Atenas Cursos PROJETO
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- Bernadete de Figueiredo Lisboa
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1 Atenas Cursos Timbó, SC PROJETO Profº. Sirio Chies Eliane Camera Passo Fundo, RS 2014
2 2 1. TEMA: Dificuldade de Aprendizagem. 2. PROBLEMA: Dificuldade de Aprendizagem com aluno com Deficiência Intelectual. 3. OBJETIVO GERAL Compreender as causas do fracasso escolar com aluno DM (deficiência mental). 4. OBJETIVO ESPECÍFICO Cria condições para o aluno construir sua aprendizagem de forma autônoma. Adaptação e interação da criança com o meio escolar. Buscar as suas capacidades e habilidades. Recolher informações do encarregado de educação e dos professores do aluno, acerca de sua problemática. 5. JUSTIFICATIVA Os motivos que levaram-me a pesquisar este tema estão ligados ao Ensino Fundamental e a Educação Especial, onde atuo como professora a vinte e três anos. Tendo em vista a educação como um processo de construção e sendo uma educadora, acredito que o conhecimento se constrói à medida que buscamos novos desafios e baseado nisso quero aprimorar-me e aperfeiçoar melhor meus conhecimentos, em busca de alternativas para que, o educando se sinta sujeito capaz de transformar-se. Como diz o autor Antônio Carlos Secchin Nossa liberdade passa não apenas pelas palavras em que nos reconhecemos, mas sobre tudo pela palavra com as quais aprendemos a nos transformar. Há urgência em resgatar o valor sócio pedagógico da escola, pressupondo mudanças no sentido de melhorar a qualidade de vida, promovendo relações sociais
3 3 de integração e consolidar a cidadania e o processo criativo de construção do conhecimento humano. Um dia lendo Rubens Alves (1999) me deparei com algo que chamou a minha atenção e dizia o seguinte: Há jardins que se fazem por atacado basta comprar as plantas no Ceasa e em Holambra (...) São jardins bonitos, feitas com plantas produzidas em série, todas iguais. Mas há os jardins das solidões, que florescem nas pedras. (...) As pessoas são assim também. Há jardins produzidos em série. Parecem diferentes, mas são todos iguais. Quem quiser um que chame um paisagista. E há aqueles que nenhum paisagista sabe fazer. Brotam da dureza da pedra vulcânica com uma beleza que só é sua. (p.38) Imagina-se, erroneamente, que as pessoas são rotuladas como incapazes e pouco produtivas, usuárias eternas de serviços assistenciais, discriminadas e marginalizadas, colocando-as atípicas em relação a si, ao outro e ao mundo. Voltando ao jardim das flores..., a luz pode vir a brilhar, intensamente, com vigor, energia e muito calor, mas se não olharmos e não tratarmos das flores que vivem um processo de vida diferente das demais, certamente elas poderão se tornar espinhosas, pontiagudas, feios, agressivos, e intoleráveis. Mas, se ao encontrar essas flores diferentes ofertar-lhes adubo, terra e água na quantidade que elas precisam para poder desenvolver-se, certamente, revelarão sua potencialidade de crescimento, desenvolvimento e principalmente, beleza, visa e perfume. A escola será tanto inclusiva à medida que acolher, educar e ensinar a todos, ao mesmo tempo em que respeite as diferenças individuais, estimulando em especial o desenvolvimento da capacidade do aluno de aprender a aprender. A escola como espaço de inclusão deve ser preparado para lidar, no seu interior, com as diferenças e ser capacitada para trabalhar a unidade na diversidade. Para tal, é necessário termos apoios educacionais especializados, que prevejam as necessidades, as limitações, as potencialidades e os interesses de cada aluno, ou seja, individualizando o ensino de acordo com sua necessidade específica. Os conceitos são fundamentais para o entendimento das práticas sociais, a inclusão, enquanto novo paradigma alavanca a escola, que com novas implicações educativas, deverá acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e culturais.
