uma distância aproximada de 100 m; - Localização muito próxima da área urbana, podendo interferir na expansão da cidade. - Custo de aquisição da área relativamente elevada, devido a proximidade da cidade. Alternativa 02: área de aproximadamente 17 ha localizada na margem esquerda do Rio Jaru. A área estudada tem acesso por estrada que inicia no prolongamento da Rua Tapajós e posteriormente pela estrada do Matadouro, no trecho final, foi prevista a abertura de estrada com extensão aproximada de 800 m. Está localizada na zona rural a uma distância, em linha reta, de aproximadamente m do limite da cidade. As vantagens e desvantagem desta alternativa são as seguintes: 117

118 Vantagens: - Possibilidade de efetuar o lançamento de esgoto por gravidade, no corpo receptor; - Área: desmatada, plana e subsolo de boa qualidade para execução de obras de terraplenagem; - Localização a uma distância razoável do perímetro urbano, não interferindo na expansão da cidade; - Custo baixo para aquisição da área; - Inexistência de imóveis num raio de 500 m. Desvantagens: - Necessidade de abertura da estrada de acesso e linha de transmissão de energia elétrica com extensão de 800 m; - Extensão da linha de recalque superior que na alternativa anterior, aumentando inclusive a capacidade da estação elevatória; Nesta alternativa, estudamos a possibilidade da locação da linha de recalque pela estrada que passa na cabeceira do lote rural e posteriormente pela estrada particular existente ao longo do lote ( carriador ), na tentativa de evitar a abertura da estrada margeando o Rio Jaru. Esta solução foi descartada pois houve aumento significativo na extensão da linha de recalque, e o aumento da altura manométrica das bombas, em função da existência de morros com alturas elevadas no trajeto da referida linha. Resumo das alternativas propostas Unidades do sistema Alternativa 01 Alternativa

119 1. Extensão da linha de recalque até a ETE m m 2. Extensão da obra de abertura de estrada de acesso m 3. Área destinada para a ETE. 15 ha 15 ha 4. Distância em linha reta da ETE até o limite urbano. 300 m m 5. Extensão do emissário da ETE até o corpo receptor. 245 m 160 m Escolha da alternativa mais viável Estudo econômico das alternativas propostas O estudo econômico das 02 alternativas propostas considerando o sistema de recalque, adução e tratamento dos esgotos sanitário da cidade de Jaru, envolvendo a estação elevatória 01, linha de recalque e estação de tratamento de esgoto analisados apresentam os seguintes custos: - Custo total de construção da elevatória 01 incluindo equipamentos, instalações elétricas e demais componentes necessárias para a operação do sistema; - Custo de construção da linha de recalque da elevatória 01 a ETE, incluindo todos os serviços tais como: aquisição de tubos e conexões, assentamento, movimento de terra e acessórios da linha; - Custo de aquisição da área e construção das lagoas de estabilização, incluindo: construção do tratamento primário com desarenador e calha Parshall, movimento de terra, tubos para interligação das lagoas, estruturas para caixas e poços de visitas, impermeabilização e outros componentes da ETE; - Custo com energia elétrica para acionamento dos motores da elevatória 1 e; 119

120 - Custo de manutenção da elevatória 1. O período de estudo foi de a 2.030, dividido em duas etapas de execução das obras, sendo a aquisição da área da ETE e execução das obras de implantação no ano de e ampliação das unidades em Os gastos com energia elétrica e manutenção da elevatória foram computados anualmente. Os gastos foram atualizados (valor presente de investimentos futuros), utilizando taxa de juros fixo (taxa de desconto). Nos quadros resumos anexos, constam os resultados finais dos gastos para diferentes taxas de juros (8% a 15% a.a). A formula matemática utilizada foi: P = F / (1+i) n onde: P = valor presente de gastos futuros I = taxa de juro anual (taxa de desconto) N = número de anos F = valor futuro As planilhas detalhadas utilizadas para o estudo econômico das alternativas propostas estão anexas no final deste volume. Conclusão Embora a alternativa 01 tenha apresentado como a mais viável em comparação com a alternativa 02 sob o aspecto econômico, (variação de 30% no período de 2010 a 2020 e de 2% no período de 2021 a 2030) a nosso ver, a alternativa 02 é mais vantajosa, em outros aspectos, tais como: 120

121 - Não existência de edificações num raio de 500 m da área da ETE (na alternativa 01 as edificações estarão a menos de 100 m). - Distância de m do perímetro urbano adequada sob os aspectos técnico e ambiental (na alternativa 01 a distância é de 300 m), para evitar desconforto a população pois a lagoa anaeróbia poderá emanar odores fétidos se for mal operada. - Localização fora da área de expansão do perímetro urbano (a área da alternativa 01 está muito próxima a cidade). Assim, utilizaremos a concepção do sistema proposta na alternativa 02 para detalhamento a nível de projeto básico, já que não existe outra área, nas proximidades da cidade de Jaru, que possa receber a ETE em melhores condições. Para comprovar a não existência de marerial rochoso na área da ETE proposta na alternativa 02, realizamos inúmeras sondagens a trado. Os resultados das sondagem estão anexos no final deste relatório. A locação da linha de recalque até a ETE, foi realizada de forma a evitar ao máximo, pontos intermediários elevados, com objetivo de eliminar a necessidade de caixas de passagens e o aumento da altura manométrica de operação dos conjuntos motobombas, justificando assim a locação da linha de recalque o mais próximo possível da margem esquerda do Rio Jaru e a execução do rebaixamento da estrada de acesso a ETE para assentamento dos tubos. Os desenhos anexos mostram o traçado da linha de recalque. Características das lagoas de estabilização 121

122 De acordo com as vazões afluentes na ETE, foram definidas 02 lagoas anaeróbias seguidas de 02 lagoas facultativas, com as seguintes características: Características Lagoas anaeróbias Lagoas facultativas Tempo de detenção (dias) Quantidade Largura unitária (m) 75,00 105,00 Comprimento unitário (m) 100,00 350,00 Profundidade (m) 4,00 2,50 Área unitária (m²) Área tota (m²) Volume unitário (m³) Volume total (m³) As lagoas foram moduladas para possibilitar a execução da obra em etapas, e o nível de esgoto no interior das lagoas serão superiores ao nível de enchente máxima do Rio Jaru, estimada em 140,20 m. Identificação do Corpo Receptor O Rio Jaru será o corpo receptor dos esgotos tratados devido a sua capacidade de autodepuração conforme demonstrado nos Estudos do Corpo Receptor apresentados anteriormente, da Bacia na Agência Nacional de Águas, o Rio Jaru está enquadrado na Classe

123 Reapresentação do Relatório Fotográfico da Coleta de Agua destinada à exames laboratoriais: 1 Coleta de água sobre o Rio Jarú. 2 Rua Rio de Janeiro, entre Ceará e Rua Rio Grande do Sul. 3 Rua Rio de Janeiro, entre Ceará e Rua Rio Grande do Sul 4 Boca de Lobo na Rua Rio de Janeiro, entre Ceará e Rua Rio Grande do Sul 123

124 5 Rua Rio de Janeiro, entre Rua Pernambuco com Neuto de Araujo 6 Rua Tapajós, ponto sobre o Rio Mororó 7 Ponte sobre o Rio Mororó 8 Amostras das águas coletadas Relatório Fotográfico Conhecimento das Áreas, Locação do Sistema a ser implantado Canal de drenagem construído para escoamento Vista parcial da cidade de Jaru. Observa-se o relevo de águas pluviais da parte central da cidade. acidentado e com formação rochosa. Desemboca no igarapé do setor

125 AÇÕES DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO As ações para atendimentos às metas propostas foram divididas em três etapas : - Curto Prazo até o ano de 2018; - Médio Prazo até o ano de 2023; - Longo Prazo até o ano de Nos itens e , estão devidamente caracterizadas os investimentos associados ao atingimento das metas AÇÕES DE CURTO PRAZO Compreenderão as ações imediatas necessárias para sanar as deficiências de funcionamento dos sistemas de água e esgotos, bem como adequar as características técnicas dos sistemas à demanda atual proporcionando condições técnico/financeiras para por em prática o plano de investimentos previsto. Basicamente as ações a curto prazo estão relacionadas aos seguintes tópicos: SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - Implementação do sistema de controle de perdas ; - Projeto de Setorização e Macromedição ; - Ampliação da rede de distribuição; 125

126 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO - implantação de redes coletoras : - Implantação da ETE ; - Implantação de Coletores tronco; - Implantação de Estações elevatórias de esgotos AÇÕES DE MÉDIO PRAZO São as necessárias para manter em perfeito funcionamento os sistemas de água e esgotos já adaptados e em perfeitas condições de funcionamento, além de implementar novos investimentos de maneira a atender às demandas de médio prazo. Basicamente as ações a médio estão relacionadas aos seguintes tópicos: SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - Ampliação da rede de distribuição; - Ampliação do sistema de reservação ; - Manutenção do programa de controle de perdas SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO - Implantação de redes coletoras : - Implantação da ETE ; - Implantação de Coletores tronco; - Implantação de Estações elevatórias de esgotos AÇÕES DE LONGO PRAZO Consistem nas ações necessárias para reparar/adequar/manter os sistemas de água e esgotos ao longo de 30 anos, sendo que algumas ações devem ser iniciadas nos primeiros anos de implantação do Plano. Basicamente, as ações a longo prazo estão relacionadas aos seguintes tópicos: 126

