ITER CRIMINIS CAPÍTULO 4 ITER CRIMINIS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ITER CRIMINIS CAPÍTULO 4 ITER CRIMINIS"

Transcrição

1 LEIA A LEI: ͳͳ arts. 14, 15, 16 e 17 do Código Penal. ͳͳ art. 4 do Dec.-Lei 3.688/41 CAPÍTULO 4 ITER CRIMINIS 1. NOÇÕES PRELIMINARES Alguns institutos complementam o fato típico e são capazes, inclusive, de afastar a tipicidade da conduta. São eles: a tentativa, a desistência voluntária, o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e, por fim, o crime impossível. Para compreendê-los, é preciso estudar antes o iter criminis ou percurso do crime. 2. FASES DO CRIME A) Cogitação: a cogitação é a fase interna, momento em que o sujeito ainda está planejando o crime. Alguns autores dividem a cogitação em três etapas: idealização, deliberação e resolução. Em nenhuma hipótese a mera cogitação poderá ser punida, pois isto seria ferir o Princípio da Lesividade, já estudado em capítulo próprio. B) Preparação: os atos de preparação são o momento em que o agente identifica e obtém as ferramentas necessárias à prática do delito. Por si só, os atos preparatórios jamais poderão ser criminalizados, salvo expressa previsão legal, como ocorre com os delitos de Associação Criminosa (art. 288, CP) e de Petrechos para Falsificação de Moeda (art. 291, CP). Em ambos os casos, o simples fato de associar-se para o cometimento de crimes ou de possuir instrumentos para a falsificação de moeda é punido, ainda que os delitos preparados não cheguem a ser praticados. C) Execução: nos atos executórios, efetivamente se inicia a prática do delito, ou seja, a prática da conduta descrita no tipo penal. D) Consumação: o crime consumado é aquele que reúne todos os elementos da definição típica (art. 14, I, CP). 91 Livro 1.indb 91 28/05/ :44:13

2 FÁBIO ROQUE ARAÚJO E VINÍCIUS ASSUMPÇÃO E) Exaurimento: há situações nas quais determinada conduta representa não mais a execução da conduta prevista no tipo penal, mas seu exaurimento, que é o excesso de conduta. O exaurimento se localiza após a consumação do delito, como ocorre com a entrega da vantagem indevida no crime de extorsão mediante sequestro, por exemplo. Parte da doutrina entende que o exaurimento não integra o iter criminis. 2.1 ATOS PREPARATÓRIOS X ATOS EXECUTÓRIOS Um dos temas mais tormentosos do Direito Penal é a identificação dos atos preparatórios e executórios. Há casos em que restam claros os referidos atos, mas há situações nas quais o liame é deveras tênue. Neste sentido, algumas teorias buscam esclarecer a matéria e, sem que haja unanimidade na doutrina. Teoria Subjetiva A execução se inicia quando o sujeito já exteriorizou a vontade de cometer a conduta. É subjetiva porque analisa, tão somente, o agente da conduta delituosa, satisfazendo-se com a exteriorização do seu animus. Teoria Objetivo-material Para o início da execução não basta começar a realizar núcleo do tipo, sendo necessário ir além, de modo a provocar a exposição do bem jurídico a perigo de lesão. Teoria Objetivo-formal O começo da execução se dá com o início da realização do núcleo do tipo, ou seja, o verbo penal (ex: no crime de furto, o início da conduta de "subtrair"). Teoria da Hostilidade ao Bem Jurídico A execução começa quando o bem jurídico for efetivamente agredido. Embora a teoria da hostilidade ao bem jurídico seja muito bem quista no Brasil, para Rogério Greco, nenhuma dessas teorias é capaz de estabelecer com precisão o que são atos preparatórios e executórios, devendo, portanto, ser analisado cada caso concreto. O que é unânime, todavia, é que, restando dúvida, o caso será decidido em favor do réu. 92 Livro 1.indb 92 28/05/ :44:13

3 3. TENTATIVA Ocorre a tentativa ou conatus quando o delito não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Prevista no art. 14, II, CP, a tentativa é verdadeira norma de extensão, conduzindo à adequação típica mediata. Confrontando a tentativa com as fases do crime, percebe-se que ela inicia a fase da execução (fase C, acima), porém não alcança a consumação (fase D), sempre por circunstâncias que fogem à vontade do sujeito. 3.1 Teorias acerca da punibilidade da tentativa A) Teoria Subjetiva Preocupada tão somente com a intenção do agente, a teoria subjetiva defende que o sujeito do crime tentado deve ser punido na mesma proporção do crime consumado. B) Teoria objetiva Acolhida pelo Código Penal, ensina que a caracterização da tentativa deve compreender uma causa de diminuição de pena. Nesta perspectiva, o art. 14, p. único, CP, prevê a redução de 1/3 a 2/3 da pena. O Código Penal admite exceções em que a modalidade tentada será punida como consumada, a exemplo do crime inserto no art. 352, CP (fuga violenta de preso). Por este motivo, é possível falar-se em Teoria Objetiva moderada. 3.2 Aplicação da diminuição de pena A tentativa será punida com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. O quantum da diminuição será inversamente proporcional à proximidade da consumação. Assim, quanto mais próximo da consumação do crime, menor a diminuição em razão da tentativa. 3.3 Infrações penais que não admitem tentativa Não admitem tentativa: contravenções penais, por expressa previsão do art. 4 do Dec.- -Lei 3.688/41 - Lei de Contravenções Penais; 93 Livro 1.indb 93 28/05/ :44:13

