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1 tr, +? fo, C6í "4," JrrM ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GAB. DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO n /00 3 a Vara de Cabedelo RELATOR: Dr. Romero Carneiro Feitosa, Juiz Convocado, em substituição ao Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. AGRAVANTE: Enplan Engenharia e Construtora Ltda. ADVOGADO: Fabrício Montenegro de Moraes e Fernando Madruga Filho AGRAVADO: Município de Cabedelo AGRAVO DE INSTRUMENTO REQUERIMENTO DE JUSTIÇA GRATUITA BENEFÍCIO INDEFERIDO PELO JUÍZO A QUO NÃO COMPROVAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE ARCAR COM AS CUSTAS JUDICIAIS EMENDA À INICIAL PRAZO DE DEZ DIAS INTELIGÊNCIA DO ART. 284 DO CPC PROVIMENTO PARCIAL. As pessoas jurídicas sem fins lucrativos, como entidades filantrópicas, sindicatos e associações, fazem jus ao beneficio da assistência judiciária gratuita porque a presunção é a de que não podem arcar com as custas e honorários do processo. Já as pessoas jurídicas com fins lucrativos terão direito a tal beneficio desde que comprovem a dificuldade financeira. "Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 0 (dez) dias" (Art. 284, CPC). identificados. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos acima ACORDA a Egrégia Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar provimento parcial ao agravo. RELATÓRIO Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Enplan Engenharia e Construtora Ltda. em face do Município de Cabedelo, contra decisão proferidapelo. Juiz da 3' Vara de Cabedelo que indeferiu o pedido de justiça gratuita.

2 2 O agravante alega, às fls. 02/05, que, por mais que seja uma pessoa jurídica, o valor de R$ ,7 (trinta e seis mil, quatrocentos e setenta e nove reais e setenta e um centavos) inviabiliza a pretensão em Juízo, pois "terá que pagar para cobrar uma quantia que não se sabe ao certo quando o Município de Cabedelo irá pagar" (fl. 04), uma vez que o meio de cobrança se dará através de Precatório. Além disso, aduz que o juízo a quo fixou um prazo de 5 (cinco) dias para que as custas fossem recolhidas, onde, na verdade, deveria ser de 0 (dez) dias. Assim, requer o provimento do presente Agravo de Instrumento, bem como a fixação de um prazo de 0 (dez) dias para recolher as custas. Informações prestadas pelo juízo a quo (fls. 35/36). Devidamente intimado, o agravado não apresentou contra-razões (fl. 38). Às fls. 40/42, Parecer ministerial, opinando o Parquet no sentido de que o presente Agravo retome o seu caminho natural, ante a ausência de interesse público condizente. É o breve relato. VOTO. Inicialmente, para fins de adequação do recurso, segundo a sistemática traçada pela lei.87/2005, cumpre analisar a pertinência do agravo de instrumento interposto contra a decisão que negou o pedido de justiça gratuita formulado pelo agravante. Entretanto, a extensão de tal benefício às pessoas jurídicas é matéria que há de ser examinada caso por caso e a hipótese vertente não autoriza a sua aplicação ao agravante. A moderna jurisprudência e alguns doutrinadores já começam a apontar que microempresas ou empresas familiares, e, excepcionalmente, empresas cuja situação econômico-financeira se encontre comprovadamente precária, possam se abrigar nos auspícios da gratuidade judicial. Na hipótese dos autos, não juntou o agravante qualquer documento, com vistas a comprovar a sua dificuldade econômico-financeira. Ocorre que, sem a juntada de tais documentos, não se pode concluir que é realmente a empresa recorrente carecedora de recursos financeiros para arcar com as custas judiciais. De acordo com as decisões dos Tribunais Superiores, a gratuidade da justiça é deferida a pessoas jurídicas apenas em situações excepcionais, onde se faz imprescindível à demonstração cabal da incapacidade financeira para custear as despesas processuais, o que, todavia, foi feita de forma incompleta no presente caso. Não cuidando o agravante, por exemplo, de demonstrar seus ganhos e gastos gerais ou exibir a declaração de seu faturamento mensal, é dar azo a se concluir que possui, sim, condições financeiras de custear as despesas processuais. Logo, o recorrente não se desincumbiu adequadamente do ônus de provar sua debilidade econômica, requisito sem o qual não há falar-se na concessão dessa benesse. Nesse passo, simples alegações, despidas de um suporte probatório que as robusteça, não me parecem suficientes para os propósitos do agravante. ponto. Em recente julgado, o egrégio STJ pontifico a posição acerca desse 2