127 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - Ampliação da rede de distribuição; - Ampliação do sistema de reservação; - Manutenção do programa de controle de perdas SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO - Implantação de redes coletoras : - Implantação de Coletores tronco; - Implantação de Estações elevatórias de esgotos; - Implantação da ETE ; 6.2. MELHORIAS RESULTANTES DOS PROGRAMAS, PROJETOS E INVESTIMENTOS PREVISTOS NO PLANO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (S.A.A) Implantação dos hidrômetros tem a finalidade de proporcionar uma leitura real e confiável de consumo; As obras de adução e reservação têm a finalidade de proporcionar ao sistema uma mobilidade maior em casos de emergência minimizando o tempo sem abastecimento; A implantação de novas redes de distribuição é fundamental para o atendimento de 100% da população; A aquisição de máquinas e equipamentos proporciona condições de atendimento de situações de emergências, bem como na manutenção do sistema. A implantação do programa de redução de perdas é de fundamental importância para manter-se um sistema em condições confiáveis tanto no aspecto técnico bem como no aspecto financeiro SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO (S.E.S) A implantação de ETE é necessária para o atendimento das vazões de esgotos a serem geradas durante a vida útil do sistema (2043). A aquisição de máquinas e equipamentos proporciona condições de atendimento de situações de emergências, bem como na manutenção do sistema. 127

128 A implantação das redes visa proporcionar a coleta e escoamento do esgoto até as ETE s. O tratamento e destino final dos lodos gerados pelas ETE s é necessário para atender a legislação ambiental AÇÕES PARA EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Em linhas gerais, o objetivo essencial do Plano de Saneamento é o correto atendimento à população com serviços públicos adequados, segundo os termos da lei federal /07. Basicamente as situações emergenciais na operação do sistema de abastecimento de água ocorrem quando da ocasião de paralisações na produção, na adução e na distribuição. Cabe ressaltar que quanto melhor for mantido o sistema, e quanto mais ampla for a capacidade de atendimento, as situações de emergência serão reduzidas. Portanto, a solução dos principais problemas nas situações de emergência está ligada diretamente à alocação de recursos financeiros. Os recursos poderão ter origem no orçamento do Município, em financiamentos ou em parcerias com o setor privado nas formas previstas em lei. A definição das ações propostas para as situações de emergência consta do quadro apresentado a seguir, onde estão contempladas as potenciais emergências, classificadas como situações adversas, e as respectivas medidas a ser tomadas. 128

129 Eventos Adversos Pontos Vulneráveis Estiagem Rompimento Interrupção no Bombeamento Contaminação Acidental Falta de Energia Entupimento Captação 1 e 4 4 e 5 3,5,6,7 e 8 4, 10 * E.E.A.B. 1,4, e 5 3,5 e 6 4, 10 * ETA 3,5,6,7 e 8 4,10 * E.E.A.T. 4,5, e 9 1,4, e 5 3,5 e 6 4,10 * Adutoras 4,5, e 9 * Redes de Diâmetros Grandes 2,4,5 e 9 * Reservatórios 4 e 5 3,5,6,7 e 8 * Poços Profundos 1,4, e 5 4 * Medidas Emergenciais 1 Manobras para atendimento de atividades essenciais 2 Manobras de rede para isolamento da perda 3 Interrupção do abastecimento até a conclusão de medidas saneadoras 4 Acionamento dos meios de comunicação para aviso à população de racionamento 5 Acionamento emergencial de equipe de manutenção 6 Acionamento dos meios de comunicação alerta de água imprópria para consumo 7 Acionamento do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil 8 Informar ao órgão ambiental competente 9 Descarga da rede 10 Gerador de emergência móvel 129

130 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO As situações emergenciais na operação do sistema de esgotamento sanitário ocorrem quando da ocasião de entupimento de redes coletoras, sobrecargas de vazões parasitárias e defeitos nas estações elevatórias e de tratamento de esgotos. Estes eventos continuarão a ser resolvidos por exemplo, através dos procedimentos de manutenção e serviços de eliminação de ligações clandestinas de águas pluviais nas redes coletoras. Cabe ressaltar que quanto melhor for mantido o sistema, e quanto mais ampla for a capacidade de atendimento, as situações de emergência serão reduzidas. Portanto, a solução dos principais problemas nas situações de emergência está ligada diretamente à alocação de recursos financeiros. Os recursos poderão ter origem no orçamento do Município, em financiamentos ou em parcerias com o setor privado nas formas previstas em lei. A definição das ações propostas para as situações de emergência consta do quadro apresentado a seguir, onde estão contempladas as potenciais emergências, classificadas como situações adversas, e as respectivas medidas a ser tomadas. Eventos Adversos Pontos Vulneráveis Rompimento Interrupção no Bombeamento Contaminação Acidental Falta de Energia Entupimento Redes de Grandes Diam. 5 5 Interceptores 5 Elevatórias 5 5 5, 10 Coletores Tronco 5 5 ETE 5 e Medidas Emergenciais 1 Manobras para atendimento de atividades essenciais 2 Manobras de rede para isolamento da perda 3 Interrupção do abastecimento até a conclusão de medidas saneadoras 130

131 4 Acionamento dos meios de comunicação para aviso à população de racionamento 5 Acionamento emergencial de equipe de manutenção 6 Acionamento dos meios de comunicação alerta de água imprópria para consumo 7 Acionamento do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil 8 Informar ao órgão ambiental competente 9 Descarga da rede 10 Gerador de emergência móvel 131

132 6.4. CONCEPÇÃO DA GESTÃO DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTOS PRESSUPOSTOS Apresenta-se a concepção de gestão dos serviços de água e esgotos, caracterizando seus diversos sistemas gerenciais, técnicos e operacionais. Para a definição do modelo de gestão mais apropriado será assumido, como ponto de partida, que se trata de uma organização responsável pela gestão completa dos serviços. As características dos sistemas propostos para essa organização implicam a indicação de diversas alterações na configuração atual da prestação dos serviços pela CAERD e, portanto, em um Plano de Investimentos necessário ao desenvolvimento organizacional, operacional e gerencial da mesma, além de nova composição do custeio. A partir dos resultados encontrados, no planejamento econômico-financeiro do empreendimento analisadas suas variantes com o objetivo de se recomendar a modalidade institucional e organizacional considerada mais apropriada aos serviços de água e esgotos de Jaru CARACTERIZAÇÃO E DETALHAMENTO DOS SISTEMAS GERENCIAIS DA ORGANIZAÇÃO Neste item será feita a caracterização e apresentação detalhada da concepção de gestão para os diversos sistemas gerenciais, técnicos e operacionais da organização, a saber: 1 Controle operacional do sistema de abastecimento de água; 2 Controle operacional do sistema de esgotos sanitários; 3 Controle da qualidade da água; 4 Controle de perdas; 5 Atendimento ao público; 6 Manutenção eletro-mecânica; 7 Projetos e execução de obras; 8 Organização; 132

133 9 Planejamento; 10 Recursos humanos; 11 Suprimentos; 12 Comunicação social e marketing; 13 Comercialização dos serviços. Para cada um desses sistemas serão discutidas as diretrizes orientadoras do desenvolvimento das atividades, apresentadas as principais características do modelo proposto e discriminados os insumos necessários à sua implementação. No capitulo 10 serão apresentados os investimentos na operação e a composição do custeio necessários à operacionalização do modelo de gestão. As premissas básicas consideradas para a definição do modelo, por um lado objetivam garantir a prestação de serviço adequado aos usuários e o atendimento às exigências legais de natureza sanitária e ambiental; por outro, buscam conferir sustentabilidade econômico-financeira à organização. A história das organizações responsáveis pelos serviços de água e esgotos do País tem demonstrado que o desequilíbrio entre esses dois propósitos leva inexoravelmente ao insucesso das mesmas. Assim não fosse, os modelos institucionais vigentes estariam certamente consolidados, o que não é fato na atualidade. O ponto de equilíbrio para cada organização depende de fatores intrínsecos ao cenário socioeconômico onde a mesma está inserida. Isso significa que do lado da organização (sob o aspecto do interesse público) ou do negócio (se uma empresa privada estiver envolvida), é fundamental a busca da qualidade desejada a um custo ótimo, através da utilização eficiente e planejada dos seus recursos tecnológicos, humanos e materiais. Do lado do usuário, o atendimento às suas necessidades e expectativas, de certa forma tecnicamente definidas nas especificações de serviço adequado, é fundamental à própria sobrevivência da organização a longo prazo. 133