4 FÁBIO ROQUE ARAÚJO E VINÍCIUS ASSUMPÇÃO crimes habituais, porque esta espécie de infração pressupõe a reiteração de condutas, sendo um indiferente penal o ato isolado. Assim, não há como tentar praticar uma conduta habitual - ou ela é habitual ou não é. Crime habitual e crime permanente não se confundem. O crime permanente é aquele em que a conduta se prolonga no tempo, enquanto o crime habitual se configura com a reiteração da conduta. O crime permanente admite tentativa. crimes unissubsistentes, cuja conduta é constituída de apenas um ato, inviabilizando o fracionamento (ex: crime contra honra praticado verbalmente, como a calúnia). Por outro lado, admite- -se tentativa nos crimes plurissubsistentes, aqueles cuja conduta se desdobra em vários atos - sendo a conduta dividida, pode-se estabelecer uma divisão entre atos preparatórios, executórios e exaurimento; crimes omissivos próprios, cuja definição típica já pressupõe a omissão, a exemplo do crime de omissão de socorro (art. 135, CP). Por serem crimes unissubsistentes caracterizados por um não fazer, não pode haver tentativa. A tentativa de um não fazer seria um fazer, desnaturando a omissão. Os crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão admitem a tentativa. crimes culposos, já que nestes delitos o gente não quer o resultado, tampouco assume o risco de praticá-lo. Como a tentativa representa a não consumação do delito por circunstâncias alheias à "vontade" do agente, existe uma incompatibilidade entre os dois institutos (tentativa e culpa). Excepcionalmente, admite-se tentativa na culpa imprópria, também chamada de culpa por extensão ou por assimilação, caracterizada quando há uma conduta dolosa na qual houve um erro de tipo. Exemplo: em um local de caça, "A" atira pensando ser um animal, mas, em verdade, era uma pessoa, que foi atingida, mas não morreu (tentativa, portanto). Neste caso, o agente tinha o dolo de matar o animal que ele pensava estar vendo. Tendo em vista o erro de tipo, excluído está o dolo, permitindo-se a caracterização do homicídio culposo (na modalidade tentada); 94 Livro 1.indb 94 28/05/ :44:13

5 Crimes praticados com dolo eventual, segundo parte da doutrina, não admitem tentativa. Entende-se que no dolo eventual o que se faz presente é uma indiferença para com o resultado e não propriamente a vontade de obtê-lo. Ausente a vontade, inviável admitir a tentativa. POSIÇÃO DO STJ Em que pese o entendimento doutrinário, o STJ manifesta entendimento pela admissibilidade da tentativa de crimes dolosos eventuais. "Admissível a forma tentada do crime cometido com dolo eventual, ja que plenamente equiparado ao dolo direto; inegável que arriscar-se conscientemente a produzir um evento equivale tanto quanto querê-lo" (Quinta Turma, RHC 6.797, de 16/02/ ver também REsp ). crime preterdolosos, assim considerados aqueles em que há dolo na conduta e culpa no resultado. Se o resultado é alcançado de forma culposa, é óbvio que não houve a vontade de alcançá-lo; se não há vontade, não há que se falar em tentativa. 3.4 Classificação da tentativa A tentativa poderá ser classificada como: branca ou incruenta, caracterizada quando a vítima sequer é atingida; vermelha ou cruenta, quando a vítima é atingida, mas o resultado pretendido não ocorre; perfeita ou crime falho, quando o agente exauriu tudo o que estava ao seu alcance para a consumação do crime, mas ainda assim não alcançou o resultado (ex: todos os seis projéteis constantes do cartucho foram disparados, porém a vítima não morreu); imperfeita, quando o agente não consegue exaurir todos os atos que estavam ao seu alcance (ex: no terceiro disparo a arma trava, de modo que o agente não consegue efetuar os outros três disparos). Chama-se tentativa inidônea o instituto do crime impossível, estudado adiante. 4. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA Ocorre a desistência voluntária quando o agente desiste voluntariamente de prosseguir executando o crime (art. 15, 1ª parte, CP). Trata-se 95 Livro 1.indb 95 28/05/ :44:14

6 FÁBIO ROQUE ARAÚJO E VINÍCIUS ASSUMPÇÃO da hipótese em que o agente abandona de forma voluntária o seu dolo inicial estando ainda na fase de execução do delito. A desistência voluntária não pode ser confundida com a tentativa. Para distinguir os institutos, aplica-se a "fórmula de Frank": Tentativa Quero prosseguir, mas não posso. Desistência voluntária Posso prosseguir, mas não quero. É requisito essencial da desistência a voluntariedade, que não se confunde com espontaneidade. A intenção de desistir pode partir do próprio agente ou de um conselho a ele dirigido e será voluntária; caso fosse exigida espontaneidade, apenas a vontade nascida do agente, sem interferência, seria admitida. Em síntese, aquilo que é espontâneo é, necessariamente, voluntário, mas o inverso não é verdadeiro. VOLUNTARIEDADE Espontaneidade Não se admite a desistência voluntária em caso de coação do agente, ou quando sua decisão é de algum modo viciada. 4.1 CONSEQUÊNCIAS DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA O agente que desiste voluntariamente de prosseguir na execução será punido pelos atos até então praticados. Ao contrário da tentativa, em que o sujeito responde pelo crime consumado com a pena 96 Livro 1.indb 96 28/05/ :44:14

7 diminuída, na desistência voluntária a punição se dará de acordo com os atos já realizados pelo agente. Exemplo:"A" deseja matar "B" e utiliza uma arma de fogo para tanto. Após o primeiro disparo, a vítima cai ao chão. Veja as possibilidades e consequências. Tentativa Desistência voluntária A tenta realizar o disparo fatal, mas é impedido pelo policial, que o atinge e o imobiliza. "A" se aproxima da vítima, mas desiste de dar o disparo fatal. A responderá pelo crime de homicídio, sendo a pena diminuída de 1/3 a 2/3. A responderá apenas pela lesão anterior causada em "B" A desistência se verifica apenas quando o agente tem o controle sobre a situação. Quando circunstâncias alheias o impedem de continuar a execução, não se reconhece este instituto, mas sim a tentativa. Exemplo1: "A" deseja estuprar "B", mas não consegue obter ereção naquele momento e "desiste" de praticar o constrangimento com fins libidinosos. Exemplo2: "Z" pretende furtar bens de um imóvel, porém, após ingressar na residência, o alarme soa, "desistindo" "Z" de prosseguir no seu intento. Ambos os exemplos tratam de circunstâncias alheias à vontade, configurando-se, portanto, tentativa de estupro (art. 213, CP) e tentativa de furto (art. 155, CP). 4.2 NATUREZA JURÍDICA DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA Para a doutrina majoritária, a natureza jurídica da desistência voluntária é de causa de atipicidade da conduta, uma vez que a conduta praticada é desnaturada e transformada em outro crime. O dolo inicial do agente é abandonado e, em razão disto, sua punição se dá à luz de outro tipo penal. Dito de outra forma, se o agente quer matar seu desafeto e não consegue por circunstâncias alheias à sua vontade, será punido por tentativa; se quer matar seu desafeto, atinge-o com dois projéteis e 97 Livro 1.indb 97 28/05/ :44:14

