Fernando de Almeida Dultra Cosmos Engenharia. 17 de julho de 2015

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Ayrton Lisboa Prado
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1 Experiências de Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico no Estado da Bahia: dificuldades apresentadas, desafios e perspectivas Fernando de Almeida Dultra Cosmos Engenharia 17 de julho de 2015

apresentadas, desafios e perspectivas Fernando de

2 Quem trabalha em Saneamento, o faz por vocação. Mais de 20anos na Embasa,edepoisemprefeituras, trabalhos voluntários, como consultor na Cosmos e como professor na FTC. Como engenheiro credenciado da CAIXA, ajudei a viabilizar alguns investimentos de grande utilidade social. Boa vontade para que os serviços de saneamento fossem prestados a quem deles precisava. Fiscais atuais e demais envolvidos que tenham uma postura mais proativa e de fato comprometida com a população.

Como engenheiro credenciado da CAIXA, ajudei a viabilizar alguns investimentos de grande utilidade social.

3 Hoje sou sócio de uma empresa de engenharia e planejamento, a Cosmos, elaborando quatro PMSBs. Ganhamos as licitações de outros quatro. Três perderam os prazos e os recursos e um outro relicitou. Está com outra empresa. Nestes anos, vi muitos equívocos, negligencias, descasos, arrogância e desmandos na aplicação dos recursos investidos e na prestação dos serviços de saneamento.

Três perderam os prazos e os recursos e um outro relicitou. Está com outra empresa.

4 Acreditei que com a Politica Nacional do Saneamento e esses PMSBs, se poderia fazer melhor o saneamento básico. O que encontrei: Municípios com equipes frágeis para fazer o processo de fato acontecer. Demora em contratar, em constituir os Comitês Executivos e de Coordenação, em emitir a Ordem de Serviço. Alguns perderam os recursos de convênios com o Governo Federal;

O que encontrei: Municípios com equipes frágeis para fazer o processo de fato acontecer.

5 Comitês com pessoas pouco conscientes do seu papel, ou se omitindo ou criando dificuldades. Uns priorizam suas rotinas, acham que a contratada devefazertudoesuperarsozinhaasdificuldadesea pouca disposição ou crença de que Participação e Controle Social são possíveis; Poucas informações sobre os serviços de saneamento, desconfiança e má vontade de passar asqueexistem.quandopassamédeformaparciale demorada;

disposição ou crença de que Participação e Controle Social são possíveis; Poucas informações sobre os

6 Alguns acham que é muito dinheiro para a produção de alguns volumes de papel, que vão ficar numa prateleira ; Exigências fora do previsto no edital e no contrato. O poder de quem aprova e autoriza pagamento. São usados vários expedientes, rigorismos, atrasos, etc; A vulnerabilidade das contratadas é grande. Basta alguém deixar de fazer um procedimento formal, não se fazer e publicar aditivo de prazo, e o contrato pode ser extinto. Já aconteceu. Se o município ficar inadimplente também terá os recursos bloqueados;

São usados vários expedientes, rigorismos, atrasos, etc; A vulnerabilidade das contratadas é grande.

7 Do valor do contrato, aproximadamente a metade é o que fica disponível para gastar. O BDI, que oficialmente é aceito como de 25 %, atinge 40% para compras e contratação de serviços de empresas, e chega a 60% para pagamento direto de pessoal.

8 Sobre a contemplação de 10% de lucro no BDI, teve quem disse: Lucro? Só se houver sobra. Algumas vezes os sócios dividem é o prejuízo. Parte do que se considera lucro num contrato serve para compensar prejuízos passados, por atrasos e faltas de pagamentos. O rigorismo nas exigências, nas interpretações estreitas ou abusivas dos documentos normativos.

Parte do que se considera lucro num contrato serve para compensar prejuízos passados,

9 Presunção de que o agente publico que analisa e aprova é um sábio, iluminado e ungido defensor da aplicação do dinheiro publico, e que as pessoas das empresas, não querem fazer o melhor, só querem lucrar. Dificuldades são interpostas à liberação e pagamento dos produtos. Muitos de nós, estamos hoje em empresas privadas pelas contingencias da vida e características próprias, mas não somos piores nem melhores que os que estão no serviço publico. Não faz sentido demonizar as pessoas só porque estão no setor privado.

Dificuldades são interpostas à liberação e pagamento dos produtos.

10 Temos boas equipes técnicas, com experiência e pós graduação na área, o que nos permite bater o olho na realidade, na situação problema e conceber uma boa solução. Temos compromisso com o bem comum. Nenhum recurso é passado antecipadamente. Pagamentos só após aprovação do produto, mas esta sendo feito com atraso, muito além do previsto em contrato.

Temos compromisso com o bem comum. Nenhum recurso é passado antecipadamente.