134 Os modelos de gestão apresentados a seguir, além de buscar esse equilíbrio, assumem a concordância da CAERD a respeito de fatores como grau de automação de processos, terceirização de serviços, estrutura organizacional e outros aspectos igualmente relevantes e definidores das características da organização. Há situações que o escopo proposto, já se encontra implantado, ou em fase de desenvolvimento, o fundamental é a visão global dos sistemas de gestão que se pretende alcançar, com o necessário aperfeiçoamento, para a adequada prestação dos serviços. Cabe ainda destacar que em cada um dos sistemas analisados, a atualidade tecnológica foi premissa perseguida, uma vez que acaba sempre por atuar favoravelmente no sentido de sustentar o equilíbrio desejado CONTROLE OPERACIONAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA No Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos concluiu-se que o controle operacional implementado atende parcialmente às exigências de serviço adequado, nos termos adiante apresentados, em especial no que se refere ao indicador proposto para verificação da regularidade do abastecimento. É condição essencial para um adequado nível de atendimento, particularmente nas condições e contexto em que está inserido o Município de Jaru, que um sistema público de abastecimento garanta aos seus consumidores água de boa qualidade, vinte quatro horas por dia em todos os dias do ano. Caracterizando-se como a estratégica missão da entidade prestadora dos serviços. Da mesma forma que a busca de indicadores em patamares cada vez mais elevados deve ser incorporada na sua visão como instituição. A apuração de um índice de regularidade do abastecimento tecnicamente confiável é uma das principais funções de um sistema de controle operacional. Adicionalmente, além de constituir-se em instrumento fundamental para verificação da condição do abastecimento, o controle operacional é ferramenta eficaz no gerenciamento de outras áreas do serviço. 134

135 Assim, por exemplo, o controle das horas trabalhadas de um determinado conjunto motobomba de recalque pode ser utilizado como um indicador da existência de perdas na área abastecida, e ainda, como parâmetro de controle do sistema de gestão da manutenção eletro-mecânica, permitindo a verificação da adequação dos consumos de energia elétrica do equipamento, com reflexos sobre o custo dos serviços e, consequentemente, sobre as tarifas. A existência de um cadastro confiável da rede de distribuição, em princípio um fator não fundamental para garantia do abastecimento, possibilitará um melhor planejamento das necessidades de expansão das redes primárias, além de garantir intervenções mais precisas nas operações de manobra de registros e menor quantidade de valas abertas nas ruas da cidade. É necessário compreender que o controle operacional do sistema de abastecimento de água tem um caráter amplo, e seus benefícios atingem as mais diversas áreas da gestão, propiciando melhor eficiência na prestação dos serviços. O sistema de abastecimento de água de Jaru apresenta um baixo nível de complexidade no seu funcionamento, com número expressivo de unidades operacionais relativamente ao porte da cidade. A implementação do IRA - Índice de Regularidade do Abastecimento, como instrumento de aferição da qualidade dos serviços, conforme definido nas especificações de serviço adequado, exigirá a coleta e tratamento de diversas informações sobre o funcionamento das unidades do sistema. A apuração do IRA através de um sistema convencional de registro das informações exigiria uma grande estrutura de recursos humanos para instalação e operação dos equipamentos necessários. Dessa forma, é recomendável, sob o ponto de vista econômico-financeiro, que as informações necessárias à determinação do indicador sejam coletadas, registradas e processadas por meio de um sistema informatizado de telemetria. Esse sistema, ampliado com a introdução de outras variáveis de controle, como a medição das vazões aduzidas e distribuídas, consumo de energia elétrica e tempo de funcionamento de equipamentos, além de algumas funções de comando à distância de unidades (abertura e fechamento de válvulas, liga/desliga de conjuntos moto-bomba), possibilitará um nível adequado de controle e vigilância do sistema de abastecimento. 135

136 Resumidamente, o sistema de telemetria e telecomando a ser implantado deverá ser composto de Estações Remotas de Telemetria, e de uma Estação Central de Telemetria, de onde serão controladas todas as unidades. Dentre as variáveis a serem permanentemente monitoradas, merecem destaque as vazões relativas ao tratamento da água. Todas as informações obtidas nos instrumentos de campo serão transmitidas através de modems até um Centro de Controle Operacional, onde serão processadas e armazenadas. Com base no resultado do processamento dessas informações ou por ação do operador, o sistema poderá acionar automaticamente comandos à distância, como por exemplo o acionamento ou desligamento de conjuntos moto-bomba, e a abertura ou fechamento de válvulas. O tratamento adequado das informações armazenadas permitirá a determinação dos diversos índices de regularidade previstos. Para a apuração do IRA será necessária a medição de pressões em alguns pontos representativos da rede de distribuição. Além de possibilitar a supervisão em tempo real do que ocorre no sistema de abastecimento, o sistema de telemetria e telecomando fornecerá outras informações úteis à operação, dentre as quais destacamse: registro das vazões mínimas noturnas nos diversos setores de abastecimento, ferramenta útil à gestão e controle das perdas físicas no sistema; a determinação dos perfis de consumo dos diversos setores de abastecimento, informação de grande valia para a otimização dos projeto das unidades de distribuição; melhor aproveitamento das unidades componentes do sistema, especialmente os reservatórios; profundo conhecimento do sistema, o que permitirá uma maior eficácia do processo de planejamento da ampliação das instalações. 136

137 Além do sistema de telemetria, a existência de um cadastro confiável é instrumento fundamental para o controle operacional. A planta cadastral das redes de distribuição permitirá também a implantação de sistemas de gerenciamento georeferenciados - SIG. Através desses sistemas é possível relacionar as informações armazenadas em um banco de dados a pontos geograficamente definidos em planta. É possível, por exemplo, obter-se a indicação em planta de todas as ocorrências de vazamentos registradas em um determinado período de tempo, identificando-se áreas ou regiões onde há maiores incidências. Existe ainda a possibilidade de georeferenciamento das informações contidas no banco de dados comercial (consumos, idade de hidrômetros etc.), o que permite, através da aplicação de softwares de modelagem matemática, a permanente verificação das condições de funcionamento da rede de distribuição e um planejamento adequado e ágil das intervenções para melhoria ou ampliação do sistema de abastecimento. São inúmeras as possibilidades de aplicação desta tecnologia na administração dos serviços, propiciando, sem dúvida, maior agilidade e eficácia na identificação e solução dos problemas. Outro aspecto importante do controle operacional refere-se à operação da rede de distribuição. Caso não seja implementado um plano adequado de operação, a regularidade do abastecimento pode ser afetada, seja por falha de algum equipamento da rede ou pela inadequação da localização dos registros de manobra, o que pode levar à interrupção do abastecimento em áreas muito grandes, afetando parcela significativa da população. Deverão também ser estabelecidas as rotinas de inspeção e manutenção preventiva das diversas peças especiais que compõem a rede de distribuição e adutoras, como registros, válvulas de retenção e quebra pressão, ventosas etc. Em resumo, uma lista de ações a serem desencadeadas no sentido da efetiva implantação do controle operacional do sistema de abastecimento de água seria: 137

138 Desenvolvimento e elaboração do cadastro das redes de distribuição, adutoras, e outras unidades operacionais; Desenvolvimento e elaboração do projeto de instrumentação e controle operacional do sistema; Desenvolvimento e elaboração do projeto de implantação do SIG - Sistema de Informações Georeferenciadas A implantação do SIG deverá ser implementada à medida em que outros projetos do sistema comercial estejam definidos, de forma a possibilitar o interfaceamento dos mesmos. Funcionalmente, as diversas atividades que compõem o controle operacional do sistema de abastecimento de água deverão ser realizadas sob coordenação da Gerência Técnica da estrutura organizacional CONTROLE OPERACIONAL DO SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS De forma geral, as organizações que administram serviços de água e esgotos tendem a concentrar seus esforços nas atividades de abastecimento de água, relegando a um segundo plano os serviços de coleta e tratamento dos esgotos. Essa atitude é até certo ponto justificada pela deficiência ou mesmo inexistência desses serviços em muitas das cidades brasileiras, o que nos tem levado a uma cultura de operação de sistemas de esgotos muito pouco desenvolvida. A escassez de recursos disponíveis para o setor acaba por levar as administrações a priorizar suas ações e a optar, invariavelmente, pela maior dedicação ao serviço de abastecimento de água. Entretanto esse quadro está sendo modificado no Brasil, onde nos últimos anos um grande número de estações de tratamento de esgotos vêm sendo implantadas. A recente edição da nova legislação de proteção ao meio ambiente e a Lei Nacional do Saneamento também deverá contribuir como fator motivador para a melhoria do setor. 138

139 Nesse contexto, o controle operacional dos sistemas de esgotos sanitários deverá adquirir maior importância, não só por exigência do consumidor quanto à prestação de um serviço adequado, mas também como instrumento indispensável à garantia da preservação da saúde pública e do meio ambiente. As especificações de serviço adequado estabelecem algumas condições e indicadores para avaliação da qualidade dos serviços, tanto de coleta e interceptação como no tratamento e disposição final dos esgotos. Da mesma forma que nos sistemas de abastecimento de água, a implementação de um sistema eficiente de controle operacional para os sistemas de esgotos é condição indispensável para garantir um padrão de serviço adequado e atender às exigências legais. Diferentemente dos sistemas de abastecimento de água, onde os problemas diagnosticados pelo controle operacional têm caráter predominantemente técnico, os problemas verificados em um sistema de coleta de esgotos sanitários são, em sua maior parte, advindos da má utilização das instalações sanitárias pelos usuários, como o lançamento de águas pluviais na rede coletora, a disposição de resíduos sólidos nas instalações sanitárias etc. Sendo assim, a solução dos problemas diagnosticados pode não depender apenas de decisões de caráter exclusivamente técnico mas demandar a implementação de ações que envolvam aspectos culturais e de conscientização dos usuários. Para o completo desenvolvimento do controle operacional do sistema de esgotos sanitários, as seguintes atividades devem ser implementadas: Controle do tratamento de esgotos, de modo a garantir a qualidade e eficiência do processo, incluindo a eventual reutilização dos efluentes; Medição e registro das condições de operação das estações elevatórias e, em especial, o controle de extravasamentos; Registro e análise do consumo de energia elétrica em todas as unidades do sistema; Elaboração e manutenção do cadastro de todos os interceptores e coletores tronco, além das redes coletoras existentes no sistema; 139