8 FÁBIO ROQUE ARAÚJO E VINÍCIUS ASSUMPÇÃO interrompe a fase de execução de maneira voluntária, o homicídio será desnaturado e transformado, punindo-se o agente apenas pelos atos já praticados, conforme o caso concreto. Ainda que o agente desista de prosseguir na execução, caso os atos já praticados tenham causado o resultado inicialmente pretendido, a punição se dará conforme seu dolo inicial. 5. ARREPENDIMENTO EFICAZ O arrependimento eficaz ocorre quando, após exaurir a fase de execução do crime, o agente atua de maneira voluntária para impedir a consumação do delito e efetivamente consegue que ele não se consume (art. 15, 2ª parte, CP). Exemplo: "A" deseja matar "B" por atropelamento. Ao descer do carro e ver "B" ainda vivo, resolve prestar-lhe socorro, conduzindo ao hospital mais próximo. "B" sobrevive, ficando com incapacidade permanente em um dos braços. Trata-se de hipótese de arrependimento eficaz. O arrependimento deve ser eficaz. No exemplo acima, apesar do esforço de "A", caso houvesse o óbito de"b", não seria reconhecido o arrependimento, devendo o agente responder por homicídio consumado. O arrependimento eficaz depende, tal qual a desistência voluntária, do requisito da voluntariedade. Dessa maneira, beneficia-se do instituto o agente que se arrepende por um conselho de terceiro ou que, por si só, entende devido salvar a vítima da sua conduta. Por outro lado, em caso de coação ou vício da vontade, não será válido o arrependimento. 5.1 CONSEQUÊNCIA E NATUREZA JURÍDICA DO ARREPENDIMENTO EFICAZ Aquele que se arrepende de maneira eficaz responderá pelos atos já praticados. Assim, conclui-se que a natureza jurídica do arrependimento eficaz é a mesma da desistência voluntária, ou seja, é causa de atipicidade da conduta. 98 Livro 1.indb 98 28/05/ :44:14

9 No exemplo anterior, "A" responderá por lesão corporal de natureza grave, já que se arrependeu de seu dolo inicial (homicídio) e conseguiu prestar socorro eficaz à vítima. 6. ARREPENDIMENTO POSTERIOR Arrependimento posterior é o ato voluntário do agente que, após a consumação do delito praticado sem violência ou grave ameaça, repara o dano ou restitui a coisa até o recebimento da denúncia ou queixa (art. 16, CP). Exemplo: "X "furta a bolsa de sua amiga "Y", mas, no dia seguinte, arrepende-se do seu ato e resolve devolver o bem. O crime de furto está consumado, porém "X" poderá se beneficiar do arrependimento posterior. São requisitos do arrependimento posterior: Ato voluntário do agente (recorde-se que o ato voluntário abrange o ato espontâneo). Crime praticado sem violência ou grave ameaça (ex: furto, apropriação indébita, receptação etc). Reparação do dano ou restituição da coisa Prevalece na doutrina e jurisprudência a exigência da reparação integral do dano causado. POSIÇÃO DO STJ Nesse sentido é o entendimento do STJ: "O entendimento desta Corte é no sentido de que a minorante do ressarcimento posterior do dano, prevista no art. 16 do Código Penal, deve observar a voluntariedade do Acusado e o integral ressarcimento do prejuízo (Quinta Turma, HC , de 03/10/2011). POSIÇÃO DO STF Em sentido contrário, o STF admitiu a reparação parcial: "A norma do artigo 16 do Código Penal direciona à gradação da diminuição da pena de um a dois terços presente a extensão do ato reparador do agente" (Primeira Turma, HC 98658, de 15/02/2011). Reparação feita até o recebimento da denúncia ou queixa Não se deve confundir o oferecimento da inicial acusatório com o seu recebimento. Até o recebimento, o agente pode reparar o dano ou restituir a coisa. Após o recebimento e até a sentença, a conduta reparadora configurará circunstância atenuante prevista no art. 65, III, "b", CP. 99 Livro 1.indb 99 28/05/ :44:14

10 FÁBIO ROQUE ARAÚJO E VINÍCIUS ASSUMPÇÃO 6.1 CONSEQUÊNCIA E NATUREZA JURÍDICA DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR O arrependimento posterior conduz à redução da pena de 1/3 a 2/3. Logo, possui natureza jurídica de causa de diminuição de pena, tal qual a tentativa. Discute-se se esta causa de diminuição de pena é objetiva, estendendo-se do agente que efetua a reparação para o corréu que não a efetuou; ou subjetiva, beneficiando apenas o agente que voluntariamente repara o dano ou restitui a coisa. Prevalece na jurisprudência o primeiro entendimento. POSIÇÃO DO STJ Com efeito, indicando a natureza objetiva, entende o STJ que Apesar de a lei se referir a ato voluntário do agente, a reparação do dano, prevista no art. 16 do Código Penal, é circunstância objetiva, devendo comunicar-se aos demais réus" (Quinta Turma, REsp , de 19/03/2001) 6.2 MODALIDADES ESPECÍFICAS DE ARREPENDIMENTO POSTERIOR O arrependimento posterior é instituto que beneficia o réu, tendo em vista a diminuição da pena de 1/3 a 2/3. Entretanto, há casos em que a lei trouxe previsão ainda mais favorável ao agente, devendo ser aplicada a norma específica, afastando-se o art. 16 do Código Penal. No caso do crime de peculato culposo (art. 312, 2º, CP), a reparação do dano ou restituição da coisa até a sentença definitiva é causa de extinção da punibilidade do agente. Após a sentença definitiva, a pena será diminuída de 1/2. No estelionato cometido mediante emissão de cheque sem fundos, o pagamento do valor correspondente até o recebimento da denúncia ou queixa é também causa de extinção da punibilidade (súmula 554 do STF). Nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento do tributo sonegado é causa de extinção da punibilidade (art. 9º, 2º, Lei /2003; art. 69, Lei /2009). 7. CRIME IMPOSSÍVEL Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o 100 Livro 1.indb /05/ :44:14