11 Como então, sermos submetidos a tantos dissabores promovidos por pessoas entronadas em postos importantes, que baseados em preconceitos e visões equivocadas, atravancam os processos, o que na verdade resulta em prejuízo para a comunidade que tem seus planos, projetos e investimentos postergados. Pessoas adoecem e ate morrem por insuficiência nos serviços de saneamento. Na zona urbana, crianças carregando latas d agua na cabeça. A rede de agua estava a 70 metros. Houve muitos casos de doenças neste lugar.

planos, projetos e investimentos postergados. Pessoas adoecem e ate morrem por insuficiência nos serviços de saneamento.

13 Município Contrato Catu Euclides da Cunha Itaberaba Luís Eduardo Magalhães ago/13 jun/13 jun/13 ago/12 O. de Serviço out/13 out/13 jul/13 jun/13 % Recebido 54,78% 11,70% 31,30% 9,00% % Elaborado Meses Previsto 74% 21% 50% 82% Total 25,28% 56%

de Serviço out/13 out/13 jul/13 jun/13 % Recebido 54,78% 11,70%

14 Juros acumulados + IOF + TAC ,19 Juros + IOF limite cheque especial ,16 Juros+IOF+Tarifas emprést on line 7.507,17 Total Juros ,52

15 As etapas, são transformadas numa corrida de obstáculos, quando deveria ser uma corrida de revezamento, em que cada um faz uma parte, carrega o bastão por um trecho e no final toda equipe ganha.

21 A sequencia de etapas, transformadas em obstáculos é: Contratação e autorização para inicio demorada, com defasagem do valor real do recurso devido à inflação. Os convênios com MCidades foram firmados no inicio de 2011 e só iniciaram no segundo semestre de 2013; Fragilidade técnica e falta de engajamento das equipes locais, o que demanda muita coordenação e tutela do escritório central ; Descrença da população de que sua participação é importante, que serão de fato atendidos. Resulta em alguns eventos desertos ou com baixa participação;

22 A Mobilização Social é demorada, dificultada e onerosa; Atraso, imprecisão e insuficiência, no fornecimento de informações. Falta de compromisso em colaborar com a elaboração dos Planos por parte membros dos Comitês e servidores públicos; Interpretações excessivamente rigorosas quanto aos TR e editais, emperram o processo, gerando entraves difíceis de serem atendidos em prazos razoáveis devido às omissões de vários atores;

23 Os fiscais e demais envolvidos, que postergam as analises, aprovações, providencias, etc, postergam também os investimentos e alguns municípios deixaram de receber recursos federais, por não ter os PMSBs e PGIRS. Cada dia de atraso no plano, reflete em dia de atraso no bom fornecimento do serviço à população. Após elaborado cada Produto vem a aprovação pelo Comitê de Coordenação, pela equipe técnica da Prefeitura e por fim pela CAIXA. Excessiva demora. A contratada, sem receber, fica sujeita a pagar multas, juros, perder colaboradores, passar por constrangimentos, e todos, colaboradores e sócios sofrerem prejuízos financeiros, danos morais e grande angustia;

24 Desafios: Vencer a descrença da população que será ouvida e suas necessidades atendidas, para que participem dos eventos; Dotar os municípios de pessoal e recursos para fazer seus planos, acompanhar suas aplicações e fazer as atualizações, melhorando-os gradativamente; Internalizar a concepção de que os planos são participativos, que devem ter técnicos capazes de diagnosticar o que existe e propor em acordo com os interessados o que, como e quando fazer.

25 Não é só uma empresa contratada fazer os produtos, mas também a efetiva contribuição dos Comitês. Os prestadores ou operadores dos serviços(embasa, SAAE, Departamentos ou Empresas Municipais, Órgãos Estaduais e Federais, empresas terceirizadas, cooperativas, etc), devem participar da sua elaboração. Atualmente sequer se dispõem a fornecer adequadamente as informações e participar mais ativamente; Ter prazos e orçamentos realistas com a complexidade dos planos;

26 Cumprir o que esta contratado e acordado, principalmente quanto ao cumprimento de prazos de analise e aprovação, assim como fornecimento de informações; Haver uma fiscalização inteligente e altruísta e não estreita e destrutiva.

27 Isso pode ser possível, temos o exemplo do município de Catu, cuja administração, Prefeito, secretários e equipe, assim como os Comitês, atuam de forma proativa e junto com a GIGOV/CAIXA de Feira de Santana. Iniciaram depois dos outros municípios, recuperando o tempo perdido pela administração anterior e já estão com o PGIRS pronto e no Produto 5, a dois passos da conclusão do PMSB. Encerro minha fala com esperança e peço uma salva de palmas para a Equipe de Catu e da CAIXA de Feira de Santana.

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