140 Definição e operação de um plano de inspeção e manutenção de pontos notáveis de linhas de recalque (válvulas, tanques etc.), e limpeza periódica de poços de estações elevatórias de esgoto; Implementação de um sistema permanente de registro e análise das intervenções realizadas nas redes e ramais, de modo a possibilitar o planejamento das ações corretivas; Implementação de um sistema para identificação, controle e eliminação de lançamentos de águas pluviais nas redes coletoras. A topografia da região onde está localizada a cidade de Jaru não favorece o escoamento dos esgotos por gravidade. A quantidade de estações elevatórias é razoável, tendo sido previstas, na concepção do sistema de esgotos, a implantação de várias unidades, sendo uma delas a estação elevatória final para recalque até o tratamento De qualquer maneira, em face da rigidez da lei ambiental vigente, é importante que essas unidades sejam monitoradas à distância, com a indicação do estado de funcionamento dos equipamentos de recalque, da ocorrência de problemas elétricos (falta de energia elétrica, por exemplo) e indicação de extravasamentos. Tais informações permitirão a tomada de decisão rápida para a solução de problemas. Os dados coletados deverão ser transmitidos ao Centro de Controle Operacional do sistema de esgotos, previsto para ser implantado na estação de tratamento projetada. Essa estação deverá também ser supervisionada de modo a garantir a eficiência operacional desejada. Além do sistema de supervisão, a estação de tratamento deverá contar com um laboratório de controle da qualidade para execução das diversas análises indispensáveis à operação e verificação de sua eficiência. A existência de um cadastro confiável das redes coletoras, coletores tronco e interceptores é de fundamental importância para a administração, valendo aqui os mesmos motivos expostos no item quanto ao cadastro das redes de água. Para a elaboração do cadastro do sistema de esgotos deverá ser adotada a mesma metodologia descrita para o sistema de abastecimento de água. 140

141 Previu-se, no entanto, que o serviço de cadastramento das redes coletoras poderá ser feito com equipe própria da organização. Tal estratégia é justificada pelo fato de que grande parte da rede ainda será implantada, devendo seu cadastro ser executado durante as obras. O cadastro do sistema de esgotos deverá ser informatizado, utilizando-se a mesma base cartográfica do cadastro de água. A exemplo do que foi discutido para o sistema de água, o uso da ferramenta SIG é muito apropriado, e permitirá o gerenciamento efetivo da qualidade dos serviços de coleta de esgotos, com a representação em planta das ocorrências de obstruções nos ramais e redes, indicadores previstos nas especificações de serviço adequado (IORD e IORC). Com esta representação, será possível a identificação das regiões da cidade onde há maior incidência de problemas, direcionando a concentração de esforços para essas áreas. Isto é particularmente interessante, pois grande parte dos problemas de obstrução de redes e ramais decorrem da má utilização das instalações sanitárias pelos usuários. A identificação das áreas mais problemáticas permitirá a implementação de programas de conscientização e educação sanitária em escolas, associações e outras entidades representativas dos usuários, apenas nas regiões mais problemáticas. A realização desses programas em toda a cidade certamente exigiria um esforço muito maior, com a obtenção de resultados equivalentes. Também para o sistema de esgotos sanitários deverá ser implementado um plano de inspeção e manutenção preventiva de pontos notáveis das instalações, tais como válvulas, ventosas, tanques etc. Especial atenção deve ser dada à limpeza dos poços de sucção das estações elevatórias. Em razão das ligações indevidas de águas pluviais na rede coletora, provocando o acúmulo de areia nessas instalações, certamente ocorrerão danos aos equipamentos de recalque e, consequentemente, extravasamentos de esgotos. 141

142 O lançamento de águas pluviais no sistema de esgotos sanitários é um grave problema, que ocorre na maioria das cidades brasileiras. As tubulações das redes coletoras são dimensionadas para conduzir apenas as vazões de esgotos e as águas de infiltração. Quando as águas de chuvas são introduzidas nessas tubulações, a vazão produzida é muito superior à capacidade de veiculação da canalização. Ocorrem, então, os extravasamentos nos pontos mais baixos, que podem ser os poços de visita nas ruas ou mesmo vasos sanitários e ralos nas residências. É imprescindível a implementação de programa para regularização dessa situação através de rigorosa fiscalização pelo orgão que tem atribuição legal para exigir a correção das instalações prediais dos usuários. Como resultado de um sistema de controle mais eficaz, serão identificadas as redes com problemas de construção e obsolescência, detectando-se as necessidades de remanejamentos ao longo do tempo. Como não há informações que permitam avaliar com precisão essa necessidade no momento, estimouse que deverão ser remanejados metros de rede e 100 ligações domiciliares por ano, durante todo o período de estudo. Funcionalmente, as diversas atividades que compõem o controle operacional do sistema de esgotos deverão ser realizadas sob coordenação da Gerência Técnica da estrutura organizacional. Para o sistema de esgotos, como descrito, haverá um Centro de Controle Operacional distinto do previsto para o sistema de água. No que se refere às atividades internas relativas ao cadastro, a mesma estrutura indicada para o sistema de água será responsável pelo sistema de esgotos. 142

143 O sistema de supervisão e controle proposto para as estações elevatórias e estação de tratamento de esgotos deverá ser implantado simultaneamente às obras, incluindo-se os recursos necessários no valor do investimento previsto. Os insumos e estruturas necessários para a operação da estação de tratamento de esgotos, incluindo o laboratório de controle da qualidade, foram incluídos no Plano de Investimentos. Foram previstos também recursos para a realização do remanejamento de redes e ligações domiciliares para o período do estudo CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA O controle da qualidade da água, qualquer que seja o modelo de gestão adotado, deve atender às exigências legais em vigor, especialmente as da Portaria nº 2914 do Ministério da Saúde de 12/12/2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Entretanto, além de atender a essas exigências, o modelo deve ser suficiente para cumprir as regras relativas às especificações de serviço adequado. A freqüência de amostragem e análises, bem como o grau de complexidade para determinação de cada parâmetro, auxilia na definição do modelo de gestão mais adequado. Assim, para parâmetros de elevada freqüência e baixa complexidade, a viabilidade de contarse com infra-estrutura própria para as determinações é maior. Por outro lado, para os parâmetros com baixa freqüência de determinação, e que exigem equipamentos sofisticados, a contratação de laboratórios especializados torna-se mais vantajosa. O estabelecimento do plano de amostragem na rede de distribuição é definido não somente em função do atendimento das exigências legais, mas também das especificações de serviço adequado e de características físicas do sistema local. 143

144 A avaliação desses fatores possibilita a identificação de uma quantidade adequada de pontos do sistema de distribuição, de forma a, na freqüência exigida, efetuar-se a amostragem em pontos fixos e em outros sorteados aleatoriamente. Nas especificações de serviço adequado ficaram estabelecidos requisitos para o indicador denominado IQA - Índice de Qualidade da Água. Esse indicador possibilita a avaliação da qualidade dos serviços prestados. Portanto, a quantidade e a localização dos pontos de amostragem devem ser estudadas, não somente com o objetivo de cumprir-se o que as leis exigem, mas também com a finalidade de satisfazer às necessidades dos usuários, que pagam por um serviço essencial. O modelo de controle da qualidade da água em Jaru deve ser definido em consonância com a concepção prevista para o sistema de abastecimento. Sendo assim, será necessário estabelecer-se modelos de controle para os processos de tratamento de água,. Dessa forma, o modelo deve contemplar: a certificação da qualidade da água tratada, nos seus pontos de produção; controle da qualidade no sistema de distribuição. A certificação da qualidade da água tratada e distribuída é fundamental, tendo em vista que o produto é comercializado pela CAERD, tornando-a, portanto, responsável pelo mesmo perante os consumidores de Jaru. O primeiro passo nessa direção é a definição clara dos requisitos de qualidade necessários, a serem estabelecidos no regulamento de prestação de serviços. As normas e legislação aplicáveis devem ser explicitadas, assim como as especificações de coleta de amostras e métodos de análise de laboratório, para cada parâmetro de controle. 144