11 crime (art. 17, CP). Também chamado de tentativa inidônea, o crime impossível se configura quando, apesar da intenção do agente, o meio por ele escolhido (instrumentos/modo de execução) ou o objeto atingido (coisa sobre a qual recai o delito) tornam inviável a sua consumação. Exemplo1: A pretende matar B com uma arma de brinquedo, meio absolutamente ineficaz para tanto. Exemplo2: "X" pretender furtar coisa alheia móvel de "Y", mas "Y"não traz nos seus bolsos qualquer pertence. 7.1 TEORIAS ACERCA DA PUNIÇÃO DO CRIME IMPOSSÍVEL Acerca da punição do crime impossível, duas teorias se apresentam: A) Teoria subjetiva: a conduta do agente que optou pelo meio absolutamente ineficaz ou que atingiu objeto absolutamente impróprio deve ser punida normalmente, pois a sua conduta revela vontade reprovável. B) Teoria objetiva Teoria objetiva pura: não se deve punir o agente quando a impropriedade do objeto ou a ineficácia do meio são absolutas ou relativas. Teoria objetiva temperada: acolhida pelo Código Penal, prevê que a conduta do agente não será punida quando houver a absoluta ineficácia do meio ou absoluta impropriedade do objeto. Desta forma, sendo relativamente ineficaz, deverá a punição ser aplicada. Com base na teoria objetiva temperada, adotada pelo Código Penal, deve-se identificar se a impropriedade ou a ineficácia são absolutas ou relativas. O meio é absolutamente ineficaz quando de modo algum produz o resultado pretendido. Exemplo: envenenar alguém se utilizando de doses de açúcar. POSIÇÃO DO STF Nos termos da súmula 145 do STF, é ilícito o denominado "flagrante preparado", em razão da absoluta ineficácia do meio. Trata-se das hipóteses em que ocorre a utilização de um agente provocador com o fito de estimular a pessoa à prática delitiva e, então, prender-lhe em flagrante delito. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação (súmula 145). 101 Livro 1.indb /05/ :44:14

12 FÁBIO ROQUE ARAÚJO E VINÍCIUS ASSUMPÇÃO O meio é relativamente ineficaz quando, no caso concreto, não foi capaz de produzir o resultado, porém era possível atingi-lo. Exemplo: "A" aplica dose de veneno para matar "B", mas a dose é insuficiente para causar-lhe a morte. Caracteriza-se a tentativa. POSIÇÃO DO STJ Para a jurisprudência do STJ o sistema eletrônico de monitoramento (câmeras de vídeo instaladas no estabelecimento) é uma hipótese de meio relativamente ineficaz, havendo tentativa do crime de furto: "Conforme jurisprudência desta Corte, o fato do agente estar sendo vigiado por sistema de segurança do estabelecimento comercial não impede, por inteiro, a consumação do delito patrimonial, afastando-se, portanto, a figura do crime impossível" (Quinta Turma, REsp , de 15/02/2013). A absoluta impropriedade do objeto se dá quando a pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta criminosa já não mais existe. Exemplo1: quem está morto não se enquadra no elemento "alguém", previsto na definição do crime de homicídio (art. 121, CP). A conduta também não se amolda ao crime de vilipêndio ao cadáver porque não houve dolo para tanto. Trata-se de fato atípico. Exemplo2: "A" toma a bolsa nas mãos de"b" pretendendo subtrair os pertences que estão dentro, mas a bolsa estava completamente vazia. A bolsa vazia torna impossível a consumação do crime de furto. Ocorre relativa impropriedade do objeto se a pessoa ou coisa existe, mas naquele caso em concreto o agente não consegue alcançá-lo. Exemplo: "A" caminha de maneira distraída na calçada quando "B", sorrateiramente, põe a mão no seu bolso esquerdo. "B" não encontra nada neste bolso, porém sabe-se que a carteira de "A" estava no bolso direito. A impropriedade do objeto é relativa, e a conduta é punida na forma tentada. Em síntese: Crime impossível - teoria objetiva temperada Absoluta Relativa Ineficácia do meio Crime impossível Tentativa Impropriedade do objeto Crime impossível Tentativa 102 Livro 1.indb /05/ :44:14

13 TÓPICO SÍNTESE ITER CRIMINIS - Cogitação, preparação, execução, consumação e exaurimento. - O delito não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente TENTATIVA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ ARREPENDIMENTO POSTERIOR - A pena será reduzida de 1/3 a 2/3 (causa de diminuição de pena). - Não admitem tentativa: contravenções penais, crimes habituais, crimes unissubsistentes, crimes omissivos próprios, crimes culposos, crimes dolosos eventuais (ver jurisprudência) e crimes preterdolosos. - O agente desiste voluntariamente de prosseguir na execução do crime e será responsabilizado pelos ato já praticados. - Trata-se de causa de atipicidade da conduta. - Após exaurir a fase de execução, o agente atua voluntariamente para impedir que o resultado se produza, sendo punido pelos atos já praticados. - Trata-se de causa de atipicidade da conduta. - É o ato voluntário do agente que, após a consumação, restitui a coisa ou repara o dano, desde que em crime praticado sem violência ou grave ameaça e até o momento do recebimento da denúncia ou queixa. - É causa de redução de pena de 1/3 a 2/3, existindo modalidades especiais mais benéficas. CRIME IMPOSSÍVEL - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou impropriedade absoluta do objeto, é impossível consumar-se o crime. 103 Livro 1.indb /05/ :44:14

