32 o Fórum de Debates Brasilianas.Org - 29/10/2012 ECONOMIA VERDE. Sergio Margulis Assessor Especial da Ministra Ministério do Meio Ambiente

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1 32 o Fórum de Debates Brasilianas.Org - 29/10/2012 ECONOMIA VERDE Sergio Margulis Assessor Especial da Ministra Ministério do Meio Ambiente

2 A Rio 92 consagrou o conceito do desenvolvimento sustentável calcado em 2 premissas fundamentais: - Atender às gerações presentes sem comprometer disponibilidades futuras - Integrar questões econômicas, sociais e ambientais Mas ela deixou ao mundo o desafio de realmente integrar os 3 pilares

3 O mundo deu algumas voltas e os avanços de conhecimento e de tecnologia mostraram que é possível crescer mais e de forma mais limpa. A grande oportunidade foi auferir ganhos de eficiência. O Brasil brilhou nos setores de agricultura, florestas e energia Mas praticamente esgotaram-se aí as maravilhas do mundo ganha-ganha (win-win). As dicotomias entre crescimento e conservação, a economia política, a incorporação da variável ambiental nas políticas de governo ficaram de fora fora poucas e boas exceções.

4 Fora isto, a crise financeira de 2008 e o despertar para o aquecimento global colocaram novos paradigmas Continua-se buscando o desenvolvimento sustentável, mas o que está envolvido é diferente do que 1992 A crise financeira vai passar. Mesmo que hajam perdas e empobrecimento. O aquecimento global e alguns limites do crescimento não vão passar. E o esforço envolvido é gigantesco.

5 É a natureza do crescimento que tem que ser repensada Uma nova economia, produtora de bens e servic os verdes, com um o de consumo distinto do atual, será capaz de gerar emprego, renda e bem estar consistente com uma o ainda crescente e com es também crescentes de consumo tradicional? E isto é uma preocupação primordialmente dos países ricos ou dos países pobres?

6 Brasil Ayrton Senna

7 14.000,00 PIB/capita , em US$ , , , , , ,00 0,

8 % população abaixo da linha de pobreza extrema Percentage of the population below the extreme poverty line Evolução Evolution da pobreza of extreme poverty extrema rate in no Brazil: Brasil: Metas do desenvolvimento do milênio para

9 Taxa de crescimento anual Annual growth rate (%) Average annual growth rate in per capita income by tenths of the distribution: Brazil, Crescimento anual médio da renda per capita por decil, % Bottom + pobres 10% Média Average 10% + Top ricos 10% o 2 o 3 o 4 o 5 o 6 o 7 o 8 o 9 o 10 o First Second Third Fourth Fifth Sixth Seventh Eighth Ninth Tenth

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12 Composição da matriz energética do Brasil Total Energia não-renovável - total Energia renovável - total

13 Milhões hectaress Areas aptas e disponíveis para expansão da agricultura sem desmatamento em amarelo Floresta com impedimento Savana com impedimento Vegetação Secundária com impedimento Floresta sem impedimento Savana sem impedimento Vegetação Secundária sem impedimento Pecuária (Pastagem) sem impedimento 137 Pecuária (Pastagem) impedimento 69 Florestamento/Reflorestamento Agricultura Influência Urbana Água Amazônia Cerrado Mata Atlântica Excluding the pampas, caatinga and pantanal biomes. 128 M hectares, 91 M hectares excluindo o bioma Amazonia e florestas

14 Million Square Kilometers Terras Cultivated cultivadas Land Potencial Atual EUA Brasil FAO 2005; Michael Schean, USDA/FAS, data Low Carbon Study.

15 Desmatamento da Amazonia (000 km 2 )

16 Brasil Macunaíma

17 A 6 ª economia do mundo ocupa a 84ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Falta saneamento básico em 56% dos domicílios brasileiros: em cerca de 50% dos municípios a disposição de resíduos sólidos ainda ocorre em lixões a céu aberto Em 2009 apenas 3,6% do PIB fizeram parte do custo para oferecer saúde gratuita à população Há um déficit habitacional de 5,5 milhões de moradias no país

18 Percentual de vanatagem /desvantagem de custos relativo aos EUA

19 ção da economia e a elevação dos preços das commodities, foram fatores que o setor de bens intensivos em recursos naturais a reagir e aumentar sua representatividade ações, chegando a representar 61,6% em 2008 e 64,8% em , do total exportado mia brasileira para o resto do mundo. Intensidades fatoriais das exportações brasileiras Gráfico 1 - Intensidades Fatoriais das Exportações Brasileiras 1989/2009, em % Recursos naturais Trabalho Capital struído com base em dados da Matriz de Insumo Produto do Brasil, 2005 e dados do fluxo de comércio do