145 Periodicamente deverão ser realizadas amostragens conjuntas ( CAERD e Secretaria da Saúde), de forma a possibilitar a aferição da adequação dos procedimentos adotados pelas partes, evitando divergências. Finalmente, devem ser mantidos registros da qualidade da água pelas partes, a fim de assegurar a disponibilidade de dados históricos que permitam avaliar o desempenho e as tendências de evolução. O controle da qualidade da água no sistema de distribuição é de responsabilidade da CAERD. O porte da cidade de Jaru, as características de seu sistema de distribuição de água, levaram a definição de um modelo de gestão com as seguintes características: análises de baixa e média complexidade, elevada freqüência e que não requerem equipamentos de custo elevado, como cor, turbidez, ph, flúor, bacteriológicas, ferro, alumínio e outros metais: execução por pessoal e infra-estrutura próprios; análises de maior complexidade e freqüência reduzida ou que requerem equipamentos de custo elevado, como trihalometanos e compostos orgânicos: contratação com laboratórios especializados; coleta de amostras: execução por equipe própria; lavagem e desinfecção de redes e reservatórios: fundamentais para o fornecimento contínuo de água com qualidade adequada, a execução desta tarefa caberá ao pessoal alocado nas equipes de serviços em redes e ligações, devidamente treinados e orientados pelos técnicos do controle da qualidade. De forma a manter organizados os registros das análises e possibilitar a apuração rotineira do IQA, deverá ser desenvolvido ou adquirido software específico para esta tarefa CONTROLE DE PERDAS 145

146 O conceito de controle de perdas em sistemas de abastecimento de água compreende um leque de ações que têm como objetivo minimizar a diferença entre a quantidade de água produzida e a que é efetivamente consumida ou faturada aos usuários. De fato, as perdas que ocorrem no processo de produção, expressas pela diferença entre a quantidade de matéria prima utilizada (água bruta) e a quantidade produzida (água potável), não obstante também exijam controles e ações específicas, não são, pela menor significância na maioria dos sistemas, as mais enfocadas nos modelos de gestão. Particularmente no caso de Jaru, que produz a água, o enfoque do controle de perdas deve ser direcionado exatamente para a distribuição e comercialização. Dessa forma, antes de tratar-se propriamente da metodologia de gestão do controle de perdas, é conveniente que os seguintes conceitos básicos sejam estabelecidos: a) perdas físicas: são aquelas decorrentes de vazamentos em redes, adutoras, ramais domiciliares, vazamentos e extravasamentos de reservatórios, além de outras motivadas por procedimentos operacionais, como é o caso das descargas em redes de distribuição. Devem ser diferenciadas dos desperdícios de água pelos usuários, pois estes são medidos e faturados, não se constituindo propriamente em perdas; b) perdas não físicas: são aquelas onde não há a efetiva perda do produto, e sim uma perda de receita para a operadora do serviço, decorrente de problemas inerentes à hidrometria, fraudes e outros. O produto é consumido pelo usuário mas não é faturado. Apresenta-se a seguir a descrição das características do modelo de gestão previsto para o controle de perdas CONTROLE DE PERDAS FÍSICAS A) Distritos pitométricos, setorização e adequação de pressões na rede de distribuição 146

147 O modelo recomendado na atualidade e que tem levado a melhores resultados no controle das perdas físicas para sistemas do porte de Jaru, fundamenta-se na divisão das redes de distribuição em diversos setores de monitoramento, denominados distritos pitométricos. Consiste na medição e análise dos perfis de vazão de abastecimento em setores da rede relativamente pequenos, bem identificados e devidamente isolados dos demais, de forma a obter-se indicações da existência de vazamentos na área avaliada. A definição da quantidade de distritos depende da configuração de cada sistema em particular. Em geral são recomendadas extensões de rede da ordem de 15 km por distrito, de forma a agilizar a identificação de vazamentos quando necessário. Adotada essa configuração, seriam instalados distritos pitométricos nas redes de Jaru. Cabe ressaltar que essa extensão de rede serve apenas como orientação. A definição do porte de cada distrito depende da configuração do sistema. Os hidrogramas ou perfis de vazões são obtidos por meio de medidores instalados nas tubulações abastecedoras dos distritos, com os valores sendo registrados em meio magnético para posterior processamento e análise. De fato, a indicação da existência de perdas em um distrito está atrelada à avaliação das vazões mínimas que, em geral, ocorrem durante a noite. A pesquisa para localização de vazamentos em um determinado distrito ocorrerá quando forem verificadas variações no hidrograma normal de consumo, que estejam fora de faixas preestabelecidas. Além da medição sistemática de vazões, o registro de pressões em pontos escolhidos da rede de distribuição é efetuado de forma a avaliar-se a possibilidade de vazamentos nas proximidades e, paralelamente, verificar-se a regularidade do abastecimento nos diversos setores. Outro aspecto comprovadamente gerador e potencializador de perdas em redes de distribuição é a existência de áreas submetidas a pressões elevadas. A setorização adequada das redes deve ser utilizada nesses casos, assim como a implantação de dispositivos reguladores, como as válvulas de quebra de pressão. 147

148 Uma atividade que deve ser priorizada pela área técnica é a elaboração de uma planta da rede de distribuição com a identificação das áreas de elevada pressão, visando a definição das ações e obras necessárias para a solução dos problemas. Os trabalhos de separação dos setores de abastecimento, delimitação dos distritos pitométricos e das regiões de pressão elevada deverão ser desenvolvidos, com base em projeto previamente elaborado. B) Técnicas a serem utilizadas para a detecção de vazamentos A técnica de utilização de distritos pitométricos direciona a atividade de pesquisa e localização de vazamentos em pequenos setores da rede, com menores despesas pela maior eficácia e eficiência geradas. Assim, a pesquisa de vazamentos em campo é sempre precedida da análise dos hidrogramas de vazão de cada área, até mesmo para selecionar os distritos prioritários para a realização dos serviços. As técnicas previstas para utilização em Jaru são bastante difundidas, a saber: Geofonamento das redes e ramais prediais, por meio de geofones do tipo mecânico e eletrônicos. Previu-se a existência de equipe de serviços específica para esta atividade; Utilização de barras de escuta para pesquisa de vazamentos em ramais prediais; Pesquisa com utilização de correlacionador de ruídos, para casos específicos de linhas de maior importância localizadas nas áreas centrais da cidade. C) Procedimentos, técnicas de execução e controle de serviços de instalação e manutenção de redes e ligações, visando a redução de perdas físicas A experiência em controle de perdas indica que não basta utilizar-se as técnicas apontadas de detecção de vazamentos para reduzi-las a níveis satisfatórios. Diversas outras ações são necessárias se o objetivo for mantê-las controladas a longo prazo, dentre as quais destacam-se: utilização de materiais adequados nas redes e ligações; 148

149 utilização de procedimentos adequados na instalação de novas redes e ramais e nas operações de manutenção; treinamento contínuo do quadro de recursos humanos, próprios ou de terceiros, para a execução das tarefas; manutenção de um sistema adequado de registro de informações de campo. D) Sistema de supervisão e controle na redução de perdas No item discutiu-se o sistema de supervisão e controle previsto para o sistema de abastecimento de água. Esse sistema será um instrumento de grande utilidade, pois tornará disponível, em tempo real, muitas informações necessárias para a avaliação do nível de perdas nos diversos setores de abastecimento, sendo possível direcionar e priorizar as ações de pesquisa de vazamentos. Dentre as informações que poderão ser utilizadas no controle de perdas destacam-se: medição e registro das vazões aduzidas e consumidas nos setores de distribuição de água; medição e registro das pressões nas elevatórias e em pontos estratégicos da rede de distribuição; medição e registro dos níveis verificados nos diversos reservatórios do sistema; registro e análise do consumo de energia elétrica em todas as unidades do sistema. E) Remanejamento de redes e ligações de água A existência de redes de distribuição muito antigas, em mau estado de conservação, indica a necessidade de um programa de substituição. Além de motivarem o aparecimento de um grande número de vazamentos, com forte reflexo sobre o nível de perdas, essas redes afetam também a qualidade da água distribuída. 149

150 Por esta razão foi previsto o remanejamento de redes e ligações domiciliares nos dois primeiros anos do plano. Para os demais anos, foram também efetuadas previsões de remanejamentos, de forma a obterse as projeções dos dispêndios. A confirmação das necessidades dependerá da implantação de um sistema de acompanhamento e controle das intervenções na rede, que permita avaliar a real necessidade das substituições CONTROLE DE PERDAS NÃO FÍSICAS A) Hidrometria O sistema comercial é a base para o controle das chamadas perdas não físicas, ligadas fundamentalmente à qualidade da hidrometria e fraudes. Supondo, imaginariamente, um sistema de água com perdas físicas igual a zero e com um sistema de hidrometria em boas condições, ainda assim haveria um índice de perdas em virtude da falta de precisão dos hidrômetros, principalmente em faixas de vazões muito baixas. Os recentes avanços tecnológicos têm contribuído para o aumento da precisão dos aparelhos mas ainda não foram capazes de resolver definitivamente a questão. Se, mesmo com a hidrometria em boas condições, existem problemas dessa natureza, é impossível pensar-se em controle de perdas com um sistema de micromedição em condições precárias. Dessa forma, além da manutenção de 100% de hidrometração, deverão ser buscados índices reduzidos de hidrômetros com problemas, o que exige um programa de manutenção adequado. Considerando que a maioria dos hidrômetros instalados é muito antiga e que não existe uma rotina de substituição dos aparelhos avariados, definiu-se que, nos três primeiros anos do período de plano, todos os aparelhos serão substituídos, de forma a garantir que estarão em boas condições de operação. 150