4 4 O desenvolvimento das escolas inclusivas implica modificações substanciais na prática educativa, desenvolvendo uma pedagogia centrada na criança e capaz de dar respostas às necessidades de todas as crianças, incluindo aquelas que apresentam incapacidades. Neste processo da escola inclusiva para os alunos com limitações intelectuais, o professor tem função primordial no processo educacional, tem relevância singular, uma vez que pela sua atividade docente, busca desenvolver no aluno o espírito crítico reflexivo, maximizar habilidades/competências (novos paradigmas), dominar a pesquisa, elaborar projetos, questionar. Este projeto de investigação enquadra-se na área da inclusão de crianças com Deficiência intelectual em contextos educativos regulares. 6. HIPOTESE A hipótese inicial evidencia que a vida familiar, bem como a criança com DI é muito difícil, uma vez que o preconceito e a desinformação muitas vezes impedem que estas crianças sintam-se incluídas no processo ensino-aprendizagem, tornandose instrumentos de promoção humana, dificultando a integração e a verdadeira inclusão. 7. METODOLOGIA A pesquisa será realizada através de observações com relatos e bibliográfica. 8. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A exploração que a criança faz no seu ambiente, conduz com o passar do tempo uma série de entendimentos ou teorias distintas sobre como o mundo funciona e todas as fases delas, compreendem um estágio específico. Segundo. Piaget (1986), os bebês começam com as mesmas habilidades e estratégias inatas e uma vez que os ambientes nos quais as crianças se encontram são semelhantes em vários aspectos os estágios do desenvolvimento cognitivo no qual seu pensamento se move, também são semelhantes.
5 5 Desta forma, temos que, [...] o ambiente molda a criança, ao invés disso, à criança como o adulto, busca compreender seu ambiente, neste processo ele explora, manipula e examina os objetos e pessoas do seu mundo. [...], conforme Bee (1996). E ainda, conforme Bee (1996) e Piaget (1980): A aprendizagem é constituída de vários sub processos importantes, que levam a criança a ir se adequando ao mundo que vive, assim para a adaptação, a criança precisa passar progressivamente por estes sub processos. A seguir, alguns destes sub processos: a) Esquemas: um esquema não é uma categoria, mas a ação de categorizar algumas maneiras específicas, por exemplo, se durante uma atividade, a criança pegar uma bola e olhar para ela, está usando seu esquema de olhar, um esquema de pegar e seu esquema de segurar. b) Assimilação: processo de observar um evento ou experiência em algum esquema. Quando um bebê olha para um móbile de seu berço e depois estende a mão para ele, ele assimilou o móbile nos esquemas de olhar e alcançar, que é um processo ativo. Primeiro seletivamente na informação de assimilarmos, o próprio fato de assimilar modifica a informação que é assimilada. c) Acomodação: este processo consiste na chave para a mudança desenvolvimental, assim reorganizarmos as ideias. d) Equilibração: processo de adaptação, onde a criança esta sempre lutando por coerência, para ficar em equilíbrio, para chegar ao entendimento do mundo, que faça sentido total. Este processo ocorre quando o novo conhecimento assimilado desestrutura e reorganiza nossos esquemas mentais já formulados, ou cria novos esquemas, assim acomodam-se os novos conhecimentos aos antigos ou formula novos esquemas mentais. A partir destes três aspectos de equilibração, estabeleceram-se quatro estágios de desenvolvimentos, os quais são descritos abaixo: Sensório Motor - do nascimento até o 24 meses de vida: Está é a fase em que o bebê passa a conhecer o mundo que o cerca por meio de suas próprias ações, que são controladas por informações sensoriais imediatas. Pré - Operatório - do 24º mês de vida aos seis anos de vida: Uma criança pré-operacional enxerga a vida somente a partir de sua própria estrutura de
6 6 referência, ou seja, egocêntrica, que é a diferença do egoísmo, isto faz com que a criança pense que todos enxergam o mundo de sua maneira. Operatório Concreto - entre os seis e os doze anos de vida: a criança mantem esquemas eficazes como o da reversibilidade (parcial) e ordenação serial. Esta criança é capaz de utilizar a lógica indutiva, ou seja, consegue ir de sua própria experiência para um princípio geral, porém não consegue de um princípio geral para um resultado específico, lógica dedutiva. Operatório Formal - dos doze aos dezesseis anos: a criança tem capacidade de utilizar raciocínio abstrato e sistemático. As deduções lógicas podem ser feitas com o apoio de objetos concretos, que significa dizer que o pensamento dedutivo é muito presente na vida da criança, nesta fase. Cada estágio do desenvolvimento tem características distintas, mas se completam ao longo do processo de desenvolvimento. Os estágios de desenvolvimento cognitivo estão relacionados com a faixa etária de cada criança. Segundo, Vigotsky (1998) e seus colaboradores afirmam a natureza mediadora das funções psicológicas superiores, regula a importância da vida social no desenvolvimento integral do homem. Tanto a neurobiologia, como a teoria de Vigotsky convergem à medida que enfatizam o mundo externo e o ambiente social como fatores influenciáveis e indispensáveis para a construção biopsicossocial do sujeito. Vigotsky (1998), afirma que todas as funções superiores são originais entre o indivíduo e o meio ambiente e vão tomando formas mais complexas à medida que o sujeito vai interagindo com o meio social e as relações intermediadoras. Inicia-se na família e vai atingindo grupos sociais maiores. 8.1 CARACTERÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Para Pacheco e Valência (1997) não é possível tipificar características das crianças cujo diagnóstico é a Deficiência Intelectual. A população designada como Deficiênte Mental ou atualmente designada como Deficiente Intelectual e Desenvolvimental, possui uma grande