20 Produção trimestral setorial, média móvel anual (1995 = 100)

21 Custo da mão de obra na indústria 2005, 2010 e tx de crescimento

22 INFRAESTRUTURA Investimentos em infraestrutura no Brasil variam de 2 a 2,5% do PIB: setor público aplica pouco mais de 1% do PIB e o setor privado 2%. Esta relação deveria ser da ordem de: 1% para manter o estoque de capital existente 1,3% para acompanhar o crescimento e necessidades da população 0,6% em 20 anos para universalizar serviços de água/saneamento Idem eletricidade (0,1% em cinco anos) 4%-6% do PIB ao longo de 20 anos para alcançar os níveis atuais dos países industrializados do Leste da Ásia 5%-7% do PIB para aproximar dos es desses ses que ve m melhorando continuamente e investiram isto entre

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25 Esverdeando a economia brasileira Avanços e desafios

26 Desafios e oportunidades O Carbono será a grande nova commodity. Recursos hídricos e biodiversidade não farão mal a ninguém O Brasil vai ficar do lado do G77 pra sempre ou vai entrar na OECD? Maior coordenação da política ambiental com as políticas econômica, fiscal, agrícola, educacional, turismo, industrial, comercial e de ciência e tecnologia Revisão dos marcos legais e regulatórios para estimular a inovação tecnológica, pesquisa genética, energética

27 Fomentar o empreendedorismo verde (redução da burocracia, introduzir instrumentos econômicos, financiamento, investimento em tecnologias verdes etc) Estimular a conservação, o extrativismo sustentável e o turismo ecológico a fim de garantir a qualidade de vida das populações (ex: Bolsa Verde) Valoração de produtos e serviços ecossistêmicos Criar mecanismos e estratégias para divulgar as informações e os benefícios da certificação ambiental

28 Ótimos exemplos de mainstreaming RESOLUÇÃO N , DE 29 DE FEVEREIRO DE 2008 Estabelece exigência de documentação comprobatória de regularidade ambiental e outras condicionantes, para fins de financiamento agropecuário no Bioma Amazônia. RESOLUÇÃO N , de 26 de Novembro de 2009 Condiciona o crédito rural para expansão da produção e industrialização da cana-de-açúcar ao Zoneamento Agroecológico e veda o financiamento da expansão do plantio nos Biomas Amazônia e Pantanal e Bacia do Alto Paraguai, entre outras áreas.

29 RESOLUÇÃO N , de 22 de Junho de 2010 Veda a concessão de crédito rural para pessoas físicas ou jurídicas que estão inscritas no Cadastro de Empregadores que mantiveram trabalhadores em condições análogas à de escravo instituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego RESOLUÇÃO N , de 17 de Agosto de 2010 Institui, no âmbito do anco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC). CIRCULAR N , de 07 de Julho de 2011 Estabelece procedimentos e parâmetros relativos ao Processo Interno de Avaliação da Adequação de Capital (Icaap).

30 Política nacional de Resíduos Sólidos (Lei /2010) 2010 Lei , DECRETO Política Nacional de Resíduos Sólidos e Pró-Catador 2007 Lei Saneamento Básico 2006 Decreto 5940 Coleta Seletiva Solidária nos Órgãos Federais 2003 Criação do Comitê Intersetorial de inclusão Social dos Catadores Lançamento dos programas de resíduos sólidos 2011 Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos

31 Política Nacional de Mudanças Climáticas Lei /09 (instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima), regulamentada pelo Decreto 7.390/10; Compromisso nacional voluntário para reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020.

32 Biodiversidade: desafios Nova regulamentação da lei de acesso à biodiversidade (em curso) Implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica CDB, especialmente no que se refere a repartição de benefícios Economia florestal Compensação ambiental Expansão seletiva de UC s (metas de Aichi) Consolidação do sistema de UC s, por meio da regularização fundiária e de novos modelos de gestão de UC s Maior aderência ao desenvolvimento local Busca de autofinanciamento: parcerias, privadas, comunitárias e ONG s

33 Plano de Produção e Consumo Sustentável (PPCS) Prioridades e macrometas: 1) Educação para o consumo sustentável - aumentar número de consumidores conscientes na classe C em pelo menos 50% até ) Compras Públicas Sustentáveis - concluir 20 processos licitatórios com critérios de sustentabilidade na administração federal até ) Agenda ambiental na administração publica A3P instituir em todos os órgãos da APF a responsabilidade sócio-ambiental como estratégia permanente. Prazo: 2014

34 4) Aumento de reciclagem de resíduos sólidos atingir 20% de aumento da reciclagem no Pais até 2015 e 25% até 2020 até ) Varejo Sustentável: estimular que 50% do setor supermercadista incorporem práticas de PCS. Estimular práticas sustentáveis em outros dois segmentos do varejo. Prazo: ) Construções Sustentáveis Aumentar em 20% o desempenho ambiental das obras a partir de índice de sustentabilidade definido por indicadores de consumo de água, energia, geração de resíduos e compras responsáveis (2020)

35 O crescimento verde é necessário, eficiente, e economicamente factível. Obstáculos ao crescimento verde são inércia política e comportamental, e falta de instrumentos de financiamento O crescimento verde deve focar no que deve ser feito nos próximos 5-10 anos O processo requererá uma mistura de economia, ciência política e psicologia social Não existe um modelo único de crescimento verde

36 MUITO GRATO!!! SERGIO MARGULIS