151 Nos demais anos do plano previu-se a substituição de acordo com a vida média dos hidrômetros. Além da substituição de hidrômetros, previu-se também o desenvolvimento de um programa de adequação e padronização de cavaletes com os seguintes objetivos principais: Facilitar a leitura e, por conseqüência, aumentar a produtividade do serviço; Combater as fraudes, dificultando o acesso ao hidrômetro através de um modelo adequado de cavalete; Minimizar a ocorrência de hidrômetros inclinados. A manutenção da hidrometria em boas condições depende diretamente do sistema comercial implantado. Esse sistema deve possibilitar a obtenção de informações orientadoras das ações corretivas e preventivas, que têm como base as leituras periódicas, visando à redução das perdas. Essas informações, devidamente codificadas, são: hidrômetros parados ou em situação que impedem a leitura; hidrômetros com consumo baixo ou zero; hidrômetros com tempo de instalação ou volume registrado superiores a limites estabelecidos; outras. Com base nessas informações devem ser programadas as inspeções, aferições com bancadas portáteis em campo, substituições e, se for o caso, utilização de aparelhos de melhor precisão. B) Detecção e prevenção de fraudes Na detecção de fraudes destacam-se o sistema comercial implantado e o agente responsável pela leitura periódica. Assim: variações significativas de consumo podem indicar mau funcionamento dos hidrômetros, ou fraudes; hidrômetro e o cavalete devem ser lacrados, de modo a inibir a prática comum de travá-los; 151

152 vistorias regulares em imóveis sem ligação, com fonte própria, ligações suprimidas ou cortadas, são fundamentais para detecção de ligações clandestinas; para os grandes consumidores, leituras intermediárias devem ser realizadas, não somente por questões de detecção de eventuais fraudes mas visando diagnosticar rapidamente qualquer anomalia nos equipamentos que possa levar a perdas de faturamento AVALIAÇÃO DAS PERDAS E SEUS INDICADORES As formas de avaliação de perdas e seus indicadores necessitam ser bem definidas, de forma a não gerarem interpretações errôneas, como é comum acontecer. Além do indice de perdas definidos nas especificações de serviço adequado, outros indicadores específicos devem ser utilizados de forma a possibilitar o planejamento eficiente das atividades e a obtenção de um diagnóstico mais correto das causas das perdas. Esses indicadores podem ser: cálculo do índice de perdas por setor de abastecimento e, quando possível, por distrito pitométrico, o que exigirá a compatibilização do cadastro comercial com os limites dos setores; avaliação de perdas por extravasão em reservatórios; desenvolvimento de modelos matemáticos de avaliação das perdas físicas, através do registro histórico dos hidrogramas de vazão nos distritos pitométricos; avaliação das perdas resultantes da redução de contas dos usuários, por qualquer motivo. A seguir são resumidas as ações a serem desencadeadas no que se refere ao controle de perdas. Tais atividades devem preferencialmente ser desenvolvidas com pessoal próprio, utilizando-se terceiros apenas em tarefas específicas e bem definidas: A) Definição do plano de setorização das redes, incluindo a definição dos distritos pitométricos e análise das pressões; 152

153 B) Transferência das informações de projeto para meio magnético, registrando-as em planta cadastral digitalizada da cidade; C) Especificação dos equipamentos, instrumentos e softwares necessários ao controle dos distritos pitométricos; D) Especificação dos equipamentos e instrumentos necessários à pesquisa de vazamentos; E) Preparação dos termos de referência para as aquisições; F) Preparação de especificações para execução de serviços em redes e ligações, bem como de manuais de treinamento para o pessoal próprio ou de empresas contratadas. Funcionalmente, a área responsável pelo controle de perdas deverá estar localizada na Gerência Técnica. As atividades do controle de perdas deverão ser realizadas com pessoal próprio, utilizando-se apenas quando necessário os serviços de terceiros. Os recursos para tais contratações estão alocados na conta de Serviços de Consultoria no estudo econômico-financeiro. O projeto de setorização e definição dos distritos pitométricos é parte do projeto de reforço da rede primária, previsto no plano de obras. Foram previstos recursos para a substituição e manutenção dos hidrômetros, adequação dos cavaletes e remanejamento de redes e ligações ATENDIMENTO AO PÚBLICO ASPECTOS GERAIS A modelagem do sistema de atendimento ao público será efetuada através da abordagem de três áreas principais: estrutura de atendimento, prestação de serviços comerciais e prestação de serviços de campo. A) Estrutura de atendimento 153

154 Para a prestação de serviços de forma adequada, a estrutura de atendimento deve ter como condição de contorno fundamental propiciar o máximo de conforto aos usuários quando esses necessitarem, por qualquer motivo, estabelecer contato com o prestador do serviço. O modelo deve basear-se em estruturas facilitadoras, como o atendimento via telefone e o atendimento domiciliar personalizado. É evidente que o prestador do serviço terá que contar com um ou mais pontos fixos de atendimento. O atendimento nos escritórios deve ser realizado em prédios de clara identificação, situados em locais de fácil acesso, próximos a pontos de confluência de transportes coletivos e próximos a pontos da rede bancária, de forma a facilitar os pagamentos. Para ser efetivo, o atendimento via telefone, com sistema de atendimento gratuito deve funcionar 24 horas por dia, todos os dias do ano e contar com um número adequado de linhas para o movimento de solicitações. O volume de ligações, o tempo de espera e o tempo de atendimento devem ser continuamente monitorados, de forma a acompanhar-se a qualidade do atendimento. Para que as necessidades dos usuários possam ser eficientemente resolvidas por telefone, os procedimentos comerciais e administrativos devem ser adequadamente projetados. O atendimento domiciliar deve ser utilizado para resolver problemas de ordem comercial, como por exemplo, questões relacionadas a elevação de consumo, dados cadastrais e outros. O sistema de emissão de contas no ato da leitura evita a maioria dos problemas que levam os usuários aos escritórios do prestador. Para suportar esse formato de atendimento, os sistemas de cadastro comercial, de comercialização, de atendimento ao público e de planejamento e execução de serviços devem ser integrados, informatizados e disponíveis em rede de computadores para utilização de todos aqueles que estiverem envolvidos com qualquer tipo de atendimento. 154

155 Fundamental para a prestação de serviços com qualidade aos usuários é a qualificação dos profissionais envolvidos com o atendimento ao público. Eles devem contar com treinamento na área de relações humanas e técnicas de comunicação, além de conhecerem profundamente as normas e procedimentos a serem adotados em cada caso. B) Prestação de serviços de campo Os serviços de campo estão relacionados à manutenção e expansão dos sistemas de distribuição de água e coleta de esgotos. Esses serviços podem ter origem interna, por determinação das áreas administrativas, ou externa, quando a solicitação parte de um usuário. A solicitação do serviço deve ser registrada no sistema de gerenciamento e controle de prestação de serviços. Se a solicitação partir de um usuário, o atendente deve informar a data provável da execução do serviço, em função dos prazos médios e máximos registrados no sistema para aquele tipo de serviço. À medida em que os serviços são registrados, a área de programação determina sua prioridade de execução. Se for o caso de intervenção imediata, o acionamento da equipe de execução que estiver mais próxima do local ocorrerá via rádio. Caso o serviço não seja emergencial, entrará para a programação normal. Após a execução de qualquer serviço, devem ser registradas no sistema a data e hora da execução. Fundamental para a boa prestação, no caso de ser necessária a reprogramação de serviços solicitados, a nova data de execução deve ser informada ao solicitante. usuário. Do mesmo modo, tendo sido executado o serviço, deve ser avaliado o grau de satisfação do 155

156 Todas as informações relativas à prestação do serviço e ao grau de satisfação do usuário devem ficar registradas no sistema, de forma a ser possível o levantamento estatístico de dados e a elaboração de relatórios gerenciais e de prestação de contas a qualquer interessado. Uma das bases do bom atendimento é a possibilidade de manter o usuário permanentemente informado da data prevista para a execução do serviço. Para isto é necessária a adoção de um sistema de planejamento e controle para os serviços de campo, que envolva desde a organização dos recursos humanos, materiais e equipamentos, até o desenho do fluxo de informações, passando pela decisão da execução por equipe própria ou de empresas contratadas; estas também devem manter um sistema próprio de programação. A organização das equipes de campo deve ser feita em função dos tipos de serviços, agrupados de acordo com características de complexidade. As equipes de execução devem ser dimensionadas em função das quantidades e características dos serviços, com a área de programação contando com uma relação completa e detalhada dos serviços que cada equipe está apta a executar. Para cada serviço catalogado é também registrado um tempo padrão de execução, considerado ideal para a aquele tipo de serviço. De posse das solicitações, a área de programação programa a execução dos serviços para cada equipe, procurando aliar, da melhor forma possível, a ordem de entrada das solicitações de serviços com o menor roteiro a ser percorrido. A organização das equipes e as atividades de programação permitem que a produtividade das equipes de campo seja permanentemente acompanhada, visando à atualização dos tempos padrão e a melhoria contínua dos serviços, de forma a tornar as emergências cada vez mais raras. Na programação dos serviços, e de forma a sobrar tempo para as atividades de execução propriamente ditas, devem ser levadas em conta as ações de apoio às equipes, tais como: o ressuprimento de materiais nos veículos, em função dos consumos avaliados em horários fora da jornada normal de trabalho; o abastecimento dos veículos; as manutenções necessárias. 156