7 7 heterogeneidade de características comportamentais aliadas a uma grande diversidade de capacidades, incapacidades, áreas fracas e fortes e necessidades educativas. Podemos apontar quatro áreas em que crianças com DM podem apresentar diferenças em relação as outras crianças. Área motora; Área cognitiva; Área da comunicação; Área sócio educacional; Relativamente à área motora, geralmente crianças com DM ligeiramente não apresentam grandes diferenças em relação aos pares da mesma idade, podemos por vezes verificar-se alterações ao nível da motricidade fina. Em situações mais graves, as incapacidades motoras são mais acentuadas, especialmente na mobilidade: falta de equilíbrio, dificuldades na deslocação, coordenação, entre outras. Crianças com DM podem iniciar a sua locomoção mais tarde. Habitualmente têm uma estatura baixa e são mais propensas a determinadas doenças. Apresentam mais problemas neurológicos, de visão ou audição. Quanto à área cognitiva, estas crianças revelam um atraso e precariedade nas aquisições cognitivas, dificuldades de aprendizagem de conceitos mais imprecisos, em dirigir e manter a atenção. No que respeita à memória, tendem a esquecer com mais rapidez do que os seus pares. Possuem dificuldade na resolução de problemas ou situações novas com que possam ser deparados. Possuem dificuldades em generalizar ou de abstração, possuem uma iniciativa limitada. No que respeita à área da comunicação, manifestam muitas dificuldades. As crianças com DM começam a compreender e a usar a linguagem mais tarde adquirindo um vocabulário reduzido, com interesses simples e limitados. Ao nível da área sócio educacional demonstram dificuldade na aplicação das aprendizagens básicas necessárias às atividades de vida diária, tal como no relacionamento interpessoal ou na participação em atividades de grupo.
8 8 Desse modo, a aquisição de competências de relacionamento torna-se fundamental para que estas crianças se integrem no seu ambiente escolar ou na sociedade. Para Ribeiro (2008), a criança com deficiência mental apresenta alterações nos processos mentais que interferem na aquisição da leitura, dos conceitos lógicomatemáticos, na realização das atividades da vida diária, no desempenho social, entre outras habilidades. Uma observação cuidada de cada indivíduo, tendo em conta cada domínio, é uma mais-valia para rentabilizar as aprendizagens, privilegiando as áreas fortes e as mais fracas da criança, uma vez que a partir das áreas fortes se poderá intervir nas áreas em que se registram mais dificuldades e em que a criança tem mais necessidades. Deste modo, uma estimulação contínua e adequada, o mais precocemente possível, desempenha um papel fundamental para o desenvolvimento global das capacidades destas crianças. Não existem características iguais em todos os indivíduos com deficiência intelectual. O seu atraso de desenvolvimento pode ser notável ou não. No entanto, estudos experimentais revelam a existência de determinadas características que distinguem os Deficientes Intelectuais entre si. Estas características são relevantes, pois os Programas Educativos estão por elas condicionados e se estas não forem contempladas, serão um entrave para o desenvolvimento destas crianças. Características Físicas: Falta de Equilíbrio; Dificuldade de locomoção, coordenação e manipulação; Características Pessoais: Ansiedade; Falta de auto controle; Perturbações de personalidade;
9 9 Características Sociais: Problemas de memória; Dificuldade na resolução de problemas; Défice linguístico; Problemas nas relações sociais; O desenvolvimento do deficiente intelectual não pode obedecer a períodos concretos de aprendizagem. É importante assinalar todos os aspectos positivos do seu desenvolvimento, aquilo que ele é capaz de fazer.
10 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. 7 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, (1996). 550 p. COLLIS, JILL; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração: Um guia prático para alunos de pós-graduação. 2 ed. Porto Alegre; Bookman, (2005). FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica. Clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artmed, (1991). OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: Um processo Sócio Histórico. São Paulo: Scipione, (1997). PIAGET, Jean. A construção do real na criança. 3 ed. São Paulo: Ática, p. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, (1998).
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