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Omissão de Notificação da Doença DIREITO PENAL - Omissão de Notificação de Doença CP. Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja

Leia mais

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade TEORIA GERAL DO CRIME FATO TÍPICO Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Resultado Nexo de causalidade Tipicidade RESULTADO Não basta existir uma conduta. Para que se configure o crime é necessário

Leia mais

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7:

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1. CONCURSO DE CRIMES 1.1 DISTINÇÃO: * CONCURSO

Leia mais

TESTE RÁPIDO DIREITO PENAL CARGO TÉCNICO LEGISLATIVO

TESTE RÁPIDO DIREITO PENAL CARGO TÉCNICO LEGISLATIVO TESTE RÁPIDO DIREITO PENAL CARGO TÉCNICO LEGISLATIVO COMENTADO DIREITO PENAL Título II Do Crime 1. (CESPE / Defensor DPU / 2010) A responsabilidade penal do agente nos casos de excesso doloso ou culposo

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal Iv 2 ROUBO 3 - Roubo Qualificado/Latrocínio 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 EXTORSÃO Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter

Leia mais

TEMA: CONCURSO DE CRIMES

TEMA: CONCURSO DE CRIMES TEMA: CONCURSO DE CRIMES 1. INTRODUÇÃO Ocorre quando um mesmo sujeito pratica dois ou mais crimes. Pode haver um ou mais comportamentos. É o chamado concursus delictorum. Pode ocorrer entre qualquer espécie

Leia mais

FATO TÍPICO CONDUTA. A conduta é o primeiro elemento integrante do fato típico.

FATO TÍPICO CONDUTA. A conduta é o primeiro elemento integrante do fato típico. TEORIA GERAL DO CRIME FATO TÍPICO CONDUTA A conduta é o primeiro elemento integrante do fato típico. Na Teoria Causal Clássica conduta é o movimento humano voluntário produtor de uma modificação no mundo

Leia mais

AULA 16 1. CONTEÚDO DA AULA: Desistência voluntária. Arrependimento Eficaz. Crime Impossível e Arrependimento Posterior.

AULA 16 1. CONTEÚDO DA AULA: Desistência voluntária. Arrependimento Eficaz. Crime Impossível e Arrependimento Posterior. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 16 Professora: Ana Paula Vieira de Carvalho Monitora: Mariana Simas de Oliveira AULA 16 1 CONTEÚDO DA AULA: Desistência voluntária. Arrependimento

Leia mais

Crime consumado, crime tentado, desistência voluntária e arrependimento eficaz

Crime consumado, crime tentado, desistência voluntária e arrependimento eficaz Crime consumado, crime tentado, desistência voluntária e arrependimento eficaz Crime consumado Nos termos do artigo 14 do Código Penal há uma definição legal do que se considera crime consumado e tentado

Leia mais

CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES Espécies de Conduta a) A conduta pode ser dolosa ou culposa. b) A conduta pode ser comissiva ou omissiva. O tema dolo e culpa estão ligados à

Leia mais

COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE PB Autor: Dicler Forestieri Ferreira

COMENTÁRIOS DAS PROVAS DE DIREITO PENAL DO TRE PB Autor: Dicler Forestieri Ferreira Saudações aos amigos concurseiros que realizaram a prova do TRE PB. Analisei as questões de Direito Penal (área judiciária e área administrativa) e estou disponibilizando o comentário das mesmas. Na minha

Leia mais

Direito Penal. Prof. Davi André Costa TEORIA GERAL DO CRIME

Direito Penal. Prof. Davi André Costa TEORIA GERAL DO CRIME TEORIA GERAL DO CRIME 1. Conceito de infração penal: a) Unitário (monista): infração penal é expressão sinônima de crime. Adotado pelo Código Penal do Império (1830). b) Bipartido (dualista ou dicotômico):

Leia mais

Direito Penal Emerson Castelo Branco

Direito Penal Emerson Castelo Branco Direito Penal Emerson Castelo Branco 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. DIREITO PENAL CONCEITO DE CRIME a) material: Todo fato humano que lesa ou expõe a perigo

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade TEORIA GERAL DO CRIME FATO TÍPICO Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Resultado Nexo de causalidade Tipicidade NEXO DE CAUSALIDADE O nexo causal ou relação de causalidade é o elo que une

Leia mais

TEMA: CONCURSO DE PESSOAS (concursus delinquentium) CONCURSO DE AGENTES / CONCURSO DE DELINQUENTES / CO-AUTORIA/ CODELINQÜÊNCIA/PARTICIPAÇÃO

TEMA: CONCURSO DE PESSOAS (concursus delinquentium) CONCURSO DE AGENTES / CONCURSO DE DELINQUENTES / CO-AUTORIA/ CODELINQÜÊNCIA/PARTICIPAÇÃO TEMA: CONCURSO DE PESSOAS (concursus delinquentium) CONCURSO DE AGENTES / CONCURSO DE DELINQUENTES / CO-AUTORIA/ CODELINQÜÊNCIA/PARTICIPAÇÃO INTRODUÇÃO Normalmente, os tipos penais referem-se a apenas

Leia mais

NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Conceito. Causa. É elemento do fato típico. É o vínculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado decorreu da conduta

Leia mais

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início.