157 O sistema de planejamento e controle de serviços de campo deve também ser preparado para cadastrar as causas de determinadas ocorrências, como vazamentos de água, obstruções em tubulações de esgotos, falta d'água e outros, pois os problemas podem estar ligados a fatores que exigem atuação direcionada, como: qualidade da obra; qualidade dos serviços de reparo executados por pessoal interno ou empresas contratadas; qualidade dos materiais empregados; componentes com vida útil vencida; outros. C) Prestação de serviços comerciais A prestação dos serviços comerciais está, como não poderia deixar de ser, intimamente ligada ao sistema comercial a ser implantado. O gerenciamento e controle da prestação de serviços comerciais deve ser feito da mesma forma que os serviços de campo, ou melhor, através de software de gerenciamento e controle de prestação de serviços. Por outro lado, a operacionalização dos serviços mais comuns requer o estabelecimento de procedimentos específicos, todos com o objetivo de atender às necessidades dos usuários e o efetivo gerenciamento por parte do prestador. Assim, entre outros, devem ser estabelecidos procedimentos relativos a: débito automático em conta; emissão de segunda via de conta; alterações cadastrais e correção de erros de emissão de contas; exames prediais e aferição de hidrômetros; redução, parcelamento e reparcelamento de contas; cobrança de serviços; outros. No caso do débito automático em conta corrente e entrega de contas em endereço específico, o procedimento deve estabelecer, por exemplo, que qualquer conta possa ser enviada diretamente à agência bancária da preferência do usuário para que seja procedido o débito, bastando para isto o usuário efetuar a autorização na agência bancária e comunicar ao prestador. Para conferência, o usuário deve receber o espelho da conta que lhe será faturada. 157

158 O sistema deve estar preparado também para inibir a ordem de débito para contas com consumos superiores a valores estabelecidos, com a ordem sendo emitida apenas e após a confirmação do correto valor do débito. A qualquer momento, a pedido do usuário, o sistema deve estar preparado para que seja emitida uma segunda via de conta, seja por solicitação no posto de atendimento, seja via telefone. As alterações cadastrais pedidas pelo usuário e que não interfiram no faturamento devem ser feitas de forma imediata, bastando que haja um contato com o posto de atendimento, pessoalmente ou por telefone, ou ainda, com o agente comercial no ato da leitura. Os pedidos que interfiram no faturamento, como alteração de categoria por exemplo, devem ser aceitos da mesma forma, porém somente serão processados após confirmação dos dados informados. O exame predial e a aferição do hidrômetro podem ser executados por iniciativa do prestador ou por solicitação do usuário. O exame predial tem como objetivo principal verificar as condições das instalações internas de água e esgotos do imóvel, e detectar possíveis vazamentos e lançamento de águas pluviais na rede coletora de esgotos. A aferição do hidrômetro tem como objetivo a verificação das condições de funcionamento do aparelho, bem como de sua exatidão. Esses dois instrumentos podem e devem ser utilizados para eliminar dúvidas sobre eventuais distorções de consumo. Os procedimentos devem estabelecer condições específicas para redução de contas com consumos significativamente superiores ao médio, em casos em que ficar comprovado que a causa para aumento do consumo não era de conhecimento do usuário, como um vazamento interno não visível. 158

159 Também deverão estabelecer critérios de parcelamento do valor devido de uma ou mais contas, levando em consideração fatores como a falta de capacidade de pagamento por parte do usuário, ou quando os consumos forem superiores à média e o instrumento de redução não for aplicável. A regra para cobrança de qualquer tipo de serviço prestado também deverá ser fixada, com a cobrança incluída na conta de água e esgotos. Essa forma de cobrança permite que, praticamente, todas as solicitações possam ser feitas via telefone, dispensando a presença do usuário no posto de atendimento ou de recolhimentos prévios PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE GESTÃO PROPOSTO Seguindo as diretrizes estabelecidas no item anterior, o atendimento ao público projetado baseia-se nas seguintes estruturas principais, suportadas por sistema integrado e informatizado que inclua os módulos de cadastro comercial, de comercialização, de atendimento ao público e de planejamento e execução de serviços: atendimento em ponto fixo, ou seja, no escritório do prestador; atendimento telefônico, via sistema gratuito; atendimento personalizado, domiciliar. A execução dos serviços nesse modelo se divide entre os que deverão ser executados com pessoal próprio e os que serão contratados com terceiros. Deverão ser contratados os serviços de execução de novas ligações de água e esgotos, prolongamentos e remanejamentos de redes de água e esgotos, substituição de hidrômetros e cavaletes, e serviços de repavimentação asfáltica. Os demais serviços serão executados com pessoal próprio podendo, eventualmente, ser contratados com terceiros no caso de eventuais acúmulos. 159

160 Ao contrário dos serviços que serão contratados, os serviços a serem executados com pessoal próprio apresentam grande variedade e necessitam de um sistema mais sofisticado para sua programação e controle, além de uma melhor qualificação dos profissionais. As equipes de campo serão organizadas em função dos tipos e incidências de serviços. A organização das equipes de campo na forma descrita, e as atividades de programação dos serviços, permitirão que a produtividade das equipes seja permanentemente acompanhada. O cálculo de indicadores será feito sistematicamente pelo sistema de planejamento e controle de serviços, de forma a se obter uma séria histórica para cada equipe, e cada serviço. Esses indicadores permitem que cada equipe tenha seu desempenho avaliado, assim como a atividade de programação. Para os serviços comerciais principais o modelo de gerenciamento previsto deve contemplar, como descrito no item anterior: débito automático em conta; emissão de segunda via de conta; alterações cadastrais e correção de erros de emissão de contas; exames prediais e aferição de hidrômetros; redução, parcelamento e reparcelamento de contas; cobrança de serviços; outros. Em resumo, as ações a serem implementadas relativas ao modelo de atendimento ao público requerem a elaboração de um projeto completo, cujo escopo deve incluir: A) Diretrizes do modelo de atendimento pretendido, de acordo com as especificações acima indicadas; 160

161 B) Projeto completo das estruturas de atendimento fixas, incluindo avaliação de locais mais adequados, projetos das instalações, dimensionamento do quadro de recursos humanos etc.; C) Projeto e dimensionamento da estrutura de atendimento via telefone, incluindo o detalhamento das instalações, quadro de pessoal etc.; D) Projeto e dimensionamento da estrutura de atendimento externo, incluindo o detalhamento dos insumos e dimensionamento da estrutura de pessoal necessária etc.; E) Sistema integrado e informatizado de planejamento e execução de serviços, a ser implantado em rede de computadores, para utilização de todos que estiverem envolvidos com o atendimento; F) Dimensionamento da estrutura de programação de serviços de campo; G) Dimensionamento das equipes de campo, incluindo o detalhamento dos insumos necessários a cada tipo; H) Folhas de serviços de campo com definição de seu conteúdo; I) Manuais de atendimento ao público; J) Especificação dos equipamentos e materiais necessários; K) Preparação dos termos de referência para as aquisições. É recomendável que esse projeto seja desenvolvido por técnicos da própria organização, assessorados por consultores especializados quando necessário. Funcionalmente, o atendimento ao público deverá estar vinculado à Diretoria Comercial da estrutura organizacional. 161

162 MANUTENÇÃO ELETRO-MECÂNICA De forma genérica, as atividades principais relativas à função manutenção eletro-mecânica devem englobar: planejamento e gerenciamento dos serviços; cadastro dos equipamentos instalados e estocados; a execução direta ou fiscalização das manutenções preventivas, preditivas e corretivas. Por tratar-se de função intimamente ligada à qualidade dos serviços prestados, o planejamento adequado das diversas atividades envolvidas é fundamental, qualquer que seja o modelo de gestão escolhido. A inexistência ou deficiência de planejamento/gerenciamento das ações de manutenção pode implicar, de um lado, ocorrência de problemas crônicos que desgastam gradativamente a imagem da organização, e de outro, em situações agudas por ocasião de graves acidentes que podem ocorrer, com ampla repercussão negativa. Sob a ótica da racionalização de custos, não é necessário discorrer sobre as vantagens do planejamento das ações de manutenção. Como em qualquer outro ramo de atividade, os ganhos são sobejamente conhecidos. O ponto de partida para o planejamento das atividades é o conhecimento do parque de equipamentos e instalações em operação. Dessa forma, é imprescindível a elaboração de um cadastro detalhado que contenha as características dos instrumentos e equipamentos instalados e estocados, que inclua as recomendações fornecidas pelos fabricantes para cada um, as condições de operação a que são submetidos e o histórico de manutenções realizadas. Esse histórico, obtido por retroalimentação a partir das informações colhidas em campo, é fundamental como base para o planejamento. 162