3 3 4 Justiça, in verbis: "PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. INSOLVÊNCIA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. CRITÉRIOS. SÚMULA 7/STJ. ARTS E 208 DO DECRETO-LEI N 7.66/45. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. ARIS. 4, II DA LEI N 9.289/96, 52 DO CC, 462, 770, 768, 783 E 764 DO CPC. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 2/STJ.DISSÍDIO PRETORIANO MERA TRANSCRIÇÃO DE EMENTAS. I. A recorrente limitou-se a transcrever ementas de julgados sem realizar o necessário cotejo analítico com o aresto atacado, o que se mostra insuficiente para comprovar o dissídio pretoriano. 2. O Tribunal a quo não emitiu juízo de valor acerca dos arts. 4, inciso II da Lei n 9.289/96 52 do Código Civil, 462, 770, 768, 783 e 764 do Estatuto de Ritos. Malgrado te.nham sido opostos embargos de declaração para o fim de vê-los examinados, não foi apontado no presente apelo violação ao art. 535 do CPC. Incide, in casu, o disposto na Súmula 2 desta Corte. 3. Quanto à assertiva de ofensa ao art. 208 do Decreto-Lei n 7.66/45 constata-se que das alegações da recorrente não se extrai logicamente a conclusão. Na mesma linha, malgrado terem restado devidamente prequestionados os artigos 23 e 26 do Decreto- Lei n 7.66/45, não foram demonstradas de modo preciso as razões pelas quais o aresto recorrido os teria violado. Tais circunstâncias atraem a aplicação da Súmula 284 do Pretório Excelso. 4. As pessoas jurídicas sem fins lucrativos, como entidades filantrópicas, sindicatos e associações, fazem jus ao benefício da assistência judiciária gratuita porque a presunção é a de que não podem arcar com as custas e honorários do processo. Já as pessoas jurídicas com fins lucrativos terão direito a tal beneficio desde que comprovem a dificuldade financeira. Entretanto, constata-se que a instância inferior não fixou, em momento algum, a premissa fática de que a ora recorrente seria pessoa jurídica sem fins lucrativos, ou que tivesse comprovado a dificuldade _financeira de prover as despesas do processo. Solução em contrário à adotada pelo acórdão recorrido demandaria o revolvimento das circunstâncias fálico-probatória dos autos, o que é vedado nos termos da Súmula 7/STJ. 5. Recurso especial não conhecido" (2a Turma. REsp /RS. Rel. Min. Castro Meira publicado no DJU de ). Do mesmo jaez e ainda mais enfático é o aresto desta Corte de "JUSTIÇA GRATUITA Denegação Agravo de instrumento Pessoa jurídica Fins lucrativos Possibilidade Necessidade de demonstração cabal da incapacidade financeira para custear as despesas processuais Ausência de comprovação Precedentes do Superior Tribunal de Justiça Preliminar de não conhecimento do recurso por ausência de certidão de intimação Rejeição Desprovimento do recurso. Não há como se acolher preliminar de não conhecimento do recurso de agravo, quando presentes todos os requisitos exigidos por lei, inclusive a certidão de publicação do decisum recorrido. Os benefícios da justiça gratuita podem ser deferidos às pessoas jurídicas com finalidade lucrativa, desde que demonstrada a incapacidade financeira para custear as despesas processuais. Em não colacionando elementos probatórios suficientes a conduzir à constatação do estado de pobreza da parte, empresa de caráter lucrativo, há de se justificar o indeferimento do pleito da assistência judiciária"(2 8 Câmara Cível, no Al /00. Rel. Des. Francisco Seráphico da \6brega publicado no DJE de ). Por outro lado, o juizo a quo fixou um prazo de 5 (cinco) dias para que a autora efetue o pagamento das custas, onde, segundo o agravante, deveria ser de 0 (dez) dias. Neste ponto, assiste razão à autora. Na verdade, "verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a co plete, no prazo de 0 (dez) dias" (art. 284, CPC). 3

4 ,. 4 Comentando o dispositivo supra mencionado, Nelson Nery Júnior e Rosa e Maria de Andrade Nery explicam: "A emenda da petição inicial e direito subjetivo do autor. Constitui cerceamento desse direito, portanto, de defesa (CF 5 0 XXXV e LU, o indeferimento liminar da petição inicial, sem dar-se oportunidade ao autor para emendá-la, em sendo a emenda possível. Em sentido mais ou menos conforme, entendendo que a norma "impõe" ao juiz a atitude de permitir ao autor a emenda da petição inicial." (NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 0. Ed. São Paulo: RT, 2007). Destarte, conforme mencionado pela agravante, o juízo a quo deveria fixar um prazo de 0 (dez) dias para que aquele efetue o pagamento das custas, sob pena de indeferimento da inicial. Isto posto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao agravo, para determinar, somente, que o prazo para o recolhimento das custas seja fixado em 0 (dez) dias., É como voto III Joã,, ' essoa, 22 de n iro de fero cai o Feitos Ju Convocado for II 4

5 f TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria Judiciária Registrado em,05.a2/22.,