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 08 Professora: Ana Paula Vieira de Carvalho Monitora: Mariana Simas de Oliveira AULA 08 CONTEÚDO DA AULA: Teorias da (cont). Teoria social

Leia mais

Direito Penal III. Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE. 2.3.1 Introdução

Direito Penal III. Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE. 2.3.1 Introdução Aula 07 21/03/2012 2.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 2.3.1 Introdução a) Crime de perigo os da periclitação da vida e da saúde são denominados como crimes de perigo, cuja consumação se dá com a exposição

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 003 II. Aplicação da Lei Penal... 005 III. Teoria Geral do Crime... 020 IV. Concurso de Crime... 027 V. Teoria do Tipo... 034 VI. Ilicitude...

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

01 MOEDA FALSA. 1.1. MOEDA FALSA 1.1.1. Introdução. 1.1.2. Classificação doutrinária. 1.1.3. Objetos jurídico e material

01 MOEDA FALSA. 1.1. MOEDA FALSA 1.1.1. Introdução. 1.1.2. Classificação doutrinária. 1.1.3. Objetos jurídico e material 01 MOEDA FALSA Sumário: 1. Moeda falsa 2. Crimes assimilados ao de moeda falsa 3. Petrechos para falsificação de moeda 4. Emissão de título ao portador sem permissão legal. 1.1. MOEDA FALSA 1.1.1. Introdução

Leia mais

A (IN)COMPATIBILIDADE DA TENTATIVA NO DOLO EVENTUAL RESUMO

A (IN)COMPATIBILIDADE DA TENTATIVA NO DOLO EVENTUAL RESUMO 331 A (IN)COMPATIBILIDADE DA TENTATIVA NO DOLO EVENTUAL Cícero Oliveira Leczinieski 1 Ricardo Cesar Cidade 2 Alberto Wunderlich 3 RESUMO Este artigo visa traçar breves comentários acerca da compatibilidade

Leia mais

O art. 96, III da CF prevê o foro por prerrogativa de função dos membros do MP, incluindo os Promotores e Procuradores de Justiça.

O art. 96, III da CF prevê o foro por prerrogativa de função dos membros do MP, incluindo os Promotores e Procuradores de Justiça. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 11 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Foro por Prerrogativa de Função; Conexão e Continência. 3.5 Foro por Prerrogativa de Função: b) Juízes

Leia mais

LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS

LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS ALESSANDRO CABRAL E SILVA COELHO - alessandrocoelho@jcbranco.adv.br JOSÉ CARLOS BRANCO JUNIOR - jcbrancoj@jcbranco.adv.br Palavras-chave: crime único Resumo O presente

Leia mais

LFG MAPS. Teoria Geral do Delito 05 questões

LFG MAPS. Teoria Geral do Delito 05 questões Teoria Geral do Delito 05 questões 1 - ( Prova: CESPE - 2009 - Polícia Federal - Agente Federal da Polícia Federal / Direito Penal / Tipicidade; Teoria Geral do Delito; Conceito de crime; Crime impossível;

Leia mais

1. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Crimes Contra a Administração Pública 1. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Crimes contra a Administração Pública impedem a progressão de regime sem a reparação do dano. A reparação

Leia mais

Prescrição da pretensão punitiva

Prescrição da pretensão punitiva PRESCRIÇÃO PENAL 1 CONCEITO É o instituto jurídico mediante o qual o Estado, por não fazer valer o seu direito de punir em determinado tempo, perde o mesmo, ocasionando a extinção da punibilidade. É um

Leia mais

Questão de Direito Penal 1,0 Ponto PADRÃO DE RESPOSTA.

Questão de Direito Penal 1,0 Ponto PADRÃO DE RESPOSTA. Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios XL Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz de Direito Substituto da Justiça do Distrito Federal SEGUNDA PROVA

Leia mais

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado Conceito Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de responsabilidade extracontratual

Leia mais

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE RETROATIVIDADE DA LEI QUE NÃO MAIS CONSIDERA O FATO COMO CRIMINOSO ART. 107, III ABOLITIO CRIMINIS O CRIME É APAGADO CONSIDERA-SE INEXISTENTE PRESCRIÇÃO ART. 107, IV CP PRESCRIÇÃO LIMITAÇÃO TEMPORAL DO

Leia mais

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem obriga

Leia mais

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR É possível um finalismo corrigido? Saymon Mamede Várias teorias sobre o fato típico e a conduta surgiram no Direito Penal, desde o final do século XIX até hodiernamente. A pretensão deste artigo é expor

Leia mais

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO DESISTÊNCIA E ARREPENDIMENTO A tentativa é perfeita quando o agente fez tudo o que podia, praticando todos os atos executórios, mas não obteve o resultado por circunstâncias alheias a sua vontade. Aplica-se

Leia mais

TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL. Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco

TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL. Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco TEORIAS CAUSALISTA, CAUSAL, CLÁSSICA OU NATURALISTA (VON LISZT E BELING) - CONDUTA É UMA AÇÃO HUMANA VOLUNTÁRIA QUE PRODUZ

Leia mais

CONCURSO FORMAL CONCURSO DE CRIMES CONCURSO MATERIAL CONCURSO MATERIAL CONCURSO FORMAL CRIME CONTINUADO

CONCURSO FORMAL CONCURSO DE CRIMES CONCURSO MATERIAL CONCURSO MATERIAL CONCURSO FORMAL CRIME CONTINUADO DIREITO PENAL MÓDULO DE PREPARAÇÃO CONCURSO POLÍCIA FEDERAL CONCURSO DE CRIMES CONCURSO MATERIAL CONCURSO FORMAL PRÓPRIO IMPRÓPRIO CRIME CONTINUADO AULA 8 Prof. Caupolican CONCURSO DE CRIMES CONCURSO MATERIAL

Leia mais

FATO TÍPICO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

FATO TÍPICO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES FATO TÍPICO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES Fato típico é o primeiro substrato do crime (Giuseppe Bettiol italiano) conceito analítico (fato típico dentro da estrutura do crime). Qual o conceito material

Leia mais

Mais uma falha legislativa na tentativa desesperada de retificar o Código de Processo Penal. Análise feita à luz da Lei nº. 12.403/11.