163 A disponibilidade atual de sistemas informatizados acaba por simplificar a manutenção do cadastro e o planejamento das ações. Analogamente, o nível de estoque de componentes dos diversos tipos de equipamentos e instrumentos pode ser gerenciado com relativa facilidade. Quanto à execução da manutenção propriamente dita, seja de natureza preventiva, preditiva ou corretiva, as possibilidades vão desde a realização de todas as atividades com pessoal próprio, ao outro extremo, com a contratação total dos serviços com terceiros, reservando para a empresa apenas as ações relativas ao planejamento e fiscalização. No que se refere à filosofia de manutenção a ser adotada, é natural que as ações preventivas e preditivas devam ser privilegiadas em relação às corretivas pois, além de custos inferiores, asseguram um grau maior de confiabilidade aos sistemas em operação. A opção pela execução dos serviços de campo com pessoal próprio, por um lado, garante um maior domínio da empresa sobre todos os aspectos relativos às suas instalações ou o domínio sobre todas as atividades ligadas à função manutenção, desde o planejamento até a execução. Por outro, gera os encargos que a especialização mais aprofundada irá requerer de sua estrutura. A outra opção extrema, com a contratação de empresas especializadas em manutenção para a execução das tarefas, desonera a estrutura própria, mas exige uma equipe treinada para a fiscalização. Entre esses dois extremos, várias configurações podem ser adotadas, como por exemplo a contratação da manutenção corretiva com terceiros e execução da preventiva e preditiva com pessoal próprio. Na escolha do modelo, os custos envolvidos em cada alternativa são, inevitavelmente, fator fundamental de decisão. Outros aspectos, porém, acabam por ter influência, como a oferta de prestadores de serviços no mercado local, a complexidade do parque de equipamentos instalados, o grau de especialização exigido da estrutura própria e outros. Dessa forma, diversas configurações são possíveis visando atingir aos objetivos da função manutenção eletro-mecânica. 163

164 O modelo de gestão indicado a seguir é uma das alternativas possíveis, escolhida com base no diagnóstico das instalações locais, nas características das instalações previstas, nas possibilidades de oferta de prestadores de serviço do mercado local e, evidentemente, na avaliação de custos. De acordo com os elementos apresentados no diagnóstico técnico e na concepção prevista dos sistemas de água e esgotos não há grande quantidade de equipamentos nos sistemas, e esses não são de alta complexidade ou grande potência, considerando o porte da cidade de Jaru. Destaque deve ser dado à Estação de Tratamento de Esgotos, que contará com um grande número de equipamentos instalados. Essa unidade deverá merecer atenção especial no que se refere à manutenção eletro-mecânica preventiva e preditiva, visando garantir a normalidade do processo de tratamento. Nos tópicos a seguir são indicados os princípios e as características principais relativas ao modelo de gestão proposto: As ações preventivas e preditivas devem ser privilegiadas em relação às corretivas; As atividades de planejamento e a execução da manutenção preventiva e preditiva das instalações devem ser executadas com pessoal próprio; Adoção de sistemática de inspeção das instalações, com critérios definidos de avaliação das condições de funcionamento e de substituição programada de componentes; A manutenção corretiva deve ser executada preferencialmente por terceiros, com serviços de pequeno porte realizados com pessoal próprio; Com terceiros devem ser contratados serviços como consertos ou adequação de bombas, enrolamento de motores e outros semelhantes; O sistema de manutenção deve contar com um cadastro informatizado dos equipamentos instalados e estocados, contendo as características e recomendações fornecidas pelos fabricantes a respeito de cada um, além do histórico de manutenções realizadas e outras informações. O cadastro deve contemplar um módulo relativo a prestadores de serviços; Definição e manutenção de um estoque adequado de materiais e componentes necessários às manutenções preventivas. 164

165 Em resumo, as ações a serem implementadas, relativas ao modelo de manutenção eletromecânica projetado, são: A) Elaboração do projeto do sistema de manutenção, incluindo o desenvolvimento ou aquisição de software para o gerenciamento; B) Elaboração do cadastro dos equipamentos instalados e em estoque, contendo suas características, histórico de manutenções, recomendações dos fabricantes etc.; C) Elaboração do cadastro de fornecedores de equipamentos e outros insumos; D) Elaboração do cadastro de empresas prestadoras de serviços de manutenção; E) Projeto das equipes próprias de manutenção, com detalhamento dos recursos necessários, tais como veículos, ferramental, instrumentos e equipamentos. Funcionalmente, a área responsável pela manutenção eletro-mecânica deverá estar localizada na Diretoria Técnica da estrutura organizacional PROJETOS E EXECUÇÃO DE OBRAS seguir: As atividades principais relativas à função projetos e execução de obras são as indicadas a planejamento físico e financeiro dos projetos e obras, para melhoria ou ampliação das unidades operacionais e administrativas dos sistemas de água e esgotos; a preparação dos elementos técnicos necessários às contratações; a padronização, normalização e especificação dos elementos técnicos de projetos e obras; a fiscalização de projetos e obras contratados com terceiros; a fiscalização de projetos e obras em empreendimentos imobiliários particulares; a execução de pequenas obras e projetos; 165

166 a manutenção do arquivo técnico. A elaboração de todos os projetos internamente, ou melhor, a absorção dessa atividade pela estrutura interna da organização, apesar de possível, é totalmente inviável. A diversidade de tecnologias e especialidades que a equipe teria que dominar exigiria uma quantidade de profissionais incompatível com a escala de serviços, gerando elevado grau de ociosidade. A própria forma de gestão dessas atividades na CAERD, que contrata com terceiros grande parte de suas necessidades, confirma este fato. Do mesmo modo, a manutenção de estrutura interna para execução de obras deve se restringir àquelas de pequeno porte e, mesmo assim, nas situações onde a contratação com terceiros, por qualquer motivo, não for possível. A disponibilidade de fornecedores especializados na região de Jaru, certamente leva a menores custos globais para essas atividades quando contratadas com terceiros. Por outro lado, a contratação de fornecedores exige a organização de uma equipe adequada e qualificada para as atividades de fiscalização, tanto de projetos como de obras. De acordo com a orientação acima, a seguir são indicadas as diretrizes principais relativas ao modelo de gestão proposto. Os projetos básicos e executivos necessários à implantação das obras previstas deverão ser contratados, à exceção de alguns de pequeno porte que possam vir a ser absorvidos pela equipe interna proposta para essas atividades. Os projetos especializados, como os de eletricidade e automação, deverão também ser contratados no mercado. A execução de obras deverá ser quase que totalmente contratada com terceiros, à exceção de algumas de pequeno porte, quando houver disponibilidade de pessoal próprio. 166

167 Os serviços técnicos especializados, como os de análises de solo, sondagens, controle tecnológico de obras e recebimento de materiais, também deverão ser contratados com terceiros. A fiscalização das obras e projetos contratados deverá ser efetuada por equipe técnica interna, que acompanhará o andamento e a qualidade dos serviços e efetuará as medições. A unidade responsável pelos projetos e obras deverá manter um arquivo técnico organizado, que incluirá os projetos desenvolvidos e os cadastros de obras executadas. Para os empreendimentos imobiliários particulares, de responsabilidade do empreendedor, os projetos deverão ser submetidos à aprovação, e as obras, à fiscalização. Funcionalmente, a área responsável pelos projetos e obras deverá estar localizada na Diretoria Técnica da estrutura organizacional. Os custos relativos à contratação dos projetos básicos e executivos das obras programadas estão discriminados no plano de investimentos. Os valores necessários à contratação de terceiros para serviços técnicos especializados, conforme discutido, estão incluídos nos custos das obras previstas ORGANIZAÇÃO No diagnóstico da gestão dos serviços de água e esgotos, comentou-se que as formas de organização de instituições responsáveis por esses serviços, de certa forma, já foram amplamente estudadas. É evidente que cada instituição acaba por ter características organizacionais próprias, como resultado de sua constituição jurídica e de suas atribuições. Muitas vezes a formatação da organização acaba por refletir a visão particular de uma só pessoa ou de um grupo, que privilegia determinadas atividades, em detrimento de outras, segundo sua própria experiência. 167

168 Em muitos casos, o que se verifica em uma análise mais detida dos organogramas das instituições, são desequilíbrios entre os graus de importância atribuídos às diversas funções. Enquanto em algumas, a área de manutenção é considerada a de maior importância, em detrimento, por exemplo, das atividades ligadas à comercialização, em outras há destaque para as atividades de projetos e obras. É fato que há mesmo diversas formas de organização que podem, com melhor desempenho ou não, atender aos requisitos inerentes à prestação desse tipo de serviço. O que não pode ser esquecido são as funções principais da instituição e o privilégio que deve ser dado às atividades que efetivamente lhe dão sustentação. De certo modo, as preocupações mais recentes com a viabilidade econômico-financeira dos serviços de água e esgotos têm contribuído para evidenciar quais devem ser as funções prioritárias nessas instituições e, portanto, como as mesmas devem ser organizadas. A título de exemplo, por que razão dar importância às áreas comerciais em instituições que praticam tarifas que pouco têm a ver com a sua viabilidade econômica? Quando se passa a analisar modelos que sejam viáveis, social e economicamente, como é o caso deste Plano, acabam por ficar evidenciadas as atividades e funções de maior relevância, o que direciona a forma de organizá-las na instituição e, por consequência, o desenho da estrutura organizacional. Concluindo, a proposta de organização aqui apresentada teve, como premissa primeira, o destaque das funções que efetivamente levam à viabilização do modelo, e que felizmente está alinhada com a atual estrutura organizacional da CAERD. Foi adotada uma quantidade reduzida de níveis hierárquicos, de forma a agilizar as tomadas de decisão e não burocratizar os serviços. O organograma que explicita a forma de organização requerida, bem como a identificação resumida das atividades principais de cada área funcional, é apresentado a seguir. 168

169 ORGANOGRAMA BÁSICO

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