Mais uma falha legislativa na tentativa desesperada de retificar o Código de Processo Penal. Análise feita à luz da Lei nº. 12.403/11. Mais uma falha legislativa na tentativa desesperada de retificar o Código de Processo Penal. Análise feita à luz da Lei nº. 12.403/11. Ricardo Henrique Araújo Pinheiro. A breve crítica que faremos neste

Leia mais

PONTO 1: Concursos de Crimes: 1) Distinção 2) Conceito. 3) Espécies de concursos de crimes:

PONTO 1: Concursos de Crimes: 1) Distinção 2) Conceito. 3) Espécies de concursos de crimes: 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Concursos de Crimes: 1) Distinção 2) Conceito 3) Espécies de concursos de crimes 4) Natureza Jurídica 5) Sistemas de aplicação da pena 6) Concurso Material ou Real 7) Concurso

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015. Carga

PLANO DE ENSINO. Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015. Carga 1 PLANO DE ENSINO Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015 Unidade Carga Horária Sub-unidade Introdução ao estudo do Direito Penal 04 hs/a - Introdução. Conceito

Leia mais

PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1. CONDUTA. 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt

PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1. CONDUTA. 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1.1 TEORIAS DA CONDUTA 1. CONDUTA 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt Imperava no Brasil até a

Leia mais

TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 59 60 61 64 60 61 60 63 61 62 59 62 62 59 64 59 63 64 63 61 64 63 62 60 65 66 67 68

TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 59 60 61 64 60 61 60 63 61 62 59 62 62 59 64 59 63 64 63 61 64 63 62 60 65 66 67 68 Tabela de Correspondência de Questões: XIII EXAME UNIFICADO OAB 1ª. ETAPA TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 59 60 61 64 60 61 60 63 61 62 59 62 62 59 64 59 63 64 63 61 64 63 62 60 65 66 67 68 PROVA TIPO 1 Questão

Leia mais

&RQFHLWRGH'ROR. Descaracterizando o DOLO de uma conduta, tornando o ato de doloso para culposo, a extensão da pena diminui drasticamente.

&RQFHLWRGH'ROR. Descaracterizando o DOLO de uma conduta, tornando o ato de doloso para culposo, a extensão da pena diminui drasticamente. &RQFHLWRGH'ROR 3RU$QGUp5LFDUGRGH2OLYHLUD5LRV(VWXGDQWHGH'LUHLWR Tão importante no Direito Penal, o conceito de DOLO, deve estar sempre presente na cabeça do advogado Criminalista. Pois, quem conhece e sabe

Leia mais

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Lição 14. Doação Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Na doação deve haver, como em qualquer outro

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Teorias da conduta no Direito Penal Rodrigo Santos Emanuele * Teoria naturalista ou causal da ação Primeiramente, passamos a analisar a teoria da conduta denominada naturalista ou

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Aspectos penais em tópicos sintéticos: QUEM É O FUNCIONÁRIO PÚBLICO OU EQUIPARADO?

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Aspectos penais em tópicos sintéticos: QUEM É O FUNCIONÁRIO PÚBLICO OU EQUIPARADO? Do que trata? * Crimes contra a administração pública, cometidos por funcionário público. QUEM É O FUNCIONÁRIO PÚBLICO OU EQUIPARADO? Considera-se funcionário público, para os efeitos penais (Conforme

Leia mais

1. PRINCÍPIOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS art. 62 da Lei 9.009/95 2. OBJETIVOS DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

1. PRINCÍPIOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS art. 62 da Lei 9.009/95 2. OBJETIVOS DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Princípios dos Juizados Especiais Criminais PONTO 2: Objetivos PONTO 3: Competência PONTO 4: Fase Policial PONTO 5: Fase Judicial PONTO 6: Recursos PONTO 7: Atos

Leia mais

Direito Penal Aula 3 1ª Fase OAB/FGV Professor Sandro Caldeira. Espécies: 1. Crime (delito) 2. Contravenção

Direito Penal Aula 3 1ª Fase OAB/FGV Professor Sandro Caldeira. Espécies: 1. Crime (delito) 2. Contravenção Direito Penal Aula 3 1ª Fase OAB/FGV Professor Sandro Caldeira TEORIA DO DELITO Infração Penal (Gênero) Espécies: 1. Crime (delito) 2. Contravenção 1 CONCEITO DE CRIME Conceito analítico de crime: Fato

Leia mais

PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1. TEORIA DA TIPICIDADE

PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1. TEORIA DA TIPICIDADE 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1.1 FUNÇÕES DO TIPO: a) Função garantidora : 1. TEORIA DA TIPICIDADE b) Função

Leia mais

PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA Assessoria Criminal

PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA Assessoria Criminal PROTOCOLO MP/PR Nº 15.705/2015 AUTOS DE INQUÉRITO POLICIAL Nº 0005239-03.2015.8.16.0013 ORIGEM: 1ª VARA CRIMINAL DE CURITIBA INDICIADO: (...) OBJETO: ART. 28 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL EMENTA: TENTATIVA

Leia mais

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas.

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 80 h/a Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior

OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. RESPONSABILIDADE CIVIL É A OBRIGAÇÃO QUE INCUMBE A ALGUÉM DE

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 Marcela Furtado Calixto 1 Resumo: O presente artigo visa discutir a teoria

Leia mais

Direito Penal. Consumação e Tentativa

Direito Penal. Consumação e Tentativa Direito Penal Consumação e Tentativa Crime Consumado Quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art. 14, I, CP); Realização plena dos elementos constantes do tipo legal; Crime Consumado

Leia mais

Responsabilidade Civil de Provedores

Responsabilidade Civil de Provedores Responsabilidade Civil de Provedores Impactos do Marco Civil da Internet (Lei Nº 12.965, de 23 abril de 2014) Fabio Ferreira Kujawski Modalidades de Provedores Provedores de backbone Entidades que transportam

Leia mais

Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual

Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual Capítulo 12 Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual 645. (CESPE / Promotor de Justiça - MPE - ES / 2010) No ordenamento jurídico brasileiro, apenas o homem pode ser autor do delito de estupro; a mulher pode

Leia mais

Aula 5 Pressupostos da responsabilidade civil (Culpa).

Aula 5 Pressupostos da responsabilidade civil (Culpa). Aula 5 Pressupostos da responsabilidade civil (Culpa). Pressupostos da responsabilidade civil subjetiva: 1) Ato ilícito; 2) Culpa; 3) Nexo causal; 4) Dano. Como já analisado, ato ilícito é a conduta voluntária

Leia mais

DISCIPLINA: DIREITO PENAL

DISCIPLINA: DIREITO PENAL ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DISCIPLINA: DIREITO PENAL QUESTÃO Nº 109 Protocolo: 11913003657-0 Não existe qualquer erro material na questão. Nada a ser alterado. O recorrente

Leia mais

7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil. Tópicos Especiais em Direito Civil

7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil. Tópicos Especiais em Direito Civil 7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil Tópicos Especiais em Direito Civil Introdução A Responsabilidade Civil surge em face de um descumprimento obrigacional pela desobediência de uma regra estabelecida

Leia mais

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PEÇA D E S P A C H O 1. Autue-se o Auto de Prisão em Flagrante; 2. Dê-se o recibo de preso ao condutor; 3. Autue-se o Auto de Apresentação

Leia mais

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito.

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito. DOS FATOS JURÍDICOS CICLO VITAL: O direito nasce, desenvolve-se e extingue-se. Essas fases ou os chamados momentos decorrem de fatos, denominados de fatos jurídicos, exatamente por produzirem efeitos jurídicos.

Leia mais

DIREITO PENAL DO TRABALHO

DIREITO PENAL DO TRABALHO DIREITO PENAL DO TRABALHO ÍNDICE Prefácio à 1º Edição Nota à 4º Edição Nota à 3º Edição Nota à 2º Edição 1. CONCEITOS PENAIS APLICÁVEIS AO DIREITO DO TRABALHO 1.1. DoIo 1.1.1. Conceito de dolo 1.1.2. Teorias

Leia mais

ALTERAÇÃO NO CÓDIGO PENAL: O DELITO DE FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL

ALTERAÇÃO NO CÓDIGO PENAL: O DELITO DE FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL ALTERAÇÃO NO CÓDIGO PENAL: O DELITO DE FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL. Nomen juris: a Lei nº 12.978/2014 alterou o nome

Leia mais

EMPRÉSTIMO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo

EMPRÉSTIMO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo 1. Referência legal do assunto Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo EMPRÉSTIMO Negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega uma coisa a outra, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver

Leia mais

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil Interpretação do art. 966 do novo Código Civil A TEORIA DA EMPRESA NO NOVO CÓDIGO CIVIL E A INTERPRETAÇÃO DO ART. 966: OS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DEVERÃO TER REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL? Bruno

Leia mais

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO PARECER N, DE 2009 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, em decisão terminativa, sobre o PLS n 260, de 2003, de autoria do Senador Arthur Virgílio, que altera art. 13 da Lei nº 8.620, de 5

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Marcelo Navarro

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Marcelo Navarro RELATÓRIO O Senhor DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO: Cuida-se de apelação criminal interposta por Alfredo de Oliveira Santos contra sentença (fls. 455/471) da lavra do MM. Juízo da 13ª Vara Federal

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

A PRESCRIÇÃO NO CRIME DE DESERÇÃO

A PRESCRIÇÃO NO CRIME DE DESERÇÃO A PRESCRIÇÃO NO CRIME DE DESERÇÃO Joaquim Batista de Amorim Filho 1 Mauro dos Santos Junior 2 O artigo 132 do Código de Processo Penal Militar, que trata da prescrição no crime de deserção, tem sido motivo

Leia mais

LEI PENAL X NORMA PENAL VIGÊNCIA A PERSECUÇÃO PENAL. -A persecução penal no Brasil é dividia em 5 fases: LEIS PENAIS INCOMPLETAS

LEI PENAL X NORMA PENAL VIGÊNCIA A PERSECUÇÃO PENAL. -A persecução penal no Brasil é dividia em 5 fases: LEIS PENAIS INCOMPLETAS 1 DIREITO PENAL PONTO 1: LEI PENAL X NORMA PENAL PONTO 2: VIGÊNCIA PONTO 3: FASES DA PERSECUÇÃO PENAL PONTO 4: LEIS PENAIS INCOMPLETAS PONTO 5: APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO PONTO 6: LEIS INTERMINTENTES

Leia mais

Sumário. Prefácio... 15 Introdução... 19. PRIMEIRA PARTE - aspectos gerais... 23. Capítulo 1 Noções gerais aplicáveis aos crimes tributários...

Sumário. Prefácio... 15 Introdução... 19. PRIMEIRA PARTE - aspectos gerais... 23. Capítulo 1 Noções gerais aplicáveis aos crimes tributários... Sumário Prefácio... 15 Introdução... 19 PRIMEIRA PARTE - aspectos gerais... 23 Capítulo 1 Noções gerais aplicáveis aos crimes tributários... 25 1. Infração tributária e crime contra a ordem tributária...

Leia mais

Súmulas em matéria penal e processual penal.

Súmulas em matéria penal e processual penal. Vinculantes (penal e processual penal): Súmula Vinculante 5 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Súmula Vinculante 9 O disposto no artigo

Leia mais

LEI DE TORTURA Lei n. 9.455/97

LEI DE TORTURA Lei n. 9.455/97 LEI DE TORTURA Lei n. 9.455/97 DUDH Artigo 5º Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. ART. 5º DA CF Inciso III Ninguém será submetido à tortura nem

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2011

PROJETO DE LEI Nº DE 2011 PROJETO DE LEI Nº DE 2011 Altera a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, a Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 e a Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º O art. 4º

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV AULA DIA 25/05/2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com DIREITO PROCESSUAL PENAL IV Procedimento Sumaríssimo (Lei 9.099/95) - Estabelece a possibilidade de conciliação civil,

Leia mais